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BRAZIL INK FELIPE SANTOS RAMOS - RICARDO AUGUSTO NAPOLI - STEPHANY PALOS PRIMEIRA EDIÇÃO - TIRAGEM ÚNICA
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NESTA EDIÇÃO:
4 TATUAGENS PARA VÍTIMAS DE CÂNCER DE MAMA
6 XOÏL AKA LOÏC
8 MAORI
12 EYEBALL
18 A HISTÓRIA DAS MÁQUINAS DE TATUAGEM
21 HENNA E SEUS PERIGOS 22 TATUAGEM E OS TONS DE PELE 24 TATUAGENS PARA CRIANÇAS
26 ENTREVISTA DALE
COLIN
29 MULHER MAIS VELHA A SER TATUADA NO REINO UNIDO 30 CURIOSIDADES - MULHERES TATUADAS SÃO MAIS PROMÍSCUAS?
TATUAGENS PARA VÍTIMAS DE CÂNCER DE MAMA
Durante nossas vidas, diversos tipos de marcas aparecem por nossos corpos, sendo como forma de lembrança de uma época ou fato ocorrido. Cada um ao seu próprio modo, lidam com tais marcas. Fato como algumas mulheres vêm lidando com o resultado de seus tratamentos de câncer, tratamento que causa diversos danos.
Vemos aqui uma foto tirada do livro Bodies of Subversion: A Secret History of Women and Tattoo (“Corpos da Subversão: Uma História Secreta de Mulheres e Tatuagem”; o livro só foi lançado em inglês), escrito por Margot Mifflin, cuja primeira edição foi lançada em 1997, mas que ganhou uma terceira edição em dezembro de 2012. O livro traz uma seção dedicada a mulheres que decidiram, nos anos 90, cobrir suas cicatrizes de mastectomias com tatuagens. A imagem da mulher com o peito tatuado deve ter sido uma das fotografias para divulgação do livro que chamou a atenção de alguém que, então, resolveu dividi-la em sua página pessoal. Mas a própria pessoa que aparece na foto só foi perceber que estava famosa um tempo depois de ver sua foto no Pinterest e, depois, descobri-la em outras páginas. Foi aí que decidiu contar sua história em seu blog.
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Trata-se de Inga Duncan Thornell, que vive em Seattle com seu marido e seus animais de estimação e trabalha como conselheira (no Brasil acho que nem é um trabalho regulamentado, mas trata-se de uma espécie de terapia voltada para múltiplos temas). O desenho da tatuagem foi uma colaboração entre Inga (que é formada em Artes, dentre outras coisas) e a tatuadora Tina Bafaro, com o objetivo de cobrir as cicatrizes deixadas pela dupla mastectomia. Para completar o trabalho, foi necessário realizar uma sessão por mês, aos domingos, durante dois anos e meio! A imagem, que vai da região acima do estômago, cobrindo seu peito e segue para as costas, no formato de uma blusa, ou, talvez, uma armadura, é bastante colorida, trazendo um tema com animais e flores combinados a ornamentos no estilo celta. Com a ampla visibilidade das redes sociais atualmente, a foto se tornou uma forma de campanha mundial de conscientização sobre o câncer de mama.
Xoïl aka Loïc é um tatuador nascido em uma pequena vila no sul da França, de uma família muito modesta, e tem seu trabalho reconhecido por ter traços diferentes e únicos. É criador de um estilo novo intitulado “Photoshop Style” e teve seus primeiros contatos com arte por intermédio do pai. “Ele usou coisas que alguém não queria para fazer coisas legais” diz o tatuador. Há cerca de 5 anos, um amigo de Xoïl chamado Jeff teve a ideia de fazer tatuagens “diferentes”. Para a maioria das pessoas era realmente chocante ver esse tipo de arte fora da tela e impressa na pele. Para Xoïl, no entanto, foi uma revelação, pois o sonho dele era criar uma linha de body art diferente, e essa possibilidade havia acabado de se tornar palpável. Essa é uma maneira muito criativa e impressionante de pensar sobre tatuagens e reinventar uma arte milenar. A Photoshop Style, foi melhor aceita na Europa, provavelmente por ter nascido e ter sido aprimorada na Europa, diz Xoïl. Além de Photoshop Style essa linha de tatuagens também é chamada de Folder Photoshop.
HOÏL AKA LOÏC
“É realmente isso! Uma tatuagem com photoshop. Eu quero alertar as pessoas que sim, eu uso o software phothoshop para compor meus trabalhos, muitos chamam de composição digital. Eu chamo de estilo gráfico de forma eficaz.” - Diz Xoïl em uma entrevista. Ele trabalha com tatuagens feitas por encomenda, com clientes que tenham um tema, pois assim pode trabalhar a arte deixando a imaginação livre para criar projetos fantásticos. O estúdio de Xoïl, Needles Side TattOo, conta com Little Big Kev, aprendiz do artista principal dessa matéria.
