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No passado fim de semana, 5 e 6 de dezembro, a Fábrica dinamizou no seu Laboratório sessões com o tema “Beleza sem microplásticos”, com a atividade creme esfoliante. Os participantes, entre pequenos e graúdos, exploraram a temática e abordaram questões como: os produtos cosméticos podem ter até 90% de microplásticos, bem como todos os dias são utilizados produtos que têm plástico “oculto" e que uma grande quantidade destes microplásticos acaba na natureza. Esta atividade decorreu no âmbito do Projeto “Mar Azul: Comunicar para envolver e educar”.
De 21 a 23 de dezembro decorrerá na Fábrica o Estágio Dóing: Animação Stop Motion. Das 10h00 às 12h30 ou das 14h30 às 17h00, os participantes, a partir dos 10 anos, irão realizar o seu próprio filme de animação. Desenvolver uma história, escrever o enredo, construir cenários, criar personagens e desenhar o storyboard, serão os desafios lançados. Com participação gratuita, a atividade decorre no âmbito das Academias do Conhecimento da Fundação Calouste Gulbenkian. Mais informações, e marcações, através de: fabrica.cienciaviva@ua.pt
O maravilhoso brilho invisível
Cerca de 360 mil anos depois do Big Bang, o elemento Hidrogénio formou-se e “encheu” o Universo então em expansão acelerada. Passados mais de 13 mil milhões de anos, ainda hoje o Hidrogénio é o elemento mais abundante do Universo. Este elemento químico, o mais simples que conhecemos, formado por um protão “orbitado” por um eletrão, é o bloco de partida para a síntese estelar que, por fusão atómica e outras reações, gera todos os restantes elementos químicos que conhecemos. Quando excitado por radiação eletromagnética, luz, com a energia suficiente e determinada, o seu único eletrão “salta” da orbital fundamental de mais baixa energia para a seguinte mais energética. Passado um certo intervalo de tempo, o eletrão excitado regressa ao nível fundamental, pro-
cesso no qual é emitida luz na região do ultravioleta. Este tipo de libertação de energia é designado por emissão Lyman-alfa, descoberta e caracterizada em 1906 pelo físico norte-americano Theodore Lyman (1874-1954). Num artigo, publicado online no dia 1 de outubro de 2018 (Dia Mundial da Música) na revista Nature (https:// www.nature.com/articles/s41586-018 -0564-6), uma equipa internacional, que inclui o investigador do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA) Jarle Brinchmann, descreve a análise espectroscópica que realizou à região do céu conhecida como Campo Ultra Profundo do Hubble, através do espectrógrafo designado por MUSE. Para maravilhamento do nosso conhecimento, foi detetada uma extensa abundância, inesperada, de emissão do tipo Lyman-alfa, que preenche todo o campo de visão ob-
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servado, levando a equipa a extrapolar que o céu estará preenchido com um brilho invisível de emissão Lyman-alfa, emitida no início do Universo: as primeiras galáxias que se conseguem observar no Campo Ultra Profundo do Hubble estão rodeadas de halos de luz. Aliás, há luz resultante deste processo por todo o lado do Universo primitivo. Esta emissão, proveniente da infância do Universo, numa altura em que as galáxias eram muito menores que as atuais, é devida aos enormes reservatórios cósmicos de hidrogénio atómico que envolvem as galáxias distantes no Universo primitivo. Apesar de a emissão Lyman-alfa ser, como se disse, na região do ultravioleta do espectro eletromagnético, devido ao desvio para o vermelho, resultante da velocidade de afastamento destas galáxias distantes,
a radiação de Lyman-alfa das galáxias observadas pelo espectrógrafo MUSE é registada na banda do visível ou do infravermelho próximo. Mas este brilho primordial do Universo é tão ténue, tão delicadamente subtil no pano de fundo do Cosmos, que é impercetível ao nosso olhar. Só a técnica e a ciência dos telescópios e espectrógrafos de última geração permitem vislumbrar e recuperar esse passado de luz. Assim, caro leitor, da próxima vez que admirar o céu noturno, numa noite sem luar e num local sem a poluição luminosa da nossa “civilização elétrica”, tente imaginar com a lente do cérebro o brilho invisível do hidrogénio primordial e iluminar a totalidade do céu. António Piedade Ciência na Imprensa Regional / Ciência Viva
Ler nas entrelinhas Água Mais vale saber… O que faz da Terra um planeta especial? A Terra é um planeta especial por diversas razões. Em primeiro lugar é o único planeta do Sistema Solar que possui vida tal como a conhecemos. Para isso contribuem vários fatores como a existência de água no estado líquido à sua superfície, a atmosfera rica em oxigénio, a temperatura amena que existe à sua superfície e a existência de uma camada de ozono que protege os seres vivos da radiação ultravioleta. Estas características da Terra estão intimamente relacionadas com a posição que a Terra ocupa no Sistema Solar, sendo a Terra o terceiro planeta que existe a contar do Sol. Por outro lado, a Terra é um planeta geolo-
gicamente ativo. Prova disso são, por exemplo, os sismos e os vulcões que ocorrem em determinados locais e que demonstram o carácter dinâmico do interior do nosso planeta. A Terra é, muitas vezes, apelidada de “planeta azul”, o que acontece devido à elevada quantidade de água no estado líquido que existe na sua superfície e que lhe confere a tonalidade predominantemente azul quando observado do Espaço. Por outro lado, a Terra é, também, o único planeta do Sistema Solar que possui água, essencial à vida, nos três estados físicos: líquido, sólido e gasoso.■
A análise dos rótulos é de extrema importância na escolha dos produtos alimentares, da qual resultam escolhas mais objetivas, conscientes e de maior qualidade. O rótulo é o bilhete de identidade de um produto comercializado. No caso das águas naturais, para além da sua designação comercial, o rótulo fornece ao consumidor informação sobre o tipo de água (água mineral natural ou uma água de nascente), nome da nascente ou da captação e local de exploração, e data de validade. No caso das águas com gás, o rótulo permite ainda saber se a água sofreu adição de CO2, ou seja, se é uma água gaseificada, ou se apresenta gás natural, tratando-se neste caso de uma água mineral natural gasosa ou gasocarbónica. Para as águas minerais naturais deverá
ainda figurar no rótulo a composição química da água, que fornece indicações sobre, por exemplo, o pH da água, o teor de certos iões (como o cálcio, o sódio, o potássio, o magnésio, o cloreto, o fluoreto e o bicarbonato), o teor de sílica e o teor de resíduo seco. No caso de águas com aromas, para além de sumos de frutas, extratos de plantas e outros aditivos, figuram ainda, por exemplo, os teores de proteínas, hidratos de carbono, lípidos e fibras e o valor calórico. A composição química da água deve ser tida em conta na sua escolha, uma vez que fornece informação útil sobre as características nutricionais e organoléticas da bebida.■ comunidades
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Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro 2020