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PRECIOSO PLÁSTICO

Em minha casa, praticamente todas as semanas deitamos no ecoponto amarelo o equivalente a um saco de 30 litros em embalagens. Os nossos estilos de vida e consequente exigência enquanto consumidores, a legislação e o esforço que as empresas colocam na utilização da embalagem como um chamariz para os seus produtos, têm aumentado a produção de embalagens, em especial embalagens alimentares. Alguns alimentos precisam de embalagens para conservarem a sua qualidade. Claro que, muitas das vezes, este não é o caso, sendo que já nos deparámos

O Parlamento Europeu aprovou recentemente a diretiva de restrições aos produtos de plástico descartáveis em toda a União Europeia a partir de 2021. Os plásticos descartáveis representam cerca de 43% do lixo marinho contabilizado. A diretiva vem proibir certos produtos para os quais existem alternativas, como pratos, talheres, cotonetes, palhinhas, agitadores de bebidas, varas para balões, recipientes para

alimentos e bebidas feitos de poliestireno expandido (esferovite) e produtos de plástico que se fragmentam em pequenas partículas e que irão permanecer no meio-ambiente por tempo indeterminado. Os produtos de utilização única feitos em plásticos não proibidos podem continuar a ser utilizados, mas os países terão de tomar medidas para alcançar uma redução mensurável do seu consumo e impacto no ambiente, como é o caso das garrafas de plástico ou dos filtros do tabaco. Abolir completamente os plásticos pode ser contraproducente. Os plásticos são importantes para inúmeros aspetos do nosso dia-a-dia, mas devem estar reservados para isso mesmo, para evitarem que os alimentos se estraguem, para conservar medicamentos e muitas outras funções. Algumas das alternativas criadas aos plásticos convencionais

Rua dos Santos Mártires, 3810-171 Aveiro · tel. 234 427 053 · www.fabrica.cienciaviva.ua.pt · www.facebook.com/fccva · fabrica.cienciaviva@ua.pt

Mas voltemos ao início, sempre que possível, devemos recusar objetos plásticos, isto é, evitar usar plásticos. Se não for de todo possível recusar, devemos reutilizar, reutilizar o máximo possível. Quando o produto plástico perde a sua funcionalidade, porque não procurar formas interessantes de dar nova vida a esses plásticos, como por exemplo a sua transformação em filamento para impressão 3D. Esta possibilidade começa a estar disponível em muitos makerspaces. Makerspaces são espaços onde pessoas com os mesmos interesses, em especial interesses ligados à computação e à tecnologia, se juntam para trabalhar em projetos criativos, partilhando ideias, equipamento e conhecimento. Muitos destes makerspaces estão já equipados com equipamentos onde podemos triturar, por exemplo, garrafas de água, transformar o granulado da garrafa em filamento através de uma máquina de extrusão de filamento e depois usar o filamento produzido a partir do plástico da garrafa em peças impressas numa impressora 3D.

No domingo, dia 16 de junho decorreu no Hotel “As Américas” mais um encontro de Ciência ao pequeno-almoço! Na sessão “Plásticos & Companhia” com Victor Neto, do Departamento de Eng. Mecânica da UA, os participantes ficaram a conhecer que há muitos plásticos que "invadem" o nosso dia-a-dia, com várias cores, feitios e diferentes composições. A próxima sessão será no dia 14 de julho e contará com Alda Marques, do Departamento de Ciências Médicas da UA. Mais informações em: www.facebook.com/fabricacienciaviva

Na sexta-feira, 28 de junho, decorrerá na Fábrica o Café de Ciência: "Sexo, amor, casamento e evolução", com Rui Diogo, premiado investigador da Universidade de Howard (EUA). Neste encontro, serão abordadas algumas questões há muito debatidas sobre natureza versus cultura, nomeadamente monogamia versus poligamia, monogamia e casamento em culturas não ocidentais, ou como as mudanças sociais influenciaram a sexualidade humana. A entrada é livre. Mais informações em www.fabrica.ua.pt ou através dos contactos:234 427 053 e fabrica.cienciaviva@ua.pt

Não há uma solução perfeita para o problema dos plásticos. Mas devemos procurar e promover alternativas. É uma problemática que nos coloca uma série de desafios, mas a bem do planeta, são desafios que temos de agarrar. Além disso, estes desafios serão geradores de novas oportunidades económicas. Victor Neto Departamento de Eng. Mecânica Universidade de Aveiro

Biodiversus | Peixe-aranha Imagem: Wikimedia Commons / Creative Commons © Hans Hillewaert

com embalagens claramente supérfluas. Mas se a embalagem proteger o alimento e evitar que este seja desperdiçado, então já teve um propósito. Reduzir o desperdício alimentar ao máximo é fundamental e muitas vezes isto pode significar o recurso a embalagens de plástico, mas é importante procurar soluções que, sem colocar em perigo a nossa saúde, reduzam o consumo de plástico.

A não perder!

podem também ter consequências ambientais negativas. Quer os plásticos de origem vegetal quer plásticos biodegradáveis apresentam desafios.

Catarina Marques, aluna do Mestrado em Engenharia e Design de Produto da Universidade de Aveiro, produz filamento de PET proveniente de garrafas de água.

O plástico tem tido cada vez mais protagonismo nos meios de comunicação social e estamos cada vez mais sensíveis à poluição que este material pode originar. Ainda bem. O problema é real e medidas urgentes devem ser tomadas tanto por cada um de nós, como pelos diferentes governos mundiais.

Foto da semana

Nome vulgar: Peixe-aranha ou lacraia Nome científico: Echiichthys vipera

Muito vulgar na costa portuguesa, o peixe-aranha é temido pelos banhistas pelo fato de ser venenoso. Mede entre 10 a 20 centímetros e tem uma cor amarela-acastanhada no dorso, com manchas castanhas mais escuras. A primeira barbatana dorsal, bem identificada pela sua cor preta, tem raios espinhosos venenosos, assim como os opérculos (estrutura óssea que protege as brânquias) também têm espinhos venenosos. Vive normalmente afastado da praia, mas surge por vezes parcialmente enterrado na areia a poucos centímetros de profundidade, normal-

mais informações em www.fabrica.cienciaviva.ua.pt

Ciência na Agenda

05 jul

19h30

BABYSITTING DE CIÊNCIA mente na maré baixa. Quando se sente ameaçado, ergue a primeira barbatana dorsal, cravando os raios no banhista, perfurando-lhe a pele e injetando o veneno. Estas picadas provocam dores intensas, sendo sempre aconselhável a procura imediata de ajuda médica. Os sintomas gerais são habitualmente moderados, mas nos casos graves podem ocorrer náuseas, vómitos, cãibras generalizadas, dificuldade respiratória, entre outros. O tratamento imediato consiste no aumento da temperatura no local da picada, imergindo a zona afetada em água à temperatura máxima suportável, uma vez que o veneno do peixe-aranha é termolábil, ou seja, decompõe-se sob a ação do calor.

24 28 jun jun 24 05 jun jul

09h30

> 12h30

ou

14h30

> 17h30

09h00 > 17h45

Estágios de Verão Dóing, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.

Férias da Verão com Ciência, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.

28 jun

21h30

Café de Ciência: “Sexo, amor, casamento e evolução”, com Rui Diogo, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.

05 jul

19h30

“Babysitting de Ciência”, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.

14 jul

11h00

“Ciência ao pequeno-almoço!”, com Alda Marques, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.

até

mar ‘20

> 23h00

> 24h00

> 12h00

Exposição "Viagem ao mundo das aranhas", na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro 2019


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