Análise Mensal PMC - Abril 2016

Page 1


ANÁLISE MENSAL - PMC Abril/ 2016 Varejo tem pior Abril no comparativo anual Segundo a Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE, o volume das vendas do Varejo brasileiro cresceu 0,5% em abril de 2016. As vendas voltaram a ficar no positivo após queda de -0,9% no mês anterior, lembrando que a comparação é a mensal, que confronta o resultado do mês atual em relação ao mês imediatamente anterior. Esta alta conseguiu colocar a média móvel trimestral no patamar positivo após 4 meses abaixo de zero, podendo indicar o início de uma tendência de recuperação. Quando comparado a abril de 2015, o resultado ainda continua negativo, o indicador recuou -6,7%, sendo este o pior resultado para o mês em toda série histórica iniciada em 2001. O segundo menor valor havia sido registrado em 2003, quando o indicador encerrou com recuo de -3,7%. No ano, Gráfico 01

Fonte:PMC/ IBGE. Elaboração Instituto Fecomércio-PE

Análise Mensal - PMC - Abril/ 2016

janeiro a abril, o acúmulo também é negativo e segue o indicador anterior, apresentando o pior resultado da série, caindo -6,7%. Vale destacar que a desaceleração verificada em 2016 é bastante grave, pois parte de uma base de comparação do ano de 2015, que apresentou quedas significativas. Quando se analisa o acumulado no período de 12 meses, fica ainda mais clara a situação de desaquecimento do setor do comércio, e a velocidade que as vendas entraram no patamar negativo. No intervalo de apenas um ano, o indicador foi de 0,2% em abril de 2015 para -6,1% em abril 2016, sendo este o pior resultado para o indicador desde 2003, quando recuou -2,1%.


Em cenário mais preocupante se encontra o Varejo Ampliado, setor que agrega todos os índices do Varejo mais as atividades de “Veículos, motocicletas, partes e peças” e “Material de construção”, que continua com todos os indicadores apresentando taxas negativas. Os comparativos mensal, anual, no acumulado do ano e em 12 meses recuaram -1,4%, -9,1%, -9,3% e -9,7%, respectivamente. Analisando por tipo de segmento, verificase que na relação abril/março apenas 3 apresentaram resultado positivo, sendo responsável pelo modesto crescimento de 0,5%. Foram eles: “Hiper, supermercados, prods. alimentícios, bebidas e fumo” (1,0%), que foi impactado positivamente com a desaceleração da inflação do grupo alimentação e bebidas dentro do IPCA, “Tecidos, vest. e calçados” (3,7%) e “Outros arts. de uso pessoal e doméstico” (2,8%), que pode ter sofrido influência de uma antecipação da comemoração do Dia das Mães. Os demais segmentos ainda sofrem com a crise econômica e

estão sendo afetados de maneira significativa devido à alta dos juros restringindo ainda mais o crédito, desemprego acima dos dois dígitos e inflação pressionada, tornando o orçamento das famílias ainda mais restrito, sacrificando o consumo dos demais produtos. O comércio varejista pernambucano vem sendo impactado mais negativamente que a média nacional, com desempenhos bem negativos que aprofundam o setor em uma desaceleração preocupante. O indicador mensal apresentou crescimento próximo ao brasileiro, com avanço de 0,4% em relação a março de 2016. Já quando comparado a abril de 2015 o recuo é de -10,2%, pior desempenho de toda a série para o mês de abril. Outro recorde negativo fica com o indicador do acumulado ao ano, caindo -10,9%, quase o dobro do segundo menor desempenho (-5,5%) verificado em 2003. Em 12 meses, é verificada uma tendência negativa e de aprofundamento da crise, com o acumulado do mês de abril de 2015 sendo o último resultado positivo.

Tabela 1 – Variação do comércio Varejista e Varejista ampliado por atividades MÊS ATIVIDADES FEVEREIRO

MARÇO

ABRIL

ACUMULADO NO ANO

ACUMULADO EM 12 MESES

Combustíveis e lubrificantes

-7,9

-8,0

-15,6

-12,1

-11,7

Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo

-7,6

-10,2

-10,9

-8,9

-8,1

Tecidos, vestuário e calçados

-20,3

-15,6

-9,8

-17,0

-17,3

Móveis e eletrodomésticos

-24,7

-25,1

-23,6

-26,5

-24,7

Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos

12,6

5,2

1,6

4,0

5,6

Livros, jornais, revistas e papelaria

-27,8

-8,9

-8,5

-4,0

-6,5

Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação

-12,0

-17,2

-20,4

-16,1

-27,9

Outros artigos de uso pessoal e doméstico

-11,1

-5,9

2,8

-4,4

-0,1

Veículos, motocicletas, partes e peças

-19,4

-30,2

-19,8

-25,6

-24,8

Material de construção

-17,8

-21,5

-19,5

-19,7

-13,5

Varejo

-10,6

-10,6

-10,2

-10,9

-10,3

Varejo Ampliado

-13,4

-17,0

-13,5

-15,5

-14,4

Fonte: Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) IBGE. Elaboração Instituto Fecomércio-PE

Análise Mensal - PMC - Abril/ 2016


Pernambuco vem sofrendo de maneira forte os impactos da desaceleração econômica brasileira, com reflexos negativos nas famílias, que sofrem com um orçamento mais restrito e direcionando a bens essenciais, fazendo com que as vendas do comércio apresentem consecutivas quedas. O estado apresenta também taxa de desemprego elevada, acima da média nacional, o que faz com que a confiança para consumir no médio e longo prazo produtos mais caros seja reduzida. Além deste fator, os altos níveis de demissão aumentam a percepção de endividamento, o que ajuda a reduzir o consumo. Crédito mais restrito e inflação alta também auxiliam a deterioração do nível de demanda, reduzindo a capacidade de financiamento e o poder de compras da população.

Análise Mensal - PMC - Abril/ 2016

Diante deste quadro adverso, os segmentos pernambucanos mais impactados pela atual situação econômica são os que estão ligados ao crédito e à confiança. Os piores desempenhos ainda se encontram com “Móveis e Eletrodomésticos” (-23,6%), “Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação” (-20,4%), “Veículos, motocicletas, partes e peças” (-19,8%) e “Material de construção” (-19,5%). Na outra ponta e de maneira modesta se encontram “Outros artigos de uso pessoal e doméstico” (2,8%) e “Artigos farmacêuticos, med., ortop. e de perfumaria” (1,6%), com uma resistência ligada ainda à essencialidade dos produtos, que mesmo em momentos de redução no consumo não podem ser retirados ou reduzidos de maneira significativa das cestas das famílias.


REFERÊNCIAS

EXPEDIENTE - FECOMÉRCIO-PE

Pesquisa Mensal do Comércio (PMC). Abril/2016.

Presidente: Josias Silva de Albuquerque Diretora-executiva do Instituto Fecomércio: Brena Castelo Branco Economista: Rafael Ramos Designer: Nilo Monteiro Revisão de Texto: Iaranda Barbosa Revisões Textuais

Análise Mensal - PMC - Abril/ 2016



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.