Morango
Uma década para estudar a vida no mar profundo
Ana Hilário* e Sofia Pinto Ramalho CESAM e Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro (*co-coordenadora do Challenger 150)
Imagem: D.R.
O morango, conhecido há cerca de 250 anos, é o fruto do morangueiro, pertencente à família Rosaceae e ao género Fragaria. Este fruto é bastante apreciado pelos consumidores não só pelo seu sabor/aroma, como também pelo elevado teor de água, baixo teor em lípidos e baixo valor calórico. O morango, como alimento, possui 2,3% de fibras, 92,8% de água e 39 calorias em 100 gramas de frutos; vitaminas A, B1, B2, B3 e C; elementos minerais como potássio, sódio, cálcio, ferro e fósforo; ácido fólico; e também é rico em frutose e sacarose e pobre em hidratos de carbono. Este fruto possui um elevado poder antioxidante, associado aos compostos fenólicos e pigmentos, que são representados pelas antocianinas, metabólitos pertencentes à classe dos flavonóides. O morango também contém uma quantidade elevada de ácido elágico, um constituinte com propriedades antimutagénicas e anticancerígenas. Devido à presença dessas variedades de componentes naturais, o morango é capaz de atuar na prevenção e/ou na cura de várias doenças e é considerado antioxidante, anticancerígeno, antineurodegenerativo, anti-inflamatório, diurético, laxativo e previne doenças coronárias.■
Este invertebrado é um anelídeo poliqueta que vive em chaminés hidrotermais, onde em poucos centímetros a temperatura pode variar de 18 ºC a 200 ºC. Para sobreviver neste ambiente extremo, o verme-de-pompeia possui características biológicas notáveis, entre elas a tolerância a temperaturas muitíssimo elevadas e a compostos químicos tóxicos para a maioria dos animais. Este anelídeo constrói tubos orgânicos, que relembram pergaminhos. Os tubos são fibrosos, sinuosos e pequenos, cerca de 10 cm de comprimento, 15 cm de diâmetro e 1 mm de espessura. No interior dos tubos habitam bactérias filamentosas, com as quais estabelece relações simbióticas e que se pensa que possam ter um importante papel na proteção contra as condições ambientais extremas. Os adultos possuem em média 163 segmentos, sendo que nos primeiros encontram-se tentáculos retráteis. É dotado ainda de muitas cerdas - pelos rígidos com funções táteis e locomotoras. O corpo é avermelhado e as cerdas amareladas. O verme-de-pompeia é considerado uma espécie pioneira, ou seja, é uma das primeiras a colonizar chaminés recém-formadas, às quais chega em forma de larvas que asseguram a propagação da espécie. A descoberta desta espécie aconteceu em 1979, a 2600 m de profundidade, em fontes hidrotermais na crista oriental do Oceano Pacífico, de onde é endémica.■
A Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro está temporariamente encerrada ao público a partir de 15 janeiro, indo de encontro às novas medidas de confinamento geral anunciadas pelo Governo. A prioridade continua a ser a segurança de todos. Continuaremos com os projetos educativos que temos a decorrer com as escolas e a trabalhar para novos conteúdos do Fábrica Online. Nós voltamos em breve! Até lá, continuem a seguir-nos nas redes sociais. Até já!
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vimento, dedicados ao estudo do mar profundo, e pode ser visto como uma cooperativa multinacional. A Universidade de Aveiro, e em particular o seu Centro de Estudos de Ambiente e do Mar (CESAM), está empenhada no desenvolvimento deste programa global, tendo investigadoras deste Centro participado ativamente na sua conceção e coordenação. Para já, o programa conta com o compromisso de cientistas de 49 instituições de 21 países, e com 28 campanhas oceanográficas financiadas, que irão contribuir diretamente para o programa. Além disso, contamos também com o apoio de duas instituições filantrópicas, o Schmidt Ocean Institute (EUA) e a REV Ocean (Noruega), que através dos seus navios vão apoiar campanhas de investigação e de formação. Ao longo da década que agora se inicia, vamos expandir a cobertura e frequência das observações e amostragens biológicas, com um foco especial nas regiões até agora subexploradas, frequentemente localizadas em áreas fora da jurisdição nacional ou nas Zonas Económicas
Qual é o número correspondente ao lugar de estacionamento, onde se encontra o carro parado?
