Cadernos Econômicos - nº 18

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Publicação da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná Rua Visconde do Rio Branco, 931 – 6º andar CEP: 80.410-001 – Curitiba – Paraná | 41 3883-4500 www.fecomerciopr.com.br Presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR Darci Piana

Coordenador de Jornalismo Ernani Buchmann

Núcleo de Comunicação e Marketing – NCM jornalismo@fecomerciopr.com.br | 41 3883-4530

Revisão: Sônia Amaral Diagramação: Vera Andrion

Coordenador do NCM Cesar Luiz Gonçalves

Tiragem: 1000 exemplares Periodicidade: mensal

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Os problemas em todas as esferas do poder pĂşblico afetam as vendas e a rentabilidade do setor produtivo em geral


Expectativas do com As expectativas dos empresários de comércio e serviços do Paraná para o primeiro semestre de 2015 apresentam redução quando comparadas aos semestres anteriores. Conforme a edição da Pesquisa de Opinião, realizada pela Fecomércio Paraná, apenas 39% dos pesquisados têm expectativas de crescimento, o menor índice desde a implantação da pesquisa, em 2001. Na verdade, os números da avaliação refletem o perfil de dificuldades previstas para a economia brasileira neste início de 2015. A reação dos empresários demonstra a influência e o condicionamento às restrições ocorridas em 2014 e que explicam os fatores limitantes para 2015. Entre eles: taxa de juros Selic crescente; inflação; PIB em queda, com índice beirando o negativo para 2015; a indústria em queda, com ampliação de férias coletivas, turnos de trabalho reduzidos e dispensa de trabalhadores; demanda em queda e o consumidor com poder de compra reduzido e renda comprometida; restrições do sistema bancário na concessão de financiamentos; as balanças comerciais do Brasil e do Paraná foram negativas em 2014; queda no superávit primário do governo, simultâneo à maior carga tribu-

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tária. A combinação desses fatores foi suficiente para afetar o comércio e limitar seu crescimento. A conjuntura atual sinaliza impactos restritivos não somente sobre a economia brasileira, mas também na governabilidade, reflexo da crise ética e política do país. Além das carências na infraestrutura básica – sistema viário, portos, comunicações, energia, logística, e muitos mais –, há os reajustes de tarifas básicas sob responsabilidade do setor público, dentre os quais se destaca a tarifa de energia elétrica. Mas ao mesmo tempo, entrou na agenda do governo o tema racionamento na oferta de energia elétrica e de água em alguns estados. O adicional tributário, de diversas conotações – ICMS, IPVA, IPTU, ISS, ITBI, desconto adicional sobre remuneração de aposentados do Estado, reajuste do Imposto de Renda abaixo da inflação do ano anterior, volta da CIDE sobre combustíveis – sinaliza uma repercussão sobre a taxa de inflação com maior impacto no primeiro semestre. O fato é que o poder público, em todas as suas esferas, encontra-se à beira da


mércio caem em 2015 crise. O resultado é um ambiente de insegurança para a população, com greves e manifestações de protesto pipocando pelo país. Essa combinação de fatores irá, sem dúvida, gerar um cenário econômico desestimulante e comprometedor para a atividade empresarial. O empresário do comércio, diante desse quadro, contém suas expectativas, o que resulta em desestímulo a novos investimentos, que também comprometem a geração de novos postos de trabalho. Os trabalhadores de diversas categorias ou setores de atividade sinalizam a adoção de posturas reivindicativas. A dimensão das providências a serem adotadas pelo governo quanto à política econômica demonstra a intensidade das mudanças necessárias à economia brasileira como forma de reduzir ou conter os desvios e inadequações acumuladas anteriormente. Na verdade, a correção das deficiências e a necessidade de superar o quadro de limitações surge como prioridade ao poder público, qualquer que fosse o candidato eleito em 2014.

O planejamento a ser implantado exige o reposicionamento do governo em relação a seus gastos e adequação das despesas às receitas. A melhoria da infraestrutura exige a ampliação dos investimentos e redução dos gastos de custeio. Este será um ano de correções e adequações, não um ano de crescimento. Desde que as mudanças sejam implementadas, surge a possibilidade de melhores resultados para 2016. As reformas se revelam necessárias, considerando o acúmulo de erros, falta de planejamento, desvios de conduta ou mera incompetência que geraram um déficit em cascata, em prejuízo do setor produtivo e da população.

Darci Piana Presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR

fevereiro 2015





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