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Mais vale saber… O que é a Pegada Hídrica? A água é um recurso renovável mas não infinito. Por isso mesmo, foi criado o conceito de pegada hídrica, um indicador que ajuda a entender como os hábitos de consumo são responsáveis pela crise hídrica no mundo e que a preservação da água pode ir muito além de apenas fechar a torneira em casa. Não associamos que para além da água utilizada para beber, cozinhar ou lavar, muito mais é consumida na produção dos alimentos que ingerimos, da roupa que vestimos ou do papel que compramos. A pegada hídrica é então um indicador que determina o volume total de água usada para produzir os bens e serviços consumidos pelo indivíduo, comunidade ou empresa. Este cálculo permite compreender o papel da água no fabrico de produtos ao longo de toda a cadeia produtiva (desde a matéria-prima até ao produto final). Por exemplo, para produzir umas calças de ganga são gastos cerca de 5000 litros de água; para um quilograma
Água e alterações climáticas Ontem comemorou-se o Dia Mundial da Água. Esta data é celebrada, anualmente, no dia 22 de março, depois de a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) ter aprovado a data, por resolução, em 1993. Este ano, a ONU escolheu o tema “Água e mudanças climáticas” para celebrar este dia. A Europa tem sido afetada pelas alterações climáticas e têm-se vindo a sentir os impactos tanto na terra como nas massas de água (lagos, rios, oceanos e mares que rodeiam o continente). Uma vez que há mais água do que solo à superfície da Terra, acredita-se que o aquecimento dos oceanos tenha sido responsável por cerca de 93% do aquecimento do planeta desde a década de 1950. Este aquecimento é resultado do aumento das emissões de gases com efeito de estufa, sobretudo do dióxido de carbono, que, por sua vez, tem retido cada vez mais energia solar na atmosfera. A maior parte deste calor retido acaba por ser armazenado nos oceanos, afetando a temperatura e a circulação da água. Como consequência, as calotas polares têm vindo a derreter e, à medida que a área total da superfície coberta de gelo e de neve a nível mundial diminui, ocorre menos reflexão de energia solar para o espaço, aumentando ainda mais o aquecimento do planeta. Esta situação, por sua vez, resulta na entrada de mais água doce nos oceanos, alterando ainda mais as
correntes. A temperatura da água é um regulador da vida marinha e o seu aumento está já a provocar grandes alterações na água mais profunda, incluindo mudanças significativas na distribuição das espécies marinhas. Outra consequência da subida da temperatura da água é o aumento do risco de doenças transmitidas pela água, como por exemplo, a infeção por vibriões (um tipo de bactéria) na região do mar Báltico. Estima-se que os oceanos, o maior sumidouro de carbono do nosso planeta, tenham absorvido cerca de 40 % de todo o dióxido de carbono emitido pelos seres humanos desde a Revolução Industrial. Sabe-se que as alterações nos padrões de circulação oceânica estão a afetar a quantidade de dióxido de carbono que os oceanos conseguem absorver. Qualquer redução da capacidade dos oceanos para captar dióxido de carbono da atmosfera é suscetível de aumentar a sua concentração global na atmosfera e, por consequência, de contribuir para as
alterações climáticas. A acidificação, processo através do qual mais dióxido de carbono é absorvido pelo oceano e mais ácido carbónico é produzido, constitui igualmente uma ameaça crescente. Por exemplo, os mexilhões, os corais e as ostras, que criam as suas conchas a partir do carbonato de cálcio, têm mais dificuldade em construir as suas conchas ou materiais esqueléticos, à medida que o pH da água do mar diminui, o que os torna mais frágeis e vulneráveis. A acidificação pode também afetar a fotossíntese das plantas aquáticas. O ciclo hidrológico da Terra, que distribui continuamente água dos nossos oceanos para a atmosfera, para a terra, para os rios e lagos, e novamente para os nossos mares e oceanos, tem sofrido um grande impacto devido às alterações climáticas. Estas aumentam os níveis de vapor de água na atmosfera e estão a tornar a disponibilidade de água menos previsível. Esta situação pode conduzir a chuvas torrenciais em algumas zonas, ao passo que noutras
