Revista Sistema Fecomércio-BA Edição 16

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Revista do Sistema Fecomércio-BA

| edição 16 | Setembro 2017

SMART CITIES A era das Cidades Inteligentes

PASSOS CERTOS ENTREVISTA

Conheça mais sobre Alberto Nunes, Comerciante do Ano A trajetória profissional de Khoury e o futuro do Sebrae


Água, luz e plano de saúde de qualidade: não dá para ficar sem. Você sabe, ter plano de saúde nos dias de hoje é item

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MENSAGEM DO PRESIDENTE 70 anos da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo da Bahia. Buscamos dar continuidade ao trabalho de inovação, com visão de futuro e focado na defesa dos interesses dos empresários do setor que representamos, amparados em nossos fortes braços sindicais, sempre com o apoio da Diretoria Executiva, Superintendência e funcionários da casa. Mesmo na condição de entidade apartidária e independente, não nos furtamos em tomar posições fortes, sempre que as questões de interesse do comercio merecem. Continuaremos batalhando! Os tributos já sugam, aproximadamente, 40% de toda a riqueza produzida pelas empresas no país. A história narra que no século XVII, ainda o Brasil Colônia, a Coroa Portuguesa cobrava uma sobretaxa equivalente a um quinto da produção, o que era considerado absurdo e até insuportável, chegando às consequências que conhecemos, a Inconfidência Mineira. Chega de tributos escorchantes que só fazem embotar o crescimento do Brasil! E exatamente pensando no futuro de inovações, destacamos, nesta edição, as Cidades Inteligentes, uma tendência mundial com ações já no país e em nossa capital. Trazemos ainda uma entrevista com o líder do Sebrae, Jorge Khoury falando sobre mais esta empreitada em sua trajetória profissional. Em Passos Certos, o Comerciante do ano Alberto da Rocha Nunes compartilha conosco sua história de conquistas.

Carlos de Souza Andrade Presidente do Sistema Fecomércio-BA

Nas próximas páginas, trazemos ainda uma matéria sobre o Programa Start, da ABAP, que incentiva empresários a investirem em um planejamento de comunicação que alavanque os negócios, outra sobre as pujantes Festas Literárias que se espalham pelo nosso estado, levando cultura a cada vez mais pessoas e mais, muito mais! Como mais uma homenagem aos 70 anos da instituição, esta edição da revista traz um encarte especial com a cobertura da nossa festa comemorativa. Agradecemos a todos os presentes!

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SUMÁRIO foto: divulgação

Cidade de Songdo na Coreia do Sul, primeira cidade inteligente do mundo.

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ENTREVISTA p.06

GARIMPO p.29

Novo superintendente do Sebrae fala sobre expectativas para instituição.

Dicas de livros adultos e infantis de autores baianos ou lançados por editoras locais.

SENAC p.10

SESC p.23

Seminário de gastronomia discute as raízes do comer.

Semana dos avós incentiva melhor qualidade de vida para os idosos.

PROGRAMA START p.11

PASSOS CERTOS p.24

ABAP lança programa que traz oportunidades oferecidas por um planejamento de comunicação.

A trajetória do império dos sapatos do Comerciante do Ano.

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EXPEDIENTE CAPA p.16 Tecnologia ganha destaque com as Smart Cities.

Presidente da Fecomércio-BA

Carlos de Souza Andrade Vice-Presidentes

1º Kelsor Gonçalves Fernandes, 2º José Carlos Moraes Lima, 3º Benedito Vieira dos Santos, Carlos Fernando Amaral, Francisco de Assis Ferreira, Isaque Neri Santiago Neto, Luiz Fernando Coelho Brandão, Marcos Antonio Lamego Mendonça, Roberto Brasileiro Lima Diretores-Secretários

1º Juranildes Melo de Matos Araújo, 2º Herivaldo Bittencourt Nery, 3º João Luiz dos Santos Jesus Diretores-Tesoureiros

1º Arthur Guimarães Sampaio, 2º Antonio Augusto de Oliveira Lopes e Costa, 3º Antonio Chaves Rodrigues Diretores

Américo Soares Sales Campos, Ana Lúcia Dias dos Santos, Antonio Pithon Barreto Neto, Avani Perez Duran, Carlos Alberto Souto Silva, Cíntia Freitas Lima Modesto, Claudênio Barbosa de Souza, Edvaldo Lima de Oliveira, Hilton Morais Lima, Jesonias Telles Bastos, João Arthur Prudêncio Rêgo, Marcelo Ferraz Nascimento, Maria da Conceição Gomes Cardoso Valente, Maria José Carneiro Lima, Raimundo Jorge Dresselin, Sérgio da Silva Sampaio Geraldo Cordeiro de Jesus, Enzo Augusto Lomanto Souza Andrade Superintendente da Fecomércio-BA

Paulo Studart Sesc Bahia

Senac Bahia

Presidente do Conselho

Presidente do Conselho

Carlos de Souza Andrade

Carlos de Souza Andrade

Diretor Regional

Diretora Regional

José Carlos Boulhosa Baqueiro

CURTAS p.09 INSIGHTS por Rui Costa

Fecomércio, 70 anos de história e luta em prol da consolidação do terceiro setor.

p. 13

por Luiz Gonzaga do Amaral Andrade

70 anos da Fecomércio

p. 20

por Nelson Daiha Filho

Quando um não quer... Os dois podem mediar!

p. 26

CULTURA p.28 Festas literárias movimentam o cenário cultural da Bahia

REALIZAÇÃO

Marina Almeida

Gerente de Marketing Marcos Maciel

Coordenadora de Comunicação

Estagiário Marketing Abel Marcelino, João Lucas

Estagiária Comunicação Alice Santiago

Délia Coutinho

Produção Editorial e Diagramação Comunicativa Agência de Comunicação Revisão Moisés Brito Tiragem 3.000 exemplares

Sindicatos filiados Sindicato do Comércio Atacadista de Gêneros Alimentícios da Cidade do Salvador (Sindal), Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios da Cidade do Salvador (Sindalimentos), Sindicato do Comércio Atacadista de Materiais de Construção da Cidade do Salvador (Sindamac), Sindicato do Comércio Atacadista de Drogas e Medicamentos da Cidade do Salvador (Sincamed), Sindicato do Comércio Patronal de Camaçari e Região (Sicomércio Camaçari), Sindicato do Comércio Atacadista de Salvador (Sindacs), Sindicato do Comércio Atacadista de Tecidos, Armarinhos e Vestuário da Cidade do Salvador (Sindtav), Sindicato dos Salões de Barbeiros, Cabeleireiros, Institutos de Beleza e Similares da Cidade do Salvador (Sindbeleza), Sindicato do Comércio Armazenador do Estado da Bahia (Sindarmazenador), Sindicato dos Lojistas do Comércio da Cidade do Salvador (Sindilojas), Sindicato dos Representantes Comerciais do Estado da Bahia (Sirceb), Sindicato dos Vendedores Ambulantes e dos Feirantes da Cidade do Salvador (Sindfeira), Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos no Estado da Bahia (Sincodiv), Sindicato do Comércio Varejista e dos Feirantes de Jequié (Sicomércio), Sindicato do Comércio Varejista de Irecê e Região (Sincom), Sindicato do Comércio Varejista de Material Elétrico e Aparelhos de Eletrodoméstico da Cidade do Salvador (Sindeletro), Sindicato do Comércio Varejista de Santo Antônio de Jesus (Sincomsaj), Sindicato Patronal do Comércio Varejista de Ribeira do Pombal e Região (Sincomvrpr), Sindicato Patronal do Comércio Varejista de Jacobina e Região (Sindpat), Sindicato do Comércio de Feira de Santana (Sicomfs), Sindicato do Comércio Varejista de Alagoinhas e Região (Sicomercio Alagoinhas), Sindicato do Comércio Varejista de Porto Seguro, Santa Cruz de Cabrália e Belmonte (Sindescobrimento), Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis da Cidade do Salvador (Secovi-BA), Sindicato do Comércio de Vitória da Conquista (Sicomerciovc), Sindicato do Comércio Varejista de Ilhéus (Sicomercio Ilheús), Sindicato Patronal do Comércio de Paulo Afonso e Região (Sinpa), Sindicato do Comércio Varejista de Santo Amaro (Sindcom), Sindicato do Comércio Varejista dos Feirantes e dos Vendedores Ambulantes de Ilhéus (Sicovfamil), Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Estado da Bahia (Sincofarba), Sindicato das Distribuidoras de Combustíveis do Estado da Bahia (Sindicom-BA). Sindicato do Comércio Varejista de Teixeira de Freitas (Sincomércio Teixeira de Freitas), Sindicato do Comércio Varejista de Juazeiro (Sindilojas Juazeiro), Sindicato do Comércio Varejista de Eunápolis (Sindicomércio Eunápolis), Sindicato do Comércio Varejista do Município de Itabuna (Sindicom Itabuna). Contatos e sugestões: 71 3273-9820 comunicacao@fecomercioba.com.br www.fecomercioba.com.br Avenida Tancredo Neves, nº 1.109, Ed. Casa do Comércio, 9º andar, Pituba. CEP: 41820-210 Salvador - Bahia - Brasil

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ENTREVISTA

A SERVIÇO

DO FUTURO Jorge Khoury passou a assumir a superintendência do Sebrae Bahia no início do mês de agosto, e, gentilmente concedeu com exclusividade uma entrevista à Revista Sistema Fecomércio-BA sobre suas experiências profissionais anteriores, expectativas em relação a este novo desafio, quais projetos o Sebrae reserva para um segmento tão importante quanto o comércio baiano, entre outras relevantes questões referentes à sua gestão e ao cenário econômico atual.

