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Instabilidade econ么mica e medidas governamentais insuficientes bloqueiam crescimento
Sem mudanças, Não é novidade que o país precisa de reformulações urgentes nas esferas política, fiscal, tributária, previdenciária, trabalhista e educacional. Também não é de hoje que empresários e sociedade clamam pela redução do Custo Brasil, antigo empecilho que limita a economia brasileira, sua competitividade e produtividade. O desempenho previsto da economia brasileira para o segundo semestre deste ano se mostra aquém do que esperávamos. Significa que as expectativas favoráveis do início de 2013 não estão se confirmando. A promessa do Banco Central em desacelerar a inflação neste ano está sendo cumprida às custas da crescente taxa de juros. O Produto Interno Bruto cresceu 0,6% no primeiro trimestre, abaixo das previsões que variavam entre 0,9% e 1,2%. Além disso, a valorização da moeda SISTEMA FECOMÉRCIO SESC SENAC PR
americana, na casa de R$2,30, não incentivou as vendas externas e a balança comercial ficou no vermelho em mais de U$5 bilhões. Grande parte dos brasileiros, que até então tinha facilidade de acesso ao crédito, esgotou sua capacidade de endividamento e de compra, hoje encontrando dificuldades em assumir novos financiamentos. Outro indicador que revela a necessidade de mudanças na economia brasileira é o Índice de Confiança dos Consumidores, elaborado pela Fundação Getúlio Vargas. Há quatro meses a satisfação dos consumidores com a economia está em declínio e abaixo da média histórica. Se não bastassem as limitações internas, as circunstâncias econômicas no exterior escurecem o nosso cenário. Não são poucas, já que compreendem desde a crise nas economias desenvolvidas e nos países do Euro,
país pisa no freio passando pelos bloqueios da Argentina aos nossos produtos e a debilidade do Mercosul, até chegar à desaceleração da economia chinesa. São fatores que impactam nossos índices e fazem os gráficos perder altura. Há, no entanto, algumas boas notícias, o que contribui para que sejam amenizadas as tensões. Há de se destacar, por exemplo, que o mercado de trabalho está próximo ao seu nível pleno de ocupação e o bom desempenho do agronegócio está sendo fundamental para o aquecimento do comércio em cidades interioranas, inclusive pelo seu papel de incentivador do transporte de cargas. E o elevado volume de reservas cambiais, acima de U$ 350 bilhões, permitiu ao Banco Central praticar sucessivas injeções de divisas no mercado para conter a valorização do dólar no último trimestre.
Não apenas a classe empresarial pede mudanças. Prova disso são as recentes manifestações em todo o país, exigindo transformações econômicas, sociais e políticas. A sociedade brasileira clamou, de maneira espontânea e não dirigida. Propôs prioridades e aguarda, ao lado da classe empresarial, por respostas e providências urgentes e adequadas do setor público. No próximo ano, teremos a realização da Copa do Mundo. Se até lá nada for feito, o governo corre o risco de ficar refém de mais manifestações. Politicamente, ainda mais danosas para a sua imagem, porque estaremos, então, a pouco mais de três meses das eleições que renovarão mandatos federais e estaduais. Darci Piana Presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR
agosto 2013