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Entrevista
from Revista Fecomércio-BA Edição 29
by Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia
Pagamento à distância
por Thais Figueiredo
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Desde que comprar e vender passou a ser uma operação feita não somente através do dinheiro vivo, os meios de pagamento estão sempre recebendo novas atualizações tecnológicas. Com pandemia e a necessidade de maior distanciamento e menos contato entre as pessoas, o pagamento à distância virou uma realidade nos pontos de venda. Pesquisas apontam que as formas de pagamento preferidas dos consumidores online são o PayPal e o cartão de crédito à vista, o cartão de crédito parcelado, cartão de débito e o boleto bancário.
No entanto, além de diversificar os métodos de pagamento, os consumidores estão cada vez mais apostando em novas plataformas. Quase quatro de cada dez consumidores, por exemplo, afirmam já ter feito compras por sistemas de chat, como o WhatsApp.
Você sabe como funciona o pagamento com QR Code?
PIX
O QR Code permite que, por meio de uma leitura rápida, o usuário possa acessar promoções, sites e até realizar pagamentos. Tudo isso é feito de forma rápida e com segurança, pois o QR Code evita fraude ou pagamentos duplicados.
Apesar dessa tecnologia ser antiga, criada em 1994, ainda tem pouco espaço no mercado brasileiro. A resistência se dava devido às dificuldades na adoção do dispositivo de pagamento por meio dos comerciantes e pelo receio de começar a utilizar uma nova tecnologia. Porém, a pandemia acelerou o processo de aceitação.
Com o PIX chegando, 20% dos consumidores já preferem pagar com QR Code. No último mês, começou o cadastro oficial das chaves do PIX - plataforma de transferências e pagamentos criada pelo Banco Central (BC) e que começa a funcionar em novembro. E a solução deve impulsionar de vez um modo de pagamento que vem ganhando cada vez mais adeptos no Brasil: o QR Code. Tanto que 20% dos brasileiros já apontam a tecnologia em questão como uma das suas três formas preferidas de pagamento na hora de fazer compras online. A aposta por novos meios de pagamento veio acompanhada de um forte crescimento das compras recorrentes pela internet devido à pandemia.
Ação local
Pensando em potencializar vendas e modernizar o seu negócio inserindo-o definitivamente na era digital, a Nutricash, empresa originalmente baiana, desenvolveu uma solução para vender mais com celulares. Impulsionados pela pandemia, com esta função, o cliente não precisa manusear o cartão nem a maquinha, mas somente o próprio celular. A Nutricash desenvolveu ainda, nesse período de pandemia, uma plataforma de Gestão de Benefícios Sociais que auxilia ONGs, institutos sociais e setor público no processo de arrecadação, gerenciamento e distribuição de doações. Por meio dela, as ONGs podem criar campanhas de arrecadação e os interessados realizam doações mediante leitura de QR code. Confira a entrevista.
Marcelo Gonçalves
Supervisor de Marketing e Produtos da Nutricash. Graduado em Administração e Publicidade e Propaganda e MBA em Comunicação Corporativa, além de diversos cursos e especializações em Marketing e Gestão de Negócios. Mais de 10 anos de experiência em gestão de pagamentos corporativos, atuando no processo de concepção de produtos, desenvolvimento e lançamento ao mercado. Sistema Fecomércio-Ba: A tecnologia de pagamento via QR Code já existia ou foi criada pós-pandemia?
Marcelo Gonçalves - A Nutricash desenvolveu sua tecnologia de pagamentos por QR Code no segundo semestre de 2019, sendo uma das pioneiras no segmento de benefícios ao trabalhador a oferecer essa modalidade, antes mesmo do crescimento desse meio ocasionado pela pandemia. A criação dessa tecnologia foi motivada pelo alinhamento das estratégias da companhia com as novas tendências de comportamento de consumo, impulsionadas pela acelerada transformação digital que impacta os meios de pagamento.
