Boletim Conjuntural Abril | 2023
1. CONJUNTURA NACIONAL
O IBC-Br, índice elaborado pelo Banco Central do Brasil para mensurar o desempenho da atividade econômica brasileira, teve desempenho positivo em fevereiro, crescendo 3,3% em relação à janeiro. Esse foi o melhor resultado após junho de 2020 (4,9%), momento em que a economia começou a reduzir as perdas financeiras derivadas da pandemia devido ao aumento do consumo ampliado pelas medidas de auxílio financeiro emergencial para famílias e empresas.
Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o IBC-Br registrou crescimento de 3,0% e 2,8%, em janeiro e fevereiro de 2023, respectivamente. No acumulado em 12 meses, a variação do IBC-Br seguiu em torno de 3,0%, patamar em que se encontra desde outubro, sinalizando que a atividade econômica apresenta certa estabilidade mesmo após um arrefecimento no último bimestre de 2022, logo em seguida ao resultado das eleições.
Gráfico 1 - Brasil: variação (%) do índice de atividade econômica (IBC-Br) - jan/2022 a fev/2023
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No acumulado do primeiro bimestre, o IBC-Br tem variação de 2,9% em relação ao mesmo período de 2022. Para o desempenho favorável do bimestre a principal contribuição continua sendo a demanda para as atividades de serviços, outrora bastante reprimida devido à pandemia.
Outro fator importante tem sido o desempenho do agronegócio e exportações, contribuição que tende a se ampliar durante o primeiro semestre, com a reabertura mais firme da China após o fim da política de ‘Covid Zero’. A indústria geral (extração e transformação), por outro lado, com variação de 1,1% no bimestre, segue ainda sem sinais de melhora, sobretudo pela fraca demanda doméstica por bens duráveis, uma vez que os consumidores ainda sentem o peso do aumento acumulado no nível de preços em bens essenciais, além da inadimplência que permanece elevada, alcançando 29,4% das famílias e chegando a 36,9% entre aquelas com até 3 salários mínimos, segundo dados da CNC.
No caso dos serviços, embora o setor venha desacelerando desde outubro, ainda vem apresentando crescimento mensal expressivo na comparação com o mesmo período do ano anterior (5,9% em janeiro e 5,4% em fevereiro). O desempenho nos 12 meses encerrados em fevereiro é de +7,8% e o setor fechou o primeiro bimestre com crescimento de 5,7% em relação ao primeiro bimestre de 2022.
Gráfico 2 - Brasil: variação (%) do volume de vendas dos SERVIÇOS - fevereiro/2022 a fevereiro/2023
No primeiro bimestre, destacaram-se as atividades de ‘serviços prestados às famílias’, sobretudo as relacionadas ao turismo e lazer graças ao período de férias, em que se sobressaíram o ‘transporte rodoviário de passageiros’ (+22,9% no bimestre em relação ao mesmo período de 2022), os ‘serviços de alimentação’ (+10,8%) e os ‘serviços de hospedagem’ (+24,7%), enquanto o ‘transporte aéreo’ enfrentou maior dificuldade para expansão (-3,2%) no bimestre, apesar do crescimento de 4,2% em fevereiro, impulsionado pelo Carnaval).
Esse movimento sinaliza que os viajantes domésticos tendem a puxar a retomada do segmento à medida que a evolução do nível geral de preços se estabilize – após à escalada inflacionária ocorrida entre 2021 e 2022 – e a massa salarial adquira melhor potencial para consumo.
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No início do ano, também se observa uma contribuição relevante dos serviços de ‘informação e comunicação’, cujas vendas avançaram 12,9% no primeiro bimestre em relação ao mesmo período do ano anterior, puxadas principalmente por atividades de suporte ao usuário de sistemas e equipamentos. Após o forte crescimento observado durante o ano de 2021, o segmento de ‘informação e comunicação’ desacelerou em 2022, mas ainda se mantém entre as atividades de serviços que mais crescem em termos de faturamento real.
Outro desempenho desfavorável ao setor de serviços, além do transporte aéreo, ocorreu entre atividades relacionadas à logística – ‘armazenagem e entrega’ –, que registram queda de 4,2% no primeiro bimestre frente ao mesmo período de 2022. O crescimento acelerado do comércio eletrônico durante a pandemia favoreceu a atividade das empresas de armazenamento e entrega e, embora o comércio eletrônico seja agora mais presente no cotidiano brasileiro, a retomada da frequência a estabelecimentos comerciais e das experiências presenciais, atraindo e reaproximando os consumidores, tendem a fazer maior concorrência com as compras on line. Os gestores de estabelecimentos comerciais devem estar atentos a essa redescoberta das experiências presenciais e oferecer produtos, promoções e ações mais atrativas, especialmente nos ciclos de datas comemorativas que se iniciam no final do primeiro semestre.
