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Imagem: NASA via Wikimedia Commons

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ABC dos Cientistas

Katherine Johnson (1918-2020)

Katherine Johnson nasceu a 26 de agosto de 1918 nos Estados Unidos da América. Esta notável mulher negra desempenhou um papel fundamental no programa espacial, tendo sido um elemento-chave no programa Apolo, que levou a humanidade até à Lua. Foi matemática, física e cientista espacial. Cresceu em White Sulphur Springs, na Virgínia Ocidental, numa altura em que as oportunidades de educação eram limitadas para negros, devido à segregação racial. Onde residia, não existiam escolas para crianças negras, mas a família Coleman estava determinada: os seus filhos teriam uma educação de qualidade.

Por este motivo, no outono, a mãe, professora, mudou-se com os seus filhos para Kanawha County, West Virginia, onde ficaram numa casa alugada, para que os filhos pudessem frequentar o ensino secundário, voltando apenas no verão à vila (cerca de 200 km de distância), onde o pai trabalhava como agricultor. Desde criança que Katherine Johnson era fascinada por números, tendo começado a estudar na West Virginia State High School em 1928 e tendo-se formado em 1932. As suas aptidões para esta área fizeram-na entrar aos 15 anos no Colégio Estadual da Virgínia Ocidental. Formou-se em matemática

e francês, antes de se tornar uma das primeiras estudantes negras a obter uma pós-graduação na mesma universidade, em 1938. Em 1953, depois de lecionar durante sete anos, foi trabalhar para o National Advisory Commitee for Aeronautics, antecessor da NASA, em Hampton, com dezenas de outras mulheres negras. Katherine e o seu primeiro marido, James Goble, que morreu em 1956, tiveram três filhas, e ela voltou a casar com o tenente-coronel James Johnson, cujo apelido adotou. Ao longo dos 33 anos em que esteve na NASA, trabalhou nos programas

Rua dos Santos Mártires, 3810-171 Aveiro · tel. 234 427 053 · www.fabrica.cienciaviva.ua.pt · www.facebook.com/fccva · fabrica.cienciaviva@ua.pt

espaciais, como: Mercury e Apolo, nomeadamente a missão que levou Neil Armstrong à Lua em 1969. No entanto, o seu trabalho era desenvolvido em instalações separadas dos colegas brancos, não só as secretárias, mas também as casas de banho e as cantinas. Johnson moveu-se num meio quase exclusivamente de homens brancos, quando foi escolhida para fazer parte da equipa que deu apoio à missão de 1961, que fez de Alan Shepard o primeiro americano no espaço. Acabaria por calcular trajetórias de foguetões, janelas de oportunidade de lançamentos espaciais e rotas orbitais. A sua contribuição na primeira missão à Lua (que incluiu os cálculos que sincronizaram o módulo lunar Eagle e o módulo de comando que ficou em órbita), foi crucial, histórica, e obviamente motivo de grande orgulho para ela. Katherine e as suas colegas negras da NASA eram conhecidas como “computadores”, numa altura em que o termo não designava uma máquina, mas sim as pessoas que faziam cálculos, e ela esteve na transição para a era dos computadores, trabalhando assim no programa espacial, até se reformar em 1986. O génio matemático de Katherine Johnson levou-a, do trabalho nos bastidores e das instalações segregadas da NASA, à fama, apesar de terem sido necessárias décadas para o seu talento ser publicamente reconhecido. Em 2016, a NASA homenageou-a, dando a honra do seu nome a um centro de investigação na sua terra natal de Hampton, na Virgínia, e nesse mesmo ano fez parte da lista da BBC para as cem mulheres mais inspiradoras e influentes! Um ano mais tarde, a sua universidade, a Universidade Estadual da Virgínia Ocidental, assinalou o seu 100.º aniversário criando uma bolsa em seu nome. Faleceu na passada segunda-feira, 24 de fevereiro, com 101 anos. ■

Foto da semana

A não perder!

De 22 a 25 de fevereiro, a Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro acolheu e coorganizou os Campeonatos de Xadrez de Aveiro, juntamente com a Associação de Xadrez de Aveiro, o Clube de Xadrez do Agrupamento de Escolas de Aveiro e a Edubox. Estes campeonatos são abertos a todos os jogadores filiados na Federação Portuguesa de Xadrez através da Associação de Xadrez de Aveiro, de acordo com os escalões etários em vigor na época 2019/2020. Cerca de 60 participantes vivenciaram 4 dias de muita concentração e estratégia!

No próximo dia 6 de março, a Fábrica garante mais um programa de Babysitting de ciência. Crianças dos 6 aos 12 anos terão à sua espera uma noite de diversão garantida, sendo que o programa inclui atividades científicas, jantar (opcional) e ceia. O programa terá início às 19h30 (opção com jantar), ou às 21h00 (opção sem jantar), e terminará às 24h00. O bilhete com jantar incluído é de 15€ e sem jantar de 10€. As inscrições podem ser feitas através dos contactos 234 427 053 ou fabrica.cienciaviva@ua.pt

mais informações em www.fabrica.ua.pt

Ciência na Agenda

08 mar

Mais vale saber… Cães médicos?!?! Os investigadores entendem que o cérebro e o nariz dos cães, ao funcionarem em conjunto, são “um dos mais sofisticados mecanismos de deteção de odores do planeta”. O faro de um cão é milhares de vezes mais apurado que o nosso olfato, essencialmente porque: o nariz do cão é constituído por duas vias de passagem de ar (uma para respirar e outra para cheirar); a área olfativa do nariz do cão pode medir 130 cm 2 ou mais, enquanto a dos humanos mede apenas 5 cm2; e um cão pode ter até 50 vezes mais células recetoras de sensações olfativas do que um humano. Por estas razões, um cão “pode detetar o cheiro de certas substâncias na proporção de

algumas partes por bilião. Esta proeza equivale a conseguir saborear cerca de um quarto de uma colher de chá de açúcar dissolvido numa piscina olímpica.” Quando a nossa saúde se altera temos alteração do odor do nosso corpo. Para nós não é uma diferença percetível, mas para um cão treinado é fácil de detetar e, por esta razão, estes cães podem ajudar no diagnóstico precoce de doenças neurológicas debilitantes, tal como a doença de Parkinson, de certos tipos de cancro, detetar a presença de certas bactérias nocivas, detetar a malária, fazer a deteção de níveis baixos de açúcar em doentes diabéticos e alertá-los, entre outros.■ comunidades

saudáveis

financiamento

11h00

DOMINGO DE MANHÃ NA BARRIGA DO CARACOL

06 mar

19h30 > 24h00

08 e 15

Babysitting de ciência, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.

11h00 > 12h00

Domingo de manhã na barriga do caracol, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.

mar

mar

15

10h00

Workshop Dóing, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.

29

11h00

Ciência… ao pequeno-almoço!, no Hotel “As Américas”.

mar

mar

> 13h00

> 12h00

30 03 mar

abr

06 09

05 abr

11h00

Pai, vou ao espaço e já volto! – “As estações do ano”, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.

> 12h00

abr

abr

08h50 > 17h45

Férias da Páscoa com Ciência, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.

Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro 2020


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