Jornal FEESP - Ed. Dezembro de 2015

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Jornal Espírita ÓRGÃO DA FEDERAÇÃO ESPÍRITA DO ESTADO DE SÃO PAULO

FUNDADA EM 12 DE JULHO DE 1936

R$ 4,50

Dezembro de 2015 - Nº 451 - Ano XL - DISTRIBUIÇÃO NACIONAL

www.feesp.org.br e-mail: redacao@feesp.org.br

Manaus, Boa Vista, Santarém, Rio Branco, Ji-Paraná e Macapá / Via Aérea

“Glória a Deus nas Alturas, Paz na Terra, boa vontade para com os homens.” (Lucas 2:14)

Palavras da Presidente Pág. 02

O natal na visão espírita Pág. 04

Amor, caridade e o verdadeiro Espírita. Pág. 14

Assistência Social em S.J. dos Campos. Pág. 30


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Editorial

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Divulgando o Espiritismo

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Palavra da Presidente

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este momento nós captamos uma energia diferente no ar. Nesses dias em que nos impulsionam a uma profunda reflexão, sobre nós mesmos. Quem somos? De onde viemos? Para onde vamos? Ou o que estamos fazendo aqui neste plano terrestre? Para darmos um motivo maior e fazer valer o nosso hoje. Oportunidade bendita que recebemos do nosso Criador e de Jesus, nosso Mestre. Nos questionamos e valorizamos este momento presente, o hoje, para que possamos fortalecer os laços que nos unem, nossa pequenina família, o núcleo familiar, consanguínea e também ampliarmos esses laços, para todos àqueles que estão conosco nessa caminhada, que fazem parte da nossa existência no momento. E nos lembramos que fazemos parte da grande família universal, a humanidade. Este é o momento em que percebemos que a felicidade não é egoísta e sim coletiva, despertando em nós os melhores sentimentos, para que possamos levar a felicidade a tantas crianças, a tantas famílias carentes e necessitadas, tanto da parte material quanto espiritual. Temos como nosso Governador Planetário: Jesus, nosso modelo e guia. Que possamos seguir os seus exemplos de amor, humildade e perdão, para que possamos nos reconciliar com aqueles que nos fizeram algo de errado, manifestando assim a paz interior que estamos buscando. Fortalecendo assim os laços, que nos unem a todos àqueles

que estão conosco no nosso hoje. Firmando assim, cada dia mais e mais o compromisso de irmãos. Sejamos fieis à Causa e à Casa. Em seus primórdios, intitulada Casa dos Espíritas do Brasil, historicamente a Federação se formou pela fusão de duas instituições: Sociedade Espírita São Pedro e São Paulo, até então dirigida pelo Dr. Augusto Militão Pacheco e a Sociedade de Metapsíquica de São Paulo dirigida pelo Dr. Shalders. Pela conciliação da religião com a ciência e, pela filosofia, a Doutrina Espírita nos suscita a possibilidade do progresso

pela união. Unificarmos esforços para que esta Casa se mantenha erguida neste Plano de Vida. Amparada pelo silencioso esforço do Plano Espiritual, tornemo-nos receptivos a estes ideais imorredouros. Vamos nos deter à Causa Maior. Coloquemo-nos como instrumentos a auxiliar nessa grande meta de progresso moral, material e espiritual da Federação. Busquemos soluções e correções, olhemos com

bons olhos as falhas e procuremos saná-las. Estamos nos reeducando. A correção de nossas falhas devem ser revestidas de firmeza, seriedade e empenho. A disciplina se faz necessária. Pintura mediúnica da FEESP. Médium William Tardelli

“Esta Casa será o Farol a iluminar o mundo!”


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O pensamento e a vontade são atributos do Espírito. E nós que somos alma, concretizamos e edificamos o Reino Divino nesta morada planetária, ainda abalada por crises e transformações necessárias para uma nova era. Não esmoreçamos: a nossa fé é raciocinada! Expoentes e vultos do Espiritismo se fizeram presentes para combater os incautos do caminho. Por meio do testemunho sincero de muitos, podemos hoje falar sobre o Espiritismo de forma mais propagada. Que tenhamos a sinceridade do testemunho cristão, já que se faz necessário ressaltar o exemplo Maior de Jesus. O seu Evangelho, regra e conduta que devemos seguir, nos impulsiona a postura adequada em todos os âmbitos da Vida. Que tenhamos mais acertos e possamos estar sempre unidos para que a Luz Brilhe. Como disse o patrono espiritual desta Casa, Bezerra de Menezes, “Esta Casa será o Farol

EXPEDIENTE FUNDADA EM 12 DE JULHO DE 1936

Conselho Editorial Silvia Cristina Stars de Carvalho Puglia Fátima Luisa Giro Paulo Sergio de Oliveira Editor: Altamirando D. de Assis Carneiro (MTb 13.704) e-mail: redacao@feesp.org.br As opiniões manifestadas em artigos assinados, bem como nos livros anunciados são de responsabilidade de seus autores, não refletindo, obrigatoriamente, o pensamento do Jornal Espírita, de seu Conselho Editorial ou da FEESP. Redação O Jornal Espírita é uma publicação bimestral sobre o movimento Espírita. Rua Maria Paula, 140, 3º Andar, Bela Vista, São Paulo – SP, CEP 01319-000 – Tel.: (11) 3115-5544 ramal 224 Fundado em 1º de Julho de 1975 pelo Núcleo Espírita Caminheiro do Bem, registro nº 2.413, livro 33 de Matrículas de Oficinas Impressoras, Jornais, Revistas e outros periódi-

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à iluminar o mundo”. E Jesus, nos diz que se tivermos os olhos bondosos, o nosso corpo se torna Luz: de esperança, de amor, de caridade, de

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Consolação às Almas. Que o discernimento e sabedoria rejam nossas ações no hoje e sempre.

Jornal Espírita Fax.: (11) 3107-5544 Portal: www.feesp.org.br Email: feesp@feesp.org.br

Distribuição para assinantes e Centros Espíritas: Livrarias e Editora Espírita Humberto de Campos da FEESP.

Vice-Presidente João Baptista do Valle vicepresidente@feesp.org.br

Diagramação: TUTTO

Diretora da Área de Assistência Social Nancy Cesar Campos Raymundo social@feesp.org.br Diretora Área de Ensino Fátima Luisa Giro ensino@feesp.org.br Diretora Área Espiritual Vera Cristina Marques de Oliveira Millano espiritual@feesp.org.br Diretora Área de Divulgação Silvia Cristina Stars de Carvalho Puglia divulgacao@feesp.org.br

FEDERAÇÃO ESPÍRITA DO ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ 61.669.966/0014-25 Rua Maria Paula, 140, Bela Vista, CEP 01319000, São Paulo - SP Tel.: (11) 3106-1619, 3106-5964, 3106-1200, 3106-5579, 3107-5279, 3107-1276, 31055879, 3115-5544

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Muita Paz! Zulmira da Conceição Chaves Hassesian

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cos, do 1º Cartório de Títulos e Documentos de São Paulo, conforme despacho do Juiz de Direito da 2ª Vara de Registro. Transferido para a Federação Espírita do Estado de São Paulo em 16 de maio de 1990. Certificado de Registro na marca na classe 11.10 processo nº 815.511.973 publicada na “Revista da Propriedade Industrial” nº 1103, de 21/1/92, página 16.

Impressão: TAIGA - 2468-3384

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Diretoria Executiva: Presidente Zulmira da Conceição Chaves Hassesian presidente@feesp.org.br

Diretora Área Infância, Juventude e Mocidade Vera Lúcia Leite infanciamocidade@feesp.org.br Diretora Área Financeira Guiomar Cisotto Bonfanti financeiro@feesp.org.br Diretora Área Federativa Regina Helena Tuma Carlim federativa@feesp.org.br Assistência Social da FEESP Casa Transitória Fabiano de Cristo CNPJ: 61.669.966/0002-91 Av. Condessa Elizabeth de Robiano, 454, Belenzinho, São Paulo – SP, Tel.: (11) 2797-2999 Sede Santo Amaro: Rua Santo Amaro, 370, Bela Vista, São Paulo – SP, Tel.: (11) 3107-2023 Casa do Caminho, Av. Moisés Maimonides, 40, Vila Progresso, Itaquera, São Paulo – SP, Tel.: (11) 2052-5711 Centro de Convívio Infanto-Juvenil D. Maria Francisca Marcondes Guimarães – Rua Franca, 145, B. Bosque dos Eucaliptos, São José dos Campos – SP (12) 3916-3981


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Palestra

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Palestras Públicas na FEESP

Diariamente, a Federação Espírita do Estado de São Paulo abre suas portas a toda população de São Paulo, acolhendo aqueles que precisam de sentido ou consolo para suas vidas, bem como os que buscam conhecer o Espiritismo, através dos seus diversos cursos. Aos domingos, sempre às 10:00, é aberto um espaço especialmente destinado à realização de palestras sobre temas atuais, à luz do Espiritismo, que são muito esclarecedoras no sentido de entendermos melhor a problemática social em que vivemos. São abordados temas atuais, de forma a fornecer ferramentas de amor e fé, para enfrentar os desafios cotidianos. Para ajudar-nos

a refletir sobre esses diversos temas, contamos com oradores e palestrantes de alto gabarito, e conhecedores da doutrina espírita, que compartilham sua visão e experiência com o público presente. Nesses encontros alegres, contamos também com musicistas que se revezam, a cada semana, no palco do auditório Bezerra de Menezes, em apresentações que elevam e harmonizam a todos e o ambiente. Participe e divulgue. É sempre um prazer receber a todos! Confira, a seguir, as sinopses das palestras realizadas aqui na Federação Espírita do Estado de São Paulo.