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Gráfico 3 - Brasil: variação (%) do volume acumulado de vendas por SEGMENTOS DE ATIVIDADES DOS SERVIÇOS – 1° bimestre de 2023 (base: mesmo período no ano anterior)
Fonte: PMS/IBGE. Elaboração Ceplan. Embora com desempenho mais tímido que o de serviços, o comércio varejista também colaborou para o resultado da atividade econômica no primeiro bimestre. O varejo restrito, composto por segmentos de consumo mais amplo – como alimentos e bebidas, medicamentos, roupas e calçados, móveis e eletro-eletrônicos –, cresceu 1,8% no bimestre, face ao mesmo período do ano anterior e acumula variação 1,3% em 12 meses.
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Já o varejo ampliado – que, além do varejo restrito, agrega as vendas de materiais de construção e do segmento automotivo –, ficou estável na comparação com o primeiro bimestre de 2022 – registrando variação de apenas 0,1% – e teve pequena queda no acumulado de 12 meses (-0,5%). O segmento de ‘veículos e autopeças’ influenciaram positivamente (+1,5%) no bimestre, mas as vendas de materiais de construção (-2,3%) puxaram a média do agregado para baixo, impedindo um resultado mais favorável – o segmento já havia encerrado 2022 com retração de 8,7%, refletindo o impacto das condições adversas para financiamento.
Gráfico 4 - Brasil: variação (%) do volume de vendas do VAREJO AMPLIADO - fev/2022 a fev/2023
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No varejo restrito, o destaque no período janeiro/fevereiro ficou para as vendas no segmento de ‘combustíveis e lubrificantes’ (+23,2%) no bimestre contra o mesmo período de 2022) de ‘hiper e supermercados’ (+1,6%), ambos segmentos com peso importante sobre o volume de faturamento do comércio varejista como um todo, além do resultado positivo do segmento de ‘eletrodomésticos’ (+6,1%), diferentemente do primeiro bimestre do ano anterior (-15,0%). Na contramão do segmento de móveis – que registrou forte queda no período janeiro/fevereiro tanto em 2022 quanto em 2023 (-6,6% e -10,6%, respectivamente) –, as vendas de eletrodomésticos foram impulsionadas no início do ano por escoamento de estoques pós-Black Friday e Natal, esse ano especialmente estimulada pela retomada do Carnaval, que incentiva pequenas negócios para venda de alimentos e, consequentemente, o uso de equipamentos de linha branca.
Por sua vez, segmentos do varejo que são atrelados ao aquecimento das atividades de gestão e de educação também apresentaram colaboração relevante para o volume de vendas do comércio nos primeiros dois meses do ano: ‘livrarias e papelarias’ registraram crescimento de 3,8% face ao primeiro bimestre de 2022, enquanto ‘equipamentos de informática e comunicação e materiais de escritório’ cresceram 4,9% na mesma base de comparação.
Já o consumo em segmento de bens duráveis e semiduráveis, ou de maior valor agregado, mais sensíveis às condições de crédito e financiamento, a exemplo de ‘móveis’, ‘vestuários’ e ‘materiais de construção’, seguem afetados pelos juros elevados e o endividamento, apresentando dificuldades no primeiro bimestre.
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Gráfico 5 - Brasil: variação do volume acumulado de vendas por SEGMENTOS DO VAREJO
AMPLIADO – 1° bimestre de 2023 (base: mesmo período do ano anterior)
Fonte: PMC/IBGE. Elaboração Ceplan.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil manteve a taxa básica de juros, a SELIC, em 13,75% ao ano até o início de maio e tende a permanecer na mesma posição até a próxima reunião da entidade. Para a autoridade monetária brasileira, além da sinalização majoritária, entre os principais bancos centrais do mundo, de um período prolongado de juros altos para combater a pressão inflacionária, ainda pesa uma incerteza sobre a condução da política fiscal, uma vez que as medidas recém divulgadas pelos Ministério da Fazenda e do Planejamento ainda precisam demonstrar potencial para cumprimento das metas que visam substituir a dinâmica do teto de gastos.
