ANÁLISE MENSAL - PMS Março / 2016 Volume de Serviços tem pior março da série histórica Segundo o IBGE, através da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), o volume de serviços no Brasil recuou -5,9%, o pior valor para os meses de março desde o início da série histórica em 2012, no ano anterior o volume havia avançado 2,3%. Esta é a décima segunda queda consecutiva para o indicador que compara o resultado do mês atual com o resultado do mesmo mês do ano anterior. No acumulado do ano, janeiro a março, o recuo é de -5,0%, se deteriorando ainda mais, visto que em fevereiro o acumulado era de -4,4%. O acúmulo anual mostra uma acentuação da desaceleração nos serviços nos
primeiros três meses de 2016, pois no mesmo período do ano anterior a queda ficou em menos da metade do valor atual (-1,5%). No acumulado em 12 meses a queda é de -4,4%, e também se encontram com o pior desempenho da série para os meses de março. Vale destacar que para o Brasil os últimos três meses ficaram em torno de -3,7%, demonstrando assim um trimestre de pausa na tendência de queda que setor vem apresentando, porém, março de 2016 volta a aprofundar o desempenho do setor na zona negativa.
Gráfico 01
Fonte: Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) IBGE. Elaboração Instituto Fecomércio-PE
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A receita nominal voltou a ficar negativa em -0,4% no mês de março após crescimento de 2,0% em fevereiro, o indicador vem oscilando mensalmente entre resultado positivos e negativos, este é o primeiro resultado negativo para o mês que nos anos anteriores mantinha desempenho acima de +6,0%. No acumulado do ano e em 12 meses, a taxas ainda estão com modesto valor positivo, porém a medida que os meses avancem em 2016 a expectativa é de que os indicadores também passem para a zona negativa. Os valores da receita e do volume de serviços estão refletindo os ajustes em relação a demanda por serviços dos principais demandantes como o setor da Indústria, Comércio, Agricultura, Governo e Famílias. Analisando o resultado por tipo de serviço, verifica-se que no mês de março as 4 principais atividades apresentam recuo no volume, destaque negativo para os “Transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio” que recuou -7,2% influenciado principalmente pela queda de -10,1% do transportes terrestres, tipo de serviço que tem como principal cliente a Indústria e o Comércio para distribuição dos produtos. Também com taxa negativa “Serviços profissionais, administrativos e complementares” e “Serviços de informação e comunicação” recuaram -6,8% e -5,9%, respectivamente, o primeiro devido ao fraco desempenho dos “Serviços técnico-profissionais”, que estão ligados em
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sua maioria a indústria e a empregos melhor remunerados, e o segundo afetado pela queda dos “Serviços audiovisuais, de edição e agências de notícias”. Os “Serviços prestados às famílias” vem com uma tendência bastante preocupante, pois é a vigésima segunda vez em que a taxa apresenta resultado negativo, influenciado principalmente pela baixa aquisição dos serviços ligados a alojamento e alimentação. No IPCA o item alimentação é um dos grupos de preço que apresenta maior pressão, com recorrente aceleração nos reajustes dos preços, encarecendo assim produtos e serviços que fatalmente são repassados ao consumidor final e que tem o poder de recuar o nível de consumo, afetando o desempenho dos serviços prestados. A receita real revela a magnitude dos prejuízos do setor de serviços, que a mais de 12 meses se encontra no negativo. A inflação de serviços vem não vem apresentando pressão, porém ainda não cedeu o suficiente para amenizar as perdas do setor, em março de 2016 a receita nominal negativa gerou uma perda maior que o mês anterior não gerando assim expectativa positiva de quando os números retornarão a zona positiva.
Gráfico 02
Fonte: Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) IBGE. Elaboração Instituto Fecomércio-PE
PERNAMBUCO O setor de serviços pernambucano vem sofrendo o mesmo impacto do nacional, apresentando também o pior desempenho de março em toda a série histórica iniciada em 2012, o volume de serviços recuou -10,3%, ante a um crescimento quase nulo de 0,3% no mesmo mês do ano anterior. No ano, janeiro a março, o acumulado é de -9,6%, taxa bem abaixo dos -2,7% verificada em março de 2015, revelando uma profunda desaceleração do desempenho do setor no estado. Para o acumulado em 12 meses a taxa também é negativa (-7,0%), e se encontra abaixo de zero desde novembro de 2014, ambos os indicadores se encontram em seus menores desempenhos dentro da série. Analisando a taxa por tipo de serviço, verifica-se que os “Serviços profissionais, administrativos e complementares” recuou -22,7%, estas atividades são as responsáveis por puxar o setor de Pernambuco para baixo, este tipo de serviço carrega os serviços intensivos em
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conhecimento e que abrangem as atividades intensivas em mão-de-obra, que em sua maioria estão ligados a indústria. Pernambuco vem passando por uma desaceleração nos investimentos após anos de grande aquecimento, impactando assim a construção civil e a indústria de transformação, que são obrigados a reduzir o nível de demanda consumindo menos do setor de serviços. Os “Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio” teve queda de -1,4%, influenciado também pelo mal momento do setor industrial e de comércio, que reduzem investimentos e renegociam valores, como por exemplo o frete. Os demais tipos também apresentam fraco desempenho, “Serviços de informação e comunicação” e “Outros serviços”, influenciados pela atual conjuntura de um comportamento mais conservador, além dos ajustes necessários para adequar os novos custos a nova realidade de demanda.
