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Mais vale saber…

ABC dos alimentos…

O que é uma vacina?

Kiwi

Bicho de contas

Dia Internacional da Imunologia em tempo de COVID-19 Ritmo de leitura

Imagem: Creative Commons

Se eu leio 5 páginas por dia de um livro, eu termino de ler 16 dias antes do que se eu estivesse a ler 3 páginas por dia. Quantas páginas tem o livro?

O Dia Internacional da Imunologia celebra-se a 29 de abril desde 2005, um evento que envolve cientistas de todo o mundo na divulgação de ciência e imunologia. A cidade de Aveiro celebra esta data desde 2017 através da organização de eventos variados numa sinergia entre a Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro e o Instituto de Biomedicina da Universidade de Aveiro (iBiMED). Este ano, devido à presente situação pandémica de COVID-19 não foi possível a realização de uma celebração física do dia da Imunologia, o que acresce a importância da comunicação e sensibilização desta temática perante a comunidade. A Imunologia, como o nome sugere, é a ciência que estuda o sistema imunitário, responsável por defender o nosso organismo de infeções como é o caso do coronavírus SARS-CoV-2, que nos últimos meses se espalhou por todo o mundo e matou milhares de pessoas. A sua biologia e epidemiologia ainda não são bem conhecidas e ainda não existe uma vacina, o que faz deste vírus um autêntico desafio para o nosso sistema imunitário. O foco da comunidade científica tem sido o desenvolvimento de testes de diagnós-

tico, bem como de potenciais vacinas e tratamentos. Atualmente, vários laboratórios certificados portugueses incluindo o iBiMED, realizam testes para o SARS-CoV-2. Neste momento há dois tipos de testes disponíveis: os moleculares e os serológicos. Os testes moleculares reconhecem a presença do vírus no organismo através da análise da sua sequência genética. Este método tem sido usado como diagnóstico preferencial devido à sua alta sensibilidade e relativa rapidez. Além disso usa amostras de mucosas nasais que são de fácil colheita. Os testes serológicos permitem identificar os indivíduos que já estiveram em contacto com o vírus mesmo na ausência de sintomas. Esta metodologia tem como base a monitorização da presença de anticorpos no sangue, que são proteínas produzidas pelo organismo em resposta a uma infeção. Durante uma infeção, o vírus é reconhecido pelas células dendríticas, as “guardiãs” do sistema imunitário, que ativam os linfócitos T. Os linfócitos T detetam e eliminam as células infetadas ao mesmo tempo que estimulam as células B a produzir

anticorpos. Em caso de segundo contacto, os anticorpos são capazes de reconhecer o vírus e montar uma resposta imediata e eficaz, protegendo o organismo. A presença de anticorpos previne e minimiza o risco de reincidência, viabilizando o desenvolvimento de imunidade. Todavia, ainda se desconhece a que ponto da infeção os anticorpos produzidos estão operacionais, qual a quantidade necessária para prevenir uma reinfeção e durante quanto tempo essa imunidade dura. Este conceito não é elementar e varia consoante a genética do organismo, a idade e o estilo de vida. Por estas razões a deteção de anticorpos através de um teste serológico não dá confiança suficiente para afirmar proteção completa contra uma possível reinfeção. Os testes serológicos são, portanto, uma medida de diagnóstico auxiliar e devem ser realizados em complemento de testes moleculares. Não obstante, são uma ferramenta importante e vantajosa uma vez que permitem obter resultados em minutos. Devido às potencialidades no combate à infeção, a produção de anticorpos pode ser a chave para o desenvolvimento da tão ambicionada

