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O Projeto “Newton gostava de ler!” voltou no dia 25 de maio à Biblioteca Municipal de Vagos, para uma sessão de formação do módulo "Cedros, sementes e assobios". Estiveram presentes professores e bibliotecários dos Municípios de Ílhavo e Vagos, que irão agora dinamizar sessões de literatura e ciência com os alunos dos seus respetivos Agrupamentos de Escolas e com famílias na Biblioteca Municipal. Esta foi a última sessão do projeto do ano letivo 2021-22. Este projeto é uma iniciativa da Fábrica e da Rede de Bibliotecas Escolares. Mais informações em: www.ua.pt/pt/fabrica/newton-gostava-de-ler.
“Será o envelhecimento reversível?” é título da próxima sessão do ciclo de Cafés de Ciência “Comunidades Saudáveis”. Bruno Bernardes de Jesus, do Departamento de Ciências Médicas da Universidade de Aveiro, irá debater com o público alguns avanços na compreensão do processo de envelhecimento. Destinado a público jovem e adulto, decorre na próxima quinta-feira, 9 de junho, pelas 15h00, online, via zoom, sendo gratuito e sem necessidade de inscrição.
A Química nas coisas comuns e extraordinárias de um mundo mais sustentável
Imagine-se o rótulo de uma maçã. Centenas de tipos de compostos químicos, todos naturais, todos químicos: água, açúcares (glicose, frutose, sacarose e outros), amido, riboflavina (vitamina B2), nicotinamida (vitamina B3), biotina (vitamina B7), ácido pantoténico (vitamina B5), ácidos (palmítico, esteárico, oleico, linoleico, fítico, fólico, oxálico, salicílico, etc.), leucina, isoleucina, valina, arginina e outros aminoácidos, polifenóis, antocianidinas, antocianinas, etc. E também compostos que, se fossem aditivos, seriam classificados como Es: taninos (E181), caroteno (E160a), tocoferol (vitamina E, E306), ácido ascórbico (E300), ácidos málico (E296), cítrico (E330), tartárico (E334) e fumárico (E297), entre muitos outros. Note-se o ácido ascórbico que é mais conhecido como vitamina C. Como aditivo alimentar, este composto é muitas vezes obtido de forma sintética a partir da glicose; a molécula é a mesma com as mesmas propriedades. Natural, sintético ou artificial, não é, por si só,
relevante, o que é fundamental é que seja seguro. A produção de compostos naturais por vias sintéticas é quase sempre mais sustentável do que a sua obtenção a partir de processos naturais. Podemos assim preservar muito mais produtos naturais para a nossa alimentação e obter os compostos que são obtidos destes a partir de resíduos ou matérias primas. São usados, no mundo inteiro, todos os anos, 60 toneladas de índigo, o corante azul das calças de ganga. Se este corante fosse obtido todo de forma natural, precisaríamos de usar uma área arável equivalente à de Portugal. Usando vias sintéticas industriais, cada vez mais eficientes e com menos resíduos, inseridos em meios de produção que valorizam a economia circular, precisamos de pouco mais do que 60 toneladas de matérias primas, que podemos por agora associar ao petróleo, mas em breve poderão provir de fontes renováveis. Pensemos num material como o poliéster,
Rua dos Santos Mártires, 3810-171 Aveiro · tel. 234 427 053 · www.ua.pt/fabrica · www.facebook.com/fccva · fabrica.cienciaviva@ua.pt
um polímero que nalgumas formas de uso é conhecido como um plástico. São usadas por ano (dados de 2008) 40 milhões de toneladas deste polímero em roupas e 16 milhões de toneladas em embalagens (a maior parte em garrafas). Se os 40 milhões de toneladas de poliéster fossem substituídos por algodão, precisaríamos de uma área arável idêntica à dos EUA para o obter. Há, claro, muito espaço para tecidos naturais, mas os tecidos sintéticos contribuem de forma decisiva para a sustentabilidade do planeta. Os polímeros (plásticos) foram e são uma solução muito boa para um conjunto de problemas com um espectro enorme de aplicações que não podemos facilmente abandonar, como eletrodomésticos, telemóveis, carros, dispositivos médicos, roupas, entre outros. Infelizmente, essa solução fantástica está agora a mostrar-se problemática com a acumulação de plásticos na natureza. O que temos de fazer é maximizar a redução dos usos desnecessários, fomentar a reutilização
