Cordel Miguel Moura

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COLMEIA DE PALAVRAS

Versos de um poeta analfabeto (Miguel Loureรงo de Moura)

2012


Capa: Designer Eudes Matos Diagramação: Elton Costa Produção: Radialista Paulo Noronha Revisão: Professora Lenira Oliveira, Paulo Noronha e Antonio Adriano Mendes (Tonheiro Mendes) Foto: Adriano Satino Prefácio: Professora Universitária de História Jovelina Santos Biografia: Professora Verônica Ivanide Moura de Assis Digitação: Eleuza Moura Agradecimento: Bancária Rita Peixoto


DEDICATÓRIA Aos meus filhos, Leonice, Sebastião, Eleuza e Valdineide; aos meus netos, Lidiane, Adriana, Lígia, Rodrigo, Raquel, Anita e Amanda, seres do meu ser, a quem devo a motivação para minha vida, razão da minha labuta existencial e dos momentos felizes que usufruo. À minha esposa, Maria Carmelita (in memoriam) que, durante 54 anos de convivência, provou ser uma companheira, amiga, fiel, dedicada e corajosa. Nunca enfrentei nada sozinho. Só Deus nos separou e um dia nos unirá novamente. A todos que colaboraram para que essa publicação fosse realizada, os meus sinceros agradecimentos. Limoeiro do Norte, 17 de julho de 2009.



PREFÁCIO É uma alegria poder compartilhar com os familiares e os muitos amigos e amigas de Miguel Moura, a pureza e a naturalidade de seus versos, escritos sob a égide de emoção verdadeira e com a simplicidade cativante, típica dos poetas populares que com olhos e ouvidos atentos ao mundo que os cercam, elaboram com eloquência a encantadora poesia de cordel, forte pilar da tradição literária do nordeste e de inestimável valor para a nossa cultura e identidade. O cantar sertanejo encontrou na poesia de cordel sua expressão maior. A vida árdua e simples, a labuta, as angústias e alegrias cotidianas ganham formas, tons e melodias nos versos do poeta que traduz através destes a sua maneira de sentir e viver o mundo. A natureza e todo seu esplendor é outro elemento que tem lugar garantido na poesia de cordel. Este elemento ganha especial colorido nos versos do poeta Miguel Moura, que é a um só tempo, amante da natureza e da poesia. Cortejando as duas de modo todo especial, permite que uma se revele na outra e neste percurso lança um olhar contemplativo sobre as forças da natureza desenhando em rimas toda a sua beleza. Miguel Moura nos apresenta em seus versos a generosidade e sabedoria que sempre lhes serviram de norte em sua larga experiência de vida. A família, os amigos, a paixão pelo futebol e outros momentos singulares ganham contornos poéticos, desvelando não apenas o dom da poesia, mas de modo contundente a firmeza e honradez de seu caráter. Concluindo, posso asseverar que é instigante ver como você, poeta Miguel Moura, apesar das adversidades que a vida apresenta, continua esculpindo na poesia as memórias e lembranças do passado com olhos carregados da esperança – próprio das crianças, e segue ainda apontando as possibilidades de futuro com a cabeça erguida – próprio dos homens de fé. Jovelina Santos. Profa. Mestre de História FAFIDAM/ LIMOEIRO DO NORTE Agosto de 2009.



BIOGRAFIA MIGUEL LOURENÇO DE MOURA Miguel Lourenço de Moura nasceu em 10 de agosto de 1932, no sítio Malhada, município de Limoeiro do Norte CE. Filho de Manoel Paulo de Moura e Francisca Xavier de Moura, trabalhadores rurais, família simples, mas bem estruturada na convivência familiar. O 5º filho dos seis que se criaram e que teve a oportunidade de adentrar à cultura letrada com dimensão mais elevada; todos porém, receberam de seus pais valores jamais adquiridos nos bancos escolares, como o respeito, a honestidade, a fé em Deus nosso Pai, o caráter moral a solidariedade, o amor às pessoas.... Miguel cresceu nesse ambiente de harmonia e sabedoria. Desde criança, acompanhou o pai no serviço da lavoura. A juventude foi tranqüila e saudável. Muito moço, conheceu a jovem Maria Carmelita de Moura, com quem se casou e teve 16 filhos, dos quais se criaram: Maria Leonice de Moura e Silva, Sebastião Mendes Moura, Raimunda Eleuza Mendes Moura e Valdineide Mendes Moura Silva. O trabalho na agricultura foi a única fonte de renda para sustento de sua família. Mas, sempre foi dotado de inteligência e iniciativa; tudo que ia precisando, ele mesmo construía. Fez para si diversas casas, sítios e instrumentos de trabalho. Carrega em si uma característica muito marcante, a alegria. Sempre foi uma pessoa divertida. Conheci desde criança, só trabalha cantando, assobiando, fazendo repente, contando gracejo. Sua vida foi difícil, mas seus filhos todos estudaram e hoje vivem bem, construíram família e lhe deram sete netos: Lidiane, Adriana, Lígia, Anita, Amanda, Rodrigo e Raquel. A vida é construída num fluxo e refluxo de alegria e tristeza e nessa movimentação, Miguel tem superado os momentos de tristezas.


