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GLP: política de preços da Petrobras espreme a revenda

Com mais brasileiros cozinhando em casa, consumo do gás LP cresceu durante a pandemia e o preço do botijão chegou a R$ 105, em algumas localidades. Na média, no entanto, revendedores seguraram o repasse ao consumidor

ADRIANA CARDOSO

Presente em quase 100% dos lares brasileiros, o gás LP, mais conhecido como gás de cozinha, voltou aos holofotes durante a pandemia. Com mais gente trabalhando, estudando e, consequentemente, comendo em casa, o consumo do gás subiu e o preço também. Em algumas localidades, o botijão foi vendido a R$ 105, conforme mostra levantamento da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), realizado na semana de 1a 7 de novembro.

Conforme dados do Sindigás, o sindicato das distribuidoras de gás LP, o consumo do botijão cresceu 7,79% no período de março a setembro, quando o isolamento social foi mais apertado.

Por sua vez, o preço do produto subiu, em média, 16% na refinaria até o início de novembro. O último reajuste, anunciado pela Petrobras em 4 de novembro, foi de 5%, ocasionado pela alta do dólar e dos preços no mercado internacional.

Ainda que os revendedores façam um esforço para não repassarem o aumento ao consumidor final, isso acaba acontecendo cedo ou tarde, uma vez que aqueles que trabalham na legalidade não conseguem suportar essa situação por muito tempo.

“A Petrobras vem subindo o preço do gás de cozinha de forma desordenada e sem critério algum. Essa é a prova cristalina de que o oligopólio funciona muito bem no Brasil, com a proteção das autoridades antitruste e a conivência do órgão regulador”, criticou José Luiz Rocha, presidente da Abragás.

Culpa da revenda

Assim como acontece com os postos quando há reajuste nos preços dos combustíveis, Rocha avaliou que a revenda de GLP “paga o preço que lhe é imposto e leva a fama pelo aumento dos custos”.

“Isso acontece quando, na verdade, elas estão reduzindo as margens necessárias para a sua sobrevivência, a fim de que, justamente, os reajustes não sejam repassados em sua integralidade aos consumidores”, pontuou.

Na avaliação do presidente da Abragás, mesmo nos momentos de queda do barril de petróleo, “o comando monopolista usou como argumento a variação do dólar, a desvalorização do real e a paridade internacional” para aplicar a sequência de reajustes no GLP que se viu em 2020.

Segundo a Abragás, os dados da ANP mostram que, de janeiro a novembro de 2020, as distribuidoras tiveram um aumento real de R$ 4,55 para cada botijão de 13 quilos.

Já a última cotação do GLP nas foi de R$ 28,31 (valor sem impostos) na comparação com 4 de novembro de 2020, de R$ 32,86, cujo reajuste foi de 16,07% no período. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2020 está acumulado do ano (até outubro) em 2,22%.

O Sistema de Levantamento de Preços da ANP mostra que, em dezembro de 2019, o preço médio do botijão de gás da revenda em São Paulo era de R$ 67,66, enquanto na primeira semana de no-

vembro, ficou em R$ 72,28, um aumento de R$ 4,62, que representa cerca de 7% de reajuste repassado aos consumidores, ante os 16,07% aplicados pela Petrobras.

“Se a revenda tivesse aplicado a mesma regra da Petrobras, o preço

refinarias, em dezembro de 2019, do botijão de GLP em São Paulo GRU-0032-20_FECOMBUSTÍVEIS_anuncio_205x135mm.pdf 1 16/04/2020 19:20:47 deveria ter aumentado cerca de R$ 10. Isso demonstra, claramente, que as revendas não estão conseguindo repassar os reajustes e muito menos a reposição dos custos operacionais. Isso ocorre devido à alta competição no setor, inclusive com o comércio informal, outro tema que as autoridades fecharam os olhos e deixaram correr solto em todo o país”, disse.

Segundo Rocha, o mercado de distribuição, totalmente concentrado nas mãos de poucos players, repassa ao revendedor 100% dos reajustes da Petrobras, acrescidos dos custos operacionais que não param de subir.

“Enquanto isso, o segmento revendedor continua sofrendo as consequências dessa política de preços que está colocando a sobrevivência de muitos negócios em risco”, lamentou. ■

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