Revista Fecomércio PR - nº 92

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Palavra Investimento do presidente

Realizações e investimentos

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omo você vai comprovar nesta edição, as atividades do nosso Sistema esquentaram ainda mais o verão paranaense. Com a divulgação dos resultados das pesquisas, a conjuntural e a de opinião empresarial, vimos que o varejo no Paraná fechou 2012 com saldo positivo. No acumulado do ano cresceu 5,8% e na comparação de dezembro com novembro, o acréscimo foi de 12,62%. Os resultados foram impulsionados pelo aquecimento natural das vendas relacionadas ao Natal, entrada do 13º salário e, especialmente pelas concessionárias de veículos, que aproveitaram o IPI reduzido. Outros segmentos do varejo que tiveram bom desempenho foram móveis, decorações e utilidades domésticas, autopeças e materiais de construção. Em novembro e dezembro houve também

o benefício da liberação da restituição do imposto de renda. O projeto do novo hotel do Sesc em Cascavel ganha destaque na capa da revista. Será um marco no turismo da região oeste, que abriga hoje 4,5 milhões de pessoas. A nova unidade traz inovações como uma estação ferroviária, para aproveitar o fluxo turístico que nos próximos anos vai ter à disposição este modal de transporte. Também o início das obras da nova unidade do Senac em Marechal Cândido Rondon representa um marco. A propósito, este ano vamos inaugurar outras três unidades do Senac no estado, em Francisco Beltrão, Pato Branco e Ivaiporã, esta última será integrada com Sesc. A área esportiva tem como atração maior a 25ª edição do Sesc Triathlon Caiobá, prova que praticamente iniciou a modalidade no Brasil em 1989. Em 25 anos, o Sesc Triathlon Caiobá deixou de ser um prova de abrangência local para se tornar referência no país. Para comemorar as bodas de prata, preparamos uma revista e um vídeo com o histórico da competição, os quais foram distribuídos a todos os participantes deste ano. Tivemos também a visita da Ministra da Cultura, Marta Suplicy, ao Paço da Liberdade, a expressiva participação do Senac nos programas de gratuidade, tais como o Pronatec, a divulgação dos premiados no 1º Prêmio Fecomércio de Jornalismo, entre outras atividades que mostram ter sido este primeiro bimestre repleto de ações nas mais diversas áreas. T Boa leitura. Darci Piana

Presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR

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NESTA EDIÇÃO

Capa 41

Ano XIII Nº 92 Janeiro | Fevereiro 2013

Hotel Sesc Cascavel Vem aí uma nova opção de turismo e lazer para a região Oeste

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Palavra do Presidente Realizações e investimentos

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Artigo A capacidade de inovar

06 Notas

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Fecomércio completa 65 anos desenvolvendo o comércio paranaense

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Custo Brasil

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A e-consumidora brasileira

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Empreendedoras virtuais

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Comércio paranaense cresce 5,8% em 2012

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Um ano de otimismo empresarial

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Sesc: 65 anos transformando vidas

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Do campo ao Mesa

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Encontro nacional deve reunir dois mil participantes em Curitiba

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Um homem comprometido com o bem comum

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Rubens Edmundo Requião, uma história ligada à Fecomércio

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Ópera no Café aproxima as pessoas da música erudita

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Senac e Hospital Angelina Caron assinam convênio

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Wilkommen Senac!

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Oportunidade e dedicação, uma receita para o sucesso

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Sol e calor nos 25 anos do Sesc Triathlon Circuito Nacional – Etapa Caiobá

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Os passos de um gigante

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Artesanais, campeãs, apreciadas e... paranaenses!

Fecomércio PR

Rua Visconde do Rio Branco, 931, 6º andar CEP 80410-001 Curitiba PR 41 3883-4500 Presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR Darci Piana Diretor Regional do Sesc PR José Dimas Fonseca Diretor Regional do Senac PR Vitor Monastier NÚCLEO DE COMUNICAÇÃO E MARKETING jornalismo@fecomerciopr.com.br 41 3883-4530 Coordenador do Núcleo de Comunicação e Marketing Cesar Luiz Gonçalves

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Jornalistas Responsáveis Karla Santin DRT-PR 6657 Silvia Bocchese de Lima DRT-PR 6157

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Pela sindicalização feminina

Senac PR tem 18 anos novos cursos técnicos

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Redação e Revisão Carolina Lara Fernanda Ziegmann Giana Andonini Isabela Mattiolli Karen Bortolini Karla Santin Silvia Bocchese de Lima

Pronatec Copa na Empresa prepara o mercado para o turismo

É de tirar o chapéu

Cascavel: Conexão entre o campo e a cidade

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Show Rural, um mundo tecnológico

Guaraqueçaba, onde simplicidade rima com hospitalidade

Sindilojas Curitiba

Construções verdes

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Próxima parada: Alemanha

Errata: Diferentemente do que foi citado na edição nº 91 da Revista Fecomércio PR, na página 46, o nome correto do local indicado é Ponta da Pita.

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www.fecomerciopr.com.br www.sescpr.com.br www.senacpr.com.br

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Coordenador de Jornalismo Ernani Buchmann

Silvana Kogus – Estagiária Fotos Ivo José de Lima Arte e Diagramação Vera Andrion Impressão CTP Graciosa Gráfica – Curitiba Tiragem 10 mil exemplares


Investimento Artigo

A capacidade de inovar

A

inovação, um dos motores do desenvolvimento, está ligada nà imagem de Schumpeter, um dos grandes economistas do Século XX que, em seus ensaios sobre o capitalismo, foi o primeiro a chamar atenção para os avanços da ciência e da tecnologia como elementos da criação de novos processos de produção de bens e serviços. A ideia da inovação significa substituir, às vezes até brusca e repentinamente, o “velho” pelo “novo”, Por isso, Schumpeter, numa linguagem metafórica, afirma que a inovação produz uma “destruição criadora”. Na verdade, a partir de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), as inovações são produto da mente humana e perpassam por um amplo espectro de aplicações. No plano das inovações radicais, podem ser citados: (a) a contenção das epidemias, a vacina de Jenner antivaríola e a vacina Sabin contra a poliomielite; (b) os achados da genética e o decifrar de códigos, que abrem novos horizontes para o aumento da expectativa da vida humana; (c) as técnicas de prospecção do petróleo e a microeletrônica, que definem ciclos econômicos de longa duração, ao plasmar padrões e sistemas de produção. No plano das inovações incrementais, talvez as mais frequentes sejam as que surgem, a cada ano, no mundo da moda,

os desfiles promovidos pelos grandes costureiros e estilistas, ao propor novos figurinos e materiais. As manifestações do intelecto fazem parte de um conjunto que, mais além do campo das tecnologias, como “maneira de fazer as coisas”, abrange as artes plásticas e a literatura. São expressões variadas do engenho humano que geram, para seus autores, direitos protegidos por leis. A Lei brasileira nº 9.279/1996 protege a invenção, os modelos industriais, as marcas, etc. O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) não só registra a propriedade da invenção, através da concessão de cartas-patentes, como a importação de tecnologia que, mais adiante, vai dar origem ao pagamento de royalties devidos ao exterior. Em paralelo com a legislação e o Inpi, integram a administração pública os Institutos de Ciência e Tecnologia (ICT), instituídos pela Lei nº 10.973/2004, que podem interagir entre si, formando núcleos ou conglomerados institucionais, sob o manto do Ministério da Ciência e Tecnologia criado em 1989; desse modo, pode-se dizer que o país possui um Sistema Nacional da Inovação. O Inpi produz copiosa informação contida em uma série histórica 1998/2011, da qual é possível destacar os pedidos depositados de patentes de invenção. O número de pedidos flutua, nesse intervalo de tempo, de 6 a 7mil pedidos anuais. Vale destacar que nos três primeiros anos da série o número de pedidos formulados por não residentes excedia os pedidos de residentes, mas daí em diante, de modo crescente, a prevalência se inverte. Dos 7.418 pedidos apresentados em 2011, 63% foram formulados por residentes. No plano mundial, o Escritório de Patentes e Marcas dos Estados Unidos (USPTO) talvez seja a fonte mais importante de informação sobre patentes de invenção. Na série histórica construída para o Brasil, o número de pedidos, a partir de 1998 até 2011, é constantemente crescente: Foram 134 pedidos em 1998 e

586 em 2011, o que, isoladamente, constituí um bom indicador da propensão à criatividade. Contudo, entre o pedido e a concessão da patente, a diferença pode ter importantes variações. Dos 165 pedidos de 1998, 67 foram transformados em concessões; em 2011, dos 586 pedidos, 254 foram efetivamente concedidos. Nas comparações internacionais, com base na mesma fonte, os Estados Unidos aparecem como o país com o maior número de inovações. É bem possível que a importação de cérebros vindos da Europa, em decorrência das duas grandes guerras mundiais e, mais recentemente, procedentes da Ásia, explique boa parte dessa liderança. No acumulado entre 1998 e 2011, 2,8 milhões de patentes dos Estados Unidos comparam-se com 850 mil do Japão e 345 mil da Alemanha. Mesmo sem cogitar da qualidade e finalidade das patentes, a diferença é abismal. A China, como potência emergente, juntamente com Hong Kong, teve, no mesmo período, 21 mil patentes, contrastando com 94 mil de Taiwan e 90 mil da Coreia do Sul. Nesse universo de nações, o Brasil tem diminuta participação, com cerca de 2.600 patentes, quase igualado ao México, mas bem acima da Argentina. Excluindo a China e a Rússia, os outros dois Brics, Índia e África do Sul, acumulam 7.000 e 4.300 patentes, respectivamente. A pequena participação brasileira em matéria de inovações deve ser devidamente matizada. Algumas inovações resultantes de pesquisas (P&D) desenvolvidas no Brasil têm alcance e repercussão internacional, como as pesquisas genéticas da Embrapa e a exploração do petróleo em águas profundas, liderada pela Petrobras. É alentador o fato de termos, hoje, à frente do MCTI, um notável físico e matemático vindo da área da exploração espacial.

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Antonio Oliveira Santos

Presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo

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Investimento Notas Colégio Sesc São José comemora aprovação de 141 alunos em vestibulares

Desde 2009, o Sistema Fecomércio Sesc Senac PR e o Grupo Educacional Bom Jesus oferecem educação gratuita e de qualidade por meio do Colégio Sesc São José. A parceria já formou duas turmas – a última delas em dezembro do ano passado, na qual 219 alunos concluíram o Ensino Médio. Referência na área social e educacional, o Colégio Sesc São José comemora a aprovação de 141 alunos em vestibulares realizados em diversas instituições de ensino do país. Os passos de futuros engenheiros, advogados, jornalistas, pedagogos, nutricionistas, arquitetos, fisioterapeutas, psicólo-

gos, entre tantas outras escolhas trilham agora mais confiantes, pois levam consigo a aprendizagem trabalhada ao longo do Ensino Médio e as vivências e valores repassados por toda a equipe do Colégio, que além de profissionais em potencial, também forma cidadãos. A aluna Letícia Pilger da Silva se destacou durante os três anos do Ensino Médio e foi aprovada em primeiro lugar nos três vestibulares que fez para Letras/ Inglês, na UFPR, UTFPR e PUC. O amigo de classe, Lucas Oliveira Falasque também comemora o primeiro lugar em Tecnologia de Sistemas em Informação nos

vestibulares da UFPR, PUC e UP, além de Mecatrônica Industrial na UTFPR. Quem também garantiu a primeira vaga na UFPR, foi a aluna Amanda Rodrigues da Rocha, que irá cursar Matemática. Outros 28 alunos foram aprovados pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Dos aprovados, 34 estudantes se destacaram por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), feita a partir da participação no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) – contemplados com bolsas de estudo em instituições de ensino particulares, 17 com 100% de bolsa e outros 17, com 50%.

Sesc PR realizou 36ª Prova Pedestre XV de Fevereiro e Quinzinha O Sesc PR em parceria com a prefeitura e a Fundação de Esportes de Cornélio Procópio (Fecop) realizaram a 36ª Prova Pedestre XV de Fevereiro e Quinzinha, para crianças e adolescentes. As provas iniciaram o calendário de 2013 do Circuito Sesc Caminhada

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e Corrida de Rua, e aconteceram no dia 23 de fevereiro em Cornélio Procópio. No mesmo dia foram realizadas as corridas de 5km e 10km, além da Caminhada da Família, com percurso de 4km, todas com largadas na Praça Brasil.

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A tradicional Quinzinha chegou a sua 16ª edição, com a corrida Infantil, de 500m, para crianças de 10 a 12 anos, e a corrida Juvenil, de 1km para adolescentes entre 13 e 15 anos. A prova conta com o apoio da Polícia Militar, Tiro de Guerra e Corpo de Bombeiros.


Fecomércio PR promove Missões empresariais para a China, EUA e Japão

A Fecomércio PR, por meio da Divisão de Relações Internacionais, está organizando três missões empresariais para 2013. China, Estados Unidos (EUA) e Japão foram os países escolhidos para receber as delegações de empresários do Paraná. A primeira missão, realizada em parceria com a Câmara de Comércio e Indústria Brasil - China (CCIBC), acontece de 15 de abril a cinco de maio, para a Feira de Cantão, na China. A feira é dividida em três fases, de acordo com os segmentos representados. Os empresários interessados podem escolher de qual fase desejam participar. Há diferentes opções de pacotes e a possibilidade de contratação de serviços extras como auxílio na obtenção de vistos, intérprete e programas turísticos. Realizada desde 1957, a Feira de Cantão é hoje o maior evento de negócios do mundo. São mais de 59 mil estandes com 150 mil produtos, em uma área de um milhão de metros quadrados. As duas edições anuais, geralmente em abril e em outubro, recebem visitantes de 210 nacionalidades diferentes. Este é o segundo ano em que a Fecomércio PR promove missão para a feira.

Primeira edição do Justiça no Bairro Sesc Cidadão mobiliza curitibanos

EUA Programada para o segundo semestre de 2013, a missão para os Estados Unidos ocorre em parceria com a Câmara Americana de Comércio. Os empresários participarão de visitas técnicas a empresas americanas de comércio. Estão previstos um livro e um vídeo sobre como investir no Paraná, contendo informações econômicas. Desenvolvidos em inglês, os materiais apresentam informações sobre as oportunidades existentes no estado, destacando-o como destino estratégico para investimentos no país. Japão A missão empresarial para o Japão ocorre em outubro de 2012. Os interessados em fazer negócios com o Japão podem contribuir com o programa de visitas respondendo à pesquisa de interesse do empresário enviada pela Fecomércio PR. A viagem ocorre em parceria com a Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Japão (CCIBC) e com a Jetro, órgão sem fins lucrativos que tem a finalidade de promover os investimentos e o comércio exterior do Japão.

SERVIÇO:

Missão para a Feira de Cantão, na China Camila: (41) 3359-5115 / (41) 8808-5041 / pr@ccibc.com Keli: (41) 3883-4537 / (41) 3883-4500 / keli@fecomerciopr.com.br Missão para os Estados Unidos Gustavo Blum: (41) 2104-9377 | Gustavo.blum@amchambrasil.com.br Keli: (41) 3883-4537 / (41) 3883-4500 / keli@fecomerciopr.com.br Missão para o Japão Herberthy: (41) 3362-3663 / ccibj@ccibj.com.br Keli: (41) 3883-4537 / (41) 3883-4500 / keli@fecomerciopr.com.br

Em 16 de fevereiro, foi realizada a primeira edição de 2013 do projeto Justiça no Bairro Sesc Cidadão promovido pelo Poder Judiciário e pelo Sistema Fecomércio Sesc Senac PR. Os curitibanos acordaram cedo, para garantir os serviços oferecidos pelo evento, na antiga Vara da Família, no Centro Cívico. Cerca de 10 mil atendimentos foram realizados durante a edição do projeto. Os serviços incluíram desde emissão de documentos, até audiências de inúmeras áreas do Direito, além de orientações preventivas de saúde. Essa edição também contou com o casamento coletivo de 261 casais. O Senac PR foi responsável pela maquiagem e penteado das noivas agendadas. A cerimônia foi realizada em frente ao Palácio da Justiça e foi presidida pela desembargadora do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná e coordenadora do projeto, Joeci Machado Camargo. O presidente do Sistema Fecomércio PR, Darci Piana, e o presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, Clayton Camargo foram padrinhos do casamento ao lado do 1º vice-presidente do TJPR, Paulo Roberto Vasconcelos; da 2º vice-presidente do TJPR, Dulce Maria Sant´Eufêmia Cecconi; do corregedor da Justiça e desembargador, Eugênio Achille Grandinetti; da secretária de Estado da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos; Maria Tereza Uille Gomes – representando o governador Beto Richa; do procurador Geral da Justiça, Giberto Giacóia; da vice-prefeita de Curitiba, Miriam Gonçalves; do diretor regional do Sesc PR, Dimas Fonseca; do capelão do Tribunal de Justiça, Padre José Aparecido; da procuradora do Ministério Público, Jacqueline Batisti; da técnica do Programa Família Paranaense, Alzenir Santos – representando a secretária de Estado da Família e Desenvolvimento Social, Fernanda Richa; do diretor de Saúde e Ação Social do Sesc PR, Francisco da Costa e Silva.

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Investimento Notas Sindicatos filiados à Fecomércio PR são certificados pelo SEGS

Presidentes de 29 sindicatos receberam os certificados da CNC pela participação nos treinamentos do SEGS Vinte e nove sindicatos filiados à Fecomércio PR receberam o certificado de conclusão do ciclo 2012 do Sistema de Excelência em Gestão

Sindical (Segs). Concedida pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), a certificação é resultado da participação dos sindicatos em

diversos treinamentos, consultorias e palestras, que têm como objetivo buscar a excelência na qualidade da gestão sindical.

Posse no Sesc Paço da Liberdade

Da esquerda para a direita: Adherbal Fortes, Paulo Vítola, Eduardo Virmond, Rui Cavallin Pinto, Carlos Antunes, Darci Piana, Ário Dergint, Clemente Juliatto, Albino Freire, Paulo Venturelli, Chloris Justen, Antonio Celso Mendes, Adélia Woellner, Jeorling Cléve, Ernani Straube e Ernani Buchmann. Também estiveram presentes os acadêmicos João Manuel Simões e Guido Viaro O escritor Paulo Venturelli tomou posse na cadeira número 5 da Academia Paranaense de Letras, em solenidade realizada no dia 25

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de fevereiro, no Paço da Liberdade. Venturelli foi eleito para suceder o escritor e poeta paranaense Leopoldo Scherner. O novo

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acadêmico é professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e autor de inúmeras obras literárias.


Ministra Marta Suplicy participa de encontro no Sesc Paço da Liberdade A ministra da Cultura, Marta Suplicy, esteve no Sesc Paço da Liberdade no dia 28 de fevereiro para participar do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Estaduais de Cultura, evento que reuniu 24 secretários de Estado da Cultura. Em seu discurso, Marta elogiou o Sistema Fecomércio Sesc Senac PR pela iniciativa de recuperar um prédio histórico e transformá-lo em um centro cultural. Na sequência, a ministra apresentou o Vale-Cultura. Segundo a ministra, o programa é inédito no Brasil por atuar em duas pontas: consumidor e produtor de cultura. “De um lado o trabalhador que não tinha acesso vai poder gastar o seu vale-cultura no cinema, no teatro, em livros. De outro, a produção cultural vai ser muito beneficiada e vai se tornar muito competitiva”, afirmou. Para o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana, o empresariado de modo geral tem a preocupação sobre os custos do Vale-Cultura, porém, acredita que as empresas com melhores condições financeiras, quando entenderem o funcionamento do programa, devem aderir. “Esse adicional pago ao funcionário acaba voltando para o comércio e para a área de serviço”, comentou. A lei está sendo regulamentada pela Casa Civil e deve começar a valer a partir do segundo semestre.

Vale-Cultura

O presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana, recebeu a ministra da Cultura, Marta Suplicy, no Sesc Paço da Liberdade

Direcionado a trabalhadores que recebem até cinco salários mínimos por mês, o programa Vale-Cultura prevê o beneficio de R$50 mensais para ser utilizado com o consumo de cultura. Para que o funcionário receba o vale é preciso que haja adesão das empresas, uma vez que o pagamento do benefício não é obrigatório. Empresas que declaram o Imposto de Renda com base no lucro real poderão deduzir os valores gastos de até um por cento do imposto devido. As que não se enquadram poderão oferecer o benefício sem ter aumento na carga tributária. O desconto para o funcionário pode chegar a 10% do vale (cinco reais), mas ele pode escolher não participar do projeto.

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Investimento Notas Novas unidades Senac e Sesc: tríplice inauguração Unidades do Sesc e do Senac serão inauguradas em maio O Sistema Fecomércio Sesc Senac PR realizará três inaugurações consecutivas, uma ação inédita no Paraná. A primeira unidade a abrir as portas para a comunidade é a do Senac Francisco Beltrão, no dia 8 de maio. Na sequência, dia 9, será a vez de Pato Branco receber uma nova escola profissionalizante. Para completar, no dia 10 de maio, será inaugurada a unidade conjunta do Sesc e do Senac no município de Ivaiporã, a primeira estrutura no país a integrar as duas instituições. Juntas, as unidades somam mais de 8,8 mil metros quadrados dedicados à formação profissional e à promoção da qualidade de vida

dos comerciários, empresários e população das regiões abrangidas. Na foto, o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana, acompanhado do diretor regional do Sesc PR, Dimas Fon-

seca, e do diretor regional do Senac PR, Vitor Monastier, em visita à obra de Ivaiporã, no dia 21 de janeiro. O grupo foi recepcionado pelo prefeito Luiz Carlos Gil e demais autoridades do município.