Perdeu o filho Antonio Mendes, com 7 anos de idade, violentamente atingido de “sarampo”, doença difícil de curar na época. Mas, unido a sua esposa, que também carregava em si uma auto-estima privilegiada por Deus, superaram a perda deste filho querido. A vida dos dois, Miguel e Carmelita, foi exemplo de fidelidade, companheirismo e luta lado a lado, vencendo cada dificuldade e festejando os momentos alegres. Sua casa foi sempre ponto de encontro de festa, de comemorações da família, que não se resumia só nos filhos e sim, cunhados, irmãos, sobrinhos, parentes e amigos. Um outro episódio triste em sua vida aconteceu no dia 20 de junho de 2008, quando sua esposa Maria Carmelita de Moura faleceu, vitima de câncer. Como um homem de muita fé, ele acredita na passagem do evangelho de São João que diz: Vós, sem dúvida agora estais triste, mas hei de ver-vos outra vez, e o vosso coração se alegrará e ninguém vos tirará a vossa alegria(Jo 16,22). Miguel carrega em si o dom da sabedoria, não estudou, mas é repentista e compositor de versos da literatura de cordel, mais conhecida como poesia matuta ou poesia do repente, característica da região nordestina. Fazer poesia para ele é algo divertido. Sua criatividade se encontra à flor da pele; em todo e qualquer momento, qualquer acontecimento o motiva na elaboração de versos alusivos àquela situação. Hoje, além de compor e recitar suas poesias, tem como hobby, divertir-se assistindo as partidas de futebol de seu clube do coração, o “Cruzeiro do Arraial”. Deus lhe concedeu também a compreensão de aceitar as situações existenciais sem perder o entusiasmo pela vida. É assim que Miguel continua vivendo em Arraial ao lado de suas duas filhas mais novas Eleuza e Valdineide, fazendo seus versos, conversando com os amigos e trabalhando ainda no seu sítio onde está localizada a “Toca da Raposa”.


Resumindo em versos: Conheço Miguel Lourenço Desde que eu sou criança Descrevo em verso o que penso Nele tenho confiança. Os laços familiares Uniram os nossos dois lares Como uma família amada Éramos todos como irmão Sempre estendendo a mão Àquele que precisava. Miguel é homem valente Corajoso e destemido Sábio e inteligente Não se deixa ser vencido O valor que a vida tem Ele preza muito bem Com seu jeito animado Se não gosta ele se cala Se ama publica e fala É esse o seu retrato. Verônica Ivanide Moura de Assis Professora – Pós Graduada Gestão Escolar (sobrinha do Autor) Limoeiro do Norte, 17 de julho de 2009.



POETA ANALFABETO (MIGUEL MOURA - 1999) Na minha pequena idade Pouca escola existia Muitos não aprendiam Falta de oportunidade Hoje eu sinto saudade Mas sei que não sou completo E faço verso direito Não sei ler nem escrever Mas tenho orgulho de ser Um poeta analfabeto

DESPEDIDA DE RAIMUNDO EVILÁZIO – MALHADA- 1966 O caso que vou narrar Todos sabem muito bem É de um jovem rapaz Que todos queriam bem Era um rapaz honesto Não desgostava ninguém Raimundo Evilázio Nogueira Esse era o nome seu Destinou-se a viajar Pois a sorte concedeu Mais fez melhor viagem Porque logo faleceu Seu irmão estava ausente Veio aqui no Ceará O destino dele era Aos pais dele visitar Quando chegou encontrou Satisfeito no seu lar


Este irmão era mais novo Foi dizendo eu também vou Para as terras do Pará Pois com vontade eu estou Seu pai disse não vá Ele disse não senhor Sua mãe lhe pediu muito Meu filho você não vá Obedeça ao seu pai velho Que sofreu pra lhe criar É pra ficar conosco Tenho tudo a lhe ofertar No dia cinco de março Foi a sua despedida Chorava seu pai e mãe E sua noiva querida Lamentando a hora Daquela triste partida Já passando algum tempo Escreveu uma cartinha Dizendo estou muito alegre Com meu irmão e sobrinha Não estava arrependido Assim dizendo uma linha Seu pai ficou trabalhando Pra com um ano ir lhe buscar Quando chegou um telegrama Que veio emocionar Demonstrando que a vida Dele ia se realizar


Não dizia faleceu Mais ficaram suspeitados Com três dias uma cartinha Na qual vinha anunciado O seu corpo já estava No cemitério enterrado Ninguém deve julgar Que seja infelicidade A morte daquele jovem Por ser de tão pouca idade Sua alma goza tranquila Feliz na eternidade Os seus pais muito sentiram A sua noiva também Todos choravam sua morte Porque lhe queriam bem E lamentaram por que Sabe que nunca mais vem Tudo se deu no caso Acabo de explicar Porque não sou um poeta Por isso não sei rimar Peço a quem achar mal feito Vá querendo desculpar


A NATUREZA – 1977 Quando eu era criança Levei a vida brincando Ainda estou me lembrando Do tempo de minha infância E só me resta á lembrança Desta vida de beleza Posso falar com franqueza Digo com democracia Que ninguém não avalia Quanto é grande a natureza Tem o rio Banabuiú O rio Jaguaribe O rio Capibaribe O Rio Grande do Sul Tem Tocantins e Xingu Madeira é quem tem beleza A água faz correnteza Corre de noite e de dia Que ninguém não avalia Quanto é grande a natureza Fruta azeda é limão Quem tem palha é carnaúba No mato tem Catanduva Na várzea é que tem mamão Mato e croa tem pião Que é árvore sem beleza Laranja é quem tem riqueza No mato tem catingueira Tem angico e aroeira Que é obra da natureza


Falando em bicho valente Onça vermelha e pintada Também tem onça rajada O leão bota na frente Guaxinim por ser dormente A hiena tem destreza O elefante tem grandeza O camelo vou dizer Três dias é sem beber Que obra da natureza Cobra de caçote é fiel Que não ofende a ninguém A tabuleiro também A preta não é cruel Valente é a cascavel Jararaca faz surpresa Com seu veneno na preza Coral não tem lista azul Também surucucu Que é obra da natureza Madeira de sabiá De jurema branca e preta A tábua de violeta Cipó de maracujá A fruta do trapiá Pereiro é que tem beleza Tamarindo faz grandeza Pau D’arco é quem tem valia Que diz a geografia Que é obra da natureza


