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Foto da semana

A não perder!

Nos dias 9 e 12 de setembro a Fábrica recebeu para mais duas sessões de um conjunto de várias Formações Dóing: "Movimento Maker e conteúdos STEAM", as equipas dos novos makerspaces do Rómulo - Centro Ciência Viva da Universidade de Coimbra, do Município de Pombal e do Município de Ílhavo. Nestas sessões, foram explorados temas e atividades como: máquinas de rabiscos, impressões 3D e eletrónica e soldadura. Mais informações em: www.fabrica.ua.pt

No dia 22 de setembro das 10h00 às 13h00, a Fábrica lança-te um desafio no seu Makerspace, dedicado à “Eletrónica e Soldadura”. Aqui será possível, através da construção de um protótipo, explorar em contexto de família ou entre amigos, a partir dos 10 anos, circuitos elétricos e conceitos de eletrónica e soldadura. Por marcação e com inscrições limitadas, com o valor de participação de 7,50€. Mais informações e inscrições em: 234 427 053 ou fabrica.cienciaviva@ua.pt.

Se não houvesse vento…

Como toda a gente vê, estes dois desportos (surf e bodyboard) têm, por suporte natural, a vaga em rebentação na praia. Acontece que esta onda, um dos principais agentes da dinâmica atuante na zona litoral, não é mais do que a agitação da camada superficial das águas numa determinada “área de geração”, lá longe, no oceano, soprada pelo vento. A ondulação transporta quase toda essa energia (a do vento), sob a forma de ondas ou vagas, a caminho dos litorais, consumindo-a aí, quer na rebentação, quer nas “correntes litorais”, a que dão origem. Ao aproximar-se de terra, e à medida que a profundidade se reduz, a crista da onda torna-se, progressivamente, assimétrica, tombando para a frente até rebentar. As características físicas da ondulação (altura, período, frequência, etc.) refletem a energia disponível e dependem da intensidade do vento, da duração da sua incidência e da “distância de coleta”, isto é, a extensão, em comprimento, da região do mar soprada pelo vento. Com poucas perdas durante a propagação, as vagas atingem os litorais, exercendo aí, sobretudo, erosão e transporte. Nos fundos arenosos não consolidados, situados

a profundidades suscetíveis de sofrerem as ações das vagas, estas remobilizam uma parte mais superficial da cobertura móvel (em geral, areia), promovendo sedimentação (ou ressedimentação) muito particular, reconhecida pelas marcas de ondulação, ou “ôndulas”, que lhe são próprias. A retenção, nas grandes albufeiras das barragens hidroelétricas, da maior parte dos inertes, em trânsito nos rios, é uma das causas dos recuos verificados em certas linhas de costa. Outra causa reside na extração industrial de inertes (areias e/ou cascalho), na ordem de muitos e muitos milhões de toneladas por ano, das praias, das dunas e dos rios, incluindo os estuários. O desassoreamento de portos e barras constitui uma outra causa dos referidos recuos. A construção de enrocamentos, como sejam os molhes e os esporões, com o fim de proteger determinados setores da costa, acabam sempre por transferir o mesmo tipo de problemas para jusante e, geralmente, de forma agravada. A adulteração da paisagem física em nome do desenvolvimento é um facto que está a atingir proporções preocupantes. Os reflexos no litoral da intervenção do

homem são hoje bem visíveis e as soluções encontradas, para os minimizar ou eliminar, nem sempre são as melhores. A conclusão a tirar desta realidade é a de que não se pode continuar a planear o litoral de costas viradas para os conhecimentos que a ciência já está apta a fornecer. Há, pois, que saber conviver com o mar e respeitar os seus códigos que já conhecemos com razoável pormenor. No sentido de minimizar estes inconvenientes, tem-se recorrido a ensaios realizados em tanques especiais, onde, em modelos reduzidos, se procuram simular as condições naturais e as alterações a introduzir, a fim de estudar os seus efeitos. Modernamente, com o desenvolvimento dos meios informáticos, estão a utilizar-se modelos matemáticos com idênticos propósitos. Em conclusão e resumidamente, pode afirmar-se que a geometria e as características dinâmicas desta franja “onde a terra se acaba e o mar começa” resultam de um conjunto de fatores e condicionantes naturais, a que se têm vindo a sobrepor outros, próprios da civilização, que não é despiciendo conhecer melhor. Para além das oscilações do nível do mar, ou eustáticas, e das deformações da