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MAORI
Assim são são chamados chamados os os originais originais habitantes habitantes Assim indígenas da Nova Zelândia, chamada por indígenas da Nova Zelândia, chamada por eles como Aotearoa ou “A terra das longas longas nuvens brancas”. brancas”. nuvens
MAORI
Na língua maori, a palavra maori representa toda uma cultura. Em lendas e outras tradições orais, a palavra distinguia seres humanos mortais de divindades e espiritos. Maori tem cognatos em outras línguas da Polinésia, como na língua Havaiana (Maoli) e na língua taitiana (Maohi), e todos têm sentidos semelhantes. Os primeiros exploradores europeus às ilhas da Nova Zelandia se referiam às pessoas que lá encontraram como “aborigenes”, “nativos” ou “neozelandezes”. Maori permaneceu como o termo usado pelos maoris para descreverem a si mesmos. Em 1947, o Departamento de Relações Nativas foi renomeado para Departamento de Relações Maoris para reafirmar a decisão. Segundo Abel Tasman, navegador, explorador e comerciante neerlandês, o maori tem apenas lendas e tradições orais para explicar a sua presença na Nova Zelândia por seus costumes, como MOKO. A tradição nativa conta que seus primeiros colonos usavam para marcar os seus rostos para a batalha com carvão vegetal, e que assim foram feitas as primeiras tatuagens. Todos os homens, sendo eles guerreiros ou de elevada posição social, eram obrigatoriamente tatuados no rosto e também em outras partes do corpo. Exceto os escravos e a população nativa em geral. O termo “tatuagem” não é conhecido na Nova Zelândia. O nome dado às “marcas decorativas” é MOKO. As primeiras navegações e histórias sobre a Nova Zelândia e seus costumes são de crétido e Abel Tasman(1642) eCapitão Cook, sendo este último o responsável pela mais detalhada descrição do moko. Ainda segundo Capitão Cook, em sua viagem, observou que cada tribo parecia ter um costume diferente em relação à tatuagem. Seus corpos e rostos eram marcados com manchas pretas, chamadas “Amoco” – largos espirais em cada nádega.
As coxas de muitos eram quase inteiramente pretas, o rosto dos homens mais velhos quase totalmente cobertos. Os espirais desenhados minuciosamente são simétricos, sendo um lado correspondendo ao outro. Porém, estas marcas variam muito em diferentes partes da costa e ilhas. Para John Lubbock, banqueiro vitoriano inglês e visionário, se tratando de tatuagem polinésia, para ele a mais bonita de todos foi a dos neozelandeses, por serem tatuados em linhas espirais. O processo é extremamente doloroso, principalmente nos lábios. Uma vez tendo alguém se encolhido a partir dele ou mesmo mostrado quaisquer sinais de sofrimento ao se submeter ao mesmo é considerado pouco viril. Era uma questão de honra e orgulho aos guerreiros. Maori é muito mais do que uma tatuagem para o novo Neozeolandês. É utilizada como comunicação, uma espécie de hieróglifo. Os instrumentos usados pelos Maoris para a execução de mokos eram pedaços de ossos humanos, cascas de tartaruga, ou metal, mergulhados em pigmento e, em seguida, batido com um pequeno bastão. Para que se obtesse cicatrizes e sulcos, os quais identificam a moko, era necessário que o instrumento penetrasse profundamente no tecido muscular, e os cortes eram tão profundos que, por vezes, perfuravam e atravessavam a bochecha. Quando eles entravam em guerra, cortavam a cabeça do inimigo e colocavam-na em urnas sagradas. No século 19, as cabeças tatuadas dos guerreiros maoris se tornaram objetos cobiçados por colecionadores europeus. Começou, então, o tráfico dessas cabeças; os próprios maoris passaram a troca-las por armas de fogo. A prática do moko em escravos servia apenas para aumentar o número de cabeças tatuadas com o objetivo da troca por armas de fogo. Os tatuadores especialistas em Tā Moko são chamados de Tohunga Tā moko. Mesmo atualmente, as tatuagens ainda demonstram autoridade e respeito para quem sabe seus significados. Uma mulher que possui o queixo tatuado pode significar que é casada ou possui um grande respeito dentro de um determinado grupo. Há no caso dos homens, podemos ver isso no governo do país, que é dividido entre Kiwis e Maoris. Muitos Maoris que possuem altos cargos no governo têm grande parte do rosto tatuada, quando não todo ele. Já os de cargos mais baixos possuem menos experiência, logo menos tatuagens.
