Revista Paço 1916-2016

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REVISTA PAÇO


3 ÍNDICE

Os 100 anos do Paço da Liberdade

4 12

Um século de marcas

16

Patrimônio cultural

EXPEDIENTE

REVISTA PAÇO. Publicação especial em comemoração ao centenário do Paço da Liberdade, unidade cultural do Sesc PR desde 2009. SISTEMA FECOMÉRCIO SESC SENAC PARANÁ

Marcas do abandono

Presidente: Darci Piana SESC PR Diretor Regional: Dieter Lengning SENAC PR Diretor Regional: Vitor Monastier DIVISÃO DE EDUCAÇÃO, CULTURA E AÇÃO SOCIAL Diretora: Maristela Massaro Carrara Bruneri

18 23

25

32

SESC PAÇO DA LIBERDADE Gerente Executiva: Celise Helena Niero

Marcas da esperança

NÚCLEO DE COMUNICAÇÃO E MARKETING Coordenador Geral: Cesar Luiz Gonçalves JORNALISMO Coordenador: Ernani Buchmann

Revitalização Jornalista Responsável Silvia Bocchese de Lima DRT-PR 6157 Redação e Revisão: Isabela Mattiolli, Karen Bortolini, Silvia Bocchese de Lima, com informações do livro História e Uso

do Paço da Liberdade, de Zulmara Clara Sauer Posse, Márcia

História preservada e ocupação cultural

Dalledone Siqueira e Paulo Chiesa Pesquisa de dados de produção (páginas 33 a 37): Marcelo Cruz, Marcos Rendak e Thiagho Augusto Helvig Foto capa: Ivo Lima Arte e Diagramação: Vera Andrion DRT-PR 10260 Ilustrações (páginas 33 e 34): Ivana Lemos

Centenário

Impressão: Ajir Artes Gráfica e Editora Ltda. Curitiba PR Tiragem: 5 mil exemplares Rua Visconde do Rio Branco, 931 – 6º andar CEP: 80.410 - 001 – Curitiba - PR – Telefone: (41) 3883 4530 jornalismo@fecomerciopr.com.br . www.fecomerciopr.com.br issuu.com/fecomerciopr . www.sescpr.com.br . www.pr.senac.br

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REVISTA PAÇO


Gilson Abreu

Neste dia 24 de fevereiro comemoramos os 100 anos de inauguração do Paço Municipal, hoje transformado em unidade cultural do Sesc Paraná e reaberto com o nome de Paço da Liberdade.

PALAVRA DO PRESIDENTE

Os 100 anos do Paço da Liberdade Em 2006, expus ao então prefeito Beto Richa a dificuldade dos comerciantes da região da Rua Riachuelo, com o velho Paço em situação de abandono. Mediante convênio, o prédio passou a ser administrado pelo Sesc e contando com um Café-escola do Senac. Foram dois anos de criteriosa restauração. O Paço tornou-se um espaço de conhecimento e entretenimento, além de um monumento turístico responsável por atrair visitantes de todos os cantos do planeta. Tudo vale a pena quando a alma não é pequena, já cantava o poeta Fernando Pessoa. E a alma dos empreendedores do comércio tem se mostrado tão grande quanto o tamanho do nosso sonho de preservar a história do Paraná.

Darci Piana Presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR

REVISTA PAÇO

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Paço Municipal em 1920

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REVISTA PAÇO Acervo: Biblioteca Pública do Paraná. Reprodução do livro História e Uso do Paço da Liberdade

HISTÓRIA


O local escolhido foi o do antigo Mercado Municipal – localizado entre as praças Tiradentes e Generoso Marques – cujo funcionamento ocorreu até 1912. Iniciada em abril de 1914, a construção do Paço foi executada com o material da demolição do mercado. As antigas paredes externas serviram como tapume para proteger a

obra, uma prática até então inédita na capital. Foram necessários apenas 560 dias para a conclusão da construção, no início de 1916, impactada pela cultura e arquitetura urbana europeia. Desde então, o prédio vem deixando marcas em Curitiba. Com a inauguração do Paço, o entorno também mudou. O espaço urbano das redondezas foi revitalizado, houve a remodelação da praça e antigas edificações foram demolidas.

A área que abrigou um antigo quartel, foi largo da cadeia, pelourinho e mercado municipal, ganhou novos ares com a construção da sede do governo municipal. A capital paranaense despontava como exemplo, apresentando os mais diversos modelos de transformação. O prédio do Paço Municipal de Curitiba, além de ser uma obra singular, serviu como local de encontro, de uso e consagração da vida pública dos curitibanos.

Acervo Instituto Histórico, Geográfico e Etnográfico Paranaense. Reprodução do livro História e Uso do Paço da Liberdade

A Curitiba do início do século XX vivia um crescente processo de urbanização. Com seus poucos mais de 50 mil habitantes, via a necessidade de promover benfeitorias em toda a cidade. Cândido de Abreu, então prefeito, em 1913, criou uma comissão visando melhoramentos e embelezamento da capital paranaense, incluindo a construção de um prédio para abrigar a prefeitura e a câmara de vereadores.

HISTÓRIA

Um século de marcas

Paço Municipal em construção

REVISTA PAÇO

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Ivo Lima

“Quem viu aquela Curitiba, acanhada

HISTÓRIA

e sonolenta, de 1853, não reconhece a Curitiba suntuosa e elegante de hoje, com suas grandes avenidas e boulevards, as suas amplas ruas alegres, as suas praças, os seus jardins, os seus edifícios magníficos. A cidade é iluminada linhas

à de e

luz

elétrica.

bondes a

É

entre

estação

de

servida o

Batel

ferro,

por e

o

ELEVADOR

Fontana

apro-

Apesar de ter sido adquirido em 1915, o elevador elétrico só começou a funcionar em 1922, quando o prédio do Paço passou pela primeira reforma. O elevador elétrico, com portas pantográficas, primeiro a ser instalado em Curitiba, foi fabricado pela norte-americana Otis Elevator Company. Hoje, fora de operação, foi substituído, mas ainda pode ser visitado, no 4º pavimento do prédio.

veitando a quase área urbana. O trá-

PREFEITURA

mais de 30 sociedades, clubes, insti-

O prédio abrigou o gabinete de 42 prefeitos, até 1966 e, acolheu as reuniões da Câmara Municipal de Curitiba, até 1955.

tuições de ordem popular. Contam-se

fego diário conta, além do que fazem os bondes, com mais de 1.000 veículos diversos. Há em plena atividade, dentro

do

quadro

urbano,

mais

de

300 fábricas e oficinas e no município todo perto de 600. [...] Existem para

seis

colégios

particulares,

cinco

li-

vrarias, nove tipografias, e uma litografia

importantíssima.

presentemente,

na

Publicam-se,

capital

oito

jor-

nais, sendo quatro diariamente”. José Francisco da Rocha Pombo, sobre Curitiba de 1900. Fonte: Secretaria de Estado da Cultura

6

REVISTA PAÇO


pal

inauguração Paço

Munici-

trouxe

novo

significado à pra-

a

O

barulho

sujeira

foram

substituídos um

Lago

rizado

e

por arbo-

[...].