Salão Paranaense de Turismo

Solenidade de abertura do 19º Salão Paranaense de Turismo Cerca de cinco mil pessoas passaram pelo 19º Salão Paranaense de Turismo, promovido pela Associação Brasileira de Agências de Viagens do Paraná (ABAV PR) nos dias 28 de fevereiro e 01 e 02 de março, na Expo Unimed Curitiba. O Salão Paranaense de Turismo é um dos principais eventos de Turismo no Brasil e no Mercosul. Agentes de viagens, profissionais do trade e expositores participam de diferentes atividades como feira de negócios, atualização profissional, networking e eventos paralelos. Este ano, o evento trouxe inovações ao público,

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como o 1º Encontro Paranaense de Hospitalidade, em parceria com a Associação Brasileira das Indústrias de Hotéis do Paraná (ABIH PR); e a realização da Arena Gastronômica Abrasel, com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes do Paraná (Abrasel). O Salão contou também com a 9ª edição da Mostra das Regiões Turísticas do Paraná, promovida pela Secretaria de Estado do Turismo e pela Paraná Turismo. A Mostra teve como tema central a campanha “Paraná – Prazer em Conhecer”. A participação do Sistema Fecomécio Sesc Senac

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na 19ª edição do Salão Paranaense de Turismo foi realizada em conjunto com a Confederação Nacional do Comércio (CNC), e teve como parceiros a Federação Brasileira de Hotéis, o Sindicato das Empresas de Turismo no Estado do Paraná (Sindetur PR) e o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio Hoteleiro, Meios de Hospedagem e Gastronomia de Curitiba e Regiões (Sindehotéis). No evento, foi realizado o atendimento ao público e divulgação institucional em um stand, destacando os cursos do Senac na área de Hospitalidade e o Turismo Social do Sesc.


Fecomércio PR entrega prêmio de Jornalismo

A primeira edição do Prêmio de Jornalismo da Fecomércio PR premiou 12 reportagens nas mídias impressa, eletrônica, televisiva e rádio que tiveram como tema o restauro do antigo Paço Municipal de Curitiba e sua transformação no Sesc Paço da Liberdade, unidade cultural do Sesc PR, a revitalização do entorno ou a capacitação profissional do comércio das redondezas. A premiação foi realizada no dia 27 de fevereiro, na sede da Fecomércio, em Curitiba. O presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac, Darci Piana, destacou a colaboração da imprensa para informar a população sobre os serviços oferecidos pela instituição. “Temos nosso braço de qualificação profissional, o Senac, enquanto o Sesc desenvolve ações nas áreas do esporte, lazer, cultura, educação, saúde e ação social. Portanto dependemos dos jornalistas para divulgarem nossos serviços”, disse.

COMISSÃO JULGADORA Uma comissão julgadora composta por experientes jornalistas avaliou e classificou as matérias, levando em conta principalmente critérios como: temática, qualidade de texto e criatividade. Adherbal Fortes de Sá Júnior, Cristiane Lebelem, Nilson Monteiro, Paulo Vítola e o coordenador de Jornalismo do Sistema Fecomércio Sesc Senac, Ernani Buchmann, integraram a comissão. “Pretendemos que este prêmio se torne uma referência. Sabemos o quanto os jornalistas lutam diariamente por suas conquistas. O tema proposto foi escolhido porque o Paço representa um marco na história de Curitiba. Um local que foi abandonado e, em 2006, foi concedido pela Prefeitura ao Sesc para se tornar uma unidade de cultura”, explicou Buchmann.

JORNALISTAS PREMIADOS GRANDE PRÊMIO

• Marília Seeling e equipe – RIC TV TELEVISÃO

• • • •

1º 2º 3º 3º

lugar – Marília Seeling e equipe – RIC TV lugar – Eduardo Nascimento Rohn e equipe – UFPR TV lugar – Sara Marielli e equipe – RTVE lugar – Elisa Rossato e equipe – Rede Massa

RÁDIO

• 1º lugar – Alisson Castro e equipe – RTVE • 2º lugar – Maria Ester Chaves e equipe – RTVE • 3º lugar – Ana Evelyn de Almeida e equipe – RTVE INTERNET

• 1º lugar – Ruth Bolognese e Rose Arruda – Jornale • 2º lugar – Everson Mizga – Portal Eco Rodovias • 3º lugar – José Leonardo de O. Silva – JMA – Jornal Meio Ambiente MÍDIA IMPRESSA

• 1º lugar – Luiz Augusto Juk – Indústria e Comércio • 2º lugar – Rene Berardi – Indústria e Comércio

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Investimento História

Fecomércio completa 65 anos desenvolvendo o comércio paranaense Entidade comemora atuação em benefício da economia do estado Texto: Karen Bortolini

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m 19 de janeiro de 1948, cinco sindicatos do comércio de bens, serviços e turismo uniram-se em Curitiba para fundar a Federação do Comércio do Paraná, iniciativa dos empresários paranaenses a partir das entidades patronais do segmento. Em 2013 a entidade completa 65 anos e comemora seu crescimento, contando hoje com 59 sindicatos filiados. Filiada à Confederação Nacional do Comércio (CNC), a Fecomércio PR nasceu na esteira das medidas de modernização do país, após a redemocratização de 1946. A Fecomércio é representante legal do empresariado do comércio de bens, serviços e de turismo. Entre suas funções está a de administrar os conselhos regionais do Sesc e do Senac. Tem a missão de representar seus filiados junto aos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, assim como perante a sociedade. Apresenta soluções, estudos e reivindicações que contribuem com a atividade empresarial. O presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana, destaca que é uma honra estar presente como gestor na data em que a Fecomércio faz 65 anos. “Esta entidade tem um histórico de trabalho positivo muito grande. Durante esses anos de atuação vem trazendo a todo o comércio do Paraná, de bens, serviços e turismo uma enorme dedicação, e com isso resultados prósperos”, comemora. Ao longo dos anos a entidade veio aumentando a gama de serviços oferecidos ao empreendedor do comércio, seguindo o crescimento econômico da atividade. “Com certeza esses

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Presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana

anos de atuação atendem aos anseios de nossos empresários, pois sempre atuamos em defesa de seus interesses”, avalia o presidente. Piana iniciou sua gestão em 2004. A partir de então, Fecomércio, Sesc e Senac passaram a atuar de forma integrada. “O Sistema passou a fortalecer a promoção de serviços que beneficiam comerciários e empresários com forte capilaridade em todo o estado. O Sesc, braço social do Sistema, conta com ações nas áreas de saúde, esporte, lazer, cultura, ação social e educação, enquanto o Senac oferece educação profissional”, pontua Piana. Ao mesmo tempo em que defende e representa, a Fecomércio também reconhece. Em 2006, criou o troféu Guerreiro do Comércio,

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Sede da Fecomércio PR, em Curitiba

destinado a premiar empresários de destaque nos sindicatos filiados. Em 2013, o evento chega à oitava edição. IFPD Em 2012 entrou em operação o Instituto Fecomércio de Pesquisa e Desenvolvimento, IFPD, para promover a área de pesquisas, assim como atuar na coordenação de estágios, servindo de ponte entre o estudante e o mercado de trabalho. Também realiza a Pesquisa Conjuntural do Comércio, com indicadores mensais que acompanham o desempenho do comércio, e a pesquisa de Opinião do Empresário, semestral, para mensurar a expectativa dos empreendedores para o semestre seguinte. EM AÇÃO A instituição oferece igualmente mecanismos para o desenvolvimento comercial. É parceira de programas de capacitação e gestão empresarial e sindical como o Varejo Mais, realizado em parceria com o Sebrae há sete anos. A iniciativa visa melhorar o desempenho das empresas paranaenses, incluindo micro e pequenas. O programa possibilita a troca de informações sobre tecnologia e modelos de sucesso. RECEITAS A Fecomércio é mantida com recursos próprios, oriundos da contribuição anual compulsória dos empresários, prevista na CLT. É apartidária e não governamental, mas realiza ações

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conjuntas e parcerias de entidades públicas e privadas, visando somar esforços para potencializar resultados. Um exemplo são os processos de revitalização de espaços comerciais, dos quais foi pioneira, realizados tanto em Curitiba quanto no interior do estado. As parcerias se estendem também a outras iniciativas que visam o desenvolvimento do Paraná. Para tanto, integra o G7, ao lado de outras organizações da sociedade civil, e do Fórum Permanente Futuro 10, destinado a planejar o futuro a partir de projeções para os dez anos seguintes. MISSÕES As missões empresariais e rodadas de negócios, inclusive internacionais, formam outra atividade da Federação, facilitando o contato entre quem quer vender e quem quer comprar produtos ou serviços. É a forma pela qual incentiva intercâmbios comerciais, tecnológicos, científicos e culturais. CÂMARAS A Fecomércio PR possui diversas câmaras setoriais, com a intenção de descentralizar a tomada de decisões e segmentar serviços por meio de núcleos de inteligência. São elas: Câmara Setorial do Comércio de Autopeças, Câmara do Comércio Exterior, Câmara da Mulher Empreendedora e Gestora de Negócios, Câmara Setorial do Comércio de Produtos Farmacêuticos, do Comércio de Materiais de Construção e Câmara Empresarial do Turismo. T SISTEMA FECOMÉRCIO SESC SENAC PR

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$ Investimento Economia

Custo Brasil

Antigo empecilho da economia brasileira, Custo Brasil onera o governo, trava desenvolvimento e competitividade

O

déficit da balança comercial brasileira registrado na primeira semana de janeiro deste ano foi de US$100 milhões, conforme informação divulgada pelo Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. As exportações de semimanufaturados tiveram acréscimo de 2,2%, enquanto os manufaturados recuaram 2,4%. Os dados apontam para um empecilho antigo, mas já conhecido: o Custo Brasil, que contribui para evidenciar as

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Texto: Silvia Bocchese de Lima

limitações da economia brasileira, em especial à competitividade e produtividade. Para o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana, o Custo Brasil nada mais é do que um conjunto de gastos internos, que incidem de forma direta e indireta sobre o processo produtivo brasileiro. “Isto resulta no aumento de preços, queda na demanda, adiamento da expansão de unidades produtivas, menos crescimento do PIB, perda de competitividade, além dos impactos restritivos nas relações econômicas interna e externa”, pontua o presidente do Sistema Fecomércio. De acordo com levantamento feito pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), o Custo Brasil deixa em média 36,27% mais caro um produto brasileiro se comparado a um alemão ou norte-americano. Piana destaca como principais componentes do Custo Brasil os encargos trabalhistas extensos e elevados, a logística insuficiente, os gargalos portuários, a opção pelo transporte rodoviário em detrimento ao ferroviário, a carga tributária alta para um país em desenvolvimento, a regulação governamental excessiva, a burocracia elevada do setor público além da máquina pública com vícios e desvios éticos.

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O presidente do Sistema Fecomércio PR defende que para haver desenvolvimento e vitalidade na economia são necessários investimentos, reformas tributária e administrativas, simplificação da legislação trabalhista, adequação da mão de obra e estímulos à expansão e modernização do sistema produtivo. “O sucesso dessas ações dependerá da ação conjunta entre os três níveis de governo, da estreita obediência aos parâmetros legais vigentes e da clareza das políticas e assimilação pela sociedade”, enfatiza Piana. Do campo à indústria encontram-se dificuldades para escoamento das produções, a infraestrutura deficiente encarece o preço dos produtos e sobre o valor final a ser pago pelo consumidor é imposta uma sobrecarga tributária. Com um programa de redução do Custo Brasil, Piana acredita que o país pode ter maior competitividade interna e externa, redução dos custos de produção, queda nos preços finais de mercado, aumento na geração de empregos e agilidade no processo produtivo. “São inúmeros os benefícios resultantes da redução do Custo Brasil, como aumento no poder de compra do consumidor e melhoria da qualidade de vida, fatores que, inegavelmente, contribuirão para um melhor desempenho do comércio varejista interno”, conclui. T


Investimento Comércio

A e-consumidora brasileira Principal usuária das redes sociais, a mulher aumentou seu poder de consumo e alterou sua maneira de comprar Texto: Silvia Bocchese de Lima

A

s atividades que a mulher moderna acumula diariamente não são novidades e entre as atribuições que possui estão o trabalho formal e doméstico, a maternidade, o casamento, o aprendizado e o ensinar constantes e, claro, a vaidade, o empreendedo-

rismo e o consumo. Mas a maneira que a brasileira consome produtos e informações já não é a mesma como ela o fazia há uma década. O aumento do poder de compra das classes C e D já ultrapassou a casa dos R$834 milhões ao ano, de acordo

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Investimento Comércio com dados do Instituto BrasiA pesquisa do Socialbakers também revela que 54% leiro de Geografia e Estatística dos perfis do Facebook são de mulheres e a maior parcela Bons (IBGE), concentrando 46,24% do público do site, algo em torno de 32%, é formado por negócios do total e as mulheres são 45,3% jovens, entre 18 e 24 anos, seguido da faixa etária de 25 a da população economicamente 34 anos, com 29%. Para atender aos ativa no Brasil. Como a forma de consumir informação e de se relacioanseios do e-consumiA mobilidade da pirâmide nar mudou, também se alterou a forma de fazer negócios. dor, é preciso ter origisocial do país representou o au- No Paraná, segundo dados da última Pesquisa de Opinião nalidade onde a vida mento do consumo, muito dele do Empresário do Comércio, divulgada pela Federação do acontece (online), estar ditado pelo público feminino e Comércio do Paraná, para o primeiro semestre de 2013, a em movimento e fazer a entrada, cada vez maior, no internet já ocupa o primeiro lugar nos meios de comunicaa diferença. Aí está a comércio eletrônico. Prova dis- ção utilizados por 19,47% dos empresários para veicular oportunidade do varejo so foram os 3,1 milhões de ta- propagandas. decifrar esses moviblets comercializados em 2012, A rede mundial de computadores é tão atraente e um mentos, inovar e saciar em levantamento feito pela mercado promissor que no primeiro semestre de 2012, as desejos tão diversos. Ranking Brasil, ou seja, 222% vendas pela internet no Brasil chegaram a R$4,8 bilhões Algumas empresas já se maior do que no ano anterior, segundo estudo da Webshoppers, da e-bit. anteciparam ou decodialém das 368 milhões unidades Um segmento que pode lucrar, e muito, com este novo ficaram movimentos da de computadores vendidas. A consumidor é o varejo, que precisa estar atento às novas sociedade. empresa revela, ainda, que em formas de relações sociais, que acabam por influenciar a Atenta ao novo 2013, espera-se a comercializa- compra, o posicionamento das marcas e a interação do púcomportamento do bração de 5,1 milhões de unidades blico com elas. sileiro na internet, a rede de tablets, um aumento superior Segundo dados do Ibope, 23 milhões de brasileiros efeMagazine Luiza criou a 60%. tuaram compras online e geraram, em 2011, uma receita na o “Magazine Você”, o Enquanto o Brasil ainda casa dos R$20 bilhões. Este número só tende a aumentar. primeiro e-commerce ocupa o 101º lugar entre os pa- Pesquisa da Forrester Research estima que este mercado social do Brasil. O usuíses em número de leitores de deve crescer até 2016, em torno de 178%. ário cria uma vitrine jornais impressos diários, o SoO varejo tem uma vantagem sobre a indústria, pois tem virtual, oferta até 60 cialbakers, um portal mundial o contato diário com os consumidores e é preciso conhecêprodutos do site www. de estatística de mídia social, -lo a fundo, entender seus hábitos, perfis demográficos, magazineluiza.com e revela que o país é comportamento, estilos de vida e compartilha com seus o segundo no núo que é relevante para ele sobre amigos no Facebook mero de usuários 54% dos perfis um produto e uma marca. T e Orkut. Sem nenhum no Facebook, uma do Facebook são de mulheres investimento inicial o rede social. Os usuusuário recebe de 2,5% vendas pela internet ários brasileiros no a 4,5% de bônus para no Brasil R$4,8 bilhões Facebook já ultracada produto vendido. passaram os 65 miA entrega e a cobrança lhões, ou seja, 32,45% da popusão de responsabilidalação e 82,34% dos internautas des do Magazine Luiza. brasileiros. Desde o lançamento do filme “A Rede Social”, do diretor David Fincher, que conta os bastidores da criação do Facebook, é crescente o número de usuários da internet que tem aderido ao site de relacionamentos. Em dezembro de 2010, quando o filme foi lançado no Brasil, havia 8,8 milhões de usuários brasileiros registrados. Se comparado aos números atuais, houve um crescimento de 740%.

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Empreendedorismo Investimento

Empreendedoras virtuais Empresárias mostram que há espaço para mulheres nos negócios voltados para a internet Texto: Giana Andonini

E

m 2012, uma jovem empreendedora chamou a atenção do Brasil. Com apenas 25 anos, Bel Pesce é dona de uma empresa voltada para a internet, e tem no currículo experiências de dar inveja a muitos especialistas: Google, Microsoft e Deutsche Bank, sem falar na formação em nada menos que cinco graduações (engenharia elétrica, ciências da computação, administração, economia e matemática) no Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos. A sua empresa, a Lemon, vende um aplicativo para celulares, tablets e iPads para controle financeiro pessoal. Em apenas três meses após o seu lançamento em 2011, o aplicativo já contava com mais de um milhão de usuários. Natural de São Paulo, Bel vive no Vale do Silício – região reconhecida como o principal centro de inovação tecnológica e empreendedorismo do mundo. A jovem ficou famosa no Brasil todo com a publicação em 2012 do livro A menina do Vale, que inspira jovens a empreenderem seus sonhos. Exemplo de empreendedorismo de sucesso na área de tecnologia e internet, Bel não se destaca somente pelos resultados alcançados. Ela se destaca também por ser mulher. Segundo a engenheira da computação Natascha Hun, as mulheres vêm aos poucos conquistando espaço em uma área que emprega na sua maioria homens. “É curioso o baixo número de mulheres na área.

Em minha primeira graduação, somente 17% da sala eram mulheres. Ano passado, palestrei no evento PHP Conference Brasil e havia mais de 700 participantes de todo o Brasil e menos de 10 mulheres. Foi a 7ª edição do evento, e pela primeira vez uma mulher palestrando”, comenta Natascha. A engenheira lidera uma equipe de TI em uma indústria de automação e empreende o site www.leitorxml.com.br em suas horas vagas. Para as profissionais e empreendedoras da área, ela indica a rede Mulheres na Tecnologia, que realizará o seu primeiro encontro em Goiânia, em março deste ano. O encontro será realizado na Faculdade de Tecnologia Senac Goiás. PIONEIRISMO FEMININO Em 1995, quando se iniciou a comercialização da internet no Brasil, Erica Marques começava também a programar. No ramo desde início, ela aponta que a presença feminina na área é recente. “Quando comecei a desenvolver sites realmente era um universo masculino, todo e qualquer evento relacionado à linguagem de programação era direcionado para homens. Comecei a perceber a mudança em 2008, no evento Google Developer Day em São Paulo. Tive a oportunidade de conversar com algumas mulheres empreendedoras, e penso que ali chegávamos a 20% dos presentes, bem diferente do 1% do início”, pontua.

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Erica foi homenageada como empreendedora do ano em 2007 pela prefeitura de Curitiba

E foi pela internet que Erica conheceu o seu marido e hoje sócio, Pablo Esquivel. Em 2003, Pablo trabalhava em um grande projeto de web para uma multinacional. Com dificuldade em uma das etapas do projeto, postou a sua dúvida em um fórum, o que é bem comum para quem trabalha na área. Para a surpresa dele, a resposta veio de uma mulher. “Nessa época eram pouquíssimas mulheres que trabalhavam na área, e as que trabalhavam acabam ficando muito conhecidas por todos.

