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revista comércio & serviços publicação da federação do comércio de bens, serviços e turismo do estado de são paulo
GER IR O A LUGU EL É U M A A RTE O merc ado aquec ido desaf ia empresár ios a ger ir melhor esse c u s to
VA I DA R PR A I A !
O pré-sal já c r ia grandes op or t unid ades de negó c ios na Baixad a Sant is ta
TIM-TIM IN TER ROMPIDO
ANO 21 • Nº 14 • ABRIL/MAIO • 2011
D iversa s bar reira s dif ic ultam a ex pansão do merc ado de v inhos no Bra sil
Pequenas EMPRESAS GRANDES atitudes
Com compromisso e c r iat iv id ade, empreendedores de menor p or te aplicam prát ic a s su s tentáveis nos negó c ios
S A BOR DE S ÃO PAU L O D ire tor d a O f ner analisa consumo e ges tão d a qu alid ade
EN T R E V ISTA
L A R RY ROM A N,
Por Jander Ramon fotos CLÁUDIO ROSSI
diretor comercial da Ofner
SABOR
paulistano Com 20 lojas instaladas na cidade de São Paulo, todas próprias, a Ofner é uma das marcas mais reconhecidas e vinculadas à metrópole. Focar na qualidade dos produtos e no atendimento ao cliente é a receita da empresa. A resposta do consumidor? 300 mil atendimentos mês
A
Ofner é uma das marcas tipicamente paulistanas. Nascida em 1952,
pela imigrante húngara Anna Ofner, a confeitaria conta atualmente com 20 lojas instaladas somente na capital paulista, além de possuir uma fábrica no bairro Socorro. Desde a década de 70, a empresa é controlada pelos irmãos portugueses Mário e Américo Martins da Costa, junto com o sócio José da Costa, que adquiriram o negócio de um outro grupo de empresários. Cabe ao catarinense Larry Roman, diretor comercial da Ofner, zelar pela operação do negócio e assegurar que todos os processos de qualidade sejam seguidos à risca. Há 19 anos na empresa, Roman atuou anteriormente na Shell do Brasil, onde iniciou carreira como estagiário e deixou a área de vendas da multinacional para ingressar na confeitaria. Economista formado pela Universidade de Campinas (Unicamp), o diretor comercial da Ofner se tornou um especialista no mercado de alimentação e, em especial, em compreender os desejos e necessidades do consumidor. “Existe todo um glamour, um jeito especial de atender o cliente, que é muito típico da Ofner, está no nosso DNA, e que desperta o desejo, o encantamento e a venda diferenciada”, ensina. O foco na qualidade dos produtos e no atendimento ao cliente, que se reflete na continuidade do negócio, constitui, na visão do especialista, o segredo do sucesso da Ofner, que recebe cerca de 300 mil clientes por mês nas 20 unidades, que passarão a 23 até outubro, sempre na cidade de São Paulo. “Nunca vi uma confeitaria que começou a vender sopa nas refeições sobreviver por mais de um ano”, analisa. Outro diferencial da empresa está em ser proprietária de todas as lojas da rede, rejeitando o modelo de franquias, seguido por concorrentes diretos. “É o modelo desejado pelo atual controlador da empresa e tem que ser respeitado”, afirma o diretor. Durante pouco mais de duas horas, Roman atendeu C&S na movimentada loja do Shopping Eldorado, em um papo regado a bom café, barras de chocolate e muitos ensinamentos sobre gestão de negócios e preservação da qualidade. A seguir, os principais trechos da entrevista.
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EN T R E V ISTA
L A R RY ROM A N,
diretor comercial da Ofner
C&S QUAL A PREVISÃO DA OFNER DE
ter mais gente distribuída melhor em
acompanhar esse movimento porque
DESEMPENHO NA PÁSCOA DESTE ANO?
todos os horários. A loja está preparada
as pessoas têm ansiedade por coisas
Laury Roman
Sempre fazemos o
para crescer. Mas é evidente que a ci-
novas – por embalagens, por produtos
planejamento em setembro e outubro
dade cresce e se expande em locais que
mais atualizados, com menos calo-
do ano anterior. Para esse ano, projeta-
têm outros perfis. Também acompan-
ria, menos gordura. Nesse sentido, a
mos crescimento de 15% de aumento,
hamos esse processo de mudança da
inovação é forte e tem de ser crescente.
sendo 10% advindo de aumento de
cidade. Você cobre esse processo com
Normalmente, dois ou três produtos
rede em relação ao ano passado e 5%
o crescimento da rede. Uma coisa é o
novos no Natal, um ou dois produtos
de crescimento de mercado.
crescimento dentro da rede existente
na Páscoa, e durante o ano, mais um
e a outra é o crescimento com a rede
ou dois, de forma que tenhamos cinco
REFERE-SE A VOLUMES UNITÁRIOS OU FATURAMENTO?
nova. Em São Paulo, está diminuindo
ou seis produtos novos por ano. No ano
as diferenças entre as regiões. No pas-
passado, tivemos produtos novos no
Volume, de 60 toneladas para 70. O
sado, era mais concentrado na Zona
Natal, panetones novos, uma linha de
faturamento fecha com um pouco mais
Sul, mas isso mudou muito.
tabletes nova.
QUANTOS PRODUTOS A OFNER LANÇA, EM MÉDIA, POR ANO? A confeitaria europeia, por excelên-
COMO É TRABALHADA A QUESTÃO DA QUALIDADE, MANTENDO O CONTROLE?
cia, que é o nosso conceito, tem sem-
Conceitual e estrategicamente temos
pre uma quantidade muito grande
uma fábrica onde produzimos, por
de produtos, mais de 300 itens. Na
excelência, qualidade sem oscilar, sem
O País está crescendo nos últimos anos
Páscoa e no Natal chega a 400 itens.
oportunismo de compras de matérias-
um padrão de rigor, de controle, de
que naturalmente acabou se concen-
colher a próxima loja? Normalmente o
com taxas de 3% a 5% ao ano. O que
Considere que cada sabor de sorvete
primas mais baratas ou de qualidade
uniformidade, de pouca tolerância no
trando em São Paulo. Mas a cidade
mercado vai dando sinais muito claros.
movimenta muito o nosso negócio está
é um produto, assim como cada bom-
inferior, pois as tentações são grandes,
sentido da liberdade operacional na
é tão grande que mesmo com esse
Fica fácil colocar uma loja Ofner dentro
ligado ao quanto a economia cresce.
bom. São nove grandes famílias de
mas não fazemos isso por foco de
loja que é manter o padrão original
processo podemos fazer muitas lojas.
de um shopping que já fez sucesso. É
Se a classe de menor renda consome
produtos. O que temos de fazer? Já é
negócio. Isso nasce do conceito de ter
definido para caracterizar uma rede.
Pelo menos 20, 30 ou mais, pensando
relativamente baixo o risco. Se aquele
produtos diferentes e estimula a eco-
um enorme desafio manter o nível de
o produto mais próximo possível da
Existem meios de controle de super-
na Grande São Paulo. Feita a lição de
local onde você se agrega já tem suces-
nomia, compra mais arroz e feijão, o
qualidade constante com essa quanti-
perfeição. Se você cair em tentações,
visão, de treinamento, de disciplina
casa, vamos partir para outras cidades
so, certamente você vai fazer. Para a loja
produtor de arroz e feijão vende mais,
dade de produtos. Porque o que marca
perde o foco. É preciso que a empresa
para manter esse processo ao longo
próximas, o que é natural. Mas faz pou-
de rua é um pouco diferente, mas sem-
e compra mais máquinas, ou seja, toda
uma empresa e a sua tradição não é a
diga ao cliente o que ela oferece e não
dos 58 anos que temos.
co sentido ir para uma cidade que não
pre os parâmetros macros da região e
a cadeia da economia é estimulada, fa-
quantidade de produto que ela lança
imaginar que um consumidor de pas-
São Paulo se ainda tem muita loja para
do bairro dão indicadores muito claros
zendo com que aqueles que têm maior
no mercado, mas a qualidade con-
sagem possa ser considerado o foco
abrir aqui. Exagerando, poderíamos ter
de que se pode ou não ter sucesso.
poder aquisitivo comprem mais de nós.
stante, presente, uniforme, histórica e
do negócio. Se fosse assim, vendería-
Esse processo é todo interligado. Isso
estratégica que ela mantém, sem mu-
mos cartão telefônico, isqueiro, pilha,
está refletindo na nossa venda também.
dança de qualidade e oscilação. Isso
todo tipo de quinquilharia. Portanto,
fideliza e faz uma empresa de sucesso.
a uniformidade precisa ser traduzida
Com isso, é evidente que você precisa
nos procedimentos da rede. Por isso,
de 20% em relação ao ano passado.
TOMANDO A PÁSCOA COMO REFERÊNCIA, MAS QUE VALE PARA O CONJUNTO DO NEGÓCIO, COMO O MERCADO BRASILEIRO TEM SE COMPORTADO?
Você tem uma rede instalada que normalmente tem uma capacidade instalada maior do que a que utiliza. Então, as lojas existentes podem absorver um movimento ou um crescimento de venda de 10%, 20% ou 30% ainda, porque você pode distribuir na rede e
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“
Produzimos qualidade sem oscilar, sem oportunismo de compras de matéria prima mais barata ou de qualidade inferior. O foco do negócio é ter um produto o mais próximo possível da perfeição
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“
COMO A OFNER RESPONDE A ESSA DEMANDA?
A REDE ESTÁ INTEIRAMENTE CONCENTRADA NA CIDADE DE SÃO PAULO, COM LOJAS PRÓPRIAS, ALGO MUITO PAULISTANO. POR QUE ESSE MODELO DE NEGÓCIOS, QUANDO SEUS CONCORRENTES PARTEM PARA O SISTEMA DE FRANQUIA?
200 lojas na cidade, facilmente.
COMO ESSE PLANEJAMENTO TERRITORIAL É FEITO?
VOCÊS SÃO MUITO PROCURADOS POR PROPRIETÁRIOS QUE OFERECEM IMÓVEIS?
A probabilidade de sucesso ao abrir
Com absoluta certeza. É um primeiro
uma loja em São Paulo é muito maior
indício, nas há outras comparações: o
Os donos da empresa definiram como
do que em outra cidade. Aqui já te-
sucesso da concorrência, contagem de
estratégia de negócio ter uma rede
mos o conhecimento (know-how),
tráfego, análise se é uma região resi-
relativamente pequena com absoluto
uma cidade que aceita esse produto,
dencial ou de passagem, que tipo de
controle, sem um processo de cres-
a questão do preço do produto, do
atividade é predominante, que tipo de
cimento de risco e sem endividam-
comportamento das pessoas. Está no
renda tem aquela região, uma série de
ento. Por isso, a loja é muito próxima
contexto de uma cidade gourmet, que
coisas, e tem o feeling, que não deixa
da matriz, próxima da supervisão, o
quer produtos de qualidade. Como es-
de ter o seu peso também.
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POR QUE SER PROPRIETÁRIO DAS LOJAS E NÃO CONTAR COM FRANQUEADOS?
diretor comercial da Ofner
área das cafeterias, dos gourmets, das
se muito fiel e tem disposição para
ceitável. O que temos de fazer? Treinar,
padarias, dos minimercados, das lojas
pagar um valor justo por um produto
suprir essa deficiência, bancar essa de-
de conveniência.
de qualidade. O que nos faz melhorar
ficiência e formar as pessoas, para que
é o cliente.
elas atendam essa necessidade. Sem
É o modelo desejado pelo atual controlador da empresa e tem que ser respeitado. Passamos por esse modelo de franquias,
E QUAL É O PERFIL DO CONSUMIDOR PAULISTANO?
no passado, e não deu muito certo.
Disparadamente exigente. Hoje, o
dúvida, o Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio (Senac) tem con-
mado e desenvolvido porque passou
COMO A OFNER RESPONDE A ESSE DESAFIO DO ATENDER BEM, UMA VEZ QUE HOJE O CAPITAL HUMANO SE TORNOU CENTRAL NA AGENDA DAS EMPRESAS?
a consumir esses produtos. Há 15
Primeiro, quanto mais velha uma em-
anos, podíamos contar na mão quan-
presa for no mercado, mais jovem ela
ONDE ESSA DEFICIÊNCIA AFETA SEU NEGÓCIO?
brasileiro tem paladar para o choco-
tribuído muito, mas estamos muito preocupados com a formação básica da massa da mão de obra.
O MOMENTO PARECE SER MUITO INTERESSANTE EM TERMOS DE EXPANSÃO DO MERCADO DE GASTRONOMIA EM SÃO PAULO. COMO AVALIAM ESSE MOVIMENTO?
late, para o vinho, para o café, for-
tas cafeterias existiam em São Paulo.
tem de ser, senão, não sobrevive. Aí
Em tudo. Educação, valores. O simples
Penso que isso acontece de acordo com
Os cafés eram servidos no copo nas
tem a qualidade do ponto de venda,
fato do bem servir uma pessoa. Como
o crescimento da economia, porque
padarias. Hoje, só se fala em barista,
de atualização atendendo o desejo da
é que uma pessoa sem formação tem
comer fora de casa está ligado à renda
profissional do café. Não se impor-
sociedade atual, mais jovem; um aten-
uma etiqueta para servir um bom café?
também. Claro que numa cidade como
tava máquina de café, porque o mun-
dimento mais adequado, mais solto;
Sentar o cliente a uma mesa adequada-
São Paulo, às vezes, você não consegue
do não era globalizado dessa forma,
compreender que está no preço que o
mente? Servir o café na temperatura?
retornar a sua casa, para fazer sua
demorava-se um ano para importar
cliente paga o serviço que a pessoa lhe
Perguntar pela necessidade do clien-
refeição e é natural. Mas, em nível de
uma máquina de café. O consumidor
oferece. Aí está o diferencial. Fora a in-
te? Explicar ao cliente a qualidade do
gastronomia, a cidade é comparável
aprendeu a ser exigente, cada vez
trodução de melhoria de qualidade dos
produto? Ter paciência para ouvir? Ofe-
às principais do mundo. É por isso
mais, graças a Deus. E o paulistano
produtos, porque hoje você pode im-
recer mais produtos adequadamente
que proliferou, no bom sentido, essa
tem
portar as matérias-primas disponíveis
para a pessoa, no momento correto?
do mundo inteiro. Com o mundo glo-
Enfim, esse processo não existe no dia a
balizado, não há mais desconhecido e
dia e ainda há uma boa parte das famí-
nem inocente no mercado.
lias que em casa não têm essa estrutura.
uma
“
particularidade:
torna-
Esse é o desafio do varejo. O varejo tem
O consumidor aprendeu a ser exigente, graças a Deus. E o paulistano tem uma particularidade: torna-se muito fiel e tem disposição para pagar um valor justo por um proproduto de qualidade
E A QUALIFICAÇÃO DOS RECURSOS HUMANOS?
muitas particularidades que não são
As empresas, infelizmente, têm de fazer
a reclamação do cliente é muito grande.
E O FOCO?
“
Na qualidade, sempre. Se vendo uma tortinha de morango a R$ 5 porque ela é fresca, feita no dia, tenho que honrar
As empresas, infelizmente, têm de fazer o papel que o governo deveria fazer, que é oferecer aos empresários pessoas preparadas, com nível de escolaridade adequado para atender às exigências do mercado. Hoje, temos que bancar essa deficiência e formar pessoas. É uma defasagem inaceitável
esse compromisso. Não posso vender a torta do dia anterior com esse preço, porque seria desonesto, como também não é parte do meu negócio vendê-la por R$ 3, só por ser do dia anterior. O que sobra vai para o lixo e isso está previsto na margem de preço. A qualidade é a essência do nosso negócio.