SF: Como foi a adesão dos estabelecimentos e dos usuários?
MG - Percebemos que o comércio como um todo precisou se adaptar rapidamente às novas relações de consumo estabelecidas pela pandemia para a própria perpetuação dos negócios. Essa transformação global naturalmente acelerou a receptividade de credenciados e usuários a novas alternativas de capturas mais compatíveis com as exigências do momento. Nesse sentido, as iniciativas da Nutricash de estímulo ao uso do QR code como forma de pagamento foram bem recebidas por nossos clientes, tendo em vista que eles passaram também a demandar esse tipo de solução. Percebemos esse crescimento do interesse pelo QR code através do aumento das interações sobre esse tema em nossos canais de atendimento e nas redes sociais.
Outros aspectos que potencializaram a aceitação pelos estabelecimentos e usuários foram o crescimento do delivery em uma das iniciativas adotadas pela Nutricash na pandemia, além de outro projeto desenvolvido no período que foi a gestão de benefícios sociais (auxílios emergenciais e doações de cestas básicas) através de cartões virtuais com pagamento por QR code.
SF: Como o PIX deve impactar nas transações?
MG - O PIX não terá um impacto direto nas transações dos produtos comercializados pela Nutricash. Por outro lado, a disseminação do PIX é positiva para o nosso negócio uma vez que ele ajuda na criação da cultura de pagamentos digitais na sociedade em geral, o que facilita a aceitação e ampliação do usuário à adesão de novas tecnologias como o QR Code. As tecnologias de meios de pagamento estão em constante e acelerada transformação e as empresas que conseguem enxergar antecipadamente tais movimentações, conseguem transformá-las em oportunidades de crescimento.
Iniciamos as nossas operações há quase 30 anos apenas com vales em papel, mas soubemos estar atentos e incorporar as novas tecnologias para nosso negócio ao longo do tempo, acompanhando a evolução tecnológica.
Justiça Eleitoral e a coragem no enfrentamento às Fake News
Quando fui escolhida para elaborar o relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito das Fake News, instalada no Congresso Nacional em 2019, um dos nortes para aceitar a “dura empreitada” foi o de reunir dentro de mim toda força e coragem para enfrentar um adversário que não podia ser identificado, pois ele se escondia sob o anonimato daqueles que usavam e continuam usando o mecanismo da desinformação e de conteúdos falsos e caluniosos para espalhar medo, confundir e influenciar os usuários das redes sociais e dos aplicativos de mensagem no Brasil.
Feito este primeiro relato, é com imenso entusiasmo que assisto ações promovidas pelo Tribunal Superior Eleitoral, sob o comando do ministro Luís Roberto Barroso, no enfrentamento à disseminação das chamadas “notícias falsas” durante o pleito eleitoral deste ano. Nos recordamos muito bem o que vivemos em 2018 com a quantidade de mensagens e posts na internet durante os meses da campanha eleitoral, que sabemos certamente influenciaram resultados e também deram início a nossa investigação na CPMI.
Desta forma, quero destacar sobremaneira o chamado à responsabilidade que a Justiça Eleitoral fez às plataformas digitais. Tal chamamento é um ato de extrema coragem com um objetivo absolutamente transparente: enfrentar um problema que havíamos detectado desde o começo dos trabalhos da Comissão de Inquérito, o de que as plataformas digitais se negavam a enxergar o óbvio, pois também elas - e tomando emprestada aqui frase tão conhecida - “são eternamente responsáveis por quem cativam”. Não há mais como justificar que em nome da liberdade de expressão se tolere a incitação ao ódio, à calúnia, à difamação, e a destruição de biografias, sejam de personalidades públicas ou não. Tenho para mim, mas prefiro apenas que isto seja interpretado como um pensamento e não uma afirmação, que o ministro Barroso, constitucionalista reconhecido que é, entende que não é mais aceitável que recebamos como resposta das plataformas que elas não estão sob a jurisdição brasileira e portanto, estão de “mãos atadas” e nada podem contribuir com o combate às Fake News.
