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De 21 a 25 de abril, no âmbito da celebração do “Dia Mundial da Terra”, a Fábrica lançou uma série de desafios nas suas redes sociais e algumas propostas online, dedicadas aos oceanos. Atividades do projeto “Fábrica ONLINE” como História com Ciência – “Abraços do Mar!”, “Bioplástico da Batata” e “Sedimentos Marinhos escondem vida!”, foram as propostas para as escolas. Este programa foi uma parceria com a “Fundação Oceano Azul” e realizado este ano em formato online.
No próximo domingo, 2 de maio, a Fábrica celebra o Dia da Mãe com um conjunto de atividades para explorar em família. “Taste Room de chocolate”, na Cozinha; “Beleza sem microplásticos”, no Laboratório; e uma História com Ciência - “Avião de papel”, na Barriga do Caracol são as propostas científicas para uma manhã em grande, com a mãe no papel principal e com muita ciência à mistura! A inscrição é obrigatória através de fabrica.cienciaviva@ua.pt. Todas as informações: www.ua.pt/fabrica
Vacinas contra a COVID-19
entanto provocar a infeção nem a doença associada a esta. O desenvolvimento de vacinas é um dos melhores exemplos sobre como a investigação em ciência fundamental pode contribuir para uma aplicação no nosso dia-a-dia. Antes de conseguirmos desenvolver uma vacina importa perceber o modo de funcionamento do sistema imune, assim como do agente patogénico em causa. A COVID-19 é causada por uma infeção pelo vírus SARS-CoV-2. Este vírus tem uma proteína, a espícula (em Inglês spike), que permite a sua entrada nas células, mas que ao mesmo tempo é capaz de desencadear uma resposta eficaz do sistema imunitário. Esta proteína já se conhecia, pois está presente noutros vírus da mesma família do SARS-CoV-2. Foram então desenvolvidas diferentes estratégias para fazer a espícula chegar ao nosso corpo, de modo a estimular uma resposta imune. Atualmente há 4 vacinas aprovadas para serem utilizadas na União Europeia. Todas estas vacinas têm uma eficácia acima dos 85% contra doença grave, muitas com eficácia de 100% contra estes casos. As primeiras vacinas a ser aprovadas foram as da Pfizer-BioNtech e da Moderna. Estas são vacinas de RNA mensageiro. As moléculas de RNA mensageiro são as intermediárias que transportam a mensagem que será descodificada em proteínas, sem que os nossos genes sejam alterados. Nestas vacinas o RNA que codifica a espícula chega às nossas
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células envolto numa cápsula adequada. Estamos então a dar instruções às nossas células para produzir a espícula, o que inicia uma resposta imune altamente eficaz contra esta proteína viral. As vacinas Oxford-AstraZeneca e Janssen-Cilag (também conhecida como Johnson & Johnson) utilizam vetores virais para transportar a espícula para o nosso organismo. Neste caso, as vacinas são constituídas por um outro vírus, que é incapaz de se replicar, mas que produz a espícula. Recentemente têm surgido relatos sobre a correlação entre uma forma rara de tromboembolismo e a toma destas duas vacinas. No entanto, é importante referir que o risco de tromboembolismo associado à toma da vacina é muito menor (0,0004%) do que o risco em indivíduos hospitalizados devido a infeção com SARS-CoV-2 (16%), sendo por isso recomendável a vacinação. As vacinas contra a COVID-19 foram desenvolvidas num termo curto por diferentes motivos. Primeiro, já existia um vasto conhecimento científico sobre outros vírus da mesma família, assim como sobre potenciais estratégias de vacinação. Isto permitiu que a fase pré-clínica decorresse num curto espaço de tempo. Após a obtenção de resultados promissores, as vacinas foram sujeitas como habitualmente a ensaios clínicos. Na fase I dos ensaios clínicos é testada a segurança das vacinas e na fase II é analisada qual a dosagem que permite uma vacinação
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B.I. dos Objetos | Seringa hipodérmica
Bicho de contas No intervalo das aulas, 5 amigos contam os seus cromos e percebem que: O Afonso tem o dobro dos cromos da Maria mais 5. A Raquel tem metade dos cromos do Gustavo. A Carolina tem o mesmo número de cromos do Afonso menos 3. O Gustavo tem três dezenas de cromos. A Maria tem o mesmo número de cromos do Rafael mais 8. Quantos cromos tem cada um dos amigos?