O Natal na visão espírita Paulo Oliveira “Glória a Deus nas Alturas, Paz na Terra, boa vontade para com os homens.” (Lucas 2:14)

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ais um ano se passou e estamos novamente diante do Natal, festividade que comemora o nascimento de Jesus Cristo, em nosso planeta Terra. Como acontece normalmente, neste período que antecede as festas natalinas, há grandes movimentações quanto aos preparativos, que incluem a compra de presentes, de ornamentos, de comidas e bebidas, conforme as condições financeiras de cada um. Nas famílias, nas organizações, nas escolas e em tantos outros lugares, inicia-se uma aproximação mais festiva, com brincadeiras como a do amigo oculto bem como a organização de almoços, jantares e outros, com o fito de marcar o final do ano. Desejos de felicidade e prosperidade acontecem em grande quantidade nos locais que frequentamos, muito embora grande parte desses “Boas Festas” e “Feliz Natal” ocorram mais por determinações da educação e dos

costumes adquiridos, sendo expressos mais mecânica do que intencionalmente. As crianças, estimuladas pelos adultos, correm a escrever suas cartinhas pedindo os brinquedos de sua preferência para o “bom velhinho” que é suposto entregar todos os presentes na noite de Natal, lenda que é reforçada junto aos pequeninos, ainda com a imaginação infantil aguçada, desviando sua atenção daquele que realmente é o centro de todas essas festividades: Jesus! No entanto, devemos nos questionar se será esse o verdadeiro espírito do Natal. Qual, de fato, o significado do Natal para aquele que assimilou a luz do Evangelho, pelas portas da doutrina consoladora – o Espiritismo – codificada por Allan Kardec. Em primeiro lugar, Natal é a celebração do nascimento de Jesus Cristo, o enviado de Deus para dis-

seminar, junto à humanidade, o código de luz e de amor: o Evangelho. Mas, você caro leitor poderá pensar neste momento que esse é o entendimento geral. Todos comemoram o nascimento de Jesus no Natal. Isso é um fato! E, diante desse fato, perguntamos: Será mesmo?! Relembrando a vida do Mestre e suas atitudes, quando aqui esteve entre nós, pôde-se perceber que esta foi simples e humilde, tendo como

maior exemplo dessa humildade as próprias condições de seu nascimento, ocorrido numa estrebaria onde teve seu corpinho envolto em panos simples e colocado numa manjedoura, que nada mais era do que uma estrutura feita de madeira, em que se depositava o alimento dado aos animais, conhecida também pelo nome de cocho. Sim, um cocho! Diferente da visão da manjedoura que estamos acostumados a ver, transmitida pelo imaginário de artistas ao longo desses dois milênios, Jesus ficou deitado num monte de feno que foi colocado nesse local onde os animais se alimentavam. A simbologia da manjedoura transcende o nosso entendimento ainda diminuto, em relação à grandiosidade de Jesus expressa na mais pura humildade. Era ele ali colocado como que a dizer: “Eu trago o verdadeiro alimento para todos aqueles que se encontram infelizes, cansados e abatidos. Eu trago a esperança e a fé que aliviará todo o peso do fardo sobre seus ombros.”


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seus ombros.” Cresceu humilde, tornando-se aprendiz de carpintaria, ofício exercido por seu pai José, com o qual supria as necessidades de sustento e subsistência de sua família. Conviveu com a gente simples do caminho e, quando iniciava sua missão de levar à humanidade sua mensagem de amor e perdão, não prescindiu de convocar pescadores humildes e ignorantes para seus discípulos, bem como aqueles que viviam em padrões não aceitos à época, sendo considerados como a escória, como o publicano Mateus. Foi nesses corações simples que Jesus iniciou seu trabalho de construção do Reino de Deus na Terra, distante do luxo, da pompa dos amplos salões da nobreza do poder da época. Não havia a beleza nem o glamour das árvores de natal bem decoradas, muito menos das comidas e bebidas que tradicionalmente se encontram nas ceias natalinas. Todos esses símbolos, adereços, presentes etc. surgiram ao longo dos séculos, nos quais os homens entenderam homenagear aquele que trazia a mensagem de Paz e Amor diretamente de Deus, nosso Pai e Criador, para todos nós. Com o passar do tempo, diante das necessidades artificialmente criadas pelas novas demandas da civilização moderna, fomos nos concentrando mais nesses aspectos exteriores do que na real celebração do nascimento do Mestre, o que nos desviou do real sentido do Natal. Natal, na visão espírita, não deve ser de exclusão, mas sim de inclusão. Não estamos impedidos de estendermos ao nosso grupo familiar e de amigos as benesses do conforto que lhes possamos ofertar. Devemos viver no mundo como aqueles que atendem as condições de vida do mundo, porém que isso Parte 1.indd 11

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não nos impeça de vivenciar o Natal como um momento de iluminação do Espírito imortal e, também, de elevação do sentimento de gratidão ao Mestre Divino, pelo seu amor que empenhou em nosso favor, vindo pessoalmente trazer-nos a “Boa Nova”. Que tenhamos a consciência de

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que a festa de Natal é a celebração do aniversário de Jesus, que, como em toda festa de aniversário, deve ser ele o alvo principal de todas as atenções. No Natal de Jesus, o presente que ele mais espera de nós todos é que apliquemos aqueles ensinos que nos trouxe, em nossas ações no dia a dia.

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Que possamos abraçar a todos e, perdoando sinceramente aqueles que nos ofenderam, elevemos uma prece de reconhecimento, gratidão e júbilo por termos a iluminação de nosso entendimento, através do registro em nossas almas da palavra esclarecedora do Mestre dos mestres. Emmanuel, o querido benfeitor espiritual que orientou a mediunidade bendita de Chico Xavier, deixa-nos relevante convite em mensagem constante do livro Fonte Viva, em sua lição 180, com a qual desejamos encerrar esta pequena reflexão sobre o real sentido do Natal: “Irmão, que ouves no Natal os ecos suaves do cântico milagroso dos anjos, recorda que o Mestre veio até nós para que nos amemos uns aos outros. Natal! Boa Nova! Boa vontade! Estendamos a simpatia para com todos e comecemos a viver realmente com Jesus, sob os esplendores de um novo dia.” Muita paz a todos!

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Epilepsia e Obsessão Rosana Navajas

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urante um largo período da nossa história, a epilepsia foi interpretada como um evento sobrenatural. Na Grécia antiga, quando alguém tinha uma crise epilética durante a realização dos Comícios (assembleias populares), o evento era imediatamente interrompido, pois a ocorrência da crise significava um sinal de descontentamento dos deuses, originando a denominação “Mal Comicial”. Somente por volta do ano 400 a.C, Hipócrates definiu a Epilepsia como uma doença de causas naturais e não como uma maldição ou algo sobrenatural, como pensava o senso comum na época; sugerindo que a enfermidade deveria ser tratada com drogas e dietas, contrapondo-se à crença existente, entendendo que a atribuição religiosa do problema era devido a desinformação e/ou inexperiência no assunto. Os evangelistas Lucas (9: 37-42), Mateus (17: 14-21) e Marcos (9: 1429) relatam sobre “ A Cura do Jovem Possesso” realizada por Jesus, que pela narração nos permite diagnosticar o quadro apresentado pelo jovem como epilepsia com crise generalizada tônico-clônica. A visão acadêmica contemporânea define a epilepsia como uma disfunção na atividade elétrica cerebral, resultante de descargas anormais, excessivas, síncronas e transitórias de neurônios hiperexcitáveis na ausência de condição febril ou tóxico - metabólica, que predispõe cronicamente a geração de crises epilépticas, manifestadas através de convulsões recorrentes, podendo ter as mais variadas formas de Parte 1.indd 12

apresentação, dependendo da área cerebral acometida. Com o advento da Doutrina dos Espíritos amplia-se um novo horizonte, quando nos trás o conhecimento de corpo físico, Espírito e períspirito; Lei de Causa e Efeito e as relações entre o mundo físico e espiritual, aumentando a nossa compreensão em muitos campos, que até então eram entendidas como misticismos ou superstições. Quando os Espíritos respondem a Kardec na questão 459 do Livro dos Espíritos que a influência dos Espíritos sobre nós encarnados, no campo dos nossos pensamentos e ações, é muito maior que nós possamos imaginar, sendo que muitas vezes somos dirigidos por eles próprios, percebemos que essa influência pode ser tanto benéfica quanto maléfica. No último exemplo é entendida como obsessão. Os Espíritos definem obsessão como uma ação persistente que um mau Espírito exerce sobre um indivíduo. Porém, para que ela possa ocorrer vai depender da imperfeição moral do obsediado. Somente há obsediados e obsessões porque há endividados espirituais, facultando a urgência da reparação das dívidas. Logo, todo problema de obsessão redunda em problema de moralidade, em cuja realização o Espírito se permitiu enredar, por desrespeito ético, legal e/ou espiritual. Ninguém se libera da conjuntura da consciência culpada, onde está o devedor, aí se encontra a dívida, e logo depois o cobrador. Quando o

