VICÊNCIAVIVÍSSIMA 89
AS PALAVRAS GUARDADAS NA TEIA DA FÁBRICA
FIO PUXADO CONTO CONTADO As pessoas são tão distraídas do mundo animal e são tão convencidas que são o máximo, que não reparam que há animais por trás, a ajudá-las, nos pormenores mais maravilhosos do mundo! Na música, nas grandes orquestras, por exemplo, são os animais que fazem quase tudo. Escondidos pelo pano de fundo ou por baixo do palco. A sério. Quando se ouve um oboé, é um pato que está por trás a grasnar. As flautas não tocam sozinhas: têm passarinhos dentro de caixas a garantir a qualidade daquele som. A música que sai dos grandes tímpanos, na verdade, é o resultado das caudas dos castores a baterem forte em troncos de árvores ocos no fundo falso do palco. Os trombonistas não sabem música: são os elefantes, disfarçados de cortinas cinzentas dos lados da sala, que tocam por eles! O maestro tem casaca comprida, porque o grilo, discretamente pousado no topo do seu ombro, prolonga o seu fato de cerimónia por ele abaixo, enquanto, com as suas patitas enormes, dá os sinais de entrada aos músicos, para tudo soar bem. Os violinos, as violas d’arco, os violoncelos, os contrabaixos?! Só estão afinadíssimos graças a uma equipa de aranhas que está permanentemente a testar, corrigir, apertar, afinar, substituir as cordas desses instrumentos!
São exímias afinadoras profissionais. As aranhas sentem minúsculas vibrações na teia, através dos órgãos sensoriais que têm em cada uma das suas oito patas, e assim obtêm informações detalhadas do seu dia a dia. Usam as vibrações das teias, para “perceberem” o mundo que as rodeia. A seda do fio que tecem transmite vibrações numa ampla gama de frequências e a aranha, quando puxa a teia, descobre, por meio do som que provoca e recebe: a existência de um inseto preso nela, ou a presença de uma possível parceira para namorar ou uma fragilidade na “casa”, que tem que resolver. Como um músico ou um afinador, a aranha faz e ouve muito bem o som. Se o acorde lhe soa bem, a teia está em bom estado. Se o acorde soa diferente, há um defeito ou uma novidade na teia. Para extrair essa “musicalidade”, ela tem que “afinar” constantemente os seus fios de seda, resistentes e flexíveis como os dos instrumentos musicais; afinar o nível de tensão, as suas ligações. Ora rapidamente as aranhas se tornaram as perfeitas afinadoras de instrumentos de cordas, de todas as orquestras profissionais, por este mundo fora. Claro!
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B.I. DOS OBJETOS
TESTADO E APROVADO!
MÚSICA MAESTRO!
CONCERTINA O que preciso?
NOME: Concertina ANO: 1829 INVENTOR: Charles Wheatstone NACIONALIDADE: Inglesa
1 palhinha; 1 tesoura
O que fazer?
1 – Vinca uma extremidade da palhinha e faz dois corte s para formar um “lingueta” (confo rme a imagem). 2 – Coloca essa extremida de entre os lábios e sopra intensamente até consegu ires produzir som. 3 – Corta um pouco da palhin ha e volta a soprar até conseguires produzir som . 4 – Repete o passo anterior enquanto existir palhinha e sem que haja perigo de te cortares .
O que acontece?
Instrumento musical de caixa poligonal, com forma hexagonal, e de porte pequeno, a concertina foi inventada por um físico inglês e é constituída por palhetas livres, fole e botões em ambos os lados. Cada botão produz duas notas: um som ao abrir o fole e outro ao fechar, obtidos através das palhetas de metal que vibram por meio da pressão do ar. A concertina mais comum e tradicional em Portugal, ao contrário da inglesa, tem forma quadrada.
NÃO DIGAS POR AÍ, MAS… Expostos a vibrações sonoras geradas por canções rock ou pop, os painéis solares podem produzir até mais 40% de energia! Este género de música produz um tipo de frequência de ondas sonoras, que afeta positivamente as hastes de óxido de zinco, presentes nesses painéis. Oh, yeah!
QUE ESCAGANIFOBÉTICO! AMUSIA?! É a incapacidade de reconhecer tons musicais ou até de os reproduzir. Amusia pode ser congénita, ou seja desde o nascimento, ou pode ser adquirida mais tarde, ao longo da vida.
Ao pressionarmos a ponta da palhinha entre os lábios e ao soprarmos com força, a pa ssagem do ar pela “lingueta ” provoca a sua vibração e, consequentemente, a produ ção de um som semelhante a um trompete. Além disso, como o interior da palhinha é uma cavidad e ressonante, permite obter sons com frequências diferente s consoante o tamanho de sta .À medida que se corta a palhin ha a onda amplificada terá maior frequência e, por isso, o som que se obtém é cada vez ma is agudo.
SABER EM RECORTE TEREMIN O primeiro instrumento musical totalmente eletrónico, que se “toca” sem se “tocar” nele, tem o nome do seu inventor, Léon Theremin, que o patenteou em 1928. O cientista russo estava a estudar o efeito da “interferência da mão” como um grande inconveniente nos primeiros transmissores radiofónicos, levando-os a afastar-se da frequência desejada. Isso fê-lo perceber a sua grande utilidade no funcionamento de um instrumento musical, em que basta aproximar as mãos das duas antenas que o compõem, para que se consigam fazer soar diferentes notas musicais.