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Foto da semana

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signado, em sua honra, por catálogo Messier de “objetos” do céu profundo. Mas, apesar de ter registado no seu catálogo nebulosas, aglomerados estelares e aquilo que hoje sabemos se tratarem de galáxias, Messier e os seus contemporâneos continuavam a considerar o Sol como o centro do Universo humano. Esta centralidade solar começa a ser erodida com o brilho explorado da Via Láctea. Mas sublinhe-se que até ao princípio do século XX a Via Láctea era a única galáxia entendida como tal. Tinha-se como certo que tudo o que se podia observar, com os melhores telescópios de então, cabia dentro da Via Láctea. Por outras vistas, nada se julgava ver para além da Via Láctea, o mesmo é dizer que o Universo se resumia à nossa galáxia. Foi Edwin Hubble (1889 - 1953) quem descobriu, em 1923, com recurso ao telescópio Hooker no Observatório de Monte Wilson, nos Estados Unidos da América, que o que então se julgava ser uma nebulosa interina da Via Láctea se tratava, de facto, de uma “nova” galáxia, a Andrómeda, situada muito p a r a a l é m d o s l i m i t e s d a nossa

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galáxia. Descobria também que essa e outras galáxias logo depois identificadas se afastavam umas das outras com velocidades proporcionais às distâncias que as separavam. O “novo” e estonteante Universo estava em expansão. A Via Láctea era uma entre muitas e muitas outras galáxias e não era de maneira nenhuma o centro do Universo! A mente do Homo sapiens expandia-se com assombro cósmico. E, na década de 90 do século XX, com o fantástico desenvolvimento técnico na sensibilidade dos telescópios mais modernos, foi possível detetar “pequeníssimas” oscilações na posição das estrelas e variações periódicas dos seus brilhos: descobria-se e confirmava-se a existência de planetas extrassolares, ou exoplanetas, novos mundos a orbitarem as estrelas celestes. Desde então, já foram detetados mais de três mil exoplanetas e estima-se que entre 30 a 50 por cento das estrelas visíveis sejam orbitadas por planetas. Um telescópio em particular, o telescópio espacial Kepler, da NASA, contribui para a descoberta da maioria desses exoplanetas, em particular de vários planetas rochosos com dimensões similares às da Terra e a distâncias das suas estrelas que poderão permitir a existência de água no estado líquido: orbitam o que se designa, com muita esperança, por “zona de habitabilidade”! O telescópio espacial Kepler, que começou a explorar a luz das estrelas em 2009, terminou no passado mês de novembro a sua funcionalidade por o seu combustível ter chegado ao fim. Mas a NASA adiantou que há ainda muito mais a descobrir com os dados ainda não estudados que o Kepler captou e enviou para a Terra. São ainda muitos os mundos a desvendar neste Universo assombroso… António Piedade Ciência na Imprensa Regional / Ciência Viva

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11 12 13 E foi assim a mais recente história de Natal da Fábrica… “Bicicleta de Natal” mistura corações bonitos no enredo, decorações científicas num bolo vencedor, uma bicicleta especial, e sorrisos maravilhosos nas bancadas do “auditório-laboratório”! Esta história repete-se a 13 de janeiro, pelas 11h00, na Fábrica. As inscrições estão abertas.

Código, programação, eletrónica, robótica! Estas palavras são do teu interesse? Sempre quiseste criar os teus próprios programas no computador? Montar o teu robô e pô-lo a fazer o que quiseres? Tudo isto e muito mais pode ser feito no “Clube de Programação e Robótica” da Fábrica. Se tens mais de 13 anos, então este clube é para ti! As sessões acontecem de janeiro a março, às 4ªs feiras, das 15h00 às 17h00, na Fábrica. A mensalidade é de 20 euros e as inscrições estão abertas! mais informações em www.fabrica.cienciaviva.ua.pt