SF - Quais as suas expectativas em relação a este novo desafio profissional? JK - A expectativa é de que, cada vez mais, possamos nos aperfeiçoar para atender às demandas das micro e pequenas empresas baianas com mais eficiência, principalmente, diante do atual contexto econômico. SF - Como as suas experiências profissionais anteriores podem auxiliar e contribuir para este novo cargo? JK - Quando estive na Secretaria de Indústria, Comércio e Mineração, tive oportunidade de ser conselheiro do Sebrae. Naquele período, tive uma visão da realidade da micro e pequena empresa, suas necessidades e importância capital para a economia. Já na minha experiência no Congresso Nacional, participei do grupo parlamentar para a micro e pequena empresa. Tudo isso me trouxe informações, experiências e aprendizados que serão utilizados durante esta gestão, no sentido de melhorar nossa atuação na Bahia. SF - Que imagem possuía do Sebrae antes de tornar-se superintendente? JK - O Sebrae tem uma missão nobre, que se desdobra em grandes serviços prestados à sociedade. Quando assumimos, focamos no objetivo de dar sequência ao trabalho que a instituição realiza e, logicamente, ampliar seu leque de abrangência. SF - Cite, por gentileza, alguns dos principais projetos para este ano e para a sua gestão como um todo. JK - O Sebrae tem uma série de projetos importantes em andamento. Neste segundo semestre, lançamos a Sexta da Oportunidade. A ideia é tornar as sextas-feiras um dia voltado para buscar conhecimento, com capacitações gratuitas para quem ainda não tem empresa e deseja empreender. Também vamos promover, de 02 a 07 de outubro, a 3ª edição da Semana Sebrae de Capacitação Empresarial, com uma agenda intensa que inclui cursos, seminários e oficinas. Temos ainda parcerias com o governo do estado,

JORGE KHOURY

Natural de Juazeiro, o superintendente do Sebrae tem extenso currículo. Engenheiro, economista e professor, Jorge Khoury Hedaye foi prefeito de Juazeiro, presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB) e deputado federal por cinco mandatos consecutivos. Na atual gestão da prefeitura municipal de Salvador, Jorge Khoury foi secretário de Educação, além de fazer parte de pastas como a da Secretaria Municipal do Trabalho, Esporte e Lazer (SEMTEL) e do Gabinete do Prefeito ACM Neto.

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ENTREVISTA

como o curso técnico em Administração com ênfase em Empreendedorismo, lançado recentemente, além de ações voltadas para a questão das compras públicas. No âmbito municipal, somos parceiros da prefeitura no Programa Salvador 360, no qual apoiamos o eixo Simplifica, voltado para a desburocratização na abertura e baixa de empresas, e estamos estudando como apoiar os eixos Negócios, Cidade Inteligente, Cidade Criativa e Inclusão Econômica. SF - De acordo com dados da SDE, 90% das empresas abertas na Bahia nos últimos dois anos são do Comércio e Serviços, setor que concentra a maioria das MPEs. Diante dessa realidade, quais projetos o Sebrae reserva para um segmento tão importante quanto o comércio baiano? JK - O Sebrae reconhece a importância desse setor, especialmente pela sua expressividade entre as micro e pequenas empresas na Bahia. Por isso, nossa atuação tenta abarcar o máximo de segmentos possível. Temos projetos voltados para as áreas de varejo de alimentos, de moda, material de construção, alimentação fora do lar, serviços automotivos, beleza e estética, saúde e bem estar, entre outros. As ações incluem capacitações e consultorias para melhoria da gestão, além de atividades que contribuam para a ampliação da participação das empresas no mercado. SF - Qual a relevância e quais são os principais desafios do Sebrae diante do nosso atual cenário econômico? JK - A economia nacional passa por um momento difícil e isso aumenta a importância das ações do Sebrae. Consideramos que informação e capacitação são as principais ferramentas no auxílio ao empreendedor, especialmente dentro do atual cenário, em que ele precisa encarar desafios, manter o seu negócio saudável e inovar. Podem ser simples inovações que contribuam para uma maior eficiência e economia dentro da empresa. Certamente, o Sebrae tem expertise e soluções para o empresário sair mais forte deste momento.

SF - Qual sua opinião em relação às startups? Como elas podem contribuir para alavancar a economia? JK - As startups são aquelas empresas que sempre surgem com uma ideia inovadora, diferenciada. E esse é um conceito que deve ser levado em conta por qualquer tipo de negócio, sejam startups, sejam negócios mais convencionais. O importante é pensar diferente. Especificamente na realidade das startups, elas são empresas fundamentais para movimentar o mercado e a economia, contribuindo para a abertura de novos paradigmas. Por isso, o Sebrae tem um projeto direcionado para atendê-las na Bahia. SF - Na sua concepção, quais características e que perfil um empreendedor deve possuir para tornar-se bem sucedido profissionalmente? JK - Acima de tudo, o empreendedor deve buscar conhecimento. Antes de abrir um negócio, ele precisa conhecer bem a atividade na qual pretende investir, assim como o mercado em que vai adentrar. Durante a gestão da empresa, ele precisa estar se atualizando constantemente, tanto em relação às demandas dos seus clientes, quanto às variações e mudanças no mercado. Um empreendedor que se atualiza, que busca capacitação, tem às mãos as chaves do seu sucesso. SF - Qual o legado que você pretende deixar após o término da sua gestão? JK - Pretendemos trabalhar três aspectos principais durante essa gestão: capacitação e informação; sustentabilidade; e a atuação ampla em todo o estado, com ações na capital e no interior. Nesse último aspecto, vale destacar que o Sebrae já tem uma visão e empenho sistêmicos em todo o estado. O que vamos fazer é buscar a integração no intuito de obtermos um foco igualitário entre todos aqueles que desejam construir um novo momento, mais favorável e sustentável, para as MPEs.

CONFIRA ALGUMAS DICAS DE COMO TRANSFORMAR SEU HOBBY EM UMA BOA OPORTUNIDADE DE NEGÓCIO: Procure adequar as características do seu hobby ao público-alvo que deseja atingir;

Crie um portfólio (digital ou impresso) e divulgue para seus contatos;

Estimule as pessoas a conhecer sua atividade, escolhendo os meios certos de comunicação mais eficazes e estratégicos.

Crie um cartão de visitas e leve-o sempre com você;

Participe de feiras e eventos ligados ao seu hobby e torne-se conhecido;

Caso não tenha loja própria, procure parcerias que ajudem a promover sua atividade;

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PANORAMA

BAHIA: A RETOMADA DA ECONOMIA A economia baiana está saindo superior a média nacional. Esse da crise. Os números relativos crescimento ainda não se dá de ao desempenho dos diversos forma generalizada, pois, no que segmentos da economia e do se refere ao varejo, o ramo de mercado de trabalho mostram Supermercado e Hipermercados isso de maneira cabal, com ainda registrou queda nas vendas pequenas exceções. O comércio, de cerca de 13% e, no caso do que registra queda nas vendas a turismo, a taxa de ocupação mé29 meses consecutivos, voltou a dia dos hotéis ainda está baixa, crescer em junho, um incremenmas a tendência de retomada dos to de 1,5% em relação ao mesmo negócios em ambos os setores é mês do ano passado. E o resulnítida. tado não se constituí apenas um ponto na curva, O setor serviafinal, em relação ços também O mais importante é a maio, um mês inverteu a tradicionalmente tendência que o crescimento forte por causa do de queda e dia das mães, as da economia está se cresceu 2,0% vendas no varejo em junho, refletindo no mercado enquanto a cresceram 2,3%. agropecuária de trabalho, com Em junho, as venbaiana vai das cresceram em colher este saldo positivos em 8 das 10 atividaano a maior todos os setores. des do varejo, com safra de grãos destaque para as de sua históvendas de eletroria, superior domésticos, com incremento a 8 milhões de toneladas e quase de 36%, enquanto as vendas de 45% maior que a do ano anteveículos e material de construção rior. A construção civil também cresceram 4% e 4,7% respectivavoltou a crescer e, ainda que de mente. Vários fatores contribuforma lenta, está engatando a íram para esse resultado, entre marcha para novos lançameneles a queda da inflação e dos tos. O único setor da economia juros, a liberação dos recursos do baiana que permanece estagnado FGTS e os sinais de estabilidade é a indústria que registrou no da economia, que estão trazendo primeiro semestre de 2017, uma o comprador de volta às lojas. queda de 7,4% em relação ao mesmo período de 2016. Além do comércio, a atividade turística voltou a crescer em O mais importante é que o junho registrando um increcrescimento da economia está mento de 3,8% em relação ao se refletindo no mercado de mesmo período do ano passado. trabalho, com saldo positivos No primeiro semestre de 2017, o em todos os setores e a construvolume das atividades de tução civil voltando a contratar rismo acumula crescimento de em junho, após muitos meses 2,2% na Bahia, um desempenho seguidos com resultados negati-

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vos. Apenas o comércio mantém uma tendência de eliminação de postos de trabalho, mas o sinal deve se inverter com a manutenção da tendência de crescimento. Os números apresentados são do IBGE e do Caged e demonstram que a economia baiana retomou o crescimento e que no segundo semestre de 2017, mesmo que de forma lenda e não homogênea, os negócios vão deslanchar.

Armando Avena Escritor, Economista, Professor da Ufba, Membro da Academia de Letras da Bahia e editor e diretor do site Bahia Econômica


CURTAS foto: divulgação/sindicato

SENAC APOIA CORRIDA DE GARÇONS EM FEIRA DE SANTANA

Denivaldo de Souza, primeiro lugar na categoria masculina

A 1ª Corrida do Garçom SindFeira 2017 - promovida pelo Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Feira de Santana (SindFeira de Santana) e pelo Sindicato dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade de Feira de Santana (Sindtturhfs) - reuniu garçons e garçonetes em uma corrida inusitada, no dia 7 de agosto. Ao todo foram 47 participantes, vestidos a caráter, em uma disputa de corrida com bandejas nas mãos. O evento contou com apoio do Sistema Fecomércio-BA, por meio do Senac.

SEMANA BAIANA DA CACHAÇA O Senac, em homenagem ao Dia Nacional da Cachaça, realizou a Semana Baiana da Cachaça proporcionando ao público oficinas, degustações, palestras e exposições, no Restaurante Escola Senac da Casa do Comércio e do Pelourinho . O público conferiu oficinas de caipirinha, workshop de drinques a base da mais brasileira das bebidas, exposição e degustação do mix de cachaças artesanais, dentre outros programas. Dentro da programação, o chefe Cristiano Ribeiro ministrou uma Cozinha Show, com a preparação de prato a base de cachaça. A semana também marcou o lançamento da Carta de Cachaça do Senac. De acordo com o sommelier de cachaça da instituição, Cassio Lázaro, a ideia surgiu com a proposta de desmitificar a bebida.

