41 ISSN 1983-1390
00041 00040
revista comércio & serviços publicação da federação do comércio de bens, serviços e turismo do estado de são paulo
9
771983
139001
ANO 24 • Nº 41 • NOVEMBRO/DEZEMBRO • 2015
PERIGO à vista
A A RTE URBA NA DE EDUA RDO KOBR A
Estudo “Radiografia do Endividamento das Famílias Brasileiras”, realizado pela FecomercioSP, mostra consumidores mais cautelosos em relação a empréstimos e compras de bens duráveis
Obras em prédios e muros valorizam a cidade
SERV IÇOS PA R A AS MAMÃES Como did ade no t rabalho e no la zer
CR E SCE A M A NI A DO FOOD TRUCK Dicas e locais para se comer bem
UMA CIDADE CHAMADA COPA N Além de moradores, há comérc io e ser v iços
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Aqui tem a força do comércio
C A RTA AO L EI TOR
O País não suporta mais TRIBUTOS Os tempos de bonança passaram rá
hoje o cenário é preocupante. E um
pido. Em novembro de 2009, a revis
eventual aumento de impostos se
ta britânica The Economist estampava
rá a gota d’água para afundar de vez
na capa o título “Brasil decola”, com a
aqueles que conseguiram melhorar o
ilustração do Cristo Redentor subindo
padrão de vida. Uma carga tributária
como foguete. Quase quatro anos de
mais onerosa para as empresas e para
pois, em 2013, a mesma revista afirma
as camadas de maior renda também
va que o País havia estragado tudo. De
acabaria por atingir a todos.
lá para cá, mais acentuadamente após as eleições de 2014, o Brasil entrou em
Ao se aumentar os tributos das corpo
um processo de crises econômica e
rações, a tendência é de que os preços
política inédito em nossa história.
dos produtos subam e o investimento caia. No caso das famílias, apenas aque
A inflação hoje castiga mais as famí
las com renda superior a R$ 8.740,00
lias de menor renda. O Custo de Vi
conseguem poupar – elas são apenas
da por Classe Social, calculado men
5,5 milhões. A grande maioria, 56 mi
salmente pela FecomercioSP, aponta
lhões de famílias, gasta mais do que ga
que nos 12 meses até julho o custo
nha e, por isso, depende do crédito ge
de vida médio do paulistano subiu
rado pela poupança da minoria.
9,63%. Mas, na segmentação por classe, essa alta foi de 11,16%, na clas
O resultado é que a poupança acumu
se E; 11,26%, na D; 9,87%, na C; 8,82%,
lada tende a desaparecer se o apetite
na B; e de 8,73%, na A.
voraz do governo avançar sobre as par cas economias dessas 5,5 milhões de
Projeções sugerem que mais de 350 mil
famílias. Mais uma vez, elas pagarão a
famílias teriam caído da classe D (renda
conta da falta de controle e má gestão
mensal de até R$ 1.740,00) para a classe
do setor público. Sem essa reserva, fi
E (renda até R$ 1.160,00), e quase 20 mil
cará ainda mais caro e escasso o crédi
da classe C (até R$ 8.700,00) para a clas
to que até agora sustentou a ascensão
se D, apenas pelo fato de o custo de vida
da nova classe média.
ter subido acima da média para os me nos favorecidos.
Sem crédito, o consumo continuará caindo, ocorrendo o mesmo com as
Se nos anos anteriores o
vendas e a produção, alimentando um
Brasil comemorava a
círculo vicioso difícil de ser quebrado,
ascensão da no
levando o País a uma situação cada
va classe média,
Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo Presidente Abram Szajman Superintendente Antonio Carlos Borges
Conselho Editorial Ives Gandra Martins, José Goldemberg, Renato Opice Blum, José Pastore, Jorge Duarte, Pedro Guasti e Antonio Carlos Borges Editora Editor-chefe e jornalista responsável André Rocha MTB 45653/SP Editor Carlos Ossamu Repórteres Filipe Lopes, Rachel Cardoso e Raíza Dias Estagiária Priscila Oliveira Diretores de arte Clara Voegeli e Demian Russo Editora de arte Carolina Lusser Designer Laís Brevilheri Assistentes de arte Paula Seco, Cíntia Funchal e Vitória Bernardes Estagiário Yuri Miyoshi Revisão Flávia Marques, Luisa Soler e Paulo Teixeira Fotos Ciéte Silvério, Miguel Schincariol e Rubens Chiri Colaboram nesta edição André Zara, Barbara Oliveira, José Goldemberg e Lúcia Camargo Redação Rua Santa Cruz, 722, 5º andar Vila Mariana – CEP 04122–000 – São Paulo/SP Tel.: (11) 3170 1571 Fale com a gente publicacoes@fecomercio.com.br Impressão Plural Indústria Gráfica
vez mais complicada.
Abram Szajman, presidente da Federação do Comércio de Bens,
Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), entidade que administra o Sesc e o Senac no Estado
Aqui tem a força do comércio
ÍNDICE
18
ENDIVIDAMENTO DAS FAMÍLIAS
Brasileiros mudam hábitos de consumo com a crise financeira e o desemprego
8
14
26
28
34
38
ENTREVISTA
O artista plástico Eduardo Kobra fala sobre o seu trabalho em prédios, muros e ruas de São Paulo, Nova York e Dubai
ALÉM DA MORTE
Mercado funerário cresce e investe em sofisticação e serviços personalizados
EM ESTADO DE CHOQUE
Governo federal não sabe como resolver a crise no setor elétrico
CIDADE DA AVENTURA
Os turismos ecológico, rural e esportivo são as atrações do município de Socorro
42
46
52
58
IDENTIDADE EMPRESARIAL
A escolha de um bom nome pode contribuir para o sucesso da empresa
SINAL DE ALERTA
Alta rotatividade de funcionários pode aumentar custos e reduzir produtividade
NECESSIDADE DE EMPREENDER
Com o desemprego em alta, cresce a procura pelas microfranquias
PARA MÃES E FILHOS
Novos negócios ajudam a conciliar trabalho e lazer com os filhos
CARTÃO POSTAL
Edifício Copan é uma cidade dentro de São Paulo, com 5 mil moradores
DELÍCIAS SOBRE RODAS
Os food trucks invadiram a cidade e conquistaram os paulistanos
62
AGENDA CULTURAL
66
LIVROS
64
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Planos de saúde coletivos por adesão, conforme as regras da ANS. Informações resumidas. A comercialização dos planos respeita a área de abrangência das respectivas operadoras de saúde. Os preços e as redes estão sujeitos a alterações, por parte das respectivas operadoras de saúde, respeitadas as disposições contratuais e legais (Lei nº 9.656/98). Condições contratuais disponíveis para análise. Outubro/2015.
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EN T R E V ISTA POR LÚCIA CAMARGO
“SONHO em pintar o Masp” A
s bailarinas de Moscou e de Pa
O artista se define como “muralista”,
pital paulista, há cerca de 50 murais
raisópolis pairam no ar, conferindo sen
título que conquistou depois de exe
públicos. Faz parte do jogo a nature
sação de leveza. A obra de arte O Pensa-
cutar centenas de painéis em paredes
za efêmera de alguns. Ele guarda em
dor reflete sobre a existência na parede
e muros, em São Paulo e mundo afora.
seu arquivo 3 mil fotos de obras espa
do Senac Tatuapé. Na praça Oswaldo
Podem ser vistas obras de Kobra nos
lhadas pelo planeta. Algumas são sin
Cruz, onde começa a Avenida Paulista,
bairros paulistanos de Santo Amaro e
gelas; outras, contundentes – como
um Oscar Niemeyer circunspecto, ain
Vila Madalena e nos Estados de Bra
a pintura da cama em 3D feita para
da que retratado no mosaico multicolo
sília e Recife, além das internacionais
“abrigar” uma moradora de rua. Todas
rido, observa a fragmentada paisagem
Nova York, Miami, Tóquio, Moscou, Du
contêm significados que vão além do
humana que se movimenta pela região.
bai, entre muitos outros lugares.
visual. “Não faço nada só pela estéti
Os murais pintados por Eduardo Kobra
ca”, diz. De painel em painel, vai dando
nesses lugares mudam o tom e a cara
Os grandes temas do artista são a luta
de esquinas e prédios e valorizam a re
pela paz e as preservações da memó
gião à medida que quebram o cinza e
ria e da natureza, com especial aten
Kobra é, hoje, um homem muito ocu
renovam a paleta urbana, além de levar
ção para o combate à crueldade con
pado. Concedeu a presente entrevista
os passantes a reparar melhor na arqui
tra os animais. Kobra, com 39 anos,
à revista C&S em várias etapas, em
tetura. De repente, você passa e enxer
pinta desde os 12 e garante ter perdido
meio a compromissos nacionais e in
ga em seu caminho a beleza que antes
a conta dos trabalhos feitos. De cen
ternacionais. Leia os principais trechos
era só uma possibilidade.
tenas executados, atualmente, na ca
das conversas.
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seus recados.
Foto: Miguel Schincariol
AS OBRAS DO ARTISTA PLÁSTICO EDUARDO KOBRA SÃO VISTAS POR MILHARES DE PESSOAS TODOS OS DIAS, PINTADAS EM PRÉDIOS, MUROS E RUAS – DE SÃO PAULO, NOVA YORK OU DUBAI
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EDUA R DO KOBR A ,
artista plástico
Foto: Divulgação
EN T R E V ISTA
COMO SURGEM AS IDEIAS PARA OS MURAIS?
desenho que sirva. O mural precisa dia
interessante e vou atrás das autoriza
logar com o local no qual será pintado.
ções para pintar. Praticamente todos os
Todas as ideias começam em um bloco
Exemplo: em janeiro de 2009, fizemos
murais de rua na cidade de São Paulo são
de anotações. Episódios do meu dia a dia
para o aniversário de São Paulo o mu
assim: sem associação com empresas ou
me inspiram e vou guardando. Depois, vi
ral na Avenida 23 de Maio, que mostra
marcas, nada. Não ganho dinheiro quan
ram desenhos. De um caderno com 500
cenas da década de 1920. Foi uma de
do são trabalhos que eu quero fazer.
deles, apenas alguns vão parar no muro.
claração de amor à cidade, que tinha sentido ali.
QUAIS SÃO OS CRITÉRIOS PARA ESCOLHER AQUELES QUE VÃO PARA OS MUROS?
VOCÊ USA SEUS PRÓPRIOS RECURSOS, GASTA SEU TEMPO E NÃO RECEBE NADA?
Depende do espaço e da localização.
COMO É O PROCESSO DE CRIAR UM MURAL? VOCÊ PROCURA O LUGAR OU ACEITA ENCOMENDAS?
Às vezes, surge a oportunidade de pintar
Acontece de duas maneiras. Mais fre
assim com Sem Rodeio, feito dentro do
em algum lugar e não tenho nenhum
quentemente, eu encontro um local
Projeto Greenpincel, pintado na Avenida
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Sim. Faço porque tenho vontade de ter um mural em determinado lugar. Foi
“
“
Não no sentido formal, sou autoditada. E hiperativo. Aprendi fazendo, pesquisei muito. Observo, leio, visito museus e galerias. Se somar tudo o que já estudei, devo ter feito umas cinco faculdades
lugares do mundo e não damos conta de atender a todos. Às vezes recuso porque vai tomar tempo demais, em outras, não concordo com o tom político ou comer cial que querem imprimir.
MAS VOCÊ JÁ FEZ MURAIS PATROCINADOS? Já, mas só topamos se for sem interferên cia. Não fazemos se houver associação com coisas nas quais não acreditamos.
Faria Lima. O painel é contra a exploração
outros três estão na maioria dos traba
E precisa haver consistência. Como o re
de animais em rodeios. Uso a arte para
lhos. Até por questões financeiras, nem
trato do Niemeyer, não basta ser uma
defender ideias que julgo corretas.
sempre dá para levar todo o grupo.
celebridade, precisa fazer sentido para
COMO CONSEGUE ISSO? QUAL É A SUA FONTE DE RENDA?
VOCÊ ESTUDOU ARTE?
A venda de obras, por galerias na Euro
E hiperativo. Aprendi fazendo, pesqui
pa e nos Estados Unidos, possibilita vi
sei muito. Observo, leio, visito museus
ver e tocar projetos que me deem ape
e galerias. Se somar tudo o que já estu
nas satisfação.
dei, devo ter feito umas cinco faculdades.
LICENCIAMENTOS GERAM RENDA? ENCONTREI ONLINE UMA GALERIA AMERICANA NA QUAL SUAS OBRAS PODEM SER COMPRADAS ESTAMPADAS EM FORMATO DE CARTÕES, PÔSTERES, CAMISETAS, ECOBAGS...
ONDE VOCÊ TEM FEITO MAIS TRABALHOS ULTIMAMENTE?
De certa forma. Talvez eu não fizesse
Em todos os lugares ao mesmo tempo!
juntamente com outros três artistas:
Estou finalizando uma obra sobre Ayrton
um do Japão, outro da América Latina
Senna, em um kartódromo de São Paulo.
e um americano, para fazer o design de
Acabei de voltar de Mineápolis, nos EUA,
um retrato, no estilo feito pelo Shepard
onde pintei um mural permanente com
Fairey para a campanha do Obama. Já en
Essa venda é ilegítima. Não licencio
a figura de Bob Dylan (é a cidade natal
treguei, mas ainda não foi divulgado. Só
as obras para vendas em produtos.
dele). A prefeitura está transformando
posso mostrar depois que eles lançarem,
a área em um setor de galerias e fomos
porque o contrato é restritivo. O que sei
E NO BRASIL HÁ GALERIAS QUE VENDEM SUAS OBRAS?
convidados para inaugurar o setor.
é que, no fim, irá a leilão e vou receber
Não. Decidi não trabalhar com nenhuma
UMA OBRA DESSE PORTE ATRAI MAIS INTERESSADOS EM TER SEUS PAINÉIS?
VOCÊ INCLUI SEU PRÓPRIO VIÉS POLÍTICO NAS OBRAS?
Sim. Somente esse, do Bob Dylan, saiu em
Sim, sempre. Nada partidário, longe dis
ALGUÉM AJUDA VOCÊ?
mais de 50 órgãos de mídia nos EUA. Os
so. Mas, por exemplo, na série São Paulo
No estúdio, trabalham 20 pessoas, mas
contatos acontecem porque nossos pai
– Uma Realidade Aumentada, retratamos
somente quatro artistas me acompa
néis estão em locais de grande visibili
a bailarina Daniela Oliveira, do Ballet
nham na pintura dos painéis. Nunca vou
dade, e nos convidam para fazer outros.
Paraisópolis. É uma menina que batalha
quem olha, ter um conceito, dialogar com
galeria no Brasil. Prefiro não detalhar os motivos.
a arquitetura.
Não no sentido formal, sou autoditada.
