Vicencia vivissima

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VICÊNCIAVIVÍSSIMA 78

AS PALAVRAS GUARDADAS NA TEIA DA FÁBRICA

FIO PUXADO CONTO CONTADO

Rua dos Santos Mártires, 3810-171 Aveiro · tel. 234 427 053 · www.fabrica.cienciaviva.ua.pt · www.facebook.com/fccva · fabrica.cienciaviva@ua.pt

B.I. DOS OBJETOS

TESTADO E APROVADO!

PEGADAS DE GATO O que preciso?

MICROCHIP

Gesso; água; tigela; colher ; aro de plástico com 5 cm de altura e 10 cm de diâmetro

A-A-A-Aaatttchimm! Ai, desculpem, espirrei; não consigo evitar.

A-a-atchimmm!

Esta reportagem tem mesmo que ser escrita assim: entre espirros, lamento. É

Agora, medicada para o efeito, estou quase bem, mas, a-a-a-atchim,

a primeira vez que acontece na minha carreira de aranha jornalista, mas não

entretanto tive que mudar o rumo à investigação e portanto escrevo sobre a

tenho alternativa. Ou escrevo assim: incluindo estes “percalços” que

alergia a gatos, naturalmente.

resultam de uma forte reação incontrolável do meu sistema imunológico,

Certos organismos (como o meu) reagem à proteína que a pele, os cócós e

a-a-aaatttchimmmm (peço perdão outra vez), ou não entrego esta reportagem

chichis e a saliva dos gatos têm e que espalham por todo o lado onde andam;

ao jornal, e isso não é hipótese que uma profissional coloque.

o corpo “assume” essa proteína como indesejável e perigosa e então para se

Tudo começou ontem quando, a-a-atchim, investigando sobre gatos, quis

proteger liberta histamina, uma substância química vasodilatadora de

1. Procura uma pegada de gato. 2. Envolve a pegada com o aro de plástico de modo a que esta fique no centro. 3. Coloca gesso na tigela e mistura água até ficar com consistência de papa. 4. Deita a mistura para dentr o do aro e enche até uma altura de 3 cm. 5. Após 15 minutos, retira o gesso da pegada. 6. Deixa secar ao ar, voltad a para cima, e retira depo is o aro.

entrevistar os do bairro. Telefonei-lhes, marquei a hora, compareci

resposta imunológica, de combate ao “invasor”, que provoca aqueles

O que acontece?

pontualmente, mas só tive tempo de lançar a primeira pergunta e…

aborrecimentos todos. A-a-a-atchim! Kchchcht, kchchcht!

a-a-a-atchim, saí a correr a meio das respostas! A sério, mal tinha estendido

Remato com o pouco que ainda consegui ouvir aos meus entrevistados:

um educado aperto de patas a cada um, estava acabada de me sentar,

– Somos os mamíferos carnívoros mais lindos do mundo! Sendo da família

quando, a-a-aatchimm (espirro agora, perdão, e espirrei então, por cima das

dos Felídeos, existimos orgulhosamente ainda no estado selvagem, embora

palavras deles; tão embaraçoso), tive que me despedir de súbito, subir fio

sejamos bem mais representados por bichanos domesticados. Num caso e

acima, o mais depressa que pude, e fechar-me na teia mais afastada que

noutro, vivemos sempre felizes e muito independentes. E pode chamar-nos

consegui tecer! Invadiu-me uma coceira disparatada, kchchchcht, kchchcht,

deuses, se quiser, caso não saiba, no Egito, somos divinizados, intocáveis,

kchchchcht, kchchcht, uma imensidão de espirros, que não tinham fim, e fui

desde sempre e para sempre!

ficando com mais e mais dificuldade em respirar. Que situação tão aflitiva!

A-a-a-a-atchimmm!

O que fazer?

DATA: 1958 INVENTOR: Jack Kilby

O Microchip é um dispositivo eletrónico com muitas aplicações, sendo uma delas a identificação de animais. Em cães e gatos, o microchip, pouco maior do que um grão de arroz, é revestido por vidro, e aplica-se no animal com uma seringa própria. Tendo um número único, identifica o animal em qualquer parte do mundo, fornecendo alguns dados sobre ele próprio (como o historial clínico, por exemplo) e sobre o dono (nome, morada, contacto), através de um aparelho de leitura existente em várias clínicas veterinárias e canis.

NÃO DIGAS POR AÍ, MAS… Os gatos da raça sphynx não têm vergonha nenhuma: andam nus por aí (nascem com alopécia herdada dos pais: falta de pelos), tresandam de cheirete, mas não se importam! Na verdade eles até têm pelagem, mas é demasiado curta para se ver e para absorver o óleo natural “mal cheiroso” que a sua pele liberta. Pois mesmo assim passeiam, vaidosos, sem quererem saber do assunto!

QUE ESCAGANIFOBÉTICO! AILUROFOBIA?! É o medo persistente e irracional de gatos. As pessoas que sofrem desta fobia não suportam estar na presença destes animais e, muitas vezes, nem sequer toleram pensar neles. Ansiedade, dificuldade em respirar, suor excessivo, sensação de engasgamento e ataques de pânico são algumas das consequências. Entre personalidades com esta fobia encontram-se Napoleão Bonaparte, Mussolini e Adolf Hitler.

Os gatos têm cinco dedos em cada pata dianteira e qu atro em cada pata traseira. As alm ofadas das patas (que sur gem na pegada) não são dedos, e funcionam como a sola de um sapato, protegendo a pata, amortecendo a queda e ab afando o som dos passos. As patas dianteiras têm sete almofa da s: cinco associadas aos dedos, um a maior no calcanhar e ou tra pequena no pulso. Já as tra seiras têm apenas cinco. As pegadas de gato não têm marcas de garras, devido à sua capacidade de retraí-las.

SABER EM RECORTE ALGUMAS CURIOSIDADES SOBRE OS GATOS A sua audição é melhor do que a de um humano e até melhor do que a de um cão. A maioria dos gatos domésticos tem hábitos noturnos, sendo os seus bigodes muito úteis pois, muito sensíveis, permitem detetar objetos próximos, mesmo no escuro. Um coração felino bate quase 2 vezes mais rápido do que o de um humano: cerca de 110 a 140 batidas por minuto, em repouso. Em média, podem viver até aos 20 anos. De acordo com os registos, o gato mais velho do mundo viveu 38 anos.


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