Cadernos Econômicos - nº 8

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Publicação da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná Rua Visconde do Rio Branco, 931 – 6º andar CEP: 80.410-001 – Curitiba – Paraná | 41 3883-4500 www.fecomerciopr.com.br Presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR Darci Piana

Coordenador de Jornalismo Ernani Buchmann

Núcleo de Comunicação e Marketing – NCM jornalismo@fecomerciopr.com.br | 41 3883-4530

Revisão: Sônia Amaral Diagramação: Vera Andrion

Coordenador do NCM Cesar Luiz Gonçalves

Tiragem: 1000 exemplares Periodicidade: mensal


Possível redução na oferta de energia elétrica, racionamento, ou até mesmo eventuais apagões, ameaçam o comércio.


Comércio à A finalidade do comércio, o ato de comercializar mercadorias e serviços, para que seja viabilizado de forma mais eficiente, requer, tanto para quem vende quanto para quem compra, um insumo extremamente importante que é a oferta, disponibilização e acessibilidade de energia elétrica. Não há como viabilizar atualmente o comércio de bens, serviços e turismo, à luz de velas. Uma atividade onde, além do atacado e varejo, também fazem parte hotéis, restaurantes, opções de lazer e muitas outras. Em condições normais, na vigência dos atuais padrões de competitividade, de modernização das estruturas comerciais, de agilidade na intercomunicação entre pontos de vendas e redes de lojas, de qualidade do atendimento ao cliente, prática de formas alternativas de comercialização, ou a necessária conservação de produtos, o comércio é extremamente dependente da energia elétrica. Por outro lado, o comércio se insere como um dos principais responsáveis no que é chamado pelos urbanistas de “brilho das cidades”: comércio pressupõe exposição, vitrinas, lumiSISTEMA FECOMÉRCIO SESC SENAC PR

nosos, comunicação. O que seria a Times Square, em Nova York carente do brilho das luzes patrocinadas quase na totalidade pelo comércio de bens, serviços e turismo? A atividade do comércio, da mesma forma que o conjunto da população e a sociedade organizada, também demanda um serviço específico essencial, que é a segurança pública. Os serviços de segurança devem ser ofertados e geridos pelo Estado de forma ágil e eficiente, em benefício do cidadão e dos entes legalmente instalados, a partir da carga tributária amealhada junto à sociedade. Uma realidade é inquestionável: não se consegue oferecer segurança pública no escuro ou à luz de velas. Estas considerações nos parecem adequadas quando nesse momento um tema permeia o cenário brasileiro: a possibilidade de redução na oferta de energia elétrica ou mesmo sua falta, e possíveis racionamentos, tal como ocorreu em 2001 em muitos estados da Federação. Um acréscimo nas tarifas de energia não é descartado, desde que haja um direcionamento na geração de energia para origem térmica, mais cara que a origem hídrica atualmente pre-


luz de velas? dominante, ou mesmo para financiar uma ampliação da oferta. A matriz energética brasileira indica que mais de 80% tem origem hidráulica. Essa origem condiciona o volume de energia produzida ao regime de chuvas e disponibilidade dos reservatórios. Analisando sob outra perspectiva, conclui-se pela excessiva dependência da oferta de energia no Brasil a fatores imponderáveis. É sabido que dentre as alternativas disponíveis de geração de energia, a origem hidráulica é a de menor custo para o consumidor. Em 2012, o perfil do consumo de energia elétrica no Brasil foi: a) indústria: consumiu 42%; b) comércio, serviços e turismo: 18%; c) residências: 25%; d) outros: 15%. No exterior, principalmente nos países desenvolvidos, a principal fonte de energia é de origem térmica: petróleo, carvão mineral e vegetal e gás respondem por 85% a 87% da energia gerada; a origem hídrica responde por 7,0% a 8,0%; a energia nuclear gera 6,0%. Inegavelmente, é um quadro que difere bastante do perfil vigente no Brasil. Qualquer política pública voltada à atração de investimentos do exterior e

expansão dos investimentos internos deverá garantir ao capital produtivo uma estabilidade na oferta de energia. A incerteza e insegurança quanto ao atendimento da demanda podem afastar investimentos, conter capacidade produtiva, elevar preços e direcionar o governo a adotar um racionamento. Sem energia elétrica, o comércio, que é o estuário para o qual converge todo o sistema de produção para atender o consumidor final, não tem como vender. O ato de comercializar bens, serviços e o turismo, não se viabiliza no escuro ou à luz de velas. Com queda ou redução nas vendas ter-se-á dentre os efeitos imediatos, restrições ao emprego, à massa de salários, à renda, ao consumo, disso resultando menor arrecadação tributária. Neste momento, temos uma certeza: não é a hora e não cabe ao governo apagar a chama representativa da importância do comércio na atividade econômica brasileira, setor que se constitui no maior gerador de empregos do país. Darci Piana Presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR março 2014



Sabe o que o comĂŠrcio e os artistas tĂŞm em comum? Os dois precisam vender o seu peixe todos os dias.



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