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EYEBALL
A “tatuagem” no globo ocular trata-se de uma injeção de tinta, cuja forma não se pode definir, uma vez que o próprio comportamento da tinta no olho não é muito controlável desde seu surgimento em 2007, quando os primeiros experimentos em olhos de animais para desenvolver a tinta e a profundidade das aplicações foram feitas. Esta técnica ganhou “fama” em 2010 após a publicação de um vídeo no YouTube, hoje já retirado do ar, onde é mostrado prisioneiros nos Estados Unidos que tatuaram seus globos oculares mas sem revelar como fizeram o procedimento. Mesmo já tendo se passado mais de cinco anos desde o surgimento da técnica, o eyeball tattooing, como é conhecido, ainda é considerado um procedimento experimental e altamente arriscado. Sempre que uma foto é divulgada sobre esse experimento, é acompanhada de avisos sobre não ter relatos de consequências em longo prazo. Foi no mesmo ano de destaque no YouTube em que o National Geographic exibiu seu programa “Taboo”, restrito à TV a cabo e pouco “dissipado” pela internet, portanto, não tomou nem de longe as mesmas dimensões do vídeo sobre os presos. A preocupação com o oferecimento dessa modificação por alguns artistas passa pela “aprendizagem duvidosa”, uma vez que não são oferecidos cursos de tatuagem do globo ocular. Não há instituições oficialmente reconhecidas pelos órgãos governamentais e nem mesmo a profissão é regulamentada. Dessa forma, sabemos que todos aqueles que fazem o procedimento são autodidatas e tiveram que desenvolver suas técnicas por conta própria. E enquanto todos criticavam quem fizesse aquilo na cadeia, pouca atenção foi dada ao fato de que a prática de se tatuar o globo ocular estava tomando forma e ganhando representantes dispostos a se submeter às injeções de Howie, o Luna Cobra, o primeiro a realizar o procedimento e responsável por desenvolver a tinta a ser injetada. Howie é um body artist competente, nascido em uma família de médicos e trabalha há muitos anos com modificações diversas, com incontáveis procedimentos práticos que vão da tatuagem aos implantes genitais, além de muito estudo e pesquisa, que contam a seu favor. As primeiras “cobaias” de Howie foram Pauly Unstoppable (conhecida figura do mundo da body art), Josh “Chy” e Shannon Larratt (criador do maior site dedicado à body modification no mundo,o BMEzine). A primeira tentativa, em Pauly Unstoppable, consistiu no uso do método de “hand pocking” em que se
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usa a agulha num movimento de “cutucar” o olho, técnica comum para fazer tatuagens com pontos, ou “dotworks”. Neste caso, tinta azul não aderiu à superfície do olho e foi, aos poucos, “lavada” com as próprias lágrimas. Na vez de Josh “Chy”, foi utilizada uma agulha bem fina (29G) e uma solução da tinta com colírio antibiótico. A primeira aplicação, bastante superficial, se dissipou no olho a ponto de quase desaparecer. Na segunda injeção a tinta já se espalhou melhor e ficou visivelmente retida sobre a esclera. No terceiro procedimento, em Shannon Larratt, uma agulha ligeiramente mais grossa (28G) foi usada. Nele, a primeira injeção foi muito superficial devido à dificuldade da profundidade a que se deve colocar a agulha. Na segunda vez em que a tinta foi injetada, com um pouco mais de profundidade, formou-se então uma bolha de tinta indelével. Vale ressaltar que os procedimentos são indolores, pois não há terminação nervosa alguma na superfície do olho. Por questão de segurança e para que o olho não se mexesse muito, é aplicado um colírio com lidocaína. Das três experiências, a segunda delas, em Josh, parece ter sido a mais bem sucedida. 24 horas após injetada a tinta, esta se espalhou consideravelmente pelo globo, resultando numa “mancha” maior e bem definida. Josh também foi o primeiro a dar continuidade ao projeto e ter o globo ocular inteiramente colorido por Howie e pintar o olho direito em abril de 2008. A segunda pessoa, da qual se teve notícias a arriscar-se a fazer a tatuagem foi outra modificadora corporal, Roni Lachowicz, polonesa que agora trabalha no estúdio Extreme Needle, em Londres. Novamente, outro artista experiente que trabalha com modificações extremas e, antes de efetuar o procedimento, pesquisou o máximo que pôde até se sentir segura o suficiente para realizar a aplicação do pigmento. Ela fez sua primeira aplicação em si mesma, apesar dos riscos, seria a única responsável por suas ações caso algo desse errado, o que felizmente, não aconteceu. A maioria das aplicações realizadas, por ela, na Europa foi com pigmentos pretos, que possuem mais um risco específico: a coloração da região ao redor dos olhos. Não se sabe exatamente o que ocorre ou o motivo de ocorrer esse “espalhamento” da tinta. O excesso de tinta vaza e se aloja ao redor do olho, escorrendo por outros vasos enquanto a pessoa dorme. Isso tem sido relatado por muitas pessoas
que tiveram os olhos tatuados, mas o motivo dessa coloração ainda não foi determinado, portanto, fazem-se apenas suposições em relação ao sono, o “movimento rápido dos olhos” ao dormir. O risco pode ser reduzido minimizando a quantidade de tinta injetada e limpando cuidadosamente todos os resíduos de tinta possíveis. Mesmo assim não há garantia de que uma região ao redor do olho não fique levemente colorida, com maior ou menor intensidade. Existe apenas um caso em que o excesso de tinta injetada acabou migrando para a parte interna, mais profunda, do olho. Nesse caso, o próprio olho em que o pigmento foi injetado parecia não aceitar com facilidade a aplicação da tinta, que não se espalhava com facilidade. A pessoa afirmou que teve uma dor de cabeça intensa, visão embaçada e sensibilidade à luz. Durante o ano seguinte, a pessoa relatou ver manchas pretas e as partículas de tinta parecem ter migrado também para o nervo ótico.