A serra do apodí Também tem a serra azul A serra do Iguatu Serrote do Cariri A serra do Piauí Baturité tem riqueza Tem a serra da nobreza Pedra aguda, grossa e fina Tem o pico da neblina Que é obra da natureza Os bestas dizem que Adão De barro fabricado Eu vou dar o resultado Pra quem tem compreensão Eu não creio nisso não Que ninguém não tem certeza Eva por sua princesa Falo mais outra coisa Para ser sua esposa Por obra da natureza Compasso são cinco estrelas Com quatro se forma o cruzeiro Não há quem conte o carreiro A Dalva sendo a primeira Três balizas fazem fileira Posso dizer com franqueza Porque eu tenho certeza Que uma apagou-se o farol Grande é a luz do sol Que é obra da natureza


De uma costela eu vou dizer Fabricaram uma mulher Veja a coisa como é Difícil de entender Vou ainda esclarecer Que ninguém não tem certeza Eva por sua beleza Foi sua esposa querida Assim terminaram a vida Por obra da natureza

POMBINHA - 1996 Eu estava no coqueiro Perto da ciriguela Veio uma pombinha bela Voando muito ligeiro Numa árvore do meu terreiro Sentou olhando pra eu Veja como aconteceu Abrindo o bico e fechando Uma pombinha cantando Não canta mais do que eu Passarinho nasce pelado Depois cria canhão Antes de ser ancião Já está todo empenado Voando pra todo lado É a sorte que Deus lhe deu O seu filhote nasceu Ele cria alimentando Uma pombinha cantando Não canta mais do que eu Era por ter liberdade Esse tal de passarinho


Pois muito tiram do ninho Colocam dentro das grades Pra sua infelicidade A prisão aconteceu Aí ele entristeceu Os outros foram voando Uma pombinha cantando Não canta mais do que eu Pássaro grande é gavião Carcará e urubu Também tem o jaburu Na mata tem o canção Em casas criam pavão Que a beleza Deus lhe deu Uma pinta apareceu No rabo abrindo e fechando Um pombinha cantando Não canta mais do que eu Tem graúna e caboquim Papa-sebo e bem-te-vi Tem marreco e paturi Tem um tal de cabecim Tem um canário roxim Que de um ovo ele nasceu O beija-flor apareceu No centro da flor beijando Uma pombinha cantando Não canta mais do que eu


MEUS SESSENTA E CINCO ANOS – 10/08/1997 Carmelita é minha esposa Ela, com quem me casei Cinco anos namorei Mas nunca topei na lousa Isto é alguma coisa Pra quem já é veterano Ainda não perdi a esperança Nem deixo outros enganados São muito bem empregados Meus sessenta e cinco anos Nunca tive outra mulher Pois vi que uma bastava Na hora que eu precisava A minha estava de pé Disse meu velho o que quer Logo pegava nos panos Tenha calma ser humano Que nós já somos casados São muito bem empregados Meus sessenta e cinco anos Casamos em cinqüenta e quatro Em vinte e um de janeiro Na catedral de Limoeiro Assinamos essa contrato Isto pra mim é um fato Dado pelo soberano Porque eu tenho engano Que ainda sou bem casado São muito bem empregados Meus sessenta e cinco anos


Tivemos 16 filhos Morreram 12 e criamos 04 Mas é um povo sensato Cada qual tem o seu brilho São 03 filhas e 01 filho Mas esse não fez bom plano Sofreu um golpe tirano Ainda vive separado São muito bem empregados Meus sessenta e cinco anos Tem os que já se casaram Uma ainda não se casou Não sei se não precisou Que não tenho o resultado Vivi nesse fuxicado Entra ano e acaba ano Todo semana é um plano Nada foi concretizado São muito bem empregados Meus sessenta cinco anos Vejam essas bananeiras Todas fui eu quem plantei Com minha enxada limpei Hoje é tudo de primeira As águas fazem cachoeiras Correndo dentro dos canos Meu terreno é muito plano E vejo tudo molhado São muito bem empregados Meus sessenta e cinco anos Casa e tanque são da família Muito suor derramei


Que fui eu quem fabriquei Do tijolo a alvenaria Só pensando que um dia Chegasse até esse plano Com ajuda do soberano Eu vejo todos banhados São muitos bem empregados Meus sessenta e cinco anos Senhora e senhoritas Queiram me desculpar Se eu não soube agradar Com palavras mais bonitas Outras coisas serão ditas Até me tom africano No vale jaguaribano Tudo que fiz está gravado São muito bem empregados Meus sessenta e cinco anos.

Á NETA LIDIANE Lidiane vovô não tem mais força Nem saúde nem espírito nem coragem Pois me lembro do tempo de rapaz Estou cantando e peço que tu me ouça Tu és jovem, ainda cresce e fica moça Pra saber o viver do dia a dia Depois casa e vai ser mãe de família Pois eduque seus filhos bem novinhos Que é pra eles seguirem um bom caminho Isto é martelo pesado de hoje em dia.


