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No dia 6 de Julho decorreu no Ecomuseu Marinha da Troncalhada, a Festa da Botadela, que assinala o início da safra do sal. A Fábrica esteve presente neste evento com o workshop “sais efervescentes”, os participantes tiveram a oportunidade de ficar a saber mais sobre as propriedades de algumas plantas e óleos essenciais e, principalmente, do sal marinho. Mais informações em: www.ua.pt/fabrica
No dia dos Avós, a 26 de julho, a Fábrica convida as famílias, e público em geral, entre as 14h00 e as 17h30, para a inauguração da exposição: “As Carolices do Avô Carlos”. Aqui, será possível explorar brinquedos em madeira, repletos de ciência, construídos pelo avô Carlos, e perceber, entre outras coisas, o funcionamento das roldanas, das alavancas, das gruas, de um pêndulo e muito mais. A entrada é gratuita. Mais informações em: www.ua.pt/fabrica
LESMAS MARINHAS FOTOSSINTÉTICAS
mais informações em www.fabrica.cienciaviva.ua.pt
Fotossíntese é o mecanismo pelo qual algas e plantas utilizam energia solar para criar energia química (moléculas de açucares) a partir de dióxido de carbono e água. O processo decorre em pequenas estruturas das células vegetais designadas cloroplastos, que possuem os pigmentos responsáveis pela absorção de luz, nomeadamente a clorofila. Menos conhecida é a capacidade de algumas lesmas marinhas de realizar a fotossíntese. Estes animais são capazes de se alimentar de macroalgas, digerir a maior parte do material ingerido ao mesmo tempo que incorporam os pequenos painéis solares das células vegetais. Uma vez na célula animal, estes cloroplastos “roubados” (que passam a designar-se cleptoplastos) continuam funcionais. A principal vantagem adaptativa deste fenómeno é a capacidade de as lesmas marinhas obterem carbono derivado da fotossíntese, à semelhança de outros organismos que estabelecem relações de simbiose com microalgas, tais como os corais. A singularidade da cleptoplastia é que os cloroplastos permanecem funcionais na ausência do núcleo e dos restantes componentes da célula vegetal.
A cleptoplastia está descrita num único grupo de animais, as lesmas marinhas da ordem Sacoglossa. Ainda que a cleptoplastia não se enquadre na definição de simbiose, uma vez que o cloroplasto não é um organismo, é vulgarmente designada como simbiose cloroplastidial. A fotossíntese em cleptoplastos pode ser mantida em algumas espécies destas lesmas marinhas por vários meses. O projeto de investigação HULK* – “Cloroplastos Funcionais dentro de Células Animais: Resolvendo o Enigma”, liderado pelo Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) da Universidade de Aveiro tem como principal objetivo compreender o papel dos cleptoplastos no metabolismo de lesmas marinhas fotossintéticas e determinar quais os mecanismos responsáveis pela manutenção dos cleptoplastos funcionais dentro das células animais. No âmbito do projeto HULK, comprovou-se a relevância nutricional da fotossíntese para a espécie Elysia viridis, uma pequena lesma marinha bastante abundante na costa Portuguesa. Mais recentemente, foram aplicadas metodologias inova-
doras (NanoSIMS - Nanoscale Secondary Ionisation Mass Spectrometry) para efetuar uma análise visual e quantitativa de carbono marcado fixado via fotossíntese no tecido animal. Os resultados, em fase de publicação, indicam uma clara transferência de compostos derivados da fotossíntese para as células animais. Mas sequestrar milhões de pequenos painéis solares é uma ousadia com riscos associados. Os cloroplastos são locais de produção de espécies reativas de oxigénio (ROS) com potenciais efeitos negativos para os próprios cloroplastos e para as células hospedeiras. A produção de ROS nos cloroplastos está geralmente associada a situações de luz excessiva. Ainda no âmbito do projeto HULK, verificou-se que as lesmas marinhas fotossintéticas fecham os parápodes (apêndices que se estendem lateralmente a partir do corpo) quando expostas a luz forte, o que provoca uma diminuição significativa da exposição dos cleptoplastos e do stress oxidativo. A manutenção de cloroplastos funcionais está, em parte, dependente desta capacidade de fotoproteção, e demonstra um grau de comunicação
Rua dos Santos Mártires, 3810-171 Aveiro · tel. 234 427 053 · www.fabrica.cienciaviva.ua.pt · www.facebook.com/fccva · fabrica.cienciaviva@ua.pt
surpreendente entre os cleptoplastos e as células animais. Compreender a forma como são mantidos cloroplastos isolados a fixar carbono sem o núcleo da célula vegetal é um desafio aliciante com uma infinidade de possíveis aplicações, desde a síntese de bioprodutos à produção de energia.