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A taxa SELIC, principal instrumento do Bacen para tentar controlar a inflação, é comumente uma referência para famílias e empresas quanto à atratividade entre opções disponíveis para aplicação em mercado de capitais ou de viabilidade para investimentos produtivos, bem como sinaliza ao sistema financeiro os custos entre as operações interbancárias e os riscos entre as soluções de crédito e aplicação oferecidas para pessoas físicas e jurídicas. Nesse sentido, seu comportamento tem reflexos sobre perspectivas de investimento e consumo.
Em março a inflação medida pelo IPCA registrou variação mensal de 0,71%, acumulou alta de 2,09% no primeiro trimestre e de 4,65% em doze meses. No mês, o IPCA foi puxado por itens como ‘combustíveis’, ‘alimentação fora do domicílio’, ‘energia elétrica residencial’, ‘serviços médicos’ e ‘serviços de comunicação. Por outro lado, observa-se avanços menos intensos em serviços
O IPCA vem apresentando variações menos expressivas que as registradas para a mesma base de comparação nos mesmos períodos de 2022, e finalmente com o acumulado de 12 meses abaixo do teto da meta estabelecida para o Banco Central (4,75%), mas ainda sob sinalização de dificuldades para se manter nesse limite em 2023. O BACEN, em sua última reunião do COPOM, ainda ressaltou preocupação quanto a possibilidades de estouro da meta inflacionária devido às incertezas no âmbito fiscal. Para além desse risco, destaque-se o possível reflexos de preços administrados esse ano, sobretudo de combustíveis, que têm grande difusão sobre os preços da economia brasileira. Nesse cenário, as expectativas do mercado (FOCUS/BACEN) apontam uma aceleração do IPCA no segundo semestre, alcançando até 6,2% no final do período.
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Gráfico 6 - Brasil: variação (%) do IPCA acumulada em 12 meses - fevereiro/2022 a março/2023
A taxa de desocupação foi estimada em 8,6% no trimestre móvel encerado em fevereiro de 2023, registrando variação de 0,7 ponto percentual em relação ao trimestre móvel encerrado em dezembro de 2022 (7,9%). Na comparação com o mesmo trimestre móvel do ano anterior, encerrado em fevereiro de 2022, houve queda de 2,6 pontos percentuais.
Por outro lado, a taxa de participação das pessoas de 14 anos ou mais na força de trabalho (TPFT) vem caindo paulatinamente desde o semestre anterior (de 62,7% no trimestre encerrado em setembro de 2022 para 61,6% no trimestre encerrado em fevereiro de 2023) – entre setembro e fevereiro a população desocupada aumentou em 20 mil pessoas, enquanto a população ocupada reduziu em 1,44 milhões, o que representou uma retração de aproximadamente 1,5 milhões na força de trabalho; em paralelo, a informalidade, apesar de elevada, também recuou lentamente, para patamar inferior ao período pré-pandemia (de 40,6% no trimestre encerrado em dezembro de 2019, para 39,0% no primeiro trimestre de 2023).
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Embora aprofundamentos ainda sejam necessários, a trajetória pode indicar que após o período mais conturbado, parcela da população que se lançara ao mercado de trabalho para ajudar com a composição da renda, agora retoma para uma condição fora da força de trabalho, até mesmo em busca de qualificação e melhor posicionamento a médio prazo no mercado de trabalho.
Já a massa de rendimento real do trabalho – considerando o universo das pessoas de 14 anos ou mais, ocupadas e com rendimento de trabalho –, apesar de seguir em alta no acumulado de 12 meses, registrou variação de 11,4% no trimestre encerrado em fevereiro em relação ao mesmo período do ano anterior, configurando o terceiro trimestre móvel de desaceleração. Esse movimento também acontece em consonância com o arrefecimento da TPFT, devido à redução da parcela populacional engajada no mercado de trabalho
Gráfico 7 - Brasil: variação (%) da massa de rendimentos real de todos os trabalhos das pessoas de 14 anos ou mais de idade, ocupadas e com rendimento - fev/2022 a fev/2023
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No mercado de trabalho formal, o saldo da movimentação foi de +241,8 mil empregos em fevereiro e acumula +326,4 mil no primeiro bimestre. No primeiro bimestre, o comércio varejista apresentou o único resultado desfavorável, com saldo de -76,2 mil, afetado pela sazonalidade do período pós-Final de Ano.
O estoque, que é a quantidade total de vínculos celetistas ativos, em fevereiro contabilizou aproximadamente 42,8 milhões de vínculos, com variação de 0,77% em relação ao estoque observado em dezembro de 2022.