INAUGURADO O CENTRO JUDICIÁRIO DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS foto: divulgação

A cidade de Teixeira de Freitas, no extremo sul baiano, ganhou um centro de conciliação, que visa evitar a judicialização de pequenos conflitos, graças à parceria inédita entre a Fecomércio-BA, o Tribunal de Justiça do Estado da Bahia (TJBA) e o Sincomércio daquele município. A solenidade de inauguração do Centro Judiciário de Solução Consensual de Conflitos (Cejusc) ocorreu em agosto, na sede do Sindicato, reunindo a presidente do TJBA, desembargadora Maria do Socorro Barreto Santiago, o presidente da Fecomércio-BA, Carlos de Souza Andrade, o vice-presidente, Kelsor Fernandes, e o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Teixeira de Freitas, Allisson Ferreira. Resultado de uma proposta pioneira idealizada pelo Sincomércio Teixeira de Freitas, este Cejusc também representa um marco por ser o primeiro da Bahia voltado para as relações consumeristas. A Fecomércio-BA tem a intenção de ampliar esta parceria levando os Centros para outras cidades que possuem sindicatos empresariais filiados.

/sincomercio

Legenda

A presidente do TJBA recebeu homenagem na ocasião.

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SENAC

COMIDA QUE

Transborda

Chef de cozinha, formado pelo Senac-BA, Rodrigo Castro falou sobre gastronomia contemporânea.

Cadeiras, vasos, tapete e cestas. Aipim, mandioca, batata doce e inhame. Com um ambiente aconchegante de casa do interior, o Teatro Sesc Senac Pelourinho se vestiu para abrigar, na tarde do dia 23 de agosto, histórias e pessoas dispostas a compartilhar o mesmo amor pela terra, pelos ingredientes e pela ciência. Qual o melhor tempero para fazer uma comida? O antropólogo e museólogo, Raul Lody, que é o curador do museu, com sorriso no rosto, responde: “conhecimento é um dos temperos mais importantes da gastronomia”. A imersão proporcionada pelo Senac-BA no XI Seminário de Gastronomia do Museu da Gastronomia Baiana (MGBA) reuniu cerca de 200 pessoas em uma programação interdisciplinar que, parafraseando a expressão do oiapoque ao chui, foi da terra à mesa. Com o tema "Raízes de Comer: biodiversidade, nutrição e gastronomia”, o seminário contemplou os mais diversos aspectos da alimentação que envolve ingredientes vindos da terra, explorando o segmento científico, religioso e cultural. A diretora regional do Senac-BA, Marina Almeida, destacou o seminário como uma oportunidade multidisciplinar, que contempla os vários aspectos, tanto científico, quanto cultural, sobre o significado que as raízes têm na mesa do baiano. “A ideia de trazer esse assunto para o público foi provo-

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car uma discussão moderna sobre a utilização e valorização das nossas raízes”, comentou a diretora. Passeando pelo sentido representativo da raiz dentro da cultura baiana, Raul Lody diz que existe um vínculo histórico e emocional de pertencimento a terra e aos costumes. “Quando você fala de comida não é só pegar o ingrediente e colocar no forno. Por isso o seminário existe, para fomentar e suscitar reflexões sobre todas as questões que fazem parte da alimentação”, disse o antropólogo. Cada palestrante levantou sua bandeira. O engenheiro agrônomo, Joselito Motta, com seu jeito dinâmico, chegou dizendo que o Brasil “tapiocou” de vez. O olhar botânico da bióloga Katia Borges trouxe um olhar mais teórico com as definições científicas. Já o chef Elmo Alves situou o inhame como parte importante da comida de matriz africana. Todos tiveram a oportunidade de passar um pouco do conhecimento e do amor que sentem pelo tema. O seminário terminou já com a expectativa para a edição de 2018. Com toda certeza, essa tarde poderia se transformar em dias e mais dias de discussão, aprendizado e reflexão pois, como diria Lody, pessoas apaixonadas são transbordantes.


ESPECIAL

INCENTIVO A ANUNCIANTES PROGRAMA START

credito: divulgação

Americo Neto

e constante de anunciantes nas últimas três décadas. Ao todo, 36 veículos de comunicação, produtoras de vídeo e de áudio e entidades apoiam o programa.

Muitos empreendedores não aproveitam as oportunidades oferecidas por um planejamento de comunicação, seja por falta de conhecimento ou questões financeiras. Pensando nesse cenário, a Associação Brasileira de Agências de Publicidade (ABAP-BA) lançou, em agosto deste ano, o Programa Start, que visa incentivar a inserção de novos anunciantes no mercado baiano, através de uma série de descontos e condições especiais de pagamento na criação e veiculação de peças publicitárias e campanhas. “O que se vê é que muita empresa nova acaba não anunciando por achar que esse é um serviço caro. Queremos mudar essa concepção, ao oferecer uma série de descontos, desde a elaboração do anúncio junto à agência de publicidade, produção do material e divulgação nos veículos de comunicação. A necessidade de anunciar existe para encontrar oportunidades em novos mercados, oferecendo maiores resultados ao empreendedor”, explica Americo Neto, atual vice-presidente e presidente em exercício da ABAP-Bahia. O Programa Start nasceu de uma reflexão da atual diretoria da ABAP/Ba em torno das causas e efeitos da perda gradual

Os benefícios proporcionados são válidos pelo período de um ano e incluem uma série de ações para os novos anunciantes. “O perfil do consumidor desse segmento é de classe social elevada e pode-se fazer uma estratégia voltada a atingir especificamente esse cliente, através de anúncios em revistas segmentadas e em banners de internet com um direcionamento através do público alvo”, ressalta. Americo Neto pontua ainda que o primeiro passo é a realização de um planejamento de comunicação, realizado por uma das agências de publicidade afiliadas à ABAP/Bahia ou ao Sindicato das Agências de Propaganda (Sinapro/ Bahia). “Nesse momento, são feitos diversos estudos sobre o produto ou serviço oferecido pela empresa, situação do mercado e da concorrência, perfil do público-alvo, entre outras coisas”, esclarece. Entre as possibilidades estão comerciais de televisão, spots de rádio, anúncios para jornal e revista, adesivos para a mídia exterior, produção de outdoor e produção de banners para a internet. As facilidades também estão presentes no pagamento, que contarão com um prazo maior entre as faturas. O Programa Start tem o apoio do Sinapro-Bahia, Associação Baiana do Mercado Publicitário (ABMP), Central de Outdoor-BA e Sepex-BA.

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CÂMARAS credito: credito:

BRAÇOS FORTES

Para comprovar e ressaltar a importância da sua atuação, através da Câmara de Assuntos Tributários (CAT), estão sendo analisados dois Projetos de Leis municipais, que alteram regras tributárias de Salvador - o PL 439/2017, que trata de novas normas tributárias para Salvador e o PL 420/2017, que versa sobre os incentivos fiscais às empresas da Capital. Além disso, no dia de 05 de outubro, será promovido um seminário na Casa do Comércio, que contará com a presença do relator da Reforma Tributária, o deputado Carlos Hauly. “Queremos uma reforma que seja muito mais do que uma mera desburocratização, reduzindo-se o tamanho do estado, redução da máquina pública e com o PIB saindo dos atuais 35% e buscando a meta de voltar ao patamar de 25% do PIB, no máximo”, ressalta Nogueira.

Antônio Nogueira, Coordenador da CAT credito:

EMPREENDEDORISMO EM ALTA Empreendedorismo, capacitação, dinamismo e oportunidades. Essas são apenas algumas das palavras de ordem, quando o assunto é a Semana Global do Empreendedorismo (SGE). Sinônimo de sucesso, este ano o evento terá como tema “Novas Rotas do Empreendedorismo”. A SGE será realizada entre os dias 06 e 11 de novembro, na Casa do Comércio. O intuito é reunir empreendedores de diversas áreas, para fomentar discussões de temas ligados aos setores de comércio e bens de serviço, indústria e construção e agricultura.

João Pedro Bahiana, coordenador da CJE

“A CJE apoia a realização da SGE e será corealizadora em algumas atividades. Esta iniciativa é muito relevante, uma vez que contempla o comércio e o jovem empresário. No local, falaremos de liderança, gestão, comunicação, estratégia, dentre outros temas. Será um momento propício também para a realização de network com diversos outros empreendedores”, afirma João Pedro Bahiana, coordenador da Câmara do Jovem Empresário (CJE).