VOCÊ TOPA APENAS QUANDO ACREDITA NAQUILO QUE A PESSOA PREGA? COMO FOI O CONVITE PARA TRABALHAR NA CAMPANHA DE HILLARY CLINTON? para outro candidato. Fui convidado,
parte do dinheiro que render.
sozinho, porque seria impossível reali
para conquistar um lugar, mesmo contra
zar esses murais de grandes dimensões
CHEGA A RECUSAR SERVIÇO?
as adversidades. Eu me identifico com
sem ajuda. O Agnaldo Brito é o cara sem
Atualmente, posso me dar ao luxo de
ela. Na Praça Roosevelt, mais de 200 pes
pre presente, está comigo há 15 anos. Os
escolher. Recebemos convites de vários
soas grudaram seus currículos na obra
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EDUA R DO KOBR A ,
“ Curriculum Vitae, que transpunha para o
artista plástico
Praticamente todos os murais de rua na cidade de São Paulo são assim: sem associação com empresas ou marcas, nada. Não ganho dinheiro quando são trabalhos que eu quero fazer
“
EN T R E V ISTA
onde as pessoas jogavam lixo, passam
muro as qualificações de um desempre
HÁ REAÇÕES CONTRÁRIAS? ALGUMA OBRA SUA JÁ FOI PICHADA?
gado. Na Cracolândia, pintamos no chão
Não. No Brasil, nada sério. Em São Paulo,
lixo, começam a fotografar e mostrar
uma cama em 3D para uma moradora de
principalmente, existe uma ética da rua.
aos amigos via redes sociais. É gratifi
rua, que não tem onde dormir. Isso tudo
Nunca tive problemas com outros grafi
cante perceber que meu trabalho aju
ultrapassa a estética e entra na política.
teiros ou pichadores. Eles respeitam o
da as pessoas, antes envergonhadas por
meu trabalho, assim como eu sempre os
morar na favela, voltarem a ter orgulho
IMAGINO QUE ALGO, ASSIM, CONTUNDENTE, TOQUE MUITA GENTE. VOCÊ RECEBE O FEEDBACK DE QUEM PASSA PELOS LOCAIS?
respeitei. Já fui um deles. A pichação foi
dos lugares que fazem parte do seu ca
uma plataforma importante para mim.
minho. É o melhor de tudo: a valorização
Jamais vamos apagar o trabalho de ou
não acontece apenas no plano físico, ar
tra pessoa para colocar o nosso por ci
quitetônico. É valorização do ser huma
Sem dúvida. Hoje muito mais do que an
ma. O maior problema que tive foi fo
no. Quando isso acontece, é o que faz
tes, em razão da internet, que facilita o
ra do Brasil.
tudo valer a pena.
fazendo uma obra. Vejo a reação das pes
ONDE? COMO ACONTECEU?
soas no momento em que estou pintan
Foi na Grécia. Pintamos Evolução Desu-
QUAL É O PAINEL QUE SONHA PINTAR?
do. Em função disso, criamos no estúdio o
mana. O mural mostrava um macaco,
Gostaria de pintar as colunas vermelhas
projeto Envolva-se, justamente para convi
que evoluía para um homem da guerra
do Masp. É um local emblemático para
dar as pessoas a acompanhar a execução
e destruía a Terra. O objetivo não era falar
os paulistanos. Faria nelas um painel, tal
de painéis. Abrimos essa possibilidade e
que o homem surgiu do macaco, mes
vez em 3D, mesmo que fosse temporário.
têm aparecido muitos interessados.
mo porque nem eu acredito nisso. Sou
Depois de três, quatro meses, voltariam
cristão, então, não creio nessa teoria. A
à cor original.
a ser mais nobres. Aí, em vez de jogar
contato. Além disso, fico cinco, dez dias
VOCÊ LEMBRA DE ALGUM EPISÓDIO EM PARTICULAR QUE ENVOLVA O PÚBLICO?
ideia do mural era dizer que a humani
Foi particularmente emocionante ver as
dade está acabando com o planeta. Mas
E SEUS PRÓXIMOS PROJETOS?
grupos de religiosos ortodoxos entende
Nos próximos meses, nos EUA, faremos
ram errado e arruinaram o painel.
dois murais em Palm Beach, um deles
reações em Dubai. Era a primeira vez que o governo dos Emirados Árabes autoriza
com Shakespeare na fachada de um ho tel centenário. Também na Flórida, em
va um mural público e permanente na
VOCÊ NOTA VALORIZAÇÃO NO ENTORNO DE SUAS OBRAS?
cidade. Teve toda a dificuldade, porque
Isso acontece. Pinto em lugares nobres
de pinturas em 3D no piso. E queremos
eles não estão acostumados com artistas
e também em favelas e comunidades.
ainda fazer, em breve, uma série de dez
de rua. Mas foi juntando gente... Foi um
Percebemos uma mudança de hábi
murais em Nova York, sobre a história
dos trabalhos mais legais que fiz.
tos. Vários espaços que antes sofriam,
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Sarasota, participaremos de um festival
da cidade. &
Foto: Miguel Schincariol
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NEG ÓCIOS POR FILIPE LOPES
Sofisticação no mercado FUNERÁRIO Com faturamento bilionário, setor cresce e investe em serviços personalizados para oferecer conforto e comodidade às famílias em momentos de dor pela perda de entes queridos
14
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O
tema parece mórbido, mas
das pelo Poder Público em atender à
utilizada, a inovação pode aumentar
existem muitas pessoas que vivem da
população. E por mais contraditório
o respeito pela perda. Acredito que o
morte. Segundo o Instituto Brasileiro
que possa parecer, o segmento tam
segmento pode receber inovações res
de Geografia e Estatística (IBGE), ao
bém sofre com a correria do dia a dia
peitosas, porque esses rituais se trans
ano são registrados em média 1 mi
das pessoas, cada vez com menos tem
formam, e isso é (e será) demandado
lhão de óbitos no Brasil, e para aten
po para se despedirem dos entes que
pelas novas gerações”, afirma Flores.
der à demanda, o mercado funerário
ridos e, por isso, optam por cerimô
Os funerais de luxo são realidade em
hoje reúne aproximadamente 5,5 mil
nias mais curtas. “O principal desafio
países europeus e nos Estados Unidos,
funerárias, mil cemitérios privados
atualmente é que os rituais funerários
onde as pessoas fazem cerimônias
e 90 crematórios, que empregam de
e de homenagens aos falecidos não se
grandiosas com bebidas e comidas,
forma direta mais de 50 mil pessoas.
tornem descartáveis pelas famílias,
recebendo muita gente. Já na cultura
Além disso, existem diversos outros
as pessoas estão vivendo a era da ins
brasileira, sempre se optou pelo veló
negócios que ajudam a movimentar
tantaneidade e isso influencia o nosso
rio básico, mas o consumidor mudou e,
este mercado, que fatura em torno de
setor. O tempo entre a morte de uma
agora, começa a enxergar a importân
R$ 7 bilhões por ano, como floricultu
pessoa e seu sepultamento ou crema
cia de realizar cerimônias que estejam
ras, transportadoras, indústrias de ve
ção nunca foi tão curto”, diz Flores.
de acordo com a personalidade da pes
las, caixões e urnas, entre outras.
soa que se foi e até mesmo homenage Então, o desafio das empresas do se
ar animais de estimação que passaram
Segundo o presidente do Sindicato
tor é seguir na contramão da agitação
a vida toda ao lado de seus donos.
dos Cemitérios Particulares do Brasil
diária e oferecer serviços personaliza
(Sincep), José Elias Flores Júnior, o mer
dos para atender a todos os públicos,
Luxo e requinte
cado funerário segue crescendo até
mostrando que a perda é um momen
Apesar de a maioria dos cemitérios se
em razão das dificuldades enfrenta
to único que merece atenção. “Se bem
rem públicos, em São Paulo, cada vez
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Sof is t ic aç ão no merc ado f u ner á r io
lhamos somente com prestação desse
ofereçam serviços diferenciados para
tipo de serviço. Atendemos a todos que
homenagear seus entes queridos. As
nos procuram, inclusive em residên
casas de luxo procuram proporcionar
cias”, afirma a gerente Márcia Regina
ambiente tranquilo e aconchegante
Pinto. O conceito de luxo foi bem-acei
para receber as pessoas, geralmente
to pelo público e o funeral presta servi
com muitas plantas, fontes artificiais
ços para 50 cerimônias por mês.
de água e espaços climatizados, além de contar com serviços de entreteni
Segundo Márcia, as famílias que uti
mento, como música ao vivo, slides
lizam os serviços da empresa buscam
com fotos memoráveis do falecido e
tranquilidade para se despedirem dos
lembrancinhas para os convidados. Os
seus familiares. “O familiar vem para
serviços de luxos podem variar de R$ 2
o funeral com tudo prontinho e rece
mil a R$ 50 mil, dependendo das esco
be toda a documentação em sua resi
lhas feitas pelas famílias.
dência, ou seja, sem ter de se preocu par com nada. Minha diretora trouxe
Além da ambientação e do luxo, as
a ideia de abrir uma casa de funeral
funerárias também cuidam de toda a
em São Paulo, pois não existia e falta
parte burocrática que envolve a mor
muito espaço para velórios em nossa
te, como documentos e certidões,
cidade”, afirma. A lista de serviços ofe
comprometendo-se a entregá-los na
recidos pelo Funeral Home é extensa:
residência das pessoas após as ce
três opções de bufê; assistência social
rimônias. Transporte, maquiagem e
para a família; carro com motorista à
todo o preparo do corpo também são
disposição; aviso a parentes e amigos;
por conta das empresas, deixando os
e missa, além de anúncio fúnebre em
familiares despreocupados em relação
jornais e rádio e sala de descanso com
aos trâmites.
internet 24 horas.
Inaugurado em 2008 pela Plena
Funeral animal
Assistencial na região da Bela Vista,
O setor pet no Brasil segue aquecido
zona central de São Paulo, o Funeral
ano após ano e soma faturamento de
Home oferece cerimônias personali
R$ 16 bilhões anualmente – segundo
zadas e luxuosas em um antigo casa
maior mercado consumidor de pro
rão de dois andares. No primeiro piso,
dutos para animais de estimação do
estão as salas Roma e São Paulo, que
mundo. Segundo o IBGE, a população
podem ser utilizadas separadas ou
de cães de estimação (52,2 milhões)
conjuntamente, além de três amplos
já é maior do que o número de crian
banheiros, cozinha, salas de enferma
ças de até 14 anos (44,9 milhões). Se o
gem, biblioteca com acesso à internet
brasileiro é apaixonado pelos animais
e capela ecumênica. No segundo an
e investe tanto em seu bem-estar, no
dar, existem mais duas salas (Paris e
momento de se despedir deles o tra
Nova York), com terraços, dois banhei
tamento não poderia ser outro. Sem
ros, sala de atendimento ao cliente e
muita divulgação, a maioria das pes
um amplo hall. “Nós somos o primeiro
soas não sabe como proceder quando
funeral de luxo no Brasil, estamos há
o estimado animal morre e acionam
sete anos no mercado, mas não traba
veterinários que encaminham os cor
16
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“
Se bem utilizada, a inovação pode aumentar o respeito pela perda. Acredito que o segmento pode receber inovações respeitosas, porque estes rituais se transformam José Elias Flores Júnior
presidente do Sindicato dos Cemitérios Particulares do Brasil (Sincep)
Foto: Divulgação
mais pessoas buscam funerárias que
“
NEG ÓCIOS
pos às prefeituras, para incineração
cesso e algumas já contaram com até 5
principais do cemitério também con
coletiva em grandes fornos. Pela liga
mil acessos simultâneos.
têm a mesma tecnologia e identificam
ção afetiva que as pessoas mantêm
artistas, políticos e intelectuais sepul
com seus bichos, elas querem se des
Em razão dos serviços personalizados,
pedir em grande estilo e demonstrar
a empresa contabiliza uma média de
todo o amor que sentem pelos compa
750 cremações por mês – crescimento
Segundo a prefeitura, assim o visi
nheiros que se foram.
de 20% ao ano – com tíquete médio de
tante estabelece o próprio ritmo den
R$ 1,2 mil e contempla remoção do cor
tro do cemitério, variando as leituras
Criado em 2000, o Pet Memorial –
po, cremação, velório, atendimento e
entre escultores de prestígio como Ga
primeiro crematório de animais da
urna personalizada.
lileo Emendabili; políticos que fizeram
América Latina, localizado em São
tados nas referidas quadras.
parte da história de São Paulo, como o
Bernardo do Campo (ABC Paulista) –
Turismo tumular
conta com 12 mil metros quadrados
Nos cemitérios, os amantes da arte
as esculturas de Raphael Galvéz e algu
de áreas verdes, abrigando crematório
também podem conhecer acervos de
mas figuras como Ryu Mizuno, consi
e duas salas para velório que compor
obras, que contam a história de quem
derado patrono da imigração japonesa
tam 30 pessoas cada, sendo uma de
ali está sepultado e registram o pe
no Brasil. Ao todo, foram instaladas 129
las a capela de São Francisco de Assis
ríodo histórico que as regiões atra
placas (tags), sendo 13 políticos, 37 inte
(santo protetor dos animais). Segundo
vessaram. O Cemitério da Consola
lectuais e personalidades públicas e 79
a gerente comercial do Pet Memorial,
ção, em São Paulo, fundado em 1858,
Patrícia Cavalcante, o ambiente tran
reúne cerca de 300 esculturas e tra
quilo e natural do lugar ajuda as pes
balhos de artistas renomados, como
soas a se confortarem no momento
Victor Brecheret e o arquiteto Ramos
de perda. “A sociedade não reconhece
de Azevedo. Desde o início do ano pas
essa dor da perda dos animais de es
sado, o serviço funerário municipal
timação e, muitas vezes, as pessoas se
realiza visitas gratuitas para os inte
veem sozinhas com seus sentimentos.
ressados em conhecer essa arte tu
Aqui oferecemos ambiente propício
mular. De acordo com a Prefeitura de
para a despedida e contamos com psi
São Paulo, as visitas guiadas recebem
cólogos que acompanham as famílias
aproximadamente 400 participantes
e treinam os funcionários para lidar
por mês e são realizadas de terça e
com esse momento delicado”, afirma.
sexta-feira, às 9h30 e às 14h. Para par ticipar, basta enviar e-mail para asses
A empresa se compromete com a qua
soriaimprensa@prefeitura.sp.gov.br,
lidade dos serviços prestados, ofere
informando o nome dos participantes
cendo urnas personalizadas para abri
e a data escolhida.
gar as cinzas do animal, que podem ser deixadas em um grande santuário no
O Cemitério São Paulo, no bairro de
próprio local ou levadas para a casa do
Pinheiros, também possui arte tumu
dono. O Pet Memorial também emite
lar e a tecnologia é usada como alia
certificado de autenticidade da crema
da para levar conhecimento aos visi
ção do animal, atestando que as cinzas
tantes. Por meio de QR Codes (código
contidas nas urnas são realmente do
de barras 2D) nas lápides, as pessoas
bicho. O cliente também pode trans
têm acesso à história das personalida
mitir a cerimônia ao vivo e online para
des ali sepultadas, utilizando aplica
quantas pessoas quiser. Segundo pa
tivos instalados em smartphones ou
trícia, as cerimônias online são um su
tablets. Os postes afixados nas ruas
ex-prefeito Francisco Prestes Maia; e
esculturas de artistas consagrados. &
Os números do mercado funerário no Brasil 1 milhão de óbitos por ano, em média 5,5 mil empresas R$ 7 bilhões por ano 8% de crescimento médio anual Fonte: IBGE
edição 41 • novembro | dezembro • 2015
17
C A PA POR ANDRÉ ZARA FOTOS FERNANDO NUNES
SALVE-SE quem puder Pesquisa da FecomercioSP revela que houve queda no endividamento das famílias em 2014, mas, com crise econômica, desemprego crescente e crédito mais caro, os brasileiros mudaram seus hábitos de consumo para sobreviver
C A PA
Sa lve-se q uem puder
Como mostra o caso de Alexsandra, as famílias brasileiras estão mais atentas aos gastos por causa do mo mento incerto da economia e mais cautelosas em relação a emprésti
A
mos e compras de bens duráveis. Foi o que comprovou a quinta edição da “Radiografia do Endividamento das Famílias Brasileiras”, realizada recepcionista Alexsandra da
aumenta as despesas e outros mó
pela FecomercioSP, utilizando dados
Silva, de São Paulo, anda abatida. Com
veis precisam ser trocados, mas não
de 2012 a 2014. Com informações de
o marido desempregado desde abril e
há dinheiro: Alexsandra está renego
Banco Central (BC), Instituto Brasilei
quatro filhas com idades entre 6 e 18
ciando as dívidas do cartão de crédito
ro de Geografia e Estatística (IBGE) e
anos, ela sentiu com força a desace
com o banco. Sua filha mais velha, que
Confederação Nacional do Comércio
leração da economia. Nos anos pas
está no primeiro ano do curso supe
de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a
sados, conseguiu comprar móveis e
rior de Administração com ajuda do
pesquisa também mostra que, ape
eletrodomésticos para a casa, adqui
Fundo de Financiamento Estudantil
sar da queda no endividamento das
rir um carro e dar “pequenos luxos”
(Fies), ajudava trabalhando em um
famílias, o ciclo de expansão do con
à família, como ir ao cinema e refei
restaurante, mas foi demitida em se
sumo observado nos últimos anos
ções fora de casa. Mas, agora, o ma
tembro pela diminuição de movimen
se encerrou e estamos em novo mo
rido, que é açougueiro, faz “bicos”
to no estabelecimento. Por isso, o mo
mento de incertezas para empresá
com serviços de manutenção, o carro
mento é de contenção para a família.
rios e clientes.
