42 ISSN 1983-1390
revista comércio & serviços publicação da federação do comércio de bens, serviços e turismo do estado de são paulo
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139001
00042 ANO 24 • Nº 42 • janeiro/fevereiro • 2016
Olh a o pa ssa rinho a zul! Twitter revela seus planos para as pequenas e médias empresas
Riqueza criativa Conheça a economia criativa, uma área em que o Brasil tem enorme potencial para se desenvolver. São setores que dependem do talento e do capital intelectual
A er a dos a pl ic ati vos móv eis Como os apps es tão mud ando a relaç ão de consumo
Dól a r a lto aqu ece t u r ismo l oc a l Resorts buscam turistas que deixaram de viajar para o exterior
Empresas do bem Ela s d ão luc ro e ajud am comunid ades c arentes
CA RTA AO L EITOR
Criatividade para sair da crise Um novo ano começa e, com ele, a espe-
estoques e tendem a contratar e am-
rança de que o País encontre rapidamen-
pliar seus negócios. Com credibilidade, a
te uma saída para as graves crises econô-
roda da economia voltará a girar. O Bra-
mica e política que vêm se arrastando há
sil é um país empreendedor. A pesquisa
mais de um ano. Sabemos que o primei-
Global Entrepreneurship Monitor (GEM),
ro semestre ainda será de dificuldades,
realizada aqui pelo Sebrae e pelo Insti-
principalmente nestes três primeiros
tuto Brasileiro de Qualidade e Produti-
meses, quando provavelmente teremos
vidade (IBQP) mostra que três em cada
agravamento do desemprego e redução
dez brasileiros adultos entre 18 e 64 anos
da atividade econômica. A depender do
possuem uma empresa ou estão envol-
caminho escolhido, o quadro de recessão
vidos com a criação de um negócio pró-
pode se prolongar e haverá mais um ano
prio. A nossa taxa de empreendedorismo
perdido, ou conseguiremos fazer os ajus-
é de 34,5%, a maior do mundo, à frente
tes necessários para voltar a crescer.
de China (26,7%), Estados Unidos (20%) e Reino Unido (17%).
O que nos dá esperança é que, em todas as crises pelas quais passamos nas
Além da vontade de empreender, o
últimas duas décadas, o Brasil sempre
brasileiro é criativo, busca saídas para
conseguiu uma rápida recuperação.
driblar os obstáculos e é aberto a no-
Desta vez, porém, não repetiremos a
vidades. Com isso, cresce a economia
virada espetacular após a crise finan-
criativa, tema abordado nesta edição.
ceira global de 2008, quando o PIB ficou
São negócios que nascem e dependem
negativo em 0,2% em 2009 para depois
do talento do empreendedor – é o ar-
crescer 7,6% em 2010.
tista plástico, o artesão, o designer de joias, o músico etc. Segundo estimati-
Hoje, o cenário global já não é tão adver-
vas, o setor movimenta R$ 126 bilhões
so. Para retomar o crescimento, basta o
ao ano, equivalente a 2,6% do PIB, e
governo resgatar a confiança – se o em-
apresenta taxa de crescimento anual
presário sente que o País tem comando
de quase 70%.
e que medidas efetivas estão sendo tomadas para sair da crise, ele terá disposi-
São Paulo e Rio de Janeiro se destacam no
ção para investir; os traba-
ranking da economia criativa. No merca-
lhadores, se acharem que
do paulista, são 349 mil trabalhadores li-
não perderão o emprego,
gados a essa atividade, e no fluminense,
vão consumir mais; e
107 mil. Do total de trabalhadores desses
os
comerciantes
aumentarão seus
Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo Presidente Abram Szajman Superintendente Antonio Carlos Borges
Conselho Editorial Ives Gandra Martins, José Goldemberg, Renato Opice Blum, José Pastore, Jorge Duarte, Pedro Guasti e Antonio Carlos Borges Editora Editor-chefe e jornalista responsável André Rocha MTB 45653/SP Editor Carlos Ossamu Repórteres Filipe Lopes, Rachel Cardoso e Raíza Dias Estagiária Priscila Oliveira Diretores de arte Clara Voegeli e Demian Russo Editora de arte Carolina Lusser Designers Laís Brevilheri e Maria Fernanda Gama Assistentes de arte Paula Seco, Cíntia Funchal e Vitória Bernardes Estagiário Yuri Miyoshi Revisão Flávia Marques, Luisa Soler e Paulo Teixeira Colaboram nesta edição André Zara, Barbara Oliveira, Lúcia Camargo e Pedro Guasti Redação Rua Santa Cruz, 722, 5º andar Vila Mariana – CEP 04122–000 – São Paulo/SP Tel.: (11) 3170 1571 Fale com a gente publicacoes@fecomercio.com.br Impressão Plural Indústria Gráfica
Estados, 2,5% e 2,3%, respectivamente, estão ligados à criatividade.
Abram Szajman, presidente da Federação do Comércio de Bens,
Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), entidade que administra o Sesc e o Senac no Estado
Aqui tem a força do comércio
ÍNDICE
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o talento é a alma do negócio
A economia criativa, vista por especialistas como caminho para desenvolver o País, desponta no Brasil, aquece o mercado de trabalho e gera oportunidades
8
14
26
28
32
40
entrevista
Twitter revela novas ferramentas e planos para pequenas e médias empresas
A essência da marca
As flagships stores surpreendem os consumidores e fortalecem a identidade
NOVO ICMS E O E-COMMERCE
Empresas não sabem como recolher o tributo em Estados de destino
Janelas para o futuro
Aplicativos mudam relação de consumo e abalam modelos de negócios tradicionais
44
48
52
58
Santos cresce além do porto Uma ampla radiografia da maior cidade do litoral paulista
sem tempo ruim
Empresas usam previsões meteorológicas para a tomada de decisões
caridade não, é negócio
Cresce o número de empresas de impacto social, criadas para auxiliar a população carente
Instituto Biológico
Instituição abriga um zoológico de insetos e o maior cafezal urbano do Brasil
sabor de férias
Conheça duas boas opções de restaurantes para levar as crianças e toda a família
62
AGENDA CULTURAL
66
Livros
Turismo doméstico em alta
Ocupação em hotéis e resorts do interior paulista cresce com o dólar mais caro
64
Roteiro SP
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R$ 173,28 – Exato Adesão Trad. 15 F AHO QC COP (registro na ANS nº 473.988/15-4 ), da SulAmérica Saúde, faixa etária até 18 anos, com coparticipação e acomodação coletiva (tabela de julho/2015 – SP).
Planos de saúde coletivos por adesão, conforme as regras da ANS. Informações resumidas. A comercialização dos planos respeita a área de abrangência das respectivas operadoras de saúde. Os preços e as redes estão sujeitos a alterações, por parte das respectivas operadoras de saúde, respeitadas as disposições contratuais e legais (Lei nº 9.656/98). Condições contratuais disponíveis para análise. Novembro/2015.
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EN T R E VISTA Por André Zara fotos rubens chiri
atualmente, o brasil representa um dos cinco maiores mercados entre os 316 milhões de usuários ativos do twitter. escritório no país existe desde novembro de 2012
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Novos voos do passarinho O
Brasil continua na rota das
gião, escolhendo o perfil do público e
grandes empresas de tecnologia. Com
ainda pagar somente pelos resultados
escritório próprio em São Paulo desde
alcançados nas campanhas. Além dis-
2012, a rede social Twitter decidiu, em
so, a diretora fala sobre as novidades
julho, disponibilizar aos empresários
que movimentam a empresa, como
brasileiros sua ferramenta de anún-
a criação do aplicativo Periscope,
cios self-service. Em 200 países e ter-
uma ferramenta que permite realizar
ritórios, o serviço permite comandar
transmissões em tempo real ilimita-
as propagandas na plataforma que
das e gratuitamente. Com a tendên-
tem hoje 316 milhões de usuários ati-
cia de vídeo cada vez mais forte entre
vos no mundo. Como o Brasil é um
os usuários, ela conta como algumas
dos cinco principais mercados para a
empresas já estão adotando o recur-
companhia americana, a aposta é que
so em suas estratégias de marketing.
empresas de todos os portes façam
Outra novidade é o esforço da compa-
os anúncios.
nhia de unir empresas e influenciadores da plataforma para criar ações
Nesta entrevista, a diretora de ven-
de sucesso, por meio de uma agên-
das de pequenas e médias empresas
cia do Twitter especializada no seg-
do Twitter no Brasil, Gabriela Coma-
mento que também passa a atuar no
zzetto, revela detalhes da ferramenta
País. Gabriela ainda contou um pouco
e o poder de segmentação que permi-
do perfil do usuário brasileiro e o seu
te aos empresários anunciar por re-
comportamento na rede.
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EN T R E VISTA
Ga briel a Com a zzetto,
“
diretora de vendas do Twitter no Brasil
Muitas vezes, uma PME gostaria de fazer propaganda em determinado jornal de televisão, mas não tem orçamento. No entanto, ele pode, dentro do Twitter, falar com quem está assistindo ao noticiário, isso de acordo com seu orçamento ”
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Como o Twitter se define hoje para o usuário?
cios self-service há bastante tempo lá
e interesses até buscas feitas, localiza-
fora e vinha trabalhando no produto
ção, sexo, idade etc.
Como um hub de notícias e infor-ma-
para levar a outros mercados. Isso se
ções em tempo real. É uma ponte en-
tornou realidade no Brasil em julho
tre a pessoa e o seu interesse, indepen-
passado. Temos escritório no País
Quais outras vantagens oferece?
dentemente de serem eventos, amigos
desde novembro de 2012, pois é um
Muitas vezes, uma PME gostaria de
ou principais personalidades do Bra-
dos nossos cinco maiores mercados
fazer propaganda em determinado
sil e do mundo. Hoje, qualquer fã pode
entre os 316 milhões de usuários ati-
jornal de televisão, mas não tem orça-
acessar seu ídolo sem barreiras. Em
vos. A representatividade é enorme
mento. No entanto, ele pode, dentro
termos de notícias, todos os princi-
e o usuário brasileiro tem adoção rá-
do Twitter, falar com quem está assis-
pais players do mercado estão na pla-
pida de produtos e novidades. Entre
tindo ao noticiário, de acordo com o
taforma oferecendo conteúdo. Como o
eles, 68% visitam o Twitter todo dia e
seu orçamento. Essa é uma vantagem
tempo é cada vez mais escasso na vida
50% entram na plataforma várias ve-
para as pequenas, porque funciona
das pessoas, o Twitter permite encon-
zes ao dia. É um heavy user, que usa
em termos de segmentação e asserti-
trar tudo o que elas precisam de forma
a plataforma como fonte de infor-
vidade. Como não existe investimento
rápida. É um resumo daquilo que lhes
mação em tempo real diariamente.
mínimo, o empresário pode fazer um
interessa. Vamos lançar, por exemplo,
Por isso, tem prioridade em todos os
anúncio, testar para ver se funciona e
uma opção que chamamos de “news”,
lançamentos, junto com os EUA e os
gerenciar os resultados.
que vai selecionar notícias sob a ótica
outros mercados.
do usuário. Ficarão em destaque as informações que foram mais “retuita-
Como funciona o Twitter Ads?
das” e “favoritadas”. Ou seja, empa-
A ferramenta já funciona em 200 paí-
E que ações estão promovendo para os empresários interessados?
cotamos o conteúdo noticioso, mas
ses e territórios, com cerca de 100 mil
A cada 15 dias fazemos treinamen-
não tem curadoria humana. Um alga-
anunciantes ativos no mundo. Por
tos para empresários no escritório
ritmo une as notícias mais relevantes
isso, já chegou bem “redonda” ao Bra-
do Twitter, em São Paulo, sempre às
do momento e as apresenta. A opção
sil. Ela funciona no sistema self-servi-
quintas. Contamos sobre a platafor-
já está ativa no Brasil para uma parce-
ce e permite fazer os anúncios dentro
ma e fazemos capacitação de como
la de usuários que está testando a fer-
do orçamento e da estratégia de qual-
gerenciar campanhas. Chamamos o
ramenta. É um produto que começou
quer empresa: só precisa de cartão de
projeto de “Early Bird”. Eu que minis-
no Japão e teve boa aderência. Isso faz
crédito internacional. Estamos traba-
tro, ou alguém do time, e entramos
parte do esforço do Twitter de sempre
lhando e, em breve, o cliente poderá
nos detalhes e damos dicas de como
trazer algo novo para fazer a diferen-
usar cartão nacional.
as empresas podem engajar melhor. A
ça ao usuário.
capacitação dura 1h30, mas, indepenO poder do Twitter Ads começa com a
dentemente disso, quando a pessoa
Como está a área de pequenas e médias empresas do Twitter?
simplicidade da plataforma. É fácil ge-
acessa o site ads.twitter.com, temos
renciar tanto quanto o Twitter e é pos-
tutoriais e exemplos para explicar me-
O Twitter tem três estruturas para
sível programar uma campanha rapi-
lhor. Por isso, mesmo que a empresa
ajudar empresas: grandes, médias e
damente. O importante é selecionar o
esteja longe da capital, no endereço
pequenas empresas. Essa divisão de
objetivo: download de aplicativos, le-
eletrônico o empresário tem acesso a
vendas está instalada nos mercados
var pessoas ao site, conseguir mais se-
todo o conteúdo necessário. Se hou-
mais importantes no mundo. Eu sou
guidores etc. Isso porque o empresário
ver dúvidas, não temos atendimento
responsável pelas médias e pequenas
só paga de acordo com o objetivo que
local, só global, que fica em São Fran-
aqui no Brasil. Assim como as grandes
selecionou – somente cobramos quan-
cisco (EUA). Mas dificilmente haverá
corporações, as pequenas empresas
do acontece a interação escolhida, as
problemas, pois a ferramenta já foi
sempre foram prioridade para nós. O
outras, não. A segmentação também é
muito testada e tem proposta de ser
Twitter lançou a plataforma de anún-
profunda, que vai desde palavra-chave
autoexplicativa e de fácil operação.
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EN T R E VISTA
Ga briel a Com a zzetto,
Quanto ao Twitter, qual o diferencial da plataforma para os negócios?
público do Twitter, 90% são compos-
Dizemos que toda postagem (o “tu-
diretora de vendas do Twitter no Brasil
tos por pessoas acima dos 18 anos de
Como está a tendência do uso de smartphones na plataforma?
idade e alta escolaridade, sendo 62%
Inegável: 80% já acessam o Twitter pelo
classes A e B. Ou seja, tem potencial
aparelho. Mas isso é bom, porque a em-
íte”) é um sinal de interesse ou in-
de consumo e é qualificado e ávido
presa já nasceu mobile. O mais interes-
tenção, em que o usuário diz o que
por conteúdo e informação. Sabe-
sante disso é permitir o uso da geoloca-
quer e o que está fazendo. Indepen-
mos por pesquisas que o usuário do
lização. Ao postar pelo celular, o usuário
dentemente do tamanho da em-
Twitter tem gasto 264% maior do
está disponibilizando para o empresário
presa, o empresário pode entender
que a média de outros participantes
onde e o que está fazendo. E a relação é
o que o consumidor está manifes-
de redes sociais. Outro diferencial é
natural: sabemos que 81% dos usuários
tando e participar dessa conversa.
poder vender também para o exte-
brasileiros utilizam o Twitter para se-
No Brasil, temos por mês mais de 16
rior, escolhendo por país e o idioma
guir marcas e empresas. A maioria tam-
milhões de tuítes sobre fome, por
a abordar. É interessante para quem
bém usa a plataforma enquanto assiste
exemplo. Como temos catalogado
quer se internacionalizar e expandir,
à TV (69%) e faz compras (58%).
por categoria e por palavras-chaves,
pois agrega 35 idiomas diferentes.
conseguimos fazer entrega de mídia segmentada. Quando o usuário
Também sabemos que diversas em-
manifesta essa fome, uma empresa
presas usam a plataforma por dife-
Quais são as boas práticas para ter sucesso com a plataforma de anúncios?
na região pode oferecer um produto.
rentes motivos. Tem gente que vende
Precisa saber lidar com o poder do ago-
Isso para o empresário de pequeno
direto, usam como SAC, outros para
ra. Isso não significa necessariamente
e médio negócio é um grande valor
engajar e conseguir mais usuários. Ou
ter sempre lançamentos para abordar
por pouco investimento. De todo o
seja, cabe em qualquer estratégia.
o usuário. Ele está usando todo dia e
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“
Independentemente do tamanho da empresa, o conteúdo tem de ser pertinente e fazer sentido para a audiência. Priorize mídias ricas, como fotos e vídeos. No curso que ministramos e nos tutoriais online, falamos como os empresários podem reconhecer e encontrar o conteúdo certo ”
um volume equivalente a 40 anos de produção de vídeo por dia. O aplicativo é imersivo e cooperativo: durante a transmissão, os espectadores podem se conectar diretamente com o transmissor, enviar mensagens ou curtir. No Brasil, já fomos parceiros de ações com o Periscope com Vivo, Skol, C&A, assim como vários veículos de mídia.
eu, como empresária, posso entregar o
sumo é muito forte. Por isso, implan-
que ele precisa ou criar relação. São 500
tamos uma sistema de autoplay, que
milhões de tuítes por dia no mundo
funciona desde junho. Foi uma revo-
Qual estratégia as empresas devem usar se quiserem trabalhar com influenciadores?
que têm relevância na vida das pesso-
lução tanto para engajamento de usu-
O uso de influenciadores é importan-
as. O importante é testar modelos dife-
ário como para o anunciante. O vídeo
te, porque o Twitter tem usuários com
rentes. Ter um texto efetivo e que seja
só começa a rodar quando o usuário
milhares de seguidores e que atraem
direto na mensagem. Uma imagem
está vendo, o que nos permite cobrar
muita atenção. Por isso, compramos
bacana para chamar a atenção, pois o
pelos anúncios após três segundos de
recentemente uma empresa especia-
usuário sempre vê primeiro. Faça víde-
visualização. Sabemos que fazer víde-
lizada nesse tipo de marketing e esta-
os e tenha sempre o link direcionando
os, muitas vezes, pode ser caro. Mas
mos trazendo para o Brasil essa exper-
para o objetivo. Não importa o tama-
com pequenas ações e com a ajuda do
tise. Ela vai ajudar marcas, de acordo
nho da empresa, o conteúdo tem de ser
Vine [serviço do Twitter com mais de 40
com objetivo, a escolher e engajar com
pertinente e fazer sentido para a audi-
milhões de usuários que permite criar
o melhor influenciador. É um ponto
ência. Priorize mídias ricas, como fotos
vídeos de até seis segundos], dá para ser
importante da nossa estratégia com
e vídeos. No curso que ministramos e
efetivo ao engajar.
os anunciantes fazer a ponte e identi-
nos tutoriais online, falamos como os empresários podem reconhecer e en-
ficar influenciadores e que tipo de conteúdo funciona.
contrar o conteúdo certo.