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Empreendedorismo Investimento

Yara no Startup Lab: participação em eventos empreendedores trouxe sugestões e feedbacks ao negócio

Foi uma surpresa mesmo quando vi que a resposta era dela”, conta. Os dois começaram a trocar ideias e informações sobre programação, e o namoro começou. “Eu lembro que pensei: ela é linda, inteligente e ainda sabe programar. Não é possível!”, brinca Pablo. Alguns anos depois a parceria virou também sociedade, e hoje eles tocam juntos a administração da LogosBr, em Curitiba. Pelo seu sucesso como empresária, Erica foi homenageada como empreendedora do ano pela prefeitura de Curitiba em 2007. A empresa conta com parceiros de peso, como o Google. “Assim que começamos a desenvolver sites juntos percebemos que as páginas apareciam nos primeiros resultados do Buscador Google. E num país onde 98% das pesquisas é feita por este buscador, essa competência vi-

rou um diferencial muito importante para nós”, comenta. A LogosBr presta consultoria em Web Marketing e assessoria e acompanhamento na implementação de planos de ação para a internet. No portfolio estão serviços como anúncios online (SEM), otimização de sites (SEO), redes sociais e e-mail marketing. Para 2013, a expectativa da empresária é de 115% de crescimento no faturamento. UM SALÃO DE BELEZA VIRTUAL Outra empreendedora de negócios da internet no Paraná é a curitibana Yara Lúcia de Menezes Garcia. Yara é diretora do portal Web Salão Contemporâneo, que busca facilitar a vida da mulher nos dias de hoje. O portal faz a ponte entre profissionais de serviços de beleza e clientes. Pelo site é possível realizar o agendamento e pa-

gamento dos serviços; o atendimento é feito no local que o cliente solicitar. A ideia surgiu durante a faculdade, enquanto ela cursava Marketing, trabalhava em uma associação de educação empreendedora e também em um salão de beleza. Yara juntou as experiências profissionais e a vontade de criar a própria empresa, e fez o seu TCC com o primeiro conceito do Web Salão. “Desde a ideia inicial até a execução foram dois anos. Neste período, fiz o plano de negócios e participei de diversos concursos e eventos empreendedores, como o Startup Lab”, explica. O negócio saiu do papel em 2011. Em 2012, ela foi a primeira mulher a vencer o Circuito Startup, um concurso de startups digitais. Neste ano, Yara estima aumentar a base de profissionais e clientes em Curitiba e preparar o negócio para a expansão nacional. T

Benefícios.com Para quem trabalha com a internet, o ambiente de trabalho é qualquer lugar. Desde que haja conexão. “Atualmente estou trabalhando somente em casa, mas já trabalhei em coworkings, cafés e em vários locais com wi-fi”, comenta Yara, do Web Salão Contemporâneo, que acabou de passar pela maternidade e mesmo assim não parou de trabalhar. “Trabalho em horários que em um emprego tradicional não seria possível e consigo conciliar as atividades muito melhor do que antes. Por outro lado, preciso criar estratégias o tempo todo para não perder o foco, pois trabalhar conectada é uma tentação, principalmente com as redes sociais”, comenta. Erica Marques, da LogosBr, alerta para o outro lado da moeda. “Quando você trabalha remotamente, pode atender assuntos de trabalho desde o laboratório, do escritório de atendimento, ou até no sofá de casa. É o sonho de muitos trabalhadores, mas cuidado! Nem tudo é perfeito, essa facilidade de trabalhar de forma remota acaba fazendo com que você trabalhe em horários e locais que deveriam ser aproveitados em outras atividades”, pontua Erica.

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Investimento Pesquisa

Comércio paranaense cresce 5,8% em 2012 Vendas de veículos e de móveis e decorações impulsionaram o varejo Texto: Karla Santin

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varejo no Paraná fechou 2012 com saldo positivo. No acumulado do ano, cresceu 5,8% e na comparação de dezembro com novembro, o acréscimo nas vendas foi de 12,62%, segundo a última Pesquisa Conjuntural da Fecomércio PR. Os resultados foram impulsionados pelo aquecimento natural das vendas relacionadas ao Natal, entrada

do 13º salário e, especialmente pelas concessionárias de veículos, que vivenciaram em dezembro o último mês do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) reduzido. O sonho típico do brasileiro, carro e casa próprios, aqueceu a economia do estado. Os segmentos do varejo que tiveram maior elevação nas vendas foram materiais de constru-

ção e móveis, decorações e utilidades domésticas. O bom desempenho foi estimulado pela queda nos juros, redução tributária em itens específicos de construção, manutenção dos financiamentos habitacionais e melhoria na renda. E, com a casa nova, vem a necessidade de preencher e decorar os espaços. O setor de móveis e decora-

Acumulado do ano Jan-Dez/2012 em relação a Jan-Dez/2011 Acumulado do ano Jan-Dez/2012 em relação a Jan-Dez/2011 VENDAS

COMPRAS

FOLHA DE PAGAMENTO

NÍVEL DE EMPREGO

Móveis, Decor. e Utilid. Domésticas

10,77%

11,44%

9,77%

0,60%

Materiais de Construção

9,32%

6,29%

12,67%

7,97%

Concessionárias de Veículos

8,47%

3,30%

9,36%

-0,59%

Óticas

8,11%

12,41%

8,88%

-4,98%

Autopeças e Acessórios

6,98%

9,54%

0,06%

-1,18%

Calçados

5,61%

-2,85%

6,40%

0,85%

Livrarias e Papelarias

5,27%

7,36%

1,23%

-5,34%

Supermercados

4,45%

7,44%

13,11%

10,57%

Farmácias e Perfumarias

3,49%

2,23%

-0,79%

-0,57%

Cine-Foto-Som

2,85%

9,33%

-11,32%

-7,50%

Vestuário

1,43%

15,80%

6,60%

0,70%

Lojas de Departamentos

1,30%

1,39%

7,76%

-4,09%

Tecidos

-0,58%

-1,41%

4,79%

0,80%

Combustíveis e Lubrificantes

-4,51%

-5,24%

4,97%

2,33%

Total

5,29%

4,28%

7,68%

2,48%

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Investimento Pesquisa ções obteve elevação de 10% no Paraná em geral e passou dos 20% em Londrina (25,58%) e na região Oeste (21,83%). A substituição do mobiliário antigo, a queda do IPI e o financiamento facilitado contribuíram para o aquecimento do setor. As vendas do varejo no Paraná contaram com estímulos de políticas fiscais e monetárias expansivas do Governo Federal. O mercado de trabalho aquecido, o aumento da remuneração média do trabalhador, a manutenção do financiamento habitacional e para veículos instigaram o consumo das famílias. A menor remuneração da poupança levou o consumidor a antecipar compras e acrescer as vendas. Em novembro e dezembro houve o benefício da liberação da restituição do imposto de renda. De acordo com o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana, as políticas de incentivo à economia não conseguiram elevar o

crescimento do PIB conforme o planejado e alguns setores do comércio não tiveram o faturamento esperado. “Em determinados ramos do varejo, as vendas do ano caíram devido a fatores restritivos à demanda, tais como o esgotamento da capacidade de endividamento de consumidores, a alta do dólar sobre o real que elevou os preços dos importados e o maior rigor na concessão de créditos”, explica. Os menores percentuais de crescimento foram registrados pelas empresas de combustíveis e lubrificantes, tecidos, lojas de departamentos, vestuário e calçados. “Esses resultados corroboram a queda nas expectativas positivas dos empresários paranaenses verificadas nas duas Pesquisas de Opinião da Fecomércio de 2012. O empresariado pressentiu os efeitos restritivos da crise externa globalizada e acabou comprovando isso no desempenho das vendas”, completa Piana.

NOVAS REGIÕES PESQUISADAS A Pesquisa Conjuntural do Comércio é realizada pela Fecomércio PR, em parceria com o Sebrae/PR, que, no fim de 2012, iniciaram a implantação na região Sudoeste e em Paranaguá e litoral. Esta edição apresenta os primeiros resultados obtidos pela colaboração das empresas. Inicialmente, nos municípios de Pato Branco e Francisco Beltrão, foram pesquisadas empresas dos setores de supermercados e concessionárias de veículos. Os dados recebidos apontaram que no mês de dezembro o setor supermercadista registrou um aumento de 17,84% em relação ao mês anterior e as concessionárias de veículos obtiveram ampliação de 62% nas vendas. Em Paranaguá e região, os dados preliminares indicam que a região teve crescimento de 71,88% nas vendas de calçados e vestuário e de 57,76% no setor de livrarias e papelarias durante dezembro de 2012. T 2011

Evolução das vendas Paraná

2012

Base 100 = Média de 2011

130 120 110 100 90 80 JAN

FEV

MAR

ABR

MAI

JUN

JUL

AGO

SET

OUT

NOV

A pesquisa detalhada de cada região pode ser acessada no site www.fecomerciopr.com.br

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DEZ


Opinião

Um ano de otimismo empresarial Série de medidas tomadas no fim do ano pelo Governo Federal, aliada à safra agrícola recorde, eleva expectativa favorável do empresário para compras e vendas Texto: Silvia Bocchese de Lima

O

empresário do comércio do Paraná está otimista. Foi o que revelou a 23ª Pesquisa de Opinião do Empresário do Comércio de bens, serviços e turismo, referente ao primeiro semestre de 2013, divulgada pela Fecomércio PR, em janeiro, e que apresenta a expectativa dos empresários paranaenses sobre os rumos do comércio. Os últimos seis meses foram de insegurança, mas 2013 começa com 68,42% dos empresários paranaenses otimistas com as compras e vendas do primeiro semestre do ano. De acordo com o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana, o ânimo renovado do empresário deve-se, sobretudo, à expectativa de safra agrícola recorde para o início deste ano no Paraná, gerando impactos positivos no comércio; ao anúncio do Governo Federal sobre a redução da tarifa de energia elétrica e ao crescimento previsto para o PIB em 2013, superior ao registrado no ano passado. “Serão quase 15 milhões de toneladas de soja e 7 milhões de toneladas de milho a mais colhida no Paraná nesta safra, algo em torno de 27% se comparado a 2012. E quando a agricultura vai bem, o comércio vai bem também”, avalia Piana. A manutenção das linhas de financiamento para o comércio, serviços, indústria e agricultura – o sistema produtivo –, a continuidade do financiamento imobiliário habitacional, à redução e o aquecimento dos empregos

são outros fatores que ajudam a explicar as expectativas positivas, segundo Piana. “Estamos em pleno emprego. A média de 5,5% de desemprego em 2013, anunciada pelo IBGE é a mais baixa desde 2002. Este número é transitório, os números reais de desemprego são inferiores, na ordem de 3,5%”, destaca. Além disso, o empresário do comércio espera pelo aquecimento do setor, neste ano, vinculado à intensificação das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e às obras relacionadas à Copa do Mundo 2014. Quando o assunto é qualificação profissional, Piana lembra que o setor de comércio é o que mais emprega a mão de obra e enfatiza que com o otimismo em alta, os empresários buscam, ainda mais, a qualificação dos seus colaboradores. “Nossa pesquisa revelou que 41,59% dos empresários já utilizam as instituições do Sistema S, como Senac, Senai e Sebrae para treinar e qualificar seus colaboradores e que 52,21% têm dificuldade em encontrar este profissional já qualificado no mercado”, diz. A sondagem mostra, ainda, que apesar da redução seletiva nas alíquotas tributárias de diversos produtos e providências do Governo Federal voltadas à desoneração das folhas de pagamentos e de salários das empresas, em diversos setores, a principal dificuldade apontada por 75,22% dos empresários para enfrentar a concorrência foi a carga tributária elevada, seguida dos encargos sociais elevados (65,49%). Para 23,01% dos entrevistados, problemas com distribuição, ou seja, atravessadores e produtos piratas estão entre as principais dificuldades mencionadas pelos empresários do comércio em 2012 e a falta de segurança também foi apontada por 9,47%. A pesquisa completa está disponível para download no site www.fecomerciopr.com.br. T janeiro | fevereiro 2013

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Comemoração Investimento

Sesc: 65 anos transformando vidas Show e novo site destacam atuação da entidade no estado Texto: Isabela Mattiolli

O

Sesc faz parte da história e da vida dos paranaenses desde 10 de janeiro de 1948 quando tudo começou no encontro da Rua Cruz Machado e a Rua do Rosário, no primeiro andar do antigo Edifício Prosdócimo. Foi lá que a primeira sede da entidade foi instalada no estado, como fruto da iniciativa privada para promover o bem-estar social. O diretor regional do Sesc PR, Dimas Fonseca, ressalta que o Serviço Social do Comércio é uma das

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grandes contribuições do empresariado brasileiro na área social, com a criação do Sistema S. “A nossa entidade tem um DNA empresarial. A criação do Sesc e do Senac, por empresários do comércio, foi um projeto visionário e que hoje justifica a permanência dessas instituições em prol dos comerciários e da comunidade, também beneficiada pelas áreas de atuação do Sesc”, pontua. A atuação da entidade se dá pelas áreas de ação social, cultura, educação, esporte e lazer, turismo e saúde. No Pa-

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raná, em 2012, o Sesc realizou cerca de 43 milhões de atendimentos, por meio de suas 36 Unidades de Serviços em 24 municípios paranaenses. O presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana, ressalta a importância do Sesc no estado. “São anos de muita história. Com certeza o Paraná tem muitas coisas importantes a agradecer ao Sesc, bem como ao nosso Sistema, pelo que ambos têm feito pelos nossos empresários e para o nosso povo do Paraná”, comenta.


ANIVERSÁRIO Para comemorar seu aniversário, o Sesc realizou atividades no dia 10 de janeiro. O lançamento do novo site da entidade foi um deles. O portal segue a inovação das novas marcas do Sesc, Senac e Fecomércio lançadas no ano passado, e traz o conceito de transformação de forma interativa e moderna. Desenvolvido pela Gerência de Tecnologia e Informação do Sesc PR e pelo Núcleo de Comunicação e Marketing do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, o novo site apresenta as áreas de atuação da entidade representadas por cores, facilitando a identificação visual. O site www.sescpr.com.br, ainda apresenta informações e fotos sobre a maioria dos projetos executados pela entidade. Outra novidade é a opção de compartilhamento de notícias nas redes sociais: Facebook, Twitter e Google+, tornando o novo portal interativo e auxiliando na divulgação das suas ações. A mudança da marca, vem traduzir o novo posicionamento da entidade, que pretende transmitir ao público o conceito de transformação. O projeto

Novo site: www.sescpr.com.br

de comemoração dos 65 anos pretende ser uma ação contínua a ser realizada durante todo o ano de 2013, contribuindo para o fortalecimento institucional do Sesc nos projetos que já promove com sucesso.

A professora aposentada Shyrlei Maurer Tanner, de 76 anos, já nem sabe quantas atividades praticou nas unidades do Sesc no Paraná. Ela lembra que iniciou com o voleibol master, no Sesc da Esquina, a convite de uma amiga comerciária, que já participava da modalidade. Foram 10 anos dedicados ao grupo que, de acordo com Shyrlei, era bem animado. “Participávamos de competições, que se estendiam a comemorações. Tenho boas amizades que perduram até hoje”, recorda. Há oito anos, participa de atividades no Sesc Centro. Por lá fez aulas de dança e até um curso de modelo voltado à terceira idade, mas foi com a prática de vôlei de bola agarrada – vôlei adaptado à terceira idade, que Shyrlei se encontrou novamente com o esporte que tanto gosta. “Quando a professora da época me convidou para participar da bola agarrada fiquei com o pé atrás, por achar que era brincadeirinha de velho, mas hoje aquilo é tudo para mim”, confessa. Além dessa atividade, Shyrlei se ocupa com outras – todas no Sesc Centro. “Faço o vôlei de bola agarrada três vezes por semana, vou à academia da unidade e também frequento a biblioteca. Na quinta-feira é dia do bailinho, que também é o nosso divertimento. Criei um ambiente de amizade lá. A gente se sente em família. Não tenho do que reclamar, eu amo o Sesc”, revela.

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Também no dia 10 de janeiro, o Ginásio de Esportes do Centro de Turismo e Lazer – Sesc Caiobá foi palco para o show com “Renato Teixeira & Filhos (foto) e Orquestra Paulistana de Viola Caipira”, em comemoração ao aniversário do Sesc PR. T SISTEMA FECOMÉRCIO SESC SENAC PR

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Mesa Brasil

Do campo ao Mesa Agricultura familiar representa em média 50% dos repasses ao Mesa Brasil Texto: Karen Bortolini

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er a garantia de que a produção seja totalmente vendida e aproveitada. Essa é maior segurança que um agricultor familiar pode ter. O Programa de Aquisição de Alimentos, o PAA, desenvolvido pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), assegura a compra dos produtos provindos de cooperativas agrícolas familiares e destina a quem mais precisa. E é nes-

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ta hora que entra o Mesa Brasil em atuação, responsável por buscar onde há sobra e levar a quem falta. Através da parceria firmada entre o Sesc e o MDS, o Mesa Brasil, programa nacional da entidade, contribui na promoção do direito humano à alimentação adequada e na minoração do desperdício de alimentos no Brasil. Na prática, as cooperativas familiares vendem seus produtos ao PAA,

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por meio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que repassa ao Sesc, uma ponte até as entidades cadastradas para receber os donativos entregues pelo Mesa Brasil. A função deste é a da logística, armazenamento, cadastro e monitoramento perante as instituições, famílias e comunidades. Somente em 2012, a Conab destinou 1.660.803,77 kg de alimentos ao


Agricultura familiar em números Paraná 2012

1.660.803,77 kg de alimentos foram repassados pela Conab ao Mesa Brasil

56%

do total recebido pelo Mesa Brasil

738 instituições atendidas

1.116

famílias indígenas atendidas

366 famílias quilombolas atendidas

22 cooperativas participaram do programa Mesa Brasil, o que significou 56% do repasse no Paraná. Estes produtos beneficiaram 738 instituições paranaenses, sendo que entre elas foram atendidas 1.116 famílias indígenas e 366 famílias quilombolas. Foram 22 cooperativas que venderam ao PAA Conab, como é o caso da Copasol, localizada em São José dos Pinhais (RMC), que firmou contrato com o Mesa Brasil no fim do ano

passado e repassa ao programa principalmente hortifrútis e laticínios. O agricultor e presidente da cooperativa, Amélio Valaski, conta que a Copasol foi adaptada à agricultura familiar desde 2009, período em que foi integrada a novas possibilidades de comercialização. “Passamos por uma época em que não conseguíamos vender nossos produtos. Agora, além de evitarmos o desperdício, temos a certeza de que

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serão vendidos. Para nós é uma grande vantagem participar de programas como esse”, conta o agricultor. Segundo ele, os produtores rurais ficaram muito satisfeitos com a adesão, principalmente pelo valor dado à produção, pois os preços firmados pela Conab são justos. Oportunidades de trabalho também são um ponto forte. Com a garantia do sucesso nos negócios, os filhos dos agricul-

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Mesa Brasil tores não têm mais a necessidade de buscarem emprego em cidades maiores. “Este programa é um incentivo à agricultura familiar. Hoje, mais produtores querem participar. Eles veem vantagens de permanecer no campo”, comenta Valaski. TODOS GANHAM Nesta conta, todos ganham: o agricultor e as entidades sociais. Parte da coleta da produção da Copasol, equivalente a uma tonelada, realizada no início do fevereiro, chegou à Associação Educacional Boas Novas, de Paranaguá. A presidente da entidade, Claudia Xavier Pereira de Moraes, agradece ao Sesc e à cooperativa, e conta que os donativos serão entregues a famílias de baixa renda da Vila Guarani. A instituição atende 80 famílias, o que representa 315 pessoas, desde crianças, adolescentes, adultos e idosos. “Todas as quartas-feiras entregamos a eles refeições prontas preparadas com estes ingredientes e o restante entregamos in natura. São verduras, legumes, frutas e laticínios que fazem muita diferença na mesa dessas pessoas. Muitos deles não teriam condições de adquirir estes produtos. O dia da doação é esperado por eles”, conta Claudia. T

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Produtos da agricultura familiar repassados ao Mesa Brasil Cenoura, cebola, beterraba, pepino, milho verde, mandioca, laranja, uva, batata doce, alface, almeirão, couve, cheiro verde, brócolis, acelga, banana, melancia, rabanete, poncã, chuchu, bergamota, limão, pães, biscoitos, cuca, melado, embutidos, doce de frutas (compotas), fubá de milho, farinha de trigo, quirera, macarrão, canjica, arroz, feijão, milho para pipoca, bebida láctea, iogurte, picles, amendoim, açúcar mascavo, queijo, pimenta, ovos, mel, morango.

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Sindicato

Encontro nacional deve reunir dois mil participantes em Curitiba Texto: Maria Emília Staczuk

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romover o encontro e a troca de experiências e conhecimento entre as principais lideranças e representantes sindicais do país e estimular o debate sobre temas ligados ao desenvolvimento do comércio e ao sindicalismo patronal. Esses são os objetivos do 29º Encontro Nacional de Sindicatos Patronais do Comércio, Bens, Serviços e Turismo, que será realizado de 15 a 17 de maio, na Expo Unimed, em Curitiba. O evento deve reunir cerca de dois mil participantes, entre diretores e executivos de aproximadamente mil entidades associativas e patronais e lideranças locais. Realizado pelo Sindicato dos Logistas do Comércio e do Comércio Varejista de Maquinismos, Ferragens, Tintas, Material Elétrico e Aparelhos Eletrodomético de Curitiba e Região Metropolitana (Sindilojas Curitiba) e pelo Sindicato dos Representantes Comerciais do Paraná (Sirecom-PR), com apoio da Fecomércio PR e da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), nesse ano o evento terá como tema central a sustentabilidade empresarial e contará com palestras de tributaristas e juristas de renome nacional. Para o presidente do Sirecom-PR, Paulo César Nauiack, a atenção para o assunto deve ser permanente. “A sustentabilidade empresarial se dá num contexto mais amplo que exige margens adequadas de contribuição e o cumprimento de obrigações sociais, ambientais e tributárias. É difícil manter essa condição convivendo com inúmeras leis e processos que são criados dia a dia por governantes e entidades, sem a devida consideração do papel de cada ator envolvido no processo, ainda mais quando há

a pressão da sociedade”, discorre. Neste contexto, o encontro ganha destaque a fim de dinamizar a gestão das entidades patronais. “Por que alguns sindicatos são mais exitosos nos seus resultados e no associativismo do que outros? É importante estar junto com outras pessoas debatendo e compartilhando "É importante estar experiências para se espejunto com outras lhar nos casos de sucesso e pessoas debatendo buscar melhores resultados, e compartilhando priorizando a convergência experiências" e a colaboração”, destaca Nauiack. Paulo César Nauiack , Presidente do Sirecom-PR “O evento é uma oportunidade de tornamos a linguagem dos sindicatos homogênea nacionalmente, fortalecendo a atuação e participação da classe empresarial nas discussões para a elaboração de projetos de lei e normativas, tendo em vista a união de todos os sindicalistas em defesa dos direitos da classe empresarial. Além disso, é um espaço para debatermos a metodologia de administração das entidades a fim de melhorar o atendimento das demandas e ampliar o quadro associativo”, opina o presidente do Sindilojas Curitiba, Ari Faria Bittencourt.