Espírito é encaminhado à reencarnação traz, em forma de “matrizes” vigorosas no perispírito, o que necessita para a evolução. Imprimemse, então, tais fulcros nos tecidos em formação da estrutura material de que se utilizará para as provações e expiações necessárias. Quando se volta para o bem, adquire títulos de valor moral que desarticula os condicionamentos que lhe são impostos para o sofrimento e restabelece a harmonia nos centros psicossomáticos, que passam, então, a gerar novas vibrações aglutinantes de equilíbrio, a se fixarem no corpo físico em forma de saúde, de paz, de júbilo; sendo o agente da sua própria cura. Vinculados os Espíritos no agrupamento familiar pelas necessidades da evolução em reajustamentos recíprocos, no problema da obsessão, os que acompanham o paciente estão fortemente ligados ao fator predisponente, caso não

hajam sido os responsáveis pelo insucesso do passado, são agora convocados à cooperação no ajustamento das contas. Há casos de epilepsia relatados na literatura espírita que se correlacionam com quadros obsessivos, que merecem análise para que possamos compreender os mecanismos envolvidos, pois vão muito mais além da visão da disfunção elétrica cerebral. Manoel Philomeno de Miranda relata em “Grilhões Partidos”, o caso da jovem Viviane que na presente encarnação, desde a tenra idade, era acometida frequentemente de crises epilépticas tônico-clônicas generalizadas, e que já apresentava sinais de lesões cerebrais; seus genitores não demonstravam laços afetivos com a filha, internando-a em Casa de Saúde especializada em doentes mentais. Na vigência de uma crise epiléptica de Viviane, estavam presentes o Dr Bezerra e outros companheiros do plano espiritual, os quais receberam informações, do mentor amigo, extremamente esclarecedoras. A referida jovem em encarnação pregressa havia sido uma atriz menos categorizada de beleza incomum, que manteve graves conúbios, engendrando uma teia composta de luxúria, dinheiro, chantagem, exploração sexual de jovens moças e assassinato de seu companheiro, criando, para si próprio, terríveis perseguições no campo espiritual. Sua enfermidade física encontravase em estado avançado, com lesão cerebral, e quando seu períspirito encontrava-se parcialmente desprendido do corpo físico nas rudes refregas convulsivas, o amante as25/11/2015 13:22:52


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sassinado, ainda no plano espiritual, atemorizava-a com crueldade, motivando novas e penosas crises que se sucediam por horas contínuas. Realmente arrependida pelos seus atos do passado, contou com auxílio de antigo afeto, que se encontrava em melhor posição espiritual, para reencarnar; o qual periodicamente assistia-a com fluidoterapia que lhe abrandavam as aflições, encorajando-a a avançar. André Luiz narra no livro “Nos Domínios da Mediunidade”, o caso Pedro, moço que estava no centro espírita com sua mãe, quando foi acometido por uma crise epiléptica, causada por ataque espiritual de obsessor do pretérito o qual nutria profundo sentimento de ódio por ele oriundo de trama do passado espiritual. Pedro não apresentava lesão cerebral. O mesmo autor espiritual nos narra no livro “No Mundo Maior”, o caso Marcelo, jovem pertencente a uma família cristã evangelizada, cônscio da necessidade de se praticar o bem e realizar o Evangelho no Lar, visando à sintonia com Benfeitores Amigos. Porém este jovem apresentava crises epilépticas noturnas, as quais não eram acompanhadas da presença próxima de influência espiritual, e sim condicionadas reflexamente. Em encarnação pretérita, Marcelo havia sido senhor de inteligência avantajada, porém, utilizou-a somente para satisfação pessoal, precipitando-se na vala comum dos

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caprichos criminosos. Impôs-se pelo absolutismo, e intensificou a lavra de espinhos que o dilacerariam mais tarde, pois ao desencarnar deparou-se no plano espiritual com inúmeras vítimas o esperavam para se vingarem, lesando deste modo sua organização perispiritual. Consciente dos seus erros e profundamente arrependido inicia nova jornada para reparação dos erros pregressos, encontrando na vivência do Evangelho a terapêutica eficaz para seus males. Porém ainda nos momentos de desprendimento parcial, proporcionado pelo sono físico, ainda sofria com as recordações de seus adversários, o que desencadeava as crises convulsivas. O rapaz encontrou os antídotos necessários nos princípios nobres que movem a vida, cultivando o hábito da oração, o entendimento fraterno, à prática do bem e pela ligação com a espiritualidade superior, reconquistando o próprio equilíbrio. Percebia que nos momentos de invigilância, as crises aconteciam. O Dr Osvaldo Hely Moreira, médico pertencente à Associação Médico-Espírita do Brasil, conclui ao analisar alguns casos de epilepsia que: 1) Quadros de epilepsia podem ser provocados por obsessão, mas existem casos sem ação de desencarnados e casos mistos; 2) Independente da etiologia, com ou sem envolvimento obsessivo, há necessidade de uso de

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medicação da medicina acadêmica; 3) A presença de estado crepuscular (aura) é diagnóstico de ação obsessiva, segundo informa Dr Bezerra; 4) A terapia desobsessiva é altamente eficaz, devendo ser usada como preconiza a obra Kardequiana; 5) O estudo dos casos clínicos sugere que a maioria dos quadros de epilepsia representa processo obsessivo atual ou passado, e que todo paciente epiléptico deve ser abordado com processo terapêutico neste sentido; 6) O quadro secundário a processo obsessivo, se não socorrido em tempo hábil, pode levar a alteração física; 7) Existe uma sequência evolutiva do processo de cura (como

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nos mostra a figura acima) Joanna de Ângelis, em “Dias Gloriosos”, nos diz que: “...cada Espírito é legatário de si mesmo através das reencarnações, conduzindo no seu foro íntimo o resultado dos sucessos ou das dificuldades trabalhadas em cada etapa iluminativa. Ninguém vive no mundo sem desafios, particularmente na área da saúde, dos relacionamentos interpessoais, das aspirações, dos processos de crescimento íntimo. São eles que promovem o ser, que se lhe desenvolvem a capacidade de luta, que o aprimoram, auxiliando-o sempre a conquistar novos patamares evolutivos, sem o que a existência terrena perderia todo o sentido e significado espiritual”.

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A mediunidade e as crianças Sonia Cabral

“Mediunidade é a faculdade natural pela qual se estabelecem as relações entre os homens e os Espíritos; pertence ao campo da comunicação. É natural identificá-la em crianças, pois são Espíritos em experiências no mundo material, em processo de desenvolvimento físico, intelectual e moral, através dos quais são ampliadas as suas potencialidades.”

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eon Denis, em seu livro: “O Problema do Ser, do Destino e da Dor”, esclarece-nos que: “A alma não é feita de uma só vez; a si mesma se faz, se constrói através dos tempos. Suas faculdades, suas qualidades, seus haveres intelectuais e morais, em vez de se perderem, capitalizam-se, aumentam, de século para século.” Analisando o surgimento da mediunidade em diferentes ciclos do desenvolvimento humano, José Herculano Pires, em seu livro “Mediunidade”, esclarece que as crianças possuem mediunidade, por assim dizer, à flor da pele, porém são resguardadas pela influência benéfica dos espíritos protetores, que as religiões chamam de anjo da guarda. Na fase infantil, as manifestações, em sua maioria, são mais de caráter anímico; a criança projeta sua alma nas coisas e nos seres que a rodeiam, recebem inspirações de amigos espirituais, às vezes veem e denunciam a presença de Espíritos. Quando passam dos sete ou oito anos, integram-se melhor ao condicionamento da vida terrena, desligando-se progressivamente das relações espirituais e dando mais importância às relações com