EYEBALL
Segundo especialistas é bem possível que a pessoa desenvolva glaucoma e prejuízo da visão ou, mesmo, a cegueira. Infelizmente, qualquer diagnóstico é dificultado pela tinta, que pode, por exemplo, encobrir defeitos ou anormalidades no olho e tornar difícil afirmar se o problema foi em consequência da pigmentação ou algo que aconteceria independente dela.
É preciso estudar e pesquisar exaustivamente. Não é a toa que um médico leva anos para se formar. Mas também não é à toa que, ao fim do curso, um médico tenha que passar por um período de residência, no qual pratica o que aprendeu. Na modificação corporal também é preciso prática, além de estudo. E para praticarmos, dependemos de pessoas que confiem em nós e que nos confiem seus corpos.
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A HISTÓRIA DAS MÁQUINAS DE TATUAGEM
Um dos principais objetos para realizar tatuagens, a máquina elétrica tem uma longa história de vida. Ela já passou, inclusive, por várias transformações, a começar pelo fato de que, há milhares de anos, o aparato para tatuar obviamente não era elétrico. Dessas mudanças, desde agulhas egípcias feitas de madeira, o kit tailandês que continha madeira e ossos de animais, chegamos mais perto da realidade atual ao abordar a invenção da primeira versão das máquinas elétricas. Criada por Thomas Edson em 1876, ela era uma caneta elétrica que tinha o objetivo de copiar documentos através da perfuração do papel, contornando, desta forma, o que era desejado. O aparelho vibrava de cima para baixo entre 50 e 3000 vezes por minuto. Dezesseis anos depois, Samuel O’Reilly aperfeiçoou a máquina e adicionou agulhas múltiplas (de uma a cinco), mudou o sistema de tubos e adicionou um reservatório de tinta – isso tudo permitia a oscilação do aparelho e a movimentação das agulhas. O’Reilly patenteou a máquina nos EUA e se tornou o grande mestre da máquina de tatuar a partir da criação de Edson. Desta forma, a tatuagem conhecida, até então feita manualmente, sofreu uma grande evolução, digamos, industrial.
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A HISTÓRIA DAS MÁQUINAS DE TATUAGEM
Máquina Elétrica de Tatuagem de Thomas Edison | Samuel O’Reilly
Podemos dividir a arte de tatuar em dois tempos: antes das máquinas e depois das máquinas. Lembrando que, mesmo com as máquinas cada vez mais modernas, a tatuagem feita manualmente, como a arte tebori, ainda é muito apreciada. Mas é inevitável reconhecer que, após a criação primeira máquina, surgem novas experiências, estudos e adaptações a cada dia que passa. Atualmente, as máquinas são muito mais leves, mais potentes e, especialmente, mais precisas. Elas podem ter seus chassis personalizados como verdadeiras obras primas de colecionador. Em 1904, Charles Wagner, aprendiz do tatuador O’Reilly, adiciona à máquina elétrica duas bobinas. Na década de 20, Percy Waters patenteia um novo modelo, bem próximo dos atuais. Na década de 50, Frank Eliscu Etal patenteia um novo aparelho, muito semelhante a uma caneta, por meio de um projeto de modelo cirúrgico. Na década de 70, Carol Nightingale foi o último a patentear um modelo de máquina de tatuar elétrica, a mais parecida com as atuais. Hoje em dia existem milhares de modelos espalhados por todo o mundo, mas todos baseados neste último modelo, de Nightingale. As máquinas atuais são acompanhadas de alguns instrumentos que permitem o seu funcionamento: o pedal que libera ou corta a energia da máquina, o clip-cord, que é um fio plugado na fonte e na máquina que serve para conduzir a energia, e a fonte, que proporciona a função de regular a amperagem e a voltagem da máquina. Estes instrumentos são indispensáveis em qualquer aparelho moderno de tatuar.