20
edição 41 • novembro | dezembro • 2015
Em 2014, a proporção de famílias en
comércio de bens duráveis vista nas
(Abras), que apontam queda de ven
dividadas no Brasil recuou um ponto
pesquisas mensais da FecomercioSP
das reais do setor de 1,32% em julho em
porcentual em relação a 2013 e atingiu
indicam a desconfiança dos paulista
relação ao mesmo mês de 2014.
62%. Também houve queda na taxa de
nos em relação ao presente (e ao futu
volume em atrasos com mais de 90
ro) da economia.
O fato é que as pessoas já sentiam no
dias, de 5,7% para 5,3%. “Isso aconte
ano passado que o saldo de crédito
ceu porque, no ano passado, as pes
Outro indicador que preocupa é a re
para pessoas físicas se retraiu 1,2% em
soas já estavam preocupadas com o
tirada de recursos da poupança. De
termos reais em relação a 2013. A taxa
baixo crescimento do Brasil. Por isso,
acordo com o Banco Central, em ju
média de juros cobrada nos emprésti
pegaram mais crédito para pagar as
lho, os brasileiros retiraram do investi
mos passou de 40,4% ao ano em 2013
dívidas do que para comprar bens du
mento R$ 2,4 bilhões a mais do que de
para 49,6% em 2014. Além disso, ain
ráveis”, explica o assessor econômico
positaram, o pior resultado para o mês
da houve alta da inflação, causando
da FecomercioSP, Altamiro Carvalho. A
desde o início da série histórica, em
retrocessos, como mostra estimativa
cidade de São Paulo é o exemplo: o va
1995. No acumulado do ano, a capta
da FecomercioSP: mais de 350 mil fa
lor mensal de dívidas das famílias no
ção está negativa em R$ 40,9 bilhões.
mílias teriam caído da classe D (renda
município, em 2014, foi R$ 3,1 bilhões,
“As famílias estão no seu limite orça
mensal de até R$ 1.740,00) para a clas
redução de 6% em comparação a 2013.
mentário. Dependendo da profundi
se E (renda até R$ 1.160,00); e quase 20
A capital paulista teve um dos meno
dade da crise, podemos ver também
mil da classe C (até R$ 8.700,00) para
res porcentuais de famílias endivida
maior queda no consumo de bens es
a classe D, apenas pelo fato de o cus
das, com 49%, em comparação com as
senciais”, afirma. Isso já está aconte
to de vida subir acima da média para
outras capitais pesquisadas. Para Car
cendo, como mostram os dados da As
os menos favorecidos. O Custo de Vida
valho, a forte retração registrada no
sociação Brasileira de Supermercados
por Classe Social, indicador calculado
edição 41 • novembro | dezembro • 2015
21
Radiografia da dívida Porcentual de famílias endividadas
5 maiores
5 menores
Curitiba, pr > 87%
Salvador, ba > 58%
Florianópolis, sc > 85%
Belo Horizonte, mg > 57%
João Pessoa, pb > 79%
Goiânia, go > 49%
Brasília, df > 82%
Porto Alegre, rs > 56%
Palmas, to > 77%
São Paulo, sp > 49%
Região Sudeste Número de famílias endividadas
Valor médio de dívida por família
São Paulo, sp > 1.690.823 49%
São Paulo, sp > R$ 1.823
Rio de Janeiro, rj > 1.217.803 63%
Rio de Janeiro, rj > R$ 2.520
Belo Horizonte, mg > 413.815 57%
Belo Horizonte, mg > R$ 2.826
Parcela da renda mensal comprometida com dívidas
Famílias com dívidas em atraso
São Paulo, sp > 29%
São Paulo, sp > 13%
Vitória, es > 60.537 58%
Rio de Janeiro, rj > 27%
Belo Horizonte, mg > 28% Vitória, es > 29%
Fonte: FecomercioSP
Vitória, es > R$ 3.275
Rio de Janeiro, rj > 19%
Belo Horizonte, mg > 22% Vitória, es > 22%
mensalmente pela Entidade, apon
prevalecem atualmente na socieda
itens com maior queda estão ativida
ta que em 12 meses (até julho) o cus
de”, conclui Carvalho.
des de lazer, ida a restaurantes e con
to de vida médio do paulistano subiu
sumo de carne vermelha.
9,63%. Mas, na segmentação por clas
Novo cliente
ses, essa alta foi de 11,16%, na classe
Com os tempos mais difíceis, o con
Para o coordenador do curso de Ciên
E; 11,26%, na classe D; 9,87%, na clas
sumidor começa a apresentar hábitos
cias Econômicas do Centro Universitá
se C; 8,82%, na classe B; e de 8,73%, na
diferentes. De acordo com uma pes
rio Newton Paiva, de Belo Horizonte,
classe A. “O aumento da Selic dificulta
quisa da Confederação Nacional da
Leonardo Bastos, as famílias se veem
mais o pagamento do crédito e pode
Indústria (CNI), 77% dos entrevistados
obrigadas a mudar de hábitos inicial
influenciar no aumento da inadim
mudaram seu local de consumo, bus
mente para bens substitutos – pro
plência, que é o risco para 2015”, diz
cando preços mais baixos; 72% troca
dutos de valor menor, mas não ne
o assessor econômico. No entanto, o
ram produtos por similares mais bara
cessariamente de qualidade inferior.
comprometimento da renda mensal
tos; 63% adiaram a compra de bens de
Depois, a população altera literalmen
para dívidas se manteve em 30% no
maior valor; e 74% reduziram as des
te seus hábitos, como a substituição
ano passado, considerado adequado.
pesas da casa, porque o dinheiro es
da carne bovina pela de frango. “Em
tava curto. O consumo de 11 entre 13
momentos de crise, todos são afeta
Ainda de acordo com ele, a retoma
tipos de bens e serviços apresentados
dos, pois possuem um salário nominal
da e a manutenção da confiança dos
para avaliação dos entrevistados se re
que está perdendo poder de compra. O
consumidores na renda e no empre
duziu nos últimos 12 meses, entre os
que ocorre com a ‘nova classe média’
go, ao lado de uma inflação sob con trole, são elementos essenciais para o sucesso do ajuste econômico que o governo tenta aprovar. Nesse cená rio, um eventual aumento de impos tos como se cogita pode piorar ainda mais o cenário. “Contudo, aumentar impostos será um desafio imenso diante das baixas expectativas que
Altamiro Carvalho
assessor econômico da FecomercioSP
“
“
As famílias estão no seu limite orçamentário. Dependendo da profundidade da crise, podemos ver também maior queda no consumo de bens essenciais
C A PA
Sa lve-se q uem puder
é que, nos últimos anos, ela ficou ex
que os consumidores estão fazendo
para bem-estar e saúde. Entrou no ne
tremamente endividada em função de
compras cada vez menores e pautadas
gócio da beleza há três anos e, desde
um consumo desenfreado, provocado
apenas pelo necessário, aproveitando
então, a clientela se manteve estável,
principalmente pela facilidade ao cré
promoções, comparando e pesquisan
com três ou quatro clientes por dia.
dito. Nesse contexto, ela realmente é a
do mais. Todos estão, de alguma for
Mas, este ano, as coisas começaram a
mais afetada, pois a inflação está cor
ma, sentindo a retração de consumo.
piorar: os clientes avisaram no começo
roendo o poder de compra, ao mesmo
“Mesmo que consumidores da clas
do ano que iriam suspender os trata
tempo em que há um alto grau de en
se A não estejam em crise, eles estão
mentos em andamento por medo da
dividamento. A inadimplência é quase
mais cuidadosos. Com a alta do dólar,
situação econômica. “Muitas pessoas
uma consequência”, afirma Bastos.
as contas sobre produtos importados
veem os tratamentos como supérfluos
também passaram a pesar para os que
e os cortam, não levando em conta os
Com isso, a tendência é um maior con
compram no exterior ou importados
benefícios para saúde”, diz Conceição.
trole sobre o que compra. Essa é uma
no País”, afirma Ana.
E como muito do seu volume vinha de
questão que já é percebida pelos vare
tratamentos dados como presente, de
jistas e prestadores de serviços: o con
De acordo com a especialista, o con
repente se tornaram caros demais. A
sumidor brasileiro já ficou muito mais
sumidor atenta-se a comparações de
competição é forte na cidade, com ne
exigente. “O que irá ocorrer em função
preço e prazo, com menos alimenta
gócios tradicionais também lutando
da crise é que, com o encolhimento do
ção fora do lar, e marcas “B” passam a
para sobreviver. Ela tentou parcerias
mercado, aqueles que irão consumir fi
ser mais procuradas. “Por isso, os dias
com médicos e outras clínicas, po
carão mais exigentes ainda. Um fato é
dos Namorados, dos Pais e das Mães
rém, em agosto, com o baixo volume
que várias pesquisas já mencionaram
de 2015 foram os piores dos últimos
de clientes, decidiu entregar as duas
que o atendimento, por exemplo, tan
anos”, analisa. Outro fator importante
salas e voltar a atender em casa. “Não
to em varejo como em serviços no Bra
é que o consumo consciente já vinha
gosto, mas, o momento é de recuar.
sil, é péssimo. Então, vão ter de melho
ganhando espaço antes da crise e deve
Vou ficar com alguns clientes e conti
rar”, revela.
ganhar mais força ainda. “Os empresá
nuar atendendo”, explica.
rios se mexem quando alguém pres A diretora da consultoria especializa
siona e o consumo desenfreado perde
A franquia Seletti Culinária Saudável
da em negócios Vecchi Ancona – Inte
a graça. A crise abocanha o dinheiro de
anotou crescimento 15% superior ao ano
ligência Estratégica, Ana Vecchi, afir
nossas carteiras e é preciso ter agora
anterior, chegando ao faturamento de
ma que os empresários estão cientes
boas propostas de valor e benefício no
R$ 35 milhões em 2014. No entanto, o pri
que se refere à oferta aos consumido
meiro trimestre de 2015 foi difícil para a
res”, analisa Ana.
empresa. “Houve redução expressiva no
Alteração de modelo
fluxo de clientes nos shoppings, o que gerou uma redução da base de consu
Os empresários estão percebendo o
midores em potencial”, conta o respon
momento e se adaptando aos clien
sável pela gestão do marketing da rede
tes. Em Bragança Paulista, a esteticis
Seletti, Reynaldo Zani. Ainda, de acordo
ta Conceição Munoz Turolla alugava
com ele, o perfil do cliente também mu
duas salas em uma clínica esportiva
dou, assim como as características de
para oferecer diferentes tratamentos
consumo. As refeições comerciais pas
lidade. Estamos investindo na me lhoria da percepção da relação entre custo e benefício”, afirma Zani. A solução para o momento difícil pelo qual passa Alexsandra, perso
Alexsandra da Silva: renegociação das dívidas do cartão de crédito após marido e filha perderem emprego
nagem que abriu esta matéria, foi procurar fontes de renda extra. Ela sempre fez bolos em pequenas quan tidades para vender, entretanto, de cidiu investir e se tornar mais pro fissional: fez um curso específico recentemente, criou uma página no Facebook para divulgação e está co
saram a ter participação mais expres
Para reagir à situação, a empresa
meçando a receber mais pedidos de
siva com relação aos dias e momentos
revisou suas estratégias de comu
bolos em potes. A família se animou
associados ao conceito de entreteni
nicação, de preços e de promoções.
com os resultados: a filha mais velha
mento. “Os produtos considerados não
“Lançamos produtos e desenvolve
já ajuda a mãe, e o marido, caso não
essenciais ou mais caros também tive
mos nova identidade visual para os
consiga um emprego logo, também
ram a participação de vendas reduzida.
materiais promocionais. O objetivo
se ofereceu para desenvolver o ne
O consumo a partir da terceira semana
é oferecer produtos condizentes com
gócio. Como as pessoas continuam
do mês passou a sofrer sensível redução
o novo cenário econômico, que aten
comprando mesmo com a crise, a fa
em decorrência do término prematuro
dam à expectativa financeira dos
mília viu no empreendedorismo a so
dos vales-refeições”, revela.
clientes, porém, sem perda de qua
lução para seus problemas. &
A RT IG O POR JOSÉ GOLDEMBERG
ENERGIA: como entrar e sair de uma crise?
E
quer medida de racionalização justa mente na época em que a crise hídrica começou. Para atender à demanda crescente, a solução emergencial adotada foi a de ampliar a geração de eletricidade com usinas térmicas, que usam gás na maioria dos casos e cujo custo de
m geral, é preciso mais talento
aça ao meio ambiente e às popula
produção é muito mais elevado que o
para evitar crises do que para resolvê
ções ribeirinhas, sem analisar corre
das hidrelétricas.
-las quando se instalam. O que está
tamente os benefícios resultantes da
acontecendo na crise de eletricidade
eletricidade produzida para milhões
E quais são essas propostas estrutu
demonstra que o governo federal não
de habitantes.
rais? A primeira delas é mudar o siste
só não evitou a crise, como também não se mostra capaz de resolvê-la.
ma de leilões de energia adotado em A crise só não foi mais grave porque a
2004, que desencorajaram a introdu
população respondeu aos apelos do
ção de renováveis usando como des
A partir da criação da Eletrobras por
governo e adotou medidas de econo
culpa a “modicidade tarifária”, que
Getúlio Vargas, em 1953, a produção
mia e, sobretudo, de racionalização no
nunca foi atingida e acabou levando
de eletricidade no País foi atendida
uso de eletricidade que evitaram um
a uma brutal elevação das tarifas de
com a construção de Itaipu e nume
mal maior e mudaram para melhorar
eletricidade. Leilões deveriam ter sido
rosas outras grandes usinas hidrelé
os hábitos de consumo da população.
feitos separadamente para cada fon
tricas, principalmente no Sudeste do
O episódio, contudo, foi usado com
te a custos realistas. O custo final da
País. Esse período de relativa tranqui
grande sucesso por partidos políticos
eletricidade ao consumidor deve ser
lidade começou a se deteriorar por
e pelo governo que sucedeu ao de Fer
feito por meio de uma “cesta” das con
volta de 1985, quando as novas hidre
nando Henrique para acusar a sua ad
tribuições de cada uma delas, como se
létricas passaram a ser construídas na
ministração de falta de planejamen
faz em outros países.
