Vicencia vivissima

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VICÊNCIAVIVÍSSIMA 83 FIO PUXADO CONTO CONTADO Fui investigar: lá nas águas frias do Atlântico Norte, os bacalhaus que escapam aos pescadores e não vêm parar às grandes travessas dos portugueses na noite de 24, passam muito bem a Consoada, como príncipes dos mares. Estes exemplares de gadídeos (família enorme de peixes de cabeça grande, boca na ponta do corpo e barbatanas ímpares e separadas), podendo deslocar-se em cardume da região da Terra Nova para a Islândia e Noruega, passam a “Noite Mágica” juntos: os mais jovens saem das suas águas preferidas e avançam muito pelo mar dentro e bem mais profundo, para estarem com os mais velhos (que vivem mais longe da costa e da superfície). Aparecem de barbelas penteadas, presas com gel (seriam precisas para captar eventuais presas, numa caçada, mas o jantar já está apanhado), abrilhantam a sua linha lateral clarinha, passam a ferro os seus tons verde-azeitona e acastanhados e depois “gastam” as barbatanas com abraços a festa inteira!... Quanto à refeição? Deliciosos pratos de camarão, caranguejo, choco… Mmmmm! Feliz Natal, Gadus morhua, nome científico dos “verdadeiros” bacalhaus!

AS PALAVRAS GUARDADAS NA TEIA DA FÁBRICA

TESTADO E APROVADO!

PORQUE NÃO AFUNDAM OS BACALHAUS? O que preciso?

3 balões; 6 berlindes; tina

com água

O que fazer?

1 – Coloca dois berlindes de ntro de cada balão. 2 – Fecha um dos balões. Sopra um pouco de ar para dentro de outro balão e fecha-o. Ench e com um pouco mais de ar o terceiro balão e fecha-o. 3 – Coloca os três balões na água. O que acontece?

O que acontece?

Os bacalhaus, tal como mu itos outros peixes, possuem uma bolsa de ar, a bexiga natat ória (aqui representada pe lo ba lão), que atua como órgão de flu tuação do peixe para contr ola r a sua posição na água. Quan do o peixe enche a bexiga na tatória de ar, aumenta o seu volum e fazendo com que a densi da de do seu corpo diminua em relaç ão à da água que o rodeia , e assim ele sobe. Quando o peixe a esvazia, ocorre o processo inv erso: o seu volume diminui, a de nsidade aumenta (fica sup eri or à da água que o rodeia) e assim o peixe desce. A bexiga natatória dos baca lhaus é comestível e cham a-se samos.

Os portugueses, desde o século XVI, época das grandes navegações, já realizavam a salga e secagem do bacalhau. Estas técnicas permitiam uma melhor conservação do peixe, mantendo os nutrientes, e até apuravam o seu paladar. Numa época em que era difícil conservar os alimentos, e estes estragavam-se rapidamente, o bacalhau seco e salgado passou a fazer parte da alimentação dos europeus. Hoje, cada português come, em média, seis a oito quilos de bacalhau por ano.

SABER EM RECORTE O BACALHAU NA ALIMENTAÇÃO

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