Experimentandum Construção de um telescópio refrator simples

Imagem: wikiHow

Imagem: Wikipedia

ao século XVI da nossa era. Foi Nicolau Copérnico, baseado em milhares de observações astronómicas a olho nu, quem propôs a então herege Teoria Heliocêntrica: era o Sol o centro do Universo e todos os planetas então conhecidos orbitavam em seu redor. Ou seja: o Sol era o centro do Sistema Solar. Foi com Galileu Galilei (1564 1642) - com a sua nova e metódica destreza instrumental e científica em observar o céu com o novíssimo telescópio, que ele próprio melhorou adequando-o com o que a técnica de então permitia para a melhor observação astronómica – que o cérebro humano conclui, perante as provas experimentais observáveis por qualquer um, que a hipótese de Copérnico estava certa, que o Sol tinha de ser o centro da observável “máquina do mundo”. As quatro luas de Júpiter e as fases do planeta Vénus, que Galileu observa em 1610, assim o sustentavam. Devemos ao astrónomo francês Charles Messier (1730 - 1817) o mapeamento intensivo de corpos celestes só visíveis através do telescópio, o que deu origem ao de-

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O fim do telescópio espacial Kepler Há 250 mil anos, numa noite de breu intensamente estrelado, um primeiro Homo sapiens contemplava a abóbada celeste, como habitualmente fazia desde que se conhecia. A contemplação estelar intensificava a sua consciência primeva e refratava os seus sonhos. Naquela noite, a continuada consciência da regularidade do movimento dos astros, fruto de anos de observações repetidas, iluminou o seu pensamento imagético: ainda sem palavras, teve consciência de que era o centro de tudo o que conhecia. Ou seja, para além de viver no Jardim do Éden, vislumbrou a certeza de que era o centro do Universo, diríamos hoje. Esta certeza antropocêntrica da centralidade humana no Universo, fruto da nossa miopia cósmica, perdurou durante centenas de milhares de anos e edificou cosmogonias, mitos e religiões, fortificadas por diversas civilizações humanas. Apesar do grego Aristarco de Samos (310 - 230 a.C.) ter sugerido, tanto quanto se sabe, que a Terra deveria girar à volta do Sol, a centralidade da Terra perdurou inabalavelmente até

A não perder!

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O que preciso?

. 1 lente convexa grande e com baixo poder de ampliação . 1 lente convexa pequena e com grande poder de ampliação . 2 tubos de cartão com diâmetros ligeiramente diferentes . fita adesiva Como fazer?

1. Fixar, com fita adesiva, a lente maior numa extremidade do tubo de maior diâmetro e a outra lente numa extremidade do tubo de menor diâmetro. 2. Encaixar os tubos, deslizando um no outro. 3. Apontar o telescópio para um objeto distante. Alongar e encurtar o tubo até observar uma imagem nítida. O que acontece?

O telescópio é um instrumento ótico

que permite ampliar a imagem de objetos distantes. Independentemente do tipo de telescópio, todos têm uma objetiva - lente ou espelho que fica direcionado para o objeto distante; e uma ocular - lente que fica próxima do olho do observador. A lente objetiva (nos telescópios refratores) ou o espelho (nos telescópios refletores) captam a luz do objeto distante e convergem-na para um ponto – o foco. A lente ocular “capta” e amplia a imagem do foco para que ocupe uma maior porção da retina do observador. A característica mais importante de um telescópio é a abertura, isto é, o diâmetro da objetiva (lente ou espelho), e não a sua ampliação. Quanto maior a abertura, mais luz é captada pelo telescópio e, portanto, melhor a qualidade da imagem formada. O poder de ampliação de um telescópio é a capacidade de aumentar uma imagem e depende da combinação de lentes utilizada. É essencialmente a lente ocular que permite essa ampliação. Assim, é preferível obter uma imagem menos ampliada mas focada, em vez de uma imagem muito ampliada mas desfocada. ■

Ciência na Agenda

13 jan

11h00

DOMINGO DE MANHÃ NA BARRIGA DO CARACOL

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11h00

Domingo de manhã na barriga do caracol - “A bicicleta de Natal”, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.

31 jan

17h00

Encontro “Escola Amiga da Criança”, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.

31 jan

10h00

Exposição de fotografia “Revelações - vida na areia vida na rocha”, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.

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19h30

Babysitting de ciência, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.

15 fev

21h30

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mar

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até

fev

> 12h00

> 19h00

> 17h30

> 24h00

> 23h00

Café de Ciência “Há Estrelas na Fábrica” – “Planetas para além do sistema solar”, com Daniel F. M. Folha, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. Clube de Programação e Robótica, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro 2019


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