Região Norte e na Amazônia, com re
to. É irônico constatar que passados
servatórios cada vez menores ou até
dez anos, em 2012, uma nova crise de
Também é preciso abandonar a ideia
sem reservatórios, com usinas “a fio
eletricidade se configurou por causa
equivocada de que racionalizar é a
d’água”. Os reservatórios são feitos
de um prolongado período de chuvas
mesma coisa que racionar. O que se
para garantir a produção mesmo nos
fracas – como ocorreu em 2001, obvia
fez em outros países com grande su
períodos em que chove menos, e sem
mente, por falta de planejamento.
cesso foi eliminar do mercado equi
eles a produção de eletricidade ficou
pamentos ineficientes e poluentes,
cada vez mais dependente do regime
O governo federal ignorou os alertas
abrindo espaço para inovações e aper
de chuvas.
de uma crise iminente e agravou o
feiçoamentos. Existe legislação apro
problema com desonerações e sub
vada pelo Congresso Nacional em
A primeira grande crise que resultou
sídios. Em 2012, foi dado um descon
2001 para fazê-lo e que nunca foi real
do abandono da construção de reser
to de 20% nas tarifas de energia elé
vatórios se verificou em 2001, no go
trica e reduzidos os impostos sobre
verno Fernando Henrique Cardoso.
produtos da linha branca (geladei
Ela se deveu, em parte, à oposição de
ras, TVs, ar-condicionado etc.), o que
alguns ambientalistas que viam na
levou ao aumento do consumo de
construção desses reservatórios ame
eletricidade e ao abandono de qual
26
edição 41 • novembro | dezembro • 2015
mente implementada. &
José Goldemberg é presidente do Conselho de Sustentabilidade da FecomercioSP
R A IO X POR BARBARA OLIVEIRA
A cidade da AVENTURA Socorro, pertinho da capital paulista, tem um forte apelo turístico e se destaca nacionalmente pela inclusão de pessoas com mobilidade reduzida
Foto: Divulgação
nas práticas esportivas
E
m tempos de crise econômica e
queira, a “cidade da aventura”, como
de dólar nas alturas, as viagens inter
também é chamada pelos seus habi
nas ganham fôlego e passam a dispu
tantes, recebe cerca de 600 mil pes
tar de forma vantajosa com os roteiros
soas anualmente, informa o diretor
internacionais. Destinos mais próxi
municipal de Turismo, Acácio Zava
mos e menos dispendiosos ganham
nella. A economia se baseia no tripé
preferência entre os viajantes. Assim,
agricultura, indústria (de malhas) e
conhecer o interior de São Paulo pas
serviços, cujo maior destaque é justa
sou a ser uma boa opção para quem
mente o turismo, que se desenvolveu
não pode gastar muito, mas deseja
em vários segmentos.
apreciar a natureza, viajar em famí lia e encarar atividades de aventura e
Socorro é um dos 19 municípios classi
emoção. O município de Socorro, loca
ficados como estâncias hidrominerais
lizado a apenas 132 quilômetros de São
no Estado de São Paulo e fica próximo
Paulo, é uma dessas boas descobertas
a Águas de Lindoia, Amparo, Serra
para os turismos ecológico, rural e es
Negra e Monte Sião (esta última, em
portivo, e começa a ser frequentado
Minas Gerais). Suas diversas fontes
também pelo turista com deficiência.
de águas minerais têm propriedades terapêuticas para doenças renais e de
Com sua geografia montanhosa e si
pele. O Rio do Peixe, que cruza Socor
tuada na encosta da Serra da Manti
ro, e as 40 cachoeiras são as principais
edição 41 • novembro | dezembro • 2015
29
R A IO X
A cid ade d a avent u r a
atrações locais para a prática de es
50 hotéis-fazenda e pousadas locais
mudas e embarcando a produção no
portes aquáticos e de aventura, como
já sentem os efeitos dessa mudança
Porto de Santos pela ferrovia da Com
rafting, boia-cross (descidas em corre
e estão recebendo mais paulistanos e
panhia Mogiana, cujo traçado servia
deiras com boias), canoagem e acqua
até mineiros de localidades vizinhas.
boa parte do interior de São Paulo, in
-ride, em que a pessoa desce uma que
Em alguns estabelecimentos, o pri
cluindo as cidades vizinhas.
da d’água sobre um minibote inflável,
meiro semestre do ano e as férias de
utilizando as mãos como remos.
julho tiveram um incremento de ocu
Os passeios rurais envolvem, ainda,
pação em relação ao mesmo período
um giro por alambiques, queijarias,
Entretanto, com a crise hídrica dos úl
do ano passado. Em dois deles, Cam
sítios com hortas orgânicas, ordenha
timos dois anos, essas atividades fica
po dos Sonhos e Parque dos Sonhos,
de vacas, colheita de frutas no pé e
ram prejudicadas e Socorro sofreu re
com diversas atrações para todas as
cavalgadas. Muitas dessas atividades
dução de 50% nas modalidades que
idades, o índice foi superior a 30%, en
são organizadas pelos próprios hotéis
dependem exclusivamente da água,
quanto a média na cidade foi de 20% a
ou por operadoras especializadas, tu
como o rafting e a canoagem. Esse por
mais. Segundo o diretor José Fernan
do para que o visitante se sinta num
centual é comparado a 2013, já que no
des, a taxa média de ocupação dos
verdadeiro ambiente de fazenda típico
ano passado também houve uma se
seus dois hotéis já está em 80% neste
das primeiras colônias de imigrantes
ca prolongada. “Mas, com a volta das
ano. “É mais fácil para o hóspede saber
italianos. Embora a principal vocação
chuvas na primeira semana de setem
quanto vai gastar, porque os pacotes
agrícola de Socorro seja o café (na
bro, o rio encheu novamente e os turis
incluem todas as refeições e algumas
entressafra do grão são cultivadas
tas voltaram”, comemora o coordena
atividades. Mas também fazemos al
hortaliças), existe uma cultura fami
dor do núcleo de aventura do Conselho
gumas promoções durante a semana”,
liar vigorosa nas centenas de proprie
Municipal de Turismo (Comtur) e dire
informa Fernandes.
dades rurais existentes no município.
tor da agência Canoar, Charles Gonçal
Cerca de 80% das 2,5 mil propriedades
ves. Em terra e ar, as modalidades pre
“Além da proximidade com São Paulo
correspondem à agricultura familiar.
feridas pelos visitantes são a tirolesa,
e Campinas e próximo à divisa com
“Elas são responsáveis pelos cultivos
cujo percurso pode chegar a um qui
Minas Gerais, facilitando o desloca
de milho, mandioquinha, batata, mo
lômetro de extensão, além do rapel, da
mento, nossa cidade garante diversi
rango, tangerina, abacate e gados de
escalada e do arvorismo, com níveis de
dades esportiva e de recreação para
corte e de leite”, diz o diretor de Desen
dificuldade variando conforme a ex
todos os grupos e famílias”, lembra
volvimento Rural da prefeitura, Paulo
periência do aventureiro.
Zavanella. “Se eles buscam aventu
Eduardo Lorensini. Dezesseis desses
ra, temos atividades por terra, ar e
pequenos produtores rurais ganha
água; se preferem um contato mais
ram, em setembro, o Selo de Identifi
O nome da cidade de quase 38 mil
próximo com a natureza, oferecemos
cação de Participação na Agricultura
habitantes é uma homenagem à N.S.
algo mais rural, com visitas a fazen
Familiar (Sipaf), fornecido pelo Minis
do Perpétuo Socorro, para quem uma
das históricas e a seus cafezais, onde
tério de Desenvolvimento Agrário. Isso
capela foi construída em 1829, mas
eles conhecem produção, torrefação e
significa que os produtos comercia
só em 1883 que o vilarejo consegue a
moagem e degustam o nosso café
lizados foram cultivados ali mesmo
emancipação e se transforma em mu
gourmet”. O cultivo do café de qua
pela família (avô, pai, filho e neto) com
nicípio (antes disso era uma freguesia
lidade se deve ao clima ameno de 25
garantia de qualidade. “Essa atividade
da região de Atibaia). Zavanella espera
graus, em média, no verão; às tempe
também ajuda a promover as inclu
que o interesse pelas viagens inter
raturas positivas no inverno; e à alti
sões econômica e social no campo”,
nas continue crescendo nos próximos
tude, pois Socorro fica a 789 metros
relata Lorensini.
meses – a média é de 2 mil visitantes
acima do nível do mar. Os primeiros
nos fins de semana. “As pessoas estão
italianos a chegar à região no século
Serviços (turismo e comércio – com
se programando para gastar menos,
19 foram os responsáveis pela agricul
45%), indústria (35%, especialmente
mas sem abrir mão do lazer”, diz. Os
tura cafeeira, cultivando as primeiras
as confecções de malhas) e agricul
Contato com a natureza
30
edição 41 • novembro | dezembro • 2015
Foto: Divulgação
Com sua geografia montanhosa e situada na encosta da Serra da Mantiqueira, a “cidade da aventura” recebe cerca de 600 mil turistas anualmente
com necessidades especiais. A cida de se transformou em um importan te destino para a diversão de pesso as com limitações físicas. Isso agrega para o município, que é ganhador de vários prêmios na categoria acessibi
tura (20%) formam a base econômica
preços 60% mais baratos que os dos
lidade. Socorro tornou-se uma refe
de Socorro, com 18 mil pessoas empre
grandes centros. “Quem vem para
rência nacional no turismo aventurei
gadas nesses três pilares. “O turismo
descansar, aventurar-se ou só passear
ro acessível, uma vez que conseguiu
impacta em todos os segmentos direta
também vem para comprar”, observa.
adaptar dez modalidades para essas
ou indiretamente, e é capaz de chamar
pessoas graças a um esforço conjun
cada vez mais gente para a cidade, in
Projeto acessível
clusive para as compras”, diz Zavanello.
Nos últimos anos, outros tipos de vi
do e a ajuda dos administradores de
“Poucos sabem, mas Socorro é um dos
sitantes vêm se somando aos já fre
parques locais, hotéis, pousadas e co
maiores polos de fabricação de malhas
quentadores de estâncias hidromi
mércio. “Aprendemos que as práticas
e tricô de São Paulo, com 400 malha
nerais e aos aventureiros de rapel,
esportivas e de aventura não se limi
rias e dois centros de compras: o Moda
rafting, tirolesa, mountain bike, ca
tam mais a pessoas de 30 ou 40 anos,
Lojas de Fábricas e a Feira Permanen
noagem, boia-cross e tantas outras
mas à família toda. Não só jovens sau
te de Malhas, com lojas de fábrica a
atividades esportivas. São turistas
dáveis e treinados, mas crianças, pais,
to entre o Poder Público, o setor priva
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R A IO X
A cid ade d a avent u r a
avós e indivíduos com algum tipo de limitação física podem ser integra
Raio X de Socorro
dos a essas atividades de forma segu ra e controlada”, destaca Gonçalves, da Canoar.
Habitantes: 37.801 em 2015
Por isso, o empresário prefere evitar termos como “esporte radical” e “adre
Área total (urbana e rural): 449,03 km
2
nalina” para identificar o ecoturismo. “São palavras que assustam um pouco quem não é atleta e não está em seu
IDH municipal: 0,729 em 2010
melhor preparo físico. Preferimos usar
PIB municipal: produto interno bruto de R$ 565.312.000, em 2012
çar todos”, explica.
Rendimento médio do total de empregos formais na indústria, construção civil e comércios atacadista e varejista: R$ 1.382,54, em 2013 Taxa de analfabetismo da população acima de 15 anos: 6,86%
‘turismo aventureiro’ ou ‘atividades de natureza’, porque queremos alcan
O projeto Socorro Acessível começou a sair do papel em 2005, quando foi feita uma parceria entre a prefeitura, o Ministério do Turismo e a ong Aven tura Especial, dedicada à inclusão de pessoas com deficiências física e men tal ao ecoturismo. Segundo o IBGE, são mais de 46 milhões de brasileiros que declaram ter algum tipo de incapaci dade ou mobilidade reduzida (idosos, obesos, baixa estatura etc.). Zavanella observa que foram convocados alguns
Turismos cultural, de aventura e de compras: 150 casarões históricos catalogados, 40 cachoeiras e mais de 50 hotéis, pousadas, campings e colônias de férias
representantes desse grupo – amputa
600 mil turistas visitam a cidade por ano
No segmento de hospedagem, o Par
Cerca de 400 malharias estão instaladas na região
dos, paraplégicos, deficientes visuais e auditivos e portadores de paralisia ce rebral – para testar as modalidades e, com essa colaboração, foram definidas as adaptações necessárias.
que dos Sonhos e o Campo dos Sonhos são dois dos estabelecimentos mais frequentados por esse grupo de aven tureiros especiais justamente por es tarem bem adaptados para os turistas especiais, nos apartamentos, banhei
*Fontes: Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD); IBGE; Fundação Seade; Conselho Municipal de Turismo (Comtur); e Prefeitura de Socorro
ros e espaço de convivência. Mas o que mais atrai a chegada desses novos hóspedes – em torno de 4 mil por ano, ou 8% do total de excursionistas que
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Foto: Divulgação
Vista aérea do centro da cidade de Socorro, um dos 19 municípios classificados como estâncias hidrominerais no Estado de São Paulo
tos transversais no peito e no pescoço
Com o sucesso do projeto Aventurei
para que não caia para o lado”, expli
ros Especiais, o Ministério do Turismo
ca Fernandes. Esses são apenas dois
aprovou as iniciativas de Socorro e
exemplos das normas e regras apli
publicou manuais de aplicação desses
cadas para proporcionar segurança,
resultados para ficarem conhecidos
conforto e, principalmente, aventura
publicamente. Desde 2007, a cida
ao turista com limitações. Todas as
de tem a missão de se tornar o mais
normas adotadas foram certificadas
acessível possível. Já adaptou ruas,
pela Associação Brasileira de Normas
calçadas, parques, prédios públicos,
Técnicas (ABNT), e a recompensa pa
casarões históricos e jardins com ram
se hospedam nos dois estabelecimen
ra os hotéis veio não só com o maior
pas para cadeirantes, pisos táteis, pla
tos anualmente –, são as facilidades
número desses hóspedes – na cidade
cas em braile e semáforos sonoros. O
nas atividades de lazer.
inteira tem havido um incremento
horto municipal, por exemplo, possui
médio de 10% de turistas especiais –,
um jardim sensorial. Os deficientes
“Tivemos de adaptar equipamentos
mas também com os prêmios nacio
visuais tocam nas plantas aromáticas,
específicos para atender a essa de
nais e internacionais recebidos. Um
sentem o perfume das flores e leem
manda. O rafting precisou de uma
deles foi concedido no ano passado
as placas em braile com a identifica
cadeira para fixar a pessoa no bote,
pela World Trade Market, de Londres,
ção. Mas Zavanella lembra que ainda
enquanto o colete deveria manter o
a maior feira de turismo do mundo.
há um longo caminho pela frente e
praticante na superfície com a cabeça
A WTM confere premiações mundiais
nem todo o município está pronto e as
para cima. Outro desafio foi a cadeiri
em 20 categorias, uma delas é para
obras estão sempre evoluindo de acor
nha para o tetraplégico descer a tiro
acessibilidade (que, em 2014, foi para
do com as necessidades e a disponibi
lesa, pois ele precisa sentar com cin
o Parque dos Sonhos).
lidade orçamentária. &
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GE STÃO POR FILIPE LOPES
Primeiro passo para o SUCESSO A escolha de um bom nome para a empresa é fundamental para o crescimento do negócio. Sonoridade, simplicidade e sincronia com a missão da companhia são requisitos que ajudam na escolha
H
á quem diga que escolher
dos são aqueles que apostam na ino
nome para a empresa é como batizar
vação para se diferenciarem da con
um filho, tamanhas importância e difi
corrência e criam uma personalidade
culdade que a ação tem. Apple, Google,
única, como Google – a palavra tem
Coca-Cola, Casas Bahia, TAM e Pão de
origem na expressão “googol”, que
Açúcar, todas essas marcas consegui
em matemática representa o número
ram escolher nomes empresariais que,
um seguido por cem zeros, um núme
além de conhecidos internacional
ro muito grande, assim como a web.
mente, remetem instantaneamente
A palavra “google” ainda tem boa so
às corporações ou aos produtos que
noridade e é de fácil memorização.
oferecem aos clientes. O sonho de todo empresário é criar essa identidade
Para auxiliar os empresários na esco
para a sua empresa. Tudo começa pela
lha dos nomes, existem também fer
escolha de um bom nome, que se tor
ramentas de marketing para análise
nará uma marca e representará todo o
de mercado, identificação de públi
negócio. Mas qual é a equação para a
co-alvo e outros atributos importan
escolha de um nome perfeito?
tes para a composição da marca. “Para criar um bom nome, deve-se conhe
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Segundo especialistas, existem, basi
cer o mercado-alvo, os concorrentes e
camente, duas categorias de nomes:
toda a cadeia de usufruto do produ
simpático e ousado. O nome simpático
to/serviço que se deseja criar. É im
é aquele que remete a coisas boas ou
prescindível encontrar conceitos que
evidencia o que a empresa tem de me
se comuniquem com os públicos-al
lhor – por exemplo: Amor aos Pedaços
vo, pois a simbiose deve ser natural”,
(comércio de bolos). Já os nomes ousa
afirma o professor do curso de pós
Centro Universitário Newton Paiva, de Belo Horizonte, Edson Alves. O nicho de atuação também é relevante no pro cesso. “Se você tem uma companhia de festas infantis, deve pensar em opções ‘alegres’ de nomes; enquanto um es critório de advocacia pede outra abor dagem”, completa.
Agregar valor Um nome assertivo pode significar boa aceitação da marca no mercado. Se o intuito é chamar a atenção e agu çar a curiosidade, nomes inteligentes
“
A marca deve dialogar com o cliente e mostrar seu valor. Na verdade, o nome pode ser perfeito, mas o que realmente ‘pega’ no mercado é o serviço que a empresa faz Davi Bertoncello
presidente da Hello Research
“
-graduação em Marketing Digital do
e complexos podem ser boas apos tas. A empresa de marketing digital e propaganda online, Pílula Criativa, foi Foto: Divulgação
criada em 2009 com a proposta de apresentar a solução ideal para cada cliente, na medida certa. “Para esco lher o nome, pesquisamos muito e o conceito de pílula nos cativou. A ideia de trazer resultados na dose certa para o cliente era exatamente o que a
de pesquisa de mercado e inteligência
a fim de realizar o registro do nome e
corporação queria passar para o mer
Hello Research, Davi Bertoncello.
ter o número do Cadastro Nacional de
cado”, diz o diretor de arte e novos pro jetos da empresa, Thiago Regis.