Rua dos Santos Mártires, 3810-171 Aveiro · tel. 234 427 053 · www.fabrica.cienciaviva.ua.pt · www.facebook.com/fccva · fabrica.cienciaviva@ua.pt

vacina. Investigadores e médicos especialistas de todo o mundo têm trabalhado incansavelmente com o objetivo de decifrar os segredos da biologia e imunologia do SARS-CoV-2. Este esforço e investimento global prometem ultrapassar essa barreira de conhecimento e possibilitar o desenvolvimento de vacinas e terapias para prevenção e tratamento eficiente da COVID-19. No presente momento, a colaboração das populações nas medidas de contingência é ainda a melhor maneira de evitar que esta catástrofe humanitária tome proporções ainda maiores. A eventualidade da erradicação deste vírus faz crescer a esperança da população mundial em melhores condições de saúde para todas as faixas etárias. Andreia Vilar Mendes Instituto de Biomedicina (iBiMED) Universidade de Aveiro

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Os primos

Uma vacina é uma preparação de antigénios (que podem ser vírus ou bactérias inteiras, que foram mortos ou atenuados, ou fragmentos desses microrganismos), que é administrada a um indivíduo, provocando uma resposta imunitária protetora específica de um ou mais agentes infeciosos. Uma vacina desencadeia uma reação imunitária sem provocar a doença. Existem diversos processos de produção de vacinas: enfraquecimento do microrganismo através de culturas sucessivas (p. ex., a vacina contra o sarampo, rubéola e papeira); extração de porções do microrganismo que desencadeiam a resposta imunitária (p. ex., a vacina contra a meningite C); enfraquecimento da toxina que o microrganismo produz (p. ex., a vacina contra o tétano). Em alguns casos podem ser incluídas numa mesma vacina antigénios de mais do que um microrganismo (vacinas combinadas), como é o exemplo da vacina contra a difteria, tétano e tosse convulsa. As vacinas estimulam o sistema imunitário, acionando uma resposta que leva à formação de anticorpos e criação de células de memória. Desta forma, quando o nosso organismo entra em contacto posterior com o agente infecioso, o nosso sistema imunitário reconhece-o e responde de forma rápida e eficaz, prevenindo a infeção. A aquisição de proteção conferida pelas vacinas demora, em geral, algumas semanas.■

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Kiwi ou yang tao é um fruto da planta trepadeira Actinidia chinensis, caracterizado por possuir casca castanha e coberta por pelos. Esta espécie é nativa da China (Taiwan), no entanto as sementes foram levadas em 1904 para a Nova Zelândia e, desde então, têm sido desenvolvidas variedades de cultivo originando novas espécies. O kiwi-amarelo é um exemplo, é o fruto de uma nova espécie Actinidia deliciosa. Este fruto contém vitamina C (um kiwi médio fornece a dose diária recomendada de vitamina C), carotenoides, polifenóis e fibras. Todos estes componentes são benéficos para o sistema imunitário. Para além disso, diversos estudos provam que o consumo de kiwi tem outros efeitos positivos na saúde humana. Causa melhoria no sistema intestinal através das propriedades laxantes, auxilia o processo de digestão e promove uma microflora intestinal saudável. Intervém no sistema cardiovascular devido à atividade antioxidante, inibição da agregação plaquetária e redução dos níveis de triglicerídeos. Influencia vários biomarcadores de stress oxidativo, regula positivamente vários conjuntos de genes relacionados com ADN de reparação. E ainda reduz a incidência e a gravidade dos sintomas de infeções do trato respiratório superior, como constipações e gripes. Comer kiwis mantém o bom funcionamento do sistema imunitário, cardiovascular e digestivo, melhorando a saúde e o bem-estar.■

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Se o meu avô tem quatro filhos e cada filho por sua vez também tem quatro filhos, quantos primos tenho eu?

AVISO COVID-19

Seguindo as indicações do Plano de Prevenção e Atuação da Universidade de Aveiro, e de acordo com as medidas da Direção Geral de Saúde, por forma a minimizar o impacto do COVID-19, informamos a suspensão da realização de todos os eventos e iniciativas da Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro, incluindo o encerramento ao público, por tempo indeterminado. Gratos pela compreensão.

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Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro 2020


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