Rua dos Santos Mártires, 3810-171 Aveiro · tel. 234 427 053 · www.fabrica.cienciaviva.ua.pt · www.facebook.com/fccva · fabrica.cienciaviva@ua.pt

crosta, quer epirogénicas quer orogénicas, sobressaem, por serem mais visíveis: a natureza e a estrutura das rochas (e a sua maior ou menor vulnerabilidade à erosão); o clima, em especial no que diz respeito à pluviosidade, à temperatura e aos ventos; e, ainda, outros fatores, próprios do mar, como sejam as vagas (intensidade e orientação), as marés e as correntes marinhas. Em complemento das ações mecânicas destes agentes forçadores, são ainda importantes as de alteração química e/ou de dissolução que a água do mar exerce sobre as rochas do litoral, com efeitos variáveis em função das respetivas naturezas. Por outras palavras, pode dizer-se que esta interface da hidrosfera com a litosfera se define pelas leis naturais, ou seja, pelas leis da física e da química, sempre subjacentes aos processos geológicos e biológicos. As vagas, desencadeadas por ação do vento, transmitem até ao litoral a energia que dele recebem e têm a sua ação erosiva grandemente potenciada pelo efeito abrasivo dos materiais (areias, seixos, blocos) que põem em movimento. Em resultado desta ação formam-se os litorais de erosão, ou catamórficos, caracterizados por arribas, ou falésias alcantiladas, que recuam à medida que aumenta a plataforma litoral ou de abrasão marinha. Deste recuo restam como testemunhos pontas rochosas, promontórios ou cabos escarpados, muitas vezes prolongados mar adentro por pontuações igualmente rochosas (ilhéus, baixios, escolhos, abrolhos, calhaus, pedras, etc., nos diversos modos de dizer locais), com destaque para a Costa Vicentina e para os cabos da Roca, de S. Vicente, de Sagres e do Carvoeiro, com a conhecida e elegante Nau dos Corvos. A.M. Galopim de Carvalho Ciência na Imprensa Regional / Ciência Viva

mais informações em www.fabrica.cienciaviva.ua.pt

Ciência na Agenda

19H00 › 24H00

até

mar ‘20

A

CIÊNCI GRANDE FESTA DE

ENTRADA LIVRE

No dia 27 de setembro, a Fábrica Centro Ciência Viva e a Universidade de Aveiro promovem a Noite Europeia dos Investigadores em Aveiro, uma iniciativa da Comissão Europeia que procura aproximar a ciência e os investigadores do público em geral. Uma grande festa gratuita dedicada a todas as famílias que irá juntar ciência, tecnologia, música, arte e muita animação. Num ambiente descontraído e informal, aberto à cidade, proporcionam-se momentos de contacto direto entre investigadores e o público participante, através de diversas atividades de comunicação e divulgação da ciência, tais como a Feira de Ciência e Tecnologia - Science@UA, um espetáculo de Arte e Ciência, exposições interativas, laboratórios abertos, atividades maker, planetário, entre outros. As famílias podem ainda contar com muita animação e uma zona destinada a refeições ligeiras. O evento decorre na Fábrica e espaço exterior envolvente, das 19h00 às 24h00, e a entrada é livre. O programa detalhado do evento pode ser consultado em www.fabrica.ua.pt

EXPOSIÇÃO “VIAGEM AO MUNDO DAS ARANHAS”

20

10h00

22 set

10h00

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set ‘19

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mar ‘20

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jul ‘20

> 17h00

> 13h00

> 24h00

A Fábrica vai... à Cerciag em movimento, no Largo 1º de maio, em Águeda.

Workshop Dóing - “Eletrónica e Soldadura”, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. Noite Europeia dos Investigadores, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. Exposição "Posters com Ciência", na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. Exposição "Viagem ao mundo das aranhas", na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. Exposição "Rádio con:vida", na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro 2019


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