Registros do nome e da marca
Pessoa Jurídica (CNPJ).
O branding deve ser uma preocupa
Engana-se quem acha que apenas
ção diária do empresário e suas ações
com o registro do nome a corporação
A escolha do nome é o primeiro passo
devem ser coerentes com a mensa
está habilitada a usá-lo como mar
para a construção de uma marca, mas,
gem que se deseja passar ao merca
ca para distinguir um produto ou
para que tenha sucesso prolongado, a
do. Se a corporação se vende como
um serviço. Para isso, o empresário
empresa deve investir no desenvolvi
sustentável, cada etapa da concepção
deve procurar o Instituto Nacional
mento desse conceito e torná-lo atrati
de seus produtos ou serviços devem
da Propriedade Industrial (Inpi) e fa
vo. Fazer o branding (gestão de marca)
respeitar esse conceito, desde as va
zer o registro da marca. “Em média, o
é fundamental para quem deseja cres
lorizações da mão de obra interna, do
registro de um nome simples custa,
cer e se tornar conhecido no mercado.
ambiente de trabalho e do relaciona
no primeiro ano, R$ 3 mil. Há neces
“Existem ferramentas que ajudam
mento com o público até a qualidade
sidade de acompanhamento por al
na popularização de uma nova mar
final dos produtos.
gum tempo. Esse tempo varia de me
Manutenção da marca
ca, como as redes sociais. Essa marca
ses ou até anos, pois é o período que
deve dialogar com o cliente e mostrar
Para abrir uma companhia, o empreen
outras empresas e pessoas podem
seu valor. Na verdade, o nome pode ser
dedor deve procurar a Junta Comercial
contestar a existência do mesmo
perfeito, mas o que realmente ‘pega’
(para empresários individuais ou so
nome em negócios distintos ou simi
no mercado é o serviço que a empre
ciedade empresarial) ou o Cartório de
lares”, aponta Edson Alves, do Centro
sa faz”, afirma o presidente da agência
Registro Civil (para sociedade simples)
Universitário Newton Paiva. &
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Aqui tem a força do comércio
CENÁ R IOS POR RAÍZA DIAS
INIMIGA da empresa Lutar contra a troca constante de funcionários é essencial para evitar perdas financeiras com custos trabalhistas e queda na produtividade
A
lgumas vezes vista como co
funcionários. “Desligar um trabalha
mum no mundo corporativo, como
dor é custoso, há perda de capital inte
ocorre no setor de telemarketing, a
lectual, mas se for por meio de demis
rotatividade de funcionários pode ser
são sem justa causa em momentos de
uma inimiga das empresas, causando
crise, como o atual, passa a ser uma
perdas financeiras e impactos negati
necessidade adaptar os custos a uma
vos no rendimento laboral. As causas
demanda cada vez mais arrefecida, em
do chamado turnover podem ser diver
prol da subsistência”, alerta o assessor
sas, como mercado aquecido, falha na
econômico da Federação do Comércio
gestão de pessoas, erros de contrata
de Bens, Serviços e Turismo do Estado
ção, problemas para reter talentos, leis
de São Paulo (FecomercioSP), Jaime
trabalhistas inadequadas e até perfil
Vasconcelos.
dos profissionais. Especialistas indicam que um índice
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No entanto, as empresas têm no dia a
de turnover adequado é aquele próxi
dia o desafio de reduzir essa troca de
mo a 10% ao ano. Taxas que ultrapas
sem os 30% sinalizam uma situação
uma boa convivência com os funcio
reduzir o turnover passa pela análise
excessivamente desfavorável. Para o
nários. “O relacionamento começa
de alguns cenários, sob responsabi
comércio varejista do Estado de São
desde o momento que o profissional
lidade do estabelecimento e de sua
Paulo, o sinal é de alerta. Isso porque,
aceita nossa oferta de trabalho. Já
mão de obra. Para a corporação, deve
de acordo com a FecomercioSP, a ro
enviamos, de imediato, um agrade
ser feito um diagnóstico interno so
tatividade do setor já acumulou, de
cimento por escolher a 2S para tra
bre gestão de pessoas, que permeie
janeiro a julho de 2015, 28,6%. Nos últi
balhar, com uma carta do presidente
posse de planos de carreira, estrutura
mos 12 meses até julho, a taxa já bateu
da empresa e uma caixa de bombons.
funcional, salário competitivo, reci
53%. O desafio é grande.
No primeiro dia de trabalho, o profis
clagens e treinamentos. Essas ações
sional tem pela manhã a integração;
auxiliam a traçar um cenário de res
No varejo paulista, cada profissional
em seguida, almoça com o gestor da
ponsabilidade do estabelecimento
desligado nos últimos 12 meses tra
área para, desde ali, criar um vínculo
em reter talentos e preservar o qua
balhou, em média, 17 meses em uma
e conhecer a estratégia do setor”, co
dro de funcionários.”
mesma empresa. O setor está entre
menta Soraya.
os de maior rotatividade de funcioná
Para a diretora da consultoria Career
rios. “As estatísticas mostram que a
Jaime Vasconcelos, da FecomercioSP,
Center, Cláudia Monari, vislumbrar um
rotatividade é maior entre os menos
acredita que toda companhia deve
futuro dentro da corporação é essen
qualificados. O comércio tende a con
desenhar estratégias básicas para
cial na escolha do profissional por con
tratar empregados mais jovens e do
não sofrer com a troca constante de
tinuar dentro da mesma organização.
sexo feminino, dois nichos de alta ro
funcionários. “A forma eficaz de se
“Quando o colaborador percebe que
Conselho de Relações do Trabalho da FecomercioSP, José Pastore.
Pequena, mas estratégica A empresa 2S Inovações Tecnológicas, na capital paulista, é prova de que é possível vencer a barreira da alta ro tatividade, principalmente em um nicho competitivo, como o de tecnolo gia da informação (TI). O negócio con solidou o baixo turnover por meio da gestão de pessoas. “Sempre tivemos uma política muito forte de estar per to do funcionário. Em vez de termos um cenário de troca de profissionais, temos, na verdade, pessoas que saem por vontade própria e, depois, dese jam voltar para a empresa, principal
“
As estatísticas mostram que a rotatividade é maior entre os menos qualificados. O comércio tende a contratar empregados mais jovens e do sexo feminino, dois nichos de alta rotatividade José Pastore
presidente do Conselho de Relações do Trabalho da FecomercioSP
“
tatividade”, esclarece o presidente do
mente pelo clima organizacional”, ex plica a gerente de recursos humanos, Soraya Meszaros. Foto: Acervo
O preparo de cada gestor é funda mental na estratégia de RH da 2S. Soraya treina cada líder para ter
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CENÁ R IOS
In i m i g a d a empres a
tem chances de crescer e se desenvol
de facilidades como chance de traba
zação empresarial deu um salto no
ver dentro da empresa, ele é motivado
lho remoto e flexibilidade de horá
ranking, saindo do 47º lugar para o 15º.
a ficar lá. A companhia precisa saber
rio. O negócio investe, ainda, no clima
Além disso, as taxas de desligamen
valorizar talentos internos, promo
agradável, com comemorações, festas
to são baixas. Até setembro de 2015,
ver projetos desafiadores e envolver
para aniversariantes do mês, campa
apenas dois funcionários saíram da
as pessoas da organização no que for
nhas sociais, lembranças e homena
empresa. Além disso, a permanência
possível, sendo essas formas de mos
gens em datas comemorativas, envio
média de cada profissional na 2S é de
trar que todos são importantes para o
de kit maternidade para funcionários
dez anos. “Hoje, não temos dificulda
negócio”, recomenda.
que têm filhos, entre outros.
des em manter nossos colaboradores, principalmente por termos políticas
A 2S fez a lição de casa. Segundo
Toda a estrutura da companhia ren
bem definidas e o clima da companhia
Soraya, o gestor constrói com cada
deu frutos. Por dez anos consecuti
ser um grande diferencial. Por mais
profissional um plano de carreira
vos, a 2S foi eleita uma das melhores
que pareça um pouco filosófico, um
dentro da empresa. Também ofere
empresas para se trabalhar na área de
clima agradável faz toda a diferença”,
ce benefícios, como planos de saúde
TI e telecom pelo Instituto Great Place
assinala Soraya.
e odontológico e seguro de vida, além
to Work. De 2014 para 2015, a organi
“
Boas práticas A rede de franquias Depyl Action tem
Em vez de termos um cenário de troca de profissionais, temos, na verdade, pessoas que saem por vontade própria e, depois, desejam voltar para a empresa, principalmente pelo clima organizacional
“
Soraya Meszaros
gerente de RH da 2S Inovações Tecnológicas
no compartilhamento de boas práti cas uma das principais ferramentas contra a rotatividade de funcioná rios. O cuidado se dá, em especial, porque as franqueadas contratam pessoal sem experiência na área, a fim de treinar a mão de obra do zero, seguindo os padrões de qualidade da companhia. “Se uma depiladora pede demissão, precisamos encontrar ou tra profissional disponível, treiná-la e só então ela pode iniciar o trabalho. Consequentemente, são menos cabi nes disponíveis para depilação”, ex plica o analista de operações da rede, Pedro Von Dollinger. “Incentivamos nossas franqueadas a traçar estratégias para conquistar suas colaboradoras. Orientamos para que as contratadas se envolvam com a equipe, ouçam suas expectativas e desenvolvam ações que as deixem
Foto: Rubens Chiri
satisfeitas e realizadas com o traba
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lho que executam”, diz o analista. Há orientação para que façam treina mento do pessoal e realizem reuniões de feedbacks constantes, convenções
nua, bem como desenvolvam um pla no de remuneração com base em de sempenho. “Sempre que uma loja faz algo que traz um resultado positivo, compartilhamos com toda a rede para que vejam se aquilo pode ser feito lo calmente também. Assim, criamos uma rede de compartilhamento de boas práticas”, indica Dollinger. Um exemplo se tornou a franqueada Nivya Martins, que possui uma unida de da Depyl Action em Santos, litoral paulista. “Começamos a incentivar o ganho por comissão desde que abri
“
Começamos a incentivar o ganho por comissão desde que abrimos a loja. As funcionárias passaram a ser motivadas não só pelo ganho, mas por perceberem que o trabalho estava sendo reconhecido Nivya Martins
franqueada da Depyl Action
“
internas para troca e melhoria contí
mos a loja. As funcionárias passaram a ser motivadas não só pelo ganho, mas por perceberem que o trabalho estava Foto: Ricardo Nogueira
sendo reconhecido. Não esperamos fa turar muito para só depois dividir os ganhos, decidimos crescer todos jun tos”, comenta a empresária. A empreendedora utilizou três cálcu los para comissionar as funcionárias: com base em cada faturamento indi
de dez itens em uma quinzena para 60
direta no caixa conta como um ponto.
vidual, pelo aumento do tíquete mé
nos 15 dias seguintes.
Atingindo a pontuação estabelecida
dio e pela meta da loja. Com o mode
para o mês, ela ganha uma comissão
lo, as funcionárias chegam a ter um
O recém-franqueado da Prima Clean
de vendas. Isso motiva bastante as co
acréscimo de aproximadamente 80%
Lavanderia Express, Alexander Porto,
laboradoras que desejam crescer com
na renda mensal. “Isso contribui para
viu no canal de diálogo a chave para
o negócio e melhoram no atendimen
manter um ambiente saudável na em
manter o quadro de funcionários.
to aos clientes”, afirma Porto.
presa e também para obtermos mais
“Passamos a criar procedimentos sem
ganhos”, afirma Nivya.
pre que um erro acontece. Isso faz com
José Pastore, da FecomercioSP, reforça
que não tenhamos de demitir um fun
a importância dessas ações. “A empre
Outro estímulo criado pela empresária
cionário por falhas, exceto se este não
sa moderna tem nos recursos huma
é a realização de campanhas pontuais.
estiver comprometido com os proces
nos o seu principal capital. Por isso,
Para estimular a venda de alguns pro
sos criados”, indica.
não basta ser eficiente na contrata
dutos da rede, Nivya identificou cada
ção. É preciso ser eficiente na retenção
um com um valor determinado. Ao
O treinamento também tem sido es
dos bons talentos, daí a importância
atingir pontuações definidas anterior
sencial para qualificar a mão de obra
de treinamentos, gratificações por
mente, as funcionárias tinham o direi
da loja, desaguando também em outra
mérito, horizonte de promoção, boas
to de estourar balões que continham
estratégia que se mostrou positiva: a
condições de higiene e segurança e
brindes variados. O resultado de uma
premiação. “Cada produto que a fun
tratamento cortês por parte dos ges
dessas ações foi saltar de uma venda
cionária consegue agregar na venda
tores”, orienta. &
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EMPR EENDEDOR ISMO POR RACHEL CARDOSO
Para o SONHO não virar desilusão O empreendedorismo por necessidade cresce com a economia em crise e as microfranquias se tornam opções atrativas de investimentos, mas é preciso cautela
M
otivada pelo aumento do
da, grande. Até que, de repente, pa
desemprego e o achatamento dos sa
rece que todos pensaram em investir
lários, cresce a vontade de abrir o pró
no mesmo negócio e a concorrência
prio negócio. É o que os especialis
avança por toda a parte, saturando o
tas chamam de “empreendedorismo
mercado e afetando a rentabilidade.
por necessidade”, em que se inves te em um negócio juntando econo
Estimulada pela onda dos nail bars
mias e indenizações trabalhistas sem
(nail, do inglês, “unha”) – um tipo de
que se tenha identificado uma boa
casa para mulheres que, entre um
oportunidade, estudado o mercado
drinque e outro, aproveitam para cui
e montado um plano de negócio – in
dar da beleza –, ela investiu R$ 100 mil
veste-se no empreendimento pela ne
numa unidade da Esmalteria Nacional.
cessidade de ganhar dinheiro. Nesse
A marca oferece os serviços de mani
cenário, o segmento de microfran
cure e pedicure, em um ambiente alta
quias, aquele no qual os investimen
mente descontraído.
tos iniciais estão em torno de R$ 80 mil, ganha destaque. Oportunidades
Esses espaços apostam em uma at
existem, mas é preciso muito cuida
mosfera vintage, mas com toda a mo
do para que não se transformem em
dernidade que a indústria química
desilusão, como ocorreu com a em
hoje permite para as clientes apaixo
presária Rosana Oliveira Santos, que
nadas por esmaltes. São prateleiras
padeceu do que os especialistas bati
com centenas de diferentes tons e
zaram de “efeito enxame”.
marcas do produto. É possível escolher entre pinturas tradicionais ou irreve
42
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Funciona assim: surge a ideia para
rentes, como a inglesinha, em que se
empreender, o produto ou serviço é
pinta uma unha de cada cor com pon
aparentemente inédito e a deman
tas de tons diferentes.
Clientes e manicures se sentam em
O diretor da Associação Brasileira de
mam ser comuns se o franqueador
cadeiras próximas ou então em ban
Franchinsing (ABF) José Rubens Oliva
não enxergar o franqueado como
cos colocados lado a lado. Enquanto as
Rodrigues alerta que, além de se adap
parceiro. Entre os setores citados por
unhas mudam de cor, são oferecidos
tar ao ramo escolhido, é preciso verifi
ele como promissores estão o de saú
desde cafés e espumantes a bebidas
car se a opção possui selo de certifi
de, marketing digital, educação e cui
típicas de balada. Tanto glamour não
cação da entidade. Selo de Excelência
dado com idosos.
foi suficiente para garantir o sucesso
em Franchising comprova que as re
de Rosana, que teve de fechar as por
des estão primando pela qualidade na
Compartilha da opinião de Rodrigues a
tas diante da concorrência acirrada.
relação com seus parceiros franquea
assessora econômica da FecomercioSP
Ela ainda corre o risco de enfrentar um
dos. Para recebê-lo, as redes são ava
Kelly Carvalho, para quem afinidade
processo judicial por quebra de con
liadas em pesquisa aplicada com fran
apenas com o negócio não é tudo. “No
trato com o franqueador. “Faltou apoio
queados por empresa especializada e
cenário atual, toda cautela é pouca.”
da marca e pesquisa de mercado”, afir
independente, sob acompanhamento
ma. Outra lição aprendida por Rosana
e análise da Comissão de Ética da ABF.