Joao Pedro Bahiana, coordenador da CJE

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INSIGHT

FECOMERCIO, 70 DE HISTÓRIA E LUTA EM PROL DA CONSOLIDAÇÃO DO TERCEIRO SETOR É com especial satisfação que me Nesse sentido, é oportuno dedico a escrever essas poucas lembrar que o resultado apurado linhas para homenagear a Fecopelo segmento na última década mercio-Bahia, uma instituição influenciou positivamente o PIB forte e consolidada, nascida nos (Produto Interno Bruto) brasileiidos de 1947 em nosso estado, ro, indicando a crescente relecuja história tem sido marcada vância das suas atividades para a pela busca incansável do fortaeconomia como um todo, sendo, lecimento do setor terciário, por mesmo, fundamental para o cresmeio da representação das emprecimento econômico do País. sas comerciais e sindicatos patroA título de Ao longo dos seus nais. Ao completar exemplo, vale 70 anos, a trajetória os 70 anos de exisdestacar que tência em 2017, a entre 2003 e da Fecomercio instituição reflete 2016 a repretodo o vigor e pusentatividamostra o quanto a jança do segmento de do setor representação dessa para o conjunto terciário subiu do país, e mais de 65,8% para entidade na vida da representativo 73,3% do valor ainda por reunir o adicionado atividade comercial maior contingente ao Produto tem sido importante de trabalhadores Interno Bruto da economia. (PIB), de acorpara a integração e do com dados Responsável por desenvolvimento do do IBGE. Esse representar as atiresultado foi setor terciário. vidades relacionaalavancado das ao comércio de pelo comérbens e prestação de serviços, além cio, cujo valor adicionado do PIB de outras atividades econômidesse período elevou-se de 9,5% cas, tais como o turismo, o setor para 12,8%. O pico ocorreu em terciário tem sido um baluarte da 2013, quando o setor alcançou economia brasileira nas últimas uma participação de 13,5%. décadas. Isso porque o segmento tem atravessado as sucessivas criAo se observar os dados da ecoses econômicas do País com resulnomia geral, verifica-se o quanto tados promissores, alavancando a participação do comércio, no a economia e garantindo indicômputo macroeconômico, tem cadores positivos. Ainda assim, sido fundamental para garantir sofre os impactos da conjuntura empregos, gerar renda e influennacional, mas é um segmento que ciar positivamente os indicadores consegue se reinventar e criar econômicos. Nesse contexto, a Femecanismos capazes de superar comercio exerce um papel fundaas dificuldades. mental ao aglutinar os interesses

e demandas dos dirigentes do varejo, ao propor ações e influenciar políticas públicas relevantes no sentido de promover o fortalecimento do varejo e a consequente ampliação da oferta de trabalho e do desenvolvimento econômico. Ao longo dos seus 70 anos, a trajetória da Fecomercio mostra o quanto a representação dessa entidade na vida da atividade comercial tem sido importante para a integração e desenvolvimento do setor terciário. A Fecomercio, enfim, consolida, no Estado da Bahia, um segmento forte, pujante, organizado, atuante e extremamente relevante para o desenvolvimento econômico do nosso Estado. A participação da entidade no cotidiano do varejo não se limita ao apoio de seus representados, mas atua indiscutivelmente em todas as esferas da sociedade organizada, seja na capacitação profissional, educação e nos segmentos de lazer, saúde e assistência.

Rui Costa Governador da Bahia

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CURTAS

OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS SÃO APRESENTADAS PELA SDE

A Fecomércio apoiou o evento da SDE.

O Teatro Sesc Casa do Comércio, um dos principais espaços culturais da capital baiana, reabriu com um concerto do grupo sergipano Samba de Pareia da Mussuca, que excursiona por meio do projeto Sonora Brasil, do Sesc, com o tema “Na Pisada dos Cocos”. Liderado por uma mestra, Dona Nadir, o grupo apresentou músicas que fazem alusão a situações do dia a dia, com muita irreverência e dança. O povoado de Mussuca, no município de Laranjeiras, é uma comunidade de remanescentes quilombolas que se empenha para manter as tradições de seus antepassados. O Teatro Sesc Casa do Comércio reabriu com novos sistemas de sonorização e cortinas no palco, além da revisão completa dos sistemas cênico e elétrico, garantindo total segurança. Com 546 lugares, além de foyer para exposições e um American Bar, o teatro é um dos mais nobres espaços culturais de Salvador.

Incentivos fiscais e leis menos burocráticas foram as novas ações apresentadas aos empresários baianos durante o “Painel de Oportunidades: o Governo Compra na Bahia e Desenvolve Nossa Economia” - evento promovido pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE) para a articulação entre os setores público e privado. O encontro contou com a parceria da Fecomércio-BA, juntamente com as secretarias da Administração (Saeb) e da Fazenda (Sefaz), Federação da Indústria (Fieb) e o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas na Bahia (Sebrae). A Bahia é um dos estados pioneiros na edição de uma legislação própria e no aprimoramento das bases legais que incentivam a maior participação de empresas no fornecimento de bens e serviços na administração pública estadual. O evento também focou nas licitações e isenções de impostos para produtores locais, novas oportunidades de investimentos, tendências de mercado e o cadastro no Comprasnet, a plataforma de compras do Estado com cerca de 35 mil empresas cadastradas. O número é considerado baixo quando comparado às mais de 230 mil empresas ativas no estado.

PROJETO SONORA BRASIL NO TEATRO SESC CASA DO COMÉRCIO

O diretor do Sesc e o presidente Carlos Andrade com o grupo sergipano.

SEMINÁRIO PARA O EXÉRCITO

Na semana do Dia do Soldado, a Federação sediou um painel econômico para alunos-oficiais da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército. O superintendente Paulo Studart, representando o presidente Carlos Andrade, fez a apresentação institucional da Fecomercio, e o consultor econômico Fábio Pina falou do panorama econômico com foco no comércio. Representantes das Federações da Agricultura e da Indústria também participaram do evento que foi encerrado com um debate.

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Alunos-oficiais de todo Brasil estiveram em Salvador.


DEU O QUE FALAR Esta edição é especialmente voltada para a Semana Global do Empreendedorismo que acontece de 6 a 10/11 em Salvador. Fique por dentro da programação na Bahia em www.empreendedorismo.org.br

No contexto atual, é melhor arriscar e inovar na empresa.

Danilo Morais

A inovação é sempre um bom caminho, a melhoria contínua é premissa para o sucesso das empresas.

Sócio da Faz Tudo

Cláudio Carvalho

A crise é a mãe da criatividade. No final de 2015, no ponto crítico da crise, fizemos um grande investimento e mudamos a sede, decisão corajosa e acertadíssima.

Redução da demanda é sempre o maior problema.

Falta atitude do empreendedor em aproveitar as iniciativas que já existem.

Nem sempre é o maior problema, adequação do produto as necessidades do mercado é um grande desafio. Ineficiência operacional, por exemplo, também é um grande problema.

A difusão das iniciativas talvez ainda seja precária, o que não exime o empreendedor da responsabilidade da busca constante por oportunidades.

O maior desafio é ter um produto vencedor com a despesa ajustada e que tenha aderência ao mercado.

Não podemos ter arrogância com a crise, mas como já dizia meu sócio Nizan Guanaes, "enquanto os outros choram, eu vendo lenço".

As maiores oportunidades hoje não estão só na estratégia, mas na capacidade de realizá-las.

Mais que atitude, falta coragem. O empreendedor se contamina com o fracasso alheio.

De bons planos, o céu e o inferno estão cheios!

Falta quem saiba executar as boas ideias para o negócio na prática. Existem muitos empreenderes engajados e capazes, precisamos estimular mais fortemente a mentoria dessas pessoas.

Presidente da agência de publicidade Morya

Luís Henrique Pires

Estamos no melhor momento de assumir riscos e inovar, desde que a empresa tenha "lastro" financeiro.

Acredito que o maior problema está nos colaboradores. Ter as pessoas certas, com a motivação certa fazendo as coisas certas.

Diretor Executivo da AJE, proprietário da Pires & Cia Buffet

Inovar desde os processos internos, até os diferenciais competitivos. Nunca é ruim, mas precisa ser bem pensado.

Rodrigo Salles

Temos exemplos claros em que a gestão interna é, muitas vezes, um problema maior do que a redução de demanda. As empresas precisam se reinventar.

Existem, várias iniciativas de fomento que não são exploradas.

O recurso humano é sempre um grande diferencial competitivo, independente do ramo.

Vice-presidente da AJE-BA

*Se você quiser sugerir temas para a próxima edição, envie e-mail para ascom@fecomercioba.com.br

SIM

NÃO

TALVEZ

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CAPA

BEM-VINDO AO

FUTURO COM UM MUNDO CADA VEZ MAIS CONECTADO, AÇÕES E INVESTIMENTOS TECNOLÓGICOS GANHAM DESTAQUE NA ERA DAS CIDADES INTELIGENTES

A capital baiana foi avaliada como a vigésima cidade mais conectada e inteligente do país em um levantamento que analisou 700 municípios brasileiros, o Connected Smart Cities. Uma cidade pode ser considerada inteligente quando se desenvolve economicamente, ao mesmo tempo em que reúne tecnologia para melhorar a infraestrutura urbana tornando o dia a dia mais prático e com mais qualidade de vida para seus habitantes. De acordo com o Instituto de Estudos Superiores da Empresa (IESE Business School) em Navarra, na Espanha, as dez dimensões de análise para uma smart city são: Governança, Administração Pública, Planejamento Urbano, Tecnologia, Meio Ambiente, Coesão Social, Mobilidade e Transporte, Capital Humano e Economia. O estudo, Cities in Motion Index, é usado como referência em todos os países para análise e comparação.

investimentos em mobilidade, através de sensores subterrâneos que programam os semáforos de acordo com as condições de tráfego e meio ambiente, com a disseminação de espaços verdes e o abastecimento de um lago e canal com a água do mar para manter a umidade sem gastar água potável, além de ser usado como meio de transporte através de táxis aquáticos. Eles também possuem ciclovias e sistemas de gestão de resíduos para diminuir a necessidade de coleta de lixo. Outro exemplo bem sucedido ao redor do mundo é Masdar, em Dubai, que foi construída para ser referência de gestão sustentável entre os países do Oriente Médio. Um alto investimento do governo foi feito para o uso de energia solar e sistema de transporte elétrico, fazendo com que a cidade tenha zero emissão de gás carbônico. No Brasil, o primeiro projeto de smart city foi feito em Aparecida de Goiânia, que existe há 95

anos e, nos últimos 20, começou um investimento maior no desenvolvimento da cidade. A 20 quilômetros da capital, Aparecida deixou de ser uma cidade-dormitório para uma cidade universitária e industrial, com grande crescimento econômico e populacional, graças à implantação de parques empresariais e industriais. O investimento em tornar-se uma cidade inteligente fortaleceu a economia e a qualidade de vida do município,

A CIDADE DE SONGDO, NA COREIA DO SUL, FOI A PRIMEIRA CIDADE INTELIGENTE DO MUNDO. Ela está sendo construída do zero para ser uma aerotrópole – expres-

são usada para cidades construídas em volta do aeroporto. Com previsão de conclusão para 2018, a expectativa é de 250 mil moradores até 2020. Seus principais pontos foram os

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além de render o prêmio InovaCidade 2017 para seus idealizadores . O próximo passo é seguir no caminho de acordo com o Cities in Motion Index, com foco em cultura criativa e empreendedora, sustentabilidade e cidadania. Para Cleomar Rocha, autor do projeto, a tendência


CAPA

é que a relação entre humanos e não-humanos fique cada vez mais estreita, possibilitando a redução do esforço das novas perspectivas sociais: “Fiquemos atentos ao futuro que estamos inventando. Um belo amanhã promete mudar, não só nosso modo de viver nas cidades, mas um novo modo de encarar a própria noção de sociedade”, afirma. Para Fernando Chemin, diretor da PwC Brasil, há um movimento crescente no país de projetos relacionados a cidades inteligentes que usam a tecnologia como suporte.