Por isso, o lançamento do aplicativo de streaming de vídeo Periscope?
Outro ponto é escutar o usuário e criar
Sim, o Periscope, lançado em mar-
E como o Twitter está vendo o momento econômico do Brasil?
identidade de marca e uma comuni-
ço, é gratuito e não é necessário
O momento é dificil, não se pode ne-
cação que encaixe com o consumidor.
contratar ninguém para fazer uma
gar. A forma que o Twitter encontrou
Diversas marcas aproveitam assuntos
transmissão ao vivo de um evento.
para ajudar foi criar mais um canal
que estão em alta, mesmo que não se-
Ele traz autonomia e ainda permi-
para as empresas anunciarem – a
jam da sua área de negócios, e trazem
te usar vídeo gravado, que pode ser
plataforma self-service, que cabe no
para si para entrar em uma conversa
armazenado de outras maneiras de-
orçamento de todos. Sabemos que
maior. Não precisa de orçamento para
pois. Várias empresas já trabalham
no momento de crise, o importante é
isso, basta acompanhar e estar atento
com aplicativo e não cobramos pelo
falar com a pessoa certa, pois há me-
às hashtags e ao que está acontecendo.
uso, pois ainda não há anúncios. Nós
nos dinheiro para gastar. Entendemos
já vimos um grande crescimento do
também que, neste momento, muita
E o uso de vídeo continua aumentando?
aplicativo: nos primeiros dez dias,
gente vira empresário e não consegue
mais de 1 milhão de pessoas se re-
encontrar canais para se comunicar
É um dos pilares para a empresa. Sa-
gistraram para usá-lo. Em agosto,
com o consumidor. Por isso, a ferra-
bemos da tendência, e no Brasil o con-
chegamos a 10 milhões de contas e
menta chega no momento certo. &
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INOVAÇ ÃO por Barbara Oliveira
A essência da marca O objetivo da “flagship store”, ou “loja-conceito”, é surpreender o consumidor e fortalecer a identidade do negócio, além de atrair parceiros
E
ncantar o consumidor e des-
pertar sensações distintas, provoca-
regam sortimento, estoque e um certo
2012, com 200 metros quadrados, teve
entretenimento”, diz Rebetez.
projeto visual do escritório parisiense DeuxL, responsável pelo design de
das por aroma agradável, iluminação adequada, espaço para circulação e
Às vezes, o empreendedor aceita até
interiores de Pucci, Givenchi e Louis
conforto, variedade de produtos dife-
um déficit operacional inicial, com
Vuitton. Segundo o diretor de expan-
renciados e outros atrativos que o dei-
vendas que não pagam o custo do in-
são da Hope, Sylvio Korytowski, estão
xem com vontade de ficar mais tem-
vestimento, só para contar com essa
sendo investidos aproximadamente
po no local. Esse é o ambiente de uma
forma de se comunicar e se conectar
R$ 2 milhões em quatro unidades des-
flagship, em geral situada em endere-
com o público e construir a marca para
sa magnitude e desse padrão. Uma
ços especiais, como shopping centers
expandir franquias (caso seja uma
dessas concept stores foi concluída em
de luxo ou avenidas sofisticadas. Um
fast-fashion, por exemplo). “Lógico que
agosto do ano passado no shopping
bom exemplo é a Apple Store, na Quin-
o objetivo é sempre resultados posi-
paulistano Cidade Jardim; a outra foi o
ta Avenida de Nova York, cujo cubo
tivos e vender mais, mas nem sem-
resultado da duplicação e transforma-
de vidro a transformou num dos íco-
pre isso acontece”, observa Rebetez. O
ção em flagship da loja já existente no
nes das concept stores (lojas-conceito)
aluguel de um imóvel amplo na Rua
Morumbi Shopping, com 90 metros
mais famosas do mundo.
Oscar Freire, nos Jardins, em São Pau-
quadrados. Duas outras estão previs-
lo, pode chegar a R$ 500 mil mensais,
tas no Rio e em Brasília para este ano.
O termo flagship pode ser traduzido
mesmo assim, o endereço é o preferi-
como “nau capitânea”, aquele navio
do de várias empresas para suas lojas-
Fora o ponto comercial, cada unidade
em que está o capitão e que dá as or-
-conceito, especialmente os varejis-
dessas consome R$ 500 mil em inves-
dens para outras embarcações. “É uma
tas de moda rápida e de classe média
timentos, informa Korytowski. To-
espécie de nave-mãe, que traz a essên-
– Havaianas, Melissa (da Grendene),
das têm (ou terão) a mesma sofisti-
cia e a identidade da marca”, explica o
Hope Lingerie, Riachuelo, Chilli Beans,
cação, espaços amplos, atendimento
consultor de varejo da Gouvêa de Sou-
Arezzo, Kopenhagen, Animale e Lacos-
personalizado e mobiliário confortá-
za & AGR Consultores, Jean Rebetez. Ali
te. As flagships de luxo estão se con-
vel, tanto para as clientes como para
são lançados os produtos de destaque,
centrando em shoppings sofisticados.
as funcionárias encontrarem rapida-
e é onde se estabelece a comunicação
mente a mercadoria. “O consumidor
com o consumidor e seus parceiros –
A renovação da lingerie
franquias, revendas ou multimarcas.
A Hope Lingerie está investindo pe-
executivo. “Ele quer experiência de
O investimento nessas megastores é
sado na reestruturação de sua marca
compra, em ambiente e atendimento
alto porque elas são espaçosas, ficam
com lojas elegantes e espaçosas, na
de primeira.”
em pontos comerciais privilegiados e
busca por um público mais exigen-
têm projeto arquitetônico cuidadoso
te. A primeira flagship da fabricante,
Para Vivian Presser, da Area Vip Ar-
e atendimento de alto nível. “Elas car-
inaugurada na Rua Oscar Freire em
quitetura e responsável há sete anos
não aguenta mais a mesmice”, diz o
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INOVAÇ ÃO
A essênci a d a m a rc a
pelos projetos da fabricante de linge-
cionando na loja e com manuseio do
dinheiro, porque as pessoas querem
ries, o importante para alguém que
público; depois, foram adotadas pelo
experiência de compra.” Alcoforado
entra num espaço desses é a sensação
segmento de luxo; e, nos últimos anos,
cita as Havaianas, com espaço de 300
de bem-estar, “porque a iluminação
ganharam força com a moda fast, mais
metros quadrados nos Jardins, em São
está adequada e o ar-condicionado,
democrática e popular. C&A e Havai-
Paulo, como um case exemplar des-
na temperatura certa; a música não
nas são dois clássicos de sucesso nesse
sa sensação oferecida ao público. “Ali,
incomoda; a atendente sabe o que ela
novo formato de varejo.
a identidade da grife está em todos
precisa; e o provador garante a priva-
os lugares e não precisamos colocar a
cidade necessária – ainda mais quan-
Nova onda
do se trata de moda íntima”. Um dos
A multinacional holandesa C&A ban-
ma de praia, o despojamento, a simpli-
maiores atrativos da Hope é a parceria
cou a popularização desse tipo de loja
cidade e a sofisticação dos produtos.”
firmada, em 2011, com a top model Gi-
no Brasil há cinco anos e escolheu o
sele Bündchen para produção e venda
Shopping Iguatemi para abrir seu es-
O mesmo pode-se dizer da loja-concei-
de sua linha (Intimate), com as peças
paço, de 100 metros quadrados. Sua
to Chilli Beans, com coleções de ócu-
em destaque dentro da loja. A Hope fe-
escada circular com os pontos de LED
los e relógios para o público jovem e
chou 2015 com 156 unidades, sendo 146
nos degraus e um painel na parede
moderninho. A flagship, também nos
franquias e dez próprias.
exibindo vídeos inovaram na decora-
Jardins, estimula o despojamento em
ção. A empresa optou por parcerias
seus 700 metros quadrados e 2,5 mil
As flagships stores passaram por dis-
com estilistas renomados (Stella Mc-
produtos expostos. A grife atua tam-
tintas fases no Brasil: as primeiras
Cartney, Roberto Cavalli, Natalie Klein)
bém em outros oito países e tem mais
foram de produtos eletrônicos, tenta-
e tornou acessível à classe média as
de 700 franqueados. O criador e presi-
tiva do varejo em mostrar aparelhos
roupas de grife. A arquitetura e o de-
dente da empresa (cujo símbolo é uma
celulares, tablets e computadores fun-
sign foram criados pela mesma con-
pimenta), Caito Maia, diz que o ponto
sultoria de lojas da M&M, em Nova
na Rua Oscar Freire exigiu investimen-
York, e da Barbie, em Xangai, China.
tos de R$ 1 milhão e era um sonho an-
sandália para sentir a brasilidade, o cli-
tigo da empresa. “É um engano achar Para Michel Alcoforado, sócio-diretor
que por ser nos Jardins só atingimos
da Consumoteca, empresa de análises
um público de maior poder aquisitivo.
sobre comportamento dos consumi-
Vimos que por ali passam diversos ti-
dores, as flagship stores servem como
pos de consumidores. Além disso, com
grande vitrine da marca. “Os varejistas
a flagship atraímos franquias também
precisam ‘pescar’ o cliente dentro do
no exterior”, diz. A Chilli Beans afir-
ponto de venda, mas devem oferecer
ma ter, hoje, 22% do mercado de ócu-
mais do que a troca de um produto por
los fast-fashion. “Estamos aumentan-
“ Foto: Rubens Chiri
O consumidor não aguenta mais a mesmice, ele quer experiência de compra, em ambiente e atendimento de primeira” Sylvio Korytowski
diretor de expansão da Hope Lingerie
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edição 42 • janeiro | fevereiro • 2016
“ Foto: Divulgação
Os varejistas precisam ‘pescar’ o cliente dentro do ponto de venda, mas devem oferecer mais do que a troca de um produto por dinheiro, porque as pessoas querem experiência de compra” Michel Alcoforado
sócio-diretor da Consumoteca
do o faturamento ano a ano. Fazemos
do ao mundo Disney – produtos e per-
de sair da loja”, lembra Alcoforado, da
shows, lançamentos e exposições e is-
sonagens dos filmes Frozen, Hulk, Star
Consumoteca. Para o especialista, um
so se transforma em material de co-
Wars etc. –, e outro de 60 metros qua-
destaque nesse segmento luxuoso é
municação também nas redes sociais.”
drados só de Lego e seus lançamen-
a Ralph Lauren, do Shopping Cidade
Na recepção, os clientes dispõem de
tos, além de uma casa de bonecas, um
Jardim. Com 850 metros quadrados, a
um totem interativo para selecionar
trenzinho cenográfico com brinque-
loja-conceito priorizou na decoração
paisagens de Kuwait, Medellín, Lisboa
dos em demonstração e ilustrações
uma identidade brasileira, evocan-
e Los Angeles, locais onde a marca tem
com diversos pontos turísticos da ca-
do tradicionais ranchos residenciais.
pontos de venda. As imagens são am-
pital paulistana e da Estação da Luz.
Foram instaladas vigas de carvalho,
pliadas no painel de LED de 15 metros
No lugar da vitrine, um videowall pro-
piso de concreto manchado, cerâmi-
de largura por 3 metros de altura.
jetando conteúdos infantis. “A nossa,
cas decoradas, paredes de gesso arte-
sem dúvida, é uma das lojas de brin-
sanal, tapetes feitos à mão e uma mes-
quedos mais bacanas do mundo e, por
cla de móveis antigos e novos junto a
Inspirada nos grandes varejistas de
ser uma flagship, não teremos outra
palmeiras e fontes d’água. “Quando
brinquedos europeus e norte-america-
igual”, enfatiza Flávia. “Ela é voltada
alguém entra ali, sente o espírito da
nos, a Ri Happy abriu, em outubro, sua
a todos os tipos de público, porque na
Ralph Lauren no cheiro, na disposição
flagship store no Shopping Cidade São
Paulista circulam pessoas de todas as
das mercadorias e no atendimento do
Paulo, no coração da Avenida Paulista.
partes da cidade”, lembra a executiva.
vendedor, além da essência do Brasil”,
A concepção é única, observa a dire-
A Ri Happy está em 79 cidades com 156
observa Alcoforado.
tora de marketing da empresa, Flávia
unidades próprias.
Aposta no lúdico
Drummondd. “Trouxemos a experiên-
Esse é um desafio para as empresas
cia e tudo o que deu certo lá fora nesse
Já no mercado de luxo, as concept
globais. As marcas precisam manter
tipo de varejo para o público infantil,
stores que se instalaram no Brasil co-
seu padrão internacional nas lojas
mas com a cara do Brasil. Criamos um
meçaram com espaços muito amplos
conceituais e, ao mesmo tempo, mos-
mundo lúdico para os pequenos.”
e proporcionavam ao cliente uma ex-
trar um vínculo com as regiões onde
periência mais rica e em contato dire-
atuam, ensina o especialista em vare-
Com investimento de R$ 6 milhões em
to com a variedade de produtos dife-
jo. “Não dá para vender para um bra-
quase mil metros quadrados, as crian-
renciados. “Isso deixava o consumidor
sileiro como se estivesse falando com
ças experimentam o ambiente dedica-
encantado e ele nem tinha vontade
um norte-americano”, conclui. &
edição 42 • janeiro | fevereiro • 2016
17
CA PA POR raテュza dias ilustraテァテバ laテュs Brevilheri
O talento ĂŠ a alma do negĂłcio A economia criativa, vista por especialistas como caminho para desenvolver o PaĂs, desponta no Brasil, aquece o mercado de trabalho e gera oportunidades para empreendedores
CA PA
O t a lento é a a l m a do negócio
T
homaz Pacheco largou a carreira
dentro da indústria automobilística
como principais insumos. Resumindo:
Criativa 2013, produzido pela Organi-
o talento do empreendedor.
zação das Nações Unidas para a Edu-
para abrir uma galeria de arte. Carol
cação, a Ciência e a Cultura (Unesco)
Bassi, formada em Arquitetura, enxer-
Dados da Federação das Indústrias do
e pelo Programa das Nações Unidas
gou na ponta do lápis a oportunida-
Estado do Rio de Janeiro (Firjan) mos-
para o Desenvolvimento (Pnud).
de de criar mais que ambientes, mas
tram a evolução dessa indústria no
emoções preciosas, com joias de luxo.
País na última década. E os números
“O Brasil tem um potencial enorme por-
Leonardo Cunha, sempre envolvido
são promissores. Isso porque, com base
que dispõe de criatividade, ambiente de-
com música, optou por trocar os ins-
na massa salarial das empresas de eco-
mocrático e diversidade. São coisas que
trumentos pela produção de outros
nomia criativa, estima-se que o setor
formam nossa identidade e que, quan-
artistas. Pedro Hermano viu potencial
movimente em torno de R$ 126 bilhões,
do constroem a cultura do País, trans-
no Brasil para ter sua própria agência
o que equivale a 2,6% do total produzi-
bordam para outros setores econômi-
de comunicação. Em comum, esses
do no Brasil em 2013. Em dez anos, esse
cos”, aponta o coordenador da indústria
empreendedores não têm apenas a co-
mercado cresceu 69,8% em termos reais,
criativa do Sistema Firjan, Gabriel Pinto.
ragem de desbravar novos mercados,
ficando acima do avanço de 36,4% do PIB
todos fazem parte de um conjunto
nacional no mesmo período.
Mundo criativo
mais no País: o da economia criativa.