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No lastro da resiliência do setor de serviços, sobretudo pelos resultados influenciados pelo período Carnavalesco no primeiro bimestre, e da persistência de bom resultado do mercado de trabalho formal e da massa de rendimentos, os índices de confiança empresarial e do consumidor registraram uma leve recuperação em março. No caso dos empresários dos serviços, o índice interrompeu em março uma sequência de cinco meses consecutivos em queda.
Gráfico 8 – Brasil: Evolução dos índices de confiança do comércio (ICOM) e serviços (ICS) e do consumidor (ICC) valores dessazonalizados - janeiro/2022 a março/2023
2. CONJUNTURA ESTADUAL
O Índice de Atividade Econômica para Pernambuco (IBC-R PE) registrou crescimento de 2,1% e 3,1%%, respectivamente, nos meses de janeiro e fevereiro, na comparação o mês imediatamente anterior, após quatro meses em queda.
Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o IBC-R PE registrou crescimento de 1,2% e 0,7%, respectivamente, em janeiro e fevereiro de 2023, acumulando alta de 1,0% no primeiro bimestre, após fechar o último trimestre de 2022 em queda de 2,2%, na comparação com os mesmos períodos do ano anterior.
Gráfico 9 - Pernambuco: variação (%) do índice de atividade econômica (IBC-R PE) - janeiro/2022 a fevereiro/2023
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Em Pernambuco, a indústria geral apresentou queda bem mais acentuada (-3,7%) nos primeiros dois meses, se comparada ao desempenho da indústria nacional (-1,1%). No comércio varejista, o estado seguiu o primeiro bimestre também na contramão do Brasil, e apresentou queda tanto no varejo restrito quanto no conceito ampliado. Coube ao setor de serviços, que compõe cerca de 75% do valor adicionado à economia estadual, assegurar um resultado positivo à atividade econômica no primeiro bimestre.
No mercado de trabalho, os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), mostram Pernambuco seguindo tendência nacional, com variação ligeiramente menor no nível de estoque de empregos em relação a dezembro. O saldo acumulado da movimentação até fevereiro foi de 7.961 novos postos de trabalho. Esse resultado bimestral teve como influência principalmente o setor de serviços, puxado pela mobilização de mão de obra para as atividades de educação e saúde, além dos serviços administrativos e complementares. A movimentação do setor de serviços foi mais que suficiente para superar os saldos negativos na indústria de transformação e no comércio varejista.
Tabela 2 - Pernambuco: movimentação do emprego formal por grupo de atividades - fevereiro/2023
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As vendas do varejo restrito em Pernambuco, na comparação com mesmo período do ano anterior, registraram queda pelo segundo mês em fevereiro, acumulando variação negativa em 1,3%. Além de muito atrás do desempenho nacional (1,8%) no primeiro bimestre, Pernambuco fica aquém do resultado do resultado expresso no varejo do Ceará e da Bahia, onde o desempenho foi praticamente nulo em relação ao primeiro bimestre de 2022.
Gráfico 10 - Brasil, Pernambuco, Bahia e Ceará: variação (%) do volume de vendas do VAREJO RESTRITO - 1° bimestre de 2023 (base: mesmo período no ano anterior)
No caso do varejo ampliado, Pernambuco também possui um desempenho muito negativo ficando distante das médias de seus pares regionais e da média nacional, tanto para o indicador mensal quanto para o acumulado no bimestre. Com relação aos seus concorrentes regionais, o estado do Ceará também se destaca, apresentando tanto no indicador mensal, quanto no acumulado no ano, desempenho superior aos pares regionais e média nacional.
Gráfico 11 - Brasil, Pernambuco, Bahia e Ceará: variação (%) do volume de vendas do VAREJO AMPLIADO - 1° bimestre de 2023 (base: mesmo período no ano anterior)
Entre os dois segmentos que compõem exclusivamente o varejo ampliado, foi o de ‘veículos e autopeças’ (-20,0%) o que mais pesou para o desempenho no período janeiro/fevereiro, enquanto o segmento de ‘materiais de construção’ ficou estagnado (0,0%). No caso do segmento automotivo, cabe destacar que a metodologia do IBGE considera as saídas de fábrica para o cálculo do movimento de vendas, fato que acaba refletindo mudanças da dinâmica de produção e distribuição no polo automotivo do estado – que no início do ano foi impactada por necessidade de ajustes no volume de produção devido à disponibilidade de componentes eletrônicos – sobre o desempenho do varejo ampliado.
