Revista Combustíveis & Conveniência - Ed. 182

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MERCADO

Nova gasolina com maior qualidade chega em agosto Novo combustível vem com maior octanagem e menor massa específica, qualidades que impedem a formulação de naftas mais leves, dificultando as adulterações POR ADRIANA CARDOSO

A partir de agosto, chega aos postos de combustíveis a nova gasolina da Petrobras, versão próxima dos parâmetros de qualidade dos mercados norte-americano e europeu, que terá mais qualidade, eficiência, com aumento da proteção aos motores dos veículos. O preço será um pouco mais alto, mas há a compensação pela economia do combustível, segundo Anelise Lara, diretora de refino, gás e energia da Petrobras. “Será uma gasolina mais eficiente, de melhor qualidade, e que vai oferecer maior proteção aos motores e fazer mais quilometragem por litro”, explicou, durante a live “Mobilidade Sustentável e o Futuro do Combustível”, promovida pela Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA). As novas especificações da gasolina foram publicadas na Resolução ANP 807, em 23 de janeiro. A resolução estabelece que a gasolina comum, tanto a produzida no Brasil como a importada, tenha uma massa específica mínima de 715 kg/m³. Atualmente não existe requisito de massa mínima para a gasolina comercializada no Brasil. Além disso, a nova especificação também estabelece a necessidade de octanagem mínima de 92 pela metodologia de

RON, mais adequada às novas tecnologias de motores que já estão sendo introduzidas no país. A octanagem tem dois padrões de medição, o método de pesquisa (RON) ou método motor (MON). O método RON é utilizado na Europa. No Brasil adota-se o mesmo padrão dos Estados Unidos, que é a média entre RON e MON chamado IAD (Índice Antidetonante). MUDANÇAS DE PADRÃO DA OCTANAGEM Atual

Agosto

Gasolina Comum

IAD 87 RON 93

Gasolina Premium

IAD 81 RON 97

As novas especificações, segundo Anelise, aumentarão a autonomia dos veículos e solucionarão problemas verificados no campo, como problemas de “detonação que causam danos aos veículos, como quebra de pistão”. Ademais, impedem a formulação de gasolina com naftas mais leves que podem ser misturados ao etanol e serem vendidos como gasolina. De acordo com a diretora, a novas especificações são importantes para tornar os combustíveis mais adequados às tecnologias vigentes no mercado brasileiro de automóvel, onde 70% da frota é de carros flex. Ademais, “o Brasil possui a única ga-

solina do mundo com 27% de etanol anidro misturado”.

Diesel Verde

Ainda em consonância com o propósito de colocar no mercado combustíveis mais eficientes e com menor volume de emissões de gases poluentes, a diretora da Petrobras também antecipou que a empresa realizará testes do chamado Diesel Verde (HVO) na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, Paraná, a partir deste mês (julho). Ela destacou que a utilização do diesel parafínico poderá atender, juntamente com o biodiesel, a parcela de biocombustível a ser misturada ao diesel (atualmente em 12%), ajudando a solucionar os problemas de entupimentos de filtros, bombas e bicos injetores normalmente registrados à medida que o porcentual de biodiesel no diesel aumenta. “Com o limite (do biodiesel) a 15% em 2023, nós teremos o dobro do teor de contaminantes no óleo diesel, o que pode impactar diretamente na formação de depósitos, devido às glicerinas, e nas emissões, devido aos metais”, apontou. Ainda, o HVO pode ajudar o país a atingir os parâmetros propostos na fase P8 do Proconve 2022/2023 (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores). n Combustíveis & Conveniência • 11


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