Se comparado a países vizinhos, o Brasil
serviços criativos somou US$ 624
demonstra ter espaço para que essas
bilhões (R$ 2,3 trilhões) em 2011, mais
Formado por áreas como arquitetura
atividades cresçam ainda mais. No
do que o dobro do registrado em 2002,
e urbanismo, audiovisual, design, gas-
Equador, a contribuição do PIB a par-
aponta a Unesco.
tronomia, música, moda, publicidade,
tir da economia criativa é de 5%; na
de atividades que desponta cada vez
No mundo, o comércio de bens e
software, entre outros, o conceito tem
Argentina, de 3,5%; e na Colômbia, de
O presidente do Serviço Brasileiro
a criatividade e o capital intelectual
3,4%, segundo Relatório da Economia
de Apoio à Micro e Pequena Empresa
20
edição 42 • janeiro | fevereiro • 2016
(Sebrae), Guilherme Afif Domingos,
O Banco Nacional do Desenvolvimen-
Também está em tramitação na Câ-
vê o mercado brasileiro alinhado ao
to Social (BNDES) tem uma linha de
mara dos Deputados o Projeto de Lei nº 3.396, de 2015, que visa instituir a
internacional. “A economia criativa é
crédito especial para projetos de eco-
um dos setores da economia mundial
nomia criativa. Pouco mais de meio
Política Nacional de Incentivo à Eco-
que mais cresce, estimulando a gera-
milhão de reais foi desembolsado, so-
nomia Criativa. A proposta tem por
ção de renda, empregos e ganhos com
mente em 2014, para tais atividades.
objetivo valorizar e promover as ex-
exportação. O Brasil caminha em sin-
A maioria do montante ficou para os
pressões culturais, garantir o desen-
tonia com essa dinâmica internacional
setores de editoras e livrarias, seguida
volvimento socioeconômico das ati-
e figura entre os grandes produtores
por trabalhos de audiovisual, artes e
vidades, fomentar empreendimentos
mundiais de criatividade.”
espetáculos. O total de crédito dispo-
criativos, criar um marco legal para
nibilizado em 2014 foi quase nove ve-
os setores envolvidos, impulsionar a
Afif destaca que o Brasil chega a supe-
zes superior ao liberado em 2007.
prática da inovação e articular a in-
rar Espanha, Itália e Holanda na produção criativa. “No entanto, ainda há um longo caminho a ser percorrido para que esse segmento alcance o patamar de Reino Unido, França e Estados Unidos no que se refere à sustentabilidade dos negócios do setor.” O Reino Unido, inclusive, tem boa fama
“
A economia criativa é um dos setores da economia mundial que mais cresce, estimulando a geração de renda, empregos e ganhos com exportação. O Brasil caminha em sintonia com essa dinâmica internacional e figura entre os grandes produtores mundiais de criatividade ”
nesse ramo. Em meados de 1997, o então primeiro-ministro Tony Blair analisou as tendências do mercado e viu nos 13 setores que compõem a economia criativa a força para a nação britânica. Com esforços e recursos, o mercado se
Guilherme Afif Domingos,
desenvolveu estrategicamente e, em
presidente do Sebrae
2013, incrementou aproximadamente 77 bilhões de libras esterlinas no País (R$ 430 bilhões), o equivalente a 8,8 milhões de libras esterlinas (R$ 49,2 milhões) por hora, segundo dados do Departamento de Cultura, Mídia e Esporte do Reino Unido. Por aqui, os esforços foram menores, mas, aos poucos, têm despontado em governos e instituições núcleos espetunidade de negócio. Em 2012, o Ministério da Cultura instituiu a Secretaria de Economia Criativa para fomentar a atividade no País que, posteriormente, foi integrada à Secretaria de Educação e Formação Artística e Cultural.
Foto: Valter Campanato/ABr
cíficos para trabalhar com essa opor-
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21
CA PA
O t a lento é a a l m a do negócio
clusão social por meio dos trabalhos
ca de possibilidades, verbas e estrutura.
balhadores ligados a atividades cria-
de criatividade.
É preciso pensar como um ecossistema,
tivas, e no fluminense, 107 mil. Isso
porque a economia criativa não é um
significa que, do total de trabalhado-
produto, é um processo”, aponta.
res nos Estados, 2,5% e 2,3%, respecti-
ainda são tímidos. “Não há um movi-
Na ponta do lápis
Juntos, concentram 51,1% do total de
mento de economia criativa, ela não
Os criativos já representavam 1,8% dos
profissionais do ramo no País. “São
é prioridade. Não se percebeu ainda
trabalhadores formais no País em 2013,
dois polos bastante conectados inter-
que não é só desenvolver a economia
com 892,5 mil profissionais. Em quase
nacionalmente, o que favorece esse
criativa, mas notar que ela é o cami-
dez anos, o número de empregados no
meio porque a criatividade envolve
Para a especialista em economia criativa Lala Deheinzelin, os esforços
vamente, estão ligados à criatividade.
nho para desenvolver o País. Deve virar
ramo saltou 90%, superior ao avanço de
conexões. O Rio de Janeiro atrai pelo
uma causa prioritária”, alerta.
56% do mercado de trabalho brasileiro
ambiente criativo, e São Paulo, pela
como um todo no mesmo período.
força cultural”, destaca Gabriel Pinto, da Firjan. Ele aponta ainda que cida-
Lala destaca que o ideal é trabalhar em conjunto. “A economia criativa, por
São Paulo e Rio de Janeiro se desta-
des como Porto Alegre (RS) e Recife
aqui, normalmente está situada den-
cam no ranking da economia criativa.
(PE) tendem a ascender nesse ramo
tro da área de cultura, que é muito fra-
No mercado paulista, há 349 mil tra-
nos próximos anos.
“
O maior desafio é a questão de estar sempre criativo e, de alguma forma, trazer coisas novas para o mercado ” Carol Bassi
Foto: Rubens Chiri
designer de joias
A renda desses profissionais criativos também chama a atenção. A remuneração média de quem trabalha com economia criativa era de R$ 5.422 em 2013, valor quase três vezes maior que a nacional.
Design valioso Na indústria criativa, publicidade e design aparecem com os maiores crescimentos de profissionais entre 2004 e 2013. “O setor de design é o de maior potencial no Brasil e no mundo, porque vários projetos
Criativa no curso de Design da ESPM, Neusa Santos. Pedro Hermano, sócio da Agência 242, percebeu o potencial desse mercado e trouxe para o seu negócio o chamado full service. A agência possui dentro do seu guarda-chuva justamente as duas atividades que mais crescem na economia criativa. “Os clientes percebem o valor das agências de comunicação e a importância da criatividade no negócio deles. Muitas empresas não têm capacidade de fazer a gestão de negócios criativos e
Foto: Rubens Chiri
iniciam com base no desenho”, destaca a professora de Economia
“
Com a tendência virtual de compartilhar vídeos nas redes sociais, e a maioria das pessoas com acesso à internet, as empresas acabam também querendo aproveitar este momento ”
Leonardo Cunha
proprietário da produtora Casa 1
precisam terceirizar isso.” De médio porte, a agência tem a expectativa de obter números valiosos
O design também é a base de trabalho
em 2016, dobrando o faturamento
de Carol Bassi, empresária que em-
e de noivas. “Não tivemos problemas
para R$ 6 milhões. Enquanto outros
presta o nome à marca própria de joias
com a crise, porque o setor de luxo é
negócios se equilibram na corda bam-
finas. “Quanto mais invisto em design,
menos atingido. ”
ba da crise econômica, a agência de
mais diferencial apresento para o mer-
comunicação vê um período de opor-
cado”, conta a empreendedora.
Para a designer de joias, o ponto de
tunidades. “Nosso trabalho tem mais valor neste momento, já que, com as
sária conquistou os mercados de luxo
atenção é basicamente um. “O maior Carol começou o negócio com timidez
desafio é a questão de estar sempre
pessoas temerosas em consumir, pre-
e receio de o mercado não comprar
criativo e, de alguma forma, trazer coi-
cisamos criar alternativas e soluções
a ideia. “Surpreendi-me, porque as
sas novas para o mercado”. Hoje, além
para as empresas [a fim de atrair con-
pessoas queriam, de fato, coisas dife-
de contar com o ateliê próprio, a em-
sumidores]”, explica Hermano.
rentes”. Vendendo inovação, a empre-
preendedora revende suas joias em
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23
CA PA
O t a lento é a a l m a do negócio
quatro pontos de venda fixos, além de estar no e-commerce. A meta é abrir mais pontos de venda no Nordeste e no interior paulista, além de levar as joias para os Estados Unidos. “A criatividade move o meu negócio.”
Os 13 setores da economia criativa Propaganda
Arte que desponta Com crescimento na casa dos 60% em dez anos, o ramo de artes aparece com expressividade entre os setores da economia criativa. A paixão pela cultura foi o que moveu Thomaz Pacheco a trocar a vida profissional na indústria automobilística para investir na OMA Galeria, no ABC paulista. E a aposta deu certo. “Quando decidi abrir
Arquitetura
a galeria, fiz uma pesquisa de mercado para confirmar o seu potencial. O
Artes e antiguidades
estudo mostrou que tinha espaço, mas não havia o hábito de a população
Artesanato
consumir arte. Esse seria o nosso grande desafio”, conta.
Design Em um “trabalho de formiga”, Pache-
Moda
co tem atuado com ações que tragam
Cinema e vídeo
como a compra das obras. “A galeria
não um retorno financeiro imediato, nasceu com braços que iriam atuar
Música
nesse processo de formação do público. Não seria uma galeria que espera
Artes cênicas
os clientes, precisávamos ir atrás das pessoas”, explica.
Editoração Assim, o espaço conta com duas inicia-
Softwares
tivas paralelas: OMA Educação e OMA Cultural. Entre as ações da primeira es-
Rádio
tão o desenvolvimento de projetos com escolas, em que os alunos não só visi-
TV
tam o espaço, mas também há palestras especiais e atividades para despertar o lado artístico de cada um. Já o OMA Cultural investe em clubes de colecionadores, workshops, laboratórios e atividades que fomentem a cultura na região e façam nascer novos consumidores de arte.
24
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“
Quando decidi abrir a galeria, fiz uma pesquisa de mercado para confirmar o seu potencial. O estudo mostrou que tinha espaço, mas não havia o hábito de a população consumir arte. Esse seria o nosso grande desafio ”
O futuro é audiovisual Para Gabriel Pinto, da Firjan, um ramo que tende a ganhar força nos próximos anos é o audiovisual, principalmente pelo interesse corporativo de estar presente nas mídias digitais. O número de profissionais do setor cresceu quase 40% em dez anos.
Thomaz Pacheco
proprietário da OMA Galeria
O proprietário da produtora Casa 1, Leonardo Cunha, percebeu a procura por produtos de áudio e vídeo. “Acho que a demanda tende a crescer muito, principalmente por causa do YouTube e pela facilidade de as pessoas poderem se arriscar no mundo da arte. Com a tendência virtual de compartilhar vídeos nas redes sociais, e a maioria das pessoas com acesso à internet, as empresas acabam também querendo aproveitar o momento”. Hoje, a carteira de clientes da produtora está dividida entre 70% de músicos, principalmente de rap, e 30% de empresas. Existe demanda, assim como mão de obra especializada, apesar de cara. O entrave para o empresário, hoje, é o custo da compra de equipamentos de qualidade, em razão de taxas e tributos, pois normalmente eles são importados. “Toda vez que fazemos um investimento, esperamos anos para recuperá-lo”, comenta Cunha. Ainda assim, a empresa pretende registrar alta de 30% no faturamento de 2015 e, para 2016, já planeja variar as possibilidades de atuação. A produtora tem investido na disseminação de
Foto: Divulgação
conhecimento, com workshops para futuros produtores. “Conhecimento não deve ficar retido, temos de passar para frente, e a troca é o pagamento. Espaço tem para todo mundo”. &
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A RTIG O POR Pedro Guasti
A nova Lei do ICMS e seu impacto para o e-commerce
A
lher uma Guia Nacional de Recolhimento de Tributos Estaduais (GNRE) para cada venda realizada a cada consumidor fora do seu Estado. Sem considerar que cada Estado de destino poderá enviar agentes tributários para fiscalizar as empresas localizadas fora da sua origem. A intenção da lei foi muito boa, tentando corrigir distorções geradas por uma
famigerada Emenda Constitu-
localizadas em outros Estados. Tal au-
tributação antiga, porém, sua implan-
cional nº 87/2015 (EC87), que altera a Lei
mento de carga tributária ocasionou
tação mostra um total desalinhamen-
do ICMS, passa a vigorar a partir 2016 e,
uma verdadeira guerra de liminares a
to entre Estados e governo federal. Se-
até então, parecia ser uma solução jus-
partir de 2011, gerando custos adicio-
ria muito mais fácil e transparente o
ta para a guerra fiscal entre os Estados,
nais às empresas e atrasos nas entre-
recolhimento centralizado e distribuí-
mas acabou evidenciando uma ques-
gas, além de dificultar os processos
do posteriormente entre seus agentes.
tão crucial e importante até o momento
operacionais dos varejistas virtuais.
não esclarecida: como as empresas de-
A impressão é que estamos assistindo
verão recolher o ICMS para os Estados de
Em 2014, o Supremo Tribunal Federal
a mais um filme de horror, no qual de
destino a partir de 1º de janeiro de 2016?
considerou inconstitucional o Proto-
um lado há um Estado opressor, pou-
Até o momento, não sabemos exata-
colo 21 e aqueceu o debate sobre a ne-
co eficiente e voraz arrecadador de im-
mente como ficará a questão, apenas
cessidade de uma reforma no ICMS
postos, e de outro, empresas tentando
que irá ocasionar ainda mais processos
para divisão entre Estados de origem e
sobreviver, acatando leis complexas e
operacionais e custos para as empresas.
de destino. Em 2015, o Congresso Fede-
confusas, trazendo ainda mais incer-
ral aprovou a EC 87.
tezas e custos para todos.
são, vale a pena resgatarmos alguns
Com a nova lei, ficou claro que cada um
Os empresários estão completamente
acontecimentos até chegarmos à
dos 26 Estados e o Distrito Federal terão
às cegas e de mão atadas para poder
EC 87. Com a chegada do comércio
autonomia para regulamentar o reco-
atender às exigências impostas pelo
eletrônico no Brasil, há 20 anos, e seu
lhimento de sua parte no ICMS. Alguns
Estado. As consequências poderão ser
crescimento exponencial nos anos
como São Paulo e Minas Gerais já defi-
inversas às esperadas, pois poderemos
2000, a dinâmica de recolhimento do
niram suas questões, mas outros ain-
ver aumento de informalidade em de-
ICMS no Estado de origem começou a
da estão estudando como, ou simples-
corrência da impossibilidade de haver
favorecer os locais onde as operações
mente não o farão a tempo da vigência
recolhimento em que micros e peque-
de e-commerce foram instaladas, ge-
do recolhimento do imposto a partir do
nas empresas do Simples terão um re-
rando uma receita adicional sobre as
ano que vem. Muitos ainda entendem
trocesso, em relação ao modelo sim-
vendas realizadas para os consumido-
que a EC 87 seja suficiente, não haven-
plificado de tributos. O mínimo que o
res de todos os Estados brasileiros.
do necessidade de regulamentações.
Poder Público poderia fazer neste mo-
Essa concentração de recolhimento de
Podemos entender que cada empresa
tabelecer um cronograma de trabalho
ICMS somente nos Estados de origem
que vende para todos os Estados do Bra-
para simplificar o recolhimento desse
ocasionou o que ficou conhecido como
sil terá duas opções para recolher os im-
"Protocolo 21", em que 21 Estados que se
postos: abrir inscrição estadual (IE) em
sentiram prejudicados obrigaram um
cada um dos 26 Estados e Distrito Fe-
recolhimento adicional de 8% do im-
deral e fazer o recolhimento mensal em
posto para as compras em empresas
guia específica a ser definida; ou reco-
Mas, para adentrarmos nessa discus-
mento é postergar a vigência da lei e es-
26
edição 42 • janeiro | fevereiro • 2016
importante imposto para os Estados. &
Pedro Guasti é presidente do Conselho de Comércio Eletrônico da FecomercioSP
T ECNOL OGIA por Rachel Cardoso
Janelas para o futuro Aplicativos disruptivos mudam a dinâmica do consumo, abalam modelos de negócios tradicionais e podem causar a morte de 40% das empresas nos próximos anos
28
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C
ada vez mais comuns no dia a
me também o papel de formador de
o uso ou a compra de bens e serviços.
dia, alguns aplicativos para smartpho-
opinião. “O cliente agora tem autori-
Ao contrário do modelo tradicional
nes (apps), como o Easy Taxi, enqua-
dade e alternativas como nunca teve
em que se produzia, vendia e depois
dram-se no que tem sido chamado
na história da humanidade”, diz o pre-
se descartava, o novo formato tem a
de “tecnologia disruptiva”. Por trás do
sidente da Oracle no Brasil, Ciro Diehl.
vantagem de desencadear, a partir de uma primeira e única transação,
nome pomposo, um conceito bastante
inúmeras outras.
simples: são inovações que destroem
Sinal disso é que, antes de fechar uma
antigos padrões ao atender às exigên-
compra, está cada vez mais usual o
cias dos consumidores de maneira
consumidor usar a internet para dar
Trata-se de uma espécie de efeito do-
mais eficiente. Especialistas apontam
uma espiada na avaliação de outras
minó, que tem um caso concreto no
que esses recursos deflagraram um
pessoas que já adquiriram a merca-
polêmico Uber. Uma disrupção para
movimento sem volta, que tem provo-
doria ou o serviço. Na prática, ganha
a qual ainda não há respostas apro-
cado significativas transformações no
peso a reputação na rede virtual de re-
vadas pela prática e consolidadas.
mercado e nas relações de consumo.
comendações.