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No varejo restrito, destacou-se a venda de ‘combustíveis e lubrificantes’ – que seguiu tendência nacional no primeiro bimestre – ainda influenciada pela mudança temporária na política de preços ocorrida no segundo semestre de 2022. O segmento de eletrodomésticos, embora também com desempenho positivo, pelos mesmos motivos apontados para o resultado registrado no Brasil como um todo, apresentou resultado muito tímido comparado ao nacional.
Ao todo, Pernambuco apresenta mais segmentos em negativo que o Brasil, e mesmo em segmentos em que a média do país registra queda, as variações no estado são bem mais negativas, a exemplo de ‘tecidos vestuário e calçados’. Ou seja, a despeito de um mercado de trabalho formal que segue em trajetória positiva, embora lenta, alguns reflexos recentes sobre a conjuntura econômico-financeira das famílias no estado ainda não sustentam um resultado positivo como o observado para o Brasil. Com efeito, os dados da PNAD Trimestral até o final de 2022, em termos de desemprego e renda, bem como os indicadores de endividamento e inadimplência da CNC, ainda demonstravam uma situação mais frágil em Pernambuco.
Gráfico 12 - Pernambuco: variação (%) do volume acumulado de vendas, por SEGMENTOS DO VAREJO AMPLIADO - 1° bimestre de 2023 (base: mesmo período no ano anterior)
O volume de vendas dos serviços de Pernambuco, em fevereiro, cresceu acima da média nacional, e dos pares regionais na comparação mensal com igual período do ano anterior. Já para o indicador acumulado no primeiro bimestre Pernambuco tem crescimento positivo e acima do estado do Ceará e da média nacional, mas abaixo do estado da Bahia.
Gráfico 13 - Brasil, Pernambuco, Bahia e Ceará: variação (%) do volume de vendas dos SERVIÇOS - 1° bimestre de 2023 (base: mesmo período no ano anterior)
No acumulado do bimestre, quatro das cinco atividades de serviços pesquisadas pelo IBGE apresentaram variação positiva em Pernambuco, com destaque para ‘Transportes, armazenagem e entrega’ (13,7%), com variação superior à média do setor no estado. Os dados em nível estadual não detalham os segmentos em ‘transportes’, ‘armazenagem’ e ‘entrega’, sendo possível apenas observar o resultado para o agregado das atividades e não a relacionamento direto com a logística. No Brasil o agregado registrou variação de 5,4%, muito abaixo do desempenho observado em Pernambuco, em parte refletindo a importância que as áreas de distribuição têm para a economia do estado.
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Gráfico 14 - Pernambuco: variação (%) do volume acumulado de vendas, por ATIVIDADES
DOS SERVIÇOS – 1° bimestre de 2023 (base: mesmo período no ano anterior)
Nas atividades turísticas, comparando com o mesmo período do ano anterior, após o desempenho muito tímido do mês de janeiro (+0,5%) – em que o Brasil e outros estados da região Nordeste registraram crescimento de dois dígitos –, Pernambuco apresentou crescimento de 13,5%, acumulando, em fevereiro, variação de +6% no primeiro bimestre. Contudo, o desempenho do estado no turismo ainda está muito abaixo da média nacional e dos estados da Bahia e do Ceará.
Considerando que o desempenho do segundo mês tem forte influência do Carnaval, verifica-se que o turismo no estado foi menos beneficiado pelo período de férias do que a média dos demais territórios em análise. A expectativa para os próximos meses será o período junino, também uma época relevante para as atividades turísticas do estado.
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Gráfico 15 - Brasil, Pernambuco, Bahia e Ceará: variação (%) do volume de vendas das ATIVIDADES TURÍSTICAS - fevereiro/2023 (base: mesmo período no ano anterior)
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BIBLIOGRAFIA
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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Pesquisa Mensal de Comércio – fevereiro de 2023. Disponível em: <https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/ periodicos/230/pmc_2023_fev.pdf>. Acesso em: 30/04/2023. Rio de Janeiro: IBGE, 25/ abr./2023.
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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor - IPCA e INPC - março de 2023. Disponível em: <https://biblioteca. ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/236/inpc_ipca_2023_mar.pdf>. Acesso em: 15/04/2023. Rio de Janeiro: IBGE, 11/abr./2023.
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EXPEDIENTE FECOMÉRCIO-PE
Presidente: Bernardo Peixoto
Designer Gráfico: Nilo Monteiro
EXPEDIENTE CEPLAN-PE
Jorge Jatobá | Economista
Tania Bacelar | Economista
Ademilson Saraiva | Economista