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A não perder!

Após mais de dois meses encerrados, a Fábrica reabriu portas no dia 1 de junho. Neste dia tão especial, celebrámos o Dia Mundial da Criança com gelados científicos, bolhas de sabão surpreendentes, robôs, jogos matemáticos e uma viagem ao mundo radiofónico. Os espaços da Fábrica estão adaptados, e a programação repensada, para garantir momentos de diversão e de envolvimento com a ciência e a tecnologia, para todas as idades e com muita segurança! Mais informações, e marcações, através de 234 427 053 ou fabrica.cienciaviva@ua.pt.

De 17 a 21 de junho, a Fábrica lança-te mais um desafio no seu Makerspace, o estágio Dòing dedicado à “Programação Scratch”. Os participantes, a partir dos 10 anos, poderão desenvolver animações, jogos, música, arte e até controlar robôs, ao criar sequências de comandos simples, de forma a produzirem ações desejadas. As sessões decorrerão das 14h30 às 17h00. Este estágio é financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian e a sua participação é gratuita, com marcação prévia. Mais informações, e inscrições, através de 234 427 053 ou fabrica.cienciaviva@ua.pt.

mais informações em www.fabrica.ua.pt

Mais vale saber… O campo magnético da Terra

ABC dos Cientistas

James Hutton (1726-1797)

“Desde o topo da montanha à praia no mar, tudo está em estado de mudança.” Em 1726, na cidade de Edimburgo, Escócia, nascia aquele que viria a ser considerado o Pai da geologia moderna, o Sir James Hutton. Filho de um comerciante, viria a perder seu pai ainda muito jovem, ficando a sua educação escolar inicial a cargo da sua mãe. Só mais tarde entrou para a escola, tendo seguido depois para diversas universidades como a de Edimburgo para estudar medicina. Consta que não gostava muito de matemática, mas que tinha um grande

interesse pela química. Licenciou-se em medicina, cuja dissertação foi sobre a circulação do sangue, mas acabou por não exercer e voltou para a sua quinta para trabalhar na agricultura. Foi neste período que Hutton, dado o seu poder de observação, começou a ter interesse pelas rochas e como estas interagiam na Terra. Foi então que, em 1768, regressou a Edimburgo e começou a desenvolver as suas ideias sobre uma área à qual hoje chamamos de geologia. Hutton foi o primeiro a deduzir que no interior da Terra haveria altas pressões e temperaturas que causariam reações químicas, permitindo a formação de rochas como o granito. Numa época em que se acreditava que a Terra tinha só 6 mil anos e que tudo era resultado de catástrofes naturais, Hutton apresentou, em 1788, na Royal Society of Edinburgh, a teoria de um ciclo contínuo, em que as rochas e os solos

seriam desgastados e levados para o mar, compactados e forçados a aflorar à superfície, para serem desgastados novamente e originar novos sedimentos que seriam levados para o mar. Este afirmou que “o resultado, portanto, dessa investigação física, é que não encontramos vestígio de começo, nem perspetiva de fim.”. A prova desta teoria foi dada pelo mesmo, em Siccar Point, na costa leste da Escócia, onde mostrou a existência de camadas atualmente verticais de xisto e camadas horizontais sobrepostas de arenito e que só poderiam ser explicadas pela ação de enormes forças durante períodos bem superiores a 6 mil anos. Essas forças tinham a capacidade de inclinar, dobrar e deformar estratificações rochosas, de uma forma natural, dinâmica e uniforme ao longo de milhões de anos. Tal ideia era totalmente oposta ao que se pensava na altura, isto é, ao catastrofismo.

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Nascia assim um dos principais conceitos de Hutton, a teoria do Uniformitarismo. Esta teoria é hoje um dos princípios fundamentais da geologia: as forças geológicas que atuaram no passado na Terra segundo processos lentos e graduais, são as mesmas que atuam no presente. James Hutton faleceu em 1797, no mesmo ano em que nascia Sir Charles Lyell, que desenvolveu posteriormente a teoria de Hutton. James Hutton foi sem dúvida uma figura relevante nas ciências geológicas e que veio influenciar os pensamentos dos futuros geólogos. Em sua honra, o contacto entre o xisto e o arenito em Siccar Point, é hoje conhecido como a “Inconformidade de Hutton”. A 1 de abril de 2011, foi criada uma organização internacional de investigação com o seu nome James Hutton Institute - que pretende impulsionar o uso sustentável da Terra e dos recursos naturais.■

Nome: Estetoscópio Ano: 1816 Nacionalidade: Francesa Inventor: René Laënnec

Historial:

As primeiras referências ao uso da auscultação para fins diagnósticos datam do período hipocrático (460 a 370 a.C.). Colocando o ouvido sobre o tórax ou o abdómen do paciente, realizava-se a auscultação direta. Muito tempo depois, Laënnec usou um tubo de papel enrolado para canalizar o som proveniente do peito do paciente para o seu ouvido. Não se sabe ao certo como Laënnec criou a sua invenção, mas ele percebeu desde o início que as propriedades acústicas do tubo aumentavam bastante a capacidade de se ouvir os sons vitais do coração e dos pulmões. Assim, criou este objeto em madeira e

deu-lhe o nome "estetoscópio" a partir de duas palavras gregas: “stethos” (peito) e “skopein” (ver). Ele chamou igualmente "auscultação", palavra derivada do latim "auscultare" (ouvir), ao seu método de utilização do estetoscópio. Vinte e cinco anos mais tarde, George P. Camman desenvolveu o primeiro estetoscópio com um auricular para cada orelha. Este design seria utilizado durante mais de 100 anos com muito poucas modificações. Foi no início da década de 1960 que o Dr. David Littmann, professor da Harvard Medical School, patenteou um novo e revolucionário estetoscópio com um desempenho acústico extremamente melhorado.■ comunidades

saudáveis

financiamento

Imagem: www.infoescola.com

Imagem: www.greelane.com

B.I. dos Objetos | Estetoscópio

Apesar de se saber que a Terra funciona de forma semelhante a um íman, ainda não está totalmente esclarecido o mecanismo que origina o campo magnético terrestre. A hipótese atualmente mais aceite é de que a Terra possui um campo magnético, originado no núcleo externo, que é formado por material fundido, o que é possível deduzir pela propagação das ondas sísmicas no interior da Terra. Este campo magnético fica registado nas rochas magmáticas, principalmente num tipo de minerais, chamados ferromagnesianos, ou seja, ricos em

ferro e magnésio. Estes minerais, quando solidificam, ficam magnetizados de acordo com o campo magnético existente naquela altura. Além disso, mesmo depois desse campo magnético ter desaparecido, estes minerais permanecem magnetizados. Por esta razão é possível determinar que o campo magnético terrestre tem sofrido alterações, designadas inversões de polaridade, ao longo da história da Terra. O paleomagnetismo refere-se ao registo do campo magnético existente ao longo da história da Terra.■ Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro 2020


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