“
L A R RY ROM A N,
EN T R E V ISTA
muito percebidas, mas quando faltam,
o papel que o governo federal, o estado e o município deveriam fazer, que é
UM PONTO SENSÍVEL DO NEGÓCIO.
oferecer aos empresários pessoas pre-
O ponto de venda traduz para o cliente
paradas, com nível de escolaridade ad-
o que é a organização, o seu valor, a sua
equado para atender às exigências do
cabeça como gestor, o seu negócio. É
mercado. Isso é uma defasagem ina-
tudo, absolutamente.
“
QUAIS SÃO OS PLANOS DE CRESCIMENTO? Temos 20 unidades. Imagino que vamos fazer em torno de duas a três lojas por ano, nos próximos dois ou três anos anos. Depois, haverá uma aceleração disso. E também atualizar e reformar as lojas existentes. Pelo menos mais duas ou três por ano.
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GE STÃO Por ENZO BERTOLINI
A ARTE DE
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ALUGAR UM IMÓVEL Com a segunda menor taxa de vagas disponíveis no mundo, encontrar um espaço que não estoure seu orçamento é um grande trabalho
E
scolher um bom ponto comercial
de Escritórios Corporativos do Sindicato
está entre as muitas tarefas a serem
da Habitação do Estado de São Paulo
cumpridas quando se decide abrir uma
(Secovi). Em São Paulo existem dois prob-
empresa. Além da localização estratégica
lemas hoje: economia forte e pouca dis-
para o bom desempenho do negócio, o
ponibilidade de terrenos. “Os preços têm
preço do aluguel é algo que deve receber
subido absurdamente para escritórios e
muita atenção. Esse gasto pode ter um
residências”, afirma.
papel importante na planilha financeira do empresário, para o bem ou para o mal.
O fato de o ciclo de produção do mer-
Em um momento de superaquecimento
cado imobiliário ser lento colabora
do mercado imobiliário no País, saber
para essa explosão de preços. “Do mo-
identificar e precificar a melhor opção
mento em que compro o terreno até a
se tornou uma arte.
construção são pelo menos três anos”, conta o diretor do Secovi. Segundo es-
O aquecido mercado de imóveis tem
timativas da entidade, este ano ainda
feito com que os locatários aumentem
será de alta nos preços, porém, isso deve
o preço dos aluguéis acima da inflação.
mudar no ano que vem com a entrada
“Tem aparecido pouca área para con-
de mais salas comerciais no mercado.
strução nesses últimos anos”, explica
A estimativa é de 230 mil m2 esse ano, e
Ricardo Betancourt, diretor de Locação
235 mil m2 para 2012.
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A a r te de a lu g a r u m i móvel
“
Pesquisa realizada pela Colliers, consulto-
O peso do aluguel na composição de custos de uma empresa deve ser de 4% em média, com teto de 5%
ria global de venda e aluguel de imóveis comerciais, afirma que a vacância em São Paulo é de 2,6%, em linha com as estimativas do Secovi, de 2,3%. Ainda segundo a consultoria, São Paulo e Rio de Janeiro
Ricardo Enrique Betancourt
são as cidades com as mais baixas taxa
Diretor do Secovi
de vacância do mundo (a capital flu-
“
GE STÃO
minense detém a marca de 1,6%). Para
Betancourt diz que, ao procurar um local
efeito de comparação, em Nova York a
para o negócio, o empresário deve prever
vacância é de 12,4%, em Londres, de 8,2%,
a situação atual e projetar cinco anos de
e, em Shangai, de 13,1%. O preço do metro
total de faturamento. “É complexo definir
crescimento como prazo. “É uma junção
quadrado na capital paulista também é
um porcentual, pois depende do serviço
de fatores. Tem que se levar em conta o
um dos mais caros no planeta. Segundo a
que você presta. Para setores que são in-
valor do aluguel na localidade e o padrão
Colliers, São Paulo ocupa a oitava posição
tensivos em mão de obra, como serviços,
de qualidade e segurança do edifício”,
no ranking mundial, com aluguel médio
o custo pode ser maior. Já para aqueles
explica o diretor do Secovi.
de US$ 79,73 o m2 (base nos preços de-
que usam muito espaço, o preço por met-
dezembro de 2010).
ro quadrado deve ser menor”, explica.
Para micro e pequenas empresas a lei
Para as empresas que planejam expandir
para mudar de imóvel rapidamente e,
da oferta e da procura tão acirrada pode
seus negócios, é essencial saber avaliar
exatamente por isso, deve ter em conta
significar um saldo negativo no final do
quanto do seu faturamento pode ser ab-
o planejamento do futuro do negócio,
mês. Betancourt diz que o peso relativo
sorvido com os principais custos: mão de
evitando deslocamentos de pontos. “É o
das despesas de aluguel na composição
obra, aluguéis e impostos. “Se possível, é
tipo de risco que ele não precisa sofrer”,
de custos de uma empresa deve ser de
melhor conseguir locações que represen-
alerta o economista Luiz Roberto Calado,
4% em média, com teto de 5%. Para Fabio
tem um peso igual ou menor do que na
autor do livro “Imóveis – Seu Guia para
Pina, assessor técnico da Federação do
média dos negócios já existentes”, afirma
Fazer da Compra e Venda um Grande
Comércio de Bens, Serviços e Turismo do
o especialista da Fecomercio.
Negócio”, lançado pela Editora Saraiva.
Costuma ser raro o pequeno empresário contar com fluxo de caixa suficiente
Estado de São Paulo (Fecomercio), não é
“
razoável que o gasto ultrapasse os 10% do
O imóvel pode servir de garantia para obtenção de financiamento para a expansão do negócio
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Foto: Marcos Issa
Foto: Divulgação
autor do livro ‘Imóveis - Seu Guia para Fazer da Compra e Venda um Grande Negócio’
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à esquerda: Ricardo Enrique Betancourt, Diretor do Secovi ao lado: Luiz Roberto Calado Economista
“
Luiz Roberto Calado
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ensinamentos sobre como gerir o custo de aluguel em um negócio
1.
Faça contratos de longo prazo. Quanto maior o prazo do contrato, mais força de negociação o inquilino tem;
2. Verifiq ue q uais reg iões têm preço melhor. Sua
empresa precisa estar em regiões mais caras do que os concorrentes? Existem bairros com preços menores de locação e ótima localização;
3.Dependendo do porte do negócio, nem toda a empresa
precisa ficar na região mais cara. Pode-se, por exemplo, ter um departamento específico em uma região de maior visibilidade e o restante em um bairro de custo menor;
4.Avalie bem o ponto e as condições contratuais para eventuais rompimentos;
5.Identifique efetivamente a necessidade de espaços
Alugar ou comprar?
6.Verifique o alug uel em relação às oportunidades
A tendência é que as empresas cada vez
O reajuste no preço dos aluguéis to-
em imóveis semelhantes;
mais sejam locatárias. Isso porque uma
mam por base, geralmente, o Índice
7.Garanta o pagamento em dia, pois isso assegura ao
das formas para se medir os resultados
Geral de Preços - Mercado (IGP-M).
inquilino forte poder de negociação de valores e de reajustes;
de uma empresa está na rentabilidade
Para o assessor da Fecomercio, ape-
8.Leve em conta a qualidade de vida. Avalie se há uma re-
sobre o patrimônio. Se a empresa não é
sar de ser uma tradição neste tipo de
proprietária do ativo, evidentemente o
contratos, nem sempre usar o IGP-M
valor do patrimônio não é contabilizado
para correção é uma alternativa ad-
para esse parâmetro de cálculo e há uma
equada. “O ideal seria buscar índices
clara tendência de mercado para que as
de cor reção adequados ao negó -
empresas não detenham ativos imobili-
cio”, explica Pina. No acumulado
zados. Esse investimento é justificável
em 12 meses encer rado em mar-
quando a aquisição faz parte do foco do
ço, o I GP- M at ingiu a marc a de
negócio e é essencial para a atividade,
10,95%. No mesmo período, apenas
caso da indústria extrativista ou de
a t ít ulo de comparação, o Índice
infraestrutura, por exemplo. Inclusive
de Preços ao Consumidor Amplo (IPC-A),
porque benefícios fiscais podem ser ob-
índice oficial usado pelo governo para
tidos na aquisição do bem, entre eles um
a meta de inflação, ficou em 6,29%.
para desenvolver negócios de maneira satisfatória;
lação razoável entre o melhor ponto comercial e a distância percorrida para chegar ao local;
9.Antes de se instalar em um bairro, verifique na Prefei-
tura se a Lei de Zoneamento admite a finalidade da empresa;
10.Não existe formula mágica em um mercado em alta. Manter um bom relacionamento é a melhor ferramenta para negociar reajustes.
abatimento do valor do ágio no recolhimento do Imposto de Renda.
A cobrança de “luvas” para a locação do imóvel, especialmente em locais com
Fonte: Assessoria Técnica da Fecomercio, Secovi e especialistas
Calado enxerga, entretanto, uma vanta-
muita demanda, apesar de repudiada
gem a ser considerada em prol da aqui-
por alguns, é uma prática de varejo
sição do imóvel: o bem pode servir de ga-
e legal, segundo o diretor do Seco-
rantia para obtenção de financiamento
vi. “Em regiões supervalorizadas é
para a expansão do negócio.
comum fazer isso.”
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EMPR EENDEDOR ISMO Por Thiago Rufino
MARCA REGISTRADA Com franca expansão no Brasil, mercado de franquias cresceu 20,4% em 2010. Expectativa é otimista para os próximos anos
D
Os números do setor impressionam,
Além disso, o franqueado tem à dis-
apenas em 2010 foram movimentados
posição todo o suporte oferecido pela
R$ 75,9 bilhões com a geração de mais
rede, o que facilita o início do negócio.
de 775 mil empregos diretos. O Estado
“Há suporte para a abertura da unidade
de São Paulo detém 53% das empresas
em menor tempo, uma vez que a rede
franqueadas, seguido por Rio de Janeiro
tem padronizado uma série de procedi-
(13%) e Paraná (8%). Apesar do mercado
mentos”, afirma o diretor-executivo da
apresentar desempenho crescente nos
ABF. “Inclusive, a franqueadora auxilia
últimos anos, aqueles que desejam se
o empreendedor a contratar e treinar a
tornar empreendedores franqueados
equipe”, completa.
precisam de cautela e planejamento antes de começar o negócio. “É necessário
Expectativas superadas
pesquisar, definir o ramo de atividade e fazer uma avaliação de mercado daquela
A maioria daqueles que investem no seg-
marca”, explica o diretor-executivo da
mento de franchising estão satisfeitos e,
ABF, Ricardo Camargo.
muitas vezes, surpresos pelo bom des-
e acordo com a Lei 8.955/94, a
empenho alcançado. É o caso de Arnaldo
franquia empresarial está definida como
Outro ponto fundamental que deve ser
Lima, proprietário de quatro unidades
“o sistema pelo qual um franqueador cede
avaliado pelo futuro empreendedor é a
da Authentic Feet, rede especializada
ao franqueado o direito de uso de marca
localização do ponto comercial. Às vezes,
em venda de calçados. “Desde o início,
ou patente, associado ao direito de dis-
a locação de um espaço em um centro de
quando contamos com um bom parceiro,
tribuição exclusiva ou semiexclusiva de
compras garante maior visibilidade ao
o risco para o negócio é menor devido ao
produtos ou serviços”. Segundo dados
novo negócio, porém o valor elevado do
suporte oferecido”, afirma.
da Associação Brasileira de Franchising
aluguel cobrado pode ser um limitador.
(ABF), o setor segue em plena expansão
Para Camargo, um dos principais mo-
O empreendedor começou a trabalhar
no País; em 2001 havia 600 redes no Brasil,
tivos que leva cada vez mais pessoas a
com a marca em 2004 e está satisfeito
em 2010, o número saltou para 1.855. No
investirem no setor é a tradição agregada
com os resultados obtidos até o momen-
mesmo período, as unidades franqueadas
ao negócio. “O novo empreendimento já
to. Hoje, as unidades administradas por
também conseguiram um considerável
traz consigo uma marca forte e o padrão
Lima contam com 28 funcionários distri-
avanço, de 51 mil para mais de 86 mil.
de qualidade no atendimento”, garante.
buidos entre as três unidades localizadas
DICAS PARA ABRIR UMA FRANQUIA
MERCADO Busque informações sobre a avaliação de mercado daquela determinada marca e as condições que o futuro parceiro oferece;
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PLANEJAMENTO Busque orientação especializada junto a advogados, contabilistas e a própria ABF para analisar o contrato com o franqueador;
PONTO Defina possíveis locais para começar o empreendimento baseado no capital inicial disponível;
DEDICAÇÃO Franqueados são unânimes em afirmar que a participação e espírito empreendedor são fundamentais para o desenvolvimento da empresa;
CAPACITAÇÃO
ESTUDE O TEMA
Caso não tenha experiência na área de atuação, procure por cursos específicos para o setor e fique atento às tendências;
O site da ABF (www.abf.com.br), por exemplo, tem diversos artigos para novos empreendedores, inclusive oferece cursos e palestras.
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Ma rc a reg is t rad a
EMPR EENDEDOR ISMO
na capital paulista e uma na cidade de Santos. Entretanto, Lima ressalta que “diferente do que, talvez, algumas pessoas pensem, antes de entrar no mercado de franquias, seja no comércio de bens ou serviços, é preciso eleger um ramo que
O Know-how e a experiência da franqueadora somada ao contato com fornecedores que têm conhecimento na área de atuação facilitam o ingresso do empreendedor no mercado
realmente goste para facilitar o seu trabalho e que o torne prazeroso”, orienta.
as diferenças cambiais do real para o dó-
anos que administra uma unidade da
lar, uma vez que esses acontecimentos
UNS Idiomas, em Osasco, se encaixa no
Dario Orsini, proprietário de quatro un-
afetaram diretamente o turismo inter-
primeiro grupo.
idades da CI na região do ABC, rede re-
nacional”, revela.
sponsável por realizar intercâmbios para
“Ter sido professor de inglês da própria
estudo e trabalho em diversos países,
Orsini decidiu investir no setor no final
rede facilitou a decisão, porque ganhei
além dos desafios de administrar o
na década de 1990 e um dos motivos
experiência e reparei como a franquea-
próprio negócio ainda teve que enfrentar
que o levou a optar pela franchising
dora lidava com o marketing e decidi
algumas turbulências que ocorreram no
foi o “know-how e a experiência da
começar o meu próprio negócio”, conta
mercado que atua. “As principais dificul-
franqueadora somada ao contato com
Pardo. O jovem empreendedor conta
dades foram após os ataques terroristas
os fornecedores externos, graduados e
que sempre buscou por independência
nos Estados Unidos em 11 de setembro
com conhecimento de mercado”, conta.
financeira. “Na época, meu avô tinha
de 2001, a crise mundial de 2008/09 e
Segundo ele, conquistar esse tipo de rela-
acabado de vender um terreno e pedi o
cionamento fora de uma rede conhecida
valor como empréstimo para devolver em
seria bem mais complicado.
no máximo dois anos. Consegui juntar o montante com um dinheiro extra que
Jovem empreendedor
tinha e deu certo”, comemora.