AOS ANALFABETOS Caneta de analfabeto É enxada, foice e machado Um facão bem amolado No recanto um enxadeco Pro estojo ficar completo Uma alavanca de primeira Uma chibanca verdadeira Boca de lobo é normal Se for roçar bamburral Tem que ter a roçadeira

O POETA E O PETROLEIRO - JULHO DE 1997 Estou em sua residência É perto e cheguei ligeiro Mais você ta em angola Distante de Limoeiro Já puxou cabo de enxada Hoje é grande engenheiro Vou fazer uma pergunta De todo meu coração Mas você mande a resposta Com toda dedicação Como é que faz ai Fogueira de São João Bom dia Sr.Miguel Daqui lhe fala um amigo Trabalhando de castigo Onde só tem mar e céu Desempenho meu papel Cumpro a minha obrigação Mas sinto no coração


Uma enorme saudade Tudo isso é á vontade De voltar pro meu torrão A diferença que tem De onde está eu e você Eu só posso esclarecer Se fizer o meu desenho Que eu faço desempenho Embora seja besteira Tudo isso é brincadeira Não tenho ódio nem mágoa É você dentro d’água E eu aqui na poeira Você tem um dom divino De fazer o seu repente De ser um poeta nato De pensar sempre na frente E nós sentimos orgulho De tê-lo junto com a gente Por aqui tem muito peixe Pequeno e também graúdo Cardumes de tubarão Dos dentes pontiagudos Pegamos um de três metros Dizem ser do mas miúdos Essa era tubarão fêmea Com dos filhotes agarrados Pesava uns duzentos quilos E foi logo arrebentado O povo levou pra casa Para comer ensopado


Silva vou lhe perguntar Com toda dedicação Se você participou Da pega do tubarão Se foi pego de anzol De rede ou de arpão Silva vou lha explicar Com toda tranqüilidade O tamanho da sua vontade Com vontade de voltar Mas precisa aguentar Os dias determinados Que pra ser bom empregado Tem que ter dedicação Respeitar o seu patrão Para não ser dispensado Silva ontem o churrasqueiro Eu e Mauro seu irmão A moela e o coração Nós assamos primeiro A picanha saiu ligeiro Posso lhe esclarecer Custou muito anoitecer O dia não se acabava Cada mordida que eu dava Me lembrava de você Estou levando uma foto Que é prova real Caso você não esteja Levarei pro Arraial Lá, todos verão de perto A beleza do animal


Como eu não sei de nada Vou perguntar pra você Se a carne de um bicho desses Serve pra gente comer Um peixe desse tamanho Tenho vontade de ser Pois se serve pra comer Sei que dá comida boa Vou fazer uma pergunta Que pode até ser atoa Sendo macho é tubarão Ser for fêmea é tubaroa?

FESTA DOS QUARENTA E SEIS ANOS DE CASADOS - 2000 Cheguei um dia à tardinha Tinham dois cabras cantando Eu me sentei escutando O rádio lá na cozinha Tava escutando sozinho Ouvindo os homens cantar Gostei do improvisar Muitas coisas eu já sei Ou ande ou saia do meio Ou cante ou deixe eu cantar Encontrei uma cabocla Cintura de violão Por ela criei paixão Taquei-lhe um beijo na boca Ela ficou quase louca Começou a me abraçar Disse meu velho o que há O que você quer fazer eu sei Ou ande ou saia do meio Ou cante ou deixe eu cantar


Quarenta e seis anos de amor Quanto mais velho melhor Agora um ficando só É triste e perde valor Prometi ao salvador Pra nunca me separar Ali perante a altar Isso a Cristo eu jurei Ou ande ou saia do meio Ou cante ou deixe eu cantar Eu estava lá com ela Encostado numa varanda Fui virando de banda Ia passando uma donzela Uma loura igual aquela É difícil de encontrar Eu cheguei a olhar Até quando avistei Ou ande ou saia do meio Ou cante ou deixe eu cantar Estou sozinho mas a velha Já casei os quatro filhos Cada qual procure o trilho Que nós temos boas idéias Estou velho ela ta velha Mas não deixamos de amar Quando queremos transar Não tem mas cartão vermelho Ou ande ou saia do meio Ou cante ou deixe eu cantar


Tião é da fundação Eleuza trabalha em revista Valdineide me conquista Leó me da atenção Sofri muito meu irmão Botei todos pra estudar Mas ninguém quis se formar Só botando arrodeio Ou ande ou saia do meio Ou cante ou deixe eu cantar Namoramos cinco anos Ali plantamos esse amor Nasceu e nunca murchou Mas já estava veterano Prometi ao soberano Pra nunca separar Nós temos que viajar Que vai primeiro eu não sei Ou ande ou saia do meio Ou cante ou deixe eu cantar Se eu ficar melado Quiser ir pra minha rede Vou pegando nas paredes Com pouco já estou deitado Mole muito desmembrado Sem poder me levantar Traz um caldo pra min tomar Que o negócio aqui ta feio Ou ande ou saia do meio Ou cante ou deixe eu cantar Oliveira meu cunhado Tem diversas farturas Você vendo essa figura


Não diz que é advogado Em agronomia é formado Teve muito o que estudar Hoje sabe advogar É coisa que eu não sei Ou ande ou saia do meio Ou cante ou deixe eu cantar Ainda não e ó derradeiro Que vejo em cima da mesa Tem garrafa com cerveja No espeto carne de carneiro Disse pra meus companheiros Muita cerveja vou tomar Posso até me embriagar Ou ande ou saia do meio Ou cante ou deixe eu cantar É irmão de carmelita Mas só por parte de mãe E só ficou desse tamanho A altura não justifica O que vale é a escrita Sabe ler e estudar E gosta de trabalhar Mas sem temor e receio Ou ande ou saia do meio Ou cante ou deixe eu cantar


FESTA DO IDOSO - ARRAIAL/2001 Ta fazendo quatro anos Que esta festa é realizada Muito bem planejada Dando apoio aos veteranos Eu digo e não tenho engano Por aqui medito eu No caso que aconteceu E ainda vai acontecer Me pediram pra fazer O nome de quem faleceu Eu começo com Martinho Cirila lhe acompanhou O recado Deus mandou Que siga o mesmo caminho Lá estão rogando por mim Já cumpriu o seu destino Depois Joaquim Sabino Campeão de brincadeira Que das mortes a derradeira Foi o colega junino A morte é o segredo Leva o grande e o pequeno João Costa e Zé Moreno Depois Maria de João Pedro Que ninguém não tenha medo Morrer não é prejuízo Por isso é que analiso Por aqui medito O sete que morrer Estão juntos no paraíso