Tabela 1 – Pernambuco - Índice da Pesquisa Mensal de Serviços MÊS/ IGUAL DO MÊS DO ANTERIOR
ACUMULADO
TAXA DE VARIAÇÃO
TAXA DE VARIAÇÃO
ATIVIDADES DE SERVIÇOS
Total
JANEIRO
FEVEREIRO
MARÇO
NO ANO
EM 12 MESES
-11,5
-7,4
-10,2
-7,0
-9,6
1. Serviços prestados às famílias
-7,3
2,0
2,7
-4,1
-1,3
2. Serviços de Informação e comunicação
-8,4
-5,9
-7,9
-8,0
-7,5
3. Serviços profissionais, administrativos e complementares
-25,9
-16,7
-22,7
-12,3
-21,7
4. Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio
-4,1
0,3
-3,9
-1,4
-2,6
5. Outros Serviços
-11,9
-18,9
-17,7
-8,5
-16,3
Fonte: Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) IBGE. Elaboração Instituto Fecomércio-PE
No estado o único serviço com resultado positivo foram os “Serviços prestados às famílias”, que cresceu 2,7%. Este setor foi influenciado pelo IPCA da Região Metropolitana do Recife em março de 2015, que apresentou queda no preço do Grupo Alimentação e Bebidas de
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-0,07. Itens que compõe a cesta dos alimentos dentro e fora da residência tiveram recuos em seus preços, produtos como tomate (-13,63%), cebola (-15,10%), batata-inglesa (-1,56%), feijão (-2,36%) e macarrão (-0,69%) auxiliaram para uma menor pressão do grupo.
Nota: A Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), primeiro indicador conjuntural mensal que investiga o setor de serviços formais no país, abrange as atividades do segmento empresarial não financeiro, exceto os setores da saúde, educação, administração pública e aluguel imputado (valor que os proprietários teriam direito de receber se alugassem os imóveis onde moram). Serviços prestados à família Inclui os seguintes serviços: serviços de alojamento e alimentação e outros serviços prestados a família como atividades artísticas, criativas e de espetáculos; atividades esportivas, de recreação e lazer (exceto clubes); lavanderias, tinturarias e toalheiros; cabeleireiros e outras atividades de tratamento de beleza; atividades funerárias e serviços relacionados; outros serviços pessoais (clínicas de estética, serviços de alojamento, higiene e adestramento de animais domésticos, serviços de engraxates e carregadores de malas, etc.); atividades de apoio à educação e serviços de educação continuada (cursos de idiomas, de ensino de esportes, arte e cultura, cursos preparatórios para concursos, etc.). (Peso na composição de 6,4%);
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Serviço de informação e comunicação inclui serviços de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e serviços audiovisuais, de edição e agência de notícia. (Peso na composição de 35,7%); Serviços profissionais, administrativos e complementares inclui serviço técnico-profissionais e serviços administrativos e complementares. (Peso na composição de 20,5%); Transporte, serviços auxiliares do transporte e correio inclui transporte terrestre, aquaviário, aéreo e armazenagem, serviços auxiliares dos transportes do correio. (Peso na composição de 30,7%); Outros serviços Inclui os seguintes serviços: atividades imobiliárias (intermediação, gestão e administração de imóveis próprios e de terceiros); serviços de manutenção e reparação; serviços auxiliares financeiros; serviços auxiliares da agricultura; serviços de esgoto e serviços de coleta, tratamento e disposição de resíduos e recuperação de materiais. (Peso na composição de 6,6%).
REFERÊNCIAS Sistema Gerenciador de Séries Temporais (SGS)/BANCO CENTRAL DO BRASIL. Pesquisa Mensal dos Serviços (PMS). Março/2016. Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA). Março/2016.
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EXPEDIENTE - FECOMÉRCIO-PE Presidente: Josias Silva de Albuquerque Diretora-executiva do Instituto Fecomércio: Brena Castelo Branco Economista: Rafael Ramos Designer: Nilo Monteiro Revisão de Texto: Aleph Consultoria Linguística