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Desempenho do comércio e da indústria está abaixo do desejado, mas já mostra sinais de recuperação. Empresários precisam mostrar sua força para manter os negócios e auxiliar a reforma da economia do país.
Setor produtivo é a reconstrução do O segundo semestre do ano tradicionalmente apresenta vendas maiores do que o primeiro. Não há razões para que não seja assim também este ano, ainda que o último mês de agosto não tenha sido bom para o comércio paranaense, com queda de 2,21% ante o mesmo mês do ano anterior e baixa de 1,42% no faturamento em relação ao mês julho.
A realidade é que este ano o varejo no primeiro semestre foi prejudicado por inúmeros fatores, a começar pela conjuntura econômica brasileira. É possível destacar a influência, direta ou indireta, da alta da inflação, do aumento da taxa de juros e a retração industrial, especialmente no setor automotivo. Tivemos ainda outras situações excepcionais, entre as quais uma Copa do Mundo muito limitada para o coOs dados são da Pesquisa Conjun- mércio em relação ao esperado. tural, que realizamos mensalmente na Federação do Comércio de Bens, Vários setores tiveram baixo moServiços e Turismo do Paraná (Feco- vimento em datas normalmente venmércio PR). No acumulado do ano, as dedoras, tais com o Dia das Mães, Dia vendas mostraram um aumento mui- dos Namorados, festas juninas e Dia to tênue, de apenas 0,88% em relação dos Pais. A realidade foi dramática ao mesmo período de 2013. para quem ficou estocado na espera de uma demanda que não houve. Já o cenário nacional mostrou recuperação, conforme o IBGE. As venO alto índice de endividamento, das do comércio voltaram a crescer que alcança nove em cada dez paraem agosto, após dois meses em queda. naenses, também restringe as vendas A expansão chegou a 1,1% de julho do varejo. Verifica-se que os conpara agosto. sumidores têm dado preferência a SISTEMA FECOMÉRCIO SESC SENAC PR
o alicerce para país quitar seus débitos antes de contrair novas dívidas, receio potencializado pela percepção de um ambiente menos favorável para o emprego.
tributária e a eleitoral. A infraestrutura precisa avançar sob o sério risco de vermos nossa produção diminuir, nos setores agropecuário e industrial. Os modelos de concessão exigem reA esperança é de que haja recupe- visão, tanto para se tornarem mais ração no PIB do terceiro trimestre, atrativos aos empresários como para com pequeno crescimento, até por- não onerarem os usuários. que a indústria, após quatro meses de retração, começou a reagir. O ano de 2014 deve ser usado como metáfora. Se quisermos fazer Diante disso, a perspectiva de ven- uma análise do Brasil, o que ocorreu das do Natal, elaborada pela Confede- este ano pode resumi-lo: da esperança ração do Comércio de Bens, Serviços à decepção, da frustração à retração, e Turismo (CNC), é aumento de 3%, da necessidade de reagir à exigência desempenho menor do que os 5,1% de se planejar. registrados em 2013 pelo comércio no Brasil. Enfim, é um novo país que precisamos construir. E para essa missão O resultado das eleições mostra a o empresário do comércio é peça esnecessidade de uma política para o sencial, por sua sensibilidade e visão país. As relações entre o poder exe- estratégica. cutivo e o legislativo devem mudar, tornando-se mais programáticas em detrimento da fisiologia. As refor- Darci Piana mas são urgentes, destacando-se a Presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR outubro 2014