Paraíso é terra santa É um lugar reservado Lá só entra sem pecado Vestido de roupa branca Não tem porta não tem tranca Nem telha e nem parede Não tem fome e não tem sede Tenho certeza que vou pra lá Pedir a Deus pra guardar O canto da minha rede Marieta está aqui Eu não sei quem convidou Mas ela foi quem doou Um objeto pra brincar Que gosta de ajudar Ela tem muito bom plano Ta junto com os veteranos Mas pra cantar tou disposto No dia quatro de agosto Completou oitenta anos O conselho não é brincadeira E não tem ninguém atoa A presidente é gente boa Tem membro que é mãe solteira Que mora nessa ribeira Tem um futuro brilhante Eu achei interessante Não vá se preocupar Que eu não vou divulgar O nome do seu amante A festa da terceira idade Cada vez é mas bonita Presentes e laços de fita


Deixando nós a vontade Vamos com muita saudade E amor no coração Já fiz uma revisão Com todos meus companheiro Mas novo Lucas Ribeiro Mas velho João Damião Dona Raimunda está Presa nessa cadeira Precisa uma companheira Porque ela não pode andar Que as forças dela não dá Que também é corpo humano Para novo e veterano Deixo palavras bonitas Que ela merece ser vista Ao menos uma vez por ano

LIMOEIRO DE LÉO - 2002 Foi dado com amor Levado com muito carinho Foi longe o caminho E a planta não machucou Chegando lá entregou O dono plantou no quintal Isso ai é normal Que a planta foi de Miguel Que o Limoeiro de Léo Ta dando fruto em natal A raiz enterra no chão Os galhos sobem pra cima


Verde é a cor que combina Chamando o povo atenção Essa árvore dá limão O fruto medicinal Eu aviso o pessoal Que amarga igual a fel Que Limoeiro de Léo Ta dando fruto em Natal Mércia, ainda vou te mandar Um pé que não tem espinho É um orgulho pra mim Saber que quero plantar Se alguém lhe perguntar Diga,veio do arraial Com Pedro Álvares Cabral E a ajuda de Deus do céu Que o Limoeiro de Léo Ta dando fruto em Natal Tem uma bela morada Num local barra do Rio Lá só pode fazer frio Que a terra vive molhada Tem uma árvore plantada Que é um lindo pé de pau Sua folha natural Dá chá e fabrica meu Que Limoeiro de Léo Ta dando fruto em Natal Tem um pé de limoeiro Levado do Ceará


No Rio Grande plantar Carregou muito ligeiro O seu fruto dá dinheiro No mercado é normal Chegando ao ponto final Desempenhei meu papel Que o Limoeiro de Léo Ta dando fruto em natal Precisa muito cuidado Na hora que for tirar Ta sujeito a se espinhar O dedo fica inchado Depois de muito inflamado Pode causar outro mal Só da jeito no hospital Com tratamento fiel Que o Limoeiro de Léo Ta dando fruto em natal

ANIVERSÁRIO DE 70 ANOS MIGUEL MOURA - ARRAIAL / 2002 Minha vida eu devo a Silva A Leonice e a Tião Porque de bom coração Me dão o que mais preciso Às vezes a gente analisa Eu tenho acompanhamento Hora chega momento Que fico cheio de virtude Me dão plano de saúde Ainda paga o acompanhamento


Só quatro filhos criei Com muita dificuldade Hoje não sinto saudade De épocas que já passei Pois muito já trabalhei Agora é só fazer plano Em uma rede velha de pano Deitado me balançando Rogando a Deus completando Hoje meus 70 anos Três genros e uma nora Que guardo em meu coração Eu tenho satisfação Que sei que todos me adora Ela uma grande senhora Mulher de democracia Educou bem a família Pra todo mundo saber Eu quero bem a Berê Igualmente as minhas filhas Setenta anos completo Passei muitas travessias Reuni minha família Cantando verso direto Digo o mesmo sem afeto Que o negócio é muito sério Mas ta do jeito que eu quero Só vejo muita alegria Eu reunindo a família Canto Júnior e Marco Aurélio


Tião mora em Fortaleza Leonice em Natal As duas em Arraial Pra mim é uma beleza Posso dizer com franqueza Sem ter medo de errar Vocês vão acreditar Essa minha decisão Se tenho urgência , precisão É perto pra eu chamar Verônica é minha sobrinha Enfrentou barra pesada Hoje já está formada Ela e sua filhinha Enfrentou tudo sozinha De nada se arrependeu E tudo que aconteceu Grande família ilustrada Tem muita gente formada E, analfabeto sou eu Família que vou contar Filhos, netos cunhados Tem até advogado Se algum dia eu precisar Tem mais gente a se formar Que a vida assim determina É ele e uma menina Levam com tranqüilidade Tião na contabilidade E a Loura na medicina Minha família é pequena Mas torna grande sem saber Por isso eu vou descrever


Da loura até a morena Maior e a mais pequena Pra todas tem simpatia Digo com muita alegria Cantando aqui pra vocês Dida se forma em inglês E Charles em economia Filho acaba de nascer O pai começa a gastar Cresce o bota pra estudar Pra ver o filho aprender Pra dá pra sobreviver Sem o serviço pesado Mas depois de formado Vejam quanto é diferente Em vez de estar no sol quente Está em ar condicionado Os filhos que ajudam o pai Por Deus é abençoado Nunca lhe falta um trocado Pra todo canto que vai Quando seu dinheiro sai Separa logo um pouquinho Diz o restante é pra mim Esse aqui posso gastar O outro é que vou mandar Pra casa dos meus velhinhos Os velhos ficam esperando Com prazer e alegria Quando está perto conta os dias Que o trocado vem chegando Meu filho não estou cobrando Mas eu quero dizer