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A HISTÓRIA DAS MÁQUINAS DE TATUAGEM
Existem muitas máquinas com funções diferentes. As máquinas de contorno são tradicionais. Nela o tamanho da biqueira define o estilo do desenho a ser tatuado, e quanto menor for mais detalhes poderão ser feitos. Máquinas de sombrear são parecidas com as de contorno. A diferença se encontra na posição das agulhas, que devem ser mais afastadas, pode colorir interiores e fazer sombreamento. As máquinas pneumáticas são muito mais leves. Elas são pistolas que necessitam de ar comprimido para operar, e, por isso é necessário um compressor de ar. Este tipo de aparelho é muito utilizado para se trabalhar fora de estúdios. As máquinas de rotação eram muito utilizadas antigamente e hoje foram aperfeiçoadas – elas servem tanto para contorno como para sombra. O que a destaca é o fato de elas serem mais silenciosas que as padrões e permitirem um bom alcance da tinta na pele sem muita necessidade de regulagem. Uma decisão importante ao escolher a máquina é a relação entre a técnica e a experiência com o aparelho que o tatuador deve ter. Independente da escolha, o artista deve se sentir seguro e preparado para usar a máquina escolhida, pois assim o trabalho é realizado com mais precisão, satisfazendo tatuados e tatuadas.
Modelo de Máquina de Tatuagem | Percy Waters e Carol Nighttingale
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HENNA E SEUS PERIGOS
Dermatologistas avisam que muitas pessoas pensam que, pelo fato de a tatuagem de henna ser temporária, ela não oferece risco para a saúde. Mas existem compostos químicos que podem desencadear alergias e deixar cicatrizes definitivas na pele em pessoas sensíveis ao contato com esses componentes. No Brasil, a tatuagem de henna é muito utilizada entre os adolescentes, além de adultos que optam por esse estilo antes de fazer a definitiva, principalmente no verão. Mas nem tudo é o que parece. Diversas substâncias são adicionadas ao produto, fazendo com que sua composição seja alterada: “Quando se adicionam substâncias químicas, como corantes – a exemplo da parafenilenodiamina, que é usada para tornar a secagem mais rápida, dar coloração mais intensa e melhorar a definição do desenho –, aumenta-se o risco de sensibilizações alérgicas (dermatites de contato)”, afirma a pediatra e alergista Fátima Rodrigues Fernandes em entrevista à Revista Viva Saúde. Um garoto britânico de apenas 4 anos ficou com uma cicatriz devido a uma queimadura causada pela alergia a henna. Apesar da medicação antibiótica, nada poderia ser feito quanto à cicatriz, que ficaria definitivamente. Se houver má cicatrização no local, poderá haver a formação de queloides, que estendem a área da queimadura, endurecem a pele e causam dores, além de serem irreversíveis.
Sintomas: Vermelhidão, coceira, inflamação, formação de bolhas e descamações são alguns dos sinais do mau uso das tatuagens de henna. E já que é mais comum no verão, esse tipo de tatuagem pode dar reação cruzada com protetores solares. E a lesão, por ser mais profunda, pode pigmentar a pele e deixar cicatrizes. A situação se agrava ainda mais se a exposição solar continuar. Nesses casos, recomenda-se interromper o uso da substância e utilizar medicamentos antialérgicos, cremes ou pomadas. Antibióticos também podem ser receitados na ocorrência de infecções secundárias. A henna natural não possui coloração preta, mas sim tons de marrom escuro, que vão sumindo da pele em aproximadamente duas semanas. Isso desde que os produtos utilizados sejam de qualidade. Para isso, recomenda-se que a tatuagem seja feita em um estúdio de sua confiança, cujo selo de aprovação da Vigilância Sanitária deve estar em dia. E fique atento: antes de aplicar qualquer produto químico no organismo, é necessário verificar se já houve alguma sensibilização anterior.
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TATUAGEM E OS TONS DE PELE
Existem diversos cuidados em relação as tintas e tipos de pele que todos devem tomar para fazer uma tatuagem. Além de alergias e não usar produtos tóxicos é necessario ficar atento a alguns cuidados que devem ser tomados. Pele seca: Pele sem brilho, às vezes com descamação fina e poros fechados. Este tipo de pele pode ser o maior desafio para um tatuador, a pele seca não permite que a tinta se espalhe direito, sendo mais difícil obter uma coloração ou sombreamento uniforme, mas se você for se tatuar e tiver pele seca pode ser fácil resolver, passar um hidratante pelo menos uma semana antes fara com que os resultados sejam muito mais satisfatório e diminuirá um pouco a ardência no dia da tattoo. Pele oleosa: Pele com um brilho maior, normalmente tem poros dilatados e costuma proporcionar um processo final muito mais brilhante para a tatuagem. É o tipo de pele que não costuma dar problemas ao se tatuar, pois ela manterá uma aparência de feita recentemente por mais tempo e geralmente a cicatrização é tranquila. Quem tem uma pele oleosa não precisará de hidratação antes da sua tattoo mas cuidados pós tatuagem são sempre bem-vindos.