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Sindicato

"Cabe a nós darmos o apoio necessário e estimularmos ações" Darci Piana, Presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR

Para o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana, a participação da entidade no evento também é um exercício da representatividade sindical. “Cabe a nós darmos o apoio necessário e estimularmos ações como esta. Quanto mais os sindicatos estiverem esclarecidos sobre as suas necessidades, melhor será a participação junto à Fecomércio”, ressalta. DEBATES E EXPOSIÇÃO Um dos principais assuntos abordado no evento será a substituição tributária, com foco nas dificuldades

ou benefícios da cobrança do imposto por antecipação. Serão repassadas orientações para auxiliar o empresário a gerir seu negócio nesse novo cenário e prever os investimentos necessários para administrar a receita, considerando instrumentos como controle do fluxo de caixa e planejamento estratégico. A sustentabilidade terá como enfoque a perenidade das empresas e sindicatos, especialmente no atendimento e fidelização do público alvo, garantindo a arrecadação. “Essa relação deve ser equilibrada para que haja a profissionalização dos produtos e serviços e, consequentemente, a sua viabilidade econômica”, comenta Piana. Outra questão em voga será a logística reversa. Parte integrante da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), sua implantação em todo o país deverá ocorrer, no máximo, em 2016. A medida prevê o retorno para a indústria de materiais, como eletroeletrônicos, para que possam ser reaproveitados pelo fabricante. O sistema envolve todos os participantes da linha de produção e distribuição, entre eles os comerciantes que, eventualmente, terão que prever pontos de coleta para devolução do produto pelo consumidor. A participação dos estabelecimentos

Inscrições As inscrições para o 29º Encontro Nacional de Sindicatos Patronais do Comércio, Bens, Serviços e Turismo já estão abertas. Os valores variam entre R$ 400,00 e R$ 500,00 para congressistas, de R$ 350,00 a R$ 400,00 para assessores jurídicos e executivos e de R$ 350,00 a R$ 400,00 para acompanhantes, conforme períodos predefinidos. Outras informações podem ser obtidas no site sindicatospatronais.com.br/29encontro ou pelos tel.: (41) 3521-6226 e 3205-0476.

Apoio:

Realização:

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comerciais para a recepção, armazenamento e encaminhamento desses materiais e equipamentos à reciclagem vão figurar entre os assuntos discutidos, bem como a captação e alocação dos investimentos em espaço físico e segurança para se adequar à nova exigência. Outras temáticas também serão abordadas, em grupos individualizados, entre elas: cooperativismo de crédito, contribuição sindical, shopping centers, comércio de rua e negociação coletiva. Além disso, serão apresentados cases de sucesso na comunicação sindical e promovido um painel sobre as súmulas do Tribunal Superior do Trabalho (TST). O evento também vai contar com uma área de exposição de 568 m2, com aproximadamente 30 estandes de empresas relacionadas ao setor que vão apresentar seus produtos e serviços. T

"É um espaço para debatermos a metodologia de administração das entidades" Ari Bittencourt, Presidente do Sindilojas Curitiba


Perfil

Imprensa Coamo

Um homem comprometido com o bem comum José Aroldo Gallassini fez da Coamo a maior cooperativa agroindustrial da América Latina Texto: Carolina Lara

José Aroldo Gallassini, uma das personalidades a receber a Ordem do Pinheiro do Paraná em dezembro de 2012 e cidadão honorário de mais de 30 cidades paranaenses, é catarinense, mas tem uma extensa história de contribuição com o desenvolvimento do Paraná. Engenheiro Agrônomo formado pela Universidade Federal do Paraná em 1967, Gallassini é o idealizador e presidente da Coamo Agroindustrial Cooperativa. Quando chegou a Campo Mourão era recém-formado e trabalhava para a Acarpa, hoje Emater. Na época, o ciclo da madeira estava terminando e Gallassini recebeu a missão de levantar a realidade rural da região, onde o solo era ácido e os agricultores desconheciam as técnicas agrícolas. Apesar das dificuldades, a missão foi cumprida com sucesso. Por meio dos programas de extensão rural da extinta Acarpa, Gallassini

contribuiu com novas técnicas de cultivo da terra, tendo conduzido os primeiros experimentos de trigo e soja. Com a necessidade de vender o que se colhia, veio a ideia da cooperativa, que nasceu em 28 de novembro de 1970, com 79 cooperados. Do verbo cooperar, ou seja, trabalhar em comum, o cooperativismo liderado por Gallassini começou a prosperar e a render bons frutos, contribuindo com a melhoria da qualidade de vida e do meio ambiente produtivo. Hoje, quase 43 anos depois de sua fundação, a Coamo conta com mais de 25 mil associados. É a maior cooperativa agroindustrial da América Latina com 119 unidades em 65 municípios dos estados do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. Um exemplo de como um homem comprometido com seus ideais consegue promover a transformação em prol do bem comum. T

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Investimento Entrevista

Rubens Edmundo Requião, uma história ligada à Fecomércio Texto: Karen Bortolini

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ssessor jurídico da Federação do Comércio desde 1978, Rubens Edmundo Requião é advogado há 47 anos. À frente do escritório de advocacia mais tradicional de Curitiba, o Requião e Requião Consultores Jurídicos S/C, ele conta que a banca foi fundada no ano de 1922 por Arthur Ferreira dos Santos. A reportagem da revista Fecomércio resgatou a história deste profissional, que se funde à trajetória da entidade.

Rubens Edmundo Requião: Fui convidado em 1978 para prestar assistência jurídica à Federação do Comércio, para questões trabalhistas e tributárias e depois este trabalho se estendeu também ao Sesc, e fiquei mais de 30 anos como consultor da entidade. Arthur Ferreira dos Santos fundou este escritório, passou para meu pai, e eu dei continuidade ao trabalho dele.

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Como foi sua atuação com os sindicatos?

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Conte sobre esta experiência? Como iniciou seu trabalho na Fecomércio?

ticipei de muitas convenções coletivas de trabalho, da unificação da Federação do Comércio à Federação do Comércio Varejista, conheci pessoas distintas, que abriram muitos leques para mim. Estive presente também em conquistas históricas da Fecomércio.

R. E. R.: Foi muito positiva. Acompanhei momentos importantes. Par-

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R. E. R.: Atuei em favor da categoria com os sindicatos, em defesa dos empresários de vários segmentos do comércio. A Federação não tinha uma


postura reivindicatória e sim de defesa dos profissionais do comércio, e nisso tivemos muitas conquistas. Estes são grandes motivos da minha satisfação.

com a Doutor Muricy e, desde 1962, fixou-se no Edifício Minas Gerais, também na Rua XV, onde permanece até hoje. REVISTA FECOMÉRCIO

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O Direito é uma profissão passada de pai para filho em sua família? R. E. R.: Sim. Meu pai atuou neste ramo durante bastante tempo. Este escritório foi fundado pelo advogado Arthur Ferreira dos Santos, em 1922. Meu pai começou a trabalhar nele em 1937, ainda como datilógrafo. Em 1939 ele foi convocado para o Exército, e em 1942 foi dispensado. Em 1946 o Arthur foi eleito como deputado federal, e posteriormente senador, ele não voltou mais a Curitiba, foi quando meu pai assumiu as atividades, como advogado.

Além do escritório e da profissão, qual outro legado seu pai deixou? R. E. R.: Meu pai faleceu há 14 anos. Ele deixou o livro Curso de Direito Comercial, escrito por ele, em dois volumes. Esta obra foi feita a partir do pedido de alunos, pois ele lecionava Direito na Universidade Federal do Paraná. Além de me servir de fonte de consulta para muitas questões da Fecomércio, nele eu já fiz oito revisões, pois a legislação é dinâmica. Hoje, o primeiro volume tem 32 edições e o segundo 30. REVISTA FECOMÉRCIO

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Tradicional em Curitiba, quais locais o escritório já ocupou? R. E. R.: No início ele ficava no antigo Palácio do Comércio, situado no Centro da cidade. Depois foi para o Edifício Augusta, localizado na esquina da Rua XV de Novembro

Pretende repassar esse livro para outras gerações? R. E. R.: Como não posso ressuscitar o autor, minha ideia é eternizar a obra. Revisá-lo me motiva, é muito prazeroso. Minha filha também é advogada e a minha intenção é que ela dê continuidade a este trabalho.

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O que levou desta experiência com a Fecomércio? R. E. R.: Muito aprendizado. Precisei estudar bastante sobre os aspectos comerciais do ponto de vista jurídico, para poder aplicá-los de forma adequada à Fecomércio. E ensinei bastante sobre planejamento aos sindicatos patronais. Foi um intercâmbio muito positivo. REVISTA FECOMÉRCIO

Quais as gestões de presidência acompanhou? R. E. R.: Quando ingressei, o presidente era Egídio Pereira, seguido do Renê Napoli. Depois veio o Rubens Brustolin, que muito projetou as atividades do Sesc em seus 18 anos de atuação e presenciei também a entrada do presidente Darci Piana, responsável por um grande desenvolvimento do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR em todo o estado. T

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Cultura

Ópera no Café aproxima as pessoas da música erudita Texto: Carolina Lara

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Cantores líricos surgiram em meio aos clientes e interpretaram trechos de óperas conhecidas do período romântico

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ssistir a uma apresentação de ópera em um dos cafés mais charmosos da cidade, de graça. O evento, que integrou a programação da 31ª Oficina de Música, em janeiro, agradou tanto os amantes da música quanto os leigos. Em duas apresentações, quatro cantores líricos surgiram do meio dos clientes do Café do Paço e interpretaram árias de óperas importantes do Romantismo. Durante 30 minutos o público pôde assistir a um tenor, uma soprano, um barítono e uma mezzo soprano, acompanhados por um pianista, interpretarem árias de óperas conhecidas como Carmen, do compositor francês Georges Bizet, e La Boheme, do italiano Giacomo Puccini. Os cantores, a maioria de Curitiba, realizaram toda sua formação em música erudita na capital paranaense. O barítono Claudio de Biaggi gosta de ver a surpresa do público, muitos não esperando um concerto. Ele explica que a proximidade com as pessoas é uma das características desse tipo de intervenção. “É muito interessante a possibilidade de interagir mais de perto com a plateia, para que eles se sintam dentro da ópera”, comentou.

O PROJETO A Ópera no Café teve início em 2011, inspirada por um projeto semelhante que acontecia na Espanha. Segundo a gerente executiva do Sesc Paço da Liberdade, Celise Niero, a ideia central do projeto é surpreender as pessoas com a música erudita. “Nós escolhemos a ópera e optamos por árias fáceis, de obras importantes e de fácil assimilação”, afirmou. Para a auditora fiscal Leonora Garan, que acompanha há vários anos as Oficinas de Música de Curitiba, apesar do programa curto, a ideia foi muito boa. “Eu achei ótimo, e para o público que não é tão aficionado de ópera, é uma maravilha.”. A turista portuguesa Maria Amélia também se surpreendeu. “Eu já assisti a uma apresentação semelhante em uma estação de trem na Espanha, então achei muita graça que em Curitiba também já há”, testemunhou. T

O barítono Claudio de Biaggi e a soprano Renata Bueno durante apresentação de ópera no Café do Paço

31ª Oficina de Música de Curitiba Durante a 31ª Oficina de Música de Curitiba, que aconteceu de 9 a 29 de janeiro, o Sesc Paço da Liberdade promoveu diversas atrações e atividades voltadas à educação e à música. Além da Ópera no Café, o público que passou pela unidade e pela Praça Generoso Marques durante o evento pôde conferir o cinema na Praça, que apresentou durante três dias consecutivos, em uma tela gigante, três longas metragens nacionais sobre música. Além disso, dois shows com a dupla Marcelo Jeneci e Laura Lavieri, oficinas voltadas para professores e músicos, apresentações, concertos, palestras e workshops abertos ao público completaram o clima musical presente em toda a cidade.

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Investimento Parceria

Senac e Hospital Angelina Caron assinam convênio Texto e fotos: Karla Santin

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Senac PR e o Hospital Angelina Caron ampliaram a parceria que mantêm desde 2008, com a assinatura de um convênio para intercâmbio técnico e científico. A iniciativa vai beneficiar colaboradores e a comunidade, com a realização de cursos de aprendizagem, treinamento para funcionários do hospital e estágio supervisionado de alunos dos cursos técnicos de saúde do Senac. O termo foi assinado no dia Da esquerda para direita: o diretor regional do Senac PR, Vitor Monastier; o presidente do 29 de janeiro pelo presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana; o fundador do Hospital Angelina Caron, Marco Caron; e o presidente da Sociedade Hospitalar Angelina Caron, Isomar Kasper Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana; pelo direaprendizagem, que recebeu o nome nac pode contribuir muito na qualitor regional do Senac PR, Vitor Monastier; pelo fundador do Hospital de Aprendi no Caron. Diversos jo- ficação dos profissionais que atuam Angelina Caron, Marco Caron; e pelo vens de Campina Grande do Sul e nos serviços de alimentação de um presidente da Sociedade Hospitalar proximidades tiveram sua primeira hospital. Além do atendimento méexperiência profissional no hospital dico, um hospital precisa funcionar Angelina Caron, Isomar Kasper. como um verdadeiro hotel”. Segundo Monastier, dos qua- e muitos foram efetivados. Para Marco Caron, o treinamenTambém participaram do evento se 100 mil atendimentos realizados pelo Senac em 2012, aproximada- to dos colaboradores vai ampliar a de assinatura o presidente da Federamente 10% foram para a qualificação qualidade dos serviços do hospi- ção dos Hospitais e Estabelecimende profissionais para a área da saúde, tal. “Essa parceria deu muito cer- tos de Serviços de Saúde do Estado em cursos técnicos, capacitações e to todos esses anos e agora, ao ser do Paraná (Fehospar), Renato Meaperfeiçoamentos. “Faremos um in- ampliada, será ainda mais produti- rolli; o administrador do Hospital tercâmbio com um hospital de refe- va para o hospital e para o Senac Angelina Caron, Bernardo Caron; rência para nos aproximar ainda mais também. Nosso hospital está cres- o diretor de Recursos Humanos do das tendências e anseios do mundo cendo, em número de funcionários e hospital, Maurício Sollak; a coordedo trabalho desse importante seg- pacientes, e sentimos a necessidade nadora de Educação e Tecnologia do mento”, enfatizou o diretor regional de aperfeiçoar o conhecimento de Senac PR, Carina Bárbara Bechert; a nossos colaboradores”, avalia. gerente executiva do Senac Curitiba, do Senac PR. Darci Piana falou sobre a colabo- Daniela Rosa de Oliveira; a assessora A parceria entre o Senac e o Angelina Caron começou há cinco anos, ração do Senac em áreas estratégicas de Comunicação e Marketing do Separa a realização do programa de de uma instituição de saúde. “O Se- nac PR, Ana Paula Zettel. T 34

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Investimento Pronatec

Pronatec Copa na Empresa prepara o mercado para o turismo Empresários do setor podem qualificar seus funcionários gratuitamente Texto: Carolina Lara

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Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) está com uma nova modalidade para atender à demanda de qualificação de mão de obra das empresas ligadas ao turismo. Trata-se do Pronatec Copa na Empresa, destinado a qualificar, gratuitamente, os profissionais empregados no segmento. Nesta modalidade, a empresa escolhe o curso, horário, local e frequência das aulas. Além dos cursos serem gratuitos (tanto para a empresa, quanto para o funcionário), o aluno recebe um auxílio estudantil no valor de R$2,00 por hora/aula assistida. Cidades sede da Copa do Mundo 2014, municípios do entorno e alguns destinos turísticos brasileiros já consolidados no cenário nacional e internacional serão beneficiadas com os cursos da modalidade, somando 119 cidades. No Paraná, nove cidades podem participar: Curitiba, Antonina, Guaraqueçaba, Lapa, Morretes, Paranaguá, Ponta Grossa, São José dos Pinhais e Foz do Iguaçu. Toda empresa situada em uma das cidades de abrangência do pro-

grama que esteja ligada ao turismo pode pleitear turmas. Os segmentos contemplados são hospedagem, alimentação, agenciamento de viagens, organização de eventos, aluguel de veículos, transporte de turistas, corporações de segurança pública para qualificação em idiomas, além de funcionários dos aeroportos, portos e terminais rodoviários nacionais e internacionais. CURSOS SENAC No Senac Paraná, o portfólio de cursos inclui 18 diferentes títulos (veja lista a seguir). Para beneficiar-se é preciso que a empresa procure a Secretaria de Estado do Turismo do Paraná (Setu) e realize um cadastro. Após esta etapa são acordados os detalhes como local, horário e frequência das aulas. As turmas poderão ser formadas por profissionais de um mesmo empregador ou, se o número de alunos for insuficiente para formar uma turma, poderá haver a associação de empresas sob a responsabilidade de uma instituição representativa, como sindicatos e associações.

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Cursos para as empresas de Turismo no Senac PR: • • • • • •

Atendente de Lanchonete – 196h Auxiliar Administrativo – 198h Auxiliar de Cozinha – 236h Auxiliar de Pessoal – 180h Auxiliar de RH – 182h Camareira em Meios de Hospedagem – 200h

• • • •

Espanhol básico – 160h Garçom – 200h Inglês básico – 200h Mensageiro em Meios de Hospedagem – 196h

• • • • • • •

Monitor de Recreação – 230 h Organizador de Eventos – 180 h Padeiro Confeiteiro – 300h Pizzaiolo – 196h Recepcionista – 180h Recepcionista de Eventos – 200h Recepcionista em Meios de Hospedagem – 196h

• Sushiman – 236h

Quatorze diferentes cursos já estão disponíveis para início imediato nas cidades de Curitiba, Foz do Iguaçu, Paranaguá e Ponta Grossa. Mais informações podem ser obtidas no Senac de cada município. T

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Moda Investimento e Estilo

É de tirar o chapéu Mais do que um acessório de proteção, o chapéu é símbolo de personalidade e atitude Texto: Silvana Kogus

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eça importante e obrigatória do vestuário masculino nos anos 30, o chapéu perdeu sua popularidade com o passar do tempo, mas nunca saiu da cabeça das pessoas. Ele voltou como um acessório de quem tem estilo e é tendência na moda atual. Os primeiros acessórios que lembravam um chapéu surgiram por volta do ano 4.000 a.C. no antigo Egito, na Babilônia e na Grécia. Neste período ele possuía uma função prática, a de

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proteger a cabeça. O primeiro chapéu efetivamente usado foi o "Pétaso" cuja origem é grega e remonta ao século IV a.C. Mais que um complemento, o chapéu por muito tempo foi símbolo de status e poder, traduzindo a religiosidade, a cultura de um país ou a personalidade de uma determinada pessoa. Passeando pelo centro de Curitiba não é difícil encontrar lojas que vendam o acessório, mas um lugar em especial convida para um olhar mais demorado.

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Fundada no fim dos anos 50, a tradicional Casa Coelho funciona no térreo do edifício Santa Júlia, na Praça Osório. O estabelecimento atravessou vários períodos importantes da história sempre mantendo a tradição na venda de chapéus, bengalas, roupas, gravatas e outros acessórios. Ao entrar na loja, o cliente tem a impressão de voltar no tempo. Toda a agitação e movimentação de Curitiba deixam de existir por alguns minutos, é como se o cliente revivesse a


O SENHOR DOS CHAPÉUS Natural de Guaxupé (MG) Coelho veio para o Paraná aos cinco anos de idade. Aos 11 anos trabalhou como estafeta (antigo nome para office-boy), mais tarde com seu pai no ramo de contabilidade e, aos 23 anos, como vendedor de automóveis. Coelho ainda lembra os compradores dos primeiros Volkswagens que chegaram a Curitiba: o médico Orlando de Oliveira Mello, Farias de Oliveira e José Saldanha.

elegância das décadas de 40 e 50. O estabelecimento pertence a Carlos da Costa Coelho, de 90 anos. Frequentador da Boca Maldita, todo domingo vai à rua a fim de cumprimentar seus velhos amigos. Seu Coelho chama a atenção por onde passa, não só pelo visual impecável, mas também pela educação e garbo. Entre suas maiores preocupações estão a qua-

lidade de seus produtos e os funcionários preparados para atender bem os clientes. Tanto cuidado atrai gerações. “Muitas pessoas que compraram aqui há 40, 50 anos trazem seus netos e ficam emocionados ao entrarem na loja, porque não mudamos a estrutura. Acho que eles fazem uma viagem no tempo”, afirma. O empresário revela também que a loja funciona como ponto de encontro. “Muitos amigos vêm à loja bater papo, contar coisas pessoais ou pedir conselhos. Meu escritório funciona como uma espécie de confessionário”, conta com bom humor.

Anos mais tarde decidiu trocar o comércio automotivo pelo ramo de confecções. “Sempre sonhei em ter uma loja como esta, que vendesse roupas e artigos para homens, coisa fina”, comenta com orgulho. Carlos é categórico quando diz que a moda muda muito. Ele conta que nas primeiras décadas, o uso de paletó e gravata era obrigatório e o chapéu completava o traje. Mas já na década de 60 o comércio do acessó-

rio começou a cair. “Muitos diziam que os carros se tornaram mais baixos e para entrar nele o chapéu atrapalhava, por esse motivo perderam o costume de usá-lo”. Para ele, trabalhar com o produto é muito mais do que uma questão de lucro.“Vendo chapéus porque gosto de trabalhar com produtos nobres e gosto de ver as pessoas bem vestidas”, afirma, revelando que também tem sua coleção pessoal com mais de 18 itens.

