Análise mensal pme jun 2015

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ANÁLISE MENSAL - PME Junho/ 2015 Taxa de Desemprego mantém trajetória de alta O mercado de trabalho brasileiro continua com processo de deterioração. Segundo o IBGE, através da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) , a taxa de desocupação vem com tendência de alta desde dezembro de 2014. Em junho de 2015 o índice subiu para 6,9%, ante 6,7% no mês anterior e 4,9% em junho de 2014. Vale destacar que esta também é a maior taxa dos últimos cinco anos, desde junho de 2010, quando ficou Gráfico 01

Fonte: IPCA/ IBGE. Elaboração Instituto Fecomércio-PE

Análise Mensal - PME- Junho/ 2015

em 7,0%. O mercado de trabalho é reflexo da desaceleração econômica brasileira, que, com uma atividade em marcha lenta e com índices cada vez menores de consumo, resulta em recuo de investimentos, atingindo a geração de emprego. A expectativa do mercado é de que o país encerre o ano com a redução de aproximadamente 1 milhão de vagas formais.


A queda real na renda da população ocupada vem mudando o perfil familiar. Antes apenas um integrante da família tinha renda o suficiente para sustentar os demais integrantes pagando despesas correntes e financeiras. Com o aumento contínuo dos preços e uma pressão inflacionária acumulada em 8,89%, iniciou-se um processo de perda do poder de compra. Assim, para manter o mesmo nível de compras do anterior, novos integrantes começam a buscar empregos, pressionando o mercado de trabalho. A População Economicamente Ativa (PEA) cresceu 1% no período de um ano, significando entrada de 256 mil pessoas na busca por emprego. Já o rendimento médio real habitual dos trabalhadores, como informado, apresentou queda, foi estimado em R$ 2.244,04, ficando 0,8% maior que o verificado no mês anterior (R$ 2.226,77) e 2,9% abaixo do apurado em junho de 2014 (R$ 2.311,01). Assim para manter o mesmo padrão de consumo, as famílias lançam mão de ajustes, montando também estratégias de redução de despesas e consumo. Segundo o IBGE, a População Ocupada (POC) foi estimada em 23,3 milhões para o conjunto das seis regiões, refletindo estabilidade no mercado de trabalho em relação ao mês anterior, porém, com retração de 1,2% (menos 281 mil pessoas) na comparação com junho de 2014. O número de trabalhadores com carteira de trabalho assinada no setor privado (11,8 milhões) não variou na comparação mensal e, frente a setembro do ano passado, caiu 2,0% (229 mil pessoas). A Região Metropolitana do Recife (RMR) se encontra em situação pior que a média das

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outras regiões pesquisadas. Com taxas mensais bastantes pressionadas, a desocupação de junho ficou em 8,8%, terceira alta mensal seguida e a maior desde agosto de 2010, quando a desocupação alcançou 9,0% da população. Diferente do Brasil a RMR apresenta estabilidade na comparação anual da renda e uma elevação no comparativo mensal. A renda real foi estimada em R$ 1.691,25, valor superior em 0,5% e 2,2% a junho de 2014 e maio de 2015, respectivamente. A População Desocupada apresentou crescimento de 42,3% na comparação anual e 3,5% na comparação mensal, equivalente a um aumento de 44 e de 5 mil pessoas, respectivamente. Já a POC recifense, segundo o IBGE, é estimada em 1,5 milhão de trabalhadores e não demonstra variação brusca em ambas comparações, confirmando que a pressão é mais de procura por emprego do que fechamento de vagas. Analisando por grupamento de atividade, verifica-se que a RMR sofre pressão principalmente da Construção Civil, que apresenta desemprego de 8,9%, superior aos demais grupamentos e é também a maior desocupação desde fevereiro de 2008, quando ficou em 9,0%. Essa alta é reflexo da conclusão de grandes obras na região metropolitana e do início da desaceleração de obras públicas e privadas devido à crise econômica que vive o país, com as taxas de juros ficando cada vez mais caras e os recursos públicos menores devido à perda na arrecadação. Outro setor importante é o de Serviço, que também sofre com uma deterioração do mercado de trabalho, com uma taxa de desemprego em 5,9%.


Tabela 1 - Taxa de desocupação(%) - Região metropolitana do Recife GRUPAMENTO DE ATIVIDADE DO TRABALHO PRINCIPAL

JUNHO - 2014

MAIO - 2015

JUNHO - 2015

Indústria extrativa de transformação e produção de eletricidade, gás e água

3,7

3,4

4,3

Construção

5,0

6,6

8,9

Comércio, reparação de veículos automotores e de objetos pessoais e domésticos

2,4

4,0

3,7

Serviços prestados à empresa, aluguéis, atividade imobiliária e intermediação financeira

2,7

4,2

5,9

Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde e serviços sociais

0,9

1,6

0,9

Serviços domésticos

2,3

2,5

2,5

Outros serviços

3,1

4,2

3,7

Fonte: Pesquisa Mensal do Emprego (PME) - IBGE. Elaboração Instituto Fecomércio-PE

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REFERÊNCIAS Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA). Junho/2015. Pesquisa Mensal do Emprego (PME). Junho/2015.

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EXPEDIENTE - FECOMÉRCIO-PE Presidente: Josias Silva de Albuquerque Diretora-executiva do Instituto Fecomércio: Brena Castelo Branco Economista: Rafael Ramos Designer: Nilo Monteiro Revisão de Texto: Aleph Consultoria Linguística



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