Camargo, diretor-executivo da ABF,
A unidade administrada por Pardo fun-
explica que hoje não há um perfil pre-
ciona desde março de 2009, ou seja,
dominante entre os franqueados, são
quando ele ainda tinha apenas 18 anos.
desde recém-formados, profissionais
“Pretendo, entre o final deste ano e o início
mais experientes em busca de outra
do próximo, abrir uma nova unidade e até
fonte de renda, até aqueles que deci-
2013 começar a terceira franquia”, revela.
dem investir no setor depois de ter tra-
Portanto, o mercado de franchising deve
balhado por vários anos em outras em-
continuar em expansão no Brasil e ainda
presas. Felipe Pardo, jovem de apenas 20
há espaço para novos empresários.
“ 22
Ricardo Camargo
Diretor-executivo da ABF
2011 • edição 14 • abril / maio
“
Crédito: Divulgação ABF
A franquia já traz consigo uma marca forte e o padrão de qualidade. Há suporte para abertura da unidade em menor tempo e a franqueadora auxilia o empreendedor a contratar e treinar a equipe
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C A PA TEXTO E FOTOS ENZO BERTOLINI
Pequenas ATITUDES GRANDES efeitos Micro e pequenos empreendedores mostram ser possível, com compomisso e poucos recursos, manter um negócio sustentável mesmo de pequeno porte
I
magine uma oficina mecânica.
A imagem clássica é um ambiente escuro, peças espalhadas e mecânicos com macacões cobertos de graxa. Mas se você pedir para o empresário Pedro Luiz Scopino imaginar uma oficina mecânica, a realidade será muito diferente. Em um galpão de 40m²na Casa Verde funciona, há oito anos, uma oficina mecânica sustentável. “A paternidade me fez mudar de atitude. Queria ser exemplo para meus filhos e construir um mundo melhor”, explica. Scopino já possuía uma oficina mecânica na região e estava planejando se mudar para um espaço maior. O projeto seria diferente de tudo o que já tinha visto e feito antes. O empresário queria
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Peq uena s atit udes, g ra ndes efeitos
“
“
C A PA
Ações sustentáveis têm de ser cotidianas. O aquecimento global já está aí e precisamos fazer nossa parte
Antonio Melo Lopes
Proprietário da New Burguers
Entre a lei e a vontade há um grande espaço ensina que uma das melhores maneiras de atrair os empresários para inovações é garantir lucro para eles. “No Brasil a reciclagem de latas de alumínio de refrigerantes e cervejas não precisa de incen-
Pedro Luiz Scopino em sua oficina
tivos porque é lucrativo reciclá-las e isso acontece com 99% delas.” As ações descritas nesta reportagem vão ao encontro do plano do
Robson Trindade é outro que reclama do poder público. E por
governo de estabelecer as regras de logística reversa prevista na
desinformação. Todos os dias ele põe sacos de resíduos recicláveis
fazer de sua oficina um exemplo de
de óleo é vendido a uma empresa es-
As ações de Scopino também se re-
Política Nacional de Resíduos Sólidos. No último dia 17 de fevereiro
no porta-malas de seu carro e os deposita em lixeiras específicas na
empresa verde, onde tudo recebesse a
pecializada em re-refino do produto.
fletem na comunidade em torno de
foi instalado o Comitê Orientador de Logística Reversa, que irá es-
Faap, onde dá aulas, ou em um posto do supermercado Pão de Açúcar.
sua empresa. Em parceria com a Pre-
tabelecer regras de retorno para seis cadeias produtivas: agrotóxicos,
O empresário desconhecia que a Prefeitura de São Paulo realiza co-
Além disso, o empresário recolhe a
feitura de São Paulo, o empresário ins-
lâmpadas fluorescentes de vapor de sódio e de mercúrio, pneus, pilhas
leta seletiva em seu bairro.
Na internet o empresário encontrou
água da chuva para descarga de ban-
talou um contêiner verde que recolhe
e baterias, óleos lubrificantes e eletroeletrônicos e seus componentes.
informações suficientes para tornar
heiro, lavagem de peças e da oficina e
todo o lixo reciclável produzido pela
seu projeto realidade. O teto do prédio
contratou uma empresa especializada
oficina e pelos vizinhos. “O reflexo nos
A maioria dos empresários reconhece que o Brasil tem uma boa
tiva os cidadãos a escolherem opções mais sustentáveis de geração
é coberto com telhas translucidas que
em lavagem de uniformes. O fun-
funcionários é positivo também, pois
legislação ambiental para regulamentar diferentes setores da eco-
de energia, tais como painéis solares, por meio de incentivos fiscais
permitem maior entrada de luz natu-
cionário não precisa levar o macacão
eles trazem o lixo reciclável de casa”,
nomia. Porém, são quase unânimes ao criticar a participação do
para a compra e instalação destes. Localizado bem abaixo do buraco
ral dispensado quase completamente
sujo para casa e a graxa recebe desti-
afirma Scopino. A empresa também é
poder público nessa cadeia. No Rio de Janeiro, a designer de joias
na camada de ozônio, o território australiano é atingido por raios
a luz artificial. No subterrâneo do pré-
nação correta – longe do esgoto.
uma central de recolhimento de óleo de
sustentáveis Silvia Blumberg, reclama da falta de coleta seletiva.
solares muito mais intensos do que em qualquer outro lugar do
cozinha usado, trazido pelos vizinhos e
“Sinto-me impotente frente ao descaso público.” Silvia conta que
planeta. O que é ruim para a pele se mostra útil para a geração de
funcionários. Este material é repassado
de tempos em tempos vai até postos de recolhimento de recicláveis
energia limpa. E em alguns estados australianos os cidadãos
a uma entidade que fabrica sabão.
para depositar seu lixo.
recebem dinheiro pela energia produzida e não utilizada.
destinação correta.
captação, que recebe todo óleo velho que é trocado dos carros. Além disso, todas as peças de carros são lavadas com produtos biodegradáveis e os resíduos de graxa na água passam por um processo de decantação. A água vai para a rede de esgotos e a graxa é direcionada para o tanque. Todo o resíduo
“
A paternidade me fez mudar de atitude. Queria ser exemplo para meus filhos e construir um mundo melhor
Pedro Luiz Scopino Empresário
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“
dio, Scopino instalou um tanque de
Um exemplo de atuação positiva vem da Austrália. O governo incen-
O dono da lanchonete New Burguers, Antonio Melo Lopes, diz não fazer mais por falta de condições financeiras. “Queria instalar placas de absorção de luz solar, mas ainda é muito caro e não há incentivos financeiros como redução de tributos”, explica. O presidente do Conselho de Sustentabilidade da Fecomercio, José Goldemberg,
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C A PA
Peq uena s atit udes, g ra ndes efeitos
“
A adoção de práticas sustentáveis por
ciclável do orgânico, trocou os copos
Para José Goldemberg, presidente do
micro e pequenas empresas é algo
de plástico por recipientes de vidro,
Conselho de Sustentabilidade da Fed-
crescente e ocorre muito mais pelo
instalou lâmpadas fluorescentes, uti-
eração do Comércio de Bens, Serviços
desejo do empreendedor do que por
liza papel reciclado para as impressões
e Turismo do Estado de São Paulo (Fe-
incentivos fiscais ou marketing com
enquanto as folhas usadas servem
comercio), tradicionalmente micro e
o consumidor. A agência de intercâm-
como rascunho. “Imprimíamos grande
pequenos empresários são o setor mais
bio cultural West 1 é outro exemplo.
quantidade de formulários para enviá-
dinâmico no que se refere a inovações
Por iniciativa de um ex-funcionário,
los por fax. Agora fazemos tudo por
tecnológicas e, por isso, são mais su-
a empresa passou a separar o lixo re-
email e os documentos são todos esca-
scetíveis às mudanças e novidades.
neados”, explica Vanessa Alves, gerente
“Nada mais natural, portanto que estes
e consultora educacional da West 1. A
empresários inovem em ações susten-
ação positiva da empresa conta com a
táveis. Em particular, resíduos reciclá-
colaboração do condomínio onde está
veis é uma área que oferece grandes
localizada a agência e que faz coleta
possibilidades de inovação.”
A iniciativa no ambiente de trabalho me motivou e eu comecei a reciclar lixo em casa também gerende da west 1
“
Vanessa Alves
Os micro e pequenos empresários são o setor mais dinâmico no que se refere a inovaçõe tecnológicas e, por isso, é natural que desenvolvam ações sustentáveis
seletiva. A iniciativa no ambiente de trabalho foi refletida na vida pessoal
Os pequenos empresários também
de Vanessa. “Eu comecei a reciclar lixo
são responsáveis pela inserção do con-
em casa também.”
ceito de sustentabilidade em grandes Escritório da West1
empresas. O designer de produtos Fernando Mascaro atua há dez anos em indústrias de grande produção. Seu foco é a área de pesquisa e desenvolvimento e envolve participação na produção, métodos e processos em busca de produtos que utilizem pouca matéria prima e gerem o mínimo de resíduos. Há três anos ele conseguiu significativos resultados em uma indústria calçadista. Para Mascaro, “é preciso trabalhar para uma mudança de cultura nas grandes empresas”. No Tatuapé, o proprietário da lanchonete New Burguers, Antonio Melo Lopes, começou o empreendimento há quatro anos inspirado por ações de corporações de grande porte. Ali, ações sustentáveis são praticadas desde a abertura. O empresário não utiliza sacolas plásticas ao comprar alimentos, além de levar as próprias caixas. Só compra carne de empresas com certificação ambiental, as verduras são hidropônicas e orgânicas e o óleo utilizado para fazer os quitutes da lanchonete são retirados dentro dos padrões
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2º
Prêmio Fecomercio de Sustentabilidade chega à fase final
por uma empresa contratada, que
Trindade descobriu nos EUA produtos
perderam centenas de camisetas du-
dá a destinação adequada. Exceto na
lipo solúveis, que produzem menos
rante as enchentes de Santa Catarina,
Uma das maneiras de atrair os em-
e média empresa, grande empresa e en-
estufa, todas as lâmpadas são fluores-
espuma com o mesmo resultado, o que
Silvia juntou-se ao projeto Solidarie-
presários para inovações sustentáveis
tidades empresariais. “Tivemos muitos
centes e todo o lixo é separado para
reduz a química que vai para a rede públi-
dade Empresarial, que uniu órgãos do
é garantir rentabilidade de suas ações.
projetos e queremos ser indutores do
reciclagem e retirado por uma empresa
ca de esgotos e ajuda a quebrar molé-
governo e empresas privadas, no lança-
Outra, dar visibilidade às boas práticas
desenvolvimento sustentável no comér-
especializada. “O aquecimento global
culas de gordura dos encanamentos.
mento de uma campanha de aproveit-
que se reflitam na percepção positiva
cio varejista”, explica Goldemberg.
já está aí e precisamos fazer nossa par-
Numa comparação matemática sim-
amento dos produtos enlame-ados.
por parte do consumidor e da socie-
te”, ensina Lopes.
ples: são gastos 44 litros d’água, em mé-
Elas foram lavadas e receberam um
dade. “Sob este ponto de vista o Prêmio
Serão avaliadas as iniciativas nas catego-
dia, para lavar o cabelo de uma mulher
logotipo criado por Silvia. O dinheiro
Fecomercio de Sustentabilidade é uma
rias concorrentes e os três melhores tra-
com produtos normais; com os xampus
arrecadado na venda das camisetas foi
importante contribuição”, assinala José
balhos serão selecionados, respeitando
lipo solúveis, são gastos apenas 16 litros.
usado para compra de matéria-prima
Goldemberg, presidente do Conselho de
os critérios previstos no regulamento
Sustentabilidade da Fecomercio.
do prêmio. A divulgação dos finalis-
Beleza e sustentabilidade
A adoção de praticas sustentáveis pelas micro e pequenas empresas é algo que acontece mais pela vontade do empreendedor do que por incentivo fiscal ou ação de marketing
“Assim mostramos às nossas clientes
e maquinários novos para as con-
Cansado do desperdício que o inco-
que é possível ficar bonita e preservar o
fecções prejudicadas pelas enchentes.
tas ocorre no fim de abril. No site do 2º
designer percebeu a riqueza de alguns
modava no salão de beleza em que
meio ambiente”, defende Trindade.
E sua preocupação ambiental não
Em parceria com o Centro de Desen-
Prêmio Fecomercio de Sustentabilidade
destes resíduos. “Quando as pessoas
parou mais.
volvimento
(www.fecomercio.com.br/sustentabili-
fazem uma construção, não se preo-
dade) há mais informações.
cupam com o que será feito com os re-
trabalhou, Robson Trindade optou por
do
Varejo
Responsável
fazer diferente ao se tornar um em-
A carioca Silvia Blumberg atua na
presário. Foi aos Estados Unidos em
mesma frequência. No início de 2009,
Pesquisando sobre a sobra de material
o 2º Prêmio Fecomercio de Sustentabi-
busca de produtos e soluções ecológi-
sensibilizada pelas confecções que
nas obras espalhadas pela cidade, a
lidade abordará o tema “Princípios do
São jurados nesta edição: José Goldem-
sou a desenvolver joias e brindes com
cas para o seu empreendimento. Assim
Varejo Responsável” e quer propor um
berg, Josef Barat, Oded Grajew, Fabio
pedaços de entulho de obras. O tijolo
nasceu o Red Door Saloon, na Vila Nova
novo olhar sobre os desafios da sus-
Feldmann, Helio Matar, Marcelo Mor-
ou cimento é transformado em massa
Conceição. Ele ocupa um imóvel de
tentabilidade e suas implicações para o
gado, Rogério Belda, Claudio Fred-
e recebe detalhes em ouro, prata, dia-
arquitetura vanguardista reformado
ambiente empresarial. Os projetos ins-
erico, Eduardo Della Manna, François
mante e pedras preciosas. A designer
para torná-lo sustentável. Claraboias
critos foram avaliados sob a ótica dos
Bremaeker, João Corrêa, Nabil Bonduki,
coleta matéria prima em obras e busca
e grandes janelas permitem 70% de
Princípios do Varejo Responsável, um
Nixon Conceição, Plínio Assmann, Ana
parcerias com construtoras. A em-
iluminação natural. Parte da energia
conjunto de 16 elementos que represen-
Domingues e Valter Junior.
presária também compra prata sus-
consumida provém de painéis solares
tam, em síntese, uma sugestão de conduta
e toda água utilizada nos banheiros
a ser adotado pelas empresas em suas
O Prêmio Fecomercio de Sustentabi-
radiografias hospitalares. “Passei a ser
práticas nos mais diversos aspectos.
lidade surgiu em 2008 em comemoração
design ambiental”, orgulha-se.
Estes princípios foram construídos a
aos 70 anos da Federação e da crescente
partir de consultas a empresários pelo
discussão sobre sustentabilidade que
CDVR ao longo de 2008 e 2009.
ocorre em todo mundo. O prêmio dá
vem da chuva.
