Cadernos Econômicos - nº 17

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Publicação da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná Rua Visconde do Rio Branco, 931 – 6º andar CEP: 80.410-001 – Curitiba – Paraná | 41 3883-4500 www.fecomerciopr.com.br Presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR Darci Piana

Coordenador de Jornalismo Ernani Buchmann

Núcleo de Comunicação e Marketing – NCM jornalismo@fecomerciopr.com.br | 41 3883-4530

Revisão: Karla Santin Diagramação: Vera Andrion

Coordenador do NCM Cesar Luiz Gonçalves

Tiragem: 1000 exemplares Periodicidade: mensal

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Entraves e Uma velha teoria da prática política pregava que o mal deve ser feito no início de uma gestão, em doses fortes. O bem, por sua vez, deve ser distribuído em ritmo de conta-gotas, durante todo o período. As medidas econômicas, que o governo tem chamado de ajustes, demonstram que a nova equipe entronizada pela presidente não está demonstrando timidez em fazer o mal. O que se discute é tanto o tamanho da dose quanto a capacidade do remédio em atacar todas as moléstias que debilitam a nossa economia.

difícil, caso específico do segmento de veículos. O aumento de tributos vai acarretar aumento de preços, o que não contribui para atenuar a situação. Ao aumentar suas receitas, o governo supõe uma entrada extra de R$ 20 bilhões este ano, oriundos do setor industrial, da área de importação de bens e dos combustíveis. Muito bem, resolve-se o problema na ponta arrecadadora.

Por outro lado, não há hipótese do comércio suportar os aumentos que herdará. O repasse ao consumidor é Não vamos nos comparar com certo, acarretando aumento de preços a China, que cresceu ano passado e, consequentemente, gerando inflano menor nível desde muitos anos: ção, já estimada em torno de 7%. 7,5%. Aqui nossas perspectivas para 2015 limitam-se à casa do 1%, talvez Existe ainda o sério risco do demenos, o que comprova a nossa frá- semprego, embora o governo tenha gil realidade. anunciado que as medidas protegem os empregos. Ao contrário, colocamAlguns setores já mostravam no -nos em risco, tendo em vista a perda último semestre que este ano seria do poder de compra da população.

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encargos A insegurança dos empresários do comércio está patente na Pesquisa de Opinião realizada pela Fecomércio Paraná. O grau de otimismo para o primeiro semestre caiu de 68,4% no início de 2013 para 62% no início do ano passado e é de 39% este ano, o menor índice aferido desde 2001, quando a pesquisa foi iniciada.

supre de benesses de todo o gênero e, em troca, oferece pouca produtividade, a inércia e a inépcia que são marcas registradas do serviço público, nada disso foi atacado. Ou seja, não se resolveu o problema na ponta gastadora. Nem é preciso citar outras medidas que são esperadas há décadas e sempre postergadas: o planejamento estratégico, a reforma tributária, a reforma política, o desentrave burocrático, enquanto as obras de infraestrutura e logística avançam a passos de cágado.

Entre as dificuldades encontradas pelo empresário, duas se destacam: a carga tributária, para 59% dos entrevistados, e a inflação em alta, para 56%. Como os dados foram compilados antes das medidas anunciadas pelo governo, pode-se depreender que a bússola dos empresários está Enfim, está na hora do governo bem ajustada. atuar em benefício do empresariado e da população, em vez de se dediO fato é que o governo não me- car a esforços de arrecadação sem xeu no aspecto mais sensível e mais oferecer nenhuma espécie de conimportante do equilíbrio orçamen- trapartida. tário, o corte de despesas. Até agora não se viu nenhum movimento nesse sentido. Os milhares de cargos em Darci Piana comissão, a estrutura inchada que se Presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR

janeiro 2015





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