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os encarnados. Encerra-se o primeiro ciclo mediúnico, para abrir o segundo. Considera-se, então, que a criança não tem mediunidade, a fase anterior é levada à conta da imaginação e da fábula infantil. Allan Kardec, pergunta aos Espíritos, na questão 221 de O Livro dos Médiuns, conforme os seguintes itens: Item 6 :“ Será inconveniente desenvolver a mediunidade das crianças ?” _ Certamente. E sustento que é muito perigoso. Porque estes organismos frágeis e delicados seriam muito abalados e sua imaginação infantil muito superexcitada. Assim, os pais prudentes se afastarão dessas ideias ou pelo menos, só lhes falarão a respeito no tocante às consequências morais. Item 7:”Mas há crianças que são médiuns naturais, seja de efeitos físicos, de escrita ou de visões. Haveria nesses casos o mesmo inconveniente?” _ Não. Quando a faculdade se manifesta espontânea numa criança, é que pertence à sua própria natureza e que sua constituição é adequada. Não se dá o mesmo quando a mediunidade é provocada e excitada. Observe-se que a

criança que tem visões, geralmente pouco se impressiona com isso. As visões lhes parecem muito naturais, de maneira que ela lhe dá pouca atenção e quase sempre as esquece. Mais tarde e lembrança lhe volta à memória e é facilmente explicada, se ela conhecer o Espiritismo. Item 8: “Qual a idade em que pode ser inconveniente, praticar a mediunidade ? _ Não há limite preciso na idade. Depende inteiramente do desenvolvimento físico e mais particularmente do desenvolvimento psíquico. Há crianças de doze anos que seriam menos impressionadas que algumas já formadas. Refiro-me à mediunidade em geral, pois a de efeitos físicos é mais fatigante para o corpo. Quanto à escrita, há outro inconveniente, que é a falta de experiência da criança, no caso de querer praticá-la sozinha ou de

fazer dela um brinquedo. Na fase infantil, o despertar da mediunidade é quase sempre tão natural quanto outros tipos de aprendizagem, que vão acontecendo em todas as etapas do desenvolvimento humano da criança, visto terem estas relativa facilidade de perceber a presença dos espíritos e com eles manter um convívio fácil e espontâneo. Por que isso ocorre com tanta naturalidade? O Espiritismo nos esclarece que o processo reencarnatório prolonga-se até os sete anos de idade. Nesses primeiros anos, o espírito, na fase infantil, mantém vínculos bastante estreitos e mais ou menos intensos com o mundo espiritual. A presença de espíritos amigos, do seu espírito protetor, se torna mais próxima, com o objetivo de ampará-lo. A criança apresenta indícios de 25/11/2015 13:23:43


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mediunidade quando começa a mencionar a presença, no lar, de pessoas que ninguém percebe a não ser ela própria. Bastante comum é a presença do amiguinho invisível com o qual conversa e brinca. Às vezes, diz estar vendo pessoas idosas, e alguns pais apresentam fotos de familiares desencarnados, entre os quais a criança identifica um em particular e, para surpresa da família, vem a ser o avô ou avó, ou outro parente qualquer. Diane, E.Papalia, em “O mundo da criança” - menciona a questão do amiguinho invisível, sustentando que “cerca de 15 a 30% das crianças, entre 3 a 10 anos têm companheiros imaginários. Eles surgem na vida depois de 2 anos e meio de idade e saem quando a criança vai para a escola. A pessoa imaginária parece real para a criança que fala e brinca com ela.” Para a Psicologia – ciência que estuda o comportamento humano - é um fato natural, fato da imaginação infantil que “cria” um amigo para brincar e lhe fazer companhia. Em geral, são crianças que se sentem sozinhas, seja porque os pais trabalham fora, seja por carência afetiva. Por outro lado, pode ser uma realidade que a criança esteja vendo um espírito ali presente. Tal fato vem acontecendo muito, tornando-se algo que preocupa os pais, que aos poucos vão entendendo a naturalidade dessas presenças espirituais, principalmente quando possuem o conhecimento moral da doutrina espírita. Suely Caldas Schubert, em seu livro “Mediunidade e Obsessão em crianças”, nos elucida que “é preciso que os pais compreendam que a mediunidade é uma faculdade natural do ser humano. A partir deste ponto, através dos esclarecimentos que lhes serão transmitidos na casa espírita, terão outra visão a respeito Parte 2.indd 3

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da situação, compreendendo então que, quando a criança menciona a presença de um amiguinho invisível ou a vidência de outros espíritos, isto deve ser encarado sem sobressaltos, sem supor que esteja mentindo e sem medo de consequências prejudiciais. Calma compreensão, paciência diante dos fatos, evitando crivar a criança de perguntas, aterrorizando-a, como também evitar dizer que ela é um espírito de luz e que tem uma grandiosa missão.” Nem sempre a reação da família é tranquila diante deste tipo de acontecimento. Muitos pais, por falta de informação, ficam preocupados, aflitos, supondo que seu filho ou filha sejam portadores de algum distúrbio psiquiátrico. São inúmeros os casos de mediunidade na infância, e somente a Doutrina Espírita lança luz sobre essa situação na vida da criança. Nem todas as crianças, porém, constatam a existência de um amiguinho ou amiguinho invisível. Isto acontece com aqueles que apresentam certa predisposição mediúnica. Apesar disso, somente em algumas destas é que a mediunidade irá se desenvolver mais adiante em suas vidas. Vamos levantar agora a cortina que encobre alguns desses casos, a fim de contribuirmos para o esclarecimento daqueles que nos leem e que possam estar vivenciando uma experiência semelhante. Em 1846, a família Fox mudou-se para um casebre em Hydesville, vilarejo no interior de Nova York. Em poucos dias, eles começaram a ouvir barulhos de arranhões nas paredes e nos assoalho e, depois, de passos e móveis sendo arrastados. Com medo, as garotas Kate (1837-

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1892) e Maggie (1833-1893), passaram a dormir com os pais. As meninas tentaram se comunicar com a “assombração”. Kate a desafiou, pedindo que repetisse o número de palmas que batia. Para surpresa de todos, ouviu-se o mesmo total de pancadas. A mãe delas, Margareth, passou a fazer todo tipo de perguntas e propôs que a entidade dessa uma “pancada” quando quisesse responder “não” e duas

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quando fosse “sim”. Combinando as pancadas com o alfabeto, Margareth e as filhas resolveram o mistério: tratava-se do Espírito de Charles B.Rosna, um vendedor ambulante que havia sido morto com uma facada no pescoço em um dos quartos. A história se alastrou pelo vilarejo e moradores descobriram restos de carvão, cal, cabelos e fragmentos de ossos enterrados na adega. As irmãs foram afastadas de casa, porque se suspeitava que o fenômeno estivesse ligado à presença delas. Kate foi morar com a irmã, Leah, e Maggie, com o irmão David. As pancadas as acompanharam. O corpo de Charles só foi encontrado 56 anos depois, em 1904, numa parede falsa, quando crianças foram brincar na “casa mal assombrada.” Na adolescência, as irmãs passaram a fazer sessões públicas de mediunidade. Kate continuou a realizá-las na vida adulta. Para se livrar do controle de Leah, que agia como sua “empresária”, Maggie e Kate chegaram a dizer que o caso

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.. 1857 ... 1858 .... 1859 .... 1860 ..... 1861 ...... 1861 ...... 1862 ....... 1863 ........ 1864 ........ 1864 5 ......... 186 5 ......... 186 6 .......... 186 7 186 . .......... 8 186 ........... 8 ............ 186 9 ............. 186 9 ............. 186 0 .............. 189

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de Hydesville havia sido uma fraude. Mas, depois, Maggie recuou e confirmou que o fenômeno havia sido legítimo. A fim de ilustrar o fenômeno da mediunidade em crianças, vejamos também a seguinte história: “Certa vez, um menino se encontrava na casa de um conhecido, brincando com a priminha de cinco anos e mais dois meninos, um de sete e outro de quatro anos”. A senhora que residia no térreo chamou-os e ofereceu-lhes bombons, convidou-os a entrar. Estabeleceu-se entre ela e o menino o seguinte diálogo: _ Como te chamas, meu filho?. _ Eu me chamo Gabriel, senhora. _ O que faz teu pai? _ Senhora, meu pai é espírita. _ Não conheço esta profissão. _Mas, senhora, não é uma profissão; meu pai não é pago para isto, ele o faz com desinteresse e para fazer o bem aos homens.

_ Meu rapazinho não sabe o que queres dizer... _ Como! Jamais ouvistes falar das mesas girantes? _ Então, meu amigo, bem gostaria que teu pai estivesse aqui para fazer girar. _ Não é preciso, senhora: eu tenho o mesmo poder de fazê-las girar. _ Então queres experimentar e me fazer ver como se procede? _ De boa vontade, senhora. O menino e seus coleguinhas sentam-se ao redor da mesa, pondo as mãos em cima. Gabriel faz uma evocação, em tom muito sério e com recolhimento. Para surpresa geral, a mesa moveu-se e bateu com força. A pedido do menino, a dona da casa pergunta quem está ali e a mesa soletra: teu pai. A senhora, muito emocionada, passa a interrogá-lo a respeito de uma carta que acabara de escrever. Pede provas de que era mesmo o

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pai propondo sugestões íntimas e todas as respostas foram corretas. As revelações foram demais e ela não conseguiu prosseguir, dominada pela emoção. O episódio acima é verídico e o menino Gabriel, nada mais é do que Gabriel Dellanne, que cresceu, tornou-se um grande amigo de Allan Kardec e foi um dos homens que lutou pelo Espiritismo de forma científica, apresentando suas pesquisas que comprovam a existência da vida além da matéria. A mediunidade também ocorreu cedo na vida de Elisabeth d’Esperance, gostáramos de apresentá-la aos nossos leitores. No ano de 1848, dia 20 de novembro, nasceu em Londres uma menina que recebeu o nome de Elisabeth. Seus pais, Jane e George P., este capitão de um navio, obrigado por sua profissão a constantes viagens.

