ANÁLISE MENSAL - PME Abril/ 2015 Taxa de desemprego continua com tendência de alta A taxa de desocupação brasileira, medida pela Pesquisa Mensal do Emprego (PME) divulgada pelo IBGE, aumentou em março de 2015 para 6,4%. O avanço foi de 0,2% em relação ao mês anterior, quando a taxa estava em 6,2%; já em relação ao mesmo mês do ano passado, quando o desemprego atingia apenas 4,9%, houve uma pressão bem maior. O mês de abril confirma a clara desaceleração do mercado de trabalho Gráfico 01
Fonte: IPCA/ IBGE. Elaboração Instituto Fecomércio-PE
Análise Mensal - PME- Abril/ 2015
brasileiro, que vem sendo afetado pela diminuição de postos de trabalho através de demissões e do aumento do número de pessoas em busca de emprego, ou seja, aumento da População Economicamente Ativa (PEA). O gráfico abaixo mostra que para os meses de abril o ano de 2015 quebra a tendência de queda no desemprego verificada desde 2009, quando a taxa caiu de 8,9% para 4,9% em 6 anos.
Em números, estimados pelo IBGE, a população desocupada (1,6 milhão de pessoas) não apresentou variação frente a março. Em relação a abril de 2014, o quadro foi de elevação (32,7%, mais 384 mil pessoas). A população ocupada foi estimada em 22,8 milhões para o conjunto das seis regiões, refletindo estabilidade nas análises mensal e anual. O número de trabalhadores com carteira de trabalho assinada no setor privado (11,5 milhões) ficou estável na comparação mensal e, em relação a abril de 2014, apresentou retração de 1,9% (219 mil pessoas). A Região Metropolitana do Recife (RMR) apresenta uma desocupação maior que para o total das regiões da pesquisa e também segue a mesma tendência quando analisados os meses de abril entre 2002 e 2015, com queda no desemprego verificada desde 2009 e quebra dessa tendência em 2015. Segundo as pesquisas, o desemprego atinge a taxa de 7,8% em abril de 2015, resultado superior abril de 2014 e inferior a março de 2015 quando as taxas eram 6,3% e 8,1% respectivamente. Vale destacar que a queda de um mês para o outro tem como
um dos principais motivos a queda de aproximadamente -2,0% da PEA aliada à queda de -5,0% da população desocupada. Apesar desse ponto positivo de um mês para o outro, o comparativo anual revela uma preocupante alta da população desocupada, com um crescimento de 27% do contingente de desempregados de um ano para o outro. Analisando por grupamento de atividade, verifica-se que a Construção Civil é a atividade que está sendo mais afetada pelo momento de desaceleração econômica, com a taxa de desemprego quase que duplicando no comparativo entre abril de 2014 e 2015, muito em consequência do fim de grandes empreendimentos e da paralisação de obras no complexo de Suape. Apenas a Indústria de Transformação não teve crescimento da desocupação, devido principalmente à criação de emprego na Mata Norte de Pernambuco, com a instalação do polo automotivo.
Tabela 1 - Taxa de desocupação(%) - Região metropolitana do Recife
GRUPAMENTO DE ATIVIDADE DO TRABALHO PRINCIPAL
ABRIL - 2014
MARÇO - 2015
ABRIL - 2015
Indústria extrativa de transformação e produção de eletricidade, gás e água
3,8
3,8
2,5
Construção
4,9
5,9
7,0
Comércio, reparação de veículos automotores e de objetos pessoais e domésticos
2,1
4,4
3,5
Serviços prestados à empresa, aluguéis, atividade imobiliária e intermediação financeira
2,8
3,6
4,7
Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde e serviços sociais
0,7
0,9
1,4
Serviços domésticos
2,3
3,7
4,1
Outros serviços
4,3
3,2
3,6
Fonte: Pesquisa Mensal do Emprego (PME) - IBGE. Elaboração Instituto Fecomércio-PE
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O mercado de trabalho é impactado pela atual conjuntura brasileira, que vive um momento de desaquecimento. O baixo dinamismo da economia reflete através da queda da renda disponível, devido ao aumento de tarifas e impostos, o que consequentemente impacta o consumo da população. Do lado dos empresários, a queda das vendas e aumentos das despesas diminuem os investimentos,
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criando, assim, um ambiente propício ao aumento do desemprego. O ajuste efetuado pelo governo, que vem buscando o reequilíbrio das contas e a redução da inflação, onera a população, mas tem como meta um crescimento sustentável que possa se situar dentro do potencial brasileiro. Assim, o crescimento do desemprego é esperado e pelo visto vai durar mais um pouco.
REFERÊNCIAS CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO COMÉRCIO DE BENS, SERVIÇOS E TURISMO. Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (ICF). CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO COMÉRCIO DE BENS, SERVIÇOS E TURISMO. Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (ICEC). CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO COMÉRCIO DE BENS, SERVIÇOS E TURISMO. Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor.
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EXPEDIENTE - FECOMÉRCIO-PE Presidente: Josias Silva de Albuquerque Diretora-executiva do Instituto Fecomércio: Brena Castelo Branco Economista: Rafael Ramos Designer: Nilo Monteiro Revisão de Texto: Aleph Consultoria Linguística