E vocês vão entender Isso que digo cantando É dado e tornas pagando O que pai gastou com você Um cara veio me perguntar Se velho ainda faz amor Você vai ser sabedor Quando a idade chegar Não é coisa pra se falar Mesmos de eu pra você Viva muito pra saber O que é um final feliz Eu não digo, ela não diz Quem é que pode saber Ela esposa, eu sou marido Nos casamos muito novo Dando alegria ao povo Temos sido bem humildes Mas por Deus fomos acolhidos Foi muito bem dado o nó Nenhum inda ficou só Ainda não perdemos o valor Quarenta e oito anos de amor Quanto mais velho melhor A gente abraça na chegada E abraça na saída A hora mais divertida Quando pegam a estrada Deixa a casa desocupada Rede em todo recanto Pano preto, pano branco Muitos têm que trabalhar Que é difícil organizar Pra deixar tudo em seu canto


LOTAÇÃO DE NATAL - 11/08/2002 Saíram 10 passageiros 3 homens e 7 mulheres Vieram por Quixeré Para chegar mas ligeiro Pois vinham 3 engenheiros Numa cidade curtinha Mas o mapa ele não tinham Não conheceram o final E a lotação de Natal Se perdeu em Lagoinha Carro pra 15 pessoas Mas só 11 viajaram Na entrada comentavam O quanto á festa foi boa Não ouve palavra atoa Vi muita moça sozinha Pois essa festa era minha Foi bonito o festival E a lotação de Natal Se perdeu em Lagoinha Quase todo Brasil andou Em Fortaleza e sobral Do Distrito Federal Rio Minas e salvador Ele mesmo me contou Que dirigia sozinho Chegou numa cidadezinha Bem distante de Macau Mas com a lotação de Natal Se perdeu em Lagoinha


Ele trabalha em Angola Vem distante da família Depois de 28 dias É que ele vem embora Chegando não tem demora Precisa ta preparado Que o contrato assinado Interando tem que voltar Veio hoje comemorar Vinte e cinco de casado

BODAS DE PRATA LEONICE E SILVA Este jovem casal Que estão comemorando Vinte e cinco anos interando Laço matrimonial Deslocaram de Natal Andando longas estradas A festa está animada O seu velho pai cantando Vendo a filha completando Vinte e cinco de casada Ele estudou em Limoeiro Foi pra Guaratinguetá Nunca parou de estudar Hoje é um grande engenheiro Formou-se em Rio de Janeiro Pode esquecer seu passado Época de milho pendoado Ele por dentro limpando Hoje está comemorando Vinte e cinco de casado


Ele nasceu e se criou Lá no torrão da Malhada Casa sem ser rebocada Muita coisa já passou Mas nunca se reclamou Morar em casa sem piso Por aí eu analiso Trago tudo detalhado Se lembrarem do passado Hoje estão no paraíso Olhe não é brincadeira Passar um mês dentro do mar Olhe só da pra avistar Água, céu e estrelas Bem distante da costeira O serviço é pesado Tem que ter muito cuidado Que ali não pode falhar Hoje veio comemorar Vinte e cinco anos de casado Por aí alguém pensar Que o casal estou chaleirando Pode falar esperando Que Deus vem lhe perdoar Fique firme em seu lugar Que sua hora chegaria Tenho um filho e três filhas Todos tratei por igual Hoje falei do casal Aquilo que merecia Não é superstição minha Mas são laços de família Que o casal tem três filhas


Loura, Dida e Liginha Loura coma mais velhinha Já está quase formada De estudar vive enfadada Mas ela quer se formar Veio vê mãe completar Vinte e cinco de casada Lúcia irmão de Silva é Junto com ele, ela mora Não fala em vir embora Pois é uma grande mulher Nela eu tenho muita fé Que é muito bem educada Por doença sacrificada Dias que não passa só Mas quem morar com Leó Esta bem acompanhada Tem aí o Marco Aurélio Que é amigo do casal Se deslocou de Natal Um caboclo muito sério Por isto o considero Digo mais alguma coisa Trouxe os filhos e a esposa Pra todo mundo saber Veio á festa conhecer Nossa toca da raposa Essa é a nossa toca Pode ficar a vontade Que é minha propriedade Isso aqui, ninguém toca Muita gente faz fofoca Eu acho um desrespeito


Essas besteiras eu aceito Vem um redemoinho e leva Depende só da inveja Quem não tem do mesmo jeito Antonio não tenho engano Mas queria perguntar Se você já sabe falar A linguagem do italiano Sei que você tem um bom plano Com nada se atrapalha Enfrenta grande batalha Este casal brasileiro Que a cinco de janeiro Via viajar pra Itália Quando entrar no avião Não esqueça o Ceará Pois veja quem vai ficar Sua mãe e seus irmãos Corda do seu coração Na tristeza se agasalha Enxuga o rosto com a toalha Lembra o filho verdadeiro No dia cinco de janeiro Vai viajar pra Itália


1º ANO DO CRUZEIRO NA 2ª DIVISÃO DO CAMPEONATO DA LIGA DESPORTIVA DE LIMOEIRO DO NORTE Do cruzeiro de Arraial Eu sou da diretoria A presidente é minha filha Eu do conselho fiscal Pra pedir ao pessoal Que tenha educação Não use reclamação Que é feio reclamar E o cruzeiro já está Na segunda divisão Raimundo é o treinador Humberto é o secretario Nilsinho é um voluntário Dindin bom jogar Valdir é goleador Edi é o capitão Que tem mais conhecimento Hoje o cruzeiro está dentro Da segunda divisão Peço desculpas aos senhores Qual o nome eu não citei Acredite que não sei A posição dos jogadores Mas encare como fores E jogue com perfeição Pois lembrem a decisão Jogar é divertimento Hoje o cruzeiro está dentro Dá segunda divisão


