Geodiversus Carvão
Rocha: sedimentar Tipo: rocha sedimentar biogénica
ABC dos Cientistas
Nicolau Steno (1638-1686) Nascido em Copenhaga, na Dinamarca, a 1 de janeiro de 1638, Niels Steensen só adotou mais tarde o nome pelo qual é conhecido: Nicolau Steno. Quando era menino, e por motivos de saúde, passou muito tempo entre adultos e não tanto com crianças, aprendendo assim a apreciar a companhia de pessoas mais velhas e os assuntos por elas abordados. Estudou Latim, Grego, Matemática e Línguas Modernas, tendo em 1656 iniciado o curso de Medicina, na Universidade de Copenhaga. Mais tarde, realizou uma série de viagens por países europeus, experiência que contribuiu profundamente para o seu vasto conhecimento em áreas diversificadas. O seu trabalho permitiu grandes contribuições em campos como a Anatomia (enquanto Professor na Universidade de Pádua e enquanto médico); a Cristalografia (área na qual constatou que os ângulos entre as faces de um determinado tipo de cristal são constantes e são característicos desse mesmo tipo, independentemente da origem e tamanho do cristal); a
Paleontologia (tendo determinado, por exemplo, que as chamadas “pedras da língua”, vendidas na ilha de Malta como amuletos da sorte, são de facto, dentes fossilizados de tubarão). Num momento da História em que, até ao final do século XVIII, a ciência ainda era muito influenciada pela religião; não só as estimativas de idade da Terra eram feitas com fundamento na Bíblia, mas também os fósseis eram interpretados com base nas suas escrituras e dominava a crença de que a Terra seria “jovem”, Nicolau Steno foi um dos primeiros cientistas a opor-se à igreja em defesa do conhecimento científico, em defesa do estudo e rigor da Geologia. Em 1669, publicou a sua obra mais reconhecida, Dissertationis prodromus, que assenta na estratigrafia moderna, ramo da Geologia que estuda os estratos, ou camadas de rochas, com o objetivo de determinar os processos e eventos que as formaram. Com este estudo, Steno marca o seu lugar na História da Ciência, como um dos fundadores da Geologia moderna,
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considerado o “pai da estratigrafia”. Desenvolveu a designada “Lei de Steno”, ou princípio da superposição, que estabelece que, em qualquer camada de rochas, as rochas do fundo são as que se formaram primeiro, as mais antigas. E apresentou também dois outros Princípios, que até hoje são considerados corretos: a Lei da Horizontalidade Original, segundo a qual as camadas de rocha são inicialmente formadas horizontalmente, e a Lei da Estratificação Oculta, que defende que cada afloramento rochoso, em que apenas as bordas são expostas, pode ser explicado por algum processo, como a erosão ou terramotos. Não só Grande na Ciência, mas em Valores humanitários, como a sua piedade, Nicolau Steno foi reconhecido e beatificado pelo Papa João Paulo II, em 1987. Faleceu a 25 de novembro de 1686 em Schwerin, na Alemanha, mas, a pedido da família Medici, o seu corpo foi levado para Florença, onde foi enterrado na Basílica de San Lorenzo.■
O carvão resulta da acumulação de restos de seres vivos vegetais provenientes, essencialmente, de pântanos. Por isso, o carvão é uma rocha sedimentar biogénica. A transformação da matéria orgânica na ausência de oxigénio e por ação de bactérias anaeróbias conduz a um enriquecimento em carbono, num processo que se designa incarbonização. Os principais carvões são turfa, lignito, hulha ou carvão betuminoso e antracito, que se distinguem pelas suas características e que representam termos sucessivamente mais ricos em carbono e, consequentemente, mais pobres em hidrogénio e oxigénio. A turfa apresenta a menor percentagem de carbono, tem cor acastanhada ou negra e um aspeto terroso, podendo visualizar-se restos de plantas herbáceas. O lignito apresenta cor acastanhada ou preta, mas distingue-se da turfa pela sua estrutura lenhosa ou compacta. Por seu lado, a hulha apresenta-se geralmente estratificada e com aspeto bandado, possuindo cor negra. O carvão betuminoso é rico em componentes voláteis e tem elevado poder calorífico, sendo o carvão com maior interesse económico. Por fim, a antracite é compacta, densa e cor negra. Estes são os carvões que possuem maior quantidade de carbono.■
Os combustíveis fósseis são uma das principais fontes de energia e a sua utilização acarreta algumas consequências ambientais. Durante a queima de combustíveis fósseis são libertados para a atmosfera gases poluentes, como o óxido de nitrogénio, dióxido de carbono, dióxido de enxofre e matéria particulada. A queima de combustíveis fósseis está, assim, diretamente relacionada com a poluição ambiental, em particular a poluição do ar. A poluição do ar pode conduzir ao aparecimento e agravamento de determinadas doenças como asma, doença pulmonar obstrutiva crónica e, até, cancro do pulmão. A exposição prolongada a este tipo de poluição pode, também, aumentar a frequência de infeções respiratórias e doenças cardíacas. Por outro lado, nos motores dos automóveis a queima de combustíveis fósseis leva à formação de monóxido de carbono, que é um gás sem cheiro, mas extremamente tóxico. O monóxido de carbono liga-se à hemoglobina e impede-a de levar o oxigénio até às células, o que pode levar a perturbações do sistema nervoso ou, até, ao coma e à morte, dependendo da quantidade inalada. Note-se, por fim, que os danos provenientes da poluição do ar não se restringem apenas às áreas onde ocorreu a emissão, pois através das correntes de ar, as partículas e gases ultrapassam fronteiras regionais e nacionais. comunidades
saudáveis
Mais vale saber...
Bactérias que comem óleo?!
Bicho de contas Qual o resultado obtido à chegada da meta?
Todos os anos, vários milhões de toneladas de petróleo são derramados e sujam os mares, causando uma catástrofe ecológica. Os dispersantes químicos são tóxicos e têm efeitos nocivos duradouros no meio ambiente. Mas a capacidade de decomposição de óleo da natureza permite que o mar ative um processo de autolimpeza sem os efeitos colaterais negativos dos métodos artificiais. Existem várias espécies de bactérias marinhas, como as dos géneros Marinobacter, Pseudomonas e Alkanivorax, e também da ordem Oceanospiralles, que quebram as moléculas de carbono de cadeia longa e podem incluir compostos de petróleo na sua dieta. Na verdade, existem pelo menos sete espécies de bactérias que podem sobreviver apenas com óleo. Por exemplo, a Alcanivorax borkumensis é uma bactéria em forma de bastonete que depende do óleo para obter energia. É relativamente rara em mares não poluídos, mas rapidamente passa a dominar o ecossistema microbiano marinho após um derramamento de óleo e pode ser encontrada em todos os oceanos do mundo. O genoma deste organismo marinho já foi sequenciado e os cientistas esperam poder usar esse conhecimento para projetar, desenvolver, testar e otimizar estratégias para mitigar os danos ecológicos causados por derramamentos de óleo em sistemas marinhos.
A Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro está temporariamente encerrada ao público a partir de 15 janeiro, indo de encontro às novas medidas de confinamento geral anunciadas pelo Governo. A prioridade continua a ser a segurança de todos. Continuaremos com os projetos educativos que temos a decorrer com as escolas e a trabalhar para novos conteúdos do Fábrica Online. Nós voltamos em breve! Até lá, continuem a seguir-nos nas redes sociais. Até já!
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Os combustíveis fósseis e a saúde
Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro 2021