É preciso ter em mente que o retorno
é não depender só dos funcionários.
Atualmente, são mais de 200 marcas
do investimento pode demorar, mui
“O dono precisa saber fazer para que,
certificadas, diz Rodrigues.
tas vezes entre 18 e 24 meses. Nesse
se algo der errado, ele coloque a mão
O empresário Gustavo Andare, pro prietário da marca Esmalteria Nacio nal, reconhece as falhas iniciais da franquia, inaugurada em 2012. “Não prevíamos um crescimento tão rápi do, mas o fechamento de unidades é natural”, avalia. Das 300 unidades abertas, 15 não sobreviveram, segun do Andare. Para ele, houve equívoco na escolha do perfil dos franqueados, o que provocou alguns obstáculos iniciais à expansão da rede. “Mais do que afinidade com o negócio, é preciso dedicação integral e estudos para uma boa gestão”, diz.
período, é preciso ter reservas para se Vale ainda conversar com outros
manter. Ler o contrato com atenção
franqueados para saber de suas ex
e tirar as dúvidas antes de assiná-lo
periências, pois os tombos costu
também é fundamental, afirma Kelly.
“
Faltou apoio da marca e pesquisa de mercado. Aprendi que dono precisa saber fazer para que, se algo der errado, ele coloque a mão na massa Rosana Oliveira Santos ex-franqueada
“
na massa.”
Ele destaca que o segmento deu opor tunidade para centenas de manicures se profissionalizarem e se formaliza rem, já que tradicionalmente essas profissionais sempre trabalharam à Foto: Fernando Nunes
sombra das cabeleireiras, as grandes estrelas do salão. “Havia uma demanda reprimida e isso se tornou visível com o advento desse novo negócio, que agora encontrou seu equilíbrio.”
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Franchising em números Pesquisa trimestral de Desempenho do Franchising indica que o faturamento cresceu nominalmente 11,2% no primeiro semestre de 2015, comparado ao mesmo período do ano passado, totalizando R$ 63,885 bilhões ante R$ 57,464 bilhões registrados nos seis primeiros meses de 2014. Já no segundo trimestre deste ano, o crescimento foi de 13,1% em relação ao mesmo período do ano passado, cuja receita subiu de R$ 28,774 bilhões para R$ 32,537 bilhões. O estudo aponta ainda um crescimento de 3,1% na abertura de lojas e fechamento de 1,2% das unidades no segundo trimestre deste ano. A variação representou um incremento de 1,9% no total de
unidades de franquias em operação no País nesse período, número que atingiu 131.269 pontos de venda. O ritmo de expansão foi ligeiramente menor se comparado ao primeiro trimestre de 2015, quando chegou a 2,5%. Os cuidados já tomados pelos franqueadores antes mesmo do agravamento da retração econômica e a relação colaborativa entre franqueador e franqueado beneficiam a indústria do franchising. O franqueador reduziu custos, otimizou processos, motivou ainda mais a força de vendas, renegociou com fornecedores e alterou o mix de produtos, além de manter as práticas do bom franchising, como o treinamento e a capacitação dos colaboradores.
Dez opções em microfranquias
44
Nome
Nº de unidades
Faturamento mensal (R$)
Investimento total (R$)
Site
AcquaZero Car Wash
92
30 mil
Entre 5 mil e 55 mil
acquazero.com.br
Ahoba Viagens
17
Não informado
Ente 4,5 mil e 7,55 mil
ahobaviagens.com.br
Auto Spa Express
43
30 mil
Entre 11,9 mil e 29 mil
autospaexpress.com.br
Cacau Show
1.796
70 mil
Entre 100 mil e 130 mil
cacaushow.com.br
CI Intercâmbio e Viagens
88
300 mil
Entre 58 mil e 188 mil
ci.com.br
Clean Home
2
30 mil
55 mil
cleanhomebrasil.com.br
Doutor Lubrifica
141
31 mil
Entre 37 mil e 70 mil
doutorlubrifica.com.br
Microlins
443
72 mil
Entre 76,5 mil e 370 mil
microlins.com.br
PBF – Inglês e Espanhol
104
28 mil
Entre 45 mil e 125,5 mil
pbf.com.br
Sobrancelhas Perfeitas
11
25 mil
Entre 87 mil e 128 mil
sobrancelhasperfeitas.com.br
edição 41 • novembro | dezembro • 2015
Reação rápida
de modo que um “sintoma” qualquer
muito estudo, conforme conta. “Pelo
Com 2.031 redes franqueadoras e
no mercado é rapidamente percebi
investimento não ser tão alto, você
93.098 unidades franqueadas, segun
do, o que faz com que o franchising
também vai com aquela consciência
do a ABF, o setor de franquias brasi
se reinvente constantemente e se
de que se não der certo, tudo bem”, diz.
leiro é sinônimo de sucesso, tendo
adapte a diferentes cenários, man
Esse pensamento é considerado pelos
evoluído de forma vertiginosa nos
tendo o crescimento. “O franqueado
franqueadores um dos principais mo
últimos anos, atrelado à expansão da
está sentindo a pressão dos custos,
tivos para o fracasso.
economia nacional. No ano passado, a
porém, menos que o empreendedor
área faturou quase R$ 129 bilhões, se
individual, porque o poder de nego
No caso de Minganti, foi a dedicação
gundo pesquisa da ABF.
ciação em rede beneficia todos”, diz.
exclusiva que o tirou dessa estatística.
Para Kelly, esse cenário é justificado
Concorda com ela o empresário Jean
de clientes suficiente para seguir em
porque as redes são orgânicas como
Minganti, há três anos à frente de
frente, mas a afinidade não é o bas
um ser vivo: na medida em que o
uma unidade da Guia-se, na qual in
tante. O suporte da franquia é fun
mercado expande ou retrai o consu
vestiu R$ 30 mil para realizar o sonho
damental”, conta ele, que acaba de
mo, elas têm rápida capacidade de
do negócio próprio. A marca é uma
contratar sua primeira vendedora, en
reação. Há uma troca e um acompa
produtora de sites e de marketing di
quanto o restante do mercado demite.
nhamento constantes, tanto de in
gital. Jean é jornalista de formação,
Um bom sinal.
formações quanto de indicadores en
mas não entendia nada de adminis
volvendo franqueador e franqueado,
tração e a empreitada demandou
“Deu tudo certo, tenho uma carteira
Pensando na expansão do mercado e nas necessidades locais de se reduzir
“
os investimentos para democratizar
Kelly Carvalho
assessora econômica da FecomercioSP
suas marcas, redes tradicionais de franquias criaram conceitos de micro franquias, em que o franqueado assu me a gestão do negócio de forma mais direta, extrapolando as meras funções de gestão. Outra primordial caracte
“
É preciso ter em mente que o retorno do investimento pode demorar, muitas vezes entre 18 e 24 meses. Nesse período, é preciso ter reservas para se manter
rística é a possibilidade de se trabalhar em casa, e isso não significa ser infor mal. Todas as regras tributárias e de legislação aplicadas às empresas tam bém se aplicam às microfranquias. Dados da ABF mostram que a mo dalidade cresceu 12,8% de 2013 para 2014. A partir do ano passado, o setor registrou um movimento de empre sas oferecendo modelos híbridos, ou seja, franquias tradicionais adotan do modelos de microfranquias sob a
Foto: Divulgação
mesma marca. Das quase 3 mil redes existentes no Brasil, mais de 430 pos suem modelos de microfranquias que contribuem fortemente para a perfor mance do setor. &
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OPORT U NIDA DE S POR RAÍZA DIAS POR FERNANDO NUNES
SER MÃE É...
Padecer no paraíso é passado. Novos negócios exploram a comodidade e os laços entre mães e filhos, a fim de que elas conciliem o trabalho e o lazer perto de suas crias
E
de negócios. Com o objetivo de estrei
fissionais tem até dois anos de idade.
tar laços entre mães e filhos e promo
Mas já estamos pensando em criar
ver momentos agradáveis em espaços
uma proposta específica para crian
apropriados, nasceram as empresas
ças maiores, que estudam em um
dessas duas empreendedoras, que
período e ficam livres em outro, a fim
marcam o início de uma tendência no
de atender a esse contraturno", co
mundo dos negócios.
menta Carina.
"Esse tipo de empreendimento não só
Os pacotes incluem o uso do escritó
vai se firmar, como também crescer.
rio e também a área infantil. Se com
Estamos em um momento em que a
parados aos planos de coworking sem
população e as grandes cidades estão
esse diferencial, os valores são maio
revendo a forma de convivência, cada
res. A empresária explica: "Os preços
vez mais integrada, compartilhada e
estão no mesmo nível das escolinhas
sem caixinhas tão separadas", avalia o
da região, que seriam, então, a opção
diretor da consultoria Vecchi Ancona –
para as mães deixarem seus filhos.
Inteligência Estratégica, Paulo Ancona.
No entanto, nosso benefício é que as mães podem trabalhar e ficar perto
Trabalhar e viver
das crianças.”
Um coworking, modelo de comparti lhamento de espaço e recursos de es
A empreendedora percebeu a oportu
critórios, voltado para mães. Essa foi a
nidade de atrair também profissionais
lisa Roorda tinha acabado de se
ideia de negócio desenhada por Carina
que estão em transição de carreira.
tornar mãe e, com o nascimento da
Borrego. A Casa de Viver, aberta em fe
Normalmente, o início de um novo
primeira filha, sentiu dificuldades de
vereiro deste ano, já imprime em sua
empreendimento demanda investi
ter momentos de lazer. A então pro
identidade o propósito de unir o traba
mento alto, o que poderia inviabilizar
fissional de marketing percebeu que,
lho e a vivência.
o desembolso dos pacotes oferecidos
apesar de a cidade de São Paulo con
pela Casa de Viver. "Estamos pensando
tar com inúmeras opções de entre
Mais do que mesas, computadores, im
em criar um preço social e alternativo
tenimento, poucas eram adequadas
pressoras, internet e espaços para reu
para mães que queiram empreender",
para levar bebês.
niões, o local dispõe, também, de salas
explica Carina. A ideia é, dessa manei
especiais para crianças, com brinque
ra, incentivá-las a não abandonar o so
Carina Borrego teve problemas si
dos educativos e cuidadoras para ficar
nho do negócio próprio e, ao mesmo
milares ao não conseguir conciliar a
de olho nos filhos das profissionais que
tempo, oferecer um espaço de traba
vida profissional com o tempo para
utilizam o coworking para trabalhar.
lho oportuno e com preço acessível.
longe do bebê enquanto trabalhava
Demanda não falta. "A maioria das
Em poucos meses de portas abertas,
lhe incomodava.
mulheres que aluga o espaço é de
a Casa de Viver já conta com dez pro
cuidar da filha. A difícil tarefa de ficar
mães empreendedoras, iniciantes de
fissionais e oito crianças utilizando
Contudo, ambas não enxergaram as
um empreendimento ou já atuan
o espaço. O local possui 16 postos de
adversidades como uma pedra no ca
tes como autônomas e freelancers.
trabalho simultâneos, mas com ca
minho, mas como boas oportunidades
Grande parte dos filhos dessas pro
pacidade para atender mais pessoas,
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OPORT U NIDA DE S
Ser m ãe é...
diante da flexibilidade de dias e horá
rias entre as mães, que trocam servi
senvolvendo atividades lúdicas e ofici
rios oferecidos.
ços e tocam projetos juntas”, comenta
nas dirigidas para os pequenos, sem
a empresária.
deixar de lado os pais. Foi assim que
O compartilhamento de espaço para
nasceu, em 2013, o Mamusca, que con
trabalhar não encerra no escritório.
A cartela de serviços da Casa de Viver
ciliou o brincar com encontros, cursos
Na Casa de Viver há também uma
é ampla. O espaço possui uma sala de
e palestras para adultos.
loja colaborativa chamada Matildes,
atendimento que pode ser locada por
para mulheres comercializarem seus
profissionais que desejam atender as
No local, por exemplo, é possível en
produtos. Ela tem cara e identidade
empreendedoras do local, como tera
contrar outros pais e tomar um café
próprias. São quase 15 mulheres que
peutas, massagistas e psicólogos.
com tranquilidade, enquanto as crian
oferecem, ali, produtos antes vendidos
ças se divertem em brincadeiras. A
fora de pontos físicos.
O modelo de negócio tem sido bem
programação é extensa e variada.
-visto no mercado. Segundo a proprie
Para os bebês de até 3 anos de idade
O projeto criado por Carina vai além:
tária, há a expectativa de que a Casa
são oferecidas oficinas sensoriais, es
ela desenvolveu uma rede de troca
de Viver crie frutos. “É um negócio com
tímulo por meio da arte, experiências
de experiências – o Café com Mães
bastante demanda. Muitas pessoas de
musicais, roda de canto, entre outras.
Empreendedoras. A roda de conversas
outras cidades e Estados nos procuram
Para as crianças acima dessa idade,
acontece uma vez por mês e tem por
com o desejo de abrir espaços pareci
opções não faltam, como oficinas di
objetivo fortalecer o networking entre
dos ou questionando se pretendemos
versas, festa do pijama, programação
essas mulheres e promover o diálogo
fazer franquia”, diz. “O objetivo é, até o
no ateliê e acesso ao espaço de brincar.
sobre maternidade e empreendedoris
fim do ano, a Casa de Viver se pagar e,
mo. “Nós vemos surgir muitas parce
em 2016, abrir no máximo mais duas
Os pais não ficam de fora: o Mamusca
unidades em São Paulo”, revela Carina.
conta com opções de lazer para os adultos participarem, além de uma
Criar e brincar
ampla cartela de cursos e palestras
Nem só para trabalhar as mães sen
para auxiliar no cuidado com os filhos.
tem dificuldades. A empresária Elisa
Lá, é possível aprender sobre o prepa
Roorda percebeu que havia a oportu
ro de alimentos saudáveis, massagem,
nidade de explorar o nicho do lazer, de
primeiros socorros, cuidados básicos com o bebê e outros.
zona oeste da capital paulista, é pro curado principalmente pelas classes A
Atendemos, hoje, aproximadamente mil crianças por mês. No período de férias, esse número chega a dobrar Elisa Roorda
proprietária do Mamusca
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“
“
O espaço, localizado na Vila Madalena,
e B. A faixa etária das crianças vai de zero a sete anos e, dos pais, entre 30 e 38 anos. “Atendemos, hoje, aproxima damente mil crianças por mês. No pe ríodo de férias, esse número chega a dobrar”, estima a empresária Elisa. O empreendimento ainda é recente e, para complementar a renda da empre sa, a proprietária tem trabalhado com ramificações do negócio, como locação do espaço e organização de eventos
Carina Lucindo
proprietária da Casa de Viver
“
“
Os preços estão no mesmo nível das escolinhas da região, que seriam, então, a opção para as mães deixarem seus filhos. No entanto, nosso benefício é que as mães podem trabalhar e ficar perto das crianças
zer nada. Ou acaba terceirizando essa
“Quando pensei em montar o negó
tarefa quando precisa resolver algo, o
cio, realizei uma pesquisa de cam
que não é a vontade delas”, comenta.
po e constatei que mais de 80% das mães diziam que não conseguiam
Foi aí que nasceu a ideia de criar um
fazer nenhuma atividade física até
espaço que oferecesse atividades e
o filho completar cinco anos de ida
serviços para mães e filhos, casando
de. O principal motivo era por não ter
corporativos externos. “É um negócio
suas agendas. Para as mulheres, o cen
com quem deixar a criança, e esta
que vale a pena. Estamos criando op
tro dispõe de atividades físicas, servi
mos vendo essa procura na prática”,
ções continuamente e descobrindo as
ços de estética e beleza, cursos como
indica Renata.
necessidades do nosso público. As pes
pintura em tela, coaching para mulhe
soas ficam muito felizes de vivenciar
res e personal stylist, além de atendi
O Palácio da Mamãe dispõe de brin
essas experiências que promovemos”,
mentos de saúde e bem-estar, como
quedoteca, berçário e jardim. Para
comenta Elisa.
psicólogos, fisioterapia, osteopatia e
fazer o negócio girar, Renata passou
harmonização energética.
a sublocar salas para profissionais de
Palácio de comodidades
saúde, oferecidas no espaço de atendi
As possibilidades de negócios nesse
As crianças podem desfrutar do Palácio
mento médico. Ainda há um estudo de
ramo são infinitas. De olho na como
da Mamãe com aulas de balé, expres
fotografia especializado em gestantes
didade e praticidade do dia a dia das
são corporal para bebês, oficinas de
e acompanhamento mensal do bebê.
mães, a empresária Renata Konzen
arte, teatro, consultas com pediatra e
criou, em Curitiba (PR), o Palácio da
atendimento psicológico infantil, além
“Nós criamos um ambiente onde nada
Mamãe. “As mães sempre comentam
de meditação e psicopedagogia.