(CDVR) da Fundação Dom Cabral (FDC),
síduos”, conta. Desde então, Silvia pas-
tentável de uma empresa que recicla
a possibilidade às pequenas e médias Desde agosto do ano passado foram in-
empresas que, mesmo com recursos
scritos 314 projetos de 19 estados das
limitados, realizem projetos de susten-
cinco regiões do Brasil. Nesta edição,
tabilidade que impactem seus negócios,
o Prêmio Fecomercio de Sustentabili-
a comunidade e o meio ambiente.
dade, além de ser nacional – a primeira edição dizia respeito apenas ao Estado
Se você conhece ou adota práticas sus-
de São Paulo – tem duas novas catego-
tentáveis conte-nos sua história via
rias: órgãos públicos e academia (que
Facebook ou Twitter da Fecomercio.
engloba professores e estudantes), além da tradicional categoria empresas. Esta é dividida em: micro empresa, pequena
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2º PRÊMIO
de sustentabilidade
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NEG ÓCIOS Por RAPHAEL FERRARI
Mães FELIZES Segunda data mais importante do ano para o comércio, o Dia das Mães traz oportunidades de expandir as vendas e fidelizar novos clientes
“
M
aio é o mês aguardado com
Ela explica que o impulso, apesar de
muita ansiedade não só por casais
significativo, é muito inferior ao do Na-
apaixonados, por ser o “mês das noi-
tal, que proporciona ao mês de dezem-
vas”, mas principalmente pelo comér-
bro, em média, um faturamento 30%
cio, que se prepara com promoções e
maior que o dos demais meses. Con-
vitrines chamativas para a segunda
tudo, a data tem um apelo emocional
data mais importante do ano para o
diferente que, além de ampliar as ven-
setor, o Dia das Mães. Atrás somente do
das, pode ser aproveitado para fidelizar
Natal, a data costuma representar um
os clientes, gerando vendas futuras. “O
crescimento de até 10% nas vendas em
trabalho do vendedor, especialmente
geral. “Ano passado, o varejo vendeu 7%
nessa data, vai além de saber apresen-
a mais do que em 2009. Este ano, esta-
tar o produto”, comenta. “Ele precisa
mos prevendo um crescimento de 6%
cativar o consumidor, ressaltando o
sobre 2010”, estima a assessora técnica
caráter especial e emotivo da data, ge-
da Federação do Comércio de Bens, Ser-
rando uma experiência diferenciada.”
e vendas EM ALTA
viços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio), Fernanda Della Rosa.
fidelizações e ampliar as vendas? A principal estratégia das lojas, nesta
A expectativa de crescimento das vendas é grande. Esperamos expandir 80% em relação ao mesmo período do ano passado Diretor de Marketing do Walmart
“
Roberto de oliveira
Mas como cativar o consumidor, gerar
época do ano, é apostar em vitrines chamativas. Corações, fotos e frases que remetam a dedicação que as mães normalmente dispendem aos filhos são bastante comuns. “Para se diferenciar e atrair o olhar do consumidor, as vitrines não podem ser poluídas, ter informação em excesso”, ensina a especialista da Fecomercio. “Deixar claro o estilo da loja é fundamental para gerar identificação, e pode ser um diferencial”, completa.
Foto: Divulgação Walmart
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Mães fel i zes e vend a s em a lt a
Foto: Divulgação
NEG ÓCIOS
procura facilitar a pesquisa de produtos, separando-os por faixas de preço
Produtos diferenciados, produzidos especialmente para o Dia das Mães, também são um diferencial que pode ampliar o número de vendas
e por tipo de bens (celulares, linha branca, vestuário etc.). “Mas nosso site não serve só para buscas. A maior Foto: Divulgação
parte das pesquisas resulta em compras imediatas”, enfatiza o executivo. Fernanda aponta que investir em publicidade na web, principalmente nas redes sociais, é uma tendência irreversível. “Com o crescimento da classe C e a facilitação do acesso à internet, o e-commerce deve apresentar resultados muito expressivos”, pondera. “Somente em 2010, o setor registrou impulso de 40%.” Outro modelo de propaganda – o Walmart aposta em promoções e na internet para ampliar as vendas
mais tradicional, inclusive –, o boca a boca também é utilizado com muito sucesso ainda hoje. “A Natura lança o catálogo com kits especiais e faz anún-
Para a diretora da rede de vestuário
se presentear. A estratégia, segundo
de Oliveira, que não revela mais det-
cios na TV e nas revistas”, afirma Neide
Collins, Ligia Lee, além da vitrine, é
Ligia, já se provou eficiente, propor-
alhes, para estimular o interesse do
Dias, consultora de beleza da empresa
fundamental investir em promoções.
cionando à Collins faturamentos 30%
consumidor em ir até a loja ou se in-
responsável pela marca de cosméticos.
“Selecionamos 140 itens que serão
superior ao dos demais meses – nível
formar pela internet.
“Claro que as pessoas se interessam,
vendidos com 30% de desconto. Eles
semelhante ao do Natal. “Este ano,
ficarão com preços entre R$ 39 e R$
venderemos 15% a mais que em 2010,
A confiança no modelo é tanta que o
49, o que é um valor bastante aces-
no mínimo”, prevê.
Walmart também realiza um concur-
sível e chamativo”, informa. Ligia ex-
mas o que faz vendermos é o ciclo de contatos que estabelecemos”, explica. produzidos
Dia das Mães do que o usual. Fato que
so via Facebook, aproveitando o po-
Neide conta que cada consultora tem
Produtos
especialmente para a data, também
diferenciados,
não preocupa, entretanto, o gerente
plica que o cliente padrão entra na
Outra promoção que pode atrair o con-
tencial de disseminação das notícias
liberdade para montar seus próprios
são um diferencial que pode ampliar o
da Cacau Show. “Em termos de vendas,
loja procurando presente para três
sumidor é o concurso. Um exemplo é
inerente às redes sociais. Para partici-
kits, além daqueles divulgados pela
número de vendas. Essa é a abordagem
teremos um ano tão bom quanto 2010”,
mães: a esposa, a sogra, e a mãe pro-
o da rede de supermercados Walmart,
par da “Promoção Cultural Mãe 3 em
Natura, e anunciar seus produtos
da Cacau Show, varejista de chocolates,
assegura. “Teremos lançamentos que
priamente dita. “A oferta irá atraí-lo
que irá premiar com viagens inter-
1”, o consumidor deve se tornar “fã”
onde achar adequado. “Divulgo meus
para a data. “Fizemos uma linha maior
são ótimos presentes, como os produ-
mas, então, ele também terá acesso a
nacionais alguns de seus clientes. “A
da rede de supermercados no canal
kits no Orkut. Não faço a venda pela
do que em outros anos, com produtos
tos especiais para os diversos perfis de
mais de 600 produtos que lançamos
promoção será uma parceria com a
e enviar uma foto mostrando porque
internet, mas as pessoas me ligam
específicos para cada tipo de mãe: as
mães, e outros que são excelentes com-
todo mês”, aponta, revelando a estra-
Procter & Gamble, por meio da marca
considera sua mãe “moderna”. “A ex-
e consigo muitos clientes assim”, re-
descoladas, sofisticadas, exóticas e assim
plementos para um presente”, informa.
tégia de expandir o volume de vendas
de cosméticos Olay”, adianta o dire-
pectativa de crescimento das vendas
lata. A consultora ainda avalia que
por diante”, conta Stefenson Soalheiro,
convencendo o comprador a também
tor de Marketing do Walmart, Roberto
é grande. Esperamos expandir 80%
o Dia das Mães tem, proporcional-
gerente de Marketing da empresa. “Além
Seja nas vitrines, revistas, jornais, rá-
em relação ao mesmo período do ano
mente, um apelo emocional maior
dos diversos gostos, também pensamos
dios, TV, sites ou redes sociais, não
passado”, aposta Oliveira. Para atin-
do que o Natal. “Vendo 70% a mais
nos diversos bolsos”, complementa.
faltam cases de sucesso quando o as-
gir esse objetivo, o Walmart também
no Dia das Mães do que nos outros
explora outros meios virtuais. Além
meses. É menos do que no Natal
O comércio de chocolates, este ano, terá
das Mães, o que não pode faltar é cria-
do Facebook e Twitter, a rede prepara
porque, em dezembro, as pessoas
uma dificuldade extra para alavancar
tividade. E um bom almoço em famí-
um site especial somente com ofer-
recebem o 13° salário e têm mais din-
as vendas. A Páscoa, principal data para
lia, contanto que as estrelas da data
tas para o Dia das Mães. O site ainda
heiro para gastar”, pondera.
o setor, ficou muito mais próxima do
não precisem encarar o fogão.
Investir em publicidade na web, principalmente nas redes sociais, é uma tendência irreversível. Com o crescimento da classe C e a facilitação do acesso à internet, o e-commerce registrou impulso de 40% em 2010
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Apesar da proximidade com a Páscoa, CacauShow acredita em boas vendas no Dia das Mães.
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sunto é atrair o consumidor. Neste Dia
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Confira aqui na Comércio & Serviços os principais destaques das últimas edições
Confira aqui na Comércio & Serviços os principais destaques das últimas edições do
do MixLegal Digital e MixLegal Impresso. Nas publicações você encontra informa-
EconoMix Digital e EconoMix Impresso. As publicações têm dicas e informações voltadas
ções de natureza jurídica que podem interferir no dia a dia dos negócios.
para a melhoria da gestão dos negócios e compreensão do ambiente macroeconômico.
PL QUER TORNAR TRANSPARENTE A COBRANÇA DE IMPOSTOS EM SÃO PAULO Proposta em análise pela Assembleia Legislativa sugere a discriminação de todos os tributos incidentes sobre o preço final de bens e serviços. Os tributos brasileiros, além de serem abusivos e gerarem perda de competitividade ao setor empresarial, são extremamente complexos e confusos, tornando quase impossível para o consumidor distinguir quais são os impostos que está pagando ao adquirir um bem ou serviço.
GOVERNO QUER REDUZIR TRIBUTAÇÃO PARA MEI O governo federal pretende trazer para a formalidade 500 mil empreendedores até o fim de 2011. Para tanto, a presidente Dilma Rousseff enviou ao Congresso Nacional um Projeto de Lei que, se aprovado pela Câmara e pelo Senado, irá reduzir a contribuição mensal dos inscritos no programa do Micro Empreendedor Individual (Mei) ao Instituto Social de Segurança Social (INSS) de 11% do salário mínimo – hoje, R$ 59,95 – para 5%.
LOGÍSTICA CADA VEZ MAIS TRAVADA Os gargalos estruturais do País continuam basicamente os mesmos há muitos anos, e é um problema que só tende a ser agravado, uma vez que existe incompetência do governo em realizar investimentos em infraestrutura. A situação é tão grave que não é difícil ouvir que teremos em breve um possível apagão logístico.
MELHOR RECEBER EM CHEQUE DO QUE EM CARTÃO
O PERFIL DO CONSUMIDOR BRASILEIRO FECOMERCIO CONTRA A VOLTA DA CPMF A Fecomercio defende a necessidade de uma mudança na legislação tributária, que tenha por finalidade a simplificação das obrigações impostas aos contribuintes, nos termos do que foi feito com as Micro e Pequenas Empresas e com o Microempreendedor Individual (MEI) com a publicação da Lei Complementar 123/2006.
ESTADOS CONTESTAM NOVAS REGRAS PARA PRECATÓRIO Alguns estados tentam derrubar no Supremo Tribunal Federal (STF) a resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que determina o pagamento de precatórios no prazo máximo de 15 anos.
Leia essas notícias na íntegra, além de outras informações, nas edições que estão disponíveis no Portal da Fecomercio: www.fecomercio.com.br (Em Serviços/Publicações).
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A Serasa apurou que apenas 1,7% de cheques compensados no País foram devolvidos em janeiro passado, o menor registro para o mês desde 2005. O fato do número de cheques compensados hoje ser muito menor do volume emitido há 15 anos contribui para uma queda no índice de devoluções por falta de fundos, mas não é o único motivo para a mudança. Naquela época, a taxa de cheques sem fundos flutuava entre 3% e 4%.
O Ibope realizou pesquisa para identificar o perfil de consumo da classe C. O comércio, sempre atento às mudanças econômicas e estruturais do varejo, acompanha a evolução pela qual o consumidor brasileiro vem passando e que estão, aos poucos definindo o perfil desse novo consumidor.
E- COMMERCE EVOLUI PERFIL DO CONSUMIDOR Entender o comportamento de quem efetua compras por meio digital é essencial para os empresários que querem explorar esse canal. Em 2010, o comércio eletrônico apresentou excelente crescimento em comparação a 2009, com taxa de 40% de evolução no nível de faturamento.
Leia essas notícias na íntegra, além de outras informações, nas edições que estão disponíveis no Portal da Fecomercio: www.fecomercio.com.br (Em Serviços/Publicações).
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INOVAÇ ÃO Por THIAGO RUFINO
Trabalho em grupo Demanda por escritórios coletivos cresce na cidade de São Paulo e modelo de gestão deve ganhar cada vez mais adeptos no Brasil
“
Não compensa, financeiramente, ter um espaço próprio. Não só pelos gastos gerados, mas, especialmente, pelos longos contratos de aluguel estabelecidos
Fundadora do Pto de Contato
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“
Fernanda Nudelman
O perfil de atuação do profissional que
de R$ 50 a R$ 1500, com o acréscimo
dades. Esse foi o principal motivo que
busca um espaço coletivo é variado,
de eventuais serviços extras como im-
levou a advogada Vanessa de Almeida
mas boa parte é composta por em-
pressão, telefonia ou uso da sala de
Alvares a procurar um espaço coletivo
preendedores e microempresas com
reunião, por exemplo.
no Pto de Contato. “Quando decidi
até quatro colaboradores. Segundo
I
montar meu escritório comecei trab-
Fernanda, um dos principais motivos
Ao contrário do que alguns imaginam,
alhando em casa, mas a concentração
que elevam a procura desses locais é
a convivência entre os profissionais
ficava comprometida pela distração
o baixo custo. “Não compensa, finan-
nesses espaços coletivos acontece da
com outras tarefas”, conta. Outra van-
ceiramente, ter um espaço próprio.
melhor maneira possível. “As pessoas
tagem apontada por Vanessa é o am-
Não só
pelos gastos gerados, mas,
sentem como é o clima e se respeitam,
biente com os demais profissionais.
especialmente, pelos longos contra-
mas orientamos a falar em voz baixa e
“Como todos são empreendedores e
tos de aluguel estabelecidos”, explica.
usar a sala de reunião quando quiser
buscam o mesmo objetivo, o respeito
Desta forma, o profissional tem liber-
usar o telefone com mais privacidade”,
acontece naturalmente”, finaliza.
dade para escolher planos de horas a
conta Fernanda. Thais garante que essa
cada mês e não precisa se preocupar
também é a política empregada no
Para um dos sócios da Carbono Zero
com a administração predial, por exem-
Hub. “Prezamos pelo pensamento cole-
Courier, empresa alocada no Hub, Ra-
plo. “Nesse formato, a atuação se torna
tivo e o bom senso no dia a dia, desde
fael Mambetti Pinto, o espaço coletivo
mais produtiva, por não ter que pensar
a organização do ambiente até o con-
se tornou interessante pelo ponto de
em assuntos operacionais e técnicos”,
vívio dentro do escritório”, completa.
vista financeiro e, principalmente,
completa a administradora.
pelas conexões que podem ser estabelecidas. “Hoje, temos clientes internos
magine dividir uma ampla sala
Segundo Fernanda, outra vantagem
e inclusive conseguimos fornecedores
com profissionais com perfis variados
desses ambientes é a grande pos-
dentro do escritório. O ambiente ajuda
e empresas de ramos diferentes con-
sibilidade de criação de negócios e
não só apenas na geração de negócios,
vivendo em harmonia e sem desper-
parcerias entre os membros do grupo.
tar problemas de concorrência. Parece
“Geralmente, quem está começando
Trabalhar em casa acaba sendo van-
revela. De acordo com o empreende-
difícil? Pelo contrário, esse modelo
busca também networking. Isso acon-
tajoso por não perder tempo no
dor, o local coletivo é tranquilo “porque
organizacional é uma tendência em
tece aqui dentro com os próprios par-
trânsito, mas por outro lado, pode
as pessoas são pautadas pelo bom
grandes metrópoles no mundo e de-
ceiros”, conta. A opinião é compartil-
atrapalhar o desempenho das ativi-
senso”, garante.
sembarcou no Brasil por volta de 2008.
hada pela host do escritório coletivo
Empreendedores
administram
Hub São Paulo, Thais Lopes Monteiro.
esses espaços garantem que a deman-
que
“O conceito de contar com pessoas de
da está em crescente expansão e a
diversas áreas é fundamental, porque
tendência é partir para outros centros
queremos que a troca de experiências
urbanos e o interior.
realmente aconteça”, garante.