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Moda Investimento e Estilo

O MAIS VENDIDO: CHAPÉU PANAMÁ Apesar do nome, tem sua origem no Equador. O acessório recebeu esta denominação no início do século XX, nas obras de construção do Canal do Panamá quando franceses e americanos começaram a imitar operários locais, usando chapéus para se proteger do calor e da umidade. Ao retornarem a seus países, eram perguntados de onde vinham aqueles chapéus e respondiam: do Panamá!

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CADA UM COM A SUA CABEÇA No Brasil o tamanho do chapéu é o mesmo da circunferência da cabeça em centímetros. Portanto, se a circunferência da cabeça do cliente for de 57cm, o chapéu terá a mesma medida. De acordo com a instrutora de moda do Senac Curitiba, Fabianna Pescara, os materiais usados na confecção do chapéu variam de acordo com a região. Os mais tradicionais são feitos de palha, tecido e feltro. Este último é

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obtido de pelos de animais. “Na região sul do Brasil, por exemplo, os modelos mais usados são os feitos a base de feltro, por serem mais resistentes ao frio e à chuva”, explica. Fabianna relata que o chapéu tornou-se um item de estilo, usado por pessoas que valorizam o antigo. “O retorno do chapéu reflete a importância do retrô na vida das pessoas e seu desejo de retroceder, ao considerarem que tudo o que é antigo é melhor, mais interessante e mais bonito”, complementa. T


Investimento Sindicato

Pela sindicalização feminina Presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio e do Comércio Varejista de Gênero Alimentícios de Prudentópolis busca atrair cada vez mais mulheres para a força sindical Texto: Isabela Mattiolli

é raro ver mulheres representando sindicatos, porém se hoje temos uma mulher à frente da Presidência da República, por que não no meio sindical? Hoje, nós mulheres, estamos cada vez mais envolvidas com ramos que, antigamente, eram bem masculinizados”, avalia. FORÇA SINDICAL O Sindicato dos Lojistas do Comércio e do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de Prudentópolis visa o fortalecimento do comércio local. Por meio de um sindicato forte, a entidade representa os interesses e necessidades dos empresários da classe. “Há mais de 53 anos, o sindicato atua pró-ativamente na defesa da classe empresarial, contribuindo para seu crescimento e amadurecimento. Um sindicato forte é aquele que integra os comerciantes ao cooperativismo, mantendo esse elo e reforçando um bom relacionamento entre ambos”, considera a presidente da entidade. Cristiane Rossetim também reforça as ações promovidas pelo sindicato em prol a seus associados. “A Convenção Coletiva de Trabalho é uma delas, cursos e palestras e o

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empresária Cristiane Guimarães Boiko Rossetim se considera uma pessoa ativa nas entidades representativas de classe, desde que começou a trabalhar com o comércio aos 18 anos. Quando foi indicada a integrar a diretoria do Sindicato dos Lojistas do Comércio e do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de Prudentópolis, a empresária aceitou com receio, mas hoje comemora o seu reconhecimento à frente da entidade. Fundando em 29 de abril de 1959, o sindicato representa atualmente 193 empresas – 90 delas geridas por mulheres que se filiaram após a gestão de Cristiane, feito que a presidente divide com a Câmara da Mulher Empreendedora e Gestora de Negócios. “Por ser mulher, acredito que tive facilidade em criar esse vínculo maior com as empresárias da cidade”, revela. A ascensão da mulher no mercado de trabalho não é novidade, tampouco na gestão de empresas, porém ainda há pouca participação na força sindical, segundo a presidente do Sindicato de Prudentópolis o que, na sua visão, está mudando. “No início sempre há resistência. No meu caso, acredito que as dificuldades foram superadas porque eu acabei trazendo pessoas que não estavam tão ambientadas a esse meio. Confesso que

“Há mais de 53 anos, o Sindicato atua pró-ativamente na defesa da classe empresarial, contribuindo para seu crescimento e amadurecimento” Cristiane Guimarães Boiko Rossetim, presidente do Sindicato dos Logistas do Comércio e do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de Prudentópolis

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Investimento Sindicato acordo de horários especiais de funcionamento do comércio”, pontua. Diversas ações são realizadas pelo sindicato em parceria a outras entidades. O Sistema Fecomércio Sesc Senac PR está sempre à disposição do Sindicato dos Lojistas do Comércio e do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de Prudentópolis. Cristiane comenta sobre os cursos de capacitação ofertados pelo Senac aos empresários do comércio e seus funcionários e pelo trabalho desenvolvido pelo Sesc, em atividades recreativas e culturais voltadas aos comerciários e a comunidade de forma geral. “A Câmara da Mulher Empreendedora e Gestora de Negócios também é peça fundamental dentro do nosso sindicato, pois estimula o espírito de associativismo entre as mulheres de negócios da nossa cidade”, completa. COMÉRCIO LOCAL Prudentópolis conta hoje com uma população de aproximadamente 50 mil habitantes e com um comércio em pleno desenvolvimento. “Vejo que temos um comércio que une esforços, e está cada vez mais atualizado e atento a novas informações e formações. Hoje, podemos dizer que por mais que seja uma cidade do interior, o nosso comércio não perde para o dos grandes centros”, analisa.

O crescimento do comércio local também é reflexo da vinda de um escritório da Junta Comercial do Paraná para o município – uma das ações realizadas por estímulo do sindicato com outras entidades. “O sindicato buscou por meio da Fecomércio PR e junto ao Governo do Estado trazer a Junta Comercial para cá. Agora, os empresários não precisam mais se deslocar a outras cidades para abrirem suas empresas”, comemora.

As lutas continuam e o próximo passo, segundo a presidente, é a mudança da sede da entidade, que será instalada junto à unidade do Senac em Prudentópolis. “A nova sede está em fase de implantação. Com ela gostaríamos de aumentar ainda mais o vínculo com o Sesc e o Senac e trazer mais filiados para a nossa entidade”, planeja. T

SERVIÇO SINDICATO DOS LOJISTAS DO COMÉRCIO E DO COMÉRCIO VAREJISTA DE GÊNEROS ALIMENTÍCIOS DE PRUDENTÓPOLIS.

R. Prefeito Antônio Witchemichem, 777 – 2º andar – Prudentópolis (PR) sindicomerciolojista@hotmail.com | (42) 3446-6457

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Investimento

Hotel Sesc Cascavel Vem aí uma nova opção de turismo e lazer para a região Oeste Texto: Karla Santin

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Sesc vai construir seu segundo hotel no Paraná, agora em Cascavel, depois do Centro de Turismo e Lazer Sesc Caiobá, em funcionamento há pouco mais de um ano no Litoral. De acordo com o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana, o hotel vai estimular o desenvolvimento do turismo, além de proporcionar uma opção de lazer para a população de Cascavel e municípios vizinhos. “A região onde será instalada a unidade agrega 4,5 milhões de habitantes, que poderão usufruir das instalações. O turismo local também irá ganhar com o hotel do Sesc, que atrairá diversos turistas vindos de outros estados brasileiros e do exterior”, assegura Piana. TRANQUILIDADE DO CAMPO O hotel do Sesc será construído na zona rural de Cascavel, às margens da BR 277, em uma área de 109 hectares, com muito verde e nascentes de águas. O prédio principal vai contar com diversos apartamentos, centro de convenções, área de lazer e restaurante. O café e o piano-bar darão acesso a um deck, com vista panorâmica para as piscinas, para o bosque de eucaliptos e para a reserva florestal. A área das piscinas terá quiosque, vestiários, fraldário, enfermaria e espaço fitness.

Vista aérea da localização do futuro hotel

E essa é só a parte do hotel. O complexo turístico ainda terá chalés e muitas outras opções de lazer e diversão com as quadras de vôlei e futebol society, quadra coberta, churrasqueiras (com banheiros), oficina de arte, trapiche para pesca, lago com pedalinho e caiaque, mi-

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Investimento

Perspectiva da fachada

ESTAÇÃO SESC Com os trilhos da Ferroeste cortando parte do terreno, será construída uma estação de trem, com design semelhante ao das antigas estações ferroviárias, do século XIX, quando esse meio de transporte começou a levar passageiros e mercadorias pelo país inteiro. “A estação do novo Sesc Cascavel terá condições de receber os trens que transportam turistas, entre eles o trem de luxo. Os passageiros poderão ficar hospedados em nosso hotel, para então seguir viagem rumo à terra das Cataratas”, projeta Darci Piana. APOIO DO EMPRESARIADO A construção do centro de lazer e turismo é uma antiga aspiração dos empresários do comércio. “Este é um sonho para Cascavel, que começa a tomar corpo. O hotel do Sesc irá impulsionar o desenvolvimento cultural e turístico da cidade, atraindo ainda mais gente para cá, seja para investir ou se divertir nesse novo espaço”, avalia o presidente do Sindicato dos Lojistas e do Comércio Varejista de Cascavel e Região (Sindilojas), Paulo Beal, que participou ativamente da busca pelo terreno ideal, bem como o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Veículos, Peças e Acessórios para Veículos de Cascavel (Sincopeças Cascavel), Sandro Augusto Sabadin, e o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Oeste do Paraná (Sinfarma), Nelcir Ferro. O apoio do empresariado foi fundamental para a escolha da área.

Perspectiva aérea das piscinas

Perspectiva do conjunto de edificações

nifazenda, fazenda modelo, horta de orgânicos, viveiro, haras, bosque para trilhas, arborismo e tirolesa e um mirante. O projeto foi elaborado pelos arquitetos do Sesc PR, Ângela Cristina Kawka, Maurício D’Elia e Fernanda Foltran, que se inspiraram no Sesc Caiobá e visitaram hotéis de outros regionais do Sesc pelo país. “Alguns detalhes do prédio principal, como os arcos das fachadas e as molduras das janelas, remetem ao estilo neoclássico”, explica Ângela.

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SUSTENTABILIDADE Como a natureza será um dos principais atrativos do complexo, os arquitetos do Sesc dedicaram atenção especial para ao meio ambiente. O hotel será ecologicamente correto e sustentável. A água da chuva será reutilizada nos viveiros, limpeza de calçadas e para irrigar a horta de orgânicos e pomar, que irão abastecer a cozinha do hotel. O tempo ensolarado vai fornecer a energia para o sistema de aquecimento solar. O aproveitamento da ventilação e iluminação naturais deve minimizar o consumo de energia elétrica. Ainda será feito o gerenciamento de resíduos sólidos, com a separação, compostagem, reciclagem do lixo. T


Jonas Oliveira/AEN

Vocações Investimento paranaenses

Cascavel: Conexão entre o campo e a cidade Com uma das maiores produções agrícolas do Paraná, município projeta ser a metrópole do Oeste, sem tirar o pé do campo Texto e fotos: Karla Santin

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fevereiro, a hospitaleira cidade de Cascavel está mais agitada do que nunca. Em época de Show Rural Coopavel é sempre assim. Milhares de pessoas de municípios vizinhos e caravanas de outros estados e até de outros países vêm conferir as novidades ou simplesmente conhecer uma das características natas da cidade, que é a agricultura. Quando o agricultor olha para o céu à procura de chuva antes do plantio, ele sabe que a semente lançada na lavoura vai ser colhida, também, em outros setores, como o comércio. “Costumo dizer que quando a agricultura vai bem, o comércio vai bem. Nosso setor é diretamente influenciado pelo resultado da safra, e a economia do Paraná de modo geral, uma vez que o agronegócio é responsável por 35% do PIB do estado”,

afirma o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana. De acordo com o assessor econômico da Fecomércio PR, Vamberto Santana, a forte correlação entre o comércio e a agricultura é mais evidente quando a safra é boa. E a deste ano promete ser recorde, com um incremento de 12%. “Há uma cumplicidade entre uma boa safra e o setor do comércio e de serviços dos centros urbanos das áreas produtivas. Esse efeito é sentido diretamente com o aquecimento das vendas e maior movimentação na cadeia econômica”, avalia. CAMPEÕES DE VENDAS A Pesquisa Conjuntural da Fecomércio PR revela que o comércio da região Oeste, que compreende os municípios de Cascavel, Toledo e Marechal Cândido Rondon, cres-

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ceu 11,49% em 2012. O resultado ficou acima da média paranaense, de 5,82%, e superou todas as cidades pesquisadas. Os setores que registraram os maiores crescimentos percentuais de vendas foram: Móveis, decorações e utilidades domésticas

21,83% Materiais de construção

18,59% Livrarias e papelarias

15,02% Autopeças e acessórios

14,84% Supermercados

8,85% SISTEMA FECOMÉRCIO SESC SENAC PR

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Vocações Investimento paranaenses Radiografia do comércio cascavelense

METRÓPOLE DO OESTE Cascavel possui 19.274 empresas instaladas, que empregam formalmente 84.186 trabalhadores, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). É o quinto município mais populoso do Paraná, com 286.205 habitantes, conforme o censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). E, em 2012, chegou a mais de 200 mil eleitores, presenciando, pela primeira vez, o segundo turno nas eleições municipais. Durante a reinauguração do aeroporto, no dia 5 de fevereiro, o prefeito Edgar Bueno teve convicção ao afirmar que Cascavel está predestinada a ser uma grande metrópole. “A ampliação de nosso terminal aéreo veio em boa hora, pois Cascavel vive um bom momento de desenvolvimento e consolidação de sua economia”, discursou o prefeito.

Bom gosto na decoração Os cascavelenses trocam os móveis e a decoração com frequência, segundo Celéria Battisti Janecki, sócia da Biba Móveis, empresa que atua há 20 anos na fabricação e venda de mobiliário e objetos para casa. Prova disso é que este foi o setor que obteve o maior faturamento em 2012. “Os clientes gostam de ter um ambiente decorado com o que é tendência. Recebemos na loja tanto pessoas que estão mobiliando a casa pela primeira vez, quanto aqueles que desejam repaginar o ambiente residencial”, afirma. A proprietária credita o excelente volume nas vendas ao grande número de construções na cidade.

Cidade em obras Nos últimos anos, Cascavel vive sua expansão imobiliária. As lojas de materiais de construção registraram o melhor índice de vendas do estado, com um acréscimo 18,59%. “Toda Cascavel está em obras. A cidade está crescendo em todos os sentidos. Quem não está construindo, está reformando ou ampliando sua casa”, avalia o proprietário da MadeFrizzo, Evandir Frizzo. Apesar de um primeiro semestre fraco, o setor se recuperou nos meses seguintes. “Esperamos por um crescimento acima da média nos próximos dois anos. Ainda mais com a safra recorde, que refletirá positivamente em nossas receitas”, presume.

Caneta e papel Mesmo com um crescimento de 15,02%, quatro vezes superior à média paranaense, de 3,5%, as livrarias e papelarias sofrem com a concorrência acirrada, especialmente de empresas de outros estados. O sócio da Livraria e Papelaria Shuster, Marcos Claudio Shuster Junior, tem observado o fechamento dos pequenos estabelecimentos ao longo dos anos, o que reforça a necessidade da profissionalização e qualificação do setor. “A venda de material escolar é sazonal. Por isso temos investido em materiais para escritório e suprimentos de informática, periféricos para computador. E para repassar melhores preços aos clientes, me junto a outras papelarias para comprar volumes maiores e conseguir descontos dos fornecedores”, revela.

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Paladar apurado Antigamente, as famílias saiam do sítio e se deslocavam até a cidade para fazer a grande compra de alimentos do mês. Mas o costume de fazer o “rancho” ou manter uma despensa ficou no passado. O presidente do Sindilojas Cascavel e sócio do grupo Super Beal, Paulo Beal, explica que as pessoas têm ido ao supermercado com mais frequência, duas ou três vezes por semana. “Essa maior visitação ao supermercado é uma tendência mundial que aqui se acentua também. Com isso, o consumidor acaba comprando produtos mais frescos e tem uma alimentação mais saudável”, comenta. Com lojas em Cascavel e em Curitiba, Beal diz que o cascavelense está refinando seu paladar. “Observamos uma intensificação da busca por produtos gourmet. O consumidor está melhorando a qualidade dos alimentos e bebidas que leva à sua mesa, dando prioridade ao sabor”, analisa.

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PREPARAÇÃO PARA O FUTURO Para elevar o município a uma posição de destaque, a poder público municipal terá bastante trabalho e já começa a investir em infraestrutura. O vice-prefeito e secretário de obras, Mauricio Querino Theodoro, enumera as principais obras previstas para o município. “Conseguimos, junto ao BID, o Banco Interamericano de Desenvolvimento, a liberação de R$110 milhões para investir em melhorias urbanas e que vão mudar completamente o transporte público da cidade. Teremos canaletas exclusivas para ônibus, cinco terminais de passageiros e 35 novos quilômetros de ciclovias”, explica. O recurso, incrementado pela contrapartida do município, também será canalizado para a implantação de quatro parques ambientais e quatro centros de convivência para a criança, juventude e terceira idade. Outro projeto, uma promessa de campanha, é asfaltar 594.314 m2


NOS TRILHOS DO PROGRESSO Ainda há a promessa de que, daqui uma década, Cascavel terá o maior entroncamento ferroviário do país. O status será alcançado a partir de duas grandes obras: da nova linha férrea entre Cascavel e Paranaguá,

anunciada no ano passado, durante reunião do Fórum Permanente Futuro 10 Paraná, do qual a Fecomércio PR é integrante, e pela Norte-Sul, um projeto do Governo Federal que pretende estender a ferrovia até o Rio Grande do Sul. “Juntas, essas ferrovias poderão movimentar 65 milhões de toneladas por ano em Cascavel, volume equivalente a um porto e meio de Paranaguá, que hoje movimenta 42 milhões de to-

neladas”, calcula o vice-prefeito. “Esse empreendimento fortalecerá a economia de toda a região e nos ajudará a preparar Cascavel para os próximos 15 anos, quando chegará a 500 mil habitantes. O nosso desafio é amparar essa evolução, garantindo à população o acesso a serviços importantes como saúde e educação, a fim de trazer mais qualidade de vida para os cascavelenses”, reitera o vice-prefeito. T

Arquivo/Prefeitura Cascavel

ainda sem pavimentação. Além da melhoria da rede de abastecimento de água e esgoto, em parceria com o governo estadual.

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Imprensa Show Rural Coopavel

Agronegócios

Show Rural, um mundo tecnológico O maior evento agroindustrial do sul do país chega a 25ª edição com milhares de atrações e um show de tecnologia em todos os setores Texto: Ernani Buchmann

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mastro fino e flexível suporta no alto a bandeira brasileira, marcando a entrada de um mundo chamado Show Rural. Os fiscais no estacionamento encaminham os motoristas às vagas. O número de automóveis e camionetes indica que o parque

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está lotado. Prepare-se para andar, diz alguém. Imagino o quanto: dez minutos, quinze? Enfim, foram só cinco sob o sol, depois as passarelas cobertas nos levam ao centro nervoso da feira. Não tente escolher um caminho, deixe-se levar por eles. Você tem o

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que ver a cada passo. Tente-se guiar pelas antenas de celular: no entorno delas também estão os estúdios das emissoras de TV e de rádio, transmitindo ao vivo. As editoras distribuem suas publicações, com a supersafra agrícola servindo como chamariz para o conteúdo.