é obrigatório e fixo. O modelo de negó
que não têm tempo para cuidar do ca
cios do Palácio da Mamãe é baseado
belo e das unhas e acabam ficando por
Além disso, há atividades que podem
em um serviço puxando o cliente para
último quando têm filhos. Além disso,
ser realizadas entre mães e filhos,
outro. Tanto as crianças quanto as
percebi que o tempo delas não era oti
como dança com sling; treino funcio
mães são nossos clientes. Oferecemos
mizado porque, por exemplo, enquanto
nal pós-parto; e consultoria em ama
a comodidade. Há muito espaço para
as crianças estão nas aulas de inglês e
mentação, sono e disciplina, além de
trabalhar pensando no conforto da
balé, a mãe fica lá esperando e sem fa
acompanhamento nutricional.
mãe”, avalia a empresária. &
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U M DI A NO... POR RACHEL CARDOSO FOTOS RUBENS CHIRI
... Edifício Copan
Uma caixa de SURPRESAS 52
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Marco modernista criado por Niemeyer, o Copan coleciona histórias de vidas e atrai gente do mundo todo para o centro da cidade
E
xistem sempre aqueles lugares
todas as partes do mundo, interessa
clássicos da cidade que não precisam
dos em apreciar a obra que se tornou
de propaganda nem de glamour para
o marco do Modernismo no Brasil.
marcar presença na lista dos mais co nhecidos. Andando pelo Centro de
Sua arquitetura em forma de “S” tor
São Paulo, é possível encontrar um
nou-se símbolo não só pelas linhas
deles: assinado pelo brasileiro Oscar
arrojadas, mas também por outras
Niemeyer, um dos nomes mais impor
características do edifício: a maior es
tantes da arquitetura moderna mun
trutura de concreto armado do País,
dial, o Copan – cravado no coração
com 115 metros de altura, ocupação
da metrópole, entre a Rua Araújo e a
mista de apartamentos e comércio e
Avenida Ipiranga – recebe turista de
alta densidade populacional.
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U M DI A NO...
Ed i f ício C opa n
Cartão postal de São Paulo, de cima do edifício é possível ter uma vista privilegiada da cidade
sair do papel assim que terminar a tro ca das pastilhas da fachada do prédio, há anos coberto por uma tela azul por causa dos reparos. “A manutenção é constante”, diz o administrador, que mora ali há 53 anos. Ele conta que nos anos 1950, São Paulo
São aproximadamente 5 mil morado
cial, como o ocupado pela rede de lojas
crescia impulsionada pelo movimento
res em 1,16 mil apartamentos, que vão
de brinquedo Ri Happy.
de expansão do setor industrial. A re
de 26 a 350 metros quadrados em 120
gião central fora ocupada pelos arra
mil metros quadrados de área cons
Na galeria, o único espaço fechado é
nha-céus, abrigando sedes de bancos e
truída. Contudo, a população flutu
o que abrigou até meados da década
instituições financeiras, atividades co
ante pode ultrapassar 20 mil pessoas,
de 1980 o Cine Copan, ocupado pela
merciais e de serviços. As avenidas São
segundo Affonso Celso Prazeres, admi
Igreja Renascer em Cristo e interdita
João e Ipiranga delimitavam a Cinelân
nistrador do Edifício Copan. Um con
do pelo Ministério Público. Um lugar
dia paulista, principal polo de entrete
tingente enorme passa pelo térreo,
que o administrador sonha recupe
nimento e de vida noturna da capital,
onde estão espalhadas 80 lojas. E há
rar um dia e, quem sabe, utilizar para
com seus muitos cinemas, restauran
ainda quatro andares de área comer
o Museu do Copan, projeto que deve
tes, bares e calçadas iluminadas por
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enormes letreiros de néon. “Não se po
o ponto meio escondido no térreo em
galeria de arte que ocupa três andares
dia circular por ali ou entrar no cinema
2008. O amor pelo edifício cresceu,
do prédio. O espaço de 3 mil metros
sem terno e gravata”, recorda.
virou paixão, elevando o estabeleci
quadrados ficou fechado por 20 anos
mento a status de ponto de encontro
e há cerca de 3 foi ocupado pelas mãos
Foi nesse cenário, mais precisamente
disputado. Para quem quer aprovei
da artista plástica Fernanda Brenner.
em 1951, que Niemeyer criava o Con
tar o visual do Copan, o lado de fora do
junto Ibirapuera e o Conjunto Copan,
Dona Onça é um “prato cheio”.
Toda essa movimentação dos últimos
dois marcos arquitetônicos na histó
anos atraiu empreendedoras como Ja
ria da cidade. Foi por encomenda da
Ainda para quem olha de fora, não dá
naina Ferraz. Ela abriu há cinco anos
Companhia Pan-Americana de Hotéis
para imaginar o tamanho da Pivô, uma
o Espaço Yama Concept, um salão de
(daí o nome Copan) que Niemeyer ou sou no projeto, originalmente previsto para inaugurar um conjunto turísti co, hoteleiro e residencial nos moldes do Rockefeller Center, em Nova York, a tempo do quarto centenário de São Paulo, em 1954. Mas a falência de duas construtoras acarretou um atraso de mais de uma década. O conjunto foi concluído ape nas em 1966, com capital do banco Bradesco, e sofreu várias alterações no projeto, levando seu idealizador a se afastar da obra, concluída en tão por Carlos Lemos. Apesar de todo o imbróglio, o prédio se tornou ícone paulistano e até hoje acumula recor des, como o maior prédio residencial da América Latina. E viver nesse gigante é como viver numa caixa de surpresas, em que se encontra de tudo um pouco. Vale des tacar a infraestrutura de serviços na galeria do prédio, que não está restrita aos moradores e convida os visitantes à exploração. Lá, os logotipos das lojas ainda seguem a estética dos anos 1950 – são lojas de roupas, locadoras, lavan derias, salões de beleza em profusão, uma alfaiataria e muitos restaurantes. Chama a atenção o badalado Bar da Dona Onça. A chef Janaína Rueda, hoje também moradora do Copan, ocupou
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U M DI A NO...
Ed i f ício C opa n
beleza que tem ao seu lado concorren
zados com nomes e letras dos blo
para a instalação do negócio foi es
tes que estão ali há mais de 20 anos, o
cos do edifício – o Bloco B leva seis
trategicamente escolhido. “O Copan é
que não a incomoda. “Há espaço para
sushis, oito temakis e dez sashimis.
um símbolo da cidade e vem gente do
todo mundo, e quem trabalha aqui
“O Copan tem sempre uma surpresa
mundo inteiro conhecer suas curvas”,
cria uma relação de amor com o pré
para você”, afirma ela, que não faz
diz. “Além disso, ele fica no centro, em
dio e a região central”, conta. Para ho
três meses agarrou outra oportuni
um local de fácil acesso e com toda a
menagear o Centro, ela criou combos
dade “daquelas”: alugou um aparta
infraestrutura disponível.”
de serviços com os nomes de pontos
mento e se mudou para lá. Agora, é
famosos, como Terraço Itália, Aveni
só descer alguns andares para che
O frenesi dos visitantes não incomoda
da Ipiranga e o próprio Copan, que in
gar ao trabalho.
os moradores, que costumam passear
cluem desde pé e mão até cabelo e de sign de sobrancelha.
com inúmeros cachorros e se senta O mesmo faz o morador Renatto
rem para conversar e até para os pets
d’Souza, à frente da RenattodSou
tomarem sol deitados na calçada. É
Iniciativa parecida tem o Temaki
sa Foto Galeria, que elegeu a cidade
um mosaico em que há espaço para
Café, que oferece combinados bati
como tema de seu trabalho. O local
todos os estilos, bolsos e idades. Caso da Vídeo Connection, locadora instalada há 30 anos ali. Embora o pro
Affonso Celso Prazeres, administrador do prédio, sonha em montar o Museu do Copan
prietário Paulo Sérgio Pereira não seja um morador, ele acompanhou de per to todos os altos e baixos que o Copan enfrentou. “Já passamos por tempos difíceis em que o prédio enfrentou cer ta degradação, mas a chegada do Tri bunal de Justiça ajudou a revigorar o comércio, e o Affonso Celso moralizou o condomínio.” Para sobreviver aos novos tempos de internet e TV a cabo, ele pretende transformar o negócio numa espécie de cinemateca. “O caminho é se tornar um centro de consultas para o públi co que vem de outros bairros distantes em busca de clássicos.” Seja lá qual for o futuro reservado para Paulo e sua videoteca, uma coi sa é sagrada no Copan e não muda: não se pode sair dali sem passar pelo seu Adelino e tomar seu cafe zinho nos velhos moldes servido no balcão. Presente no local há 38 anos e reconhecido como o mais tradicio nal de São Paulo, o Floresta oferece expressos de sabor imbatível e é a
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última loja a fechar na galeria, como um farol.
Efervescência cultural Com apenas 500 metros de extensão, a Avenida São Luís, na lateral do Co pan, concentra uma série de serviços voltados ao setor de turismo – impôs -se na história paulistana pela elegân cia. No início do século 19, quando ain da levava o nome de Beco Comprido, a conjunção de endereços residenciais e comerciais contribuiu para torná-la um lugar especial. Com os lançamen tos comerciais de edifícios, um públi co diferente deu nova cara ao lugar. Destaca-se lá o Conjunto Metropoli tano, famoso por sua Galeria Metró pole, da dupla Gian Carlo Gasperini e Salvador Candia. Passear pelo entorno do Copan, po rém, significa conviver com toda a efervescência cultural que a cidade oferece, capaz de contentar o mais eclético dos públicos. Bem pertinho está a Praça Franklin Roosevelt, cons truída na década de 1960 entre as ruas da Consolação e Augusta, em terreno doado por Dona Veridiana Prado, figura do meio cultural e em preendedora, que marcou presença na cena do século 19. Após reforma, o local reabriu em outu bro de 2012 em espaço totalmente re
das as áreas. Hoje é marcada pela pre
e divulgar produções culturais e ini
estruturado e revitalizado. Com cente
sença de grupos importantes do tea
ciativas socioambientais. A progra
nas de árvores, a praça ganhou novos
tro, como Os Parlapatões e o Espaço
mação pública é sempre gratuita ou a
ambientes com pisos ecológicos, ilu
dos Sátyros, além de diversos bares,
preços populares.
minação especial e área dedicada aos
como Papo, Pinga e Petisco.
animais de estimação.
O quadrilátero abriga ainda a Secre Perto dali, na Rua Rego Freitas, está a
taria Municipal de Cultura, na Rua da
Foi lá também que o Cine Bijou, inau
Matilha Cultural, um centro indepen
Consolação, além da tradicional feira
gurado em 1962, tornou-se “point”
dente e sem fins lucrativos. O coletivo
de artes e cultura, que acontece todo
para o cinema de arte na cidade, cuja
é fruto da união de profissionais de di
fim de semana na Praça da República.
programação atraía criadores de to
versas áreas com o objetivo de apoiar
É caminhar e conferir! &
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GA ST RONOMI A POR LÚCIA CAMARGO FOTOS MIGUEL SCHINCARIOL
Comida boa em QUALQUER LUGAR Frota com mais de 200 food trucks invadiu a cidade e se juntou às tradicionais barracas e quiosques de comida de rua
C
omida de rua sempre existiu
Pinheiros. Mas todos convivem bem, já
em São Paulo, e a regulamentação mu
que as barracas e quiosques passam a
nicipal para o setor, ocorrida no ano
ser convidados a integrar os parques e
passado, expandiu o universo para
eventos de food trucks e aumentam as
além dos pipoqueiros e vendedores de
opções para o público. Percorremos al
cachorro quente. Chegaram os food
guns food parks e vamos dar dicas para
trucks. O modelo, surgido nos Estados
você comer bem pagando preços jus
Unidos, rapidamente ganhou força
tos, sem cair em armadilhas.
por aqui. Existem 215 deles operando hoje na cidade, segundo a Associação
Francês sobre rodas
Paulistana de Comida de Rua. Toda
Inaugurado em agosto, o Piknik Faria
semana há um novo evento de venda
Lima reúne cerca de 40 expositores,
de comida itinerante, tanto na capital
incluindo barracas e vans. Entre os que
quanto no interior paulista.
valem a ida ao lugar está o Le Casserole. A versão sobre rodas do tradicional res
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Os “trucks” invadiram as tradicionais
taurante do Largo do Arouche serve pra
feirinhas, como a do bairro da Liberdade
tos como picadinho ao molho de vinho
e a da Praça Benedito Calixto, em
com batatas (R$ 28) e brochete (R$ 22),
Inaugurado em agosto, o Piknik Faria Lima reúne cerca de 40 expositores, incluindo barracas e vans, em espaço democrático
um espeto de carne acompanhado de
nós, quantidade também é importan
semana é formado pelo pessoal dos es
pão. Na matriz da casa, esses valores
te. Afinal, você não quer ir embora com
critórios da região, enquanto nos fins
não pagam nem a entrada mais barata,
fome nem gastar o dobro do planejado
de semana recebe famílias em busca
a terrine de pato, que custa R$ 33.
para se alimentar. [O engano aconte-
de um passeio diferente. Há um pula
ceu com esta repórter que vos fala. Pedi
-pula para as crianças gastarem ener
Uma questão na qual vale prestar
no food truck Lox um sanduíche de sal-
gia e oficinas de brinquedos, além de
atenção – em qualquer food truck ou
mão defumado. Paguei R$ 22. Contudo,
pequenos shows aos sábados e domin
barraca – é a quantidade de comida
o lanche era diminuto. Descobri depois
gos. O Piknik funciona todos os dias,
servida. Em geral, as porções são pe
que a barraca que oferece a melhor re-
das 11h às 22h. Não há estacionamento
quenas. Se tiver dúvidas, vale pedir,
lação entre custo e benefício dentro do
próprio. Os estacionamentos dos arre
antes de escolher, para ver o tamanho
Piknik é a Henry’s, que vende um prato
dores custam a partir de R$ 8 a primei
do prato ou do lanche. Alguns comer
de entrecôte (contrafilé) de tamanho
ra hora. Felizmente, é fácil chegar de
ciantes colocam no balcão modelos
respeitável, acompanhado de batatas
Metrô: fica entre as estações Faria Lima
feitos em resina no tamanho real da
fritas, farofa e molho, cobrando R$ 28.]
e Fradique Coutinho, da Linha Amarela.
fa do comensal. Outros desviam da
Como fica próximo à esquina de duas
Shopping e parque
pergunta, enaltecendo a qualidade do
avenidas movimentadas – Rebouças e
Na zona leste da cidade, o local que
produto. Fuja desses – porque, cá entre
Faria Lima –, o público ali nos dias de
reúne food trucks é o estacionamento
quilo que vendem, facilitando a tare
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GA ST RONOMI A
C om id a boa em q u a lq uer lu g a r
Uma questão na qual vale prestar atenção é a quantidade de comida servida. Em geral, as porções são pequenas
R$ 12. A franquia já conta com cinco
uma ou duas vezes por mês, aos sá
carros circulantes por outros food
bados e domingos. A administração
parks e ruas.
se empenha em divulgar que a sus tentabilidade está presente em to
No Parque Burle Marx, no Morumbi, a
das as atividades da instituição, seja
recém-inaugurada praça gastronômi
em pequenos cursos de educação
ca recebe food trucks como o Flamin
ambiental, seja em critérios de des
do Shopping Anália Franco. O evento
go, que faz bem servidos sanduíches
tinação do lixo. O estacionamen
acontece em alguns fins de semana,
como o hambúrguer Flamingo Bomber
to, localizado em um anexo, custa
do meio-dia às 21h, e reúne 25 vans por
(R$ 22). A refeição, preparada no pão
R$ 12 aos fins de semana, e o dinheiro
edição. O ponto oferece shows musi
artesanal, leva carne Angus, tirinhas
arrecadado é revertido para a manu
cais para garantir a animação. Entre
de suíno crocantes, alface frisée, toma
tenção do parque.
as estrelas, está a perua Kombi do Só
te-cereja assado e maionese especial.