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Pele normal: Pele fina sem tendência a descamação. Tem um brilho natural, poros fechados e aspecto de pele hidratada sem ser oleosa. Bom tipo de pele mas não é o tipo de pele mais comum no nosso país, os tipos mais comuns são a pele seca e oleosa e por isso se obtem diversos traços de algumas tattoos em certas regiões do Brasil. Para as tintas também existem algumas dicas importantes. Pigmentos mais diluídos servem para todos os tipos de pele. Calma, diluído não quer dizer que o resultado final ficará mais fraco, na verdade a pigmentação irá depender
e muito da pratica do tatuador, pois tanto os pigmentos mais diluídos são mais fácies de penetrar na pele quanto também podem se diluir facilmente com o sangramento da pele e alterar o resultado final da tatuagem. Ressaltando a preferencia de sempre procurar um estudio de confiança e com materiais de otima procedencia. As tintas um pouco mais grossas ou pastosas são indicadas para peles normais ou oleosas, na pele seca ela é desaconselha por acabar machucando a pele e não obter o resultado pretendido caso não vá a um tatuador muito experiente. Características da pele negra A cor da pele sempre influencia, por mínimo que seja, no resultado final da tatuagem. A pele negra, em especial é uma pele mais propensa a manchas graças a um alto nível de melanina em sua composição. Os pigmentos são sempre os mesmos indiferente do tom de pele da pessoa tatuada, não existem tintas especiais para tatuar em peles negras, porém a tatuagem se destaca mais e cicatriza com cores mais vivas quando feita em peles claras. Apesar disso, a utilização de um tatuador com experiência nas técnicas adequadas para tatuar cada tom de pele pode amenizar a diferença. Essa variação quando não levada em consideração, pode prejudicar, e muito, o resultado final em peles negras especificamente, técnicas como deixar a agulha em um ponto da pele por um tempo prolongado ou fazer movimentos repetitivos na mesma área, por exemplo, são perigosas graças à alta concentração de melanina em sua composição, podendo prejudicar a pele e provocar cicatrizes, queloides e manchas.
É muito comum as pessoas se equivocarem, achando que o uso da cor branca é o mais adequado, quando se é importante lembrar que as cores aplicadas serão escurecidas ao entrar em contato com a pele. Temos como a cor mais indicada para peles negras, portanto, o preto, porem vale saber que pessoas com um tom de pele escuro podem sim utilizar cores em suas tatuagens, mas devem optar por cores mais intensas e vivas, bem como por tonalidades fortes. As peles de tons escuros podem ser separadas em três categorias básicas. Abaixo, separamos algumas dicas de acordo com cada tom de pele, mas lembramos que é extremamente importante a opinião e o auxílio de um tatuador experiente na hora de escolher as cores de sua tatuagem.
TATUAGEM E OS TONS DE PELE
Pele Mulata Clara A cor aparece mais que nos demais tons escuros de pele. É bom evitar a cor roxa e o azul que quando expostas ao sol tendem a escurecer para um cinza chumbo. Caso a utilização delas seja fundamental para a tatuagem, dê preferência para os tons mais claros.
Pele Mulata Opte por desenhos em preto e branco com o uso de sombreados. Em peles mulatas, é possível alcançar ótimos contrastes de sombra e brilho somente com a utilização do sombreado. Se as cores forem necessárias, escolha tons claros como amarelo e laranja.
Pele Negra Opte por tatuagens feitas somente em preto. Demais cores ficarão confusas, apagadas e podem “embaçar” a longo prazo.
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TATUAGENS PARA CRIANÇAS
TATUAGENS PARA CRIANÇAS O fato de crianças e adolescentes menores de 18 anos não poderem fazer tatuagem em alguns estados brasileiros, sendo proibido por lei, não impede que tatuagens temporárias e brinquedos supram a vontade de tatuar enquanto a tão esperada idade não chega. Pesquisando um pouco, é possível achar várias informações sobre novidades e ideias criativas de tatuagens temporárias. Uma delas é a Tong Toos. Essa é uma tatuagem temporária com sabor para ser aplicada na língua. Elas podem ser de cereja, melancia, morango e limão, por exemplo, e possuem uma grande variedade de artes, incluindo desenhos animados como Phineas e Ferb.
