Novembro/ 2015
ANÁLISE MENSAL - PME Novembro/ 2015 Desemprego para o mês de novembro é o maior desde 2008 A taxa de desocupação brasileira, medida através da Pesquisa Mensal do Emprego (PME) do IBGE, atingiu 7,5% em novembro de 2015, maior desocupação para esse mês desde 2008, quando o indicador ficou em 7,6%. O mês de novembro tem historicamente taxa de desemprego inferior aos anteriores, pois é o ápice das contratações temporárias para as festividades de final de ano. Sendo assim a queda em relação Gráfico 01
Fonte: IPCA/ IBGE. Elaboração Instituto Fecomércio-PE
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a outubro de 2015 não é considerada uma sinalização de que o mercado de trabalho tenha encerrado o ciclo de ajustes. O mercado e as famílias ainda carregam expectativas negativas aguardando uma pressão maior nos meses subsequentes. Em relação a novembro de 2014, a alta é considerável, mais de 2% acima, significando um acréscimo de 642 mil pessoas no período de um ano em busca de emprego.
Os dois grandes motivos para a deterioração do mercado de trabalho brasileiro ainda são a queda na renda real das famílias e a desaceleração econômica que vive o país atualmente. A renda real recuou -1,3% em relação ao mês anterior e -8,8% em relação ao mesmo mês do ano anterior - em novembro de 2015 foi estimada em R$ 2.388,29. Essa perda do poder de compra das famílias obriga a adotar ajustes como a redução de dívidas correntes, como energia, água, pagamento de mensalidade escolar ou faculdade. Outra medida é a redução da compra de produtos duráveis, como geladeiras, fogões, carros, que geralmente precisam de parcelamento. Com confiança em baixa na estabilidade do emprego, a população evita comprar para não se endividar. Por fim existe a entrada de mais um integrante da família no mercado de trabalho para elevação da renda e manutenção do nível de consumo conquistado na última década. Segundo o IBGE, a População Ocupada (POC) foi estimada em 22,5 milhões para o conjunto das seis regiões, refletindo estabilidade em relação a outubro e queda de 3,7% (menos 858 mil pessoas) na comparação com novembro de 2014. O número de trabalhadores com carteira de trabalho assinada no setor privado (11,3 milhões) ficou estável na comparação mensal e apresentou redução de 540 mil pessoas com
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carteira assinada no setor privado (-4,6%), na comparação com novembro de 2014. A Região Metropolitana do Recife (RMR) também apresenta mercado de trabalho em situação de desgaste, pois com a demanda em queda a oferta precisa criar um ajuste de redução de despesas, que muitas vezes leva à diminuição da equipe, gerando, assim, desemprego. Novembro de 2015 encerrou com taxa de 10,8%, maior valor desde agosto de 2009, quando ficou em 10,9%, e é também o maior desemprego para os meses de novembro desde 2007 (11,0%). A queda na renda real dos ocupados também é bastante significativa. A PME estimou a renda real no mês atual para a RMR em R$ 1.611,36, recuando -0,4% na comparação mensal (R$ 1.617,09) e -7,8% na anual (R$ 1.748,49). A População Desocupada apresentou crescimento de 61,2% na comparação anual e de 12,7% na comparação mensal, equivalente a um aumento de 71 e redução de 21 mil pessoas, respectivamente. Já a POC recifense, segundo o IBGE, é estimada em 1,5 milhão de trabalhadores, sofrendo queda de -3,0% em relação ao ano anterior, com redução de aproximadamente 47 mil pessoas ocupadas.
Tabela 1 - Taxa de desocupação(%) - Região metropolitana do Recife NOVEMBRO 2014
GRUPAMENTO DE ATIVIDADE DO TRABALHO PRINCIPAL
OUTUBRO - 2015
NOVEMBRO 2015
Indústria extrativa de transformação e produção de eletricidade, gás e água
3,4
5,1
4,4
Construção
5,8
8,6
8,0
Comércio, reparação de veículos automotores e de objetos pessoais e domésticos
2,9
5,1
4,9
Serviços prestados à empresa, aluguéis, atividade imobiliária e intermediação financeira
4,0
4,7
6,5
Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde e serviços sociais
1,1
2,2
1,5
Serviços domésticos
1,8
4,1
5,3
Outros serviços
3,9
4,5
4,1
Fonte: Pesquisa Mensal do Emprego (PME) - IBGE. Elaboração Instituto Fecomércio-PE
Novembro apresenta um recuo no desemprego da RMR em quase todas as atividades. Apenas os Serviços ficaram com desocupação acima do mês anterior, confirmando os ajustes que estão sendo feitos por empresários e gestores visando adequar a equipe de trabalho atual com uma demanda em queda. A Construção Civil ainda apresenta a maior taxa (8,0%). O Comércio, que é o setor mais impactado positivamente com a
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geração de vagas temporárias de fim de ano, se encontra com desemprego relativamente alto, 4,9% - a maior desocupação verificada para os meses de novembro de toda a série histórica, iniciada em 2002. Os demais grupamentos também estão com deterioração no emprego, com suas respectivas taxas sendo as maiores de no mínimo nove anos.
REFERÊNCIAS Pesquisa Mensal do Emprego (PME). Novembro/2015.
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EXPEDIENTE - FECOMÉRCIO-PE Presidente: Josias Silva de Albuquerque Diretora-executiva do Instituto Fecomércio: Brena Castelo Branco Economista: Rafael Ramos Designer: Nilo Monteiro Revisão de Texto: Aleph Consultoria Linguística