As-

sim como a praça passou da balbúr-

Praça Generoso Marques, na década de 1930

Ivo Lima

ça.

HISTÓRIA

do

Acervo: Biblioteca Pública do Paraná. Reprodução do livro História e Uso do Paço da Liberdade

“A

dia frequente do Mercado ao vetusto centro do poder municipal, a cidade, como um todo, sofreu muitas transformações

e

tudo

isso

representava

um novo aspecto da modernidade de Curitiba”. Márcia Dalledone Siqueira, em Paço Municipal de Curitiba:

uma abordagem histórica

O Paço Municipal, projeto por Cândido de Abreu, com a colaboração do escultor Roberto Lacombe, foi inaugurado em 24 de

RELÓGIO

fevereiro de 1916, data da promulgação da

A instalação do relógio na torre central do prédio ficou a cargo da Relojoaria Raeder. Em 2004, a relojoaria mais antiga da capital fechou as suas portas depois de 111 anos de funcionamento.

2ª Constituição Federal e a 1ª no regime republicado, em 1891.

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Shigueo Murakami

Acervo: Casa da Memória

HISTÓRIA

O VOO DO ZEPPELIN Foi em 2 de dezembro de 1936 que o dirigível LZ 129 Hindenburg cruzou o céu curitibano. As viagens ao Brasil faziam parte da propaganda nazista dirigida à América do Sul. A imagem faz parte do acervo da Casa da Memória e foi resgata pelo músico Valdemar Lacerda Schettini Júnior.

ESCULTURAS Repleto de significados são as esculturas espalhadas pelo prédio do Paço, obras de Roberto Lacombe. Dois atlantis sustentam a entrada principal e significam os dois poderes municiais: legislativo e executivo. A figura feminina, localizada na torre central, representa a cidade de Curitiba. Completam a ornamentação da torre, simbolizando força, cabeças de leões.      8

ESTÁTUA BARÃO DO RIO BRANCO Em 19 de dezembro de 1914, foi inaugurada a estátua em bronze, em homenagem a José Maria da Silva Paranhos Júnior, o Barão do Rio Branco. Importante nome na consolidação das fronteiras e do território nacional foi considerado Patrono da Diplomacia Brasileira. Esta foi a segunda estátua implantada em espaço público na cidade. A representação é do barão de costas para a praça matriz, simbolizando a separação entre Estado e igreja e, de frente para o prédio da Estação Ferroviária, olhando para o futuro.

REVISTA PAÇO


aspecto

geral

externo é grandio-

HISTÓRIA

Shigueo Murakami

“O

so; as fachadas têm o cunho da elegân-

Ivo Lima

cia

MARIA LATA D´ÁGUA

impressionante

onde a vista se entretém sem cansaço a admirar a nota artística que o gênio

A estátua intitulada Maria Lata D´água foi inaugurada em 15 de maio de 1996 e está localizada na Praça Prefeito José Borges de Macedo, aos fundos do Sesc Paço da Liberdade. No local escolhido para abrigar a estátua foi erguido, em 4 de novembro de 1668, o Pelourinho da Vila de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais por Gabriel de Lara, capitão mor e procurador do Marquês de Cascais e Senhor das Terras da Capitania de Paranaguá.

esculpiu e modelou em uma plástica de real merecimento”. Marius, articulista do Diário da Tarde, em janeiro de 1916

GENEROSO MARQUES A praça onde está instalado o Paço da Liberdade, leva o nome de um dos mais importantes políticos e intelectuais do fim do século XIX. Generoso Marques nasceu em Curitiba, em 1844, formou-se advogado e ingressou na carreira política, tendo sido deputado, vice-presidente da província e senador. Foi poeta, orador e jornalista. Faleceu em março de 1928. É patrono da cadeira 13 da Academia Paranaense de Letras.

REVISTA PAÇO

DETALHES O talento dos artesãos europeus que moravam na cidade no início do século XX foi essencial para a riqueza dos detalhes encontrados em cada ambiente do antigo Paço Municipal. Os imigrantes alemães e poloneses destacaram-se na marcenaria presente na obra e, os trabalhos com pedras e cantarias foram marcas deixadas pelos italianos e portugueses. As pinturas ficaram a cargo dos pintores João Guelffi e do italiano J. Ortolani. A construção neoclássica é formada por uma junção de estilos, classificada como eclética, detendo detalhes em estilo Art nouveau. 9


expressão

Paço

da Liberdade denoShigueo Murakami

HISTÓRIA

“A

tava

os

novos

democráticos sopravam do

a

a

que

permitin-

retomada

autonomia viços

ares

dos

da ser-

legislativos

possibilidade

e da

eleição para o executivo municipal”. Márcia Dalledone Siqueira, em Paço Municipal de

Curitiba: uma abordagem histórica

PAÇO DA LIBERDADE O fim da II Guerra Mundial, a retomada do regime democrático e o estabelecimento de uma nova Constituição Federal, não passaram por Curitiba sem deixar marcas e, as primeiras leis sancionadas no pós-46 buscavam recuperar a autonomia e a identidade perdidas. Por isso, no dia 3 de fevereiro de 1948, o prefeito João Kracik Neto sancionou a Lei nº 2, decretando a mudança do nome do edifício que funcionava a municipalidade para Paço da Liberdade.      10

REVISTA PAÇO


HISTÓRIA

Shigueo Murakami

Ivo Lima

TOMBAMENTOS Em 1948, o Serviço do Patrimônio Histórico do município de Curitiba decretou o Paço da Liberdade como Patrimônio Histórico Municipal e, 18 anos depois, foi tombado pelo patrimônio do estado. O reconhecimento da importância do edifício para o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) foi obtido por meio do processo de tombamento do monumento em 1984. Hoje, o Paço da Liberdade é o único prédio da capital paranaense tombado nas três instâncias: municipal, estadual e federal.

ENTORNO Nas décadas de 1920 e 1930, o comércio se estabilizou na Praça Generoso Marques e ao redor do prédio do Paço. A região valorizada foi ocupada pelas casas comerciais: A Jerusalém, Gommel, A Maravilha, Casa Paciornik, Casa Mazer, Casa Soberana, Casa Nagib, Casa Hilu, Casa Edith e Casa Hertel, que comercializavam desde armarinhos, roupas masculinas, para bebês e crianças, a instrumentos musicais. O palacete Tigre Royal, construído em, 1916, foi residência da família Fatuch, no andar superior e, na parte inferior foi sede de diversos empreendimentos, como o Cinema Parisiense, Loja HM, Cia. Brasil de Seguros, Casa Sade, entre outros.

Treze de novembro de 1969 foi marcado como o último dia de despachos no Paço da Liberdade. O prefeito Omar Sabbag encerrou o ciclo de governantes municipais naquele endereço. A partir de então, o prédio passou a ter e revelar novas marcas. REVISTA PAÇO

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MUSEU PARANAENSE

No Paço da Liberdade funcionava a Coordenação do projeto Rondon até 1970, quando foi transferido. Neste ano o diretor do Museu, Oldemar Blasi, anunciou que o prédio passaria por restauro e adaptação para abrigar o acervo. Mas permaneceu fechado por dois anos.