RANKING NACIONAL Mesmo sendo um projeto pioneiro no país, Aparecida de Goiânia ainda não entra no ranking das 100 cidades mais conectadas e inteligentes do Brasil. O Connected Smart Cities, desenvolvido pela Urban Systems, avaliou as cidades por região, porte e eixo. Pelo segundo ano consecutivo, São Paulo ocupa a primeira posição, seguida de Curitiba, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Vitória. A capital baiana subiu 14 posições em comparação ao ano passado e chegou ao vigésimo lugar. Para Rocha, Salvador tem um grande potencial de desenvolvimento, apesar de enfrentar diversos problemas, como a má distribuição de renda, a violência e a mobilidade urbana, que ainda precisa de melhorias. O pesquisador acredita que o Parque Tecnológico da Bahia, que nasceu com pretensões de colocar Salvador na lista das cidades inovadoras e empreendedoras mas que ainda mantém a mesma estrutura inicial - é um exemplo de que a cidade não tem conseguido se desenvolver neste campo. Apesar disso, Salvador vem passando por um momento de investimento tecnológico com ações em diversas esferas. O CittaMobi, por exemplo, é um aplicativo que controla e informa sobre as linhas de ônibus em tempo real. A própria Prefeitura Municipal tem investido em um contato mais direto com os moradores da cidade através de uma presença mais efetiva nas redes sociais e no lançamento do aplicativo Ouvindo Nosso Bairro, uma espécie de ouvidoria eletrônica que possibilita aos próprios moradores eleger as obras prioritárias do bairro onde moram. No Carnaval, a Companhia de Governança Eletrônica (Cogel) ofereceu o primeiro carnaval conectado da cidade, com wi-fi gratuito em todo o percurso da festa. Mais recentemente, prefeitura e gover-

Monitoramento para melhorar a segurança; Plano de tratamento de resíduos para diminuir o impacto ambiental; Diminuir o desperdício e fraudes Na gestão hídrica; Plano de mobilidade urbana; Iniciativas para desenvolvimento de capital intelectual São alguns dos exemplos são algumas das iniciativas descritas pelo consultor de gestão.

no estadual promoveram a integração das linhas de ônibus e metrô através do uso único de um cartão de transporte, oferecendo mais praticidade para os usuários. Para Fraknlin Santos, diretor técnico do Sebrae, a vigésima posição indica que a capital baiana está no caminho certo. Ele avalia que, mais que uma posição no ranking, investir em iniciativas de inovação, ajuda a melhorar a economia e deve ser uma atitude coletiva, tanto de órgãos públicos, como de pequenas e grandes empresas. Chemin concorda que uma cidade mais conectada é feita de práticas que envolvem desde o uso de tecnologia para melhorar a estrutura da educação e do ambiente de aprendizagem e aumentar o investimento do setor privado até ações que permitem o acesso dos cidadãos às autoridades públicas para uma visão mais completa do ambiente urbano. “Tecnologia nas empresas já é básico. Nem é mais diferencial. Quem não tem a tecnologia e não agregar, não tem chance no mercado”, afirma Santos.

ícone dos apps Revista do Sistema Fecomércio-BA SETEMBRO 2017

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CAPA

Alberto Braga,

diretor presidente da Cogel

O “Salvador 360, Cidade Inteligente” abrange projetos e ações que inserem a tecnologia como uma importante política pública da cidade, além de promover o desenvolvimento econômico com base em empresas e soluções voltadas à inovação. Braga, que está à frente do projeto junto com a Prefeitura, avalia positivamente o desenvolvimento de Salvador a caminho da inovação e de ser uma cidade inteligente. Para ele, “o movimento natural de nossos tempos se converge com o movimento de cidade inteligente.

“Os aplicativos, por exemplo, já são uma realidade permanente, que nos traz agilidade e economicidade de tempo em diversos aspectos” Fraklin Santos fala ainda sobre a avaliação de demanda e oportunidade encontrada pelo iFood, que une diversos bares e restaurantes em um único aplicativo de entrega de comida; o Uber, que possui a maior frota de veículos sem ter veículos próprios e o airbnb, que possui o maior serviço de aluguel de quartos sem ser hotel. ícone do app

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CAPA

INOVAÇÃO NO DIA A DIA Um nicho de mercado está nascendo junto com esse momento. Nova demandas e novos modelos de negócio estão surgindo a partir do entendimento da necessidade de uma relação de parceria entre empresa X cliente que vai além do consumo direto. Para Cleomar Rocha, marcas, produtos e serviços se fortalecem na criação desse novo ecossistema de clientes e soluções inteligentes. Ajudar os microempreendedores a ter uma visão de oportunidade e negócio nessa era digital é a função do Radar, aplicativo lançado pelo Sebrae para auxiliar qualquer pessoa que queira montar seu próprio negócio. De forma simples e acessível, o app oferece uma análise de mercado, com estudo de demanda, concorrência e até indicação da melhor localização para o negócio baseando-se em informações básicas fornecidas pelo interessado. Empreendedores que seguiram as dicas já estão com negócios funcionando em 14 cidades baianas. Orientação personalizada também é intuito do aplicativo “Meu Desconto”, lançado pelo Grupo Pão de Açúcar, que oferece descontos personalizados de acordo com os hábitos de consumo de cada cliente. O usuário seleciona os produtos e ofertas de acordo com o que mais interessa e, assim, passa a receber descontos que se assemelham aos gostos pessoais de cada um.

"O foco deve ser no relacionamento e não somente na venda".

ícone do app

Uma cidade cada vez mais conectada também é feita pelos seus moradores. Não é à toa que muita gente tem optado pela praticidade e realizado pagamentos através de aplicativos no celular sem precisar sair de casa. Aeroportos, casas de shows e teatros já utilizam leitores de QR Codes, que substituem o papel. Em alguns estabelecimentos você pode fazer um pedido através da conexão bluetooth entre uma comanda digital e um cardápio eletrônico em alguns condomínios de luxo de Salvador, que com adesivos eletrônicos no carro permitem a abertura das cancelas através de sensores, garantindo a agilidade e segurança dos moradores.

“PENSAR EM CIDADES INTELIGENTES É PENSAR EM CIDADÃOS INTELIGENTES. A cidadania torna-se inteligente quando a cidade se prepara para prover a necessidade de pertencimento, de atuação, de participação. O mercado faz parte disso e deveria pensar não apenas em suas vendas, seja de produto ou serviço, mas no fortalecimento de seu ecossistema, que envolve o cliente. Ações que beneficiam a cidade e seus cidadãos resultam em mercado forte. Não existe cidade inteligente se o mercado não corresponder a isso”, defende Cleomar Rocha. Revista do Sistema Fecomércio-BA SETEMBRO 2017

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INSIGHTS

70 ANOS DA FEDERAÇÃO DO COMÉRCIO DA BAHIA A Federação tem intermediado interesses dos comerciantes e comerciários junto aos três poderes, de forma independente e apartidária, abrindo suas portas ao debate. Nos 70 anos da Federação do Comércio da Bahia, neste 9 de agosto, não podem ser esquecidos dois nomes de vanguarda: o seu fundador, em 1947, e o seu construtor, em 1988. Arthur Fraga teve a visão da corporação para fortalecer o comércio, fundando a Entidade; Deraldo Motta, a antevisão de edificar o moderno e arrojado edifício, o extraordinariamente novo, a materialização de um sonho, nas estruturas de aço e vidro, canteiros suspensos, o vermelho das estruturas com o verde das folhagens, a transformar a arquitetura da Bahia em atração turística, um dos cartões postais de Salvador. Não é apenas a Casa do Comércio, mas também da cultura e da aprendizagem, do SESC e do SENAC. Construída na década de 80, a nova sede chama a atenção por seu design

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contemporâneo, que se incorporou ao patrimônio arquitetônico de Salvador. Deraldo não presenciou a inauguração da grande obra em 1988, ao falecer pouco antes, aos 67 anos, de fulminante ataque cardíaco. Homem adiante do seu tempo, presidiu a Federação por 31 anos. Nascido em Mutuípe, com apenas o curso de ginásio realizado no famoso Taylor Egídio, deixou marca do seu empreendedorismo, a partir de um armarinho estabelecido em Jaguaquara, em 1947, por sua mãe. Fez, também com os irmãos, a rede de Lojas O Cruzeiro, depois, a Rádio O Cruzeiro, em 1961.

Vale destaque o Planejamento de Médio e Longo Prazo e seu Acompanhamento, com consultoria apoiada pelo SEBRAE, aos seus sindicatos, num trabalho jamais visto, e com uma administração focada na delegação, na descentralização, na comunicação, na integração e no controle. É vontade do SINDICOM-BA colaborar na edição de biografias de homens do Comércio, cuja Federação foi presidida também por Orlando Moscoso, Nelson Daiha e Carlos Amaral, com legado que honra a Instituição, ao inserir no site atual, entre os seus valores, a Ética em primeiro lugar.

A Federação, hoje, tem uma visão de permanente renovação. Entre suas bandeiras: a não perpetuação dos dirigentes; congregar as demais Federações e a Associação Comercial; e, recente, o apoio inconteste às causas da Desburocratização do Estado e da Simplificação Tributária. Tem contado com o apoio incondicional do Sindicato das Distribuidoras de Combustíveis – SINDICOM-BA, planejando e realizando seminários e estudos. O presidente Carlos Andrade, conhecido pelo bom humor, vem destacando-se por apoiar uma plêiade de jovens empresários, em comitês de trabalho. Além disso, a Federação tem intermediado interesses dos comerciantes e comerciários junto aos três poderes, de forma independente e apartidária, abrindo suas portas ao debate.