Na capital paulista, o serviço dos es-
O Hub é a versão nacional de um movi-
critórios coletivos começou a partir
mento presente há alguns anos no
da necessidade de uma profissional.
exterior que teve início em Londres. O
“A ideia surgiu quando buscava uma
conceito da organização é um pouco
solução por não conseguir mais traba-
diferente, já que é voltada para negó-
lhar em casa”, revela a fundadora do
cios que envolvem empreendedorismo
Pto de Contato, Fernanda Nudelman
social. Basicamente o modo de negócio
Trugilho. “Descobri que esse modelo já
entre os dois escritórios é o mesmo: os
era adotado no exterior desde 2005 e
interessados podem contratar planos
resolvi investir no setor”, completa.
mensais de horas que podem variar
mas em outros projetos também”,
2011 • edição 14 • abril / maio
39
A RT IG O POR Eurico Varela • CEO da GRSA
MELHOR serviço, melhor EQUIPE, MELHOR resultado
O
temente, buscar a valorização de seus serviços. Para a GRSA, o padrão do atendimento é um dos pilares estratégicos para o sucesso do negócio. Não basta servir refeições, é preciso superar as expectativas dos clientes, cada dia mais exigentes e conscientes. É ouvindo os clientes, por meio de pes-
globalmente, como um mercado em
quisas de satisfação, que identificamos
franca expansão. A GRSA, desde 1998, faz
preferências, exigências e sugestões. Os
mercado de terceirização de
parte do Compass Group, líder mundial
resultados indicam as mudanças ne-
serviços de alimentação e de suporte
em serviços de alimentação e de suporte.
cessárias e nos direcionam para tomadas
caminha a passos largos no Brasil. Para
Dentro do grupo de 55 países, o Brasil é
de decisão importantes, para a manuten-
se ter uma ideia do crescimento deste
o sexto país em volume de negócios e o
ção de nossa liderança, para a expansão
setor, em dez anos, o volume aumentou
primeiro da América Latina.
de nosso negócio e para atendermos às
em 100%. Atualmente são servidas cer-
expectativas dos consumidores.
ca de 9,4 milhões de refeições por dia,
O aquecimento da economia brasileira
que geram um faturamento anual de
e a chegada de empresas internaciona-
Grande parte do sucesso da GRSA se
R$ 10,8 bilhões, segundo dados da As-
is no País promoveram um movimento
deve à flexibilidade na customiza-
sociação Brasileira das Empresas de Re-
positivo de diversas companhias, na
ção, para cada um dos nossos clien-
feições (ABERC). Hoje, terceirizar é uma
busca de parceiros para atender à de-
tes, desde a elaboração do cardápio,
necessidade estratégica e prioriza os
manda pela terceirização dos serviços
produtos e serviços, até a ambientação
mecanismos de gestão e de certificação
de alimentação e de suporte. Além dis-
dos restaurantes. Esses diferenciais são
da qualidade dos serviços prestados.
so, vimos também uma expansão con-
fundamentais, já que a GRSA possui cli-
siderável dos contratos para áreas como
entes nos quatros cantos do País e em
A GRSA Soluções em Alimentação e em
saúde, educação, varejo e mais recente-
mais de 40 setores do mercado, com
Serviços de Suporte, líder do segmento
mente, para o setor de Óleo & Gás, no
todas as particularidades e aspectos
e com 34 anos de atuação nesse merca-
segmento offshore (alto-mar). A GRSA
regionais. Nossos 33 mil colaboradores
do, foi a primeira empresa de serviços
investiu R$ 1,5 milhão na construção
servem, por dia, 1,4 milhão de refeições
de alimentação, em 2010, a ter seu
de uma regional offshore, localizada
em 360 municípios em todo o Brasil.
Sistema de Gestão da Qualidade, Se-
em Macaé, no estado do Rio de Janeiro,
gurança e Saúde Ocupacional e Meio
para atender à demanda das compan-
Depois de um ano desafiador, porém
Ambiente
hias que exploram a Bacia de Campos.
com muitas conquistas importantes
certificado
simultanea-
mente nas normas ISO 9001, ISO 14001
para a GRSA, entramos em 2011 plenos
e OHSAS 18001. Este, sem dúvidas, é
Mas o crescimento do mercado traz
de energia para abordarmos de ma-
um enorme diferencial frente ao novo
também a necessidade da melhoria
neira dinâmica, positiva e orientada
cenário da terceirização dos serviços:
constante da qualidade dos serviços
aos desafios e as oportunidades desse
parcerias pautadas pela qualidade e
prestados. Isso faz parte dos valores
novo ano. Reforçamos assim a nossa
excelência na gestão.
da GRSA, porque temos paixão pela
visão: ser um fornecedor de classe
qualidade. Além de respeitar as leis,
mundial em serviços de alimentação
O Brasil é um país que possui uma capa-
normas, e trabalhar de acordo com rig-
e suporte, assegurado pela nossa mel-
cidade enorme para desenvolver a ter-
orosos padrões de qualidade, o setor
hor equipe, nosso melhor serviço e
ceirização de serviços e chama atenção
de refeições coletivas precisa, constan-
nosso melhor resultado.
40
2011 • edição 14 • abril / maio
T ECNOL OGI A
AUMENTE O VOLUME Por Thiago Rufino
Mercado de aparelhos sonoros passa por modificações no Brasil com a popularização de sistemas portáteis e
zenamento musical ao longo dos anos
o diretor comercial da Lenoxx Sound
As disputas de vendas entre os apa-
com os vinis, fitas K7, CDs, até chegar
ressalta a importância da elevada de-
relhos mostram o bom desempenho
aos reprodutores de MP3.
manda no mercado Norte e Nordeste.
do setor de som para casa. Segundo
“Essas regiões ainda são grandes con-
dados da GfK Retail and Technology,
Com a crescente popularização de
sumidoras de micro e mini systems
apenas entre os meses de novembro e
sistemas integrados como home the-
e de produtos com alta potência e a
dezembro de 2010, o volume de vendas
aters e portáteis como iPods, tocado-
tendência deve seguir nos próximos
no segmento cresceu 49% e movimen-
res de MP3 e até mesmo os próprios
anos”, garante.
tou R$ 253,9 milhões no País. Entre o
celulares que dispõe dessa função,
Modernidade sonora
relhos tradicionais entre os consumi-
Para não ter mini e micro systems en-
palmente pelos home theaters. Ainda
dores com renda elevada. De acordo
calhados nas prateleiras das lojas de
de acordo com a pesquisa, no último
com uma pesquisa realizada no Brasil
eletroeletrônicos devido à chegada de
biênio, os mini systems apresentaram
pelo grupo GfK Retail and Technol-
novas tecnologias, o setor teve que in-
evolução mensal e recuperaram parte
ogy, a venda de micro systems, que em
tegrar uma série de aparatos como, por
do segmento com 52,1% das vendas
2009 representava 17,6% do total de
exemplo, a inserção de entradas USB
em dezembro de 2010. Enquanto isso,
aparelhos de som, caiu para 13,1% em
para pendrives e tocadores portáteis,
os micro systems cederam espaço e no
2010. Já a participação de mini systems
leitores de MP3, CD-R e CD-RW, entradas
último mês do ano passado foram re-
nas vendas tiveram ligeira redução de
para cartão de memória SD, entre out-
sponsáveis por 6,6% do mercado.
48,5% para 46,4%, no mesmo período.
ros. E mesmo com todos os avanços, ain-
Enquanto isso, a participação de home
da há preferência por tecnologias ultra-
Com a crescente participação dos
theaters cresceu de 31,1% para 38,8%.
passadas. “O mercado brasileiro é muito
home theaters no Brasil, as fabrican-
conservador. Ainda vendemos produtos
tes de aparelhos sonoros tradicionais
Para o diretor comercial da Lenoxx
com reprodutor de fita K7 e as pessoas
devem ficar atentas a movimentação
Sound, Antônio Carvalho Junior, a de-
compram mesmo que não utilizem
do setor. “É difícil prever como será o
manda por esses aparelhos é segmen-
mais esse formato”, diz Carvalho Junior.
comportamento do consumidor nos próximos anos, mas a tendência é que
“Por trabalharmos com aparelhos popu-
os mini e micro systems ‘conversem’
lares, para nós, a venda desses produtos
cada vez mais com mídias portáteis
vem sendo crescente nos últimos anos,
e outros aparelhos”, aposta Carvalho
especialmente os mini systems”, revela.
Junior. “Uma vez que começa a surgir
No entanto, o executivo reconhece as
uma demanda de consumidores do-
mudanças de hábito dos consumidores
mésticos que buscam ouvir música no
nos últimos anos. “Hoje, o home theater
quarto ou na sala direto de seus iPods
O hábito de ouvir músicas no rádio está
tomou muito espaço no mercado. Por
acoplado aos aparelhos de som, por
presente há décadas no dia a dia dos
ser um equipamento completo, elimina
exemplo”, finaliza.
brasileiros. Com o passar do tempo e a
a necessidade de se ter outro aparelho
chegada de novas tecnologias os apa-
sonoro em casa”, completa.
Norte e Nordeste do País
relhos sonoros evoluíram, ganharam diversos tamanhos, funções, acessóri-
O avanço nos sistemas integrados é
os e potência. Principalmente durante
crescente nas regiões Sul e Sudeste,
a década de 90, era comum encontrar
devido ao maior poder aquisitivo da
micro ou mini systems como parte da
população que prefere ter um apa-
decoração da sala, quarto e até outros
relho multitarefa que sirva tanto para
ambientes da casa. Esses aparelhos
amplificar o som na reprodução de um
acompanharam a evolução de arma-
filme quanto para ouvir música. Porém,
“
“
em expansão nas regiões
2011 • edição 14 • abril / maio
teve aumento de 17%, puxado princi-
tada para o público com menor renda.
integrados, além de seguir
42
início de 2009 e o final de 2010, o setor
houve redução na procura pelos apa-
Hoje, o home theater tomou muito espaço no mercado. Por ser um equipamento completo, elimina a necessidade de se ter outro aparelho sonoro em casa Antônio Carvalho Junior
Diretor comercial da Lenoxx Sound
2011 • edição 14 • abril / maio
43
Big
R EGU L AÇ ÃO
TEXTO RAPHAEL FERRARI
Brother Programas Nota Fiscal
Eletrônica e Nota Fiscal Paulista possibilitam ao governo monitorar o comércio, evitar fraudes e aumentar a arrecadação
D
porque, hoje, a maior parte das com-
sultor tributário José Luiz Silveira. No
pras é realizada por meio de cartão
ao governo um controle mais rígido
transporte de mercadorias do produ-
de crédito ou de débito e a loja precisa
das transações”, afirma a assessora téc-
tor para o varejista, por exemplo, a
repassar para a operadora do cartão
nica da Federação do Comércio de Bens,
mercadoria deve ser acompanhada
uma comissão por cada compra paga
Serviços e Turismo do Estado de São
pelo Documento Auxiliar da Nota Fis-
desta forma. “Acontece que a opera-
Paulo (Fecomercio), Janaina Mesquita.
cal Eletrônica (DANFE). Um documento
dora irá emitir a NF-e referente aquele
Segundo ela, tal controle é muito bem
que ainda é impresso e preenchido a
serviço prestado. Esse comprovante
vindo, pois reduz à quase zero a concor-
mão, o que, de acordo com Silveira, dá
chega à Receita Federal que, por meio
rência desleal daqueles que não emiti-
margem para algumas fraudes. “Hoje o
de cruzamento de dados, percebe a
am comprovante fiscal e, com isso, não
governo já está iniciando um processo
fraude”, explica.
pagavam os impostos devidos. “Agora é
de digitalização desse documento e,
como se toda loja tivesse um fiscal. Você
inclusive, algumas transportadoras já
Todo esse controle permite à Receita
pode até não saber, mas está partici-
operam com um terminal eletrônico
especular que, em poucos anos, a de-
pando de um ‘Big Brother` gigante.”
integrado ao veículo, registrando o car-
claração do Imposto de Renda não
regamento e a entrega dos produtos”,
precisará ser feita pelo contribuinte.
A Receita Federal (RF) ganhou uma
comenta. “Contudo, a implantação
Ao contrário, a RF fará a declaração e
ferramenta poderosa para realizar o
desse sistema será um processo longo
caberá ao contribuinte confirmar se os
cruzamento dos dados recebidos des-
e progressivo, abrangendo primeiro as
dados estão corretos. Fato que é visto
de o produtor até o consumidor final
maiores empresas para depois ir se ex-
com bons olhos pela contadora Adri-
de uma mercadoria, tornando muito
pandindo, assim como foi com a NF-e.”
ana Mafra. “Para os contadores, não será um prejuízo. Ao invés de fazer a
Silveira aponta que outra possível
declaração, iremos conferi-la e contes-
sonegação acontece quando o cliente
tá-la, caso necessário.” Mafra afirma
esde abril de 2008 o governo
não pede o comprovante fiscal. “Algu-
que, do ponto de vista operacional,
federal vem substituindo a Nota Fis-
mas empresas se aproveitam disso
essa iniciativa iria facilitar o trabalho
cal tipo 1 ou 1A, – aquele bloco de papel
para não declarar a venda do produto
dos escritórios de contabilidade que,
com várias folhas de carbono no meio
que, nesses casos, também costumam
hoje, têm que fechar a declaração de
que era preenchido a mão – pela Nota
ter sido adquiridos sem nota.” Esta,
clientes que não se preocupam em
Fiscal Eletrônica (NF-e). Agora, a im-
entretanto, é uma fraude burra. Isso
guardar comprovantes fiscais.
“
sas, sejam produtoras, distribuidoras ou revendedoras deverão emitir a NF-e.
Se a RF passar a fazer declaração do imposto de renda a partir do cruzamento de dados, para os contadores, não será um prejuízo. Ao invés de fazer a declaração, iremos conferí-la e contestá-la, caso necessário
Um erro comum é confundir a NF-e com a Nota Fiscal Paulista, contudo, os dois programas guardam pouca relação entre si. Enquanto o primeiro é um programa nacional que organiza e iguala a emissão do documento em uma iniciativa do governo do Estado de São Paulo com o objetivo de incentivar o consumidor a solicitar o comprovante fiscal em todas as compras que realizar.