Pois muita gente dizia Que o cruzeiro não entrava Como é que se formava Um time em diretoria Raimundo e a minha filha Com ajudados cidadãos Lutarão com perfeição Fizeram tudo a tempo Hoje o cruzeiro está dentro Da segunda divisão Quem canta diz brincadeira Ás vezes vacila e sunda Começamos na segunda Depois pensar na primeira Pra subis nessa barreira Tem que jogar um bolão Dar passo,bola no chão Ligeiro igual ao vento Hoje o cruzeiro esta dentro Da segunda divisão Queiram me desculpar Digo perante aos senhores São 22 jogadores Só 11 podem entrar Na hora de escalar Tem que ter compreensão Ninguém faça confusão Pra não entrar no elenco Hoje o cruzeiro está dentro Da segunda divisão


JOGO PELO CAMPEONATO, EPOCA DE INVERNO CONTRA O SAPÉ EM MALHADA. O ESTÁDIO COM O MATO GRANDE, CHEIO DE LAMA E POÇAS D’AGUA. Fomos pro Nova Esperança Jogo de campeonato Pra não perder o contrato Este ficou na lembrança Andamos longa distancia Caminho muito molhado Quando entrei no estádio Perguntei o campo é esse? É viveiro de criar peixe Ou fazenda de engordar gado?

CRUZEIRO X ESPORTE NO BANDEIRÃO. VITÓRIA DE 2 X 1, RESULTADO QUE DAVA A CLASSIFICAÇÃO PARA A 2ª FASE. NA OCASIÃO FOI INAUGURADA MAIS UMA BANDEIRA, ESTA COM PANO BRANCO E MASTRO AZUL. Saímos pro Bandeirão Mas só pensando em vitória Ganhamos o jogo na hora Que deu a classificação Bola rolando no chão Atacando de norte a sul Passando de eu pra tu Tirando chute de canto Bandeira de pano branco Com mastro de cano azul Nosso time é amador Tem muita capacidade Joga com tranqüilidade


Por isso é que dou valor Porque sou conhecedor De muitas coisas que há Por isso vou publicar O que está se passando Os de lá, jogam ganhando Os nossos pagam pra jogar

PRIMEIRO JOGO DA 2ª FASE, EMPATE 1 X 1 COM VERONA. A VITÓRIA ERA UM PASSO DA SEMIFINAL. Eu estava em Natal Quando me deram a noticia Tiver havido justiça Esse placar foi normal Bem distante de Arraial Não vi essa brincadeira Mas peço a cabroeira Temos que se interessar Se quiser classificar Ganhem a derradeira

CRUZEIRO X QUIXABA PLACAR NORMAL 2 X 2. DERROTA NA PRORROGAÇÃO E O SONHO DA FINAL FICOU PARA O PRÓXIMO CAMPEONATO. Entramos muito animados Mas muita gente dizia Que nenhum ponto fazia Já temos 15 gravados Nosso povo é educado Joga com muito respeito Torcida do mesmo jeito Chegamos o pé da ladeira Não subimos á primeira Mas estamos satisfeitos


ÚLTIMO JOGO DA 2ª FASE, COM GRÊMIO. SÓ PODERIA TOMAR UM GOL PARA CLASSIFICAR-SE A SEMIFINAL. Jogamos contra o Grêmio De Canto Grande o local Vieram pro Arraial Mas com isso não destreno Quem diz que o Cruzeiro é pequeno É que nunca viu jogar Nosso time é de abafar Ganhamos muito cartaz, Deixamos dezesseis pra traz Chegamos ao quadrangular

A CONTUSÃO DE REUBER NO ÚLTIMO AMISTOSO, VÉSPERA DE INICIAR O CAMPEONATO DA 2ª DIVISÃO. Com uma simples pancada Que deram no seu joelho O negócio ficou feio A perna inutilizada Tem dias que é inchada Ele sente muita dor Mas quando foi ao doutor Tinha assinado o contrato Findou o campeonato E Reubinho não jogou


MARCANDO UM AMISTOSO COM PALMEIRAS, O PRESIDENTE ZÉ GOMES, DISSE QUE APOSTAVA A CERÂMICA DELE COM OS DIREITOS DE LUCIANO (SABÓIA) QUE GANHAVAM DE 15 X 0. A cerâmica quer apostar Os direitos de um trabalhador E o rapaz concordou Pois vamos testemunhar Vamos ao cartório assinar Os meus negócios são sérios Pois tu queres eu também quero Ver você em desmantelo Que jogando com o Cruzeiro Ganhava de quinze a zero.

FINAL DE UMA SERESTA COM JOÃO DINO NA AABB DE LIMOEIRO Depois da festa acabada Eu já queria ir embora Que está chegando a hora É muito de madrugada Eu deixei a rede armada O sono já é demais Que pra velhos e rapaz Eu tenho que esclarecer Sendo assim AABB Eu morro e não volto mais Uma seresta com João Dino Reuniu-se a multidão Tabuleiro e São João Quem pagou o patrocínio Deu pra matar o destino


O homem canta de mais Pra mim não teve vantagem Lá vi o dia amanhecer Sendo assim na AABB Eu morro e não volto mais Com microfone sem fio Cantando ao redor das mesas O povo acha uma beleza O homem tem desafio Mas igual eu nunca vi Que o povo lha dá cartaz Faz o que os outros não faz Canta até o sol nascer Sendo assim na AABB Eu morro e não volto mais

HOMENAGEM AO SOGRO E SOGRA Manoel Marrocos e Tereza Foram donos desse local Conviveram em Arraial Que disso tenho certeza Mas com muita gentileza Foram mortes simples e bela São Pedro abriu a cancela E me mostrou o troféu Sei que eles estão no céu Rezando por eu e ela


HOMENAGEM AOS IRMÃOS FALECIDOS Luiz Moura é meu irmão Mora longe e é doente Mas não pode estar presente Nesta comemoração Te amo de coração Tanto você com Inês De irmãos éramos seis Não deixo nada pra depois Eu nasci em trinta e dois Tu nasceu em trinta e três Raimundo se foi primeiro A terceira foi Santana Mudando o canto da cana Pra ver Jesus verdadeiro Aqui meus companheiros Francisco foi o segundo Com sentimento profundo Cantando fico feliz Inês, Miguel e Luiz Ainda estão vivos no mundo.


