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Brasileiros foram vítimas de um megavazamento de informações, que expôs pelo menos 223 milhões de CPFs e 40 milhões de CNPJs
Proteção de dados: se você ainda não parou para pensar nisso, passou da hora! No ano passado, a aprovação da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais acabou ficando em segundo plano, diante de tantas instabilidades e perdas, tanto econômicas quanto sociais. Porém, o megavazamento de 2021 mostra que já passou da hora de dar atenção ao tema
POR ROSEMEIRE GUIDONI
Diante de tantas questões econômicas, sociais e sanitárias urgentes, a aprovação da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), em setembro de 2020, acabou não sendo encarada pelos brasileiros com a devida importância. Porém, mesmo que indiretamente, os temas relacionados à privacidade afetam a todos, tanto pessoas físicas quanto jurídicas. De posse de dados privados, um criminoso pode colo14 • Combustíveis & Conveniência
car em prática diversas ações ilícitas. Exemplos típicos e recentes do mau uso não faltam. Um deles foi o roubo de contas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), que afetou inúmeros brasileiros no ano passado. Como parte das ações emergenciais adotadas pelo governo para ajudar as pessoas afetadas pela pandemia, a Medida Provisória 946/2020 autorizou o saque do fundo, no valor de até R$ 1.045,00 por trabalhador, considerando suas contas ativas e ina-
tivas. Para fazer a retirada, bastava informar o CPF e um e-mail válido no aplicativo Caixa Tem. Ou seja, qualquer pessoa podia se cadastrar, usando um dado pessoal de terceiros e um endereço eletrônico qualquer, inclusive criado em serviços gratuitos e sem checagem e, com isso, ter acesso a informações sobre o saldo do verdadeiro titular. Em outubro de 2020, auge da prática criminosa, a perda mensal girava em torno dos R$ 2 milhões. O golpe foi amplamente divulga-