Foto: Raphael Ferrari
todos os estados da União, o segundo é
Adriana Mafra
Contadora
2011 • edição 14 • abril / maio
“
monte de ‘maracutaia’, mas é claro que
sua fase final. Até 2012, todas as empre-
2011 • edição 14 • abril / maio
ainda existe sonegação”, afirma o con-
duas ações é o objetivo: proporcionar
difícil sonegar. “A NF-e acabou com um
plantação do programa se aproxima de
44
“Na verdade, a semelhança entre as
45
Quando não se pede nota fiscal, algumas empresas aproveitam para não declarar a venda do produto. Uma fraude burra
“
“
BIG BROTHER
R EGU L AÇ ÃO
José Luiz Silveira Consultor Tributário
A NF-e também traz vantagens como
do sistema, cerca de R$ 150,00 mensais.
o fim da necessidade de armazenar os
“Para as micro e pequenas empresas, é
documentos fiscais impressos por, no
um custo muito elevado”, afirma Silveira.
mínimo, cinco anos, reduzindo custos financeiros e ambientais.
O gerente de um estacionamento na capital paulista, que não quis ser iden-
Mas esses benefícios têm seu preço.
tificado, afirma que o estabelecimento
Para trabalhar com a Nota Fiscal Ele-
onde trabalha não emite a Nota Fiscal
trônica, o lojista precisa ter o Certi-
Eletrônica devido aos custos de equi-
ficado Digital, que custa cerca de R$
pamento. “Quando algum cliente pede,
500,00, mais computador, impressora,
nós entregamos o tíquete com o valor,
modem de banda larga, provedor de
data e horário, mas é só. Para o movi-
acesso à internet e software. No total,
mento que temos aqui, o custo de ficar
uma empresa gasta entre R$ 3.000,00
dentro da lei é muito alto”, reclama.
Foto: Raphael Ferrari
e R$ 4.000,00 para se adaptar a norma, sendo que essa despesa pode passar de
Contudo, existem formas de baratear
R$ 6.000,00 dependendo do equipa-
esses custos. O site do governo federal,
mento escolhido. Fora isso, ainda existe o
por exemplo, oferece um programa
custo de manutenção do equipamento e
gratuito para emissão da NF-e. Outro
O CAMINHO DA NF-e
Paulista, digita o CPF no programa que
a União está dando para as micro e
já está integrado ao sistema e pronto.
pequenas empresas adquirirem in-
Emitimos a Nota Eletrônica e a Paulista
O consumidor que solicita a Nota Fis-
ternet banda larga, necessária para a
sem complicação.”
cal Paulista recebe créditos referentes
transferência em tempo real das NF-e
Entrega NF-e
DANFE
COMÉRCIO
Envia NF-e TRANSPORTADORA INDÚSTRIA
Envia NF-e
Devolve a autorização de uso da NF-e Confirma a validade da NF-e
SECRETARIA DA FAZENDA
RECEITA FEDERAL
Cruza os dados recebidos da indústria e do comércio Envia NF-e
46
2011 • edição 14 • abril / maio
Na prática, não muda nada para o consumidor CONSUMIDOR
Entenda a Nota Fiscal Paulista
atenuante é o incentivo fiscal que
a 30% do Imposto sobre Circulação de
à Receita. A assessora da Fecomercio
Rocha afirma que a instalação do pro-
Mercadorias e Serviços (ICMS) recolhi-
também informa que algumas micro-
grama também foi simples. “A mesma
do a partir do produto que ele adquiriu.
empresas inscritas no Simples, ao re-
empresa que cuida do sistema de
Esses créditos podem ser descontados
alizarem uma transação com origem e
vendas da loja instalou o programa.”
do Imposto sobre Veículos Automo-
destino no Estado de São Paulo, ainda
O único problema é quando cai a
tores (IPVA) ou convertido em dinheiro
estão desobrigadas de emitir a NF-e,
rede, algo que não é muito frequente.
e depositados na conta do consumidor
podendo se utilizar do modelo 1 ou 1A
“Quando isso acontece o rapaz que
por meio do site da Secretaria da Fa-
da Nota Fiscal. Assim como os micro-
faz a manutenção tem que parar o
zenda do Estado de São Paulo.
empreendedores individuais.
que estiver fazendo, esteja onde estiver, e vir para cá. Caso contrário,
Quando um produto se enquadra no
Com todas essas mudanças, pode pa-
ficamos sem vender, porque não ex-
programa de inversão tributária, ou
recer complicado se adaptar ao novo
iste mais o bloco de nota de papel.”
seja, tem o ICMS da cadeia recolhido
modelo da Nota Fiscal, mas o gerente
Janaina, entretanto, explica que caso
integralmente na origem – como é o
da Lanchonete Sweden, ponto de en-
haja algum problema com a rede na
caso dos automóveis – a Nota Fiscal
contro de estudantes da Universidade
hora da emissão da NF-e, o vendedor
Paulista não recompensa o consumi-
de São Paulo (USP), Marcos Rocha, ga-
pode entregar uma Nota Fiscal feita à
dor com créditos. Ao invés disso, emite
rante que, no dia a dia, “não muda ab-
mão, como uma forma de contenção.
cupons para o consumidor participar
solutamente nada”. Rocha conta que o
“Quando o sistema voltar a funcio-
de sorteios mensais de até R$ 50 mil.
custo com treinamento para utilização
nar, ele efetuará o registro daquela
O consumidor também recebe um cu-
do sistema é quase nulo. “O rapaz do
venda normalmente, sem prejuízo
pom do sorteio a cada R$ 100,00 regis-
caixa pergunta se o cliente quer a Nota
para a loja ou para o consumidor”.
trados em seu CPF.
2011 • edição 14 • abril / maio
47
R A IO-X Por LUIZ VOLTOLINI FOTOS TADEU NASCIMENTO
Baixada Santista COM TODO O GÁS NOS NEGÓCIOS Preparação para o início das atividades de exploração do pré-sal, projetos de revitalização urbana e incentivos governamentais abrem grandes oportunidades de investimento na região
A
pesar de a economia do País
andar de vento em popa, por conta do controle da inflação e da expansão da renda, que se reflete no aumento do consumo, dos vários projetos de
No Estado de São Paulo, uma das
es, comenta que a região está muito
“Nos últimos 24 meses, a quantidade de
infraestrutura, das obras para at-
regiões que tem chamado a atenção
promissora.
investimentos
novos prédios que surgiram é um ab-
ender a demanda da Copa do Mundo
dos investidores é a Baixada Santista,
com a exploração do pré-sal, estudos
surdo”, relata, demonstrando otimismo.
e das Olimpíadas e da exploração de
principalmente a cidade de San-
para uma nova pista na Rodovia dos
petróleo na Bacia de Santos (pré-sal),
tos, sede do porto mais importante
Imigrantes e planos para a construção
O presidente da Associação dos Em-
quando o assunto é investir em novas
da América Latina e da regional da
de um aeroporto civil em Guarujá ou
presários da Construção Civil da
oportunidades de negócios, os micro,
Petrobras, responsável pela explora-
Praia Grande.” Para ele, a construção
Baixada Santista (Assecob) e diretor da
pequenos e médios empresários se
ção e produção de petróleo e gás na
do rodoanel facilitou a ida de turistas
construtora Pred Center, Luiz Antonio
veem diante de uma série de pergun-
Bacia de Santos.
do interior do Estado para o litoral, re-
Paiva dos Reis, confirma essa análise.
fletindo no comércio da Baixada San-
Nos últimos dois anos, foram construí-
tas, muitas vezes sem repostas. Onde
48
“Temos
investir? Qual a melhor oportunidade
Para muitos líderes empresariais, a
tista. “Ainda temos a Copa do Mundo
dos 100 novos edifícios, demonstrando
de negócio? Qual o melhor setor? Ex-
Baixada Santista é a “bola da vez” para
que, caso São Paulo seja sede, irá refle-
o grande momento vivido pelo setor, o
iste mercado para o meu produto? Há
a realização de investimentos em no-
tir de maneira positiva na Baixada”,
que atraiu empresas de grande porte
mão de obra disponível? Apoio gover-
vos negócios. O diretor regional do
projeta. Diante desse cenário, ele co-
como Camargo Correa, Agre, Trisul,
namental? Qual a melhor cidade para
Sindicato dos Corretores de Imóveis do
menta que os imóveis valorizaram na
La Roche, Odebrecht, Cyrela, Elbor e
novos empreendimentos?
Estado de São Paulo (Sciesp), Ivo Sanch-
região, em resposta aos investimentos.
Abyara, entre outras.
2011 • edição 14 • abril / maio
DADOS REGIONAIS Composição setorial do PIB na região (%)
Distribuição dos estabelecimentos
0,3%
52,2%
AGROPECUÁRIA
COMÉRCIO
Exportações (em US$ milhões)
1.865,4 37,8%
31,3% INDÚSTRIA
7,9%
1.054,2
1.109,4
21,3%
22,5%
INDÚSTRIA
68,4% COMÉRCIO E SERVIÇO
(fonte: IBGE)
1,6%
38,3%
AGRICULTURA
SERVIÇOS
Alimentos, Minerais bebidas e fumo
(fonte: MTE – RAIS)
Vegetais
(fonte: SECEX, compilado pelo Sebrae-SP)
2011 • edição 14 • abril / maio
49
R A IO-X
Ba i x ada Sa ntista Michael Robert August Timm, presi-
novo período de crescimento. O plano
do Conselho Municipal de Desenvolvi-
dente da Associação Comercial de San-
diretor para o Valongo, bairro cen-
mento da Baixada Santista (Condesb)
tos, entende que a cidade parece viver
tral de Santos, prevê adequações no
criou uma rede de atendimento para
uma “bolha de crescimento”. “Tudo dá
transporte público, sistema viário, na
acolher a cadeia de petróleo e gás. Ao
certo.” Ele informa que o setor de turis-
segurança pública e na urbanização
mesmo tempo, a Comissão Especial
mo atrai um milhão de pessoas por ano
(drenagem, pavimentação e ilumina-
de Petróleo e Gás Natural do Estado
para as praias do município, inclusive
ção). “O governo do Estado anunciou a
de São Paulo (Cespeg) apresentou
para embarcar nos navios de cruzeiro.
extensão do Metrô Leve (que utilizará
estudo que considera as áreas pos-
“O movimento até assusta”, afirma.
Veículo Leve sobre Trilhos - VLTs) até o Va
síveis para acomodação da cadeia na Baixada Santista. “As melhorias que a
Santos vive uma bolha de crescimento, um momento em que tudo dá certo. A Petrobras está gerando empregos diretos e indiretos e o turismo atrai um milhão de pessoas por ano
região precisa para enfrentar os novos desafios são analisadas numa visão metropolitana e envolvem os governos estadual e federal”, esclarece.
Ele diz que o setor de petróleo e gás
longo”. Outra obra importante, aponta
Visando ajudar as empresas de comér-
precisa de fornecedores de todo o
o prefeito, é o ‘mergulhão’, uma passa-
cio e serviços instaladas na cidade a se
tipo, “de aspirina até grandes equi-
gem subterrânea a ser construída pelo
tornarem fornecedoras da Petrobras,
pamentos”, enfatizando, ainda, que
governo federal na avenida perimetral
a Prefeitura participou da criação da
na área de prestação de serviços há
portuária, fundamental para a revi-
Rede das Empresas da Bacia de Santos
espaço para empresas de segurança,
talização do cais histórico, prevista no
(rede BS), que auxilia no cadastramento
de portaria, de limpeza e de alimenta-
projeto Porto-Valongo-Santos.
ção. Além disso, relata, haverá “muitas oportunidades no setor de tecnologia
Quanto ao crescimento populacional,
da informação, pois está sendo criado
Papa informa que a expectativa é que
um parque tecnológico que irá atrair
a maior parte dos novos habitantes se
novas empresas”.
instale nos municípios vizinhos, mas, mesmo assim,a prefeitura está in-
O prefeito de Santos, João Paulo Tava-
vestindo em ampliação da infraestru-
res Papa (PSDB), reforça os argumentos
tura e na qualificação dos prestadores
e afirma que, além da construção civil,
de serviços. “O programa ‘Santos Novos
há possibilidade de novas atividades
Tempos’ está construindo 5,4 mil novas
nos segmentos de energia, porto, ret-
moradias populares, e consolidando
roporto e logística, desenvolvimento
outras 2,2 mil. A cidade também tem
urbano, turismo, meio ambiente, pes-
recebido empreendimentos imobiliári-
quisa e desenvolvimento e pesca. “As
os privados, residenciais e corporati-
atividades da Petrobras impactam
vos”, relata, acrescentando que as redes
positivamente na cidade, com uma
municipais de saúde e educação estão
ampla cadeia de negócios que gera
sendo ampliadas e qualificadas. “A ex-
empregos diretos na própria petro-
pansão demográfica se dará em toda
lífera e em empresas que prestam
a Baixada Santista e trabalhamos para
serviços, além de oportunidades para
eliminar as desigualdades sociais.”
profissionais liberais e autônomos”, lista. Em relação aos empreendimentos
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Papa diz que a Prefeitura está empen-
empresariais, Papa comenta que a
hada em preparar a cidade para este
Câmara Temática de Petróleo e Gás
PERFIL ECONÔMICO A Baixada Santista é formada pelos municípios de Bertioga, Cananéia, Cubatão, Guarujá, Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe, Praia Grande, Santos e São Vicente. Sua população é basicamente urbana (99,6%), de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo levantamentos do Sebrae-SP, as atividades econômicas na região, com expressivo número de micro e pequenas empresas, se concentram no comércio varejista de vestuário e de materiais de construção; em serviços de alimentação e alojamento (lanchonetes, restaurantes, pensões e hotéis), TI e salões de beleza; e na indústria de construção, alimentos e bebidas e editorial e gráfica. Para orientar os interessados em investir na região, o superintendente do Sebrae-SP, Bruno Caetano, informa que, em 2009, a entidade e a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), apresentaram o Índice de Movimentação Econômica Regional (IME-R) da Baixada Santista. O trabalho considera indicadores como a geração de impostos (IPI, IPVA e ICMS), consumo de energia elétrica (rural, industrial e comercial), índices de emprego, movimentação bancária e produção agrícola.
O estudo apontou que, no primeiro semestre de 2009, os setores de comércio e serviço representavam 68,4% do PIB da Baixada Santista e 90,5% do total de empresas da região (54.705). Mostrou ainda a importância das MPEs na economia regional, que representam 99% (54.168) desse total. Na Baixada Santista, elas são responsáveis por 51% dos 201.652 postos de trabalho e por 36% da massa salarial de R$ 3,35 bilhões, enquanto na média estadual esses índices chegam, respectivamente, a 46% e 33%. Este trabalho traz também informações do IBGE sobre a composição setorial do Produto Interno Bruto (PIB) local. O setor de comercio e serviços lidera com 68,4,%, seguido pelo industrial com 31,3% e agropecuário com apenas 0,3%. A distribuição dos estabelecimentos é apresentada com dados do Ministério do Trabalho e Emprego. O comércio responde por 52,2%, serviços por 38,3%, indústria, 7,9%, e agricultura,1,6%. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), das exportações a partir da cidade, 21,3% advêm dos setores de alimentos, bebidas e fumo, 37,8% de minerais e 22,5% de vegetais.