O número corresponde à posição do carro no
comunidade científica mais interligada do que nunca, é tempo de embarcar num novo e ambicioso programa colaborativo de investigação do mar profundo. Com a filosofia de que o “todo é maior que soma das partes”, o programa Challenger 150 (www. challenger150.world) tem como grande objetivo gerar conhecimento científico e tecnológico que permita melhorar a saúde e sustentabilidade dos oceanos a longo prazo, e educar e inspirar a humanidade. A saúde dos ecossistemas do mar profundo está inequivocamente ligada ao bem-estar da sociedade, através de uma vasta gama de bens e serviços providenciados por estes ecossistemas. Contudo, o mar profundo enfrenta cada vez mais impactos de múltiplas atividades humanas (extração de recursos vivos e não vivos, poluição e alterações climáticas) que podem comprometer a disponibilidade destes bens e serviços para gerações futuras. O Challenger 150 foi concebido por um grupo de cientistas de diferentes partes do mundo, incluindo peritos de nações desenvolvidas e em desenvol-
Nome vulgar: Verme-de-pompeia
Verme-de-pompeia
estacionamento e à leitura feita pelo condutor,
O mar profundo – a vasta extensão de água e fundos marinhos entre os 200 e os 11000 metros de profundidade – é reconhecido como uma importante fronteira da ciência e da descoberta, para as quais se abre uma porta com a Década das Nações Unidas da Ciência do Oceano para o Desenvolvimento Sustentável (2021-2030). O estudo do mar profundo começou há quase 150 anos, quando a 7 de dezembro de 1872, Charles Wyville Thomson e Jonh Murray embarcaram no navio britânico H.M.S. Challenger numa extraordinária expedição de circunavegação que durou quase 4 anos. Os dados científicos adquiridos durante esta inovadora expedição foram publicados num vastíssimo relatório com 50 volumes que lançou as bases para a investigação do mar profundo. No entanto, apesar dos enormes avanços no estudo da fantástica vida nas profundezas do oceano, ainda só conseguimos amostrar ou investigar visualmente uma proporção muito pequena do mar profundo. Mas isso está prestes a mudar! Com uma
Bicho de contas
Nome científico: Alvinella pompejana
Exclusivas dos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento e Países Menos Desenvolvidos. Esperamos descobrir espécies novas e aumentar o conhecimento sobre a ecologia, o funcionamento e a resiliência dos ecossistemas do mar profundo. Talvez até revelar habitats até agora desconhecidos. Atualmente, a investigação do mar profundo é conduzida de uma forma não coordenada, e não padronizada, por investigadores individuais ou consórcios de investigadores num número restrito de nações e regiões. Só com um esforço global de coordenação, como o proposto pelo Challenger 150, será possível alterar o status quo da investigação no mar profundo e atingir os objetivos apresentados pelas Nações Unidas para a próxima década: 1. Um oceano limpo, no qual as fontes de poluição sejam identificadas e removidas. 2. Um oceano saudável e resiliente, no qual os ecossistemas marinhos sejam mapeados e protegidos. 3. Um oceano previsível, no qual a sociedade tenha a capacidade de compreender as condições oceânicas presentes e futuras. 4. Um oceano seguro, no qual as pessoas estejam protegidas dos riscos oceânicos. 5. Um oceano produtivo e explorado sustentavelmente, que garanta a provisão de alimentos. 6. Um oceano inspirador que a sociedade compreenda e valorize.■
Biodiversus
que ali se posiciona junto do mesmo.
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ABC dos alimentos...
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