“Fiz

um

plano

tor

para

ver

precisava. tada

Sua fundação é datada de 1876, como instituição pertencente à Secretaria de Estado da Educação e Cultura. No entanto, suas coleções foram tombadas pelo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN), em 1941. O acervo era composto por conteúdo histórico, fotográfico, documentos e manuscritos, numismática, coleções etnográficas,      12

que mon-

comissão

com voluntários para um

projeto

político-pedagógico para

o

MP.

Um

dos

projetos que instituí agora foi a Universidade do Povo”. Maury Rodrigues da Cruz, ex-diretor do MP, em entrevista, 1988

medalhas, medalhões, distintivos e seção de arqueologia. No período de 1964 a 1967 foi aventada a construção de sede própria.

Acervo: Museu Paranaense. Reprodução do livro História e Uso do Paço da Liberdade

De 1973 a 2002 o Paço da Liberdade abrigou por 29 anos o Museu Paranaense (MP). Uma sede que deu visibilidade à instituição e um novo significado. O acervo em crescimento gradativo chegou a saturar a área de ocupação. Neste período o edifício abriu as portas para a população com exposições, enquanto internamente uma equipe técnica realizava pesquisas.

o

Foi

uma

elaborar

Patrimônio cultural

dire-

Inauguração da sexta sede do Museu Paranaense, no Paço da Liberdade, em 16 de janeiro de 1974

REVISTA PAÇO


O MP tornou-se novidade na capital. Famílias, grupos, colégios e ginásios o visitavam frequentemente. Contava com exposições temporárias no térreo e no terceiro pavimento, que abrigava também os acervos históricos, etnográficos e arqueológicos. No térreo também uma sala com acervo pesado e um Salão Nobre que sediava cursos e palestras.

PATRIMÔNIO Faziam parte do patrimônio: máquinas de escrever, banquetas, aquecedores, ampliadores, tocadisco, projetor, enceradeiras, fogareiros, leitor de filmes, lupas, projetor de slides, lanternas, extintores, mimeógrafo elétrico, mapoteca, painéis, telefone, leitor de microfilmes, entre outros. Na década 1980 iniciaram os problemas estruturais do Museu, de ordem funcional e de conservação. As reivindicações aos setores responsáveis eram por reparos no prédio e aumento do corpo funcional. Mesmo assim, o circuito de exposições permanecia.

REVISTA PAÇO

“Ao assumir o Museu Paranaense, nos dois primeiros anos, tinha três prioridades: a questão física do Edifício, a

falta

de

recursos

humanos

e

as

terminar

o

exposições”. Miguel Geissler, ex-diretor do MP

Acervo: Museu Paranaense

Nos dias 8 e 9 de setembro de 1973 o acervo entrou pelas portas lateral e dos fundos, mas como ainda estava em restauro, o MP só foi inaugurado em 16 de janeiro de 1974, ocupando a área de 2.103,70m2. A solenidade foi um dos mais importantes eventos culturais da década de 1970 no Paraná, com a presença do Ministro da Educação e Cultura, Jarbas Passarinho; do governador do estado do Paraná, Emílio Hoffmann Gomes, entre outras autoridades. As portas estariam abertas a visitas.

MUSEU PARANAENSE

Acervo: Museu Paranaense. Reprodução do livro História e Uso do Paço da Liberdade

MUSEU NO PAÇO

“Ao

governo mos do

tínha-

consegui-

realizar

parte

do Plano Diretor; mantínhamos

ex-

posições novas a cada dois meses, sem

nunca

donar

a

aban-

pesqui-

sa sobre índios e negros”. Maury Rodrigues da Cruz, ex-diretor, que assumiu o cargo em 1987, e permaneceu na gestão do prefeito Jaime Lerner, de 1989 a 1992

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Tânia Buchmann

passando a conter: diretoria, conselho consultivo, assessoria técnica e departamentos de acervos DEGRADAÇÃO A infiltração no prédio intensifica-se na década de 1990, o que preocupa as autoridades, engajadas em buscar soluções. As más condições resultaram na retirada do acervo do prédio. Infiltrações e rachaduras aumentaram nas áreas internas e externas, cupins corroeram as tábuas, o relógio da torre parou de funcionar, os sistemas elétrico e hidráulico estavam comprometidos.

museológicos, de estudos e pesquisas científicas de Comunicação, Antropologia, Sociologia e História.

Reprodução do livro História e Uso do Paço da Liberdade

MUSEU PARANAENSE

A redefinição da estrutura básica foi feita em 1987,

MÚSICA NOS MUSEUS Em 1994, quando Jaime Lerner assume o governo do Paraná, designa como secretário de Cultura Eduardo Rocha Virmond, e para a direção do MP, Jayme Antonio Cardoso. No ano seguinte, a gestão é marcada pelos projetos de pesquisa e exposições, que se desenvolvem simultaneamente às reformas e manutenção do prédio. O projeto Música nos Museus, iniciado em 1995, tem continuidade até 2002 com a apresentação de recitais e concertos. O MP em parceria com a Celepar e a SEEC reorganiza a pesquisa, que contará com o trabalho voluntário de arqueólogos, historiadores, antropólogos, bibliotecários, cineastas, designers, técnicos em informática e som e os responsáveis pelos setores de Etnologia, História e Documentação.      14

Praça Generoso Marques, nas décadas de 1970 e 1980

MEMÓRIA No Paço da Liberdade foram realizadas 293 exposições de curta duração entre 1974 e 2002. O Salão de Artes no pavimento térreo sediou 194 eventos, entre recitais, concertos, palestras, cursos, lançamentos de livros, seminários, reuniões, mesas redondas e projeção de filmes. A manutenção das exposições, as visitas monitoradas, o recebimento de doações, os empréstimos e atendimentos foram até 14 de outubro de 2002, quando o MP encerrou a visitação. No período o edifício recebeu 2,3 milhões de visitantes. O MP recebeu 19,8 mil peças doadas para o acervo.

IMPRENSA Ao mesmo tempo em que o acervo ganhava visibilidade na mídia, por conta das exposições, o prédio também foi assunto de matérias que tratam das precárias condições de conservação, pela necessidade urgente de recuperação.

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MUSEU PARANAENSE

OS ANOS DO MUSEU PARANAENSE NO PAÇO DA LIBERDADE

1973

Foi marcado pelo início das exposições, alocação do material, aquisição de equipamentos e reparos.

1976

As atividades ganham ritmo e grande parte delas foi voltada às comemorações do Centenário de Fundação do MP, em 25 de setembro.

1983

Parte dos problemas foram resolvidos, com elaboração de projetos, atividades, planejamento e contratação de pessoal temporário. Apesar dos esforços, a visitação diminuiu por conta dos serviços urgentes de reparo.

1984

Obras na parte hidráulica, telhado e iluminação.