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R A IO-X
Ba i x ada Sa ntista
breve, as negociações com os prefei-
no setor comercial, com destaque para
tos”, relata o diretor-executivo da Feco-
artigos de vestuário e acessórios. “Ob-
mercio, Antonio Carlos Borges.
servamos também um recente crescimento no número de padarias diferen-
e aperfeiçoamento das empresas. O
concede isenções fiscais para empresas
site para outras informações é o www.
que se instalem na cidade. O poder pú-
redebs.org.br.
blico também finaliza um estudo para promover incentivos inseridos no Plano
Segundo o prefeito, os novos fornece-
de Marketing e Atração de Empresas
dores buscam o entorno das instala-
para o Parque Tecnológico de Santos.
ções da Petrobras no Centro Histórico
As empresas de petróleo e gás precisam de fornecedores de todos os tipos e tamanhos, de aspirina até grandes equipamentos
Sobre a qualificação de mão de obra
timento, a Federação do Comércio de
mando e laboratórios, e já projetam
para atender a demanda crescente, o
Bens, Serviços e Turismo do Estado de
instalação de sedes no Valongo, onde
prefeito cita o “Programa Santos Novos
São Paulo (Fecomercio), solicitou ao
a estatal vai construir uma nova sede.
Tempos”, que promove cursos profis-
governador Geraldo Alckmin (PSDB),
Ele informa ainda que “as empresas
sionalizantes por meio de uma rede
durante encontro na sede da entidade,
que necessitam de pátios e centros de
formada pelo Sistema S (Senai, Sesc e
na capital paulista, no mês passado,
pesquisa em glebas maiores poderão
Sest) e as universidades para atender
que a administração estadual crie um
se instalar na área continental de
novas necessidades do mercado de
programa de incentivos fiscais para a
Santos, onde ocorrerá a expansão do
trabalho. “A rede municipal de edu-
instalação de novos empreendedores e
Parque Tecnológico”.
cação também oferece curso de nível
que estabeleça contatos políticos com
médio na área de Petróleo e Gás. Além
os prefeitos dos municípios da Baixada
disso, estamos negociando com a Uni-
para que reduzam as alíquotas do Im-
versidade de São Paulo (USP) para que
posto Sobre Serviços (ISS) e o Imposto
Para atrair novos investidores, a Prefei-
a cidade receba cursos públicos de gra-
Predial e Territorial Urbano (IPTU).
tura criou o programa de revitalização
duação voltados ao setor de petróleo
“Criamos um grupo de trabalho para
da Área Central, o “Alegra Centro”, que
e gás”, adianta.
estudar as medidas e iniciar, muito em
52
ciadas para o público A”.
edores, Bruno Caetano, diretor super-
`
intendente do Serviço Brasileiro de
Caetano alerta que, apesar das possi-
Apoio às Micros e Pequenas Empresas
bilidades, é preciso ter cuidado na hora
de São Paulo (Sebrae-SP), diz que a en-
de investir. “Sem um planejamento
tidade apoia a articulação e fomento
prévio, com análise do mercado em
de políticas públicas com o objetivo
que se pretende atuar, definição do pú-
de melhorar o ambiente de negócios
blico-alvo, estratégias mercadológicas
para os empresários, tanto para os já
e diferenciais competitivos, todos os
estabelecidos, como para aqueles que
negócios têm uma grande chance de
queiram se instalar na região. “Esta-
não dar certo”. Portanto, orienta, “o de-
mos com diversas agendas programa-
senvolvimento de um Plano de Negó-
das para este ano com os governantes
cios minimiza o risco, sendo possível
municipais e secretários de finanças
antecipar soluções para gargalos que
para tratar sobre a regulamentação da
podem surgir no dia a dia da empresa”.
Lei Geral das Micro e Pequenas Empre-
Ele aponta como outra frente promisso-
sas no âmbito da Baixada Santista, o
ra na região a oferta de produtos e ser-
que trará grandes benefícios às MPEs
viços para a terceira idade, dado o cres-
instaladas na região”, afirma.
cimento da população que se encontra nesta faixa etária e que muda para a
Sobre as possibilidades de negócios
região depois de se aposentar. Oportun-
na região, ele diz que, em geral, estão
idades, efetivamente, não faltam.
Em outra ação de estímulo ao inves-
para montar seus escritórios de co-
Incentivos
Na orientação e apoio aos empreend-
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PERFIL DE SANTOS Dados da Prefeitura de Santos mostram que a cidade tem 419.757 habitantes (Censo IBGE 2010), com densidade demográfica de 1.546,56 habitantes por quilômetro quadrado. A principal atividade econômica é o comércio de bens e serviços com 13.728 empresas, de um total de 14.723 que atuam na cidade, segundo dados de 2009 da Fundação Seade. O PIB da cidade, em 2008, foi de R$ 24,6 bilhões, situando-se no setímo lugar no Estado e na 18ª posição no ranking nacional. A renda per capita, no mesmo ano, foi de R$ 58,9 mil, 16º lugar no ranking estadual. Os negócios em comércio exterior respondem por 8,3% das exportações do Estado de São Paulo. A cidade é a terceira colocada no ranking de exportações, com 2,3% das saídas totais do Brasil, e é a sexta colocada no ranking de corrente de comércio. No quesito comércio exterior, sua economia é a sétima maior do Estado e ocupa a 47ª posição no ranking nacional. Segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de Santos ocupa a terceira posição no ranking estadual e o quinto lugar no País.
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NEG ÓCIOS Por GABRIEL PELOSI
N
ada como apreciar um bom
vinho durante um jantar em uma noite de inverno. É assim que o brasileiro consome vinho, geralmente associado à temperatura, ao clima e, em raras vezes, ao prato que será servido. Mas os profissionais do mercado brasileiro de vinhos buscam ir além do tradicional consumo de vinhos em noites frias. A intenção é popularizar a bebida, fazer com que o brasileiro acostume consumir vinho nas mais variadas ocasiões, como ocorre em alguns países. Embora tenha passado por franco crescimento nos últimos anos, produtores e importadores apostam na mesma medida: o mercado de vinhos no Brasil ainda tem muito que crescer, principalmente se algumas barreiras forem derrubadas. O maior obstáculo, na visão daqueles que atuam no setor, é a alta
VINHO para
TODOS
carga tributária que taxa a bebida. No brasil, a carga fiscal sobre o vinho é de 51%, enquanto na Argentina e Chile, por exemplo, esse número não passa de 25%. Toda a cadeia produtiva do vinho brasileiro é onerada em mais de 30% acima do que nossos vizinhos.
Cultura da bebida e carga tributária emperram crescimento do mercado de vinhos no Brasil
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NEG ÓCIOS
Vi n ho pa ra todos
“O maior obstáculo são os impostos. O
cesta básica. Outro ponto fundamental
impacto no preço do produto vem da
é que, no Brasil, o ato de beber vinho
carga tributária. Para nacionalizar uma
está associado à temperatura e não ao
garrafa de vinho, ele fica o triplo do preço
alimento, como deveria ser. Nos bares
inicial em impostos. É PIS, Cofins, Imposto
e restaurantes, a cerveja, por exemplo
de Renda, ISS, entre outros. Você poderia
- que acaba sendo uma concorrente -,
encontrar vinhos melhores e mais bara-
é conservada em uma geladeira ideal,
tos no Brasil, mas não dá. Isso sem contar
servida na temperatura certa, no copo
as péssimas condições na estrutura dos
mais apropriado. Falta essa estrutura
portos. Tudo isso acaba encarecendo o
para o vinho no Brasil”.
vinho no País”, aponta Rogério D’ávila, diretor da importadora Ravin, que traz
Mudança efetiva
ao Brasil vinhos das mais diversas nacio-
Para mudar o posicionamento no mer-
nalidades, como África do Sul, Argentina,
cado brasileiro, uma série de medidas
Chile, Espanha, França, Itália e Portugal.
está ao alcance de produtores, importadores e, sobretudo dos governantes. Em
Outro fator que emperra a populariza-
“Devemos ter consciência de produzir
ção entre os brasileiros é a ausência da
campanhas menos esnobes para o con-
cultura do vinho no País. “Foi feito um
sumo de vinho no Brasil, a bebida não
estudo em 2008 que apontou que o freio
pode estar ligada somente à imagem de
do desenvolvimento do mercado de vin-
gente jovem e descolada. O vinho é um
hos no Brasil é a falta de cultura. O povo
produto cultural e deve atingir a mesa
desconhece e acha complexo. Os rituais
de todos os brasileiros sem distinção.
que envolvem o consumo do vinho ainda
Não era à toa que na época do Império
afastam o consumidor. Por isso, além de
Romano a bebida era distribuída gra-
diminuir a carga tributária, é preciso in-
tuitamente pelo governo, pois era con-
vestir em campanhas para apresentar o
siderado alimento. Acho que seria uma
vinho ao consumidor”, relata Diego Ber-
ótima iniciativa pensarmos em uma
tolini, gerente de marketing da Vinhos do
legislação que enquadre o vinho como
Brasil e membro do Instituto Brasileiro do
um complemento alimentar, e não como
Vinho (Ibravin), que representa a cadeia
uma bebida alcoólica. Isso serviria de es-
produtiva do setor vitivinícola brasileiro.
tímulo para a popularização do vinho em nosso país.”
Já para o produtor Luís Henrique Zanini,
56
sócio-fundador da Vallontano Vinhos No-
Na mesma linha de raciocínio, Rogério
bres, da região de Bento Gonçalves (RS),
D’Ávila revela que em outros países o
é preciso rever o foco das campanhas
vinho está incluído nas refeições bási-
de comunicação relacionadas à bebida.
cas. “Na Argentina, o vinho faz parte da
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de que não dá para ser competitivo com a alta tributação aplicada no País. “Uma Foto: Gladstone Campos
tributação que ultrapassa os 50% não me parece razoável para quem quer ser
“
É preciso fazer com que mais pessoas experimentem vinho no Brasil. Por isso é importante abrir garrafas no supermercado, participar de feiras, eventos e fazer anúncios Luís Henrique Zanini sócio-fundador da Vallontano Vinhos Nobres
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“
Uma tributação que ultrapassa os 50% não me parece razoável para quem quer ganhar mercado e popularizar a bebida. Não dá para ser competitivo quando metade do preço é imposto
primeiro lugar é preciso ter consciência
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NEG ÓCIOS
Vi n ho pa ra todos
SELO FISCAL EM DEBATE A partir do mês de julho, os vinhos nacionais e importados comercializados no Brasil terão obrigatoriamente um SELO fiscal. O tema tem gerado grande discussão entre produtores, importadores e revendedores de vinho no País. O objetivo do selo é CONTROLAR e INIBIR práticas ilegais de comércio, como a adulteração e entrada de vinho ilegal no Brasil, principalmente oriundos de países de fronteira, prejudicando a concorrência com o vinho nacional. Para Diego Bertolini, gerente de marketing da Vinhos do Brasil, o selo fiscal é uma ferramenta que pode controlar e LEGALIZAR o vinho brasileiro. “Existe uma estimativa de que 15 milhões de litros de vinho entram pela fronteira do Brasil com o Paraguai e Uruguai. Quem importa o vinho legalmente e paga impostos, perde em COMPETITIVIDADE. Falam que vai encarecer o vinho, mas em vários países se aplicam mais de um selo”, defende Bertolini.
competitivo, ganhar mercado e popularizar a bebida”, opina Zanini. “Em muitos países do mundo, o vinho é taxado como
É preciso criar estimulos para os pequenos produtores de vinho no Brasil. A produção familiar da bebida deveria ser explorada, já que a diversidade é a maior riqueza deste setor
alimento e não como bebida alcoólica. No Brasil, metade do valor é imposto”, completa Bertolini.
demonstrando os benefícios do vinho
nos portos brasileiros. “A malha de trans-
para a saúde”, ressalta Bertolini. Fazer
porte e a estrutura dos portos no Brasil
É preciso criar estímulos para os pequenos
com que cada vez mais pessoas conheçam
são terríveis. O vinho importado fica em
produtores de vinho no Brasil. “Neste
vi-nhos é uma missão fundamental para
média 15 dias parado no porto aguardan-
caso, a criação do Simples para peque-
esse processo, diz Rogério D’Ávila. “Nós in-
do a liberação”, relata D’Ávila.
nas vinícolas seria uma boa saída e, claro,
vestimos entre 6% e 7% do nosso fatura-
estimular a produ-ção familiar de vinhos,
mento em comunicação. É preciso fazer
Por fim, a qualidade do vinho produzido
pois a diversidade é a maior riqueza deste
com que mais pessoas experimentem
no Brasil ainda pode melhorar, conforme
setor”, avalia Bertolini.
vinho no Brasil. Por isso é importante abrir
aponta o importador. “Hoje se produz
garrafas no supermercado, participar de
vinhos de ótima qualidade no Brasil,
feiras, eventos e fazer anúncios.”
mas o nosso vinho ainda não consegue
Investir em divulgação e degustações são ações que devem fazer parte desse proces-
Melhorar a logística de distribuição da
no mercado mundial. Primeiro, porque
“Nós da Vinhos do Brasil investimos cerca
bebida é outro ponto que pode baixar os
a qualidade ainda é inferior em relação
de R$ 2 milhões por ano em campanhas
custos do vinho, tanto para os produzi-
aos produtos de países mais tradicionais.
publicitárias, feiras, degustações e festas.
dos no País quanto para os importados,
E segundo,0 pelo próprio protecionismo
É preciso investir em ações promocionais,
que passam dias aguardando liberação
do mercado dessas nações”.
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“O selo não vai acabar com o CONTRABANDO e a falsificação. Só vai aumentar os custos e consequentemente o preço para o consumidor. Hoje, para se ter uma ideia, não existe uma normativa para dizer como o selo deve ser aplicado. Falta uma melhor organização nesse sentido”, aponta D’Ávila. A partir de 1º de julho de 2011, os atacadistas e varejistas só poderão comercializar os vinhos com selo de controle. Se a FISCALIZAÇÃO, por parte da Receita Federal encontrar nos estabelecimentos comerciais vinhos sem o selo, a mercadoria será apreendida.
concorrer com vinhos de outros países
so, buscando a popularização da bebida.
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Já Rogério D’Ávila, diretor da importadora Ravin, e Luís Henrique Zanini, sóciofundador da Vallontano Vinhos Nobres, são contrários à criação do Selo Fiscal por apontarem ineficiência do instrumento. “O selo fiscal não contribui em absolutamente nada para a vitivinicultura brasileira. É um instrumento totalmente INEFICAZ, ARCAICO, e ONEROSO. É de uma ignorância brutal achar que um instrumento que foi abandonado em todos os países do mundo, por ser completamente ineficiente, poderá resolver os problemas da vitivinicultura brasileira, que são ESTRUTURAIS. O selo não resolve contrabando, nem descaminho. O selo apenas onera a produção brasileira, acaba com a COMPETITIVIDADE, e por fim repassa ao consumidor todos estes custos”, opina Zanini.
