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No passado dia 29 de abril, a Fábrica assinalou o Dia Internacional da Imunologia com um programa especial! Os alunos que nos visitaram ficaram a saber mais sobre as células que combatem micróbios e vírus, observaram ao microscópio, extraíram ADN, distinguiram tipos de sangue, viram um vídeo de realidade virtual e conversaram com investigadores da Universidade de Aveiro. Esta iniciativa decorreu no âmbito do projeto Comunidades Saudáveis, financiado pela Ciência Viva.
Amanhã, a Fábrica retoma o ciclo de Cafés de Ciência “Mar Azul”, um ciclo inteiramente dedicado às questões marinhas e costeiras. A próxima sessão intitula-se “Evolução da Hidrodinâmica da Ria de Aveiro: Origem e perspetivas futuras” e conta com João Dias, docente no Departamento de Física da Universidade de Aveiro. Destinado a público jovem e adulto, acontece pelas 15h00, online, via zoom, sendo gratuito e sem necessidade de inscrição.
Leonardo da Vinci: o “intervalo” entre a ciência e a arte
Biodiversus | Urso-polar
Leonardo da Vinci, tomado como filho exemplar do Renascimento, fincou-se, talvez como nenhum outro homem, na vertigem que separa a ciência da arte, e vice-versa. Com efeito, é no século XVI que se abre, através do mergulho perpetrado pela anatomia no corpo humano, o solo da ciência moderna, ao mesmo tempo que se preparam os fundamentos do mundo entendido enquanto imagem. Na formulação de tal imagem avulta a arte, e especificamente a pintura, como aquela que delimita e enquadra, aquela que de forma económica melhor coloca o humano em cena, oferecendo-lhe então um espelho de grande eficácia. Não acredito que seja possível, hoje, falar de Leonardo da Vinci, e consequentemente do passado, como de facto foram, mas sim como lhes acedemos a partir do agora. Além de tal, a inquirição ao passado é potenciada por varas de vedor como as enuncia João Barrento: elementos prospetivos. Pese embora tal incapacidade de (re)construção, acredito que indo ao passado como um mineiro vai ao interior da terra, ou seja, utilizando
uma qualidade iluminante específica, torna plausível trazer, aqui e agora, a atualização de um possível prometido pelo tempo, e nele admiravelmente encastrado, como uma espécie de ordália que apenas no futuro se clarifica: é o que tentarei aqui fazer. Leonardo foi tudo, como habitualmente nos habituámos a pensar: artista, onde avulta a pintura; “cientista”, pela intensa curiosidade que reservava às coisas todas do mundo; inventor, de magníficas maquinetas e dispositivos, na maioria apenas transponíveis para a realidade séculos depois. Pese embora a sua incansável voragem de criação e indagação, o que gostaria de vos demonstrar é que Leonardo da Vinci sincretizou na pintura o que mais tarde seria paulatinamente disperso cientificamente, assim como, a par com André Vesálio, e apesar do desfasamento temporal, lançaria os dados, através da anatomia, das regras de submersão no corpo humano. E chegamos ao nó: é a prática anatómica que permite, tanto a Leonardo como a Vesálio, apreender uma medida do
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corpo; já as consequências daí advindas diferem e apontam-se ao futuro como lâminas finas e cortantes. Leonardo da Vinci dissecou cadáveres para poder preservar o corpo na pintura; André Vesálio dissecou cadáveres para poder ancorar o corpo na medicina; os dois gestos gerariam movimentos díspares. Apesar da disparidade, uma particularidade os liga com sentido profundo: é a apreensão do corpo, é o seu conhecimento intensivo, é o mergulho abismático no interior do corpo, e conhecimento deles provindo, que sustenta o poder, tanto da arte, como da medicina e, através desta, mais tarde da ciência. Repare-se: não pertence ao Renascimento a criação do “Homem”? E não é esse “Homem” colocado, então, em cena? Pois bem: é-o pela arte e pela medicina. Pelo que não vale a pena hesitar: quem conhece o corpo por dentro, a quem esse corpo entra pelos olhos adentro, já que é o olhar que vai “radiografar” e verter-se em linguagem, é quem terá o poder para interceder entre a terra e o céu. “Quem” vê as vísceras é também “quem” depois
irá observar as estrelas, ou seja, quem “tem corpo”, porque o apropriou e planificou com as suas próprias mãos. Convém, agora e todavia, distinguir diferentes níveis de corpo com base em Leonardo da Vinci e André Vesálio: humano, pictórico, científico. O primeiro é mortal, o segundo é luminoso, o terceiro é operativo. Mortal porque entretecido com o tempo; luminoso porque da Vinci o dotou de pele; operativo porque Vesálio o abriu e decompôs em partes que prefiguram as especificações modernas. A idealização luminosa dos corpos pintados por Leonardo só pode ser a preservação da integridade humana, e não outra coisa; a dispersão orgânica proporcionada pela sistematização de André só pode ser a base corpórea e visual do próprio conhecimento, e não outra coisa. Os dois movimentos, pese embora não se complementem, são necessários! Cláudia Ferreira Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva
mais informações em www.ua.pt/fabrica
Ciência na Agenda
11 mai
15h00
CAFÉ DE CIENCIA Nome vulgar: Urso-polar Nome científico: Ursus maritimus
Urso do mar é o significado do nome científico deste mamífero predador de topo no Ártico. Podem ser encontrados no Canadá, Alasca, Gronelândia, Sibéria e ilhas russas. O seu habitat preferido é o gelo do Oceano Ártico e, por isso, estes ursos podem viajar até 1000 km à medida que o gelo derrete e congela. Os machos podem ter 800 kg de massa corporal e 2,5 m de comprimento. As fêmeas são mais pequenas (300 kg e 2 m). As patas do tamanho de um prato de jantar (30 cm), ajudam os ursos-polares a caminhar sob o gelo e a neve. Por baixo da pele preta possuem uma camada de gordura com
cerca de 10 cm, que mantem o calor corporal. A pelagem parece ser branca, mas na verdade o pelo é transparente! A aparência branca resulta da refração da luz na pelagem. O acasalamento acontece entre março e junho e a gestação dura 6 a 8 meses. Normalmente, nascem 2 crias que permanecem com a mãe até aos 2/3 anos de idade. Os ursos-polares são animais solitários e podem viver até aos 30 anos. São excelentes nadadores, podendo caçar morsas, aves marinhas e peixes. Ursus maritimus é considerada uma espécie em estado vulnerável de extinção devido sobretudo à diminuição de habitat, causado pelo aquecimento global, e diminuição das populações de focas, o seu principal alimento.■
10 mai
15h00
Café de Ciência - Evolução da Hidrodinâmica da Ria de Aveiro: Origem e perspetivas futuras, online, via zoom.
11
15h00 > 15h45
Café de Ciência - Doenças raras: sensilizar, conhecer e promover a mudança para 6% da população, online, via zoom.
14 e 15
Atividades dedicadas a famílias no âmbito do Dia Internacional da Luz, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.
mai
mai
15 mai
16 mai
3ª feira
> 15h45
mai
11h00 > 12h00
Pai, vou ao espaço e já volto! - “Buracos negros”, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.
Atividades dedicadas a Escolas no âmbito do Dia Internacional da Luz, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.
domingo
Exposição “Abrindo as Asas de Novo”, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro 2022