1990 a 1993

Período em que houve grande movimentação no acervo, e ampliação de área para sua acomodação. É recebido o piano de cauda orquestral Essenfelder e obras de arte são restauradas. Continuidade das Museu, que teve duração de 1988 a 1994. Os técnicos iniciam programa de alfabetização para colaboradores da limpeza.

1998

São refeitas as áreas de Arqueologia, Etnologia e Artes Populares. O MP recebe alunos do curso de especialização em Restauro, da UFPR, que realizaram limpeza, conservação e recuperação do acervo documental e manuscrito. Uma inovação marca os novos tempos, o site www.pr.gov.br/museupr, onde

Acervo: Museu Paranaense. Cultura Indígena

apresentações musicais quinzenais do projeto Viva o

era possível consultar a história e as exposições. Os projetos de inventário de acervos avançam e o corpo técnico permanece, mesmo com acervo duplicando de volume.

2001

O MP mais uma vez apresentou a necessidade de intervenções a expansão para cumprir adequadamente sua missão. Reivindicou-se a necessidade de ter sede própria, no entanto, mais uma vez por falta de verba, o acervo ganharia novo destino temporário.

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REVISTA PAÇO

Shigueo Murakami

HISTÓRIA


jornais

rádios

publicaram

noticiaram,

matérias,

cobrando

as

solu-

ções para a questão. A opinião públi-

Shigueo Murakami

“Os

ABANDONO

Marcas do abandono ca identificava no abandono do Paço um evidente sinal de deterioração da qualidade de vida no coração da cidade:

seu

centro

histórico.

está,

talvez a raiz do problema. Em menos de uma década, o Paço da Liberdade fechado produziu um efeito ruim no seu entorno. Era preciso fazer algo”. Paulo Chesia, em A trajetória de um Palácio Público

Durante cinco anos, de 2002 a 2007, o Paço da Liberdade ficou sem ocupação e sem receber cuidados de manutenção, essenciais para evitar o desgaste natural. Os principais ornamentos externos do prédio ruíram, houve invasão na construção, roubos da tubulação de cobre e fogo no assoalho. Mesmo deteriorado o prédio não perdeu sua majestade, mas o estado em que o Paço da Liberdade encontrava-se deixou marcas também no entorno.

REVISTA PAÇO

Shigueo Murakami

DESGATE

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Nilson Santana

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REVISTA PAÇO


RESTAURO

Marcas da esperança “A plena reabilitação da edificação tem propiciado, também, a revitalização do seu entorno. Sua privilegiada aliada

a

localização,

uma

no

programação

coração

da

adequada,

cidade,

transfor-

Abrão Assad, arquiteto responsável pelos projetos Arquitetônico de Reciclagem e de Arquitetura de Interiores do Paço da Liberdade

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Nilson Santana

mou este local na ‘sala de visitas’ de Curitiba”.

19


“Desenvolver RESTAURO

jeto em

de

se

pro-

reciclagem

arquitetura

safiador de

um

e

é

este

degrau

responsabilidade acentua

edificação

quando é

a

tomba-

da. Nesta equação, os componentes

novos

e originais, o antigo e o moderno,

apresentam-se

Nilson Santana

com clareza e em perfeita

Chegada do Sesc

harmonia”. Abrão Assad, arquiteto responsável pelos projetos Arquitetônico de Reciclagem e de Arquitetura de Interiores do Paço da Liberdade

Shigueo Murakami

Em 7 de julho de 2006, a história do prédio do Paço da Liberdade começou a ser reescrita, com a assinatura do Decreto de Permissão de Uso do Paço, que consentiu ao Sistema Fecomércio Sesc Senac PR o uso da antiga sede da Prefeitura de Curitiba como centro cultural, por 25 anos. O decreto foi assinado pelo presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana e pelo então prefeito de Curitiba, Beto Richa. A concessão foi firmada entre o Município de Curitiba, a Fundação Cultural de Curitiba, o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba e o Sesc PR, de acordo com o Decreto Municipal n.º747/06, e pelo Decreto Municipal n.º1441/06. Os arquitetos Abraão Assad e Cyro Correa Lyra foram os responsáveis pelos projetos de restauro.

REFORMAS Historiadores atestam que o edifício passou por pelo menos três reformas. Os restauradores revelaram, por meio da técnica de decapagem que consiste na remoção de tinta, que as paredes do edifício foram pintadas pelo menos 11 vezes.      20

REVISTA PAÇO


Os 2.205,07m2 do prédio passaram por restauro, e suas características arquitetônicas e construtivas originais foram preservadas. Coube aos arquitetos Abrão Assad a elaboração dos Projetos Arquitetônicos de Reciclagem e de Arquitetura de Interiores da edificação e, a Humberto Fogassa, a responsabilidade pela obra. Renovado, o prédio do Paço da Liberdade manteve-se fiel à aparência original.

RESTAURO

Shigueo Murakami

RESTAURO

O RESTAURO EM NÚMEROS

15.408 63

20 8 5

.. . . . . . horas de trabalho

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . trabalhadores das áreas de construção civil, engenharia, arquitetura e arqueologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . restauradores

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . marceneiros

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . técnicos de cultura trabalharam no projeto de ocupação do Sesc Paço da Liberdade

3.030 364 1.660

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. . . . . . . . . . metros quadrados de parede foram pintados

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . litros de tinta na pintura das paredes e obras de arte . . . . . . . . . . . metros quadrados de madeira – que formaram portas, janelas, tetos, escadarias e molduras – foram restaurados

ANTIGO MERCADO Além de recuperar a arquitetura do século passado, escavações realizadas no prédio revelaram o piso do antigo Mercado Municipal de Curitiba. No andar térreo do prédio, o visitante da unidade do Sesc pode visualizar este bem arqueológico por meio de quatro vitrines.

PONTO TURÍSTICO A monumentalidade do edifício e a curiosidade em percorrê-lo atraiam visitantes com programação agendada, transeuntes e frequentadores da região. Personagens do cotidiano oravam na porta do Paço, levavam flores para os manequins em exposição, acariciavam fotografias e indicavam o prédio a estrangeiros como ponto turístico. Os contos sobre fantasmas que supostamente ali habitavam eram corriqueiros. 21


Shigueo Murakami

RESTAURO

INTERAÇÃO O pavimento térreo, de 580m2 foi pensado para ser um espaço de interação na unidade cultural do Sesc Paço da Liberdade, composto por recepção, biblioteca, sala de leitura, livraria, Café-escola do Senac e um espaço para acesso à internet e plataforma digital para consultas e pesquisas.

Shigueo Murakami

TRABALHO A palavra chave do primeiro andar é trabalho, destinado à administração da unidade, além de ser composto por um salão para exibição de audiovisuais, palestras e debates, salas de aula multiuso e laboratórios de produção eletrônica.

REFLEXÃO No segundo andar do prédio presta-se uma homenagem à memória da cidade e ao prefeito responsável por sua edificação.

Nilson Santana

Neste pavimento foi reconstruído o gabinete de Cândido de Abreu, abrigando móveis e objetos originais. Há também o Salão de Atos, equipado com um piano de cauda, sala de apoio, camarim, estúdio de gravação, e salas para reuniões, cursos e oficinas.