Luiz Gonzaga do Amaral Andrade Conselheiro da Fecomércio-BA


CURTAS

SENAC REALIZA FEIRA DE PROFISSÕES EM SALVADOR E INTERIOR Quem foi conferir a Feira de Profissões em Salvador, Camaçari, Feira de Santana, Vitória da Conquista e Porto Seguro vivenciou palestras e oficinas direcionadas ao aperfeiçoamento do profissional dentro do mercado de trabalho. Uma das vertentes contempladas no evento foi a elaboração adequada de um currículo, objeto importante na hora de disputar uma vaga de emprego, além de palestras com orientações sobre como desempenhar um bom papel estético, tanto na hora de participar de uma seleção, quanto nas atividades do dia a dia. E para quem segue as tendências do mundo digital, uma palestra falou sobre as técnicas e os processos para desenvolver um canal.

PRODUÇÕES BAIANAS NA MOSTRA SESC DE CINEMA Pela primeira vez a Mostra Sesc de Cinema, promovida pelo Departamento Nacional do Sesc, premiou três produções da Bahia. Os dois longas baianos, “Cores e Flores para Tita” e “Tropykaos", e o curta “Astrogildo e a Astronave”, serão exibidos nos espaços culturais do Sesc pelo Brasil, a partir de novembro deste ano.

anos

Há 70 anos a nossa missão é representar aqueles que investem, vendem, correm riscos, empregam e fazem a economia do país pulsar! www.fecomercioba.com.br Revista do Sistema Fecomércio-BA SETEMBRO 2017

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SINDICATOS

PAULO AFONSO RECEBE REUNIÃO DE DIRETORIA ITINERANTE 2017 fotos: divulgação/sinpa

Diretoria reunida em Paulo Afonso.

A reunião ordinária da Diretoria da Fecomércio-BA, do mês de agosto, ocorreu na cidade de Paulo Afonso, sede do Sinpa – Sindicato Patronal do Comércio de Paulo Afonso e Região. A ação fez parte do Programa Reunião Itinerante, implantado nesta gestão como mais um instrumento para a interiorização do Sistema Fecomércio-BA. O objetivo é proporcionar a interação com a comunidade empresarial de diferentes municípios, prestigiar os sindicatos filiados do interior, conhecer os serviços locais do Sesc e Senac, além de fazer uma imersão no comércio, turismo e cultura da região. A convite do presidente do Sinpa, Francisco de Assis, prestigiaram a reunião a presidente da Ascopa (Associação dos Comerciantes de Paulo Afonso), Maria Gorete Moreira, e o presidente da CDL/Paulo Afonso, Francisco de Assis Maciel, além de diretores do Sinpa e demais entidades do comércio local. O Hotel Belvedere foi a sede do evento que contabilizou cerca de 60 pessoas, entre diretores, conselheiros, presidentes de sindicatos e colaboradores da Federação. O presidente Carlos de Souza Andrade abriu a reunião agradecendo o apoio do presidente do Sinpa em toda a logística e programação da viagem. “É um prazer para a Fecomércio estar aqui em Paulo Afonso e conhecer os líderes empresariais do comércio parceiros do sindicato, essa oportunidade de integração é fundamental para o nosso trabalho”, disse. Com 120 mil habitantes, Paulo Afonso é uma das cidades beneficiadas pelos serviços do Sistema S. Possui a unidade Sesc Ler, voltada prioritariamente para o programa Educa-

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Presidente do Sinpa, Franscico de Assis

ção através do EJA – Educação de Jovens e Adultos. Na ocasião da visita, a comitiva da Federação teve a oportunidade de assistir a uma apresentação do grupo cearense Coco do Iguape, em itinerância na Bahia pelo projeto Sonora Brasil. “A manutenção e o resgate das manifestações musicais é muito importante para a cultura e o turismo”, elogiou a diretora Avani Duran após a apresentação de samba de coco. Já o Senac mantém um núcleo de aprendizagem anexo à sede do Sindicato e realiza cursos de capacitação profissional na unidade Senac Móvel. O presidente do Sinpa registrou a importância do Sistema S para Paulo Afonso: “A Federação nos dá grande apoio por meio do Sesc e do Senac. Há dez anos contamos com uma unidade do Sesc com atividades constantes, o programa Jovem Aprendiz do Senac e a carreta em funcionamento aqui há quase dois anos”, declarou Francisco Assis. Natal Solidário - A diretora secretária e organizadora da reunião itinerante, Juranildes Araújo, lançou a campanha Natal Solidário 2017 em Paulo Afonso ao entregar o termo de adesão aos presidentes dos sindicatos. “Este ano a meta é de uma campanha ainda maior, com participação ativa dos sindicatos. Em Camaçari, os empresários já começaram a nos procurar”, disse a diretora a respeito da campanha anual de arrecadação de donativos. Também entraram em pauta, a divulgação do Comerciante do Ano 2017, que será o empresário do varejo Alberto Nunes, e o balanço da comemoração dos 70 Anos da Federação, realizada em 9 de agosto.


SESC credito: divulgação

QUALIDADE DE VIDA NA TERCEIRA IDADE Desde 2011, Francisco Conceição Rocha, de 91 anos, frequenta o centro de convivência dos idosos localizado no Sesc da Rua Chile. Este ano, ele foi uma das estrelas da campanha de divulgação da Semana dos Avós, promovida pela instituição em parceria com o Shopping Center Lapa. O evento, que aconteceu de 24 a 29 de julho na Praça de Eventos do shopping, já se encontra em sua 14ª edição e tem o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos idosos e estimular o envelhecimento saudável, através de atividades como palestras, oficinas, desfiles, prestação de serviço e apresentações de dança e teatro.

Público lotou o evento no Center Lapa.

“A proposta da Semana dos Avós é extrapolar os limites do Sesc e levar para o público algumas das atividades que são realizadas internamente”, explica Sued Lago, gerente do Sesc Rua Chile. O evento trouxe o tema “Estações de Convivência”, fazendo uma analogia das estações do ano com os momentos que cada indivíduo passa durante a vida. As atividades contemplavam oficinas de artesanato, espaço interativo e palestras informativas, sempre com temas que buscavam dar mais autonomia aos idosos, como acessibilidade, saúde bucal e armadilhas na cozinha. A programação do dia sempre fechava com uma apresentação, seja de dança, teatro ou canto. “A iniciativa busca ocupar de forma produtiva o tempo dos idosos, incentivando a prática de atividades. Com isso, queremos também mudar a visão estereotipada que a sociedade possui sobre o idoso, buscando integrar e estimular uma sociedade mais igualitária. Percebemos que, com os avanços da medicina, a longevidade está cada vez mais presente, por isso a importância de prover ao idoso uma qualidade de vida em consonância com essa realidade”, destaca Sued.

ESTRELAS Todo ano, o Sesc seleciona entre os frequentadores interessados em estampar a campanha da Semana dos Avós. Em 2017, os escolhidos foram Francisco Conceição Rocha e Ivone Bacillon, ambos com 91 anos. “A experiência foi a melhor possível e, até hoje, sou parado na rua e recebo elogios”, revela Francisco. Frequentador do Sesc há seis anos, no local ele pratica dança de salão, hidroginástica, além de ser coralista. Aposentado há 30 anos, Francisco diz que se manteve ativo esse tempo todo. “Se a gente para, a mente para também”, enfatiza. Além de frequentar o Sesc, Francisco também faz pintura no seu tempo livre e atua como Embaixador do Encontro da Cultura. “A gente tem vivido mais tempo, por isso a importância de mexer o corpo para não ficar com a vida ociosa”. Francisco Conceição Rocha e Ivone Bacillon Revista do Sistema Fecomércio-BA SETEMBRO 2017

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PASSOS CERTOS

COMERCIANTE DO ANO A TRAJETÓRIA DO IMPÉRIO DOS SAPATOS

Engenheiro de formação e empresário por aptidão, Alberto da Rocha Nunes cresceu em meio ao cheiro de couro da fabricação de calçados, um negócio de tradição na sua família. De uma loja na Baixa dos Sapateiros na década de 80 a uma rede atualmente composta por três marcas e 24 lojas entre Bahia, Sergipe e Pernambuco, o empresário ganduense trilhou um caminho de sucesso, construído com bases fortes. Atualmente Alberto Nunes é também presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Salvador e recebe este mês o título de Comerciante do Ano, conferido pela Fecomércio-BA. Nessa entrevista, Nunes conta seus passos certos no mundo dos calçados.