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regiões podem enfrentar condições de seca mais graves, especialmente durante os meses de verão. Têm-se vindo a verificar fenómenos meteorológicos extremos em toda a Europa. Destes são exemplo, o “vórtice polar” ou “besta de Leste” do inverno de 2017-2018, que trouxe do Ártico ventos invulgarmente frios até muitas zonas da Europa, e a onda de calor “Lúcifer” do verão de 2017, que registou temperaturas elevadas superiores a 40 ºC nas regiões do sul da Europa. A mitigação das alterações climáticas redução das emissões de gases com efeito de estufa - tem vindo a ser debatida pela UE. As experiências e as previsões de mais inundações, secas, subida do nível do mar e outros fenómenos meteorológicos extremos estão a fazer com que cada vez mais entidades públicas em toda a UE tomem medidas com vista à adaptação às novas realidades climáticas. A utilização mais eficaz da água e menos desperdício são elementos essenciais destas estratégias de adaptação.■
de açúcar são necessários 1500 litros de água; e um quilo de carne vermelha corresponde a um gasto de 15000 litros de água. Portugal é considerado o sexto país entre 140 países com a pegada hídrica de cada habitante mais elevada devido, principalmente, ao setor agrícola. Calcula-se que a utilização de água em Portugal seja aproximadamente de 52 metros cúbicos por pessoa por ano. Mas, se se acrescentar a este consumo pessoal, toda a água utilizada nos bens consumidos, desde a agricultura à energia, chega-se à conclusão que cada português é responsável pela utilização de 2.264 metros cúbicos por ano, o equivalente ao conteúdo de uma piscina olímpica. Por isso a importância deste indicador, que alerta para o gasto “oculto” de água e consciencializa as pessoas que a preservação da água depende das opções de consumo de cada um.■
. 833,3 mL de álcool etílico 96% (v/v) . 41,7 mL de água oxigenada 3% . 14,5 mL de glicerol 98% . Água destilada ou fervida . Frasco com capacidade para 1 L Como fazer?
1. Colocar as quantidades indicadas de álcool etílico, água oxigenada e glicerol no frasco. Perfazer até 1 L com água destilada ou fervida. 2. Agitar o frasco suavemente para misturar o conteúdo. O que acontece?
O álcool etílico (etanol) é um eficiente desinfetante de superfícies/objetos e antisséptico de pele. Para este propósito, o grau alcoólico recomendado é 70%,
condição que propicia a desnaturação de proteínas e de estruturas lipídicas da membrana celular, e a consequente destruição do microrganismo. O etanol age rapidamente sobre grande parte das bactérias (inclusive microbactérias), vírus e fungos. O álcool etílico resseca as mãos e, por essa razão, é adicionado o glicerol. Esta substância funciona como umectante, ou seja, retém a humidade na pele. A água oxigenada (peróxido de hidrogénio) é uma substância com grande poder oxidante e, por isso, com ação rápida sobre diversos microrganismos, incluindo os esporos, não destruídos pelo álcool.■ comunidades
saudáveis
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B.I. dos Objetos | Moinho de água
Experimentandum Líquido desinfetante para as mãos
O que preciso?
AVISO - COVID-19
financiamento
Nome: Moinho de água Local de registo: China Ano: Desconhecido
Historial:
Os primeiros registos indicam que o moinho de água foi inventado na China, durante a dinastia Han (202 a.C.- 220 d.C.). Também no século I a.C., há informação de os gregos e os romanos usarem rodas de água fixas e flutuantes, “espalhando” depois essa tecnologia” pela Europa, introduzindo a energia hídrica nos países do seu Império. Como indica a sua etimologia latina (o verbo molo, molis, molere, molui, molitum: “moer”), esta tecnologia servia para, entre outras funções, moer cereais e transformá-los em farinha.
O seu funcionamento era muito simples, aproveitando a energia cinética do movimento dos rios, conseguiam fazer rodar o moinho e acionar depois o sistema de moagem instalado. Muito importante durante dois milénios, e permanecendo ainda em uso no decorrer do século XX, o moinho de água começou então, no entanto, a entrar cada vez mais em desuso, tendo surgido outras formas mais industriais para o efeito. Esta estrutura representa uma excelente forma de aproveitamento de uma energia natural, não poluente e ecológica, já que não implica praticamente nenhum desvio do curso das águas e não altera a fauna nem a flora fluvial, assegurando que o ecossistema se mantém intacto.■ Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro 2020