A LULA ELEITO EM 27/10/2002 Foi a maior votação Que houve pra presidente Mostra que ele é competente Pra governar a nação Se o povo lhe der a mão Não atrapalhar seus planos Durante esses quatro anos Muita coisa desenrola Pois vai ficar na historia Do Lula pernambucano Em Pernambuco ele nasceu Em um pequeno lugar Para estar onde está Sabemos que ele sofreu Ele lutou e venceu É um guerreiro valente Precisa ser competente Falar pro pais inteiro Já trabalhou de torneiro Hoje é nosso presidente No trabalho ele perdeu O dedo mínimo da mão Mas com essa situação Ele não esmoreceu Estudou e aprendeu Pois é muito inteligente É um orgulho pra gente Esse grande brasileiro Depois de ser um torneio Hoje é nosso presidente


O país vai governar Do grande até o pequeno Do branco, preto e moreno Do civil ao militar Se os empresários ajudar Esse LULA vai em frente Olha bem para os doentes Do nosso país inteiro Já foi um grande torneio Hoje é o nosso presidente

FESTIVAL DE VIOLEIROS EM PETROLINA COM IVANILDO VILA NOVA TEMA: TANTA VERBA QUE É GASTA EM MORDOMIA E TANTA TERRA PEDINDO IRRIGAÇÃO. (ASSISTIU PELO RÁDIO) Se eu fosse um governo do país Trabalhava ajudando a pobreza Isto é bom que era uma beleza Deixando nós pobre mais feliz E o rico empanando o seu nariz Quando sai cheio de vida no carrão Ver o pobre e não dá atenção Ainda diz que isso é democracia Tanta verba que é gasta em mordomia Tanta terra pedindo irrigação Você vê a corda de deputado É emenda por cima de emenda Eles querem que a gente lhe entenda Isso é um magote de safado Tos eles têm dinheiro estocado Na América,Suíça ou Japão


Só vê pobre na véspera de eleição E só pensa na sua nota fria Tanta verba que gasta em mordomia Tanta terra pedindo irrigação O ex-prefeito de Limoeiro Esse tem o nome de careca Quatro anos fez papel de boneca Ô que velho safado e desordeiro Quis ser dono de todo dinheiro Servidores passando precisão Muitos deles só comia feijão Temperado com maxixe ou melancia Tanta verba que gasta em mordomia Tanta terra pedindo irrigação Se a terra do nosso Ceará Fosse quase toda irrigada Tinha muita família assentada Com direito a terra pra trabalhar Fazer com que se alimentar Exportava o tomate e o melão A banana pacova e mamão Tinha dinheiro no bolso todo dia Tanta verba que gasta em mordomia Tanta terra pedindo irrigação Tem muito empresário rio famoso Aqui dentro do nosso Ceará Dois salários eles quiseram pagar Deixaria o pobre orgulhoso Saiam comentando a todo povo Gente boa pé o nosso patrão Vamos produzir de montão A patroa chamamos de titia Tanta verba que gasta em mordomia


Tanta terra pedindo irrigação A pobreza aqui do nosso nordeste É só falta de terra molhada O agricultor planta cuida e não faz nada Falta chuva e a planta entristece O milho devagar ele cresce Mas não vê uma barge de feijão Continua a mesma situação Sofrendo tamanhas agonias Tanta verba que é gasta em mordomia Tanta terra pedindo irrigação

TEMA:A MORTE MATA E NÃO LEVA, O CAIXÃO LEVAE NÃO TRAZ. CANTORIA EM JUAZEIRO DO NORTE COM IVANILDO VILA NOVA. (ASSISTIU PELO RÁDIO) O corpo vai pro cemitério A alma sobra a Jesus Em cada cova uma cruz O negócio é muito sério Pois a morte eu considero Que leva o velho e o rapaz Um na frente, outro atrás Assim a gente preserva A morte mata e não leva O caixão leva e não traz A morte não é prejuízo Que tenho visto dizer Que agente quando morrer Vai morar no paraíso


Por ai eu analiso O que Deus fez e ainda faz Deixando o homem pra traz Vão todos morrer de inveja A morte mata e não leva O caixão leva e não traz Veja o recém nascido Não fala e não sabe andar Chora quando quer mamar Porque Deus dá o sentido A mãe amamenta o filho querido E ele não dá muito cartaz Pois cresce e destrói demais As coisas que a mãe conserva A morte mata e não leva O caixão leva e não traz Jesus foi crucificado Em uma cruz de madeira Três dias uma sexta-feira Já estava ressuscitado Tomou conta do reinado Aqui ninguém manda mais Avisou pra satanás Meu povo pertence á Eva A morte mata e não leva O caixão leva e não traz


PRESENTE DO ANIVERSÁRIO DE 70 ANOS (AGOSTO DE 2002) Minha filha me fez uma surpresa Trabalharam todos escondidos Não chegou nada em meu ouvido Mas fizeram com muita gentileza Quando soube achei uma beleza Meus 70 anos já entreguei a Deus Agora rogo a São Mateus Mas ele me deu força e eu cresci O melhor presente que recebi Foi um livro escrito os versos meus.

Limoeiro do Norte, 17 de julho de 2009.




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