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ESPECTROS
AGE N DA C U LT U R A L
Baseada na famosa obra do dramaturgo norueguês Henrik Ibsen (1828 –
NAVALHA NA CARNE
1906), a montagem é realizada a partir da adaptação do cineasta sueco Ingmar Bergman (1918 – 2007), que reescreveu o texto, inseriu trechos do romancista sueco August Strindberg (1849 – 1912) e colocou o personagem da mãe como a
O espetáculo voltado para o público adulto retrata os con-
figura principal. A trama se passa durante a volta do filho – que foi exilado pela
flitos de interesse, a fragilidade psicológica e a confusão de senti-
mãe – para a inauguração de um orfanato em homenagem póstuma ao pai.
mentos da turbulenta relação de um cafetão com uma prostituta. Ambientado em uma atmosfera violenta em uma zona marginal,
No encontro, o público também conhece o pastor, o amigo da família, o carpin-
a trama acontece dentro do quarto de um bordel e retrata cenas
teiro da obra e a empregada da casa que acrescentam revelações surpreendentes
corriqueiras presentes no submundo brasileiro, cheia de metá-
para mãe e filho. Com direção de Francisco Medeiros, a peça tem no elenco Clara
foras ligadas ao mecanismo de poder das classes sociais.
Carvalho, Flavio Barollo, Nelson Baskerville, Patricia Castilho e Plinio Soares.
Dirigida por Rubens Camelo, a nova versão da peça de Plínio
Onde: SESC Consolação. Rua Dr. Vila Nova, 245. Vila Buarque.
Marcos (1935 – 1999), é estrelada por Marta Paret, Rogério Bar-
Quando: de 14 de maio a 16 de junho.
ros e Rubens Queiroz, e chega aos palcos paulistas após duas tem-
Sextas e Sábados, às 21h; Domingos, às 19h.
poradas dentro de quartos de hotéis no centro do Rio de Janeiro.
Quanto: R$ 32.
A encenação foi levada aos palcos pela primeira vez em São Paulo,
Mais informações: 3234-3000.
em 1967, com Walmor Chagas e Cacilda Becker como protagonistas, Inspirado nos ensinamentos do ator e diretor francês Louis Jou-
sendo logo depois censurada pela ditadura militar.
vet (1887 – 1951) aos jovens atores da Comédie-Française, o espetáculo Onde: SESC Pompeia. Rua Clélia, 93. Pompeia.
narra a história de um velho ator clássico de Moliére que, ao se trancar em
Quando: 5 de maio a 11 de junho.
casa para refletir sobre sua carreira, se vê perseguido por sombras que
De quinta a sábado, às 21h30.
circulam pelos teatros. Seu jovem secretário e camareiro revela-se o úni-
Quanto: R$ 12.
co mensageiro de sua real condição. A montagem retrata também a rela-
Mais informações: 3871-7700.
ção e a essência de cada indivíduo e como as circunstâncias nos definem. Com direção de Roberto Bacci e dramaturgia de Stefano Gerarci, o espetáculo é protagonizado por Cacá Carvalho e Joana Levi.
O FANTASMA DA MÁSCARA
Onde: SESC Belenzinho. Rua Padre Adelino, 1000. Belenzinho. Quando: até 15 de maio. Sextas e Sábados, às 21h30; Domingo, às 18h30.
O espetáculo infantil O Fantasma da Máscara é uma re-
Quanto: R$ 24.
leitura do clássico O Fantasma da Ópera, um dos musicais mais
Mais informações: 2076-9700.
famosos do mundo, estrelado na Broadway. Escrita pelo autor
O HÓSPEDE SECRETO
mineiro Victor Louis Stutz, a versão bem brasileira do musical conta a trajetória de uma charmosa cantora, Belinha, que recebe de presente de aniversário uma gaiola e um livro que pertenceram a um misterioso maestro. Durante sua festa, as luzes se apagam e a jovem desaparece. Em seguida, uma série de pistas desafia o público a descobrir o paradeiro da cantora sequestrada e revelar a identidade secreta de O Fantasma da Máscara.
Onde: Teatro Raul Cortez (Fecomercio). Rua Doutor Plínio Barreto, 285. Bela Vista.
60
Com direção de Rosi Campos, a peça conta com os atores Beto
Quando: até 26 de junho.
Marden, Lissah Martins, Pedro Bosnich, Naíma, Alexandre
Sábados e Domingos, às 16h.
Pessôa e Cristina Cândido no elenco.
Mais informações: 3254-1700.
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ROT E IRO SP TEXTO E FOTOS ENZO BERTOLINI
Muito além da FÉ
No final do ano passado, a Ópera Romana Peregrinações, agência de turismo do Vaticano, incluiu o Brasil no roteiro internacional de peregrinações. Ainda não foram definidos roteiros, mas C&S indica algumas das igrejas e mosteiros
IGREJA DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DOS HOMENS PRETOS Largo do Paiçandu, s/nº República (Estação República do metrô)
CATEDRAL DA SÉ
IGREJA DE NOSSA SENHORA DA BOA MORTE Rua do Carmo, 202 Centro (Estação Sé do metrô) Tel.: (11) 3101-6889 Visitas: 24 horas
Praça da Sé, s/n • Centro • São Paulo (Estação Sé do metrô) Tel.: (11) 3107-6832 Visitas: Seg a Sex das 8h às 19h / Sáb das 8h às 17h / Dom das 8h às 13h e das 15h às 18h Para visita guiada (de 20 a 30 min): R$ 5 por pessoa. Todos os dias, menos terça, das 10h – 11h30 e das 13h às 17h30. Informações também em espanhol e francês. Grupos grandes precisam de agendamento.
IGREJA E MUSEU BEATO JOSÉ DE ANCHIETA / PATEO DO COLLEGIO Pateo do Colégio, 84 • Centro • São Paulo (Estação Sé do metrô) Tel.: 3105-6899 Visitas à igreja e ao museu: Ter a Dom das 9h às 16h30. Entrada gratuita na igreja e Pateo. O museu cobra R$ 5 inteira, R$ 2,50 para estudante de escola particular e R$ 1 para estudante de escola pública. Grupo acima de 10 pessoas tem um monitor exclusivo – agendamento das 9h às 16h. Informações também em inglês mediante agendamento.
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IGREJA DE SÃO FRANCISCO E DAS CHAGAS DO SERÁFICO PAI SÃO FRANCISCO Largo de São Francisco, 173 – Centro (Estação Sé do metrô)
CONHEÇA TAMBÉM Mosteiro da Luz Avenida Tiradentes, 676 Igreja da Ordem Terceira do Carmo Avenida Rangel Pestana, 230 Igreja de Santo Antonio Praça do Patriarca, 49 Mosteiro de São Bento Largo de São Bento, s/nº
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ENOGA ST RONOMI A POR didú russo
Um Panorama do Vinho no Brasil
A
os olhos do mundo o Brasil pa-
Os preços dos vinhos em gôndolas de
A venda de espumante cresce o triplo
rece ser a “tábua da salvação”, princi-
supermercado ou de empórios, e mais
que a de outros vinhos, o que está aju-
palmente para os produtores de vinho
ainda em restaurantes, pode deixar
dando a incorporar consumidores e
europeu que ainda vivem uma crise.
um produtor europeu entusiasmado
abrindo caminho para o vinho branco
Porém, é preciso que os vinhateiros eu-
com os valores que o brasileiro está ha-
que quase não é vendido no País. O
ropeus abram essa cortina de esperança
bituado a pagar por cada garrafa. Afi-
potencial é tão grande que basta citar
e se deem conta da realidade brasileira.
nal, na Europa, vinho de € 15,00 é para
um dado: o mercado das cervejas “Pre-
Por exemplo, quando se diz que no Brasil
festas, comemorações ou esnobes.
mium”, que não existia poucos anos
o consumo de vinho é de dois litros per
“
atrás, hoje representa um volume dez
capita/ano, não se diz que 1,4 litro desse
Mas é preciso saber que 80% dos 0,6
total é de vinho de mesa, feito com uvas
litro per capita de vinhos finos con-
americanas. São os vinhos de “garrafão”
sumidos no País estão na faixa de até
O vinho fino consumido anualmente
como se diz por aqui. Um vinho simples,
R$ 18,00, o que seria hoje cerca de US$
no Brasil representa pouco mais de
que mantém seu mercado mais por con-
11,00, já inclusa toda a carga de impos-
2,2 milhões de pessoas bebendo uma
ta de seu preço final, cerca de R$ 5,00 a
tos. Isso significa vinhos de menos de
garrafa de vinho por semana. A re-
garrafa, do que por sua qualidade.
€ 1,00 na origem. Aqui no Brasil, via de
comendação médica é o dobro disso.
Existem em oferta, hoje, nada menos que 22 mil rótulos de vinhos para um consumidor absolutamente desinformado sobre a bebida e que não é capaz de citar três castas de uva
vezes maior que o de vinhos finos.
regra, a garrafa que na origem custou € 2,00 acabou vendida a € 32,00, mas
Existem hoje no País 30 milhões de famí-
quem ficou com essa margem foi o
lias com renda mensal que permitiria o
governo com € 6,00, o importador com
consumo de uma garrafa de vinho por
€ 4,00 e o restaurante com € 20,00.
semana. Mas por que não o fazem? Simples, não há cultura. A cultura é da
Também é preciso saber que existem
caipirinha e da cerveja, não do vinho.
em oferta, hoje, nada menos que 22
mil rótulos de vinhos para um con-
Finalizando, já que o vinho está na moda,
sumidor absolutamente desinforma-
por que não aproveitar esse momento e
do sobre a bebida e que não é capaz
difundir todos os benefícios do vinho e
de citar três castas de uva.
criar essa cultura saudável? Qual bebida
“
pode dizer que faz bem à saúde, respalApesar dessas variáveis negativas, o
dada por mais de dois mil estudos cientí-
potencial desse mercado é enorme e
ficos a respeito desses benefícios? O
merece uma atenção mais madura de
mercado está aí para quem tiver dinhe-
todos os players envolvidos. Nesse mo-
iro, boa informação e vontade. Saúde.
mento o vinho está na moda, ainda com a falsa imagem de aristocracia. Uma coisa ridícula, mas que faz parte de uma sociedade com ascensão financeira.
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Didú Russo é fundador da Confraria dos Sommeliers, autor do livro “Nem Leigo, Nem Expert”, editor do site www. didu.com.br e do blogdodidu.zip.net, além de diretor e apresentador do programa TV CELEBRE!.
PROF ISSÕE S DO F U T U RO POR RAPHAEL FERRARI
O futuro das profissões Jacinto Barbosa Correa, diretor nacional de Planejamento e Comunicação do Senac, fala sobre a profissão do futuro
“S
e existe algo que podem-
“como cidadão, acredito que os eventos
blico que virá assistir às competições.
os afirmar sobre a profissão do futuro,
no Oriente Médio são prova irrefutável
“O turista que teremos dificilmente
é que não existe uma profissão do fu-
da força das redes sociais que têm obri-
saberá falar português, por isso os cur-
turo”. A opinião é do diretor nacional
gado o mundo a rever conceitos, valores
sos de idiomas, principalmente inglês
de Planejamento e Comunicação do
e posicionamentos”.
e espanhol, estão sendo muito procu-
Senac, Jacinto Barbosa Correa. Com a
rados.” No triênio que antecede a Copa,
disseminação cada vez mais acelerada
Entretanto, Correa destaca que a reali-
2011-2013, o Senac deverá capacitar 1,02
das novas tecnologias, Correa acredita
dade brasileira traz algumas nuances
milhão de trabalhadores. Correa desta-
que ficou muito difícil se falar em uma
únicas, sendo necessário analisar o
ca que esses profissionais serão valori-
profissão, “até porque, o profissional do
mercado por, no mínimo, dois ângu-
zados após o término do evento, já que
futuro será, cada vez mais, um multita-
los. “Uma coisa é falar da profissão do
se espera um crescimento no turismo
refa”. “Não importa a área onde a pes-
futuro, outra é falar das profissões que
devido à exposição positiva que o País
soa se forme ou atue, a única certeza é
o País precisa para o futuro breve.” O
deverá ter ao longo dos próximos anos.
que o profissional do futuro terá que ser
diretor de Planejamento e Comunica-
capacitado a trabalhar com as chama-
ção explica que, devido aos eventos es-
Com o objetivo de preparar profis-
das novas tecnologias e ter aptidão
portivos que o Brasil sediará nos próxi-
sionais para a nova realidade do mer-
para interagir com as redes de comuni-
mos anos – Copa das Confederações,
cado, o Senac-SP oferece o curso de
cação social, como Facebook e Twitter.”
Copa do Mundo de Futebol e Olímpia-
aperfeiçoamento em “Estratégias de
Ele ainda comenta que, apesar de não
das – o mercado está procurando pro-
Marketing nos meios Digitais e Redes
estar ligado ao seu campo de atividade,
fissionais capacitados a lidar com o pú-
Sociais”. Informe-se: www.sp.senac.br.
2011 • edição 14 • abril / maio
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CRÔNIC A POR Herbert Carvalho • jornalista
É
quase hora de fechar na grande
loja de departamentos, no centro de São Paulo. Na área reservada aos eletroeletrônicos, três homens circulam no corredor formado por aparelhos de
O milagre do CONSUMO
TV. Ignorados pelos poucos vendedores ainda disponíveis, namoram, discretamente, as formas esbeltas das telas planas, enquanto aguardam um alívio no rush paulistano da volta para casa. Após 15 minutos, só o mais jovem, com aparência de 30 anos no máximo, de calça e jaqueta jeans, mochila displicente pendurada em um dos ombros, continua a caminhar entre os modelos expostos. De repente, fixa-se em um deles. Com a reverencial postura encolhida de gente humilde diante das coisas caras, quase sempre fora de seu alcance, começa a circular em torno do objeto, examinando-o, atentamente,
“o homem que se dirige para o caixa agora é outro”
pela frente e por trás.
o cliente que demanda tempo, sem
lhe ambas as mãos: na esquerda, a
comprar nada. Outro o atende com
nota de compra, na direita, o cumpri-
Quando a curiosidade vence a timi-
má vontade, recitando especificações:
mento pela aquisição.
dez, detém-se para apalpar as laterais
TV de 32 polegadas LCD Full HD com
finas, de modo a sentir a espessura e
conversor digital. Palavras que soam
Como se um milagre o tivesse trans-
assegurar-se da leveza da peça, sur-
incompreensíveis, mas não importam,
formado, o homem que se dirige para
preendentemente livre do incômodo
diante da decisão já tomada.
o caixa agora é outro. Seus passos
calombo dos televisores antigos. Con-
tornaram-se firmes, os gestos desen-
centra a atenção na placa ao lado,
Ambos caminham até o computador
voltos, parece até mais alto. Exibe nos
onde aparece o valor das 24 presta-
de serviço para a consulta de praxe
lábios um sorriso vitorioso, de pura
ções – sem juros, a se crer no que
ao cadastro do interessado. Apreen-
alegria. Com as portas de aço abaixa-
está escrito. Olha de novo o aparelho,
sivo, o jovem coloca sobre a mesa RG,
das, a espera na fila do único guichê
mais uma vez a placa, faz as contas
contracheque de pagamento, conta
aberto não o incomoda, tampouco as
e decide: com algum aperto aquela
de luz e – mais importante – a carteira
quase duas horas que enfrentará na
prestação cabe, sim, no seu bolso.
profissional, atestando que o portador,
condução.
recém-incorporado ao mercado de tra-
o momento de o conhecido caminhão
Volta-se para o interior da loja, à pro-
balho, pode fazer igualmente parte do
colorido chegar e entregar à sua famí-
cura de um vendedor. O primeiro que
mercado de consumo. Seu semblante
lia, junto com a sonhada TV, a boa nova
encontra desvencilha-se do provável
permanece tenso até que o vendedor,
de que está diminuindo a secular dis-
“caroço”, jargão usado para designar
dando os trâmites por findos, estende-
tância entre pobres e ricos no Brasil.
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