SF - A história de empreendedorismo na sua família já vem de algum tempo. Como começou essa trajetória? AN - A história da empresa começa com meu avô, com a loja de calçados que ele tinha em Gandú. Meu pai era sapateiro e trabalhava nos fundos da loja. Foi dessa forma que meu pai começou a juntar dinheiro até entrar como sócio na loja do meu avô. Em 1960, quando já tinha capital suficiente, ele veio para Salvador e abriu comércio de calçados na Baixa dos Sapateiros, a Casa Nunes. Dois anos depois, ele fechou a que ainda tinha em Gandú e abriu uma segunda loja em Salvador, próxima a primeira. Dessa forma, passei minha infância e juventude indo todos os sábados para as lojas com meu pai, gostava de sentir o cheiro do couro. Quando chegou a época do vestibular, parei de ir para me dedicar aos estudos. Passei em engenharia e, durante o curso, me dividia entre as lojas, o estágio e a faculdade. Entre 1980 e 1983, meu pai reduziu o número de lojas que tinha - já eram cerca de seis ou sete - e resolveu ficar com três na baixa dos sapateiros. Foi quando decidi comprar uma das lojas, a Casa Diva. SF - E como foi que decidiu deixar a engenharia de lado e ser apenas empresário de calçados? AN - No início, achei que conseguiria tocar o negócio e ainda trabalhar como engenheiro. Saia das obras às 17h ou 18h e ia direto para loja. Em dezembro de 83, eu tirei férias da construtora e fiquei na minha empresa em tempo integral. Nessa época, eu tinha dois apartamentos e estava com casamento marcado. Conversei com minha esposa e disse que estava querendo investir em novas lojas, que acreditava no que es-

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tava fazendo, e que, para isso, eu iria precisar vender os dois imóveis e ir morar de aluguel. Ela concordou e resolveu apostar comigo também. Em janeiro do ano seguinte, eu comprei minha segunda loja, também na baixa dos sapateiros, e dei o nome de Dinni. Um ano depois, abri a terceira loja e percebi que era hora de escolher meu caminho: ou engenharia ou o negócio de sapatos. O que me fez decidir foi pensar em todo o conhecimento que meu pai me passou, ele entendia tudo de calçados e eu aprendi muito com ele. Nos próximos anos eu abri uma loja por ano, até 2004. Cheguei a 20 lojas em Salvador e em Aracajú e, em 2008, entramos também em Pernambuco. A partir desse ponto a concorrência foi acirrando e eu comecei a procurar diferenciais para o meu negócio. Decidi a mudar as fachadas, investi mais nas lojas de shopping e fiz uma qualificação em todos os pontos, apostando em uma estrutura melhor e pensando em mais qualidade do que quantidade de lojas. Também investi em novas marcas, como a D Zum, a X Tênis, a La Luna e a Magic Shoes. Algumas delas acabaram fechando, pelo próprio movimento do mercado não gosto de lidar com muita concorrência, outras cresceram nos seus segmentos, que são mais especializados. SF - Os seus filhos também se interessam pelo negócio? Há algum plano de sucessão familiar atualmente? AN - Em 2015 eu recebi uma boa proposta de compra das lojas. Já estava querendo começar a reduzir o meu negócio, porque estava ficando cansado e queria ter outro ritmo de vida. Diante disso, conversei com meus filhos, expliquei a situação e disse que já que estava analisando a proposta de venda, que a única coisa que me faria não aceitar seria o inte-


PASSOS CERTOS

Baixa dos Sapateiros

resse deles em continuar com a empresa. Eles entenderam e fechamos um acordo de que eles iriam entrar começar a tocar nossos empreendimentos. Desde então, eu tenho passado as responsabilidades gradualmente e estou com o negócio mais estruturado para minha ausência. Por conta disso, voltamos a ter planos de crescimento e expansão, que eles estão liderando. SF - Calçados são um acessório, o que significa que em momentos de crise as pessoas devam frear o consumo. O que foi decisivo nessa história para vocês se manterem bem-sucedidos, mesmo em momentos em que a economia do país não estava favorável? AN - Já enfrentamos várias crises. Lembro que meu pai falava que em 83 a economia não estava boa, então já comecei nesse cenário. A primeira crise real que senti foi no plano cruzado de Sarney, quando os preços foram congelados e ficou difícil conseguir mercadoria com os fornecedores. Depois teve a crise de 2009, quando as bolsas do mundo inteiro variaram e também sentimos os efeitos. Em 2015 começamos a perceber que não terminaríamos o segundo semestre como nos anos anteriores. Iniciamos então uma avaliação da nossa estrutura financeira para contenção de gastos. Nesse ano ainda abrimos duas novas lojas. Depois paramos as expansões e passamos fazer negociações mais agressivas com os fornecedores e renegociamos contratos com os parceiros. Em 2016 reformamos algumas lojas e abrimos a Magic Shoes do Shopping Barra. Essa crise atual apresenta uma diferença em relação às outras, porque dessa vez as pessoas realmente pararam de consumir. E quando há esse tipo de comporta-

mento por parte do consumidor, não adianta só enxugar os custos. Tem que haver uma complementação do lucro da empresa. SF - Quais os planos para o futuro? Há possíveis ampliações? AN - Desde 2015 temos um projeto para abrir franquias. No ano passado investimos nessa empreitada e desenvolvemos um processo com uma grande empresa especializada nesse tipo de negócio. Ainda não achamos estratégico levar para prática por causa da situação econômica do país, nos preocupamos com os franqueados. Nos próximos anos esperamos uma retomada financeira do Brasil para investirmos numa estratégia agressiva com esse projeto. SF - Sobre a indicação para Comerciante do Ano. Como se sente recebendo essa homenagem? AN - A premiação foi uma grande surpresa. Não acho que sou um grande comerciante, sou apenas um profissional muito dedicado. Gosto do que faço e tenho entusiasmo. Mantenho isso desde a primeira loja que tive até hoje e acho que a humildade foi fundamental nessa caminhada. Além disso, conto com uma equipe de profissionais muito competentes e é a eles que devo o sucesso das lojas. Esse é um reconhecimento para todos que construíram essa trajetória comigo. Fico muito honrado e com energia renovada para os negócios.

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INSIGHTS

QUANDO UM NÃO QUER... OS DOIS PODEM MEDIAR! Desde o início das nossas vidas, principalmente quando debutamos na vida escolar, somos ensinados pelos nossos responsáveis legais a administrar conflitos. Dentre os inúmeros conselhos então ofertados, destaca-se a comezinha orientação - verdadeiro provérbio -, de que quando um não quer, dois não brigam! O novo Código de Processo Civil brasileiro, ao disciplinar o instituto da mediação, estatui norma de importância ímpar, cujo ineditismo aprimora aquela recomendação de outrora, ao sufragar que “a audiência não será realizada ... se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual” (art. 334, § 4º, I). Isso porque, com o advento de tal comando legal, a ordem jurídica adapta aquele costumeiro ensinamento, consagrando outro mais atual, qual seja, o de que quando um não quer, os dois podem mediar! Em suma: em terras tupiniquins, ainda que uma das partes não deseje, a audiência de tentativa de mediação será realizada, aplicandose aqui outra máxima, também de corriqueira sabença, de que quem cala consente, visto que o desinteresse deve ser expressamente manifestado por ambas. A par das prováveis (e sólidas) críticas que tal regramento possa vir a receber, a exemplo do “pseudo” vilipêndio ao princípio da autonomia da vontade das partes, igualmente albergado naquele Código de Ritos (art. 166, caput) e na Lei n.º 13.140/2015 (art. 2º, V), o fato é

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que o mesmo representa inegável incentivo à chamada resolução alternativa de conflitos, condizente com o espírito de desjudicialização apregoado no novel diploma. A ratio legis do ousado artigo de lei é desarmar as partes, as quais naturalmente – e muitas vezes carregam consigo, especialmente no início do processo, sentimentos negativos ou de rejeição em relação ao seu ex adversus, possibilitando ao mediador, profissional devida e previamente preparado para o exercício daquele munus, auxiliá-las no alcance de um acordo. Pari passu, impende assinalar que, em face do princípio implícito dos plenos poderes das partes (ou empowerment), estas continuam a ser as senhoras do litígio, sendo através delas que se encontra a solução adequada e justa para o problema debatido.

aumento da celebração de mais acordos na esfera judicial, (ii) conferindo ao processo mais economia, celeridade e efetividade, garantidas em sede constitucional (art. 5º, LXXVIII) e (iii) diminuindo o abusivo e inacreditável número de processos que assoberbam os sodalícios nacionais.

A ordem jurídica adapta aquele costumeiro ensinamento, consagrando outro mais atual, qual seja, o de que quando um não quer, os dois podem mediar!

Outrossim, urge salientar que a mera designação de audiência de tentativa de mediação, à luz da lei, não representa, de modo algum, vinculação à celebração de qualquer acordo, sob pena (aí sim) de se ferir – de morte – o já invocado princípio da autonomia da vontade das partes. A audiência pode se realizar mesmo que uma das partes não queira, mas o acordo jamais poderá ser ultimado sem a concordância daquelas. Destarte, deflui-se que o disposto no artigo 334, § 4º, I, do CPC, constitui-se em importante instrumento a impulsionar a realização da mediação nos litígios instaurados, (i) possibilitando o

Nelson Daiha Filho Bacharel em Direito, mestrando na Universidade de Coimbra (Portugal).


CURTAS crédito: cesar villas boas

GOVERNADOR É RECEPCIONADO PELOS LÍDERES DO COMÉRCIO E INDÚSTRIA

Líderes do governo em recepção na Casa do Comércio.

O governador do Estado, Rui Costa, e os secretários do Desenvolvimento Econômico, Jacques Wagner, e da Fazenda, Manoel Vitório, estiveram reunidos com os presidentes das Federações do Comércio e da Indústria, Carlos de Souza Andrade e Ricardo Alban, respectivamente, e com o vice-presidente da Fecomércio-BA, Kelsor Fernandes. O encontro, na Casa do Comércio, teve a finalidade de estreitar laços entre o Governo e o setor produtivo, buscando oportunidades de parceria entre as partes. Temas como carga tributária e os programas de educação profissional do Sistema S estiveram em pauta.