Com a iniciativa de chamar para ouvir, firmar parcerias e promover programas de combate às Fake News com os “grandes” das redes sociais, o TSE soma esforços com a CPMI e pontua: ou fazemos um trabalho de monitoramento e identificação daqueles que promovem e financiam inverdades durante as eleições de 2020 ou fatalmente perdemos todos, enquanto Nação democrática e livre que reconhecemos ser. Assim também temos feito no Parlamento Brasileiro, mesmo que de forma remota e ainda sem a retomada dos trabalhos da Comissão por conta da pandemia da COVID-19, conversando com os representantes das plataformas digitais, especialistas em redes sociais, agências de checagem de fatos, pesquisadores no assunto e sociedade civil organizada no intuito de criar uma legislação que assegure o pleno exercício da liberdade de pensamento, mas que ofereça mecanismos para a punição de disseminadores de inverdades nas redes e de grandes financiadores que lucram com informações falsas. O caminho deve ser sim o de enfrentar com destemor um adversário que “não tem rosto” e que de forma ardilosa vem tentando desacreditar algo que nos é caro no Brasil: a eficiência e a lisura da Justiça Eleitoral na condução do processo de escolha democrática dos nossos representantes políticos. E se entendermos que num ano onde a desinformação custou vidas com a quantidade de promessas de cura não comprovadas pela ciência em se tratando de um vírus letal como o que temos enfrentado, é urgente que cuidemos de uma “pandemia” que nos últimos anos tem contaminado os processos democráticos em todo mundo. Há que se buscar “vacinas” para que nem de COVID-19 sucumbamos e nem de intolerância e ódio nos infectemos. Afinal, intolerância e ódio são inimigas do livre pensar e as sementes onde germinam regimes ditatoriais e líderes políticos avessos à democracia.
Lídice da Mata
é deputada federal pelo PSB da Bahia e relatora da CPMI das Fake News no Congresso Nacional. Também foi senadora da República e prefeita de Salvador.
Campanha Lacre do Bem segue beneficiando pessoas
Mais cadeiras de rodas na Campanha Lacre do Bem
Em setembro, o Sesc realizou a entrega de quatro cadeiras de rodas. As entregas foram realizadas individualmente e mediante agendamento prévio de horário. A ação faz parte do projeto social Lacre do Bem que auxilia pessoas com deficiência física e, ao mesmo tempo, contribui com o meio ambiente realizando o descarte adequado dos lacres de alumínio. A doação destas cadeiras é resultado da arrecadação de lacres de alumínio em todo o Brasil. Até o momento, o Sesc Bahia encaminhou para a Coordenação da Campanha, em Minas Gerais, o montante de 1.970 Kg de lacres que foram revertidos no total de 13 cadeiras de rodas à beneficiários no Estado.
Com equipes treinadas e seguindo as recomendações dos Órgãos de Saúde e decretos municipais, o Sesc Bahia reabriu, gradativamente, os seus restaurantes em Salvador e Feira de Santana. Os cuidados nos procedimentos foram reforçados para garantir higiene e segurança em cada etapa do processo, zelando pela saúde de toda a equipe à frente do trabalho e dos clientes.
A segurança sanitária dos alimentos sempre esteve presente nas boas práticas da prestação de serviços de alimentação do Sesc Bahia. E agora, mais do nunca, foram intensificadas. O cardápio é planejado de forma a garantir uma refeição saudável e de excelente paladar. O ambiente é confortável, rigorosamente limpo, cumprindo todos os protocolos de prevenção. O uso de máscara e a aferição da temperatura corporal são obrigatórios, sendo permitida a retirada da máscara na mesa, apenas para o consumo dos alimentos.
Desde o início da pandemia, mais de 50 mil refeições foram servidas. Para mais informações, acesse os perfis oficiais da instituição! Restaurantes abertos e cuidados nos procedimentos reforçados
Fotos: divulgação