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Desde muito pequena, Elisabeth d’Esperance, como seria conhecida, começo a ter visões no casarão onde morava. As “pessoas” estavam em toda parte, nos grandes quartos vazios, e circulavam como se ali morassem. Sua mãe era portadora de uma doença que a obrigava a permanecer por dias e dias no leito e as crianças davam-lhe pouca atenção. Por mencionar a presença dessas “pessoas”, passou a ser considerada uma menina esquisita, estranha e, como os fatos de vidência se tornassem mais comum, chegou a ser castigada, até que um dia sua mãe, suspeitando de sua sanidade mental, requisitou a presença de um médico para examinar a filha. O médico ouviu atentamente o relato da menina e lhe disso que tais coisas só aconteciam com pessoas loucas. Isto lhe causou um medo muito grande, julgando que poderia realmente ser louca.

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ITOS .............................. II - REVISTA ESPÍR ........................................ ITA .............................. .................. 1857 ........................................ III - REVISTA ESPÍR ............................ 1858 ITA .............................. ........................................ IV - REVISTA ESPÍR ........................... 1859 ITA .............................. ........................................ V - O LIVRO DOS MÉDIUNS .................... ........................... 1860 ........................................ VI - REVISTA ESPÍR ............................. 1861 ITA .............................. ........................................ VII - REVISTA ESPÍR ........................... 1861 ITA VIII - REVISTA ESPÍR ...................................................................... .......................... 1862 ITA .............................. ........................................ IX - O EVANGELH O SEGUNDO O ESPIR ........................ 1863 ITISMO.................... X - REVISTA ESPÍR ................................ 1864 ITA.............................. ........................................ XI - O CÉU E O INFE ............................. 1864 RNO .............................. ........................................ XII - REVISTA ESPÍR ITA.............................. ........................ 1865 ........................................ XIII - REVISTA ESPÍR .......................... 1865 ITA .............................. ........................................ XIV - REVISTA ESPÍR ........................ 1866 ITA .............................. ........................................ XV - REVISTA ESPÍR ITA ........................ 1867 XVI - A GÊNESE .......... ...................................................................... .......................... 1868 ........................................ XVII - REVISTA ESPÍR ........................................ ITA.............................. ..................... 1868 XVIII - INICIAÇÃO ........................................ ESPÍRITA .................... ....................... 1869 ........................................ XIX - OBRAS PÓST UMAS .............................. .......................... 1869 ........................................ ........................ 1890

.................................... 1857 .................................................... I - O LIVRO DOS ESPÍRITOS ................................. 1858 .................................................... ................... 1859 II - REVISTA ESPÍRITA ............. .................................................... ............. ............. TA ESPÍRI ...... 1860 III - REVISTA .................................................... ............. ............. ............. TA 1861 IV - REVISTA ESPÍRI .................................................. ............. ............. ............. NS V - O LIVRO DOS MÉDIU ............................................. 1861 ............. ............. ............. VI - REVISTA ESPÍRITA ............. ............................................ 1862 .................................................... ............................. 1863 VII - REVISTA ESPÍRITA ............. ............. ............. .......................... VIII - REVISTA ESPÍRITA ....................................... 1864 DO O ESPIRITISMO............. IX - O EVANGELHO SEGUN .................................. 1864 .................................................... X - REVISTA ESPÍRITA............. .......................................... 1865 .................................................... XI - O CÉU E O INFERNO ............................................ 1865 .................................................... TA ESPÍRI A REVIST XII .......................................... 1866 .................................................... XIII - REVISTA ESPÍRITA .......................................... 1867 .................................................... ..... 1868 XIV - REVISTA ESPÍRITA .................................................... ............. ............. ............. TA ....... 1868 XV - REVISTA ESPÍRI .................................................... ............. ............. ............. XVI - A GÊNESE ............. ......................................... 1869 ............. ............. ............. ............. XVII - REVISTA ESPÍRITA .................................. 1869 TA .................................................... XVIII - INICIAÇÃO ESPÍRI .......................................... 1890 .................................................... XIX - OBRAS PÓSTUMAS

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Escrevendo, mais tarde, sobre sua infância, Elisabeth teve ocasião de registrar a constante presença do fantasma de uma velha senhora, que via com tal nitidez, que pode desenhar-lhe a fisionomia, conforme consta de seu livro “No país das sombras”. A senhora em questão surgia com um vestido preto, tendo um xale de renda branca sobre os ombros, amarrado à altura do peito e uma touca branca que escondia parte dos cabelos grisalhos. Ela permanecia sempre num certo quarto e Elisabeth a denominava de “My shadow lady.” Aos quatorze anos, chegou à conclusão que tudo aquilo era obra de Satanás e, diante das visões, punha-se de joelhos a rezar. Tão grande foi a angústia, que ficou muito abatida, magra e pálida. O pai, ao retornar de uma de suas viagens, preocupou-se, vendo o seu estado, resolveu que a filha necessitava de ares novos, levando-a então a uma viagem ao Mediterrâneo. A viagem trouxe grande alegria a Elisabeth: tudo era novo e belo, os fantasmas desapareceram, a saúde restabelecida e o fato de estar ao lado do pai era motivo de satisfação e tranquilidade. Certo dia, estando no tombadilho com o tenente N... , avistou um navio no horizonte. Comentando a respeito, para sua surpresa, o tenente disse que não via o navio. Elisabete ficou muito aflita, pois ele vinha em direção à proa. Alarmada, começou a gritar que iriam bater, para seu horror, o grande navio se aproximou e atravessou o deles! Com o susto, chorando apavorada, Elisabeth teve que ser recolhida ao quarto. Seu pai investigou o fato que constatou que ninguém viu o navio que ela mencionara. Durante a adolescência, os fantasmas deram uma trégua e ela passou por certa tranquilidade. Parte 2.indd 7

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O tempo transcorreu e Elisabeth, já adulta, resolveu consultar uma ledora da “buena-dicha”. Esta, confirmando as visões, disse-lhe: “_ Teus olhos veem coisas ocultas para os outros”. Falou-lhe depois de seu casamento, que aconteceria dali a dois anos, e muitas outras coisas. Tudo o que disse se confirmou. Elisabeth d’Esperance tornou-se uma das mais importantes médiuns que contribuíram para o advento do Espiritismo. Era portadora de vários tipos de mediunidade, entre os quais citamos: efeitos físicos, psicografia, vidência, materializações, transportes, pinturas mediúnicas, etc. Suas faculdades mediúnicas foram pesquisadas por eminentes estudiosos: os fenômenos obtidos por seu intermédio foram sempre comprovados, visto que a médium se destacava pela honestidade, pela ética e pelo desejo de colaborar para que esta faculdade notável, que é a mediunidade, se tornasse mais conhecida e aceita pelos seres humanos. Elisabeth escreveu o livro acima citado, “No País das Sombras”, relatando sua vida e suas experiências mediúnicas, o qual hoje é muito apreciado e estudado no meio espírita. Ela desencarnou no dia 20 de julho de 1918. No final do século XIX surge aquele que é considerado o maior vidente da história dos EUA, Edgar Cayce nasceu em 1877, em Hopkinsville, Kentucky. Viveu uma infância tranquila, muito apegada ao avô. Mas aos quatro anos, testemunhou o velhinho morrer afogado em um lago. Desde então, começou a se encontrar com o espírito dele em um celeiro. O vovô vinha lhe contar histórias da Guerra Civil. Com dificuldades na escola, desenvolveu uma habilidade inexplicável: descobriu que, se dormisse com a mão sobre um livro, conseguia “absorver” todo seu conteúdo.