Coxinhas, que vende o salgado nos
Centro da cidade
sabores frango, frango com catupiry,
O programa no parque, cuja área ver
Visitamos duas vezes o Marechal Food
queijo, cream cheese com alho-poró,
de é parte remanescente da Mata
Park, que, com 4 mil metros quadra
ricota com espinafre, carne seca, ca
Atlântica original, agrada quem apre
dos, abriga 30 pontos de venda de co
labresa e frango com bacon, além de
cia o contato com a natureza. Os fur
mida, entre food trucks, barracas, trai
doce de leite, brigadeiro e de Nutella.
gões ficam na área de piquenique, à
lers, carrinhos, quiosques e food bikes,
A porção com 14 minicoxinhas custa
sombra das árvores, das 10h às 18h,
junto a uma profusão de contêineres.
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Antes de tudo, fomos à inauguração,
também uma filial do famoso Mocotó,
mio de Melhor Comida de Rua dado
em 1º de agosto, quando constatamos
restaurante de comida nordestina do
pela revista Prazeres da Mesa.
vários problemas no funcionamento,
chef Rodrigo Oliveira, que depois de
como a falta de guarda-sóis nas mesas
inaugurar o Esquina Mocotó ao lado
Como achar as vans
e certos estabelecimentos que anun
da matriz, na Vila Medeiros (zona nor
Os food trucks não se mantêm sempre
ciavam pratos nos cartazes, mas não
te de São Paulo), colocou rodas na co
nos mesmos lugares. Esse é o espírito do
os tinham para servir. Na segunda vi
zinha e tem levado seus temperos a
negócio: alguns param em saídas de fa
sita, alguns meses depois, vimos que
feiras e eventos. Um contêiner com o
culdades, casas de shows e outros pon
houve melhora e esses problemas já
nome Paris SP vende comida france
tos de grande concentração de pessoas.
não acontecem mais.
sa com uma discutível relação quan
A maioria, no entanto, abriga-se dentro
tidade/preço: um espetinho de carne
dos parques pelas facilidades ofereci
O food park foi montado em um ter
(que atende ali pelo nome de “bro
das, como segurança e acessos a água,
reno ao lado da estação Marechal
chette francesa”), servido com quatro
mesa e banheiro para os frequentado
Deodoro do Metrô (Linha Vermelha),
batatinhas fritas, custa R$ 22. As em
res. Cada um divulga o itinerário em
no qual anteriormente operava um
panadas argentinas da barraca Las
sua própria página das redes sociais.
estacionamento. O acesso facilitado
Medocinas parecem boas. Custam
faz o lugar encher aos sábados, do
R$ 7 cada. Há ainda tapiocas salgadas
Já para consultar as informações reu
mingos e feriados, não raro com dis
e doces, além de doces diversos: bolos,
nidas num só lugar, a ferramenta pode
puta por mesas. Em dias de semana,
brigadeiros e macarons.
ser o guia online "Food Truck nas Ruas",
costuma ser tranquilo. Funciona das
que possui também a versão em forma
11h às 15h30 às terças e quartas-feiras;
As empresas KQI Produções (a mesma
de aplicativo para celular. Estão agrupa
e de quinta a domingo, das 11h às 21h.
do Butantan Food Park, que fechou no
dos dados de comidas sobre rodas em
começo de outubro) e Contain, respon
São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo
A oferta maior é de hambúrgueres,
sáveis pelo empreendimento, divulga
e Pernambuco, além da recente inclusão
como na maioria dos parques de
ram investimentos de R$ 1,5 milhão
de listas separadas de food bikes e food
food trucks. Alguns são mais apeti
nas instalações do Marechal Food Park.
carts (carrinhos de comida) paulistanos.
tosos, como o British Burger e Potato,
Encontre o seu e bom apetite! &
que vende hambúrguer recheado de
Estivemos ainda em alguns eventos
foie gras (R$ 30). O lanche leva vinho
breves de comida de rua, como o mon
Marsala, alface, tomate e queijo brie.
tado no Memorial da América Latina
Para sobremesa, boa opção é o sonho
junto ao Mercado Mundo Mix; na co
da Sonheria Dulca, montada sobre
memoração dos 50 anos da persona
uma bicicleta. De massa leve, o quitu
gem Magali, de Mauricio de Sousa, se
Food Truck Weekend
te é recheado na hora com creme de
diada pelo condomínio Jardim das
Shopping Anália Franco. Estacionamento
baunilha tradicional, pistache, geleia
Perdizes, na Barra Funda; e na feira or
externo. Avenida Regente Feijó, 1.739 – Ta-
de goiaba, coco, doce de leite, brigadei
ganizada no pátio da Cinemateca Brasi
tuapé: www.shoppinganaliafranco.com.br
ro ou gianduia. Embora pequeno (oito
leira, na Vila Mariana, da qual vale des
centímetros de diâmetro, mais preci
tacar o Bike Café, bom para tomar um
Marechal Food Park
samente), é saboroso. Já decidir se os
café expresso (R$ 4), e Los Mendozitos,
Estação Marechal Deodoro do Metrô
R$ 10 pagos pelo doce são (ou não) um
turma que vende vinho argentino de
(Linha 3 – Vermelha). Rua Dr. Albuquerque
bom preço, fica a critério do bolso e da
boa qualidade a partir de R$ 10 a taça.
Lins, 504 – Santa Cecília:
percepção de cada cliente.
serviço
Guia dos food trucks www.foodtrucknasruas.com.br
www.facebook.com/MarechalFoodPark/
Já quem quiser provar a comida de um O Napoleon vende lanches de calabre
“truck” bem avaliado por críticos, pode
Piknik Faria Lima
sa, linguiça artesanal e costela des
ir até o Buzina Food Truck. Um dos pio
Avenida Rebouças, 3.128 – Pinheiros:
fiada. No espaço, costuma estacionar
neiros do ramo, ganhou este ano o prê
www.piknikpark.com.br
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AGE N DA C U LT U R A L POR PRISCILA OLIVEIRA
À PRIMEIRA VISTA Uma Maçã e Duas Cadeiras
Onde: Sesc Vila Mariana Rua Pelotas, 141 – Vila Mariana Quando: até 30/12 de ter. a sex. das 14h às 21h30; sáb. e dom. das 11h às 17h30 Mais informações: (11) 5080-3000
A mostra é formada por três grandes instalações criadas com emaranhados de fios de lã que envolvem objetos e carregam memórias, trajetórias e traços da vida cotidiana – como sapatos, malas e cartas. As obras apresentadas foram criadas com a participação do público brasileiro ao enviarem suas cartas de agradecimento e sapatos usados, completando a cartografia afetiva da artista.
Onde: Sesc Pinheiros Rua Paes Leme, 195 – Pinheiros Quando: até 10/01 de ter. a sex. das 10h às 21h30; sáb. das 10h às 20h30 e dom. das 10h às 18h30 Mais informações: (11) 3095-9400
CHIHARU SHIOTA Em busca do destino
Fotos: Divulgação
A partir das fotos realizadas durante a performance "À Primeira Vista: Uma Maçã e Duas Cadeiras", de Rubiane Maia, a exposição conta com uma seleção dos trabalhos da artista. A performance consiste na montagem de um laboratório fotográfico simples, com uma câmera, um tripé e duas cadeiras numa sala com uma parede branca. No espaço, previamente preparado, mulheres são fotografadas, uma a uma, comendo uma maçã vermelha. As imagens são projetadas em tempo real ao lado da ação, criando uma espécie de stopmotion instantâneo. A duração de cada encontro foi o tempo de uma maçã.
DIVERSÃO E NATUREZA Sesc Bertioga
As atividades de turismo social desenvolvidas pelo SESC SP, junto ao público comerciário, iniciaram-se em setembro de 1948, com a inauguração da Colônia de Férias Ruy Fonseca (atual Centro de Férias SESC Bertioga). Ele foi projetado para o convívio social, no respeito às diferenças, no fortalecimento
das relações humanas e na aproximação de propostas que conduzam o acesso a bens culturais necessários para a promoção da qualidade de vida dos participantes. Localizado, no sopé da Serra do Mar, o Centro de Férias tem uma vocação natural para o desenvolvimento de ações socioambientais.
Onde: Sesc Bertioga Rua Pastor Djalma da Silva Coimbra, 20 – Jardim Rio da Praia, Bertioga – SP Mais informações: (13) 3319-7700
OTRAPALHAÇÃA A criação de Eva Furnari apresentada por meio de recursos cenográficos, tecnológicos e elementos lúdicos. Baseada na obra da escritora e ilustradora ítalo-brasileira Eva Furnari, que faz literatura para crianças há quase 35 anos, a exposição usa recursos cenográficos, tecnológicos e elementos lúdicos para aproximar os leitores de seu universo mágico. A visita à exposição permite um contato direto com os temas abordados pela autora que, em suas narrativas, apresenta um grande talento para o humor e o nonsense, utilizando-se de recursos como paródias, trocadilhos, reinos encantados sempre malucos, realismo e bastidores da vida e, de uma forma genial, a metalinguagem. Com mais de 60 livros
publicados, as histórias de Eva Furnari alcançam desde os pré-leitores (crianças a partir dos dois anos de idade) até os adolescentes.
Onde: Sesc Santos Rua Conselheiro Ribas, 136 Aparecida, Santos – SP Quando: até 27/12. De ter. a sex. das 10h às 21h30/ sáb. e dom, das 10h às 18h30 Mais informações: (13) 3278-9800/987
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ROT E IRO SP
POR PRISCILA OLIVEIRA
Fim de ano tem LAZER e CULTURA
Além das tradicionais decorações de Natal, a cidade apresenta atrações como exposições, passeio e até festival gastronômico
Quando: 30/09 a 06/12 Av. Dr. Gastão Vidigal, 1.946 – Vila Leopoldina Informações: : (11) 3645-0481/0482 Funcionamento: quartas e quintas, das 18h à meia-noite; sextas e sábados, até a 1h da manhã; e aos domingos, das 11h30 às 17h Acontece todos os anos nos meses de setembro a dezembro, no Ceagesp. Por um preço único, a pessoa come à vontade os quase 40 pratos à base de peixes e frutos do mar. Isso inclui desde as entradas até a famosa paella gigante, passando por saladas, complementos e demais pratos quentes. À parte, camarões assados na brasa, uma carta de vinhos e o adicional merengue como opção de sobremesa completam o menu.
FESTIVAL DE PESCADOS E FRUTOS DO MAR
FRIDA KAHLO – CONEXÕES ENTRE MULHERES SURREALISTAS NO MÉXICO
Quando: 27/09 a 10/01 Av. Brig. Faria Lima, 201 – Pinheiros, 2245-1900 Informações: (11) 2245-1900 www.institutotomieohtake.org.br/inicio/index.html Horário de funcionamento: de terça a domingo, das 11h às 20h A exposição reúne cerca de cem obras, entre pinturas, fotografias, objetos e documentos. São exibidas 33 peças assinadas por Frida, além trabalhos de artistas, como Leonora Carrington, Maria Izquierdo e Remedios Varo. “Essas mulheres estão conectadas. Algumas muito diretamente à Frida”, diz a curadora Teresa Arcq.
JARDIM BOTÂNICO E BORBOLETÁRIO DE DIADEMA
Rua Ipitá, 193 – Jardim Inamar – Diadema/SP Funcionamento: segunda a sexta, das 9h às 12h e das 13h às 15h Contatos: (11) 4059-7600 ou 4059-7619 Um local para mergulhar no mundo das borboletas. É isso o que o visitante encontra no Borboletário Tropical Conservacionista Laerte Brittes de Oliveira, localizado no Jardim Botânico de Diadema, na Grande São Paulo. No espaço, inaugurado em 2005, é possível realizar visitas monitoradas para entrar em contato com mais de 400 borboletas de três espécies diferentes e conhecer o ciclo de reprodução do animal, que leva cerca de 70 dias.
Quando:28/11 a 06/01 Informações: www.spturis.com A São Paulo Turismo (SPTuris, empresa municipal de turismo e eventos) está visando novamente os festejos de Natal da Cidade de São Paulo em 2015. Em comunicado publicado no Diário Oficial o órgão solicita parcerias para ajudar no projeto. Informa que a decoração permanecerá nos cartões postais da cidade, como Av. Paulista, Parque Trianon, Praça da Sé, Teatro Municipal, Vale do Anhangabaú, Parque do Ibirapuera (contemplando a tradicional Fonte Multimídia do lago e as luzes da árvore de Natal em frente ao parque).
Fotos: Divulgação
NATAL ILUMINADO 2015
L I V ROS
DICAS de leitura
Viagem e negócio Textos selecionados
Poder Judiciário
As viagens corporativas representam
Onde o modelo de desenvolvimento
Qual a diferença entre o Superior Tribu
mo nacional. Por esse motivo, cresce a
brasileiro falhou? Como alinhar as ex
nal de Justiça e o Supremo Tribunal Fe
necessidade de tornar o negócio mais
pectativas da sociedade brasileira em
deral? Todos os cidadãos podem solicitar
estratégico e analítico tanto para o
um mundo em constante transforma
assistência jurídica à Defensoria Públi
viajante quanto para a empresa. As
ção? Para refletir sobre esses temas em
ca? Quais as funções de um juiz, de um
receitas do setor cresceram 9,2% em
meio à turbulência político-social dos
promotor de Justiça e de um defensor?
2014, totalizando R$ 40,17 bilhões, em
últimos tempos no Brasil, o Centro Cel
O pleno funcionamento da democra
comparação com os R$ 36,78 bilhões
so Furtado reuniu análises de diversos
cia só é possível com base em culturas
de 2013, segundo dados do IEVC (Indi
especialistas no livro Brasil: socieda-
política e institucional capazes de for
cadores Econômicos das Viagens Cor
de em movimento, de Pedro de Souza,
talecer o papel do cidadão na socieda
porativas). O livro Viagens de negó-
organizador da coletânea. Abordando
de, como conhecedor de seus direitos
cios: que negócio é esse?, de Viviânne
desde problemas estruturais da eco
e deveres. O livro Conhecendo a Justi-
Martins e Eduardo Murad Jr., colabora
nomia brasileira até os anseios das ma
ça brasileira, da FGV Projetos, preten
com a disseminação do conhecimento
nifestações de 2013, o livro investiga as
de aproximar o cidadão do Estado, ao
dessas práticas, uma vez que os parti
condições necessárias para a constru
tornar acessível ao leitor sem formação
cipantes do segmento precisam se es
ção de um futuro em que o espaço pú
jurídica o complexo funcionamento do
pecializar e conhecer as etapas e fer
blico prevaleça e que a centralidade ex
Poder Judiciário, apresentando de for
ramentas que norteiam a indústria de
cludente do capital e dos poderes deixe
ma clara e didática seus diversos seto
viagens e eventos corporativos.
de imperar.
res e engrenagens.
Brasil: sociedade em movimento
Conhecendo a Justiça brasileira
Viagens de negócios: que negócio é esse?
• Editora Paz e Terra – R$ 55,00
66
• FGV Editora – R$ 30,00
edição 41 • novembro | dezembro • 2015
74,5% do faturamento total do turis
• Editora Senac São Paulo – R$ 34,90
Ser EMPREENDEDOR
é mais do que ter um negócio,
realização É ENCONTRAR a sua própria
Levantar cedo todos os dias, sempre com a mesma motivação. Trabalhar duro, com hora para começar e sem hora para terminar, ser capaz de fazer muitas coisas ao mesmo tempo e traçar o próprio caminho. O empreendedor é aquele que encontra satisfação em tudo isso. É nisso que a FecomercioSP acredita. Nós representamos o comércio de bens, serviços e turismo de São Paulo e trabalhamos em prol da economia livre, dando suporte ao empreendedor para que ele cresça com acesso a informações de qualidade e tome suas decisões com mais confiança.
Para ter acesso a todo esse apoio: www.fecomercio.com.br www.programarelaciona.com.br
Com a FecomercioSP, o comércio tem mais força.