Karla Santin Imprensa Show Rural Coopavel

Um enorme silo amarelo traz a marca do Banco do Brasil. O público faz fila para subir a escada em caracol, ver o espetáculo de cima. O banco do governo não é o único a estar presente. Também estão ali seus concorrentes e as cooperativas de crédito, abrindo novas perspectivas aos produtores. As entidades que representam a agroindústria convidam seus filiados, promovem palestras. Os stands são confortáveis, salas de descanso para quem precisa gastar a sola da botina. Servem sucos, refrigerantes, cafezinho. Não é à toa que o evento tem como nome oficial Show Rural Coopavel. As cooperativas são parte fundamental no crescimento do setor. A parte mecânica da feira há muito deixou de ser apenas mecânica. Agora os tratores e as imensas máquinas de plantar e colher trazem tamanha tecnologia que parecem produtos do vale do silício. A antiga boleia virou cabine de comando, dotadas de ar condicionado e aplicativos tão diversos que incluem acesso em tempo real a sites meteorológicos. O próximo passo é a exclusão da cabine e do piloto, substituídos por comandos remotos, transformando as máquinas em robôs, capazes de atingir o dobro da velocidade e diminuir as perdas. Há insumos para todas as culturas: sementes, fertilizantes, defensivos. E mais ainda: estão lá as próprias culturas. Um velho produtor explica que aquele tipo de soja que vemos plantada na nossa frente é o tipo mais adequado à região de Cascavel. Pergunto quantas espécies temos. Ele tira o chapéu, trata de enxugar o suor da testa com a ignorância do jornalista da capital: mais de 300, ensina paciente. O desafio agora é colher 70 sacas de soja por hectare, daqui a dois anos. As plantações experimentais ocupam grande parte da área. Em volta delas, stands que oferecem os últimos

modelos de automóveis, os utilitários mais desejados. E também móveis, projetos de casas, móveis. Uma visita completa ao evento exige um dia inteiro, tempo que não temos. A presidente Dilma Roussef elogiou os jardins, as flores que fazem colorir os canteiros. Nem as milhares de pessoas que dançaram ao som de Michel Teló, ontem à noite, foram capazes de macular o trabalho dos jardineiros. Vamos para o restaurante. As filas andam rápido, o buffet tem dezenas de assistentes, ajudantes, auxiliares, assadores. Muitos se deixam ficar, engatando uma conversa sobre as atrações deste ano. Outros relembram quando tudo começou, há 25 anos. A jornalista cascavelense que senta ao meu lado desfia os dados esti-

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mados para esta edição: pelo menos 25 mil pessoas por dia, o total deve superar 200 mil visitantes. Peço que ela faça uma estimativa do quanto será movimentado em negócios. A previsão é superior a R$1 bilhão. Alguém avisa que nossa van vai zarpar em dez minutos. Saio curioso, ainda procurando encontrar um ou outro item que me passou despercebido. Há pelo menos algumas perguntas sobre a lavoura de milho que deixei de fazer. E não escondo a incredulidade com esta fusão de agricultura, indústria e comércio que se chama agronegócio, a força da nossa economia. Só me resta prometer voltar ano que vem. O que pude ver não representa nada deste mundo que se renova a cada ano e que se chama Show Rural. T SISTEMA FECOMÉRCIO SESC SENAC PR

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Investimento Obras

Willkommen Senac! Bem-vindo

Começam as obras para a construção da escola do Senac em Marechal Cândido Rondon Texto e fotos: Karla Santin

Autoridades visitam obra do Senac Marechal Cândido Rondon

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município mais germânico do Paraná vai ganhar uma escola do Senac. A construção da Unidade de Educação Profissional em Marechal Cândido Rondon começou em janeiro, com o trabalho de terraplenagem. O prazo para execução da obra é de 12 meses. O presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana, esteva em Marechal C. Rondon paraverificar o início da obra. “Serão investidos mais de R$7 milhões na edificação do prédio e nos equipamentos de última geração para a qualificação de mão de obra. A cidade e a região vão ganhar muito, principalmente aqueles que precisam de cursos de qualificação”, afirmou Piana. “Nossa cidade possui uma carência muito grande de mão de obra e esta escola do Senac será muito boa para os empresários e para os trabalhadores do comércio, pois irá preparar pessoas para inúmeras profissões”, destacou o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de 48

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Marechal Cândido Rondon (Sindicomar), João Odorico de Souza Para o prefeito de Marechal Cândido Rondon, Moacir Froehlich, é preciso elevar a qualificação dos trabalhadores do comércio e de todos os envolvidos para que a economia do município se desenvolva ainda mais. “A vinda do presidente do Sistema Fecomércio, Darci Piana, para verificar in loco o início da obra é uma demonstração do compromisso e da atenção que ele tem por nossa cidade”, avaliou Froehlich. A visita à obra foi acompanhada por autoridades e lideranças locais, pela diretoria da Câmara da Mulher (CMEG) de Marechal Cândido Rondon e do Sindicomar, pelo diretor regional do Senac PR, Vitor Monastier; pelo diretor regional do Sesc PR, Dimas Fonseca, e pelo vice-presidente da Fecomércio PR e presidente do Instituto Fecomércio de Pesquisa e Desenvolvimento (IFPD), Ari Faria Bittencourt. ESTRUTURA A escola terá 1.512 m² e ficará

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localizada em uma área de sete mil metros quadrados, doada pela prefeitura. A unidade terá cinco salas de aula convencionais, biblioteca, auditório para 100 pessoas, laboratório de informática, ambiente pedagógico de cabeleireiro e cozinha didática. Darci Piana explica que a oferta de cursos irá priorizar os setores do comércio em que há maior demanda de profissionais qualificados, como as áreas de vendas e crédito. Os cursos técnicos, especialmente os da área da saúde, com carga horária superior a 800 horas, também farão parte da programação. “O Senac possui mais de 500 cursos em seu portfólio e todos eles virão para Marechal Cândido Rondon. Não haverá diferenciação entre a programação da capital e da interior, cidade grande ou pequena. A qualidade do Senac é a mesma, em qualquer lugar e unidade”, reiterou o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR. T


Investimento Case de sucesso

Oportunidade e dedicação, uma receita para o sucesso Aprendizagem ajuda adolescente a superar dificuldades e engrenar a carreira Texto: Carolina Lara

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om 19 anos, a ex-aluna do Senac Paranaguá, Paula Demetrio da Silva, é prova de que oportunidade e dedicação formam a receita básica para o sucesso profissional. Com menos de dois anos de experiência, Paula tornou-se responsável por quase 400 funcionários do supermercado onde trabalha como encarregada de Recursos Humanos (RH), e ainda ajuda a sustentar a mãe e a irmã. A trajetória começou com a oportunidade de entrar no Programa de Aprendizagem, no início de 2011. A família passava por dificuldades financeiras quando a menina come-

çou a procurar uma solução para poder ajudar mais em casa. “A gente não tinha recurso para sobreviver e morávamos em uma casa emprestada.” Foi então que Paula entrou em contato com a Secretaria Municipal da Criança, que a encaminhou para uma entrevista do Programa de Aprendizagem. A resposta positiva veio poucos dias depois, na data do seu aniversário. “Foi um presente”, lembrou. Paula passou a dividir o tempo entre escola regular, prática profissional e aulas teóricas do curso de Aprendizagem em Serviços de Supermercado, no Senac. “Eu era

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muito dedicada. Eu acredito que se você quer, se você se esforça para uma coisa, um dia você vai ter na sua vida”, revelou. Após um ano, em fevereiro de 2012, de todos os aprendizes que concluíram o programa, Paula foi a única efetivada. “Eu aprendi tudo sobre supermercado dentro do Senac. E o que eu aprendia lá, no outro dia eu aplicava no trabalho. Hoje eu continuo colocando em prática todo esse conhecimento”, contou. Com o Ensino Médio concluído, Paula planeja fazer um curso de Gestão em RH e, na metade do ano, irá prestar vestibular para Contabilidade. T SISTEMA FECOMÉRCIO SESC SENAC PR

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Investimento Pronatec Triathlon

Sol e calor

do Sesc Triathlon Circuito N

O

s participantes da 25ª Edição do Sesc Triathlon, Circuito Nacional – Etapa Caiobá foram desafiados três vezes pelo sol forte e a alta temperatura registrada no fim de semana da prova, realizada em 3 de março. Referência nacional em organização, a competição contou com o número recorde de 1.200 inscritos. Os triatletas foram classificados nas categorias Elite e Amador Olímpico, a grande novidade de 2013. Ambas com 1,5km de natação, 40km de ciclismo e 10km de corrida. Já os

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inscritos nas categorias Comerciário, Amador e Mountain Bike, fizeram a metade do percurso. Ao todo, o Sesc concedeu R$17 mil em prêmios, além de troféus. Os primeiros colocados do Masculino e Feminino das Categorias Elite e Amador Olímpico ainda receberam o troféu Globo Esporte. As largadas aconteceram das 7h da manhã às 9h, na Praia Mansa, local da natação. Os atletas seguiram com o ciclismo pela Rodovia Alexandra – Matinhos e pela Avenida do

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Contorno e finalizaram com a corrida na Avenida Atlântica até a Praça Central, local da Chegada. O Sesc Triathlon Circuito Nacional – Etapa Caiobá conta com a parceria da Polícia Militar, Polícia Rodoviária, Corpo de Bombeiros e da Prefeitura de Matinhos e apoio da RPCTV. A primeira colocada da Elite feminina, Fernanda Garcia, com 2h17min42s, salientou que a prova foi difícil. “Saí no primeiro grupo, com quatro outras triatletas. Ficamos revezando as posições no ciclismo


nos 25 anos

o Nacional – Etapa Caiobá Referência em organização, segurança e receptividade, a prova atinge recorde de participantes, sem perder o cuidado personalizado com os atletas Texto: Isabela Mattiolli e Karen Bortolini

e consegui abrir na corrida”, conta a vencedora que participa da prova desde os 17 anos. Aos 29, conquistou sua primeira vitória em Caiobá e afirma que quer continuar a participar. A segunda posição ficou com Carolina de Lima Furriela, que chegou com 2h19min03s e, em terceiro, Priscila da Silva, às 2h19min39s. No Masculino, o primeiro lugar foi de Fabio Carvalho, com o tempo de 1h55min06s. “O momento crucial para mim foi o fim da natação e o início do ciclismo, onde tudo se decidiu. Na cor-

rida eu abri uma grande vantagem”. O triatleta olímpico Diogo Sclebin, ganhador da prova no ano passado e terceiro lugar desta edição, com 1h57min41s. Em segundo, ficou Danilo Sousa, que chegou em 1h56min14s. Mas o desafio não é somente para os atletas de Elite e veteranos na prova. A triatleta Talita Lima, participante pela primeira vez da Etapa Caiobá, também concorda que a prova não foi fácil. Na categoria Mountain Bike, 25 a 99 anos, ela explica as maiores dificuldades em se

realizar esta competição. “Remamos literalmente contra a maré, a temperatura também dificulta bastante e pedalamos contra o vento. Mas cruzar a linha de chegada, é um sentimento muito grande de superação, de missão cumprida, após muitos meses de treino”, descreve. A prova, referência em receptividade, conseguiu convidá-la para outras edições. “Esta foi a minha primeira vez aqui, no aniversário de 25 anos, mas pretendo vir até completar 50 anos”, brinca a iniciante no Sesc Triathlon.

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Investimento Triathlon CONGRESSO TÉCNICO O congresso técnico, conduzido pela apresentadora do Globo Esportes, Janaína Castilho, foi realizado no dia 2 de fevereiro, no Ginásio de Esportes do Sesc Caiobá. O gerente de Esportes e Lazer do Sesc Paraná, Otton Bernardelli, explicou os aspectos técnicos da prova no regulamento aos triatletas. Ao fim do congresso houve a entrega dos kits, contendo neste ano um exemplar da revista comemorativa dos 25 anos do Triathlon. Estavam presentes no congresso, além do presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac, Darci Piana, do diretor geral do Departamento Nacional do Sesc, Maron Emile Abi-Abib, gerentes executivos do Sesc e presidentes de sindicatos. O diretor regional do Sesc Paraná, Dimas Fonseca, disse que o aniversário de 25 anos é motivo de muito orgulho para o Sesc. “Hoje, esta etapa do Triatlhon graças ao trabalho de todos é referência nacional”. Abib contou sobre como o Triathlon de Caiobá entrou no calendário nacional. “Em 2004 nasceu

O congresso técnico da 25ª Edição do Sesc Triathlon foi realizado no Ginásio de Esportes do Sesc Caiobá

a proposta de este evento ser realizado em vários estados do Brasil. Hoje acontece em Brasília, Salvador, Belém, Fortaleza, Minas Gerais e Rio Grande do Sul”. ETAPA CAIOBÁ NO CALENDÁRIO NACIONAL Precursora das provas da modalidade no Sesc, a etapa Caiobá tem papel fundamental pela criação do Circuito Nacional, como lembra Ma-

ron Emile Abi-Abib. Ele frisa que as provas do Triathlon cumprem o objetivo do Sesc de promover a convivência e a confraternização dos cidadãos. “Parabéns ao presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana, ao seu diretor regional, José Dimas Fonseca, e a todos que participam da organização deste projeto, desenvolvido com empenho e qualidade, marcas do trabalho do Sesc em todo Brasil”.

O diretor geral do Departamento Nacional do Sesc, Maron Abi-Abib; o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana; o diretor regional do Sesc PR, Dimas Fonseca, e o assessor da presidência da Fecomércio para assuntos do litoral, Sérgio Juarez Tavares

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O técnico de atividades do Sesc Caiobá, Lucio Santos, com as crianças participantes do projeto Triathlon+

TRIATHLON+ Iniciativa do Departamento Nacional do Sesc, o Triathlon+ visa à socialização e integração de crianças de famílias de baixa renda por meio da iniciação esportiva. O projeto está inserido no Programa de Comprometimento e Gratuidade (PCG) do Sesc e, no Paraná, é desenvolvido pela Divisão de Esporte e Lazer em conjunto a Direção de Educação e Cultura do Sesc PR. A unidade de Caiobá concentra as atividades do Triathlon+ no estado, desde o ano passado, com 40 crianças de 11 a 14 anos. Em 2012, quatro turmas de dez alunos participavam das aulas de natação e corrida por duas vezes na semana, com carga horária de duas horas diárias. Em novembro do ano passado, a unidade realizou o Festival Esportivo na modalidade Aquathlon, com participantes do projeto. A prova foi montada nas dependências do Sesc Caiobá Centro de Turismo e Lazer, utilizando a piscina semiolímpica aquecida e a

Rua Antonina, que dá acesso ao estacionamento do Hotel. De acordo com o técnico de atividades do Sesc Caiobá, Lucio Santos, essa foi a primeira experiência das crianças com competições, as quais vivenciaram na prática a modalidade esportiva. Para formar esses futuros atletas, o projeto também recebe apoio de outras áreas do Sesc. Noções de higiene pessoal e corporal além de sexualidade são abordadas pela Gerência de Saúde, bem como o reforço nutricional que os participantes recebem, com cardápios, avaliações e orientações educativas feitas por nutricionistas da entidade. Em 2013, a estimativa é que as aulas sejam iniciadas a partir de abril, ampliando também a faixa etária de 12 a 16 anos. RESPONSABILIDADE AMBIENTAL A 25ª edição do Sesc Triathlon Etapa Caiobá também foi marcada pela sustentabilidade. Neste ano, a

Associação de Coletores e Selecionadores de Resíduos Sólidos de Matinhos (Ancresmat) foi peça fundamental para a realização do evento. Uma barraca foi montada na Praça Central para segregar os resíduos recicláveis recolhidos nas intermediações da prova. Um total de 435kg foram recolhidos e separados pela Associação – que faz trabalho semelhante no Sesc Caiobá Centro de Turismo e Lazer em paralelo à Associação Municipal dos Agentes Ambientais de Matinhos (Amagem), as quais segregam, em média, cerca de 1,6 toneladas de resíduos recicláveis por mês provenientes das instalações do hotel. “Esse resíduo corresponde ao que foi gerado na Praça Central de Matinhos durante a realização do evento, sem contar as caixas, kits, que foram descartados aqui mesmo no Hotel Sesc Caiobá antes da prova”, explica a técnica em atividades Saúde e Meio Ambiente do Sesc Caiobá, Helen Duarte.

Resíduos recicláveis segregados durante a ação: • Copos: 112kg

• Papelão: 70kg

• Garrafas: 141kg

• Plástico Cristal: 10kg

• Latas de alumínio: 102kg

TOTAL: 435kg

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Investimento Pronatec Triathlon

25 ANOS Em 1989, ano de surgimento do Sesc Triathlon em Caiobá, foram apenas 220 participantes. Nos primeiros anos havia somente a categoria Short Triathlon, com metade das medidas olímpicas. Ao passar dos anos o evento foi sendo ampliado, seguindo a difusão da modalidade. Desde a 10ª edição passou a ter medidas olímpicas e em 2005 foi incorporado ao Circuito Nacional. Pessoas que estiveram à frente da implantação da modalidade em Caiobá, levam seu know how para as demais etapas. Diretor da Divisão de Esportes e Lazer do Sesc Paraná, Marcus Vinícius de Mello, conta que o segredo da qualidade e organização sempre foi o envolvimento da equipe de trabalho, independente dos car-

gos. O diretor frisa que o bom atendimento e a recepção dos atletas são os grandes diferenciais do evento. Já o gerente executivo do Sesc da Esquina, Adalberto Carneiro, outro dos precursores do Triathlon, relembra que os últimos 25 anos foram muito gratificantes e disse que espera contribuir por vários anos na realização das próximas edições. O ex-diretor regional do Sesc, Amauri Ribas de Oliveira, conta como o início da competição, foi difícil. “Não tínhamos a mesma estrutura, conhecimento e condições financeiras da prova como agora”. COMÉRCIO Para o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana, o Sesc Triathlon de Caiobá

agrega três valores preconizados pela entidade. “A realização da prova fomenta o comércio de Matinhos e de outras praias e balneários do entorno, pois com os triatletas vêm seus familiares e amigos, totalizando um público de aproximadamente 20 mil pessoas. Outra preocupação é com a saúde e a qualidade de vida dos comerciários e participantes, e, por fim, também cumprimos nosso papel educacional e social, pois em paralelo há o projeto Triathlon+ voltado para a iniciação esportiva de crianças de famílias com risco de vulnerabilidade social”, frisa. Para Piana estar à frente do Sistema Fecomércio PR no ano em que o Sesc comemora 65 anos de atividades no Paraná e a etapa de Caiobá do Triathlon 25 anos, é um privilégio. O prefeito de Matinhos, Eduardo Dalmora, enfatiza que a realização do evento só traz benefícios para o litoral paranaense. “A praia ficou reconhecida em cenário nacional e traz atletas de renome e participantes de todo o país. A data escolhida para a competição também é favorável, pois em março já estaríamos em baixa temporada, e assim, damos continuidade ao movimento”, destaca. T

Veja outros depoimentos sobre o Triathlon “O sucesso do evento é confirmado ano a ano. O Triathlon em Caiobá não trabalha somente com a questão esportiva, traz muita gente, movimenta restaurantes, hotéis, enfim todo o comércio do litoral”. Presidente do Simaco, Sigismundo Mazurek

“Sou aficionado por esportes. A praia mansa é ideal para a natação, conta com uma avenida plana para o ciclismo e uma pista plana e agradável para a corrida. A prova é encantadora por causa desta movimentação de pessoas, o que também é muito benéfico para o comércio”. Vice-presidente da Fecomércio PR, Paulo César Nauiack

“Eu tive a honra de ter participado de todas as edições, desde a elaboração até os dias de hoje. Só traz benefícios para o município. Um dos motivos do litoral paranaense ser conhecido nacionalmente é por conta deste evento. Destacou-se inclusive em outros países, principalmente do Mercosul”. Assessor da Fecomércio PR para Assuntos do Litoral, Sérgio J.Tavares

“Estou impressionado com o volume de pessoas que participam e as que vêm para assistir ao Triathlon. É muito importante entidades que reforçam e estimulam o turismo no estado. Nós, da Secretaria temos a incumbência direta de identificar atrativos turísticos e desenvolvê-los. Provas como esta colaboram e movimentam o turismo paranaense” Secretário de Estado do Turismo do Paraná, Jackson Pitombo C. Filho

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Pódio da Categoria Elite

Sesc Triathlon, Circuito Nacional – Etapa Caiobá

Vencedores CATEGORIA ELITE – Masculino

CATEGORIA AMADOR OLÍMPICO – Feminino

1º Lugar – Fábio Carvalho 1h55min06s

1º Lugar – Natália Brotto 2h35min16s

2º Lugar – Danilo Sousa 1h56min14s

2º Lugar – Luca Barcik Glaser 2h42min29s

3º Lugar – Diogo Sclebin 1h57min41s

3º Lugar – Isabela Marques 2h46min37s

CATEGORIA ELITE – Feminino

CATEGORIA AMADOR SHORT – Masculino

1º Lugar – Fernanda Garcia 2h17min42s

1º Lugar – Kaue Willy Cardoso 1h01min34s

2º Lugar – Carolina de L. Furriela 2h19min03s

2º Lugar – Manoel Messias 1h01min36s

3º Lugar – Priscila da Silva 2h19min39s

3º Lugar – Icaro de Campos 1h02min49s

CATEGORIA COMERCIÁRIA – Masculino

CATEGORIA AMADOR SHORT – Feminino

1º Lugar – Cesar Henrique 1h03min07s

1º Lugar – Ana Elisa Santos 1h13min46s

2º Lugar – Giovani Sturion 1h03min33s

2º Lugar – Gabriela Miro Ziliot 1h14min44s

3º Lugar – Rodrigo Rieping 1h04min19s

3º Lugar – Daniele Kazue Sugiok 1h16min48s

CATEGORIA COMERCIÁRIA – Feminino

CATEGORIA MOUNTAIN BIKE – Masculino

1º Lugar – Fabiana Ribeiro 1h18min03s

1º Lugar – Cleverson Luis 1h05min39s

2º Lugar – Rosiane Cristina 1h19min53s

2º Lugar – Fernando Henrique 1h06min53s

3º Lugar – Marcia R. dos Santos 1h29min20s

3º Lugar – Reginaldo Rincon 1h07min10s

CATEGORIA AMADOR OLÍMPICO – Masculino

CATEGORIA MOUNTAIN BIKE – Feminino

1º Lugar – Brasílio Vicente 2h07min29s

1º Lugar – Valkiria Dias 1h18min57s

2º Lugar – Mauricio Letzow 2h08min57s

2º Lugar – Melania Cristine 1h25min42s

3º Lugar – Sérgio Renato Diniz 2h09min07s

3º Lugar Claudia Bittencourt 1h25min45s

O colaborador do Sesc, do Núcleo de Comunicação e Marketing, Agostinho Santos, fez a prova pela 16ª vez. Neste ano inaugurou na categoria Amador Olímpico

Os triatletas correm na Avenida Atlântica

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Esporte Investimento

Os passos de um gigante Com 2,14m de altura, o curitibano Rolando Ferreira Jr. venceu os até então imbatíveis americanos e foi o primeiro a jogar onde nenhum brasileiro havia chegado: na NBA Texto: Isabela Mattiolli