Nome: Seringa hipodérmica Primeira descrição: 1853 Inventor: Alexander Wood e Charles Pravaz
Historial:
Catarina Almeida iBiMED - Instituto de Biomedicina Departamento de Ciências Médicas Universidade de Aveiro
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Solução:
Esta semana celebra-se mundialmente a semana da vacinação e comemora-se no dia 29 de abril o Dia Internacional da Imunologia. Conhecemos melhor do que nunca a importância das vacinas em proteger pessoas de todas as idades no mundo inteiro contra várias doenças infeciosas, desde o sarampo ao tétano. E este ano está a decorrer a maior campanha de vacinação de que há memória. No entanto, têm surgido algumas dúvidas sobre a segurança da vacinação, que levam a hesitações por parte da população no momento de ser vacinada. Importa por isso esclarecer um pouco o modo de funcionamento das vacinas e como foram desenvolvidas as vacinas contra a COVID-19. Todos os dias o nosso sistema imune combate e elimina vários agentes patogénicos, protegendo-nos destes. A resposta imunitária tem memória e, portanto, quando estamos expostos a um mesmo agente patogénico pela segunda ou terceira vez temos anticorpos capazes de o detetar e eliminar rápida e eficazmente. É esta capacidade de memória do nosso sistema imune que está por detrás do modo de funcionamento de qualquer vacina. As vacinas contêm pequenas porções de agentes patogénicos, ou agentes patogénicos enfraquecidos ou inativados, que são capazes de estimular a resposta imune, e em cerca de duas semanas gerar anticorpos contra aquele microrganismo, sem no
eficaz. No caso da COVID-19 estes ensaios decorreram em simultâneo. Existe uma terceira fase de ensaios clínicos, em que é testada a segurança e eficácia em prevenir a doença numa grande população, incluindo uma grande diversidade de indivíduos. No caso da COVID-19 esta fase foi acelerada devido à grande prevalência da doença, que permitiu obter resultados rapidamente. Estes ensaios demonstraram que estas vacinas são eficientes e não levam ao desenvolvimento de efeitos adversos graves, levando a autoridade reguladora europeia, a EMA, a autorizar o seu uso na União Europeia. As farmacêuticas começaram a produção das vacinas ainda antes da autorização ser concedida, o que também contribuiu para que as vacinas fossem distribuídas rapidamente. Importa salientar que o trabalho por de trás de qualquer uma destas vacinas implicou uma união de esforços por parte de instituições de investigação públicas, indústrias farmacêuticas e governos, tendo todos contribuído para a celeridade e segurança de todo o processo. Resta referir que é já notória uma queda no número de casos de doença e de morte por COVID-19 nos lares, por onde começou a ser feita a vacinação. E dados de países onde a campanha de vacinação está mais avançada são muito promissores, com uma indicação clara de que a prevalência da COVID-19 parece estar a diminuir junto das populações vacinadas. Por tudo isto sabemos que as vacinas são seguras e a melhor estratégia que temos para controlar este vírus que tanto mudou as nossas vidas.■
As descrições começam nos tempos romanos, onde se apresentavam em caixas de metal e com êmbolos em linho. No séc. XVII, em Inglaterra, surgiam feitas em estanho ou prata. A agulha oca surgiu apenas em 1844, por Francis Rynd. Até esta altura a administração do fármaco era feita através de um golpe na pele e introdução de um tubo no corte. A verdadeira seringa hipodérmica aparece em 1853, com uma agulha suficientemente fina para perfurar a pele. Estas novas seringas, em vidro,
foram evoluindo rumo a uma maior eficiência e segurança. Adquiriram uma escala graduada, gravada no tubo, e um êmbolo dentro do cilindro de vidro, impedindo vazamentos e diminuindo as infeções. A preocupação crescente com os surtos de hepatite, atribuídos à contaminação cruzada por agulhas infetadas, impulsionou o fabrico de seringas recorrendo ao polipropileno, um material inerte, não reativo e de difícil deterioração. Começou assim, em 1961, a nova era das seringas inteiramente descartáveis, que fazem parte da realidade médica dos nossos dias.■ comunidades
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Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro 2021