Regulamentar? Não regulamentar? “O
Até pouco tempo atrás, a indústria e o
Economia compartilhada
varejo ditavam o consumo. O processo
É justamente dessa relação entre
consistia, basicamente, em ir até uma
desconhecidos – comercial e, ao mes-
Mas as mudanças chegam e, de uma
loja e comprar o que estava nas gôndo-
mo tempo, pessoal, na qual consu-
hora para a outra, há mais concorren-
las. Mas a internet tem mudado essa
midor e fornecedor se confundem
tes, com novas estruturas de negócio,
rotina: o poder vai sendo transferido
– que nasce a chamada “economia
preços competitivos e qualidade, que
para a mão do consumidor, que assu-
compartilhada”, tendência de dividir
pressionam a atividade regulatória.
próprio Estado não soube como agir”, afirma Diehl.
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29
T ECNOL OGIA
Ja nel a s pa r a o f ut u ro
Na Europa, em particular, a economia
que não acordarem e não entenderem
ria – na qual uma pessoa física ou
colaborativa está em franca ascensão,
esse mundo novo estarão extintas em
jurídica é responsável por organizar e
com forte apelo da mudança compor-
poucos anos.”
administrar bens de outra. “A disrup-
tamental no consumo. Em vários paí-
ção digital e todas as novas estraté-
ses desenvolvidos, nos quais as neces-
Para o estudioso, não se trata de revo-
gias que ela exige irão causar a morte
sidades básicas estão praticamente
lução digital, mas demográfica. “Sal-
de 40% das empresas do mundo nos
satisfeitas para boa parte das popula-
tamos de uma população mundial de
próximos anos”, afirma Nepomuceno.
ções, já se percebeu que o uso de re-
1 bilhão de pessoas para 7 bilhões e
O pesquisador defende que só passa-
cursos escassos pode ser ainda mais
não temos outra forma de sobreviver
rá por essa seleção natural as corpo-
racionalizado, gerando tipos inéditos
a não ser redimensionar a organização
rações que implementarem um novo
de transações comerciais. Projeções
da sociedade”, afirma.
desenho de organização, baseado jus-
de analistas estimam que a econo-
tamente na relação direta entre for-
mia compartilhada pode movimentar
Na avaliação de Nepomuceno, tais
US$ 335 bilhões até 2025.
transformações fazem parte da his-
necedor e consumidor.
tória e têm ocorrido desde o advento
Nova dinâmica trabalhista
do papel impresso. “A internet não é a
Se o consumo muda, a indústria
Ao pagar apenas pelo que se usa, o
responsável pela mudança da civiliza-
acompanha, e, consequentemente, a
consumo ganha outra dimensão. “O
ção, mas é uma ferramenta que pode
relação de emprego se transforma.
formato pressupõe muitos transmis-
ser uma grande aliada nesse modelo
Ou seja, as obrigações existentes en-
sores de informação e muitos con-
organizacional ‘3.0’.”
tre trabalhador e empregador se alte-
Mercado redimensionado
sumidores”, diz o professor Carlos
ram, porque a cultura da mobilidade
Nepomuceno, doutor em Ciência da
Dentro desse desenho, a tendência é
derruba vínculos como local e horá-
Informação pela Universidade Federal
migrar da gestão baseada em uma
rio de trabalho, entre outras trans-
Fluminense (UFF). “As organizações
estrutura piramidal para a curado-
formações. “É algo que afeta em dez, 15 anos, mais do que a Revolução In-
“
dustrial fez em 150 anos”, afirma Ciro Diehl, da Oracle.
Acreditamos no conceito disruptivo construtivo, que chega como opção de estratégia para diversas outras indústrias que nem fazem parte da cadeia”
Os desafios das reestruturações já
Denis Wang
gital quanto a demográfica estão em
diretor global da Easy Taxi
se destacam. Segundo o professor Nepomuceno, o que as empresas mais lhe pedem são dicas para aumentar a colaboração interna. Mas o problema, segundo aponta, é justamente mudar essa percepção. “É preciso implantar outro modelo de parceria, de troca direta entre as pessoas.” Para o diretor de operações da 99Taxis, Pedro Somma, tanto a revolução dicurso e ambas redefinem comporta-
Foto: Rubens Chiri
mentos. “Quase todos os setores já passam por transformações, o que é comum em uma economia que inova e traz tecnologia”, diz.
30
edição 42 • janeiro | fevereiro • 2016
nem fazem parte da cadeia”, diz o di-
to, gerando senso de urgência em cor-
retor global da Easy Taxi, Denis Wang.
porações engessadas, com orçamento mais alto e que estão ficando obsoletas.
Quando a empresa nasceu, em 2011, durante o Startup Weekend no Rio de
Para fomentar esse tipo de empresa,
Janeiro, destaca Wang, eram poucos
a ABStartups desenvolve uma série de
Segundo Somma, as pessoas querem
os taxistas com smartphones. A pro-
projetos com outros players, como a
cada vez mais soluções inteligentes
liferação do aplicativo fez operadoras
Conferência Anual de Startups e Em-
para suas rotinas e aplicativos como
de telefonia móvel criarem pacote de
preendedorismo (Case), evento que
o 99Taxis se destacam justamente por
dados exclusivos. Outra mostra do
gera densidade para o ecossistema,
trazer uma resposta fácil e rápida ao
efeito dominó veio do sistema bancá-
entre outras iniciativas.
serviço de mobilidade. “Ao preencher
rio, que passou a oferecer descontos
um espaço novo em um mercado anti-
nas corridas cujo pagamento fosse
Embora alguns especialistas apontem
go, todo mundo sai ganhando”, avalia.
feito com o cartão de sua bandeira.
que o País ainda seja imaturo nesse
Na prática, o consumidor espera me-
“O táxi se tornou um canal de marke-
sentido, eles lembram que as startups
nos pelo transporte e o taxista econo-
ting.” E a base de negócios não para de
são uma novidade. “Há menos de uma
miza o combustível que gastaria para
se diversificar.
década ouvimos falar sobre o assunto.
encontrar o próximo cliente.
Precisamos de tempo para um resulta-
Protagonismo das startups
do devidamente satisfatório”, diz Pinho.
Os resultados da companhia corrobo-
Os analistas frisam que é necessário
ram a relação benéfica para todos os
compreender os hábitos de usuários
O presidente do Conselho de Comércio
envolvidos. Em três anos de existên-
de táxi para detectar uma necessida-
Eletrônico da Federação do Comércio
cia, o aplicativo já supera os 5 milhões
de, como a de facilitar a forma de en-
de Bens, Serviços e Turismo do Estado
de downloads. “Trata-se de um ótimo
contrar e chamar um taxista. Assim,
de São Paulo (FecomercioSP) e funda-
momento para os intermediários in-
é possível a criação de uma solução
dor do E-bit, Pedro Guasti, corrobora
teligentes, aqueles que melhoram o
– somente após o lançamento de apli-
com a análise e reforça que é só o co-
acesso e a curadoria de produtos e ser-
cativos como o Easy Táxi que houve a
meço. Ele recorda como a mobilidade
viços”, destaca Somma.
mudança de comportamento do con-
do smartphone alterou a cotidiano na
sumidor. É aí que as startups ganham
última década com a junção de diver-
papel fundamental no processo.
sos equipamentos num único dispo-
Efetivação de cadeias inéditas
sitivo. “A adoção de aplicativos é uma
Não é diferente na Easy Taxi, aplicativo posicionado entre os maiores do mun-
“Tradicionalmente, são essas empre-
tendência que veio para ficar e seu uso
do, avaliado em R$ 1 bilhão por fontes
sas que trazem soluções inovadoras
é uma evolução natural para o varejo,
de mercado e criado pelo empreen-
por meio de estudos de comporta-
desde que ele invista nisso.”
dedor brasileiro de 28 anos de idade,
mento de seu público-alvo. Com base
Tallis Gomes.
nesses estudos, os empreendedores
Guasti cita como exemplo a Kodak,
conseguem atender à sociedade com
que de caçador se tornou caça. O
Presente em cerca de 40 países, a com-
maior assertividade”, afirma o pre-
ponto crucial dessa história – que,
panhia deu o pontapé inicial no proces-
sidente da Associação Brasileira de
para muitos, ganhou contornos de
so de mudança nas relações entre ta-
Startups (ABStartups), Amure Pinho.
tragédia – é que a companhia foi a
xistas e passageiros que se vê agora. “O
inventora da câmera fotográfica dig-
Brasil é pró-tecnologia e adere muito
Segundo ele, são organizações que pos-
ital, símbolo desta “era” que pôs um
rápido às inovações, mas acreditamos
suem total relevância no aumento da
fim (ou quase) na importância dos
no conceito disruptivo construtivo,
competitividade econômica do País ao
filmes, seu principal filão. “Acontece
que chega como opção de estratégia
desenvolver inovação pura, com foco
que a empresa teve medo de investir
para diversas outras indústrias que
em problemas específicos a baixo cus-
em algo novo. Deu no que deu.” &
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R AIO X POR LĂşcia Camargo
Santos cresce ALém do porto O turismo de lazer e negócio ganha força na maior cidade do litoral paulista, que também planeja um parque tecnológico na
Foto: Divulgação/Tadeu Nascimento
área de óleo e gás
S
antos é a cidade que cresceu ao re-
porque nosso porto não é segmenta-
dor de um porto. Fundada em 1536, sua
do. Enquanto Paranaguá se concentra
primeira denominação foi "Vila do Porto
na soja, por aqui passam de suco de
de Santos". Só em 1839 passaria a se cha-
laranja a veículos, de roupas a papel”,
mar apenas Santos. O maior da América
afirma o secretário municipal para As-
Latina, o porto movimenta mais de 100
suntos Portuários e Marítimos, José
milhões de toneladas de cargas no ano.
Eduardo Lopes.
Passam por ali cerca de US$ 120 bilhões em mercadorias, que representam 25%
O porto gera 60% da riqueza da cida-
da balança comercial brasileira.
de, cujo PIB é de R$ 37,7 bilhões anuais. “A atividade portuária não é apenas
Os números, fornecidos pela Compa-
crucial para a economia de Santos,
nhia Docas do Estado de São Paulo (Co-
mas também para toda a Baixada San-
desp), apontam que foi pequeno o aba-
tista e para o País”, orgulha-se. “Entre
lo sofrido com a crise econômica. Em
dez e 15 anos, vamos chegar a 200 mi-
2013, o montante chegou a 114 milhões
lhões de toneladas em movimenta-
de toneladas, caindo em 2014 para 111
ções”, confia.
toneladas (diminuição de apenas 2,6%). Já 2015 deve ser ligeiramente melhor. É
Para ampliar a capacidade, é preciso
esperada uma alta de 5%, principal-
melhorar a infraestrutura, e um dos
mente em razão do grande volume de
entraves ao crescimento é a forma de
exportações. “Toda a cadeia do agro-
transportar a produção. Hoje, a maior
negócio brasileiro passa por Santos. E
parte de tudo o que chega ou sai de
temos proteção contra intempéries,
Santos viaja de caminhão. De acor-
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Sa ntos cresce a lém do por to
Foto: Divulgação/Francisco Arrais
R AIO X
O maior da América Latina, o Porto de Santos movimenta mais de 100 milhões de toneladas de cargas no ano. Passam por ali cerca de US$ 120 bilhões em mercadorias
do com a Secretaria de Assuntos por-
“Hoje, somos o 38º porto no ranking
to Econômico e Inovação, José Antonio
mundial. Quando tudo estiver pronto,
Oliveira de Rezende, entre os incenti-
nossa relevância vai aumentar.”
vos para atrair empresas estão isenção de tributos como Imposto sobre Servi-
A exploração do pré-sal é outra ativi-
ços (ISS) e Imposto Predial e Territorial
dade que impulsiona o pacote de me-
Urbano (IPTU) por até dez anos.
lhorias. A produção hoje chega a 700 mil barris de petróleo por dia. A Petro-
A prosperidade econômica ajuda a im-
bras divulga planos de alcançar em
pulsionar outros aspectos. Baseando-se
2020 a marca de 2 milhões de barris.
no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) computado pela Organização das
tuários, apenas 23% são levados por via
Parque Tecnológico
ferroviária. A meta é pelo menos dupli-
Estão também nos planos da adminis-
que a vida em Santos tem melhorado.
car a malha em dez anos e reformular
tração municipal a construção de um
O IDH leva em consideração três áreas:
o processo de escoamento de cargas.
sistema de Veículos Leves sobre Trilhos
longevidade, acesso ao conhecimento
“Estão sendo executadas obras que
(VLT), um túnel submerso ligando San-
e padrão de vida. Em 1991, era de 0,689.
envolvem cerca de 40 intervenções e
tos a Guarujá e a implantação do Par-
No ano 2000, subiu para 0,785, e na me-
reformulações em vias, eixos, entrada
que Tecnológico de Santos. Concebido
dição mais recente (de 2010), chegou a
da cidade e terminais”, relata Lopes. Os
em 2011, envolve universidades locais e
0,840. Quanto mais próximo de 1, melhor
recursos são provenientes das três es-
verbas dos governos federal, estadual
a avaliação. Isso coloca a cidade litorânea
feras de poder e da iniciativa privada.
e municipal. O objetivo é reunir labo-
no sexto lugar em termos de IDH entre
Ainda sem um cálculo preciso do total,
ratórios de pesquisa sobre óleo e gás e
os municípios brasileiros. A cidade de
o secretário diz apenas que o investi-
incubadoras de empresas. Segundo o
São Caetano do Sul, na Grande São Paulo,
mento será na casa de bilhões de reais.
secretário-adjunto de Desenvolvimen-
ocupa a primeira colocação do País.
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Nações Unidas (ONU), é possível concluir
A população chegou a 434 mil habitan-
tão, Guarujá, Peruíbe, Praia Grande,
da escravatura, independência do Bra-
tes em 2015, segundo estimativa do
Mongaguá, Itanhaém e Bertioga.
sil, implantação da primeira Santa
Instituto Brasileiro de Geografia e Esta-
Casa para atendimento dos imigran-
tística (IBGE), sendo que 74% estão na
Santos exibe bons números na área
tes que chegavam, voto da mulher, en-
faixa economicamente ativa (idades
da saúde, com mortalidade infan-
tre outros grandes feitos. Hoje, passa
entre 19 e 59 anos). A média salarial é
til de 13,8 por mil nascidos vivos (em
por uma grande mudança em mobi-
de 3,8 salários mínimos, e o índice de
2012), enquanto no Brasil a incidência
lidade com a implantação do primei-
desemprego está em torno de 11%.
é de 16,9. A expectativa de vida é de 76
ro VLT do País, já em fase de testes, e
anos, dois a mais do que a média na-
a concretização de um grande proje-
A educação vai bem. Há 30 mil alunos
cional. E conta com seis médicos para
to que reformula a entrada da cida-
matriculados no ensino fundamental
cada mil habitantes, enquanto no País
de. Nosso desafio é avançar em todas
e 12 instituições de ensino superior,
a conta fica em 1,8 médico para cada
as políticas públicas para preservar o
sendo três públicas. Em 2010, 75% da
mil pessoas. “O atendimento de saúde
maior patrimônio dos santistas, que é
população de 18 anos ou mais tinham
de Santos é referência, tanto que te-
a qualidade de vida”.
completado o ensino fundamental, e
mos cadastrados nos hospitais um mi-
61%, o ensino médio – melhor do que a
lhão de pacientes, mais do que o dobro
Turismo
média estadual: 62% e 44%, respecti-
da nossa população”, aponta Rezende.
A vocação turística de Santos não é me-
vamente. A taxa de analfabetismo en-
nos importante. Se na primeira metade
tre maiores de 15 anos em Santos está
O atual prefeito, Paulo Alexandre Bar-
do século 20 o café era o grande motor
em 2,2%. A média nacional é de 8,3%.
bosa (PSDB), eleito para o manda-
da região, hoje uma das principais atra-
to 2013-2016, é apontado pelos secre-
ções é o Museu do Café, em funciona-
Com 280,674 quilômetros quadrados
tários como a mão firme por trás das
mento no prédio histórico que abrigou
de área, sendo uma parte continental
grandes negociações. Perguntado pela
até os anos de 1960 a Bolsa Oficial do
e outra insular, a cidade é a mais im-
C&S sobre os rumos da cidade, res-
Café. Aberto em 1986, o museu exibe,
portante da região metropolitana da
pondeu: “Santos sempre lutou por
com objetos e documentos, a trajetória
Baixada Santista, composta por nove
melhorias, não só para a cidade como
do ciclo cafeeiro. Obras do artista Be-
municípios: Santos, São Vicente, Cuba-
para o País, em ações como abolição
nedito Calixto (1853-1927) ilustram os tempos áureos. Pode-se tomar um café expresso (ou espresso, em italiano) feito de grãos selecionados na cafeteria e comprar suvenir temático na lojinha. Dentro do roteiro básico está o passeio no bonde turístico. O veículo de 1920 foi recentemente restaurado. O percurso tem origem na Praça Mauá e percorre 1,7 mil metros em aproximadamente 40 minutos, passando pelas
Foto: Divulgação/Rê Samento
principais ruas e edifícios do Centro Histórico. O ingresso custa R$ 6. Se quiser ver tudo de uma vez, a dica é embarcar em outro bondinho, o Monte Serrat (R$ 30). O funicular sobe pelo Monte Serrat: o funicular sobe pelo trilho paralelo à escadaria de 415 degraus que leva ao
trilho paralelo à escadaria de 415 de-
topo do morro, no alto do qual fica o Santuário de Nossa Senhora do Monte Serrat
graus que leva ao topo do morro, onde
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R AIO X
Sa ntos cresce a lém do por to
ficam o Santuário de Nossa Senhora
Radiografia de Santos Ano de fundação
do Monte Serrat – construído em 1609 em homenagem à padroeira de Santos – e o mirante (167 metros), com as belas vistas da cidade e do porto.