N

ão foi por acaso que o basquete entrou na vida do curitibano Rolando Ferreira Junior, 48 anos. Intimidado por ser o mais alto da classe, aos 12 anos ele encontrou no esporte um consolo ao perceber que ali a sua altura fazia muita diferença. E fez. Rolando teve tempos gloriosos na Seleção Brasileira na década de 1980, e foi o primeiro brasileiro a jogar na National Basketball Association (NBA). Embora o basquete tenha sido sua primeira escolha, foi cortado sem explicações do time que participava e decidiu trocar de modalidade. “Fiquei um ano sem jogar, mas queria praticar algum esporte, então entrei na escolinha de vôlei, na qual treinei duas ou três vezes. Isso porque o técnico de basquete, que dava aula na quadra ao lado, me chamou para treinar basquete no Círculo Militar do Paraná e eu fui”, lembra. Aos 16 anos, o atleta foi para São Paulo, onde jogou pelo Esporte Clube Sírio – uma das maiores equipes brasileiras da época. O passo seguinte foi integrar a Seleção Brasileira e com ela teve grandes conquistas. Participou das

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Olimpíadas de Seul e Barcelona, e dos Jogos Pan-Americanos de Indianápolis, Havana e Mar Del Plata. Esteve, também, em três campeonatos mundiais, três campeonatos sul-americanos e três Jogos da Boa Vontade (Good Will Games). “De todas as competições, a conquista em termos de Seleção Brasileira, foi a do Pan de 87, quando ganhamos dos Estados Unidos, time até então imbatível”, elenca. Rolando Ferreira Junior ganhou o mundo com essa conquista e a admiração da nação por ser o primeiro brasileiro a chegar à NBA em 1988. Segundo ele, naquela época, a National Basketball Association (NBA) não era tão globalizada como hoje, o que tornou a escolha um desafio. “Eu jogava na Seleção Brasileira profissionalmente, recebia um salário, tinha carro, namorada. Larguei tudo para entrar na NBA. Nesse período, ganhei bolsa de estudo na University of Houston e, apesar de não ter despesas com alimentação e moradia, não tinha um salário como no Brasil, o que foi uma aposta. Fiquei dois anos lá atrás de um sonho e muita gente não teria largado isso para ir aos Estados


Unidos, mas eu tive a coragem de ir”, declara. Apesar disso, o brasileiro teve boas experiências na liga. Jogou duas temporadas pela University of Houston e foi selecionado pelo Portland Trail Blazers, onde permaneceu por mais duas temporadas. “Eu me empenhei para jogar na NBA e mostrar meu valor para todo o Brasil. Foi uma conquista e ela teve muito a ver com isso de provar minha capacidade e meu potencial”, relata. NOVO PASSO Em 1990, Rolando retornou ao Brasil, jogou pelo Monte Líbano, Corinthians de Santa Cruz do Sul, Clube Pinheiros, entre outros. Em 2000, jogando pelo Unisanta, de Santos (SP), ele percebeu que era hora de encostar os tênis de basquete Basquete Master como atleta, porém permaneRolando é veterano do tradicional Torneio de Basquetebol Master, com etapa realicer nas quadras como técnico zada no Ginásio de Esportes do Sesc Caiobá. Promovido pela Associação Paranaense e se reinventar como professor de Basquetebol Master (APBM) com o apoio do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, o de Educação Física. Escolheu a evento foi realizado entre os dias 23 e 27 de janeiro deste ano, completando 23 edições cidade natal, Curitiba, para rearealizadas no local. lizar esses trabalhos. Com 2,14m de altura, Rolando realmente é um gigante em quadra. Embora não A decisão também foi entenha se classificado neste torneio, ele não encara o evento como uma competição. carada como um desafio, pois “Eu jogo para descontrair. Venho aqui para ver os amigos, dar risadas. Mas tem gente Rolando havia se graduado há que vem para ganhar, competir mesmo”, observa. mais de 10 anos e nunca tinha E os passos de Rolando seguem seu caminho de ensinar e motivar novos gigantes pisado em uma sala de aula das quadras e da vida. “Acredito que para a pessoa ser realmente gigante tem que fazer como professor. “Quando pao que faz com amor e saber desenvolver e seguir seus objetivos, lutando para isso. rei de jogar e decidi dar aulas, Não importa sua estatura física, você tem que ter persistência, focar no que quer e aí eu não tinha condições de favocê cresce e vai se tornar uma pessoa gigante em qualquer lugar que atue”, reflete. zer isso. Existe uma diferença enorme entre ser professor e ser técnico ou jogador. Foi aí que precisei buscar uma espeque imagina” para dois públicos bem diversos, mas que, cialização, um mestrado, para ser capaz de executar segundo ele, se conectam com as experiências que teve essa tarefa. Eu sempre falo para os meus alunos que como jogador. “Em ambas as palestras eu conto a minha não é porque eu fui um jogador de basquete, que seria história e tento mostrar que a busca pelo sucesso não é capaz de transmitir informação, ensinar, criar estraté- uma linha reta. Eu foco muito nesse negócio de que não gias para que eles aprendessem. Ter sido jogador, nes- adianta ter sido um jogador de alto nível para ensinar. se caso, não é o essencial”, pondera. Mesma coisa com eles: precisam estudar e estudar semAs estratégias do ex-atleta não pararam por aí. Ro- pre ou se aprimorar cada vez mais nos negócios, se espelando passou a ministrar a palestra “Você é maior do cializar, buscar sempre novidades”, explica. T janeiro | fevereiro 2013

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ProduçãoInvestimento Paranaense

Artesanais, campeãs, apreciadas e... paranaenses! Com rótulos premiados nas mais diversas competições nacionais e internacionais, Paraná se destaca na produção de cervejas especiais Texto: Giana Andonini

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C

onsiderado um dos locais que mais produz cervejas artesanais no Brasil, Curitiba e região metropolitana se tornaram referência no país pela produção da especialidade nos últimos anos. A fama não vem somente de boca a boca. Premiações nas mais diversas competições nacionais e internacionais comprovam a qualidade dos rótulos paranaenses. A cervejaria Bodebrown, por exemplo, coleciona medalhas que vem da Austrália, Canadá, Argentina e de diferentes estados do Brasil. Apresentando uma variedade de sabores, ingredientes, teor alcoólico, cores e aromas, as cervejas chamadas de especiais valorizam a experiência sensorial no consumo e estão cada vez mais sendo apreciadas. Na capital, a produção deste tipo de cerveja se concentra principalmente nas microcervejarias Asgard, Bier Hoff, Bodebrown e Gauden Bier. Na região metropolitana ficam a Klein Bier (Campo Largo), Way Beer (Pinhais) e Wensky Beer (Araucária). A produção local estimulou o comércio cervejeiro no estado. Hoje é possível encontrar bares e lojas especializadas na venda das cervejas gourmet e até uma escola onde se pode aprender a fazer a sua própria cerveja na panela, no conforto de sua casa. Segundo Samuel Cavalcanti, mestre cervejeiro e dono da cervejaria escola Bodebrown, o que hoje é um hobby para muitas pessoas representa o renascimento da cultura cervejeira. “A ideia é que o consumidor deguste, viva aquele momento presente e realmente sinta mais a experiência por qual está passando. Curta a bebida como ela é”, pontua. Em muitos países a cultura de produção caseira, de consumo de cervejas locais e de degustação com mais atenção é normal. Já no Brasil, esta cultura é relativamente nova e está ganhando espaço. Hoje, o país

O cervejeiro e dono da Bodebrown, Samuel Cavalcanti (dir.) com o homebrewer Billy Wash

está entre os quatro maiores produtores de cerveja no mundo, sendo que apenas 5% desse mercado é das cervejas gourmet. Para os próximos anos, espera-se que este número atinja os 10%. Em Curitiba, o mercado tradicionalmente curioso e aberto a novidades impulsiona a criação constante de novos rótulos. “Está evoluindo tanto que as microcervejarias já estão até organizadas em uma associação, a Procerva. Há também a associação dos cervejeiros caseiros, os chamados homebrewers, que é a Acerva”, comenta Cavalcanti. Apesar das perspectivas otimistas, os produtores enfrentam alguns desafios que atrapalham o crescimento do comércio das cervejas gourmet. Eles estão relacionados aos processos burocráticos que regulamentam a produção das cervejas, como o registro dos produtos junto ao Ministério da Agricultura, e também a questões tributárias. CIÊNCIA E CERVEJA NUM SÓ LUGAR O comércio envolvendo a cerveja não gira apenas nas mesas de bares ou restaurantes. Pela cervejaria escola Bodebrown, por exemplo, já passaram mais de 1.000 alunos. Única no país neste formato, a cervejaria escola é um sucesso. “A ideia é

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mostrar os bastidores dos bares e ser um lugar de ciência. A escola ensina a pessoa a fazer a sua própria cerveja em casa. É um resgate cultural de um valor que sempre esteve nas famílias”, explica Cavalcanti. Os cursos de cerveja na panela ocorrem em parceria com a Morada Cia Etílica, que tem o cervejeiro André Junqueira em seu comando. Há edições todos os meses, com no máximo 22 vagas. “O que impulsionou o cenário cervejeiro atual de Curitiba foi uma conjuntura de fatores. Este curso influenciou gerando uma massa crítica, que escolhe mais o que vai consumir e também conta para outras pessoas”, explica Junqueira. Em 2013, Samuel tem a intenção de expandir os cursos para além do tradicional cerveja na panela. Pães, queijos, destilados e chocolates artesanais estão no planejamento. Com uma produção de 12 mil litros mensais que são vendidos em todo o Brasil, a cervejaria escola Bodebrown recebe mais de 400 pessoas por mês para a compra de cervejas, de insumos para fazer as suas próprias bebidas em casa ou nos cursos oferecidos. NA JUSTA MEDIDA Apreciar uma boa cerveja, com qualidade e produção diferenciadas,

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Produção Paranaense

Curso de cerveja na panela com o cervejeiro André Junqueira, na Bodebrown

deixa para traz a cultura de massa de “beber até cair”. O aumento nas vendas das cervejas gourmet aponta uma tendência de consumo notada principalmente nas classes A e B, que é a da justa medida. É a busca pela temperança e pela qualidade e não somente quantidade. Quando se troca o simples consumo pela experiência, os sentidos são aguçados e valoriza-se o bem estar comedido, no lugar do consumo desenfreado. E mais do que bem-estar, essa tendência gera negócios. Uma nova empresa curitiParticipantes do evento Prove Cerveja, na cervejaria Wensky Bee bana aposta nesta ideia. Criada pelos engenheiros Luiz Mi- Participantes do evento Prove Cerveja, na cervejaria Wensky Beer leck e Daniel Martins, a Voilà pretende trabalhar com vivêndientes, etapas da fabricação, histó- tro de microcervejarias fomentamos cias gastronômicas, como o evento Prove Cerveja, que ocorreu em ria, curiosidades e ensina como de- a valorização dos produtos locais. fevereiro de 2013. Durante uma tarde, gustar cada um dos tipos fabricados. Além disto, a Voilà assume seu papel 10 participantes degustaram diferentes Acompanhando a degustação, é apre- de formador de paladar ao explorar a tipos de cervejas da Wensky Beer, sentada uma harmonização, mostrando cultura cervejeira e apresentar como harmonizadas com petiscos, prato como valorizar ainda mais esta bebida degustar e harmonizar uma boa cerveja”, pontua. principal e sobremesa. “Para maxi- milenar”, conta Daniel. T O empreendedor também destaca mizar esta vivência, o evento acontece dentro de uma microcervejaria, a preocupação da empresa na priocercado pelos tanques da fábrica. O rização dos produtos paranaenses. mestre cervejeiro apresenta ingre- “Promovendo estas vivências den-

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Onde encontrar Confira quais são os principais rótulos, microcervejarias, bares e lojas especializadas do ramo:

MICROCERVEJARIAS Carlos Roberto Malaquias e Gilberto Pereira Dias, instrutores do Senac Curitiba

Como começar Os instrutores do Senac Curitiba, Carlos Roberto Malaquias e Gilberto Pereira Dias, e o mestre cervejeiro André Junqueira, dão a dica para você começar a consumir cervejas gourmet:

As cervejas mais amargas combinam com alimentos mais picantes ou gordurosos. Já as do tipo Pilsen, “as loiras”, combinam com comidas leves, como petiscos e entradas. As sobremesas harmonizam bem com cervejas frutadas e cítricas. A temperatura deve ser adequada, e não estupidamente gelada, para valorizar o aroma e o sabor da cerveja. Carlos Roberto Malaquias e Gilberto Pereira Dias Instrutores do Senac Curitiba

• • • • • • •

MARCAS DE CERVEJA PRODUZIDAS DE FORMA TERCERIZADA • • • • • •

André Junqueira Mestre cervejeiro da Morada Cia Etílica

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De Bora Bier Morada Cia Etílica Pagan Diabólica The Beers Madalosso

LOJAS • • • •

A primeira dica é procurar casas do ramo e não ter medo de provar, nem desistir na primeira. Temos uma grande variedade de cervejas gourmet, para todos os gostos, é impossível não encontrar uma do seu gosto. Também sugiro começar com as produções locais, que são mais frescas.

Asgard Bier Hoff Gauden Bier Bodebrown Klein Bier Way Beer Wensky Beer

Armazém da Serra Templo da Cerveja Empório Weiss Mestre-cervejeiro.com

BARES ESPECIALIZADOS • • • • •

Clube do Malte Hop’N Holl Cervejaria da Vila Barbarium Beer Pub A Varanda Beer House

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Turismo

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Guaraqueçaba, onde simplicidade rima com hospitalidade O município que completa 468 anos em março é ainda pouco conhecido dos turistas, mas reúne natureza exuberante, cultura caraterística e um povo que vive em total harmonia com o seu meio Texto: Carolina Lara

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Investimento Turismo

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cordar com o canto dos passarinhos virou luxo na vida moderna da cidade. Em Guaraqueçaba, litoral norte do Paraná, isso faz parte da rotina de moradores e surpreende os turistas. Antes das seis da manhã, os pequenos cantores já dão o recado de que é hora de acordar e aproveitar o que a região oferece de mais bonito, a natureza. Com uma área de 2.020 quilômetros quadrados, o segundo maior município do Paraná tem uma das menores densidades demográficas do Brasil. São 3,9 habitantes por quilômetro quadrado, somando menos de oito mil habitantes, segundo censo realizado em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Considerada pela Unesco como um dos 100 endereços mais importantes do mundo, Guaraqueçaba encanta pela simplicidade e pela hospitalidade de um povo que vive em harmonia com o seu meio.

1 COMO CHEGAR Para chegar a Guaraqueçaba, o meio mais utilizado é o barco. Com saídas diárias de Paranaguá, a viagem demora em torno de duas horas. Também há a opção de ir pela PR 405, estrada de terra que sai de Antonina. O trecho de 80 quilômetros é quase todo ladeado pela mata. Para conhecer bem a região é imprescindível deslocar-se entre as ilhas que compõem o município. Por isso, o meio de transporte mais utilizado é o aquático. Para ir de uma ilha a outra as opções são muitas: voadeira, lancha, barco ou canoa, o que varia é o custo da viagem e o tempo.

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3 O QUE FAZER O município abriga a maior área de Mata Atlântica remanescente do Brasil, no continente e nas ilhas, em número de 60. Em toda a área, a diversidade de fauna e flora, aliada à cultura e à história dos povos caiçaras, faz com que a viagem seja peculiar e inesquecível. As opções de turismo estão quase todas vinculadas à natureza. Trilhas, passeios de barco ou bicicleta, banhos de cachoeira, observação de botos e papagaios-da-cara-roxa, pescaria, dança e música típicas, além de gastronomia à base de frutos mar, são alguns dos principais atrativos. A temporada vai de 26 de dezembro até terminar o carnaval. As festas religiosas com procissão, baile e pratos típicos, realizadas em várias comunidades espalhadas pelas ilhas, também costumam atrair muitos visitantes.

4 CIDADE SEDE Da sede, como é chamada a comunidade de Guaraqueçaba onde funcionam os órgãos municipais, é possível sair para visitar as ilhas que formam o município e para conhecer as atrações localizadas no continente. Na sede há mais estabelecimentos comerciais, estrutura de transporte, serviços bancários, hospital, supermercados e farmácias. A rede hoteleira conta com 300 leitos e dois campings. A cidade também tem vários atrativos turísticos, como a vista da Baía de Guaraqueçaba a partir da Praça Willian Michaud, a Igreja do Nosso Senhor Bom Jesus dos Perdões, o Morro do Quitumbé, o Casario Colonial e o mercado de artesanato, que funciona junto à sede da Cooperativa de Artesanato do município.

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Investimento Turismo ARTESANATO Outra riqueza local é o artesanato, feito com matéria prima nativa. Bambu, cacheta, fibra de bananeira, cerâmica e escama de peixe estão presentes nas peças criadas pelos descendentes de europeus, quilombolas e índios. O trabalho pode ser encontrado em várias localidades. Em Guaraqueçaba existe a sede da Cooperativa Arte Nossa Guaraqueçaba de Artesanato, com exposição permanente de peças a venda.

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6 SALTO MORATO Com 100 metros de altura, o Salto Morato fica em uma Unidade de Conservação Particular pertencente a Fundação Grupo Boticário de Proteção a Natureza. A trilha para a cachoeira dura cerca de meia hora. No caminho, os visitantes se deparam com um aquário natural de água cristalina onde o banho com os peixes além de permitido é praticamente obrigatório. O local conta com toda a infraestrutura de camping e alojamento. Aberto ao público o ano inteiro, o acesso ao salto é feito pela PR 405. Uma dica é fazer de bicicleta o trecho de 18 quilômetros até o salto. RESERVA ECOLÓGICA DO SEBUÍ Mata Atlântica, fauna e flora exuberantes, cachoeiras e piscinas naturais caracterizam a reserva particular. O acesso é feito por barco e não há transporte regular. Informações sobre acesso pelo http://rppnsebui.blogspot.com.

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7 ILHA DE SUPERAGÜI A Ilha de Superagüi é um dos destinos mais procurados pelos turistas. Na temporada, há barcos de ida e volta a partir de Paranaguá e de Guaraqueçaba. Ambos os trajetos duram cerca de duas horas. Com 22 pousadas e diversas opções de restaurantes, a ilha, que tem apenas 1200 habitantes, passa a abrigar uma população de três mil pessoas em feriados como Carnaval e Ano Novo.

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Um dos cartões postais mais procurados é a Praia Deserta. São 38 quilômetros de praias virgens que só terminam em São Paulo. A pé ou de bicicleta, o turista tem a oportunidade de conhecer um local onde a presença humana ainda é rara. Ao longo da praia, não há ambulantes nem barraquinhas, casas ou prédios, apenas restinga. A ilha também abriga a maior parte do Parque Nacional de Superagüi, criado em 1989. São 34 mil hectares de mata que abriga uma das maiores biodiversidades do planeta, incluindo espécies ameaçadas de extinção, como o mico-leão-dourado-da-cara-preta e o papagaio-da-cara-roxa. Em Superagüi, apesar de se acordar com o canto dos pássaros, ninguém dorme com as galinhas. “Desde que a energia elétrica chegou, há 15 anos, ninguém aqui dorme cedo. Se você quiser ir andar na praia no meio da noite, você pode”, contou Zico, nativo da ilha e dono de pousada.


9 FANDANGO Uma das principais opções de lazer noturno em Superagüi é o Fandango. Quando a noite se aproxima, Laurentino abre o bar Akdov e aos poucos os fandangueiros vão chegando, um a um. Em um chão de cimento irregular e estrutura em madeira, a música só vai terminar às quatro da manhã. Com 96 anos, Alcides é o morador mais velho da Ilha e não falta a nenhum baile. Além de bater o tamanco e tocar o bumbo, ainda convida todas as moças para dançar. Mas não é todo dia que o Fandango anima a ilha. A festa continua garantida nos feriados com maior movimentação de turistas. Os bailes, que antigamente eram frequentes, ficaram espaçados. “De 1970 a 1990 o Fandango ficou um pouco esquecido”, contou o dono do bar Akdov, Laurentino Souza. Segundo ele, isso aconteceu pela falta de incentivo financeiro. Os mestres fandangueiros foram envelhecendo e os jovens não quiseram aprender. “Se a juventude não vai se interessando, o Fandango vai acabando”, comentou Alcides. Mas graças a alguns grupos, a cultura do fandango está sendo resgatada. “A maioria dos turistas hoje vêm a Superagüi para conhecer o Fandango”, comemora Laurentino.

PATRIMÔNIO Reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro desde novembro de 2012, o Fandango é a expressão cultural dos povos caiçaras presentes no litoral norte do Paraná e também em São Paulo. O baile popular estava originalmente vinculado aos mutirões da lavoura e aos trabalhos coletivos organizados entre vizinhos. Era no fim do dia que o organizador do mutirão oferecia o baile, a bebida e a comida. A música é marcada pelo som da rabeca, da viola e do tamanqueado. Dos instrumentos musicais ao tamanco de madeira, tudo é feito à mão pelos próprios mestres fandangueiros. Um deles é Nilo Pereira. Ele aprendeu a construir os instrumentos sozinho, aos 14 anos, além de tocar, cantar e dançar. O grupo da família Pereira, com 12 integrantes, é um dos poucos ainda presentes na região.