Outra inovação é a empresa brasileira Le Petit Pirate, que investiu bastante na brincadeira e criou coleções de vários estilos, desde fofinhas até old school, criadas por artistas brasileiros e estrangeiros. Como o público-alvo é o infantil, a empresa tomou o cuidado de criar tatuagens atóxicas e de fácil remoção, elas também possuem o selo do INMETRO. A aplicação das tatuagens é semelhante à das já conhecidas tatuagens de chiclete, aplicando na pele com um pouco de água.
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Colin Dale-Grandberg, nasceu em 1965, em Saskatoon, Saskatchewan, Canadá, filho de pai e mãe artesãos escandinavos, aprendeu desde cedo a importância da arte e da cultura. Seus pais cuidavam de crianças com necessidades especiais (indígenas, deficientes, etc), de forma que ele foi apresentado a cultura, arte e história dos nativos desde criança. Estudou artes e teatro no colégio, antes de viajar para a Europa e Ásia. Ele voltou para o Canadá para completar a licenciatura em Artes Plásticas, especializado em desenho e fotografia. Foi durante esse tempo que ele ficou interessado em “Rock Art”. Tanto os petroglifos / pictogramas do Canadá, bem como a “helleristninger” e pedras rúnicas de sua ascendência escandinava. Retornou para a Dinamarca em 1991, onde ele seguiu a carreira de artista gráfico e ilustrador, antes de conhecer Erik Reime. Estudou musculatura do corpo e arte rupestre, que se encaixam bem com a direção artística de Erik como um tatuador, e Colin foi rapidamente chamado para ser aprendiz no Kunsten pa Kröppen.
COLIN DALE
(aquele que imprime com carvão de madeira) e Tu Ra’ipo’ (aquele que reside no céu obscuro) que faziam parte de um grupo de artesãos.
Após vários anos de aprendizagem das artes básicas com as mãos e com a máquina de tatuagem, Colin começou a viajar novamente para destinos muito distantes, como a Polinésia Francesa, para trocar e discutir técnicas com mestres da tatuagem de Bornéu, Samoa e Tahiti. A pesquisa de Colin ajudou a reintroduzir as técnicas de tatuagem perdidas das culturas nórdicas, nativos americanos e Inuit. Seu trabalho tem sido ilustrado em vários livros, revistas e programas de documentários. Depois de 12 anos e meio, Colin decidiu abrir seu estúdio de tatuagem próprio, “Skin & Bone” em 2010, onde ele poderia fornecer um ponto de encontro para partilhar experiências e continuar a trabalhar ao lado de outros artistas etnográficos e tatuadores de todo o mundo. Colin continua a viajar e promover tatuagem cultural em todo o mundo. Como dito anteriormente, Colin Dale, trabalha também com tatuagens manuais, mas o que são essas tatuagens manuais? São tatuagens feitas com gravetos de bambu e agulhas fixadas em sua ponta, conhecidas na Tailândia como “Sak-Yant” e no Japão como Tebori. Parece um pouco aterrorizador, mas é extremamente normal, em nativos africanos, tailandeses, tribo maoris, japoneses e outros tantos lugares. No Taiti, segundo uma tradição local, a prática de tatuagem seria de origem divina. Durante o Po’ (período obscuro) ela teria sido inventada pelos filhos do deus Ta’aroa Mata Arahu
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COLIN DALE
Agulha fixada em um pedaço de osso, trabalho com pontos. Documentos históricos indicam que a tatuagem já era praticada no Egito antigo, entre 4000 e 2000 a.C, no Japão e na China há pelo menos 7 mil anos. Existem também registros de que os Celtas, os Pictos, os Vikings, os Dinamarqueses, os Normandos e os Saxões também se tatuavam. Nas américas, um tatuador estabeleceu-se em Boston, em 1846, muito embora os nativos do continente praticassem uma forma de tatuagem muito antes disso. Ibn Fadlan, um árabe que se reuniu com comerciantes vikings na Rússia no ano de 921, comentou que os homens eram altos como palmeiras. Ele também observou que “cada homem, a partir da ponta de seus dedos em seu pescoço, estavam cobertos de linhas verde-escuras, árvores retorcidas, desenhos e afins.” A palavra árabe para a cor da tatuagem, pode significar verde, azul ou preto. Temos quase certeza que as tatuagens que ele menciona no texto descritivo sobre a tribo, eram tatuagens azul escuras, criadas com cinzas de madeira como agente de tingimento. Lembrando também que os vikings usavam óxido de diversos metais para colorir suas roupas, o que não impede que poderiam usar esse material para fixar os desenhos na pele. Ibn Fadlan, chama os projetos de “árvores”, é muito provável que ele está descrevendo padrões de nós (knotwork) que eram muito comuns na época na arte de todo o norte da Europa. Na imagem, um trabalho retratando o herói Sugurd com o Regin, o anão que forjou a espada do pai de Sigurd, Sigmund, e que a lamina foi quebrada e depois transformada em uma nova espada, “Gram”. Colin, fez esta arte em um recém educado ferreiro, embora ele tenha gostado mais do desenho ter sido iniciado na mão, ele não tinha muito tempo e
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dinheiro, no entanto, Colin foi capaz de terminar o desenho na máquina sem comprometer a arte e em seguida finalizou com alguns pontos à mão para não perceberem a diferença.