SIMPÓSIO NACIONAL DE COMBATE À CORRUPÇÃO Um debate amplo, democrático e qualitativo, conduzido pelos principais nomes do país, no que se refere ao enfrentamento da corrupção. Esse foi o sentimento que norteou a abertura do II Simpósio Nacional de Combate à Corrupção, realizado em agosto. Promovido pela Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF/BA), o evento contou com o apoio da Fecomércio-BA pelo segundo ano consecutivo. O vice-presidente, Kelsor Fernandes, integrou a mesa de abertura, ao lado do prefeito de Salvador, ACM Neto, entre outras autoridades. Mais de 500 participantes, entre profissionais da carreira jurídica, estudantes de Direito e jornalistas prestigiaram o simpósio. De acordo com Rony José Silva, diretor regional da ADPF/BA, a ideia de realizar um simpósio como este surgiu a partir da luta e do sonho em combater a corrupção. “Entendemos que o envolvimento da sociedade é fundamental para que essa discussão ocorra em todas as suas instâncias”. Ele também mencionou o apoio da Federação: “Sempre abraçou os projetos dos delegados federais e é lá que sempre encontramos motivação para prosseguir”.

crédito: cesar villas boas

II ENCONTRO DE AGENTES DE REGISTRO Em agosto, a Federação, com intuito de agregar valor à prestação do serviço de emissão de certificados digitais, promoveu o II Encontro de Agentes de Registro da Fecomércio-BA. Estiveram reunidos os 21 agentes que atuam nos pontos de certificação, divididos entre Salvador e sindicatos filiados, além do staff do setor. A extensa programação, envolvendo palestras e cases de sucesso, contou com a parceria da Certisign. Revista do Sistema Fecomércio-BA SETEMBRO 2017

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CULTURA credito:

FESTAS LITERÁRIAS

MOVIMENTAM O CENÁRIO CULTURAL NA BAHIA

Flica, Flipelô e Fligê... As festas literárias firmaram endereço no lugar certo: Bahia! E a população só tem a ganhar com essa profusão de eventos que valorizam não somente a literatura, como também dão destaque a diversas outras manifestações culturais. Uma das boas surpresas deste ano foi a realização em Salvador da primeira edição da Festa Literária Internacional do Pelourinho (Flipelô). Resultado dos esforços conjuntos do Sesc, Fundação Casa de Jorge Amado e Maré Produções Culturais, o evento aconteceu no Pelourinho de 9 a 13 de agosto e teve como homenageados Jorge Amado, Zélia Gattai e Myriam Fraga.

início. A participação como co-realizadores na Flipelô é resultado do reconhecimento da nossa capacidade de trabalho, desde a articulação, logística, equipe de produção, disponibilidade de equipamentos culturais e qualidade da curadoria nas programações oferecidas”, relata. Fernanda Bezerra, diretora da Maré Produções Culturais, destaca em como a Festa Literária é uma experiência democrática. “A grande função hoje desses eventos literários que estão crescendo, principalmente aqui na Bahia, é a oportunidade de criar experiências e aproximações do público com a literatura”, declara.

Para a coordenadora de cultura do Sesc, Marli Nierdermaier, a Flipelô veio para ficar. “O evento é a culminância de um antigo sonho de Myriam Fraga - diretora da Fundação Casa de Jorge Amado - e o Sesc abraçou a ideia desde o

Emanuel Mirdad, idealizador e coordenador geral da Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica), também destaca a importância do evento. “É um excelente momento para que as pessoas vivenciem a cultura literária, estejam dispostas a comprar livros, a conhecer autores e a estimular a leitura para os filhos”. A Flica, que já está em sua sétima edição este ano, acontece na cidade de Cachoeira nos dias 5 e 6 de outubro, trazendo como homenageado o poeta baiano Ruy Espinheira Filho. “A festa literária funciona no tripé cultura, educação e turismo e hoje a Flica pode ser considerada a maior festa literária do Nordeste, chegando a ser o principal evento econômico para a cidade, superando até o São João”, ressalta Mirdad. Também no interior da Bahia, este ano foi realizada a 2ª edição da Feira Literária de Mucugê, de 10 a 13 de agosto, homenageando Euclides da Cunha, autor de “Os Sertões”, traçando assim mais um caminho em busca de consolidar o cenário literário no estado da Bahia, sempre com o objetivo de evidenciar a literatura e deixando um legado para a sociedade na formação de novos leitores.

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GARIMPO

LITERATURA BAIANA

A leitura favorece o aprendizado, aprimora a escrita e ajuda a organizar uma linha de pensamento, além de ser um excelente passatempo. Nesta edição, separamos dicas de livros adultos e infantis de autores baianos ou lançados por editoras locais, que trazem o universo lúdico em suas páginas, mas também são recheados de mensagens e ensinamentos.

NA MINHA PELE LÁZARO RAMOS

Livraria Saraiva R$ 34,90

O CURIOSO DESTINO DE RITA QUEBRA-CAMA E OUTROS CONTOS www.solisluna.com.br

Através de reflexões e experiências pessoais, o ator e diretor baiano Lázaro Ramos se lança como escritor em um emocionante convite a um mundo de reflexões culturais, étnicas e sociais. “Na minha pele” não é uma biografia, mas fala muito da realidade do ator e de tantos Lázaros desconhecidos representados no livro. Com sinceridade e provocação, a obra propõe uma mudança de atitude e cuidado com o outro.

A TURMINHA DA JANELINHA RENATA FERNANDES

Livraria Cultura (Salvador Shopping) R$ 35

Nascido na cidade de Serrinha, interior da Bahia, Ricardo Ishmael sempre sonhou em escrever um livro. Depois de muitos anos de carreira e à frente de um dos principais jornais eletrônicos do estado, os sonhos de menino se transformaram em sua primeira obra de ficção. A obra se passa no sertão nordestino, assim como sua infância, e traz temas gerais como dramas de família, relações amorosas, lendas populares, disputa pela posse de terras, entre outros, em um recorte fiel dos sertanejos.

A MENINA DA CABEÇA QUEBRADA EMÍLIA NUÑEZ

Lara é uma simpática garotinha que está ansiosa para perder o seu primeiro dente de leite e exibir uma linda janelinha. Sua turma de amigos, Alice, Lucas, Valentina, Pedro e o seu irmão João já ganharam as suas em situações inusitadas que são descritas na história. O livro aborda, de maneira lúdica e divertida, sobre esse momento de transição da criança ao perder os seus primeiros dentes ajudando a trabalhar a autoestima da criança nesta fase.

A MAGIA DOS SONHOS RAISSA MARTINS

R$ 40

RICARDO ISHMAEL

www.maequele.com.br

R$ 39,90

De forma divertida e lúdica, a autora brinca com o universo cada vez mais digital em que as crianças estão inseridas, com o uso de tablets, celulares e televisão. A personagem, que fica com a cabeça quadrada, precisa encontrar outros tipos de diversão para perder esta forma. Ao longo do livro, brincadeiras que fizeram parte do cotidiano da autora – e de muitos pais – são ensinadas para os pequenos.

Espaço Livres Livros (Shopping Bela Vista) R$ 35

O livro se passa através do olhar de uma menina que deseja transformar o mundo em um lugar melhor. A obra é a primeira publicação literária infantil da autora Raissa Martins, idealizadora do movimento Livres Livros – que incentiva a leitura através da troca gratuita de livros – e promove um diálogo com crianças e adultos sobre a importância dos sonhos e os caminhos que levam até sua realização.

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DOIS DEDOS DE PROSA

credito: arthur daltro

Desde 2012, Celmar Batista está à frente da Caixa Cultural Salvador como Gerente de Marketing, Comunicação e Cultura. O local, situado na Carlos Gomes, centro da capital baiana, já recebeu exposições de artistas como Carybé, Tomie Ohtakie, Sebastião Salgado e Eliana Kertész, além de ser espaço de diversas outras iniciativas, como shows, peças teatrais, eventos literários e oficinas de arte. Conheça a seguir um pouco da trajetória e atuação da Caixa Cultural Salvador. SF - Quais os principais fatores levados em consideração na hora de escolher as exposições que irão ocupar o Caixa Cultural Salvador? CB - Os projetos que integram a pauta de todas as Caixas Culturais do Brasil afora - são 7 ao total - são escolhidos via seleção pública e atendem a critérios adotados nacionalmente. Trata-se de uma seleção que busca alcançar projetos que possuam uma perspectiva de contribuição ao enriquecimento sociocultural da população brasileira, atendendo a critérios de respeito ambiental e responsabilidade social. Regionalmente, nós sempre buscamos equilibrar a pauta, trazendo projetos de artistas visuais consagrados, oportunizando que o soteropolitano tenha contato com obras de arte de nível internacional; mas estamos atentos também ao artista local, pois consideramos fundamental expor e valorizar também os artistas da terra. Acredito que este equilíbrio na nossa pauta é o que faça a Caixa Cultural Salvador ser o espaço-referência em artes visuais da cidade. SF - Quais foram as exposições mais marcantes durante esses 18 anos de trajetória do Espaço Caixa Cultural em Salvador? CB - Fazemos em média 15 mostras de artes visuais por ano. E, ao longo deste período de existência da Caixa Cultural Salvador, nós já expusemos tanta gente boa, a exemplo de Miró, Carybé, Henri Matisse, Portinari, Tomie Ohtakie, que fica realmente difícil eleger poucos nomes. Recentemente recebemos uma exposição linda com obras de Sebastião Salgado, que foi um sucesso de crítica, mídia e público. Mas eu destacaria o fato

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de termos exposto, num período recente, dois artistas que possuem uma ligação muito forte com a Bahia e que nos deixaram recentemente: Eliana Kertész e Reinaldo Eckenberger. Tivemos a oportunidade de homenageá-los ainda em vida. SF - De que forma a Caixa Cultural procura se integrar à comunidade local e como isso se reflete no momento de escolher o que será apresentado ao público? CB - Na nossa programação, sempre procuramos pautar artistas baianos. Em música, por exemplo, já recebemos shows de Russo Passapusso, Larissa Luz, Dão e Tiganá Santtana. E fazemos isto em outras linguagens artísticas também, como quando pautamos uma peça de teatro local ou uma exposição de artista baiano ou que homenageie um baiano. Acreditamos que isto seja uma forma de dar um retorno ao soteropolitano e de mostrar nossa disponibilidade para uma aproximação cada vez maior. Mantemos um Programa Educativo que chama Gente Arteira, que leva em média 1400 pessoas por mês para consumir arte na Caixa Cultural Salvador. Esse mesmo projeto conversa com a comunidade que vive nas cercanias da Caixa oferecendo oficinas culturais das mais variadas. A Caixa Cultural é da comunidade e é para ela que trabalhamos. SF - A Caixa Cultural tem cada vez mais recebido exposições fotográficas e de pinturas. Como tem sido a recepção do público soteropolitano a essas instalações? CB - Salvador ainda é uma cidade que está caminhando no processo de formação de plateia. A Caixa Cultural Salvador, junto com outros espaços da cidade, está envolvida nessa luta pela formação de uma plateia soteropolitana para artes visuais. Ainda assim, ficamos muito felizes com a frequência em nossas exposições. Não só quando se trata de foto ou pintura, mas também quando trazemos ao público outras formas, como esculturas, instalações e até audiovisual. Temos aumentado significativamente nosso número de visitantes e, com isso, acreditamos que nosso espaço está cada dia mais presente na agenda cultural do baiano.


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