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Aos 13 anos, recebeu a visão de um anjo, que lhe disse: “Suas preces foram ouvidas. Seu desejo será atendido. Mantenha sua fé e seja fiel a si mesmo. Ajude o doente e o aflito. A primeira pessoa que ele curou foi a si mesmo. Aos 15 anos, depois de se machucar na escola, começou a apresentar um comportamento estranho. Numa espécie de transe, receitou ao pai uma mistura de ervas que seria capaz de curar seu ferimento na coluna. No dia seguinte, não se recordou de nada, mas, para espanto dos pais, o remédio caseiro realmente surtiu efeito. Ele fez milhares de consultas ao longo da vida, sempre com precisão impecável. Mas nem todos acreditavam. Chegou a ser detido por exercício ilegal da medicina e charlatanismo. Um hospital que havia construído com a ajuda de amigos faliu. No fim da vida, Edgar dedicou seus últimos meses apenas aos diagnósticos, realizando até oito por dia. Morreu em 1945. A mediunidade também ocorreu cedo na vida de Francisco Cândido Xavier, o mais famoso representante do espiritismo no Brasil, nascido em 2 de abril de 1910, em Pedro Leopoldo (MG).Seu pai, João Cândido Xavier, vendia bilhetes de loteria para sustentar os nove filhos. Sua mãe morreu quando o garoto tinha 5 anos. No leito de morte, prometeu nunca abandoná-lo. Ele foi morar com a madrinha, Rita de Cássia, uma mulher cruel! Rita o punia com vara de marmelo. Toda vez que ele aguentava as surras em silêncio, era recompensado com visitas pelo espírito de sua mãe. Muitas vezes, ela aparecia quando ele rezava perto de uma bananeira, no quintal. Ela pedia paciência e dizia que um anjo cuidaria dele. Esse anjo veio na forma de sua madrasta, Cidália, que era

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muito gentil. Chico e seus irmãos voltaram a morar juntos. Nessa época, Chico costumava acordar no meio da noite e conversar com os espíritos que traziam notícias de parentes já falecidos. Na hora do café, repassava todos os recados ao pai, que, além de não acreditar suspeitava que o filho estivesse louco. Quando falou de suas habilidades a um padre, foi acusado de estar endemoniado. As visões também surgiam na escola. Em 1922, quando teve de fazer um texto sobre a independência do Brasil, viu um homem ao seu lado, que ditou o que escrever. O trabalho ficou tão bom que recebeu menções honrosas, mas colegas o acusaram de trapacear. Foi proposto um teste, com um assunto aleatório, e novamente o homem forneceu as respostas. Quando Chico tinha 17 anos, sua irmã ficou doente. Quem a salvou foi um casal espírita, que afastou um espírito obsessivo que a perturbava. Foi quando o rapaz entendeu o que era mediunidade. Ao longo de seus 92 anos, ele se aprofundou na Doutrina Espírita e psicografou mais de 400 livros – cuja renda foi toda doada à caridade. Mencionamos, ainda, a médium Yvonne do Amaral Pereira, nascido em 24 de fevereiro de 1900, já com uma impressionante capacidade mediúnica. A mediunidade surgiu muito cedo na vida de Yvonne. Segundo depoimento feito por ela e registrado no livro “Recordações da Mediunidade”, ainda na primeira infância, algumas faculdades se apresentaram, como a vidência, a audiência, e o desdobramento do períspirito. Aos 4 anos, já se comunicava com os espíritos desencarnados, via-os e falava com eles, supondo que fossem seres humanos comuns. Entre 14 e 16 anos, os fenômenos mediúnicos se 25/11/2015 13:37:51


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acentuaram e o convívio com os espíritos era frequente e natural. Uma das características de sua mediunidade era a da lembrança espontânea de vidas passadas, que ela, em desdobramento, recordava como também assistia a cenas do pretérito, tendo ao seu lado espíritos amigos que a orientavam, os quais eram igualmente participantes das mesmas cenas. Tendo sido suicida em anteriores existências, necessitava guardar viva recordação dos sofrimentos decorrentes do fato de pôr termo à vida física. Yvonne cumpriu fielmente a sua missão, tendo sido, por longos anos, excelente médium, cuja vida foi toda dedicada à Doutrina Espírita, ao bem e à paz. Divaldo Pereira Franco, também sofreu com um espírito obsessor desse os 8 anos .Nasceu em 1927 e realizou seu primeiro contato aos 4 anos; uma mulher apareceu em sua sala para falar com a mãe dele, Ana. Ele a chamou, mas Ana não viu nada. Contou que a “visita” se identificou como Maria Senhorinha. Era o nome da mãe de Ana, que ela jamais havia revelado a ele. Ao longo da infância, teve duas “companhias”. Uma era o indiozinho Jaguaraçu, com quem brincava. A família estranhava, mas aceitava. Quando Divaldo completou 12 anos, Jaguaraçu se despediu: iria reencarnar. Foi só aí que Divaldo percebeu que se tratava de um espírito. A amizade continuou: anos depois, o médium o reencontrou , já reencarnado. A outra presença constante, que Divaldo chamava Máscara de Ferro, surgiu quando tinha 8 anos. Era um espírito obsessor, com a aparência de um sacerdote, que dizia que o odiava e iria matá-lo. O garoto rezava e pedia proteção a Deus. O Parte 2.indd 8

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espírito só se acalmou após 30 anos, quando Divaldo, já adulto, acolheu o bebê que Máscara reconheceu como a reencarnação de sua mãe. Aos 17 anos, Divaldo perdeu o movimento das pernas, poucos dias após a morte de José, um dos seus irmãos mais queridos. Médicos, não sabiam como curá-lo. Seus meses depois, uma senhora médium, apresentada por sua prima, resolveu a questão: o espírito de José estava

nesta ou naquela forma de mediunidade. Como as recordações espontâneas de vidas passadas podem apagar-se, aí pelos dez anos de idade, nem todas as pessoas dotadas de faculdades mediúnicas têm, necessariamente, tarefas específicas neste campo, ou seja, nem sempre estão programadas para o exercício ativo e pleno no intercâmbio regular entre os espíritos e as pessoas encarnadas”.

agarrado as pernas de Divaldo. Alguns passes foram o suficiente para que ele voltasse a andar. O rapaz só compreendeu suas habilidades quando um primo, também médium, confirmou à sua família que ele não sofria de alucinações. Pelo contrário, Divaldo havia recebido a missão de ser um elo de comunicação com os espíritos. Hermínio C. Miranda, em sua obra Nossos filhos são espíritos, nos esclarece que: “Não é sempre que tais faculdades, em crianças, têm o desdobramento previsto

Na obra Mediunidade e Obsessão em crianças, a autora Suely Caldas Schubert, esclarece que o espírito retorna ao plano físico, em sucessivas reencarnações, cumprindo o determinismo da lei divina: Evolução! Evoluir é o propósito maior, o objetivo do retorno à vida corporal. Continua dizendo que a cada nova experiência carnal, o espírito acrescenta ao seu acervo novos aprendizados e, conquistas ou, em muitos outros casos, estaciona por vontade própria, no uso do seu livre-arbítrio, até que a Lei Maior

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o impulsione a prosseguir, nos seus indefectíveis mecanismos da Lei de Ação e Reação. A esse respeito elucida o Codificador: “Somente depois de terem passado pelas provas da vida corpórea, chegam à perfeição os Espíritos. Os que se encontram na erraticidade aguardam que Deus lhes permita volver uma existência que lhes proporcione meios de progredir, quer pela expiação de suas faltas, mediante as vicissitudes a que fiquem sujeitos, quer desempenhando uma missão proveitosa para Humanidade. O seu adiantamento e a sua felicidade futura serão proporcionados à maneira por que empreguem o tempo que hajam de estar na Terra.” –Cap.XXVIII , item 53, O Evangelho Segundo o Espiritismo. A questão 540, do Livro dos Espíritos, nos esclarece que: “A caminhada evolutiva se processa, portanto, inexoravelmente, ” desde o átomo primitivo ao arcanjo, que também começo por ser átomo”. O Espiritismo, ao despertar em nós a grandiosidade das Leis de Deus, conscientiza-nos de nossa condição de espírito imortal na busca da incessante evolução, abrindo perspectivas belas e infinitas, que nos leva a entender a grandeza do Amor Divino. Em nossas considerações finais mencionaremos o item 8 –Cap.XIV, de o Evangelho Segundo o Espiritismo, quando Santo Agostinho nos esclarece: ”Ó espíritas! Compreendei o grande papel da Humanidade; compreendei que, quando produzis um corpo, a alma que nele encarna vem do espaço para progredir, inteirai-vos dos vossos deveres e pode todo vosso amor em aproximar de Deus esta alma: tal a missão que vos é confiada e cuja recompensa recebereis, se fielmente a cumprirdes.” 25/11/2015 13:38:11


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Amor, caridade e o verdadeiro Espírita Marcia Ribeiro Prasinos

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ozinho, no veleiro, sem motor e com muitas histórias. Aqui estão alguns relatos dessas aventuras. Ir a um lugar com um pequeno barco pode ser um sonho, mas pode muito bem se transformar numa realidade. Depois de tanto tempo organizando, planejando, finalmente zarpei para a tão esperada aventura. Havia muita expectativa com as novidades que iria encontrar pelo caminho, além da previsão de ventos e mar, as condições meteorológicas e geográficas dos mares por onde iria navegar. Tinha todo apoio em terra orientando qual a rota melhor e como evitar as turbulências Ao sair deixo para trás um mar azul, ancoragens, vilas, ilhas, um mundo que já conhecia muito bem, até ai tudo bem, só havia uma variável: agora vou para uma ponte enorme que, me ligando ao mundo material, oferece o tempo que preciso para realizar renovação dos valores morais, aprendizado novo, reencontro com afetos e desafetos. Oportunidade que o Criador oferece, devo e quero aproveitar. Muitos projetos a realizar. Minha tarefa? Aprender a amar, desenvolver a caridade, e me torna um verdadeiro espirita. Na vida material, se navegamos por esporte numa aventura para conquistar e enfrentar desafios, resistência e coragem, temos apoio na retaguarda, GPS, satélite, Radio, dando apoio e orientando. Como Espírito, somos amparados intuídos e orientados por mentores

tudo, que visa o prazer como o contato físico, alimentação, energia, movimento, alegria.

