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Passos Certos
from Revista Fecomércio-BA Edição 27
by Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia
OS DESAFIOS DOS NEGÓCIOS
NOS TEMPOS ATUAIS
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por Lucas Fernandes
Muita coisa mudou, ressignificou. Ainda nos encontramos em meio à pandemia e a tecnologia tem sido uma grande aliada para o momento. Quais são os passos certos para se dar diante dessa pandemia? O que os negócios, as empresas e os empreendedores estão fazendo para sobreviver?
Case 1
Sendo utilizada tanto para matar a saudade daqueles que não podemos ver pessoalmente, quanto para desenvolver os negócios, nunca estivemos tão imersos nos clouds computing, em sistemas de criptografia, bots, uploads, apps e videoconferências, assim como nas redes sociais: Instagram, Facebook, Twitter, LinkedIn, WhatsApp. Nunca o uso dessas plataformas foi tão latente: segundo dados da Consultoria Kantar, o engajamento com as redes sociais aumentou em 61%, com destaque para o WhatsApp que, durante todos os estágios da pandemia, aumentou seu uso em 40% no país.
Para Jorge Khoury, superintendente do Sebrae Bahia, a presença digital, incluindo serviços de vendas online e delivery, deixou de ser uma tendência para ser uma necessidade de sobrevivência. “É necessário atentar-se também ao hábito do consumidor: higiene e segurança precisam estar evidentes no seu produto”, completa.
Para ajudar o micro e pequeno empresário baiano, o Sebrae disponibiliza conteúdos online e gratuitos, através de e-books, consultorias, vídeos e lives que tratam sobre marketing, finanças, planejamento, tributação, logística e gestão de estoque.
Portal Sebrae Atende
Este é o caso da marca Maíra Lobão Fitwear que está no mercado há seis anos. Inicialmente, atendia via site e redes sociais. Mas, devido à demanda e a necessidade de seus clientes experimentarem os produtos, a CEO Maíra Lobão investiu em duas lojas colaborativas, um ponto próprio e uma loja parceira. Recentemente, tinha produzido estoque para quatro eventos programados em Salvador, no mês de março. Com o cancelamento dos eventos e toda a retração econômica, ela precisava dar vazão ao estoque.
"Eu acredito muito na satisfação do cliente. Não fiz queima de estoque em nenhum momento, me aproximei deles e evidenciei os valores da minha marca", comenta. Assim que o isolamento social começou, rapidamente, ela passou a entregar os pedidos no mesmo dia em que eles eram encomendados, através de motoboys parceiros e aplicativos de delivery. O resultado é que em 60 dias de vendas exclusivamente online ela esgotou todo o estoque produzido - um trabalho totalmente feito com base nas redes sociais. “Fiquei muito surpresa e feliz com essa conquista e, desde maio, já retomei a produção de novas peças para continuar atendendo meus queridos e atenciosos clientes”, comemora.
A marca Maíra Lobão Fitwear incrementou suas vendas em 300% em comparação com o que havia sido projetado para o período da pandemia. "Houve ainda um aumento de 30% no mês de maio, em comparação com maio de 2019”, finaliza.
Case 2
O Grupo RedeMix também precisou se adaptar. Com 14 lojas dispostas pela Grande Salvador e cerca de 2 mil empregos diretos, o primeiro passo com a pandemia foi o afastamento temporário de funcionários acima dos 60 anos e grávidas e a contratação temporária de novos colaboradores. Além disso, protocolos de higienização foram introduzidos para funcionários e clientes nos checkouts e SAC's das lojas.
O aumento de funcionários de limpeza no quadro geral da rede cresceu em 25% para viabilizar a higienização de carrinhos e cestas de compras, organização de filas e inser-
A Ótica Passaredo, loja de armação inicialmente online criada em 2014, foi demandada a se transformar e abrir pontos físicos - por entender que o espírito das vendas era através da experiência com seus óculos. O CEO Carlos Falcão conta que se viu em meio à pandemia sem saber o que fazer e decidiu ouvir quem realmente sabia: seus funcionários. O empreendedor criou grupos de trabalhos e, juntos, conseguiram alinhar o objetivo e modus operandi da Passaredo durante esse momento de instabilidade, entendendo como principal objetivo satisfazer o cliente com conforto, personalidade e segurança. ção de placas de policarbonato nos caixas, além de higienização diária das lojas seguindo as normas da OMS e Vigilância Sanitária. A venda delivery também gerou um impacto nas contratações, com um aumento de 8% com relação às vendas totais, como conta o diretor da rede João Cláudio. “Precisamos aumentar a equipe de delivery para uma média de 10 funcionários por loja”, diz. A empresa conseguiu ainda antecipar as vendas e-commerce para o mês de junho. “Antecipamos um investimento de quase R$ 150.000,00 para atender à demanda por e-commerce", completa. A expectativa da empresa é manter, mesmo pós-pandemia, tanto o delivery quanto o e-commerce. “O consumidor mudou", pontua o diretor.
O RedeMix também flexibilizou as formas de pagamento e estimula a prática do 'Compre Local', demarcando nas gôndolas os produtos produzidos na Bahia. Como medida de sensibilização, a empresa criou o Termômetro de Solidariedade que prevê a doação de alimentos para instituições da capital. A cada compra, o Grupo doa 1kg de alimento não perecível. Até então, já foram doados 4 toneladas de alimentos, além de R$ 30 mil reais para o Hospital Martagão Gesteira.
Case 3
"Para encontrar a resposta certa, eu precisava fazer a pergunta certa", comenta. As atendentes passaram a trabalhar através de videochamada, onde acontece a escolha das armações. O motoboy então leva as armações escolhidas até a casa do cliente para a experimentação, em seguida, as armações são devolvidas à loja e o cliente finaliza a compra, de modo online. Tudo com reforço na higiene das peças. Inicialmente, seu nicho comercial perdeu cerca de 78% das vendas normais, devido à instabilidade econômica. Por isso, ele precisou praticamente remodelar o negócio, o que demorou certo tempo. Assim, no mês de abril, suas vendas foram 30% abaixo da meta estabelecida para o período da pandemia. Mas conta o CEO que em maio, o cenário mudou: no final do mês estava 15% acima da meta.
"A dica é nunca perder o foco em se importar com o que realmente importa", pontua Carlos. Ele conta ainda que, para além das normas exigidas pelas instituições sanitárias, investiu no aluguel de carros particulares para levar e deixar todos os funcionários no trabalho e em casa, fugindo das aglomerações do transporte público.