1546
Na hora do almoço, a sugestão é pro-
Aniversário
co da cidade em 2005. Preparada com
26 de janeiro População
var a meca santista, eleito prato típiingredientes da região, consiste em peixe grelhado coberto por camarões, servido com risoto de pupunha e fa-
433.966 habitantes em 2015 (estimativa)
rofa de banana. A maioria dos restau-
IDH municipal
riam. Com R$ 50, em média, come-se
0,840 (em 2010) Expectativa de vida
76 anos (2010)
PIB (Produto Interno Bruto)
R$ 37,7 milhões (em 2012) Taxa de analfabetismo (da população acima de 15 anos)
2,2%
Acomodações em hotéis
4 mil
Número de visitantes por ano
rantes da orla e dos arredores oferece o prato no cardápio. Os preços vauma boa meca. Vale conhecer o Aquário Municipal, atração mais visitada de Santos, com 500 mil ingressos vendidos por ano. Inaugurado em 1945, abriga 50 tanques. Uma das principais atrações é Fraldinha, primeira pinguim nascida em cativeiro no Brasil, que acaba de completar 14 anos. No Museu da Pesca, chama a atenção o esqueleto de baleia. Sendo ou não fã de futebol, visite o Memorial das Conquistas do Santos Futebol Clube, na Vila Belmiro, e o Museu Pelé, inaugurado em 2014, no qual os visitantes – com a possível exceção de alguns argentinos – vão compreen-
14 milhões (estimado)
der como Edson Arantes do Nascimen-
Principais atividades econômicas
O fim da tarde talvez convide a uma ca-
Porto, comércio e turismo Fontes: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud); Prefeitura Municipal de Santos; Secretaria de Turismo do Município de Santos; e Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Inovação de Santos.
to se tornou o “Rei Pelé”.
minhada pelos sete quilômetros de orla, observando os famosos prédios inclinados. Aproveite para se embrenhar no jardim que entrou para o Livro dos Recordes como o maior de orla do mundo, com seus 218 mil metros quadrados. Se preferir, vá de bicicleta. A cidade plana oferece 33 quilômetros de ciclovias. Quer mais
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verde? Pedale até o orquidário, que acaba de comemorar 70 anos de existência. Nem tudo são flores, porém. Fica em Santos a Vila Gilda, maior favela de palafitas do País, na qual em 2012 viviam 10 mil pessoas. Além disso, entre outros problemas, ocorrem congestionamentos – causados pelos 269.620 veículos da cidade e pelo tráfego de quem vem de fora –, tal como em toda grande cidade. A violência urbana, embora venha caindo, ainda preocupa. O último Estadual de Segurança Pública apontou que o número de latrocínios (roubos seguidos de morte) diminuiu em 30% na região em 2015. Os homicídios e roubos
Fotos: Divulgação
levantamento divulgado pela Secretaria
de veículos caíram em 15%. Já o furto de
Museu do Café: atração turística de Santos
veículos teve aumento de 2,63%. No ano passado, foram instaladas 520 câmeras de monitoramento por toda a cidade, como tentativa de conter a violência.
permite viagens de ida e volta no mes-
ano. Um dos eventos que mais atrai
mo dia. Chega-se pelas rodovias dos
turistas é a queima de fogos do Ré-
O comércio há tempos superou a pes-
Imigrantes ou Anchieta em menos de
veillon, que chega a levar um milhão
ca em importância para a economia
uma hora. Apesar disso, fica mais di-
à praia. Em feriados prolongados, a
local. Há 8.132 empresas cadastradas
vertido passar pelo menos um fim de
Ecovias registra a passagem de até 350
na atividade. Referência para compras
semana inteiro por lá.
mil veículos pelos pedágios.
Boqueirão foi primeiro centro comer-
Há opções de hotéis com diárias que
Não raro quem vai até Santos embar-
cial da América Latina, inaugurado em
variam de R$ 140 a R$ 850. A rede ho-
car em cruzeiros fica alguns dias na
setembro de 1965, antes do primeiro
teleira conta com 4 mil leitos, distri-
cidade, antes ou depois da viagem de
shopping center paulistano, o Iguatemi
buídos por 20 hotéis, quatro flats e três
navio. A Secretaria de Turismo estima
(aberto em 1966). O centro do Boquei-
hostels. Até 2017, terá 6 mil acomoda-
que mais de um milhão de passageiros
rão reúne 140 lojas em 5,5 mil metros
ções. O fenômeno do aumento do tu-
adentrem o terminal portuário, que
quadrados.
rismo nacional em razão da alta do
recebe cerca de 270 atracações de na-
dólar também está presente em San-
vios por ano.
em Santos, o Super Centro Comercial
Se você pretende morar em Santos, a
tos. “A turma do lazer se soma à dos
boa notícia é que o valor dos imóveis
eventos esportivos e aos visitantes de
“Precisamos atender a uma demanda
caiu 0,67% em 2015. O metro quadra-
negócios”, observa o secretário muni-
de público cada vez mais exigente e,
do médio ficou em R$ 5.354, segundo o
cipal do Turismo, Luiz Dias Guimarães.
por isso, investimos na formação de
site Agente Móvel, que compila dados
A taxa de ocupação média anual dos
garçons, camareiras, cozinheiros e ou-
com base em anúncios.
hotéis tem ficado em torno de 65%.
tros profissionais, que vão trabalhar
A proximidade com a capital paulista
O número estimado de visitantes a
– apenas 70 quilõmetros de distância –
Santos é de 14 milhões de pessoas por
em rede hoteleira, bares e restaurantes.” Santos soma 800 estabelecimentos relacionados à gastronomia. &
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Exporte os seus produtos com mais facilidade. Adquira o seu Certificado de Origem FecomercioSP e expanda a sua rede de negócios no mercado internacional com mais segurança e rapidez.
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Aqui tem a força do comércio
OP ORTUNIDADES POR Filipe Lopes
Turismo doméstico EM ALTA Com o dólar mais caro, turistas optam por destinos regionais; ocupação em hotéis e resorts do interior paulista cresce mesmo com a crise econômica
N
os últimos meses de 2015,
o principal destino para esses turistas
Fuga da cidade grande
o dólar obteve seu maior patamar
que buscam refúgio da correria do dia
Historicamente ligada à cultura do
em relação ao real desde quando a
a dia. Com isso, hotéis, resorts e pousa-
café – que teve sua época áurea no
moeda brasileira foi criada, em 1994.
das contabilizam alta concentração de
século 19 –, a cidade de Brotas (a 242
A moeda norte-americana chegou a
clientes mesmo na baixa temporada.
quilômetros da cidade de São Paulo) conta com ricos recursos naturais,
valer R$ 4,14, e somando-se ao nível de endividamento da população – 54,7%
Segundo a Sondagem do Consumi-
matas nativas e diversidades de fau-
das famílias paulistanas estavam nes-
dor – Intenção de Viagem, de outu-
na e flora. Ao longo dos anos, empre-
sa situação em setembro, segundo
bro de 2015, realizada pelo Ministério
sas de turismo passaram a utilizar
Pesquisa de Endividamento e Inadim-
do Turismo e a Fundação Getulio Var-
a geografia da cidade para oferecer
plência do Consumidor (PEIC), reali-
gas (FGV), dos brasileiros que tinham
passeios de ecoturismo, atividades de
zada pela Federação do Comércio de
desejo de viajar, 84,1% afirmaram que
aventura e roteiros gastronômicos nas
Bens, Serviços e Turismo do Estado de
preferiam destinos turísticos brasilei-
antigas fazendas cafeeiras da região.
São Paulo (FecomercioSP) –, desmoti-
ros, 6,6 pontos porcentuais (p.p.) aci-
Hoje, Brotas conta com mais de 40 op-
varam o consumo de produtos impor-
ma do interesse em viagens domésti-
ções de hospedagem (entre hotéis, re-
tados e viagens internacionais. Contu-
cas aferidas no mesmo mês de 2014.
sorts e pousadas) e comemora a efer-
do, o paulistano não deixou de viajar e
Já a intenção de viajar ao exterior di-
vescência do turismo doméstico brasi-
de desejar o descanso em meio a pai-
minuiu 8,1 p.p. e despertou desejo em
leiro atual.
sagens naturais e roteiros de aventu-
apenas 12,5% das pessoas. Mesmo as incertezas e as crises eco-
ra ou gastronômicos. O interior virou A pesquisa também demonstrou que
nômica e política que marcaram
os destinos domésticos pretendidos
2015, o Brotas Eco Resort registrou
estão mais equilibrados, e apesar de o
crescimento de 20% na ocupação de
Nordeste ainda ser o lugar mais deseja-
seus leitos, mesmo durante a baixa
do pelos brasileiros (37,4%), o Sudeste
temporada. “Apesar da crise, as pes-
cresceu 1,6 ponto porcentual em rela-
soas não deixam de viajar, apenas
ção a 2014 e é o segundo destino mais
mudam o destino e diminuem as dis-
desejado no País (28,3%), seguido pela
tâncias ou o tempo de viagem. Isso é
Região Sul (24,4%), que cresceu 3,1 p.p.
muito bom para manter aquecido o
na comparação com outubro de 2014.
turismo nacional. Em 2015, contabi-
Foto: Rubens Chiri
“
Apesar da crise, as pessoas não deixam de viajar, apenas mudam o destino e diminuem as distâncias ou o tempo de viagem. Isso é muito bom para manter aquecido o turismo nacional” Marília Rabello
gerente do Brotas Eco Resort
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OPORTU N IDA DE S
Tu r ismo domés t ico em a lt a
“
Foto: Rubens Chiri
No ano passado, tivemos o movimento esperado no lazer, mas a demanda aos fins de semana aumentou, e em novembro já tínhamos quase todas as vagas lotadas para as férias” Rogério Genova
gerente-geral do Itamambuca Eco Resort
lizamos crescimentos em feriados e em outras datas de baixa temporada que não tínhamos muito movimento nos anos anteriores. Além disso, as vagas para Natal e Ano Novo também foram preenchidas com antecedência”, afirma a gerente do resort, Marília Rabello.
Segundo Marília, o grande diferencial
tes, no ano passado também se ele-
do lugar é o atendimento próximo e
varam os gastos com energia, água e
O local começou suas atividades há
intimista com todos os turistas, que
impostos, então, não obtivemos muito
mais de 30 anos com oferta de cam-
busca descanso e contato com a natu-
lucro, mas equilibramos bem a relação
ping na região. Depois de a cidade se
reza. “No resort, os próprios donos têm
entre custo e benefício”, aponta. Para
tornar roteiro de ecoturismo, o es-
contato direto com os clientes, e isso,
este ano, a expectativa é continuar o
tabelecimento passou a focar nesse
juntamente com as refeições caseiras,
mesmo movimento de 2015 e a geren-
segmento e a receber crianças e ado-
dão um ar interiorano de aconchego.
te espera manter esse patamar.
lescentes interessados em turismo
Também abrigamos um dos maiores
educacional. Com tíquete médio de
telescópios do Brasil na Fundação Cen-
Turismo das águas
R$ 700 por casal acompanhado por
tro de Estudos de Astronomia (CEA),
Outro destino muito procurado pe-
criança de até 9 anos, a estância turís-
que atrai muitas pessoas”, afirma.
los turistas é o município de Olímpia
tica oferece ampla área verde, piscina,
(a 438 quilômetros de São Paulo), com
salas de jogos e outras atrações para
Apesar do bom momento e de ter so-
suas águas termais e parques aquáti-
os hóspedes, além de parcerias com
frido pouco com a crise, Marília con-
cos. Mesmo em meio à crise hídrica que
agências de turismo para atividades
ta que o aumento do interesse dos
atinge muitos municípios de São Paulo,
radicais. O estabelecimento investe
turistas equilibrou os gastos do esta-
a cidade (localizada no noroeste paulis-
ainda em melhorias e ampliação da
belecimento, que também subiram
ta) assiste à multiplicação do número
oferta de leitos, passando dos atuais
na mesma proporção. “Mesmo com o
de leitos da rede hoteleira ao longo dos
48 para 57 leitos ainda neste ano.
crescimento do interesse dos visitan-
anos. Em 2009, segundo a Prefeitura de
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Olímpia, o município contava com 667 leitos, e, em 2015, esse número passou para 14 mil – quase 20 vezes mais. O Thermas de Olímpia Resort contabilizou aumento de 8% nas suas hospedagens somente no primeiro semestre de 2015, em um dos momentos mais agudos da crise econômica. No litoral norte paulistano, o Itamambuca Eco Resort, em Ubatuba (a 220 quilômetros de São Paulo), também comemora a alta na demanda nos fins de semana de 2015. Segundo o gerente-geral do resort, Rogério Genova, o estabelecimento investe na experiência de unir natureza, conforto e passeios pela praia de Itamambuca. “No ano passado, tivemos o movimento esperado no lazer, mas a demanda aos fins de semana aumentou, e em novembro já tínhamos quase todas as vagas lotadas para as férias”, conta. Ainda segundo Genova, mesmo sem contabilizar com precisão, o resort também sente o efeito positivo da alta do dólar, com a presença mais acentuada de turistas estrangeiros. Para atrair ainda mais esse público e garantir que ele tenha a experiência desejada, o resort conta com seguro contra chuva – uma espécie de vale, que assegura que o turista pode retornar ao estabelecimento caso seja surpreendido pelo mau tempo. “É uma proteção para os casos em que a chuva atrapalha a vivência. Se chover durante três dias, o cliente terá direito a três diárias extras em feriados ou outras datas”, afirma Genova. Há 31 anos no mercado, o Itamambuca Eco Resort prepara uma série de ações para média e baixa temporadas, visando man-
Classes D e E continuam voando Mesmo com a crise, as classes menos favorecidas continuam consumindo serviços que há alguns anos não tinham o hábito. Com um pouco de planejamento e pagando em “suaves prestações”, é possível viajar de avião para muitos destinos no Brasil com “a mesma tarifa cobrada pelas empresas de ônibus”, segundo a agência Vai Voando – especialista em viagens aéreas para as classes C, D e E. Com tíquete médio de R$ 650, a empresa registrou crescimento de 40% no faturamento do ano passado, em relação a 2014. Para o diretor da agência, Luiz Andreaza, o mercado doméstico segue forte e as pessoas aprenderam que, com planejamento, podem trocar as rodoviárias pelos aeroportos. “Nosso público não foca apenas em viagens de lazer, para conhecer lugares novos. Muitas pessoas que nos procuram querem visitar um parente em sua terra natal, com mais comodidade. Por meio de parcerias com empresas aéreas e fechando as viagens com antecedência, conseguimos oferecer valores bem próximos aos ofertados pelas companhias de ônibus”, afirma. Além do preço competitivo, a empresa permite parcelar as passagens no boleto bancário, dispensando comprovação de renda. Isso permite que pessoas inadimplentes e com o nome “sujo” possam viajar. De acordo com Andreaza, mesmo com inflação alta e incertezas políticas, as pessoas de baixa renda estão percebendo que podem consumir serviços de qualidade sem se apertarem financeiramente. “O trabalho que realizamos envolve muito a parte de conscientização da população, pois, historicamente, a sociedade segregou algumas atividades e fez as pessoas acreditarem que não poderiam usufruir. Hoje atuamos diretamente com figuras representativas em cerca de 300 pontos de vendas em comunidades pelo País e, aos poucos, estamos mudando essa visão”, aponta. Ao longo dos seis anos de mercado, a Vai Voando viabilizou 280 mil passagens de avião. Somente em 2015, foram 130 mil viagens, com média de 8 mil passagens por mês.
ter o movimento aquecido em 2016. &
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CENÁ R IOS POR Rachel Cardoso
Sem tempo ruim Clima afeta toda a economia e previsões meteorológicas se tornam estratégicas para a tomada de decisões nos mais diversos negócios
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M
uita gente tem como há-
O produtor Tadeuzzao Piantino é um
bito antes de sair de casa conferir em
dos dependentes do clima: ora depen-
rádio, TV, jornal, internet ou celular a
de do calor, ora do frio. Por isso, não or-
previsão do tempo para o dia. É um
ganiza a agenda de sua produtora sem
costume que tem ganhado adeptos
a consultoria de um meteorologista,
diante das constantes oscilações cli-
profissional fundamental no seu dia
máticas, com eventos extremos como
a dia tanto para a preparação do set
temporais, enchentes, ondas de calor e
como para a realização da filmagem.
secas. Mas esse cenário não influencia
“O custo de uma diária varia entre
só a vida cotidiana da população, como
R$ 200 mil e R$ 1,2 milhão, por baixo, e
afeta toda a economia do planeta.
não se pode cometer erros”, conta.