e contamos com essa sustentação. Amor? Para os gregos, αγαπώ(agapó) define amor. No Grego antigo tem três palavras distintas para o amor: Eros, philos, e ágape. Entretanto, fica historicamente difícil separar os significados destas palavras. O Eros (ἔρως) significa “o amor (romântico)”. Eros é amor para alguém ou algo que te falta, que você ama mais do que o amor de Philos da amizade. Platão define: Eros tem como sentido transforma-se num exame da beleza dentro dessa pessoa, ou transforma-se mesmo a análise da beleza própria. A atração física não é parte necessária do amor, daí platônico significar, “sem atração física”. Eros também ajuda ao conhecimento da beleza da alma, e contribui para a compreensão da verdade espiritual. Os amantes e os filósofos todos são inspirados a procurar a verdade pelo Eros. O trabalho antigo, o mais famoso sobre o assunto Eros é: Platão o Simpósio, é uma discussão entre os estudantes de Sócrates sobre a natureza de Eros. Eros é o desejo daquilo que falta. Carl Jung usou também o termo Eros no fundamento básico da psicologia feminina, disse: “A psicologia das mulheres é fundada

principalmente em Eros, fortemente ligado ao desprendimento”. De acordo com Jung, os homens possuem o anima no seu inconsciente, que é uma caricatura do Eros feminino. Eros, como “desejo para a perfeição,” que é necessário para que nos sintonizemos com nossa personalidade. Compreendendo “o amor passional” e o “desejo pela perfeição” como “a ligação psíquica” Jung demonstra também que o desejo pelo amor é um desejo para a interconexão e a interação com outros seres conscientes ou sensíveis. Sigmund Freud usou o termo Eros para definir libido ou o impulso vital como um dos instintos primários principais que determinam o comportamento humano. A energia psíquica de Eros é a libido, instinto de vida e de auto conservação das espécies para a sobrevivência e reprodução do indivíduo. Eros inclui

Amor-Philia? Philia (grego: “φιλíα”; latim: “philia”, português: “filia”). “Amizade”. Embora de fato o uso deste termo seja muito mais amplo do que o primeiro, embora Aristóteles sugira às vezes que existe algo mais do que o simples gostar, philia; é o estado intermediário é exatamente aquilo que nós queremos dizer a um amigo decente, a não ser por aquilo que o amigo também acha de nós. Aristóteles define philia (τὸ φιλεῖ n) como: “querendo para alguém o que se pensa de bom, e por sua causa e não pelas nossas próprias, e assim inclinado quanto puder, a fazer coisas por ele”. A ideia central de (φιλíα) philia é o fazer bem por alguém para sua própria causa, fora do interesse para si mesmo. Assim, poderiam ser vistos apenas como os contextos e as circunstâncias diferentes em que este tipo de amor fraterno pode ser realizado. Aristóteles afirma philia é o meio para atingir a felicidade. “ninguém escolheria viver sem amigos mesmo se tiver todos os outros bens” Para Aristóteles há três tipos de philia... “Nem tudo é amor, mas cativante seja ele bom ou agradável ou útil”. Nós podemos assim distinguir entre: • Philia baseada na vantagem mútua (amor para o que é útil).


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Philia baseada no prazer mútuo (amor para o que é agradável). • Philia baseada na admiração mútua (amor para o que é bom). Tratado de Ética a Nicômaco de Aristóteles •

Ágape? (Ágape (grego), latim “ágape” amor). Ágape amor que se doa, o amor incondicional, o amor que se entrega. A expressão ágape foi usada de várias maneiras diferentes entre os gregos, em passagens da Bíblia, em cartas, em correspondências entre amigos, era usado, da mesma forma que nos dias de hoje, se usa no inicio de um texto “prezado”. O termo foi muito utilizado, na Grécia antiga pelos filósofos, como Platão, significando, por exemplo, o amor a uma esposa, ou esposo ou amor às crianças, aos filhos, a sua família e ao trabalho. Ágape utilizada por escritores cristãos aparece nos textos do Novo Testamento, onde há muitas definições e exemplos de ágape, o amor filial, o amor entre os cônjuges, e o amor de Deus para com todos os seres. Nos Mandamentos de Jesus, o termo aparece no começo de cada sentença: Amar (ágape) a Deus sobre todas as coisas. No Sermão da Montanha o termo também é referido desde a primeira sentença. O amor que procura o bem e a paz para todos os seres humanos. Amor Ágape: Amor incondicional, baseado em comportamentos e pela escolha, sem esperar nada em troca. Quando Jesus fala de amor no Novo Testamento, ele usa o Amor Ágape. Caridade? A Doutrina Espírita entende a caridade como um dever moral de todo homem e que não se resume apenas ao auxílio material. No Livro dos Espíritos, na questão 886,

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Allan Kardec pergunta aos espíritos superiores: “Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entendia Jesus”? -Benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições dos outros, perdão das ofensas. A caridade, portanto, reflete o princípio cristão fundamental de amor mútuo entre todos, independentemente da situação em que se encontrem, tendo aplicação no âmbito moral e material. O Evangelho Segundo o Espiritismo, que faz um estudo dos ensinos de Jesus, a comunicação do espírito Paulo, dá um bom panorama de como a caridade deve ser encarada: “Meus filhos”, na máxima: Fora da caridade não há salvação, estão encerrados os destinos dos homens, na Terra e no céu; na Terra, porque à sombra desse estandarte eles viverão em paz; no céu, porque os que a houverem praticado acharão graças diante do Senhor. Essa divisa é o facho celeste, a luminosa coluna que guia o homem no deserto da vida, encaminhando-o para a Terra da Promissão. Ela brilha no céu, como auréola santa, na fronte dos eleitos, e, na Terra, se acha gravada no coração daqueles a quem Jesus dirá: Passai à direita, benditos de meu Pai. Reconhecê-los-eis pelo perfume de caridade que espalham em torno de si. Nada exprime com mais exatidão o pensamento de Jesus, nada resume tão bem os deveres do homem, como essa máxima de ordem divina... Meu amigo agradeça a Deus o haver permitido que pudésseis gozar a luz do Espiritismo. Não é que somente os que a possuem hajam de ser salvos; é que, ajudando-vos a compreender os ensinos do Cristo, ela vos faz melhores cristãos. Esforçai-vos, pois, para que os vossos irmãos, observando-vos, sejam induzidos a

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reconhecer que verdadeiros espíritas e verdadeiros cristão são uma só e a mesma coisa, dado que todos quantos praticam a caridade são discípulos de Jesus, sem embargo da seita a que pertençam”. – Paulo, o apóstolo. (“Paris, 1860”.). O Espiritismo revela ao homem de sua condição de espírito imortal, busca impulsioná-lo à doação de si próprio ao bem daqueles que dele podem obter auxílio. Quando o homem enxerga a vida como algo que se definha, efêmera, ao passar do tempo, o seu instinto natural de conservação lhe impulsiona ao egoísmo. De modo contrário, para o que vislumbra a imortalidade, o tempo deixa de ser algo a temer e o foco da vida passa a ser o presente. A caridade, neste caso, é como um mero trabalho que um trabalhador executa, sabendo que é necessário

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ao fim pretendido pelo seu senhor, que lhe dará o seu salário. “A importância da vida presente, tão triste, tão curta, tão efêmera, se apaga, para ele, ante o esplendor do futuro infinito que se lhe desdobra às vistas. A consequência natural e lógica dessa certeza é sacrificar o homem um presente fugidio a um porvir duradouro, ao passo que antes ele tudo sacrificava ao presente.” Allan Kardec: A caridade, segundo Jesus, não se restringe à esmola, mas abrange todas as relações com os nossos semelhantes, quer se trate de nossos inferiores, iguais ou superiores. Ela nos manda ser indulgentes, porque temos necessidade de indulgência, e nos proíbe humilhar o infortúnio, ao contrário do que comumente se pratica. Se um rico nos procu-

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ra, atendêmo-lo com excesso de consideração e atenção, mas se é um pobre, parece que não nos devemos incomodar com ele. Quanto mais, entretanto, sua posição é lastimável, mais devemos temer aumentar-lhe a desgraça pela humilhação. O homem verdadeiramente bom procura elevar o inferior aos seus próprios olhos, diminuindo a distância entre ambos. No LE 887. Jesus ensinou ainda: Pergunta Kardec: “Amai aos vossos inimigos”. Ora, um amor pelos nossos inimigos não é contrário às nossas tendências naturais, e a inimizade não provém de uma falta de simpatia entre os Espíritos? — Sem dúvida respode-nos os Espiritos, não se pode ter, para com os inimigos, um amor terno e apaixonado. E não foi isso que o Cristo quis dizer. Amar aos inimigos é perdoá-los e pagar-lhes o mal com o bem. É assim que nos tornamos superiores; pela vingança nos colocamos abaixo deles. Kardec continua LE 888. Que pensar da esmola? O homem reduzido a pedir esmolas se degrada moral e fisicamente: se embrutece. Numa sociedade baseada na lei de Deus e na justiça, deve-se prover a vida do fraco, sem humilhação para ele. Deve-se assegurar a existência dos que não podem trabalhar sem deixá-los à mercê do acaso e da boa vontade. (888 – a) Então condenais a esmola? — Não, pois não é a esmola que é censurável, mas quase sempre a maneira por que ela é dada. O homem de bem, que compreende a caridade segundo Jesus, vai ao encontro do desgraçado sem esperar que ele lhe estenda a mão. A verdadeira caridade é sempre boa e benevolente; tanto está no ato quanto na maneira de fazê-la. Um serviço prestado com delicadeza tem duplo valor; se o for com

