VICÊNCIAVIVÍSSIMA 95
FIO PUXADO CONTO CONTADO A 23 de Abril celebra-se por todo o mundo: o Dia do Livro. Fui entrevistar quatro animais, considerados dos mais sábios do mundo, sobre este assunto. Pedi, a cada um, uma declaração. A coruja (sábia eleita pelos gregos) piou-me, do alto do telhado de um celeiro: – Livro, livre e liberdade são palavras da mesma família. E a explicação é que, há mais de 4000 anos, os egípcios libertavam uma parte do caule da planta papiro e trabalhavam-na até poder escrever-se nesse pedaço! Por se soltar e ficar livre da planta, chamou-se livro! Quando bati à porta-carapaça da tartaruga (cuja sabedoria os chineses mais respeitam), ela pousou uma patita com força no chão, carimbando a terra mole e perguntou: – Sabia que Xilogravura é uma técnica de impressão antiga, usada sobretudo para ilustrar livros? Transfere-se uma imagem para um suporte absorvente, usando pedaços de madeira desenhados em relevo e pressionando as partes altas, que recebem tinta, sobre o material a imprimir. Deslizei teia abaixo e corri até ao salmão (que os Celtas destacam dos outros animais, como o mais sabedor). Bem disposto saiu da água com uma elegância incrível e antes de mergulhar de novo disse: – Está cientificamente provado que ler ajuda a perceber melhor o mundo todo! Cientistas estudaram a evolução do cérebro, enquanto se aprende a ler. Verificaram que nesse tempo o lado esquerdo do cérebro (onde os neurónios reconhecem e associam as letras e fazem-lhe corresponder som e significado) aumenta a densidade de massa cinzenta: a massa que trabalha TODAS as informações que o cérebro recebe! Ler ajuda a saber mais. Como jornalista, só vejo um fim para esta crónica: um livro liberta-nos o pensamento; é sempre um bom e bonito amigo! Eu vou ler. Leiam também!
AS PALAVRAS GUARDADAS NA TEIA DA FÁBRICA
TESTADO E APROVADO! CONTAS COM FOLHAS
O QUE PRECISO? Caule de papiro (Cyperus papyrus L.); água; faca; martelo de madeira; rolo da massa; tigela; panos de algodão; prensa. O QUE FAZER? 1. Corta o caule do papiro em vários pedaços, todos com comprimento semelhante; 2. Com a faca, retira a camada exterior verde que envolve o caule; 3. Corta o caule longitudinalmente em tiras finas; 4. Com o martelo de madeira, bate cada uma das tiras e esmaga-as de seguida com o rolo da massa; 5. Coloca as tiras numa tigela com água e deixa-as submersas durante 6 dias; 6. Sobre um pano, coloca as tiras lado a lado, na vertical, e depois por cima, na horizontal; 7. Coloca outro pano por cima das tiras sobrepostas e bate levemente com o martelo; 8. Deixa os panos com as tiras na prensa durante 6 dias, trocando os panos por outros secos ao fim de 4 dias; 9. Retira o papiro da prensa.
O QUE ACONTECE? O papiro é obtido a partir da parte interna, branca e esponjosa do caule da planta aquática papiro (Cyperus papyrus L.), cujas fibras, depois de sobrepostas e cruzadas, originam o material que serviu de suporte de escrita há mais de 4500 anos, no Antigo Egipto. O batimento e a prensagem das fibras vegetais são fundamentais para a coesão dos seus componentes. Em Portugal, espécimes de papiro podem ser encontrados em jardins como plantas ornamentais.
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