Por isso, setores produtivos cada vez
Um exemplo do que ele diz pode ser
mais lançam mão dos serviços meteo-
visto no YouTube, no comercial “Na-
rológicos para garantir o sucesso dos
tureza dos Homens”, para a marca de
negócios nos mais variados setores.
uísque White Horse, com três cavalos
“Trata-se de informação estratégica
brancos, na Serra do Rio do Rastro, em
para tomada de decisão”, explica o
Santa Catarina. O terreno tinha de es-
sócio-gerente comercial da Clima-
tar seco para os animais não atolarem,
tempo, empresa especializada em
e a equipe estava à mercê do clima. “O
serviços meteorológicos, Nil Nunes.
tempo lá fecha por completo de uma
hora para a outra e a estação do ano
feito por meio de produtos e atendi-
Pesquisas Espaciais (Inpe), localizado
não ajudava”, conta Piantino.
mento personalizados, com monito-
em São José dos Campos (SP). É por lá
ramento de profissionais certificados.
que a Climatempo fez sua mais recen-
Então, para trabalhar dentro do or-
Fundada em 1988 pelo meteorologista
te investida, em parceria com o Parque
çamento da agência, a maioria das
Carlos Magno, conhecido Brasil afora
Tecnológico de São José dos Campos,
produtoras conta com serviços ofe-
como o “homem do tempo”, a Clima-
para instalar na cidade o seu setor de
recidos por consultorias. Antigamen-
tempo também foi a primeira a ofere-
pesquisa e desenvolvimento e criar
te, existia o termo weather day, uma
cer boletins informativos para meios
projetos inovadores com instituições e
cláusula que evitava perdas caso não
de comunicação.
empresas da região.
tempo. “Hoje em dia, isso está cada
Com os avanços tecnológicos, as aná-
O centro de pesquisa do grupo Cli-
vez mais difícil, pois as agências não
lises das previsões puderam ser fei-
matempo receberá R$ 2 milhões de
querem assumir o prejuízo e deixam
tas para períodos de tempo cada vez
investimento nos próximos dois anos
toda a responsabilidade com a gen-
maiores, auxiliando inclusive órgãos
e triplicará o tamanho da equipe.
te”, afirma Piantino, que tem sua me-
governamentais na tomada de deci-
Ocupando uma sala de 130 metros
teorologista preferida e não deixa de
sões, caso do Instituto Nacional de
quadrados no Centro Empresarial 2 do
houvesse filmagem em razão do mau
contar ainda com as forças de Iansã, rainha dos ventos, na hora de realizar um trabalho. Outro exemplo de negócio que não sobrevive sem a previsão do tempo é o dos parques, aquáticos ou não. Vide o caso do Hopi Hari, cuja loca-
Hopi Hari: o parque foi construído em Vinhedo, local do Estado de São Paulo em que há menos incidência de chuvas
lização já se justifica pelo clima: foi const ruído em Vinhedo, local do Estado de São Paulo em que há menos incidência de chuvas. Ao ligar para o empreendimento para reservar um passeio, o consumidor também tem à disposição uma linha direta com os meteorologistas para se prevenir quanto ao mau tempo.
O homem do tempo Prova de que o uso desse tipo de estatística está cada vez mais presente no ambiente corporativo é o cardápio diversificado oferecido pela Climatempo. A empresa é pioneira na consultoria meteorológica do País e oferece serviços especializados para mais de Fotos: Divulgação
duas dezenas de segmentos. O serviço prestado para empresas influenciadas por riscos climáticos é
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CENÁ R IOS
Sem tempo r u i m
parque, a Climatempo tem dez profis-
TEC). A Climatempo ainda pretende
rar a qualidade de alertas de tempo
sionais trabalhando no local e preten-
firmar parceria com o Centro Nacional
severo no Brasil. Para tanto, já fechou
de chegar a 30 até 2017, recrutando
de Monitoramento e Alertas de Desas-
parceria com a americana Planetiq,
talentos formados na região.
tres Naturais (Cemaden), também de
que terá rede de pequenos satélites
São José dos Campos.
em 2016. “Como a informação básica
O Inpe é ligado ao Ministério da Ci-
é a mesma, a inovação acontece na
ência e Tecnologia, e desde 1970 vem
Além de serviços privados, a Clima-
prestação de serviços e na distribuição
produzindo conhecimento nas áreas
tempo vai oferecer dados para uso pú-
das informações”, diz Nunes, diretor
espacial e de ambiente terrestre. Tam-
blico, como já faz com defesas civis e
da Climatempo.
bém mantém um Centro de Previsão
municípios. Um dos projetos do grupo
do Tempo e Estudos Climáticos (CP-
na cidade é um sistema para melho-
Segmentação As empresas do setor atuam em diversas frentes e atendem clientes de di-
“
versas áreas. As formas de intervenção
O centro de pesquisa do grupo Climatempo receberá R$ 2 milhões de investimento nos próximos dois anos e triplicará o tamanho da equipe, chegando a 30 profissionais até 2017 ” Nil Nunes
sócio-gerente comercial da Climatempo
são muitas e podem vir de maneiras impensáveis para os leigos, por exemplo, como as condições de vento impactam nas usinas de cana-de-açúcar para armazenamento de bagaço. É que a construção do prédio depende totalmente do clima. A simples limpeza de uma vidraça na fachada de um prédio também exige a previsão do tempo, já que o colaborador fica pendurado no lado externo do edifício, exposto a grandes riscos. As indústrias de alimentos e bebidas também dependem da meteorologia. Sorvetes e cervejas tendem a vender mais com temperaturas mais quentes. Ao antecipar tais informações, os varejistas podem planejar melhor seus estoques. O mesmo vale para o comércio de artigos de roupas e de calçados, que, no caso do calor, vendem pouco as coleções de inverno. A mensuração equivocada dos estoques, mesmo que por fenômenos que não sejam do controle dos empresários, gera custos adicionais, especialmente
Foto: Rubens Chiri
para aqueles que estão enquadrados no sistema de substituição tributária, no qual o imposto já é cobrado antes mesmo da venda da mercadoria. As-
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sim, as perdas das receitas e do capital
melhor planejamento de suas ativida-
de giro do setor são agravadas.
des, com redução de riscos naturais inerentes ao agronegócio.
Setores que demandam serviços climáticos
De outro lado, o turismo de sol e mar – que, como o nome indica, é típico do
Formação e carreira
verão – é um dos grandes beneficia-
Em relação à previsão do tempo, o In-
dos, especialmente quando há predo-
met emite avisos de fenômenos me-
mínio de sol aliado às temperaturas
teorológicos adversos para a Defesa
um pouco acima da média. Na agri-
Civil e outros órgãos governamentais
cultura, o inverno mais ameno, desde
de forma contínua. Mas nada disso
que não seja quente demais, também
seria possível sem a interpretação
é bem-vindo para manter as planta-
de profissionais como Andrea. Graças
ções saudáveis.
aos meteorologistas, as estatísticas todas são traduzidas em inteligência
Elétrico Infraestrutura Construção Moda Eventos Entretenimento Alimentação e bebidas
Especialmente em agropecuária, há
de mercado. Não à toa, a atividade ga-
pacotes de produtos elaborados pelo
nha destaque cada vez maior diante
Instituto Nacional de Meteorologia
das adversidades do clima e das ne-
(Inmet), órgão vinculado ao Ministério
cessidades de compreender e anteci-
da Agricultura, Pecuária e Abasteci-
par as alterações climáticas.
mento, que administra mais de 400 estações. A entidade possui dez dis-
Um dos grandes entraves é o pequeno
tritos regionais, que recebem, proces-
número de faculdades que oferecem
sam e enviam dados para a sede em
o curso de graduação, pouco mais de
Brasília. “Daqui processamos os dados
uma dezena em todo o País. Algumas
e os enviamos por satélite para todo o
regiões brasileiras importantes, como
mundo”, conta a coordenadora de De-
o Centro-Oeste, não oferecem um úni-
senvolvimento e Pesquisa do Inmet, a
co curso, apesar de o estudo ser vital
Agronegócio
meteorologista Andrea Ramos.
para a agricultura, o que leva muitos
Turismo
De acordo com Andrea, as múltiplas
lhorou um pouco após a passagem
aplicações dos produtos meteoroló-
do furacão Catarina pela região Sul do
gicos no setor agrícola fazem com
Brasil, em 2004.
formandos a migrar. A situação me-
Aviação
que o Inmet busque continuamente
Logística Laboratórios farmacêuticos Audiovisual
ampliar seus serviços voltados para
Se o mercado está em expansão, con-
a área rural. O Sistema de Suporte à
tudo, é necessário ficar atento às par-
Decisão na Agropecuária (Sisdagro) é
ticularidades da carreira. Os primeiros
uma ferramenta de consulta que am-
contatos com a disciplina se dão nas
plia o escopo e a qualidade dos aplica-
aulas de Geografia, porém, não per-
tivos de agrometeorologia.
tence à área de humanas.
Há ainda uma série de mapas temáti-
A profissão é regulamentada por lei fe-
cos derivados da observação sistemá-
deral e a graduação exige curso de ba-
tica dos fenômenos meteorológicos
charelado em uma faculdade. O curso
que ocorrem em todo o território na-
demanda estudos de Física e Matemá-
cional, o que permite aos agropecua-
tica, pois meteorologia é basicamente
Limpeza
ristas e aos tomadores de decisão um
a física de fluídos. &
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EMPR EENDEDOR ISMO por RAÍZA DIAS
Caridade não, é negócio Cresce o número de empresas de impacto social, criadas para auxiliar a população carente, mas que também são lucrativas
F
oi no contato com favelas da
Esse tipo de corporação, que presta
capital paulista que o consultor de
um bem para os mais carentes sem
projetos socioambientais, Fernando
abrir mão da rentabilidade, é uma
Assad, teve a ideia de criar uma solu-
tendência que ganha força no País. “O
ção para melhorar as moradias pre-
Brasil tem muitos desafios sociais e
cárias. Ele queria algo rentável e que
ambientais. E o brasileiro é muito cria-
não recorresse a doações. “Quando
tivo, a população não costuma esperar
vi o tamanho do déficit de moradias
que o Poder Público resolva todos os
no Brasil, quis algo que pudesse fa-
problemas, e acaba criando soluções”,
zer frente ao problema. No entanto,
diz a responsável pela busca e seleção
eu não conhecia nenhum modelo de
de empreendedores sociais na Ashoka
ONG que tivesse uma escala suficien-
Brasil, Michelle Fidelholc. A Ashoka é
te”, diz o empreendedor.
uma organização internacional que apoia iniciativas dessa natureza e que,
O negócio de impacto social era a
percebendo o potencial nacional, colo-
ferramenta ideal. Ao lado dos sócios
cou o Brasil e a Índia como principais
Igiano Lima e Marcelo Coelho, Assad
centros de atuação.
criou o Programa Vivenda. A empresa
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oferece para moradores de baixa ren-
Setor 2.5
da a chance de reformar cômodos da
Essas companhias estão no chama-
casa, com preços de até R$ 5 mil, valor
do “setor 2.5”, intermediário entre
que pode ser parcelado.
o privado (2) e o as organizações da
sociedade civil (3). Para fazer parte
para a comunidade. Quanto mais as
Foi o que motivou Gustavo Fuga a criar
desse mundo, os especialistas reco-
pessoas usarem, melhores serão as
a escola de idiomas 4YOU2, que ofere-
mendam: coloque a causa em pri-
condições locais e o alcance. Só há con-
ce para alunos da periferia a oportu-
meiro lugar. “Iniciativas nesse campo
sequências positivas.”
nidade de aprender uma nova língua, desembolsando valores até sete vezes
podem ser lucrativas, mas o que deve motivar o empreendedor é resolver
Levantamento feito pela Artemisia em
abaixo do mercado convencional. “A
um problema. Claro que precisa ser
parceria com a consultoria Din4mo,
empresa nasceu da empatia de enten-
rentável porque, diferentemente de
especializada no ramo, mostrou que
der o que nossos professores e alunos
uma ONG, não é mantida por doa-
algumas áreas têm despertado maior
buscavam e não encontravam no mer-
ções e precisa de retorno financeiro.
interesse,
básica
cado”, explica Fuga, que, como seus
Mas não é o lucro que motiva”, res-
(22%), serviços para formação profis-
clientes, também nasceu na periferia
salta a coordenadora do Centro de
sional (10%), saúde (10%) e intermedia-
e não tinha condições de pagar um
Empreendedorismo e Inovação do
ção e contratação de mão de obra (7%).
curso de idiomas.
Insper, Cynthia Serva.
como
educação
Na base, o cliente
Nem só os alunos ganham. Os profes-
Maure Pessanha, diretora-executiva
Causa escolhida, é preciso ficar aten-
sores, todos estrangeiros, também se
da Artemisia, corporação voltada para
to para especificidades desse negócio,
beneficiam. Eles se hospedam na pró-
disseminação e fomento de negócios
como o atendimento à base da pirâmide.
pria comunidade na qual darão as au-
sociais, reforça que o lucro está atre-
“Analisamos se o produto ou serviço está
las e ganham, além da ajuda de custo,
lado ao alcance do projeto. “Quanto
desenhado para resolver um desafio da
uma experiência cultural única. O êxi-
mais vender o produto ou o serviço
população de baixa renda, se é acessível
to da iniciativa consolidou uma rede de
social, maior será o impacto benéfico
e se tem qualidade”, afirma Maure.
parcerias nacionais e internacionais,
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EMPR EENDEDOR ISMO
C a r id ade n ão, é negócio
que atrai milhares de jovens interes-
a sustentabilidade do negócio. O em-
montam várias estratégias criativas
sados em ensinar. “Fui um universitá-
preendedor social vai usar a lógica de
para o item chegar na ponta acessí-
rio que sonhava em fazer intercâmbio,
rentabilização, mas, nessa equação, as
vel para quem mais precisa. Recorrem,
mas não tinha recursos. Entendemos o
margens unitárias obrigatoriamen-
por exemplo, a patrocínios, utilizam o
que nossos alunos e professores que-
te serão mais baixas. Daí, necessaria-
chamado ‘Modelo Robin Hood’, de co-
riam porque, no limite, também tínha-
mente, é preciso ganhar escala”, diz o
brar mais de quem pode pagar e ofere-
mos as mesmas demandas.”
sócio-diretor da consultoria Din4mo,
cer a baixo custo para quem não pode,
Haroldo Torres.
além de optar por clientes corporati-
Hoje, com quatro unidades em regiões
vos que subsidiem para outros”, indica
periféricas da capital paulista, a esco-
Segunda Cynthia Serva, do Insper, a ca-
la de idiomas oferece três opções de
pacidade de ganhar volume tem sido
cursos, que variam de R$ 76 a R$ 138
bem-vista por investidores. “Tanto os
No Vivenda, conversar com o público-
mensais. A escalabilidade – ou seja, a
números de empreendedores sociais
-alvo foi essencial. “A sensibilidade do
possibilidade de ter o modelo replica-
quanto os de aceleradores e fundos
morador não é o preço final, mas o
do repetidamente e em grande quan-
específicos têm crescido porque em
valor da parcela mensal. Em seguida,
tidade – é o que move a organização.
várias áreas há uma capacidade muito
vimos qual o menor montante para
De fato, é premissa para o segmento.
grande de escalar o projeto, atraindo
conseguirmos fazer um trabalho de
esses agentes.”
qualidade e perseguimos esse núme-
Escalar para se manter
Maure Pessanha, da Artemisia.
ro. Viabilizamos parceria com a indús-
Fechar a conta dessas empresas de-
O Vivenda se estrutura para replicar o
tria de material de construção, para
manda uma estratégia diferente da
modelo de reformas de baixo custo. “O
comprar o mais barato possível. Para
utilizada pelo mercado, já que o pro-
objetivo é, até o fim de 2016, consoli-
garantir a eficiência na mão de obra,
duto ou serviço deve ser barato. “É pre-
dar a operação desse escritório-piloto.
contratamos todos os funcionários
ciso precificar o item, visando sempre
Queremos amarrar isso para, então,
formalmente, além de fixar o tempo
em 2017 replicar o desenho em escri-
médio da obra em cinco dias, para ga-
tórios comunitários, via franquias so-
nhar escala”, diz Assad.
ciais. Queremos chegar a 2020 com 12 franquias”, diz Fernando Assad.
O desafio do preço
No caso da Gastromotiva, a fonte de renda provocou a mudança de empresa social para Organização da Sociedade
Oferecer um produto ou serviço a bai-
Civil de Interesse Público (Oscip). Por
xo custo é um desafio. “As empresas
meio da culinária, o projeto forma pes-
“ Foto: Divulgação/Renato Stockler
Fui um universitário que sonhava em fazer intercâmbio, mas não tive recursos. Entendemos o que nossos alunos e professores queriam porque, no limite, também tínhamos as mesmas demandas ” Gustavo Fuga
da escola de idiomas 4YOU2
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“
O Brasil tem muitos desafios sociais e ambientais. E o brasileiro é muito criativo, a população não costuma esperar que o Poder Público resolva todos os problemas, e acaba criando soluções ”
Fernando Assad
Foto: Divulgação/Renato Stockler
fundador do Programa Vivenda
soas em situação de vulnerabilidade
eficientes. “Nesses quase dez anos, já
Pesquisa da organização com os que se
para se tornarem auxiliares de cozinha.
formamos mais de 1,65 mil alunos em
dedicam à área mostrou que, dos en-
A cidadania também é um dos temas
três cidades, e, em 2015, chegamos a
trevistados , 30% ainda não possuíam
que está no cardápio do programa, pre-
aproximadamente 2,03 mil alunos que
meios de precisar o impacto do negó-
parando os participantes para serem
concluíram o curso. Atingimos um ín-
cio; outros 30% acreditavam que já
agentes multiplicadores em suas co-
dice de 80% de empregabilidade no
havia larga escala; 25% garantiam que
munidades. “O modelo atual é uma evo-
decorrer de um ano após o término do
ainda era de pequena escala; e para
lução com diversos aprendizados desde
programa”, afirma Hertz.
16%, de escala moderada.
bufê e, com a rentabilidade alcançada,
Mensurar e validar
Apesar de ser difícil tais análises, os em-
conseguimos formar poucos alunos.