Shigueo Murakami

EXPRESSÃO

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O último pavimento foi totalmente remodelado. Neste andar é possível realizar instalações de grandes exposições, além de abrigar um estúdio pedagógico, centrais de informática, depósito, e no interior do torreão, o antigo elevador restaurado está disponível para visitação.

REVISTA PAÇO


REVISTA PAÇO

“Desde o restauro do Paço, o Centro passou a ter mais movimento. Virou um atrativo à população, que passou a transitar mais pelas ruas do entorno, sentindo-se mais

se-

guras, e movimentando o comércio local”. Darci Piana, presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, em entrevista na data de entrega da Rua São Francisco

Nilson Santana

O restauro no prédio do Paço da Liberdade para tornar-se uma unidade de Cultura do Sesc Paraná atraiu novos turistas e visitantes para a região. Este foi o principal fator que mobilizou a criação do projeto de revitalização de seu entorno, o Centro Histórico de Curitiba. O Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, o Sebrae/PR e a Prefeitura de Curitiba uniram esforços para iniciar o processo de recuperação desta área, em 2008, para garantir mais segurança à população e estimular o comércio.

ENTORNO

Revitalização

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ENTORNO

Nestas áreas, a Fecomércio e o Sebrae oferecem consultorias e treinamentos para os empresários e o Senac promove cursos para os colaboradores dos estabelecimentos participantes, visando ampliar a qualidade no atendimento e efetividade das vendas.

EIXOS

Walter Alves (Kuko)

O projeto foi subdividido em quatro eixos, que correspondem a subáreas do entorno do Sesc Paço da Liberdade, que até então estavam degradadas. A partir de um diagnóstico da região, foram detectadas as principais potencialidades, carências e problemas. Com isso foi inaugurado um plano de atrativos para a população. A finalidade da revitalização foi dar à região o devido valor que ela merece.

SÃO FRANCISCO A nova Rua São Francisco foi entregue à população em 20 de dezembro de 2012. Pavimentação nova, calçadas com dois metros a mais de largura, arandelas fixadas na fachada e iluminação pública integraram o projeto. Parte da calçada histórica feita de grandes blocos de basalto negro foi preservada. O trecho recuperado inicia na Presidente Faria e se estende até Barão do Serro Azul.

REVITALIZAÇÃO DE ESPAÇOS COMERCIAIS Os projetos de recuperação dos quatro eixos do Centro Histórico de Curitiba fazem parte do Programa de Revitalização de Espaços Comerciais. Uma iniciativa do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR e do Sebrae/PR presente na capital e em outras oito cidades do Paraná. O modelo tornou-se referência em todo o país.      24

As quatro grandes áreas se demarcaram por suas características. As praças Tiradentes e Generoso Marques receberam o nome de Eixo Histórico, o primeiro a ser recuperado. O segundo foi o da Rua Riachuelo, denominado Eixo Conceito. O terceiro, o da Rua São Francisco, foi chamado de Gastronômico, devido à quantidade de bares e restaurantes. E, ainda a ser executado, o da Rua Barão do Serro Azul, chamado de Eixo de Serviços Especializados.

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tornar a região mais atrativa e gerar visibilidade à ideia.” Walderes Bello, gestora de projetos do Sebrae/PR

PARCEIROS A requalificação do Centro Histórico conta com o apoio e a participação de diversos órgãos como Ippuc, Academia Paranaense de Letras, Rede Empresarial do Centro Histórico, Administração Regional Matriz, Gestão de Gabinete Integrado, Secretaria do Estado para Assuntos Estratégicos, Polícia Militar e Câmara Municipal.

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Shigueo Murakami


Ivo Lima

SESC PAÇO DA LIBERDADE

História preservada e ocupação cultural Um novo olhar sobre o Centro Histórico de Curitiba surgiu após o restauro do antigo Paço Municipal. Após dois anos de um trabalho minucioso, como um presente aos curitibanos, o prédio foi reinaugurado como unidade cultural do Sesc PR no dia 29 de março de 2009 – ocasião em que Curitiba completava 316 anos. A ocupação dos pavimentos foi pensada em conjunto por uma equipe de arquitetos, sociólogos, antropólogos, educadores, artistas plásticos, comunicadores e designers que se preocuparam em manter a sua história, baseada nos pilares de cultura, educação e inovação. Espaços de interação, trabalho, reflexão e expressão deram o tom à ocupação de cada um dos espaços do recém-Sesc Paço da Liberdade, e suas atuações que viriam a seguir, aproximando a comunidade da produção cultural e suas linguagens. O prédio, imponente, respira história. A arquitetura é, sem dúvida, a primeira atração que a edificação oferece, com suas colunas em granito lavrado, pilastras com festões, cabeças de ninfas, entre tantos ornamentos. Desde sua inauguração, o Sesc Paço da Liberdade dialoga com as marcas centenárias presentes em sua estrutura física, traçando um paralelo entre o contemporâneo e o antigo, se consolidando, a partir de então, como um centro cultural inovador e preocupado com a formação de uma sociedade com pensamento crítico.

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CAFÉ-ESCOLA SENAC

TÉRREO • • • • • • •

Hall Recepção Centro de Informação Digital Elevador Livraria e loja Café-escola Senac Sala de Leitura: O espaço figura um recorte único no Paraná devido a seu acervo, com mais de 4.500 obras transversais à cultura. Com 200.336 leitores, Felicidade Clandestina, da escritora Clarice Lispector, é o livro com mais empréstimos.

Inaugurado em 1º de julho de 2009, o elegante espaço oferece aos visitantes mais de 20 tipos de cafés tirados por baristas e, para acompanhar, sempre outra delícia como cortesia aos clientes. Inicialmente formada por instrutores do Senac PR, a equipe responsável pelo preparo e atendimento ao público hoje também conta com alunos dos cursos que permeiam o universo das cafeterias e seus encantos gastronômicos.

PRIMEIRO ANDAR

SEGUNDO ANDAR

• Administração • Cinepensamento • Laboratório de artes eletrônicas: No espaço são ministradas oficinas nos campos da arte e da tecnologia, com minicursos capazes de dialogar entre si e para que os participantes possam ter uma gama de recursos para realizar, se não simultaneamente, em sequência.

• • • • • •

SESC PAÇO DA LIBERDADE

Conheça a unidade

TERCEIRO ANDAR • Sala de exposições: Local destinado a exposições de artes visuais e design. Desde sua inauguração em 2009, o espaço vem cumprindo seus objetivos por meio de exposições de qualidade.

Acervo Camarim Sala atos Estúdio de áudio-vídeo Sala de aula Sala Cândido de Abreu: Em homenagem ao prefeito que iniciou a construção do Paço da Liberdade, a sala é uma exposição permanente do prédio. O espaço é um retrato do passado que remonta o antigo Gabinete do prefeito, com móveis e objetos pessoais remanescentes do século XIX.

