Imagem: NIAID via Flickr
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Foto da semana
A não perder!
Na passada 4ª feira, Dia Internacional do Voluntariado, as crianças internadas no Serviço de Pediatria do Hospital Infante D. Pedro - Aveiro começaram o dia a construir árvores de natal equilibristas e a explorar alguns conceitos de física, como centro de massa e equilíbrio. Há mais de 10 anos, que uma vez por mês, a Fábrica vai em regime de voluntariado a este hospital para realizar atividades com as crianças internadas na Pediatria.
As Férias de Natal estão a chegar e a Fábrica preparou um programa especial de atividades para estes dias, destinado a crianças dos 6 aos 12 anos. Descobrir as tradições natalícias dos cinco continentes é o mote desta “viagem” científica cheia de surpresas. As atividades decorrem de 17 a 21 de dezembro, das 9h00 às 17h45, sendo o valor da inscrição de 20€ por dia, com almoço e lanches incluídos. As inscrições são diárias e encontram-se abertas. Todas as informações em www.fabrica.ua.pt.
B.I. dos Objetos | Seringa hipodérmica
mais informações em www.fabrica.cienciaviva.ua.pt
Ciência na Agenda
HIV: porquê tão perigoso? O vírus da SIDA (HIV) destaca-se como uma das maiores ameaças à saúde mundial com um número de infetados superior a 70 milhões e com mais de 30 milhões de mortes registadas. O HIV é um lentivírus (família Retroviridae) com um tropismo especial para as células do sistema imunitário, responsáveis pela defesa do organismo humano, em especial, as células que contém na sua superfície o recetor CD4. Como consequência, os indivíduos afetados têm uma elevada taxa de infeções e de tumores explicada pela deficiência imunitária que os caracteriza após contraírem a infeção. De que forma é que a infeção por este vírus se torna tão perigosa e por que é que o seu tratamento é tão difícil? Primeiro deve salientar-se a rapidez com que o vírus estabelece uma infeção latente. Sendo um retrovírus, a sua informação genética encontra-se na forma de RNA, uma molécula semelhante ao DNA mas que necessita de ser convertida nesta para ser inte-
grada no DNA da célula. Todo este processo de conversão e integração da informação do vírus nas células humanas ocorre entre 5 a 10 dias. Tendo em conta que a ativação do sistema imunitário adaptativo demora, em média, uma semana, quando as nossas defesas específicas estão aptas a combater o vírus da SIDA, já este pode ter ‘instalado’ um reservatório silencioso nas células. O processo de conversão RNA-DNA referido constitui uma das outras armas do vírus na luta contra o nosso sistema imunitário. A reação é mediada por uma proteína da classe das enzimas que tem uma altíssima taxa de mutação, ou seja, a enzima altera o vírus no processo de conversão. Deste modo o vírus que é inserido no DNA nas células humanas é uma forma diferente do vírus que inicialmente entrou na célula. Regista-se então uma ‘impotência’ do organismo para se defender contra o vírus, porque as moléculas criadas para essa defesa estarão preparadas para combater a primeira versão do vírus que entrou
na célula. O desenvolvimento de vacinas eficazes torna-se um autêntico desafio para um vírus com uma taxa de mutações tão elevada; como é possível preparar o organismo para uma infeção causada por um agente que se altera tão frequentemente? Outro fator depreende-se com as próprias células que o vírus infeta. A condição essencial para que o HIV entre nas células é a presença da molécula CD4 à superfície das mesmas. Várias células do sistema imunitário, os linfócitos T helper, os macrófagos ou as células dendríticas enquadram-se nessa descrição, logo, as mesmas células que têm como função atacar invasores são as que são infetadas e danificadas pelo vírus! Salienta-se ainda que existe a possibilidade de as partículas virais se anexarem às células dendríticas, um dos componentes do sistema imunitário, e serem transportadas por estas para os nódulos linfáticos, onde, por sua vez, existe uma grande concentração de células com o recetor CD4
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à superfície facilmente alcançáveis pelo vírus. Por este e ainda outros procedimentos semelhantes, os nódulos linfáticos podem-se tornar incontestáveis reservatórios de HIV. Existem alguns tratamentos bastante dispendiosos que têm tido sucesso em atrasar o desenvolvimento da doença. Todavia, ainda falta um longo caminho na procura por uma solução permanente. Apenas 25% da população europeia consegue impedir que as manifestações da doença interfiram com o seu dia a dia. A rapidez com que estabelece a latência, a elevada taxa de mutações, a debilidade do sistema imunitário e o uso deste para facilitar a sua propagação pelo organismo fazem do HIV um dos mais complexos desafios da ciência atual. Leonardo Fernandes Ciência na Imprensa Regional / Ciência Viva Fonte: ‘How The Immune System Works’, Lauren Sompayrac
16 dez
Imagem: Wellcome Library, London via Wikimedia Commons
Nome: Seringa hipodérmica Primeira descrição: 1853 Inventor: Alexander Wood e Charles Pravaz
Historial:
As descrições começam nos tempos romanos, onde se apresentavam em caixas de metal e com êmbolos em linho. No séc. XVII, em Inglaterra, surgiam feitas em estanho ou prata. A agulha oca surgiu apenas em 1844, por Francis Rynd. Até esta altura a administração do fármaco era feita através de um golpe na pele e introdução de um tubo no corte. A verdadeira seringa hipodérmica aparece em 1853, com uma agulha
suficientemente fina para perfurar a pele. Estas novas seringas, em vidro, foram evoluindo rumo a uma maior eficiência e segurança. Adquiriram uma escala graduada, gravada no tubo, e um êmbolo dentro do cilindro de vidro, impedindo vazamentos e diminuindo as infeções. A preocupação crescente com os surtos de hepatite, atribuídos à contaminação cruzada por agulhas infetadas, impulsionou o fabrico de seringas recorrendo ao polipropileno, um material inerte, não reativo e de difícil deterioração. Começou assim, em 1961, a nova era das seringas inteiramente descartáveis, que fazem parte da realidade médica dos nossos dias.■
11h00
DOMINGO DE MANHÃ NA BARRIGA DO CARACOL
17 21 dez
dez
e 23 16 dez dez até
09h00 > 17h45
Férias de Natal com Ciência, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.
e 13 06 jan jan
11h00 > 12h00
Domingo de manhã na barriga do caracol, na Fábrica CCVA.
30 dez
10h00
Exposição de fotografia “Revelações - vida na areia vida na rocha”, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.
04
21h30
Café de Ciência – “A Estrela de Belém”, com Rui Agostinho, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.
jan
> 17h30
> 23h00
Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro 2018