Além de colocar o projeto em práti-
presários que já estão no ramo veem,
Por acreditar no projeto e ter o desejo
ca, o empreendedor precisa mensu-
na prática, o resultado do esforço. “Só
de ampliar nossa atuação, acabamos
rar os impactos das ações, a fim de
ganhar dinheiro não é um desafio gran-
nos adaptando ao formato de Oscip.
confirmar se a estratégia adotada
de o bastante para a nossa geração.
Sempre nos colocamos o desafio de
tem conseguido, efetivamente, avan-
Queremos resolver problemas sociais
captar mais para poder atender à alta
ços sociais. “Muitas vezes, para ava-
complexos e fazer isso de uma maneira
demanda de beneficiários”, conta o fun-
liar os resultados é necessário ter
que utilize todas as nossas múltiplas
dador da Gastromotiva, David Hertz.
uma amostra significativa, um núme-
habilidades. Empreendimentos sociais
a nossa fundação. Começamos com um
ro grande de usuários – o que não é
são uma maneira muito poderosa para
No entanto, a dinâmica de gestão em-
possível, especialmente na fase inicial
conciliar esses desejos e, sem dúvida, é
presarial ficou da primeira experiên-
das atividades”, diz Maure Pessanha,
um caminho que vale a pena”, afirma o
cia do projeto, que gerou processos
da Artemisia.
fundador da 4YOU2. &
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U M DIA No... POR Filipe Lopes fotos rubens chiri
... Instituto Biológico 52
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Quartel general do agronegócio Na Vila Mariana, zona sul de São Paulo, funciona o quase centenário Instituto Biológico, que abriga museus, laboratórios e o maior cafezal urbano do Brasil, com 1,6 mil pés de café
O
agronegócio brasileiro é res-
pecuária, por R$ 176,1 bilhões. Todo esse
ponsável por mais de 20% do Produto
sucesso do segmento se deve ao uso
Interno Bruto (PIB) nacional e garante
de tecnologia para combater pragas e
ao País posição de destaque no ranking
doenças, fomentar a produtividade e
mundial de exportação de grãos, fru-
desenvolver melhores técnicas de cul-
tas e carnes. Segundo a Secretaria de
tivo vegetal e criação animal, a fim de
Política Agrícola (SPA) do Ministério
diminuir as perdas e elevar a qualidade
da Agricultura, Pecuária e Abasteci-
dos produtos. Nesse quesito, o Instituto
mento (Mapa), em setembro passado
Biológico (IB), vinculado à Secretaria de
o País contabilizou o maior valor bru-
Agricultura e Abastecimento do Estado
to da produção agropecuária (VBP) da
de São Paulo, atua com excelência des-
série histórica (desde 1989), registran-
de 1927 no desenvolvimento de diag-
do R$ 487,9 bilhões – sendo as lavouras
nósticos para as áreas animal, vegetal
responsáveis por R$ 311,8 bilhões; e a
e de biossegurança.
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U M DIA No...
In s t it uto Biológ ico
Localizado na Avenida Conselheiro Ro-
e de fato já serviu de abrigo para sol-
conde” o maior cafezal urbano do Esta-
drigues Alves, 1.252, na Vila Mariana,
dados, durante a Revolução de 1930.
do, com 1,6 mil pés de café. O Instituto
(zona sul de São Paulo), o edifício-se-
Ainda em construção, em novembro
tem ainda como vizinhos o Museu de
de do IB não passa despercebido por
de 1930, o Instituto Biológico abrigou
Arte Contemporânea da Universidade
quem anda pela região. Projetado pelo
cerca de 800 soldados do 5º Batalhão
de São Paulo (MAC-USP, antigo prédio
arquiteto Mário Whately, o prédio se
de Engenharia, que lutavam contra as
do Detran), o Instituto de Engenharia,
destaca pelo estilo Art Déco – oriun-
tropas dos aliados de Getúlio Vargas.
o Instituto Dante Pazzanese de Cardio-
do da Europa da década de 1920 – com
logia e o Parque do Ibirapuera.
sua estrutura imponente e sóbria (até
O que nem todo mundo sabe é que
mesmo sombria), que remete a edi-
esse misterioso edifício abriga um
Origem no café
fícios industriais do século 20. Esse
verdadeiro “quartel general” do agro-
O primeiro grande desafio do antigo
mesmo estilo foi utilizado em outros
negócio brasileiro, onde são identifi-
Instituto Biológico de Defesa Agrícola
projetos arquitetônicos importantes
cados, em seus laboratórios, diagnós-
e Animal, criado em 26 de dezembro de
na cidade de São Paulo, como a Biblio-
ticos e soluções para verduras, frutas,
1927, foi findar os danos causados pela
teca Mário de Andrade e o Viaduto do
legumes e animais que vivem, entram
broca-do-café (Hypothenemus ham-
Chá, ambos na região central. Para al-
e saem do País. O prédio central é cer-
pei) – praga oriunda da África e que
guns, o prédio tem um “jeitão” militar
cado de muito verde, e aos fundos “es-
assolava as plantações desde 1924, cujas larvas do inseto perfuravam os grãos, deixando-os ocos, com menos peso e qualidade inferior para exportação. Na época, o café representava 70% de tudo o que era cultivado no País e era a principal fonte de receitas. Com o auxílio do IB, o combate à praga foi feito em 1,3 mil fazendas paulistas e mais de 50 milhões de plantas foram inspecionadas. Após obter êxito, o local passou a se chamar Instituto Biológico e o conceito de investir no controle permanente da vigilância sanitária, para preservar as riquezas agrícolas, consolidou-se em São Paulo. Na metade da década de 1950, próximo à construção foram plantados
Para alguns, o prédio do Instituto Biológico tem um “jeitão” militar e, de fato, já serviu de abrigo para 800 soldados lutaram contra as tropas aliadas de Getúlio Vargas na Revolução de 1930
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aproximadamente 2,5 mil pés de café para servir de estudos para pesquisas científicas. Hoje, o cafezal continua no local, ocupando uma área de 10 mil metros quadrados, com mais de 1,6 mil pés de café arábica das variedades Mundo Novo e Catuaí. Atualmente, a plantação tem propósitos didático, histórico e cultural, com o objetivo de retratar um período importante na história do Brasil. O lugar recebe centenas de pessoas que desejam conhecer essa cultura de perto. Mas o cafezal não é apenas bonito de se ver. Ele também produz, e desde 2006, entre os meses de maio e junho, é realizado o evento Sabor da Colheita – ato simbólico que marca o início da colheita do café no Estado de São Paulo. A produção gera cerca de 1 tonelada de grãos, que, após serem beneficiados, resultam em 500 quilos de café. O alimento é doado para o Fundo Social de Solidariedade do Estado e distribuído para a população.
Mundo de inseto O lugar também recebe, de terça a sexta-feira, excursões de escolas das redes pública e particular, além de curiosos pela diversidade animal e vegetal que o IB oferece. Uma das atrações mais requisitadas é o Planeta Inseto. Único jardim zoológico de insetos do Brasil, o Museu do Instituto Biológico concentra grande diversidade desses animais vivos, onde ensina
O Planeta Inseto é o único jardim zoológico de insetos do Brasil e concentra grande diversidade desses animais vivos. O objetivo é ensinar crianças e jovens sobre a importância dos insetos para a manutenção do meio ambiente
crianças e jovens a importância dos insetos para a manutenção do meio ambiente. No local, é possível encon-
No quinto andar do edifício principal
em 1 milhão de espécies, porém, acre-
trar famílias de bicho-da-seda e co-
também é possível encontrar uma co-
dita-se que ainda existam de 5 milhões
lônias de formigas e abelhas, além
leção de 350 mil exemplares de insetos
a 10 milhões de espécies a serem clas-
de bichos-pau e espécies de baratas,
(besouros, borboletas e outros), que
sificadas. O “guardião” da relíquia é o
desmitificando a ideia de sujeira e de
demonstram todas as peculiarida-
pesquisador científico e curador da co-
transmissão de doenças que essas
des, cores e tamanhos desses animais
leção, Sérgio Ide, que cataloga e manu-
criaturas representam às crianças.
– com população conhecida estimada
seia com cuidado cada um dos insetos.
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U M DIA No...
In s t it uto Biológ ico
identificar pragas e doenças. Desse
Instituto Biológico em números
total, 82 são credenciados pelo Ministério da Agricultura. Os diagnósticos atendem às áreas vegetal, animal e de monitoramento de alimentos pré-pro-
Criação
1927
cessados e de resíduos de agrotóxicos em bebidas e alimentos.
Espaço
122 mil m2 de terreno com 11 edifícios
Todo o material que chega ao institu-
Laboratórios
pela área de triagem no prédio prin-
30
to, de origem vegetal ou animal, passa cipal. Após avaliar as matérias e catalogá-las, seguem para as áreas com-
Exames
realiza mais de 350 tipos de exames Volume
petentes. Na triagem, são realizados em média 500 exames diários, sendo a maioria feita na triagem animal. Lá, os pesquisadores recebem amostras
450 exames diários
biológicas extraídas de bovinos, suínos, caprinos, ovinos, equinos e aves,
Trabalhadores
para análise e diagnóstico. Além dis-
250 pessoas
so, a seção também analisa itens como ração para pets e criações extensivas,
Biblioteca
100 mil periódicos e 12 mil livros Centro de Memória
340 mil documentos científicos Maior cafezal urbano paulista
10 mil m2, com 1,6 mil pés de café Fonte: Instituto Biológico
sêmen (para procriação), soro, leite, fezes, sangue, órgãos de animais, fetos e também faz necropsias. A triagem animal também expede laudos que autorizam o transporte interestadual de cargas vivas, mortas e animais silvestres. Realiza também monitoramento, vigilância e diagnóstico de rebanhos e requisições de certificação e revalidação, além de examinar cerca de 400 amostras de animais importados e exportados para países como Rússia, Japão, China e do Oriente Médio, entre outros serviços.
“As ações educacionais são significa-
-brasil e seringueira, que também
tivas para mostrar às crianças a re-
mantemos na propriedade para con-
Ao sul do edifício principal está o La-
levância de cada animal no ecossis-
tar um pouco da história do Brasil”,
boratório de Produção de Imunobio-
tema. O besouro, odiado por muita
aponta a pesquisadora e responsável
lógicos, responsável pela produção de
gente, é importantíssimo para man-
pela assistência de ação regional do
antígenos para vacinas. O responsá-
ter a qualidade do solo e não machu-
IB, Harumi Hojo.
vel técnico do laboratório é o médico-
ca ninguém. Também é interessante
-veterinário Ricardo Spacagna Jordão,
para as pessoas que vivem na cidade
Infraestrutura
terem contato com plantas que não
Nos 30 laboratórios do IB são realiza-
tudo de micro-organismo causadores
são comuns, como pé de café, pau-
dos mais de 350 tipos de exames para
da tuberculose e da brucelose. “Aqui
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que há mais de 15 anos se dedica ao es-
na área temos dois laboratórios, onde
ção é evitar a entrada e a proliferação
sa equina. É o único também creden-
trabalham três pessoas, e produzimos
de pragas oriundas de outros países.
ciado pelo Ministério da Agricultura
por ano 4 milhões de antígenos”, afir-
“Analisamos as amostras, caso haja al-
para a sorologia de febre aftosa.
ma. Os micro-organismos são cultiva-
gum problema, avisamos o Ministério
dos durante seis meses em câmaras
e eles tomam as medidas necessárias,
Para todos
que conservam a temperatura de 36ºC
como o controle de determinados lo-
Entre os clientes do IB estão autori-
e simulam um organismo vivo. O ma-
tes ou contêineres e até mesmo a proi-
dades públicas brasileiras, grandes
terial de verificação é usado no campo
bição da importação de determinados
empresas privadas e também peque-
por veterinários para detectar a tu-
países”, afirma a pesquisadora Eliana
nos produtores da agricultura fami-
berculose e a brucelose, doenças que
Borges Rivas.
liar. Principal responsável pela comi-
podem ser transmitidas por bovinos e suínos para os humanos.
da que chega às mesas das famílias O Instituto Biológico é o único labo-
brasileiras, a agricultura familiar res-
ratório paulista com 20 escopos cre-
ponde por cerca de 70% dos alimen-
Na triagem vegetal, o Laboratório de
denciados, referentes a 13 doenças:
tos consumidos em todo o País. Se-
Doenças Fúngicas em Horticultura
laringotraqueite infecciosa das aves;
gundo conta a pesquisadora Harumi
faz o diagnóstico em hortaliças fru-
salmoneloses e micoplasmoses aviá-
Hojo, o trabalho realizado pelo IB com
tíferas, plantas ornamentais e flores-
rias; doença de Newcastle; influenza
os pequenos agricultores é extrema-
tais. No setor também são realizadas
aviária; febre aftosa; estomatite ve-
mente importante para a manuten-
análises de produtos fiscalizados pelo
sicular; língua azul; brucelose suína;
ção dessa cultura. “O pequeno, mui-
Ministério da Agricultura em por-
peste suína clássica; doença de Au-
tas vezes, é carente de informações e
tos, aeroportos e fronteiras. A inten-
jeszky; sarna suína; e anemia infeccio-
não tem a quem recorrer quando se depara com algum problema na sua lavoura ou criação. O instituto aten-
O cafezal não é somente bonito de se ver. A sua produção gera cerca de 1 tonelada de grãos, que, após serem beneficiados, resultam em 500 quilos de café, que são doados
de a essa demanda e garante a qualidade dos alimentos que nós mesmos consumimos”, aponta. A duras penas, o instituto procura verba para restaurar algumas estruturas degradadas ao longo de 88 anos, para manter não apenas a excelência dos serviços prestados para a sociedade, mas também para continuar sendo um dos cartões postais de São Paulo. Algumas paredes e tetos estão descascados e deixam tijolos e concreto aparentes. A faixada também precisa de consertos. “Aguardamos recursos para contratar restauro para o prédio. Como se trata de reparação, tudo fica mais difícil”, afirma Harumi. Enquanto a verba não chega, o Instituto Biológico segue seu trabalho de auxílio ao agronegócio, visando bater novos recordes e continuar sendo a locomotiva da economia brasileira. &
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GA ST RONOMIA POR Lúcia Camargo
Sabor de Praça São Lourenço e Restaurante Madero são duas boas opções para levar as crianças e toda a família para comer e se divertir
A
férias
pós o Natal e o Réveillon, che-
por carpas; uma casa da árvore para
gam as férias. A cidade de São Paulo
as crianças maiores gastarem ener-
fica mais vazia nesta época, em razão
gia; e, no almoço de fins de semana e
da debandada de paulistanos que de-
feriados, também funciona uma sala
cidem passar a temporada pós-festas
de recreação para os pequenos, que
no litoral ou interior – já que o dólar
podem ser deixados aos cuidados de
continua alto e as viagens internacio-
monitores enquanto os pais almoçam
nais estão mais raras.
às sombras de amoreiras, jabuticabeiras e goiabeiras. O pessoal do grupo Só
Aqueles que permanecem na cidade
Alegria inventa gincanas e oficinas de
ganham a oportunidade de frequen-
artes para entreter as crianças.
tar lugares com menos filas e, dependendo da hora do dia, até circular pelas
A comida, servida em sistema de bufê,
ruas sem pegar muito trânsito.
inclui saladas, queijos, frios e pratos quentes. É possível encontrar opções de
Para quem procura restaurantes e lan-
folhas verdes com salmão defumado e
chonetes para levar crianças em férias
castanhas; palmito de pupunha assado
ou fazer uma refeição gostosa com
na brasa; cuscuz paulista; bobó de ca-
família e amigos, trazemos duas dicas
marão; tambaqui e salmão ao molho;
que combinam com a estação.
pastéis de queijo; galeto assado; costelinha de porco com molho de maçã; filé
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O Praça São Lourenço, na Vila Olímpia,
ao molho de mostarda (com o interior
é aquele restaurante para esquecer
rosado, bem raro em bufês, que costu-
que se está na metrópole poluída e
mam trazer a carne invariavelmente
barulhenta. Com 1,5 mil metros qua-
passada demais); entre mais de uma
drados, dispõe de mesas em meio a
dezena de outras opções. Aos sábados,
árvores; um espelho d’água habitado
é servida a tradicional feijoada.
Fotos: Fernando Nunes
Praça São Lourenço: restaurante dispõe de mesas em meio a árvores, espelho d’água com carpas, uma casa da árvore para as crianças maiores e sala de recreação para os pequenos, que podem ser deixados aos cuidados de monitores
além da facilidade do bufê, dento do qual pode-se encontrar opções tanto para o sobrinho de seis anos como para a vovó de 95. Cada um come o que quiser, pagando preço fixo.
Jantar à la carte Se durante o dia uma boa pedida é se sentar ao ar livre, no jantar o clima muda. Caso a intenção seja dar
Uma ala do bufê é reservada para al-
custa R$ 48, com saladas e pratos, e
um tom romântico à refeição, escolha
guns dos pratos mais procurados pela
R$ 62 se incluir também as sobreme-
uma mesa no mezanino, local mais
criançada: espaguete e pene com mo-
sas. Aos sábados, só há opção do com-
aconchegante e reservado, e com vis-
lhos branco e vermelho, batatas fritas
pleto, que sai por R$ 107 por pessoa. Nos
ta para o salão principal e o jardim.
e smile e minicachorro-quente.
domingos e feriados, adultos pagam
Nessa hora, o espaço ganha luzes dire-
R$ 116 pelo bufê, também com sala-
cionadas para valorizar as plantas ao
das, pratos e sobremesas. É grátis
redor e funciona o cardápio à la carte.