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11 ILHA DAS PEÇAS Com 13 quilômetros de praia, a Ilha das Peças é considerada um balneário. Há barcos diários partindo de Paranaguá, mas outra forma bastante comum de se chegar a ilha, é por meio do serviço de transporte marítimo oferecido pelos restaurantes. É comum as pessoas irem para a Ilha das Peças apenas para almoçar e depois voltarem para suas cidades de origem ou local onde estão hospedadas. BARBADOS A energia aqui vem das placas solares colocadas há pouco tempo. As 25 famílias que moram na comunidade descobriram então o que é tomar banho quente. Apesar de não ter hotel ou pousada, durante a temporada os turistas chegam para comer no único restaurante do povoado. No cardápio do Restaurante Natural, de Dona Cezarina, arroz, feijão, salada, peixe, batata frita, camarão e caranguejo, tudo é feito no fogão à lenha. Mas para provar essas delícias, é preciso ligar antes reservando, hábito comum da região. As pessoas que chegam em Barbados pelo trapiche, logo encontram algumas casas, uma igreja, um campinho de futebol e a Associação dos Moradores, onde estão algumas reproduções da obra de Willian Michaud. Imigrante suíço que viveu ali a partir da segunda metade do século XIX, Michaud deixou pinturas em aquarela e desenhos que retratam o modo de vida local e a natureza do entorno. Na comunidade, se pode visitar as ruínas da casa em que viveu.

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Investimento Pronatec Triathlon Turismo OUTROS PASSEIOS Ilha Rasa, Bertioga, Colônia de Superagüi e Ararapira são outros passeios interessantes que podem ser feitos quando há tempo dispo-

nível. Mas independente do roteiro, sol, mar, floresta, montanha, rio, tranquilidade e ar puro marcam essa visita a Guaraqueçaba, que tem tudo que o turista de natureza

pode querer. Um local de contemplação e um dos poucos onde ainda se pode encontrar uma comunidade vivendo harmoniosamente com o seu meio. T

12 SERVIÇO

1.

Estrada para Guaraqueçaba

2.

Vista da Baía de Guaraqueçaba

3.

Morro do Quitumbé

4.

Praça Willian Michaud

5.

Rabeca feita de cacheta

6.

Salto Morato

7.

Tapetes de fibra de bananeira

8.

A fauna exuberante de Guaraqueçaba

9.

Pedro Miranda, fandangueiro da Ilha de Superagüi

10. Nilo Pereira, mestre fandangueiro

Guaraqueçaba • POUSADA CHAUÁ (41) 3482 1265 | pousadachaua.blogspot.com • POUSADA DO BIGUÁ (41) 3482 1266 | www.pousadadobigua.com.br

12. Praia Deserta, Ilha de Superagüi

• RESTAURANTE TEODORO DIAS (41) 3482 5005 • RESTAURANTE INÁ II (41) 3482-5005

• RESERVA SALTO MORATO (41) 3375 9671 | www.fundacaogrupoboticario.org.br • RESERVA ECOLÓGICA SEBUÍ rppnsebui.blogspot.com • COOPERATIVA ARTE NOSSA GUARAQUEÇABA DE ARTESANATO Rua Agrícola Fonseca, nº 30

11. Turistas divertem-se no trapiche da Ilha das Peças

Ilha das Peças

Barbados • RESTAURANTE NATURAL (41) 9208 9495

Superagüi • RESTAURANTE E POUSADA SOBRE AS ONDAS (aluga bicicletas) (41) 3232 1314 | www.pousadasobreasondas.com • POUSADA E HOSTEL SUPERAGÜI (serviço de barco) (41) 3482 7149 | www.pousadasuperagui.com.br • RESTAURANTE E POUSADA CREPÚSCULO ((41) 3482 7135 • BAR AKDOV ((41) 3482 7158

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Sindicato Investimento

Sindilojas Curitiba Texto: Silvana Kogus

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indicato dos Lojistas do Comércio e do Comércio Varejista de Maquinismos, Ferragens, Tintas, Material Elétrico e Aparelhos Eletrodomésticos de Curitiba e Região Metropolitana (Sindilojas) iniciou suas atividades em 9 de setembro de 1938. Em 2013 o sindicato comemora 75 anos, representando mais de 25 mil empresas em Curitiba e região Metropolitana. O Sindilojas Curitiba é constituído por uma diretoria com 16 empresários eleitos. As instalações da entidade são próprias e estão localizadas nas ruas Pedro Ivo, José Loureiro e Marechal Deodoro, totalizando mais de 15 mil metros quadrados de área construída. A história do sindicato se confunde com a do sindicalismo no Brasil. O primeiro prédio foi inaugurado pelo então governador, Bento Munhoz da Rocha, e pelo presidente da República, Getúlio Vargas, o qual entendia que a organização dos trabalhadores era uma necessidade vital para o andamento do seu governo e a construção de um Brasil soberano. Entre suas atividades estão a representação do comércio varejista junto à sociedade, governo e empregados do comércio. O sindicato trabalha junto aos órgãos do poder público dos municípios de abrangência buscando reduzir a carga tributária e facilitar o trabalho das empresas do comércio de bens da sua área de atuação. PRESIDENTE À frente do Sindilojas há 17 anos, Ari Faria Bittencourt integra

o sindicato desde 1972, tendo passado pelos cargos de suplente fiscal e tesoureiro. Ari também é primeiro vice-presidente da Federação do Comércio do Paraná e presidente do Instituto Fecomércio de Pesquisa e Desenvolvimento (IFPD). A diretoria tem participado de diversos encontros de âmbito nacional e estadual. No mês de maio promoverá o 29º Encontro Nacional de Sindicatos Patronais do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, que deve reunir mais de dois mil participantes. O encontro tem o objetivo de promover a troca de experiências e conhecimento entre as principais lideranças e representantes sindicais do país e estimular o debate sobre temas ligados ao desenvolvimento do comércio e ao sindicalismo patronal. ATENDIMENTO AOS ASSOCIADOS O sindicato presta diversos serviços aos seus associados como atendimento jurídico, médico e odontológico, além de exames de laboratório. Outro serviço pretado é a representação da categoria econômica junto aos órgãos públicos, especialmente em Convenções Coletivas de Trabalho. Os serviços são personalizados, com hora marcada e, na área médica, nas mais diversas especialidades.As consultas médicas e odontológicas são gratuitas aos associados, inclusive o atendimento do Departamento Jurídico. “Disponibilizar serviços que atendam às necessidades e expectativas de nossos associados é uma das atribuições do sindicato”, comenta Bittencourt.

Atendimentos Gratuitos no ano de 2012 | Jurídicos 1450 | Médicos

Ari Faria Bittencourt, presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio e do Comércio Varejista de Maquinismos, Ferragens, Tintas, Material Elétrico e Aparelhos Eletrodomésticos de Curitiba e Região Metropolitanaa

Para 2013 o sindicato pretende dar continuidade ao trabalho de aproximação do empresariado e uma maior representatividade junto aos órgãos públicos e à Fecomércio. Outro projeto que está sendo implantado com parceria externa é a inovação do sistema de comunicação, facilitando o acesso às informações. “A proposta é disponibilizar aos empresários o acesso facilitado a emissões de certidões negativas por exemplo. Ainda pelo site da entidade, o empresário poderá acessar notícias e informações segmentadas, nas quais são de fundamental importância para gestão e crescimento dos negócios” explica o presidente. T

800 | Odontológicos 2200

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Investimento Educação

Senac PR tem 18 novos cursos técnicos Texto: Carolina Lara

Cursos técnicos de nível médio

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esde que foi promulgada a lei do Pronatec (Lei 12.513 / 2011, Artigo 20), o Senac passou a ter autonomia para a criação e oferta de cursos técnicos de nível médio e especializações técnicas de nível médio. No panorama antigo, um novo curso técnico podia levar até três anos para ser aprovado pela Secretaria Estadual de Educação. Com a nova legislação, ganha-se em celeridade e esse processo pode chegar a menos de um mês. Para o diretor de Educação e Tecnologia do Senac PR, Ito Vieira, a burocracia é uma questão cultural, por isso havia tanta demora no processo. “O trabalho da Secretaria de Educação e dos núcleos regionais de Educação foi sempre de muita importância.” Segundo Vieira, a nova condição amplia a responsabilidade do Senac, que passa a estar vinculado a leis federais, e não mais às estaduais. “Isso nos favorece sob todos os aspectos. Com a autonomia nós ganhamos em objetividade e produtividade”, comentou. PROFISSIONALIZAÇÃO Os cursos técnicos habilitam o aluno para exercer uma profissão. Com carga horária mínima de 800 horas e duração de 12 a 18 meses, podem ser realizados em paralelo ao Ensino Médio (a partir do 2º ano) ou após sua conclusão. O aluno é preparado para o mercado de trabalho por meio de conhecimentos teóricos e práticos necessários para o exercício da atividade escolhida. Já as especializações técnicas de

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nível médio são destinadas a quem já é habilitado por um curso técnico ou superior e deseja especializar-se em um determinado segmento dentro da mesma área profissional. A carga horária mínima é de 300 horas e os cursos têm duração de oito a dez meses. NOVOS CURSOS Por meio de normatização criada pelo Departamento Nacional do Senac, os novos cursos passam a ter estruturação padrão em todo o país. Seguindo essas normas, cada regional é responsável pela elaboração do plano de curso, que posteriormente segue para submissão do Conselho Regional do Senac. Com a aprovação, os novos cursos entram no portfólio e ficam disponíveis para a oferta das unidades. Quando uma escola Senac identifica uma demanda de formação profissional na sua região, basta que ela tenha as condições de oferta como acervo bibliográfico, laboratórios, instrutores, documentação e contratos de convênio para estágios, por exemplo, para que possa ofertar os cursos de forma imediata. Durante 2012, 18 novos cursos, sendo 15 técnicos de nível médio e três especializações técnicas de nível médio, todos em conformidade com o Catálogo Nacional de Cursos Técnicos emitido pelo Ministério da Educação, foram incorporados ao portfólio e começam a ser ofertados em 2013. Com esta demanda, o Senac PR amplia a oferta para 25 títulos de Cursos Técnicos e cinco Especializações Técnicas de Nível Médio em todo o estado. T

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Técnico em administração Técnico em comércio exterior Técnico em comunicação visual Técnico em contabilidade Técnico em imagem pessoal Técnico em informática para internet Técnico em logística Técnico em manutenção e suporte em informática Técnico em marketing Técnico em óptica Técnico em produção de áudio e vídeo Técnico em produção de moda Técnico em recursos humanos Técnico em redes de computadores Técnico em secretariado Técnico em análises clínicas Técnico em design de interiores Técnico em enfermagem Técnico em eventos Técnico em guia de turismo Técnico em podologia Técnico em radiologia Técnico em saúde bucal Técnico em segurança do trabalho Técnico em vendas

Especializações técnicas de nível médio

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Especialização em enfermagem em serviços de urgência e emergência Especialização em oncologia Especialização em saúde da família Especialização em enfermagem do trabalho Especialização em instrumentação cirúrgica

• cursos novos • cursos já ofertados


Investimento Sustentabilidade

Construções verdes Empreendimentos inovadores aliam economia de recursos e baixo impacto ao meio ambiente Texto: Giana Andonini

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construção ci- e também pela certificação vil é um dos Leed, uma das principais setores da eco- do ramo. Empreendimennomia que mais causam tos sustentáveis de diversos impacto ao meio ambien- tipos já foram certificados te. Para uma efetiva ação no país, como um pavilhão sustentável, os desafios do hospital paulista Albert são muitos, como a ges- Einstein, além de prédios tão de resíduos, legislação comerciais e residenciais, ambiental e oferta de pro- agências bancárias e lojas. fissionais capacitados em relação a sustentabilidade. Para responder a estes desafios, o desenvolvimento de tecnologias e metodologias sustentáveis para a área é crescente. Segundo a Green Building Council Brasil (GBC), organização responsável por fomentar a construção sustentável no país, o Brasil ocupa a quarta posição no ranking mundial de construções certificadas pelo Leadership in Energy and Environmental Design (Leed). A GBC atua em projetos de educação, fomento e disseMarcos Casado, diretor técnico minação de informa- e educacional da Green Building ções acerca do tema Council Brasil

Segundo a organização, o Paraná é o terceiro estado com mais empreendimentos certificados, atrás do Rio de Janeiro e São Paulo. Com uma forte cultura de sustentabilidade, Curitiba se destaca na construção deste tipo de empreendimento. Estima-se que cerca de 70% dos novos prédios a serem construídos serão certificados. Para ser considerado um empreendimento sustentável, as construções devem se preocupar com critérios como eficiência energética, uso racional da água e utilização de materiais e tecnologias ambientalmente corretas. O diretor técnico e educacional do GBC Brasil, Marcos Casado, explica que a preocupação com a sustentabilidade se inicia no planejamento da obra. É um resultado estratégico, vindo da soma de

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ações nos várias áreas que envolvem a construção, como o plano hidráulico, elétrico e até nos acabamentos. “Não falta tecnologia, nem recursos e materiais. O problema é a falta de informação dos consumidores e orientação para construir uma obra sustentável”, pontua. O resultado da preocupação com a sustentabilidade é visível. Segundo Marcos Casado, os empreendimentos que seguem o sistema de certificação possuem números de economia animadores não só para o meio ambiente, mas também para o bolso. “A economia com o uso de água fica entre 30% a 50%. Já energia, em torno de 30%. Ao total, a redução pode ser entre 8% a 9% nos custos operacionais da construção, e de até 80% nos resíduos gerados durante a obra”, afirma. Além das economias no consumo de recursos, optar por uma construção sustentável representa uma questão de custo-benefício, pois este tipo de empreendimento se torna muito

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Sustentabilidade Investimento mais valorizado. As vantagens estão relacionadas ao bem-estar das pessoas que utilizam o espaço e ao valor que é agregado a marca. “O próprio exemplo acaba puxando o mercado. Além do marketing, é uma questão de estar no páreo da concorrência”, comenta. PARANAENSES EM DESTAQUE Em 2012, a Rio+20, evento de repercussão mundial, colocou a sustentabilidade em pauta nas mídias. Dois anos antes, uma empresa curitibana já se tornava a principal especialista no país em construção sustentável. Premiada internacionalmente, a Tecverde Engenharia quebra os paradigmas da indústria e comércio de construção civil tradicionais, com um modelo inédito de construção. A empresa utiliza a tecnologia wood frame, que foi trazida da Alemanha e adaptada à realidade brasileira. No sul do Brasil, a Tecverde tem aproximadamente 300 casas sustentáveis instaladas com a sua tecnologia. Além de casas, a empresa desenvolve projetos de creches e escolas sustentáveis. A tecnologia wood frame se baseia em uma forma mais eficiente, industrializada, rápida e sustentável de construção. As paredes, lajes e cobertura são produzidas na própria fábrica, com controle industrial de produção, mas com possibilidade de customização para cada projeto. Segundo o diretor geral da Tecverde, Caio Bonatto, o empreendimento sustentável deve ser tratado como qualquer outro, ou seja, deve ser economicamente viável e ter o melhor retorno sobre o investimento. “Levando somente os aspectos econômicos já conseguimos criar belos empreendimentos sustentáveis de forma muito rentável. E se levarmos em conta o retorno social e ambiental, aí ganhamos dando show’, comenta. Caio afirma que no processo de construção da Tecverde são emitidos 80%

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menos CO² e a eficiência térmica é duas vezes superior. Além disso, toda a madeira utilizada é de reflorestamento e tem a autenticação do IBAMA. Focada em atender o mercado de alto padrão, com casas superiores a 150 m² e com preços a partir de R$1.650/m², a empresa possui também um projeto inovador para atender a população de baixa renda. A Rede iVERDE é uma parceria entre a Tecverde e a Construtora Roberto Ferreira que torna acessível moradias de baixo custo e baixo impacto ambiental para pessoas com até três salários mínimos. O primeiro projeto desta rede, realizado com a Caixa Econômica Federal, já existe em Pelotas (RS), com 280 unidades de 45 m², construídas em apenas cinco meses. Para Caio, o principal desafio hoje é criar uma cultura verdadeira para o consumo sustentável. “É necessário quebrar as barreiras do marketing verde e fazer as empresas acreditarem que todo e qualquer produto ou serviço dever ter a sustentabilidade intrínseca às suas características. Só quando percebemos que a sustentabilidade não deve ser um diferencial de poucos e sim o dever de todos, teremos um estado sustentável”, afirma. VOCAÇÃO CURITIBANA Segundo Caio Bonatto, da Tecverde, a imagem de cidade ecoló-

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gica que Curitiba possui - construída durante décadas graças a uma política de desenvolvimento urbano e ambiental - representa uma oportunidade para os negócios. “Agora precisamos dar o próximo passo e mostrar que nossas iniciativas privadas são


Conheça mais

Pela tecnologia wood frame, paredes, lajes e cobertura são produzidas na própria fábrica da Tecverde

tão inovadoras em relação à sustentabilidade quanto foi a iniciativa pública no estado. É necessário empreender pela sustentabilidade e esta é uma bela oportunidade”, pontua. A cidade possui diversos exemplos de empreendimentos sustentáveis, como o primeiro eco estádio do Brasil. O estádio do J. Malucelli privilegia os es-

paços verdes e o uso de madeiras descartadas como lixo em lugar do cimento e do concreto. Outro exemplo é o Escritório Verde da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), que já ganhou um prêmio da ONU por integrar educação e sustentabilidade. T

Com o intuito de fomentar a sustentabilidade em todo o processo construtivo, a GBC Brasil disponibiliza um guia de boas práticas, além de informações sobre produtos sustentáveis e fornecedores. No site www.gbcbrasil.org.br é possível encontrar outros guias de orientação para a construção sustentável, além de artigos sobre o tema. Para quem quer se aprofundar no assunto, a organização promove a Conferência Internacional & Expo, de 27 a 29 de agosto, em São Paulo. Consolidado como o principal evento sobre construção sustentável no país, a feira traz stands de fornecedores com tecnologia de ponta no assunto, além de palestras e visitas técnicas. Já para quem quer se especializar, a GCB Brasil oferta o MBA em Construções Sustentáveis.

Sustentabilidade no escritório O escritório colaborativo The Hub, em Curitiba, inovou e utilizou pallets reciclados e caixotes de madeira para compor o seu mobiliário. Segundo Jessica Maris, uma das sócias da empresa, a preocupação com a sustentabilidade é um dos pilares do modelo arquitetônico dos escritórios do The Hub em todo o mundo. “Foi uma oportunidade de diversificar o nosso ambiente e ter uma mobília que condiz com o nosso DNA”, explica. A inovação trouxe também economia para a empresa. Todo o mobiliário foi desenvolvido em parceria com uma empresa de madeiras. “Economizamos no mínimo R$ 6 mil utilizando as mesas e caixotes de pallets que nos foram oferecidos pela empresa parceira.

Se fossemos comprar mesas e armários de escritórios tradicionais e com a mesma qualidade, poderíamos ter gasto bem mais” mais”, afirma Jessica. Além do mobiliário, o The Hub possui também um bicicletário, para incentivar o uso do transporte alternativo e tapetes que são feitos de retalhos de couro.

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Investimento WorldSkills

Próxima parada: Alemanha Aluno do Senac Paraná vai competir no maior torneio de educação profissional do mundo Texto: Giana Andonini

Ueslei no simulado de identificação de bebidas

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Senac Paraná conquistou o primeiro lugar na seletiva para a mais importante competição de educação profissional mundial, a WorldSkills, com o aluno do curso de garçom da unidade de Curitiba, Ueslei Felipe de Oliveira. Depois de ganhar o ouro na etapa nacional da Olímpiada do Conhecimento em 2012, Ueslei irá representar o Brasil na ocupação de Serviço de Restaurante em julho, na Alemanha. A seletiva para a competição internacional ocorreu em janeiro, em Salvador (BA), em duas unidades do Senac e na Casa do Comércio da Bahia, com alunos de oito estados. Ueslei irá compor a delegação brasileira juntamente a alunos das ocupações de Cozinha, de Minas Gerais; Cabelereiro, do Ceará; e Técnico de Enfermagem,

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do Distrito Federal. O resultado conquistado é a demonstração de toda a dedicação e comprometimento do aluno. Durante quase um ano ele treinou todos os dias. Além dos treinamentos, Ueslei é garçom em um bar-restaurante de Curitiba, o que o ajudou a aperfeiçoar suas técnicas. “Desta vez foi mais difícil, mas mesmo assim com muita dedicação e superação nós conseguimos alcançar o nosso objetivo que era a vitória. O último dia de prova foi em que tive o maior resultado”, comenta Ueslei. A participação do Senac PR em uma competição mundial é inédita. Segundo a gerente executiva do Senac Curitiba, Daniela Rosa de Oliveira, esta conquista demonstra a qualidade dos cursos ofertados pela instituição e consolida o Senac como uma referência no Brasil. “A participação efetiva deles contribuiu para que toda a equipe melhorasse a sua atuação, e a escola como um todo. O Senac Paraná está em uma outra condição”, afirma. Para se preparar, o jovem está enfrentando um treinamento em ritmo de atleta. São oito horas diárias de simulados, além de viagens para unidades do Senac de outros estados. Na agenda, estão compromissos como o primeiro encontro com a delegação brasileira para a WorldSkills, em Belo Horizonte, e também um treinamento de três semanas com um expert de sua ocupação, em Salvador. A WorldSkills avalia alunos dos setores do comércio e da indústria de 60 países. Mais de mil jovens são esperados para competir em 44 ocupações profissionais em quatro dias de prova. Esta é a 42ª edição da competição, que ocorre em um país diferente a cada ano. T


Investimento

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ANUNCIO CONTRA-CAPA


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