PROJETO Elevação Lateral Norte Esc. 1:50

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Bruno Tadashi

SESC PAÇO DA LIBERDADE Ivo Lima

A cultura e suas multilinguagens passeiam pelo Paço MÚSICA No Paço da Liberdade a música é contemplada em diversas estéticas e execuções e ganha o espaço urbano com apresentações em seu entorno – nas praças Generoso Marques e Prefeito José Borges de Macedo, no Café-escola do Senac, nas sacadas de seus pavimentos, em sua Sala de Atos e, ainda, tem a capacidade de ecoar em outros cantos. Diversos artistas paranaenses e de relevância nacional passaram pelos projetos de música da unidade. Destaque para o projeto Jazz e Outras Notas (2015), os diversos concertos didáticos, a gravação de mais de 20 CDs no estúdio de áudio-vídeo, e os mais de 500 shows feitos ao longo da programação cultural. NATAL NO PAÇO: A magia do Natal curitibano entra em estado de graça com os a programação natalina no prédio histórico. Além do tradicional espetáculo com projeção mapeada do Natal no Paço, apresentações musicais na sacada, na praça e no Café-escola do Senac, e o livro Generosas Histórias completam o espírito da festividade.

LITERATURA A Literatura tem como porta de entrada a Sala de Leitura localizada no primeiro pavimento. Espaço dedicado à circulação de ideias e de produção intelectual, nela há um acervo de títulos que permeiam o universo infindável da cultura. Já a livraria localizada ao lado, destaca-se por ter sido palco de diversos lançamentos de livros de autores paranaenses, entre eles Dante Mendonça e Estrela Leminski. Ainda faz parte do portfolio literário do local, oficinas, bate-papos, entre outras ações que atraem novos leitores e estimulam o potencial da escrita. PACOTE DE POESIA: Projeto com mais de dez anos, consolidado pelo Sesc Paço da Liberdade, que utiliza da simplicidade de um saco de pão, para homenagear grandes poetas da literatura brasileira, atraindo leitores e estimulando o potencial da escrita. Em seis anos, 48 autores foram homenageados por meio de seus versos.

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EDUCAÇÃO PATRIMONIAL: Voltado a alunos do Ensino Fundamental de escolas públicas de Curitiba, o projeto Educação Patrimonial se utiliza da riqueza cultural da edificação e sua relevância histórica como patrimônio nacional, para ampliar a perspectiva de educação como agente transformador da realidade social. Em atividades em contraturno escolar, ao longo de uma semana, os alunos do projeto Futuro Integral do Sesc PR, questionam e expõem suas ideias para a construção coletiva do que é considerado um bem cultural local, por meio de atividades educativas, visitas monitoradas ao prédio e seu entorno, oficinas de fotografia digital e a montagem de uma maquete de reprodução do prédio. A iniciativa foi premiada na categoria Educação Patrimonial na 24ª edição do Prêmio Rodrigo Melo Franco, em 2011, como prêmio estadual, devido a metodologia aplicada. Acervo: Sesc Paço da Liberdade

EXPOSIÇÃO ORGÂNICO: Realizada em 2012, a mostra coletiva envolveu dez artistas residentes em Curitiba: Denise Bandeira, Janete Anderman, Luana Navarro, Susan Brodhage Sant Anna, Elenize Dezgeniski, Faetusa Tezelli Marília Diaz, Franciny Ferreira, Laura Miranda e Constance Pinheiro. Seus trabalhos foram escolhidos tendo como norte o tema da exposição: Orgânico. Organizada em parceira pelo curador, Arthur Lauriano do Carmo. No total, foram contabilizados mais de 28 mil atendimentos.

O núcleo de Educação é destinado à experiência de desvendar novos territórios e refletir sobre as vertentes das culturas sociais. Para isso, o Sesc Paço da Liberdade convida o público para um encontro com diferentes conteúdos das artes e das ciências, em atividades educativas e visitas monitoradas ao prédio. A construção do pensamento também é uma preocupação percebida em sua atuação, por meio de uma série de conversas que têm o objetivo de colocar o público em contato com temáticas de diferentes saberes e suas múltiplas utilidades: Ciência Política, Filosofia, Sociologia, Literatura, Economia, Arte, Psicanálise, Cultura e Língua Portuguesa.

SESC PAÇO DA LIBERDADE

Alinhada à missão do Sesc PR, na promoção da qualidade de vida para a população, aproximando a comunidade das diferentes produções culturais e da vivência de novas linguagens artísticas, o Sesc Paço da Liberdade é um espaço aberto para a criatividade e a inovação nas mostras e exposições realizadas. Concebido com o intuito de se firmar na cena artística curitibana como um ambiente que propõe uma renovação nos processos de concepção curatorial, o Espaço das Artes do Sesc Paço da Liberdade já abrigou diversas exposições, instalações e performances, que foram apreciadas por 407.529 pessoas nesses anos como Unidade do Sesc PR.

EDUCAÇÃO E CONSTRUÇÃO DO PENSAMENTO

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ARTES VISUAIS

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SESC PAÇO DA LIBERDADE

LABORATÓRIO DE ARTES ELETRÔNICAS O Laboratório de Artes Eletrônicas procura situar o público no complexo mapa de criação tecnológica e busca contemplar o maior número possível de produtos e reflexões que têm como principal suporte a tecnologia. A partir dessa demonstração, é possível enxergar o macro contexto em que a sociedade está inserida, contribuindo para a leitura da sociedade contemporânea. Afinal o que há de mais contemporâneo senão a tecnologia? Entre os cursos ofertados no espaço, destacam-se:

Ilustração digital | Robótica | Fotografia digital | Oficina de vídeo para web stop motion | Oficinas de blogs e redes sociais | Oficina de fotografia noturna | Oficina de design e personagem digital | Oficina de criação de curtas-metragens | Oficina

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de quadrinhos | Música eletrônica para pais e filhos | Animaludics – robôs animados

CENTRO DE INFORMAÇÃO DIGITAL O Paço da Liberdade apresenta o Centro de Informação Digital, pois entende que a internet é uma ferramenta de comunicação interativa e de alcance mundial que possibilita acesso aos mais variados conteúdos e informações, sendo um meio de criação e propagação de ideias, culturas e opiniões. Com 53.540 horas de internet utilizadas no espaço, o público utiliza da ferramenta para:

33% 22% 19% 17% 95%      30

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Walter Alves (Kuko)

CINEPENSAMENTO SESC PAÇO DA LIBERDADE

O Cinepensamento busca a integração constante entre a reflexão e o cinema, com o objetivo da ampliação de uma formação de público. Esse trabalho ganha contornos sólidos quando ofertam-se filmes que, claramente, não são oferecidos por outros cinemas e/ ou quando mantêm-se debates e cursos constantes acerca do cinema, seus filmes e suas variantes. CINEMA NA PRAÇA: Com acervo cinematográfico do CineSesc, o projeto Cinema na Praça leva a sétima arte à Praça Generoso Marques com uma tela de projeção medindo 8 m x 4,5 m, além de cadeiras disponibilizadas ao público. Entre os filmes inseridos no projeto, destaque para o clássico O Gabinete do Dr. Caligari, exibido com sonorização ao vivo realizada pelo Coletivo Abaetetuba. Divulgação