* O projeto HULK (PTDC/BIAANM/4622/2014–POCI-01-0145-FE DER-016754) é financiando pelo Programa Operacional Competitividade e Internacionalização, Fundação para a Ciência e Tecnologia/Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Programa Operacional Regional de Lisboa e Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, no âmbito do Acordo de Parceria Portugal 2020 e COMPETE 2020. Paulo Cartaxana e Sónia Cruz CESAM e Dep. de Biologia Universidade de Aveiro
Imagem: Wikimedia Commons
ABC CIENTISTAS
Ciência na Agenda
ACTIVIDADES EM TODO O PAÍS 15 JULHO / 15 SETEMBRO 2019
Neil Armstrong (1930 - 2012)
Neil Armstrong nasceu a 5 de agosto de 1930, em Wapakoneta, no estado do Ohio, Estados Unidos da América. A sua grande paixão era pilotar, tendo aprendido aos 15 anos. Tornou-se piloto da Marinha dos Estados Unidos, tendo exercido esta profissão entre 1949 e 1952, na qual se destaca 78 missões, na Guerra da Coreia. Em 1955, Armstrong forma-se em Engenharia Aeroespacial pela Universidade de Purdue, em West Lafayete, Indiana, tendo-se tornado piloto civil da NACA (Conselho Nacional de Aeronáutica), agência que precedeu à criação da NASA. Em 1961, a NASA deu início o Projeto Apollo cujo objetivo era explorar a Lua. Foram diversas as missões até que, no dia 16 de julho de 1969, a nave Apollo 11
foi lançada do Centro Espacial Kennedy, em Cabo Canaveral na Flórida. Instalado na ponta do foguetão Saturno V, no dia 20 de julho de 1969, o Módulo Lunar pousou na Lua. "Um pequeno passo para o homem, um passo gigantesco para a Humanidade.", foi proferida por Neil Armstrong, quando se tornou o primeiro homem a pisar a Lua. Esta é uma das frases mais marcantes da história do séc. XX. Em 1970, concluiu o mestrado em Engenharia Aeroespacial na Universidade do Sul da Califórnia e um ano mais tarde deixou a NASA, assumindo entre outros projetos, o ensino na Universidade de Cincinnati ao lecionar Engenharia Espacial, atividade que exerceu até 1980. Neil Armstrong faleceu a 25 de agosto de 2012 em Cincinnati, Estados Unidos.■
Mais informações e inscrições www.cienciaviva.pt/veraocv/2019
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15h00
Ciência Viva no Verão: “Escudo Solar”, na Praia da Barra, Ílhavo.
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14h30
Inauguração da exposição: “As Carolices do Avô Carlos”, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.
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15h00
Ciência Viva no Verão: “Escudo Solar”, na Praia da Costa Nova, Ílhavo.
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até
set ‘19
até
mar ‘20
até
mai ‘20
> 17h00
> 17h00
> 17h00
Exposição "Posters com Ciência", na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. Exposição "Viagem ao mundo das aranhas", na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. Exposição "Rádio con:vida", na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro 2019