MULHER MAIS VELHA A SER TATUADA NO REINO UNIDO
A aposentada Winifred Turner tornou-se a mulher britânica mais velha ao fazer uma tatuagem aos 92 anos. Winifred tem três tatuagens, duas dedicadas ao marido que faleceu aos 89 anos em 2010 e uma aos netos e bisnetos. Em um braço tem as iniciais do próprio nome e as do marido, com quem foi casada durante 69 anos, dentro de dois corações. No pulso a avó Turner fez uma homenagem para os netos e bisnetos escrevendo a inicial de cada um em um bracelete. No outro braço, a data em que o marido faleceu e a frase “Sinto sua falta, Win”. Winifred Turner decidiu fazer uma tatuagem após admirar as do neto Alex Dixon. “Eu nunca tinha pensado nisso antes, mas Alex veio com suas tatuagens
um dia e pensei que também gostaria de ter uma”, disse.
O tatuador responsável pelas tatuagens de Winifred, Rob ‘Spider’ Ridland, de 27 anos, ficou impressionado com a coragem da senhora, já que ela não reclamou de dor. “Ela lidou com a dor muito melhor do que algumas pessoas mais jovens. Eu já vi homens desmaiarem ao fazerem tatuagens antes. Com 92 anos você já passou por muito, um arranhão no braço não parece nada. É bom ver pessoas mais velhas chegando nesse meio enquanto alguns ainda têm uma má opinião sobre tatuagens, achando que são apenas para bandidos e criminosos”, explicou Spider.
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CURIOSIDADES - MULHERES TATUADAS SÃO MAIS PROMÍSCUAS?
Mulheres tatuadas seriam mais promiscuas no sexo? Estudos, exceções, indicam que mulheres tatuadas gosta mais de sexo.
Mulheres acham homens tatuados mais atraentes, e homens acham que mulher tatuada parece ser promíscua, diz pesquisa.
Um recente estudo realizado nas principais capitais brasileiras, analisou o comportamento sexual das mulheres levando em consideração o tipo de tatuagem que elas têm. O pesquisador E. Mendes entrevistou mulheres em todo o Brasil e chegou a algumas conclusões:
Porque os homens preferem as mulheres tatuadas? De acordo com um estudo realizado na Universidade Bretagne-Sud, na França, para o sexo masculino, as mulheres tatuadas são mais atraentes e também mais fáceis. O estudo foi realizado com cerca de 11 moças, escolhidas em um grupo de 58. Durante o verão eles foram à praia cerca de 20 vezes, metade das vezes usando tatuagens falsas na parte inferior das costas e na outra metade sem tatuagens aparentes. Foram entrevistados 400 homens, na faixa dos 20 anos que estavam na mesma praia.Os entrevistados tiveram que responder a duas perguntas: qual a probabilidade de a garota aceitar sair com eles e quais as chances de acontecer sexo no primeiro encontro. Os pesquisadores, à distância, contaram quantos homens se aproximavam delas, foram mais de 200 e elas fizeram mais sucesso do que as mulheres sem tatuagem que estavam pela praia. Além de responder as questões acima, os entrevistados ainda tinham que dar notas as mulheres. O estudo comprovou um preconceito masculino, já que como resultado as moças tatuadas foram consideradas mais acessíveis pelos homens e também mais propensas a fazer sexo no primeiro encontro.
“Primeiramente, foi possível constatar que as mulheres tatuadas gostam mais e praticam mais sexo do que as mulheres sem tatuagem“, afirma Mendes. “Parece que o prazer em sentir dor, de alguma forma está ligado a` excitação sexual feminina“, 73% das entrevistadas que disseram gostar muito de sexo eram tatuadas, e quase metade das mulheres sem tatuagem que adoram sexo, tem intenção em fazer uma tatuagem. A pesquisa serviu também para traçar o perfil sexual das mulheres de acordo com o tipo de tatuagem que elas têm. • 82% das mulheres com tatuagem de estrela disseram preferir sexo selvagem. • 42% das mulheres com uma fada tatuada no corpo preferem sexo oral. • 96% das mulheres que tem tatuada a frase Carpe Diem são adeptas do sexo no primeiro encontro. • 55% das mulheres com tatuagens tribais têm tendência ao lesbianismo. • 42% das mulheres com uma tatuagem de borboleta já participaram de alguma orgia ou sexo grupal.
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