SOCIEDADE E COMÉRCIO

A animação O Menino e o Mundo, com direção deAlê Abreu, é o representante brasileiro no Oscar 2016. Em janeiro de 2016 foi exibido gratuitamente no Sesc Paço da Liberdade, aos sábados

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O trabalho de revitalização realizado no entorno do Paço foi uma chama para a criação da Rede Empresarial do Centro Histórico de Curitiba. E não apenas isso, a preocupação com empresários e o trabalho de corpo a corpo, com ações no âmbito da cultura e educação realizadas sistematicamente, conduziram o bom relacionamento e a admiração entre os comerciantes de seu entorno. O Comércio em Movimento do Sesc PR é apenas uma das ações realizadas com empresários e comerciários. CULTURA DE BOLSO: O Cultura de Bolso é um curso de educação financeira, mas não se restringe a isso. Além de proporcionar um claro entendimento sobre como administrar suas contas por meio do estudo de situações reais, o projeto concilia este conceito como uma gestão financeira saudável, com o acesso às diversas formas de cultura e expressões artísticas que são sugeridas pelos próprios participantes.

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P R O G RHAI M S TAÓÇRÃI O A

José Marconi Bezerra de Souza Canetas nanquim, hidrográfica e aguada nanquim sobre papel Canson “C” à grain. 420 x 594 mm

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O Paço da Liberdade comemora, em 2016, 100 anos de sua existência. Não há como ignorar essa data histórica, de um edifício de tamanha importância para Curitiba e grande valor simbólico para a população curitibana. Patrimônio cultural, o Paço da Liberdade se constituiu palco da história da cidade e também da memória coletiva de seus moradores. Esta edificação é um marco histórico para Curitiba e de valorização da identidade coletiva local. Ainda é publicamente reconhecido por valorizar a produção e possibilitar fruição de bens culturais, no campo da música, da literatura, das artes visuais, do cinema e na interface entre as linguagens poéticas com as novas tecnologias. Pauta seu trabalho pela difusão cultural por meio da promoção de eventos com artistas curitibanos, paranaenses, além daqueles com renome nacional e internacional.

Por isso, a programação de todo o ano de 2016 será voltada à comemoração do centenário dessa elegante edificação. Uma extensa e dinâmica programação foi concebida, buscando o envolvimento e a mobilização da população em várias ações culturais e de educação, que se inicia no dia 24 de fevereiro com a abertura da exposição Múltiplos Instantes – Croquis do Paço da Liberdade, a qual retrata o prédio de 100 anos.

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Quando se pensa em uma data marcante, como cem anos, vêm de estalo à cabeça outras datas marcantes. O sedutor jogo de datas tem uma poderosa força artesanal e possibilita muitas redescobertas. Este mote nos fez pensar em uma programação que funda um caminho no interior da obra de vários artistas nucleados pelo tempo, naqueles que produziram obras ou palavras que mereceriam pertencer à eternidade, de sorte que, por meio delas, se autor, a despeito de sua mortalidade (individual), possa ao menos em certa medida entrar na continuidade do tempo, tal como o Paço da Liberdade. E, somando um pouco de humor, todas as ações musicais começam com a denominação 100+.

PROGRAMAÇÃO

Centenário

Começando com 100+ 20 anos de Maxixe Machine, a banda curitibana com letras inspiradas, ritmos elegantes e pegadas samba-rock. Também, em 100+ 20 uma homenagem à Gilberto Gil que cantou Pela Internet na primeira transmissão ao vivo de música brasileira pela internet, realizada na sede da IBM, no centro do Rio (RJ), numa tarde de sábado, 14 de dezembro de 1996, cantando:

“Criar meu web site Fazer minha home-page Com quantos gigabytes Se faz uma jangada Um barco que veleje Que veleje nesse informar Que aproveite a vazante da infomaré Que leve um oriki do meu velho orixá Ao porto de um disquete de um micro em Taipé Um barco que veleje nesse infomar Que aproveite a vazante da infomaré Que leve meu e-mail até Calcutá Depois de um hot-link Num site de Helsinque Para abastecer (...)”

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PROGRAMAÇÃO

Os 100+ 30 convidam para a celebração de bons discos de rock lançados no ano de 1986. Titãs, Paralamas do Sucesso e Legião Urbana são os homenageados. Como esquecer essas bandas tão marcantes, com canções que sobrevivem até hoje, como a Tempo Perdido?

“Então me abraça forte Me diz mais uma vez que já estamos Distantes de tudo Temos nosso próprio tempo Temos nosso próprio tempo Temos nosso próprio tempo Não tenho medo do escuro Mas deixe as luzes acesas agora O que foi escondido é o que se escondeu E o que foi prometido, ninguém prometeu Nem foi tempo perdido Somos tão jovens Tão jovens, tão jovens”.

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Em 100+ 50 anos o lançamento do primeiro disco de Chico Buarque, que desvela a gravação de A Banda, Pedro Pedreiro, Amanhã ninguém sabe, Madalena foi para o Mar e a canção: “A Rita levou meu sorriso No sorriso dela Meu assunto Levou junto com ela O que me é de direito E arrancou-me do peito E tem mais Levou seu retrato, seu trapo, seu prato Que papel! Uma imagem de São Francisco E um bom disco de Noel (...)” Ainda em 100+ 50 desvelam-se as músicas mais tocadas no ano de 1966, como Yesterday, The Beatles:

“Yesterday All my troubles seemed so far away Now it looks as though they’re here to stay Oh, I believe In yesterday” Além de muitos clássicos da bossa nova que permearam os anos 1960 do século XX. São dessa década: O barquinho (Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli) e Só danço samba (Tom Jobim e Vinicius de Moraes). Também os clássicos como Samba de uma nota só e Desafinado (ambas de Jobim e Newton Mendonça), Lá vem a baiana (Dorival Caymmi), Oba la la (João Gilberto), Maria Ninguém (Carlos Lyra) e Preciso aprender a ser só (Marcos e Paulo Sérgio Valle).

Em 100+ 100 há a retomada do projeto Jazz e Outras Notas, conduzido pelo guitarrista Ricardo Silveira, que neste ano, promete misturar samba e jazz, homenageando o lançamento de O telefone, considerado o primeiro samba, registrado na Biblioteca Nacional, em 1916, por Ernesto Maria dos Santos (Donga), cantando assim:

“O chefe da folia Pelo telefone manda me avisar Que com alegria Não se questione para se brincar (...) Quem for bom de gosto Mostre-se disposto Não procure encosto Tenha o riso posto Faça alegre o rosto Nada de desgosto Ai, ai, ai Dança o samba Com calor, meu amor Ai, ai, ai Pois quem dança Não tem dor nem calor” Todos os projetos 100+ contam com a participação de artistas curitibanos e paranaenses, numa viagem em sentido inverso ao do esquecimento, para serem contemplados por nosso olhar contemporâneo. E, ainda, entram no estúdio os músicos da Banda E/OU, Eloina, Conde Baltazar e o músico, arranjador e percussionista Endrigo Bettega.