A variada mesa de sobremesas traz
para crianças de até cinco anos de
Entre os pratos, há lulas crocantes na
pudim de leite, quindim, torta trufa-
idade; e para aquelas com até dez
lenha com maionese de dill e salada
da de chocolate e massa folhada com
anos, há desconto de 50%. No valor
de ervas; salada de abóbora tostada;
calda de chocolate, além de frutas da
não estão incluídas bebidas nem
bochecha de boi braseada com vinho
estação em pedaços – estas um pouco
taxas de serviço.
branco e tomates; e magret (peito de
Doces, muitos doces
pato) acompanhado de tagliolini verde
desprezadas pelos comensais, que acabam saindo do bufê com o pratinho
Não raro acontecem por ali comemo-
na manteiga de cogumelos. O creme
abarrotado de doces e apenas uma ou
rações familiares. Almoços de aniver-
brulée de cupuaçu é uma das estrelas
outra fatia de abacaxi ou melancia.
sário são frequentes. Os grupos são
entre as sobremesas. Os preços são va-
atraídos pelo ambiente amplo, com
riados, mas um casal gasta em torno
Os preços não são exatamente popu-
muitos lugares para estacionar carri-
de R$ 300 em um jantar, a depender
lares. De segunda a sexta-feira, o bufê
nhos de bebês e cadeiras confortáveis,
das bebidas pedidas.
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GA ST RONOMIA
Sa bor de fér i a s
característica é a sazonalidade, “para garantir o frescor dos alimentos”. Entre as receitas com ingredientes da estação que mais sucesso fizeram nos últimos tempos, ele cita o musse de tangerina e o flã de jabuticaba. O restaurante dispõe de 300 lugares, que costumam lotar nos fins de semana. Recomenda-se fazer reservas. Caso vá de carro, prepare-se para deixar o veículo com manobristas, pois não há Fotos: Fernando Nunes
vagas nas ruas dos arredores. De segunda a sexta, o serviço custa R$ 10. Aos sábados e domingos, R$ 25.
Hambúrgueres saudáveis Outro restaurante que pode ser interessante para um dia tranquilo das férias é o Madero. Com três casas Um drinque como o dry martini sai
nado central, controle de iluminação e
na cidade, a rede acaba de incluir no
por R$ 26, e o refrescante mojito, por
tela de 120 polegadas.
cardápio os pratos da linha fit. São
R$ 19. Por uma garrafa do vinho bran-
receitas com menos calorias e sódio,
co argentino da uva Torrontés paga-
Aluno “Masterchef”
-se R$ 98. O café expresso da marca
O responsável pela cozinha é o chef
búrgueres para a criançada (que só
Fazenda Pessegueiro custa R$ 8. Se
Felipe Mirasierras, que já trabalhou
pensa em comer lanches no período
quiser, você pode tomar seu próprio
com duas das estrelas do reality show
sem aulas) e opções interessantes
vinho. A casa cobra R$ 50 a título de
de culinária que faz sucesso entre
para os pais.
“rolha” (taxa para servir o vinho leva-
quem gosta do assunto, o programa
do pelo cliente).
Masterchef, exibido pela TV Bandei-
A preocupação partiu do público que
mas, ainda assim, gostosas. Há ham-
rantes. Formado em Hotelaria pelo
queria comer carne sem se sentir
Os pequenos não são muito comuns
Senac-SP, ele começou sua trajetória
pesado. São dez novas receitas cria-
por lá nesse horário, mas caso queira
profissional trabalhando quatro anos
das pelo chef Junior Durski. Uma das
levar uma criança para jantar, o res-
na cozinha da Brasserie (fechada em
novidades mais radicais foi a substi-
taurante também dispõe de menu in-
2013), cujo dono era o francês Erick
tuição da maionese dos lanches por
fantil à la carte, que oferece filezinho
Jacquin. Em 2008, foi contratado pela
creme de palmito. Ele também trocou
de carne ou frango, com massa (na
argentina Paola Carosella para traba-
o trigo branco pelo integral, o leite in-
manteiga, molho vermelho ou branco)
lhar no Arturito e lá passou três anos,
tegral pelo desnatado e o açúcar pelo
ou purê com arroz, feijão e batatas. Os
saindo como sous chef (o cargo ime-
adoçante natural Stevia. E pediu para
pratos kids do jantar custam R$ 35.
diatamente abaixo do chef). Depois foi
seu laticínio desenvolver um queijo
para Londres, onde passou um ano no
cheddar light com menos sal.
O restaurante ainda oferece quatro
restaurante Gaucho, especializado em
áreas para eventos, que comportam
carnes portenhas.
A linha de comidas saudáveis inclui
rativas, há uma sala equipada com es-
Mirasierras define sua cozinha como
saladas funcionais, um prato à base
trutura de áudio e vídeo, ar-condicio-
“mediterrânea” e diz que a principal
de peixe (pela primeira vez no Made-
até 120 pessoas. Para reuniões corpo-
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três versões de cheeseburger, duas
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ro) e uma massa integral, que pode
eseburger vegetariano tem o hambúr-
Os pratos e lanches custam R$ 35,
ser combinada com frango ou ca-
guer feito de quinoa, aveia e cenoura.
em média.
marão. Para a sobremesa, a opção é
Uma das saladas funcionais leva grão
o minimusse de doce de leite fit e o
de bico, e a outra, sementes de soja, gi-
Para sobremesa, há minimusse de
sorvete de framboesa com calda de
rassol, abóbora, chia e linhaça, ambas
doce de leite fit, em que o leite inte-
frutas vermelhas com 0% de gordura
com o selo SBV Vegano da Sociedade
gral é substituído pelo desnatado e
e sem lactose.
Brasileira Vegetariana.
o açúcar, pelo adoçante; e sorvete de
Selo vegano
Quem prefere peixe pode pedir filé de
melhas. Tudo diet e light: 0% de gor-
O Cheeseburger Madero fit é servido
tilápia ao azeite ou com molho de ca-
dura e sem lactose.
em um pão integral crocante e leva
marões e tomates. E há ainda as mas-
creme de palmito no lugar da maione-
sas fit à base de trigo integral, servidas
Para as crianças, o cardápio traz O
se e cheddar com sal reduzido. Já o che-
com peito de frango ou camarões.
Cheeseburger Madero Kids, que ga-
framboesa com calda de frutas ver-
nhou salada. E o filé de tilápia agora também é oferecido junto com as
Madero: há hambúrgueres para a criançada (que só quer comer lanches no período sem aulas) e opções interessantes para os pais
opções de peito de frango grelhado e fettucine à bolonhesa. Inaugurado em 2005, no Paraná, o Madero recebeu esse nome em razão do negócio da família do chef, no ramo de madeireiras. Em 2009, Durski foi eleito Chef do Ano pela revista Veja Curitiba. Hoje com 63 estabelecimentos espalhados pelo Brasil, a rede engloba steakhouses, sports bar e hamburguerias. Acabou de abrir uma casa em Miami, nos Estados Unidos, e planeja duas filiais em Sydney, na Austrália, a serem inauguradas ainda em 2016. Em São Paulo, há Madero no Itaim, na Vila Olímpia e no Shopping Eldorado. Reservas não são obrigatórias, apenas recomendáveis se o grupo for grande. Nas lojas de rua, o manobrista sai por R$ 20. &
Serviço
Praça São Lourenço Rua Casa do Ator, 608 – Vila Olímpia. Fotos: Divulgação
Tel.: (11) 3053-9300 www.pracasaolourenco.com.br Restaurante Madero www.restaurantemadero.com.br
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AGENDA CULTURAL por Priscila Oliveira
O olhar do artista A exposição apresenta uma produção importante do cenógrafo e escultor brasileiro Roberval Layus sobre o universo da criatividade, aproximando o público para as suas ideias. A mostra procura traduzir por meio de fotos, obras, experiências processuais, utensílios e ferramentas os processos criativos e as tramas que alicerçam o seu trabalho – e de uma forma mais ampla, o próprio fazer artístico.
Onde: Sesc Pompeia Rua Clélia, 93 – Barra Funda Quando: até 31/1, de terça a sexta, das 10h às 20h; sábados e domingos, das 10h às 16h Informações: (11) 3871-7700
Fotos: Cada gota uma história – Rafaela Sena; Modos de Olhar – Gal Oppido
Frases, poemas e imagens distribuídas em vários espaços se preocupam em provocar a reflexão e a conscientização do público em relação ao uso da água. As ilustrações ora dialogam com espaços da unidade, ora apresentam situações do cotidiano e da cidade, a fim de que os visitantes se reconheçam e se identifiquem com as situações. A mostra ocupa vários espaços da unidade.
Onde: Sesc Ipiranga Rua Bom Pastor, 822 – Ipiranga Quando: até 28/2, de terça a sexta, das 8h às 21h30; sábados, das 10h às 21h30; e domingos, das 10h às 18h30 Informações: (11) 3340-2000
Cada gota, uma história 62
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Zoociedade A pesquisa da artista nasce com base em um jogo de palavras e na interação entre artes visuais e música. Seres antropomorfos e zoomorfos oferecem um reflexo do tempo em que vivemos: o hibridismo como traço principal do mundo contemporâneo. Os traços entrelaçados e sobrepostos percorrem a parede em branco, construindo essa metáfora social – não isenta de humor. Leila Monsegur é artista multidisciplinar, transita entre a pintura de grande formato, a performance multimídia, a videoarte, o desenho e a animação.
Onde: Sesc Santana Avenida Luiz Dumont Villares, 579 – Santana Quando: até 21/2, de terça a sábado, das 10h às 20h; domingo, das 10h às 17h Mais informações: (11) 2971-8700
Fotos: Zoociedade – Leila Monsegur; Zumbi – divulgação
Com curadoria de Audálio Dantas, jornalista e escritor, a exposição apresenta a história de Zumbi dos Palmares, contada em seis momentos: A Revolta; A Resistência (criação do quilombo); O Nascimento de Zumbi e Infância; O Rei Gangazumba; Zumbi (O Herói); e A Destruição dos Palmares.
Onde: Sesc Vila Mariana Rua Pelotas, 141 – Vila Mariana Quando: até 31/1, de terça a sexta, das 10h às 21h30; sábados, das 10h às 20h30; e domingos, das 10h às 18h30 Mais informações: (11) 5080-3000
Zumbi - A Guerra do Povo Negro
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ROTEIRO SP
por Priscila Oliveira
são paulo debaixo da terra
Túneis e passagens subterrâneas viram
atrações e contam histórias da metrópole
Avenida Tiradentes, 440 – Luz Horário: todas as sextas-feiras, às 14h, mediante agendamento prévio Informações: (11) 3327-7062/3115-0188
No prédio do quartel de Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), na Avenida Tiradentes, o túnel – que já contou com quase três quilômetros de extensão e ligava o quartel a outras unidades de segurança e à antiga penitenciária na mesma avenida – hoje tem apenas cem metros e foi transformado em uma espécie de museu, com muitas fotos e cartazes, que contam a história do batalhão na cidade. O subterrâneo de terra batida e pouca luz apresenta um clima sombrio e pouco arejado. Grandes teias de aranhas parecem guardar mistérios, que envolvem inclusive histórias da época da ditadura militar.
Túnel da Rota
Monumento à Independência
Praça do Monumento – Ipiranga Horário: De terça-feira a domingo, das 9h às 17h Informações: (11) 2068-0032; museudacidade@prefeitura.sp.gov.br O monumento foi criado no ano de 1922 e passou por várias reformas. Na principal delas, foi construída uma cripta, onde foram depositados os despojos da Imperatriz Leopoldina e os restos mortais de D. Pedro I e de D. Amélia, segunda Imperatriz do Brasil. Em 2000 foi criado um novo espaço em seu interior, concebido pelo Departamento do Patrimônio Histórico (DPH), que possibilitou o acesso do público às entranhas dessa escultura comemorativa. O trabalho concentrou-se nas alterações arquitetônicas no interior do monumento: novos acessos para a Capela Imperial e a construção da escada monumental.
Casa das caldeiras
Av. Francisco Matarazzo, 2.000 – Água Branca Horário: todos os domingos, entre 16h e 20h Informações: (11) 3873-6696 O edifício fabril da década de 1920 foi construído para abrigar caldeiras vindas da Europa, que produziam energia para todo o parque industrial erguido pelas mãos do Conde Francesco Matarazzo, numa área de aproximadamente 100 mil metros quadrados, em que a proximidade com as linhas de trem privilegiava o recebimento de matéria-prima e o escoamento da produção. O prédio foi tombado no ano de 1986 pelo Condephaat e está totalmente restaurado e focado na produção artística e cultural de São Paulo. Em razão de sua arquitetura, recebe diversos tipos de eventos.
Fotos: Divulgação
Aquário subterrâneo
Praça da Luz, s/n – Bom Retiro Horário: diariamente, das 9h às 18h Informações: (11) 3227-3545 Criado como um horto botânico, o Parque da Luz – tombado como Patrimônio Histórico – oferece um passeio único ao Aquário Subterrâneo, com diversas espécies de peixes e uma arquitetura que impressiona. Aproveite o passeio para conhecer o parque, uma área verde com grande vegetação, composta por bosques e jardins que trazem espécies como alecrim-de-campinas, andá-açu, chichá, corticeira, jenipapo, magnólia-branca, manila-copal, oiti, pau-marinheiro, pau-ferro, sapucaia e sol-da-mata. Destaque para as alamedas de falsa-figueira-benjamim e de guatambu, além da variedade de gimnospermas, palmeiras e do roseiral. Foram registradas 165 espécies, das quais dez estão ameaçadas, como a cabreúva, o cambuci e palmito-jussara.
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L IV ROS
Dicas de leitura
Trajetória de sucesso Em seu novo livro, Abilio, Determinado,
A arte da oratória
Guru da nova economia
Para alguns, falar em público é um gran-
Referência mundial em estudos que
tiane Correa mostra a inspiradora his-
de desafio. Este livro traz técnicas efica-
busquem conciliar ciência e espiri-
tória de determinação e superação de
zes para melhorar a comunicação tanto
tualidade, o indiano Amit Goswami
Abilio Diniz, um dos mais importantes
em apresentações, palestras e reuniões,
esteve no Brasil em novembro para
empresários do varejo brasileiro, que
quanto em situações do dia a dia –
lançar o livro Economia da Consciên-
transformou a pequena doçaria fun-
como uma simples conversa com ami-
cia. Tendo em vista o recente colap-
dada por seu pai, na Avenida Brigadeiro
gos ou colegas de trabalho. Escrito por
so da economia, que deu origem à
Luís Antônio, no gigante Pão de Açúcar.
Reinaldo Polito, importante especialis-
grande recessão, parece claro que o
Baixinho, gordinho e impopular na in-
ta em oratória, com mais de 1,4 milhão
sistema econômico atual precisa ser
fância, o empresário aprendeu na ado-
de livros vendidos, a obra contou com a
reformulado. Para Goswami, a modi-
lescência a conquistar seu espaço e le-
colaboração de Rachel Polito. Dotado de
ficação do modelo existente depende
vou essa mesma determinação para o
uma linguagem acessível, 29 Minutos
da compreensão de que os indivídu-
mundo dos negócios. Cristiane tam-
para Falar Bem em Público traz, no fim
os possuem não apenas necessidades
bém é autora do sucesso Sonho Grande,
de cada capítulo, um resumo do que foi
materiais, mas também emocionais,
que conta a trajetória do trio Jorge Pau-
abordado, que pode ser lido em menos
mentais, intuitivas e espirituais. Com
lo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupi-
de um minuto. Com ele, o leitor conse-
base nos princípios da física quânti-
ra, donos de ABInbev, Lojas Americanas,
guirá organizar o raciocínio para falar de
ca, o autor dá dicas para uma nova
Burger King e Kraft Heinz. O livro foi o
improviso com eficiência; elaborar uma
liderança empresarial e fala sobre
mais vendido nos anos 2013 e 2014, na
boa apresentação com começo, meio e
como revitalizar a área de negócios
categoria “negócios”, de acordo com o
fim; desenvolver a leitura em público e o
e lidar com a globalização, bem como
Publishnews. A autora foi editora-exe-
uso de recursos de apoio; decidir se deve
a forma de alcançar uma economia
cutiva da revista Exame e eleita uma
ou não ser bem-humorado em seu dis-
sustentável para evitar os colapsos
das personalidades mais influentes do
curso; e muito mais.
naturais e sociais.
Brasil pela revista Época.
29 Minutos para Falar Bem em Público
Economia da Consciência
Abilio, Determinado, Ambicioso, Polêmico
• Reinaldo Polito • Editora Sextante
66
• Amit Goswami • Editora Goya
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Ambicioso, Polêmico, a jornalista Cris-
• Cristiane Correa • Editora Primeira Pessoa
Ser EMPREENDEDOR
é mais do que ter um negócio,
realização É ENCONTRAR a sua própria
Levantar cedo todos os dias, sempre com a mesma motivação. Trabalhar duro, com hora para começar e sem hora para terminar, ser capaz de fazer muitas coisas ao mesmo tempo e traçar o próprio caminho. O empreendedor é aquele que encontra satisfação em tudo isso. É nisso que a FecomercioSP acredita. Nós representamos o comércio de bens, serviços e turismo de São Paulo e trabalhamos em prol da economia livre, dando suporte ao empreendedor para que ele cresça com acesso a informações de qualidade e tome suas decisões com mais confiança.
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