e a reciclagem, assim como procurar substitutos ambientalmente mais sustentáveis. Os plásticos, como tudo o que nos rodeia, mesmo coisas naturais, são poluentes se estiverem no local errado em quantidades prejudiciais. De facto, também os compostos naturais podem ser poluentes. Veja-se o que aconteceu com a poluição do Tejo com celulose, uma fibra natural, usada no fabrico do papel. Em excesso no rio, potencia o aparecimento de microrganismos que vão gastar o oxigénio e levar à morte dos peixes. Os problemas ambientais não se resolvem fora da ciência, mas sim com mais e melhor ciência, e também com mais educação, humanidade e humanidades. A investigação química e a indústria química, desde as décadas de 1960 a 1980, em particular depois da consciencialização ecológica dos anos 1960 e o desastre da Bhopal em 1984, colocam a segurança e a sustentabilidade nas suas maiores prioridades. Dessas preocupações surgiu o conceito e a filosofia da “Química Verde”, a partir dos anos 1990, que preconiza a minimização, ou eliminação completa, dos resíduos e produtos indesejados, o uso de materiais renováveis, sustentáveis e não perigosos, assim como a maior eficiência na produção, tudo isso quantificado de forma rigorosa. Facilmente se conclui que isso interessa também à indústria que, com processos mais eficientes e sustentáveis, terá menos gastos energéticos e custos com o tratamento de resíduos e procura de matérias primas, rumo à utopia possível da economia circular. Cabe-nos a nós sociedade garantir que esses objetivos são prosseguidos, valorizando a cultura científica e o conhecimento. Sérgio P. J. Rodrigues (Centro de Química e Departamento de Química, Universidade de Coimbra) Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva
mais informações em www.ua.pt/fabrica
Ciência na Agenda
07
jun
Mais vale saber… Por que razão os relógios usam quartzo? O quartzo é um mineral muito abundante nas rochas e que é usado no fabrico de alguns relógios. Uma das suas propriedades designa-se piezoeletricidade. Esta palavra vem do grego piezo e significa “eletricidade por pressão”. Quando submetidos a estímulos alguns minerais polarizam-se eletricamente, propriedade designada de piezoeletricidade. Assim, o quartzo, se for sujeito a um campo elétrico, contrai ou dilata, e tende a vibrar com a mesma frequência que o campo atuante. Basicamente, o relógio de quartzo funciona a partir da energia elétrica originária da bateria que alimenta o seu
sistema, o que faz oscilar o cristal milhares de vezes por segundo. Mas o relógio usa depois um circuito eletrónico para transformar estas vibrações em impulsos mais lentos, nomeadamente, uma vez por segundo. As batidas originadas são usadas pelo motor e por algumas engrenagens de precisão para acionar os ponteiros dos segundos, minutos e horas ao redor do mostrador do relógio. A utilização de lâminas de quartzo torna os relógios mais precisos e é por esta razão que, geralmente, estes relógios não se atrasam. Mas para isso acontecer o cristal de quartzo tem de ser cortado num formato específico: de diapasão.■
15h00
CAFÉ DE CIENCIA
07
15h00
Café de Ciência Mar Azul – “Simbiose no oceano: como os organismos vivem e cooperam juntos”, online, via zoom.
09
15h00
Café de Ciência Comunidades Saudáveis – “Será o envelhecimento reversível?”, online, via zoom.
jun
jun
> 15h45
> 15h45
e 12 11 jun jun
25 jun
15h30
3ª feira
domingo
> 18h30
11h00 > 12h00
Domingo de manhã na barriga do caracol , na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.
Workshop de Culinária Mediterrânica, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. Exposição “Abrindo as Asas de Novo”, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro 2022