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PROGRAMAÇÃO

Bruno Tadashi

Pacote de Poesia

Educação Patrimonial O projeto Educação Patrimonial, que em 2011, recebeu o Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), em reconhecimento à sua estrutura e ao público a que se destina, se reconfigura e busca capturar a sútil e inteligente relação das infindáveis transfigurações urbanas que ocorreram no entorno e no edifício do Paço Liberdade, localizado na Praça Generoso Marques com seus 100 anos de idade, seu corpo de massa e cimento, tijolos e vidros, colunas e um entono abarrotado de armários com notas fiscais, tráfego de mais de 30 mil pessoas/dia, memórias, imagens, habitações e desejos. O Projeto de Educação Patrimonial, organizado pelo Sesc Paço da Liberdade é destinado a estudantes de Escolas Públicas.

Há ainda a edição dos famosos Pacotes de Poesia, entre os poetas homenageados, os curitibanos Solda, Edu Hofmann e o londrinense Rodrigo Garcia Lopes. A eles se somam neste ano, pacotes de croquis do Paço da Liberdade, elaborados pelos alunos da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, participantes do projeto Desenhadores de Rua, do curso de Design. A Literatura ainda será reforçada no Sesc Paço da Liberdade, pela implantação do novo projeto corporativo Sesc Clube de Leitura.

Curso de Línguas Ainda, na área da Educação, a língua espanhola passa a integrar, com a língua inglesa e o curso de Libras, um núcleo que afina identidades, desvela tradições e replica diversidades. E, mantêm-se os projetos de letramento, raciocínio-lógico e arte-educação, ofertados também às escolas públicas, no projeto Futuro Integral.

Luiz Antonio Solda. In: Kamikaze do Espanto, p.25. Imprensa Oficial, 2001

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PROGRAMAÇÃO

Arquitetura e Urbanismo No campo da construção do pensamento, a arquitetura e urbanismo são temas norteadores da programação dos 100 anos. Com o projeto Arquitetura e Urbanismo: pertencimento e partilha da cidade, complementado pela realização do ciclo Mutações: Novo Espírito Utópico, que segundo o historiador e filósofo Adauto Novaes será um ciclo que relaciona “mutações e utopia e nos remeterá, ainda, às perspectivas criadas pelas revoluções tecnocientífica, digital e biotecnológica ou, mais precisamente, ao futuro pensado pelo que se convencionou chamar de advento do pós-humanismo. 2030 seria a data da grande virada: triunfo da inteligência artificial sobre a inteligência biológica. Milhões de nano robôs circulando por todo o corpo humano, no sangue, nos órgãos, no cérebro para corrigir erros do DNA; a vida poderá ser prolongada ao infinito e seria anunciada, então, “a morte da morte”. Utopia, o livro célebre de Thomas Morus, faz 500 anos. Há 30 anos o Sesc Paraná realiza ciclos de reflexão sobre temas contemporâneos.

José Marconi Bezerra de Souza Canetas nanquim, hidrográfica e aguada nanquim sobre papel Canson “C” à grain. 420 x 594 mm

Cinema O centenário do Paço da Liberdade também é o tema do projeto Frame a Frame, na área de cinema; nele, adolescentes participam de oficinas na área de cinema e audiovisual. São alunos da rede pública de ensino e clientes preferenciais. Os temas das oficinas circundam noções teóricas e práticas da produção cinematográfica, mecanismos de incentivo cultural e mercado de trabalho local, discutindo a história do cinema e as principais vertentes da produção cinematográfica. Os participantes, com a temática dos cem anos, criarão roteiros e seguirão para a questão da produção, direção e filmagem: roteiros filmados, aliando os fundamentos de pré-produção, atuação, direção, planos e ângulos, enquadramentos e movimentos de câmera e edição de imagens.

Artes Visuais Ainda, em virtude da comemoração dos cem anos do Edifício Paço da Liberdade, a área de artes visuais oferecerá uma programação especial em 2016. Após a exposição de abertura das comemorações, Múltiplos Instantes – com croquis do Paço da Liberdade, a exposição seguinte oferecerá um recorte da pro     36

dução local, traduzido no conjunto de quatro gerações de artistas paranaenses; a terceira e última será o projeto URBE, que consiste na apresentação de um conjunto heterogêneo de obras e registros produzidos por agentes de diversas áreas adjacentes às artes visuais como músicos, cineastas e escritores.

Durante este ano, todo o público do Sesc Paço da Liberdade será convidado a lançar um olhar sobre a produção artística, a cidade e seus espaços partilhados, envolvendo harmonicamente o ontem, o hoje e o amanhã.

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Arquivo Sesc PR

Café no Paço

Sábado no Paço

Shigueo Murakami

Neste ano também continua o Sábado no Paço. Com a proposta de celebrar a infância, o projeto oferece uma vez ao mês, atividades artísticas e culturais às crianças: oficinas de arte, jogos de xadrez, jogos educativos, cantinho da leitura e contação de histórias.

PROGRAMAÇÃO

Sofisticação e bom gosto para celebrar as coisas boas da vida. Os melhores sabores em um refinado ambiente compatível com padrões internacionais, esse é o Café do Paço. Um local para saborear diferentes e sofisticados tipos de cafés vindos do Norte Pioneiro do Paraná. Doces e salgados finos, drinques e coquetéis a base de café também podem ser apreciados. O espaço completou seis anos de funcionamento e é referência no ramo de cafeterias e formação de baristas. Todo o serviço prestado é realizado por alunos do Senac PR, sempre com a supervisão de instrutores qualificados e antenados com a realidade do mercado. O Café do Paço também é palco de diversas apresentações artísticas durante o ano.

Oficinas Artísticas No ano 100 do Paço da Liberdade preservar é preciso. Inovar também. Mais do que simples apelo, esse é o fundamento das oficinas artísticas para a Unidade do Sesc Paço da Liberdade. Nada impede que o antigo, restaurado, conservado, dialogue harmonicamente com o novo – da estamparia à moda, das novas tecnologias ao violão, das sonoridades às brincadeiras, das histórias contadas às cantadas – assegurando marcos históricos e culturais importantes. As oficinas de estamparia que ocorrerão durante o ano, por exemplo, vão além das questões estéticas da moda e estabelecem relações com aspectos étnicos, arquitetônicos e urbanísticos da cidade de Curitiba, como é o caso dos petit-pavés. Nas oficinas artísticas há também um viés de reflexão a partir de práticas artísticas, questões de identidade/ diversidade política e social que envolvem o percurso histórico com ações que estimulam a criatividade, o questionamento e o sentimento de pertencimento.

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O produto Comércio em Movimento, que faz parte do Programa de Comprometimento e Gratuidade em Educação, amplia suas ações na busca de valorização do funcionário do comércio. A proposta centra-se em ampliar o desenvolvimento integral do comerciário, estimulando elementos como equilíbrio cotidiano, qualidade de vida e ampliação dos repertórios educacional, social e cultural.

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