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altivez, a necessidade pode fazê-lo aceito, mas o coração mal será tocado. Lembrai-vos ainda de que a ostentação apaga aos olhos de Deus o mérito do benefício. Jesus disse: “Que a vossa mão esquerda ignore o que faz a direita”. Com isso, ele vos ensina a não manchar a caridade pelo orgulho”. É necessário distinguir a esmola propriamente dita da beneficência. O mais necessitado nem sempre é o que pede: o temor da humilhação retém o verdadeiro pobre, que quase sempre sofre sem se queixar. É a esse que o homem verdadeiramente humano sabe assistir sem ostentação. Amai-vos uns aos outros, eis toda lei, divina lei pela qual Deus governa os mundos. O amor é a lei de atração para os seres vivos e organizados, e a atração é a lei de amor para a matéria inorgânica. Não olvideis jamais que o Espírito, qualquer que seja o seu grau de adiantamento, sua situação como

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reencarnado ou na erraticidade, este sempre colocado entre um Superior que o guia e aperfeiçoa e um inferior perante o qual tem deveres iguais a cumprir. Sede, portanto, caridosos, não somente dessa caridade que vos leva a tirar do bolso o óbolo que friamente atirais ao que ousa pedir-vos, mas ide ao encontro das misérias ocultas. Sede indulgente para com os erros dos vossos semelhantes. Em lugar de desprezar a ignorância e o vício, instruí-os e moralizai-os. Sede afável e benevolente para com todos os que vos suo inferiores; sede o mesmo para com os mais ínfimos seres da Criação, e tereis obedecido à lei de Deus. (São Vicente de Paulo) (Evangelho Segundo Espiritismo) (Livro dos Espiritos) O VERDADEIRO ESPIRITA ? “Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral, e pelos esforços que faz para

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domar as suas más inclinações”. Os Espíritos protetores nos ajudam com os seus conselhos, através da voz da consciência, que fazem falar em nosso íntimo, mas como nem sempre lhes damos a necessária importância, oferecem-nos outros mais diretos, servindo-se das pessoas que nos cercam. Reconhece-se a qualidade dos Espíritos pela sua linguagem; a dos Espíritos verdadeiramente bons e superiores são sempre digna, nobre, lógica, isenta de contradições; respira a sabedoria, a benevolência, a modéstia e a moral mais pura; é concisa e sem palavras inúteis. Nos Espíritos inferiores, ignorantes, ou orgulhosos, o vazio das idéias é quase sempre compensado pela abundância de palavras. Todo pensamento evidentemente falso, toda máxima contrária à sã moral, todo conselho ridículo, toda expressão grosseira, trivial ou simplesmente frívola, enfim, toda marca de malevolência, de presun-

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ção ou de arrogância, são sinais incontestáveis de inferioridade num Espírito. Allan Kardec Coloco como reflexão para o verdadeiro espÍrita este texto de Emmanuel do livro “Caminho verdade e vida”, psicografia de Francisco Candido Xavier. COMO PEDES? “Até agora, nada pedistes em meu nome; pedi, e recebereis, para que o vosso gozo se cumpra.” Jesus (JOÃO, 16: 24). Em muitos recantos, encontramos criaturas desencantadas da oração. Não prometeu Jesus a resposta do Céu aos que pedissem no seu nome? Muitos corações permanecem desalentados porque a morte lhes roubou um ente amigo, porque desastres imprevistos lhes surgiram na estrada comum. Entretanto, o Mestre Divino ensinou que o homem deveria solicitar em seu nome. Por isso mesmo, a alma crente, convicta da própria fragilidade, deveria interrogar a consciência sobre o conteúdo de suas rogativas ao Supremo Senhor, no mecanismo das manifestações espirituais. Estará suplicando em nome do Cristo ou das vaidades do mundo? Reclamar, em virtude dos caprichos que obscurecem os caminhos do coração, é atirar ao Divino Sol a poeira das inquietações terrenas, mas pedir, em nome de Jesus, é aceitar-lhe a vontade sábia e amorosa, é entregares-lhe de coração para que nos seja concedido o necessário. Somente nesse ato de compreensão perfeita do seu amor sublime encontraremos o gozo completo, a infinita alegria. Observa a substância de tuas preces. Como pedes? Em nome do mundo ou em nome do Cristo? Os que se revelam desanimados com a oração confessam a infantilidade de suas rogativas. Parte superior do formulário

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A prece é agradável a Deus? — A prece é sempre agradável a Deus quando ditada pelo coração, porque a intenção é tudo para Ele. A prece do coração é preferível à que podes ler, por mais bela que seja, se a leres mais com os lábios do que com o pensamento. A prece é agradável a Deus quando é proferida com fé, com fervor e sinceridade. Não creias, pois, que Deus seja tocado pelo homem vão, orgulhoso e egoísta, a menos que a sua prece represente um ato de sincero arrependimento e de verdadeira humildade. Qual o caráter geral da prece? — A prece é um ato de adoração. Fazer preces a Deus é pensar nele, aproximar-se dele, pôr-se em comunicação com ele. Pela prece podemos fazer três coisas: louvar, pedir e agradecer. A prece torna o homem melhor? — Sim, porque aquele que faz preces com fervor e confiança se torna mais forte contra as tentações do mal, e Deus lhe envia bons Espíritos para assisti-lo. É um socorro jamais recusado, quando o pedimos com sinceridade. (LE 658 a 660) “Possuímos em nós mesmos, pelo pensamento e a vontade, um poder de ação que se estende muito além dos limites de nossa esfera corpórea. A prece por outros é um ato dessa vontade. Se for ardente e sincera, pode chamar os bons Espíritos em auxílio daquele por quem pedimos, a fim de lhe sugerirem bons pensamentos e lhe darem a força necessária para o corpo e a alma. Mas, ainda nesse caso, a prece do coração é tudo e a dos lábios não é nada”. “Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral, e pelos esforços que faz para domar as suas más inclinações”. Allan Kardec Concluindo, coloco este poema,

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que expressa muito bem o que sinto na alma, nesta grande viagem, utilizo um barquinho, resistente que enfrenta as ondas e marolas, tempestades e momentos calmos, com muito para aprender e também para compartilhar me vejo olhando pela Vidraça: “Tudo se vai... Os sonhos, a chuva na vidraça, vão-se as alegrias, os dias bons e os dias maus, até a esperança um dia nos deixa, vão-se as tardes azuis de abril, as flores de maio se vão para nos trazer o inverno que um dia também vai embora, o arco-íris se vai levando suas cores vão-se as nossas dúvidas e dores, nossos amigos, nossos amores, vãose as estrelas e o brilho que elas nos deixam, depois se vão; as tempestades se vão, a bonança também, vão-

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se os risos, vai-se o pranto, vão-se as ilusões, vão-se as andorinhas em busca de outros verões vão-se luas e estações, sentimentos como folhas secas se vão com o vento, vão-se as nuvens do céu de agosto, vão-se os verdes anos, vai o ontem, para que venha o hoje acordar o amanhã que não sabemos se virá, o que fica é apenas a estrada e a história que escrevemos ao passar por ela, que talvez continue na memória. E para que tudo não seja em vão, vivamos o momento, desatemos os laços do presente, brindemos o agora, que o tempo urge e não tem tempo de esperar e ele também se vai, nos levando a nós, a todos e a tudo que ele mesmo nos trouxe, nos levando a vida!” Poema de Linda Lacerda

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Presença da Morte Manoel Vieira

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orte é um assunto complexo e difícil de ser tratado porque possui vários aspectos a serem considerados. Entretanto, é uma realidade a qual todos estamos sujeitos pois trata-se de fenômeno natural que todos vivenciamos. Gostamos de divagar sobre a mesma, mas o assunto se torna desconfortável à medida que a morte se torna uma realidade próxima. Finados é uma boa oportunidade para relembrarmos este tema, data de comemoração aos mortos, costume que se iniciou na antiga Gália. Entretanto, era no lar que os gauleses celebravam a lembrança dos falecidos, evocando a memória dos espíritos amados. Nos primórdios do Cristianismo, também os cristãos costumavam orar pelos falecidos, visitando os túmulos dos mártires. No século V, a Igreja dedicava um dia do ano para rezar por todos os mortos, pelos quais ninguém mais se lembrava ou orava. Em 998 o dia de finados começou a ser comemorado nos mosteiros beneditinos, na França, e foi no ano de 1915 quando o papa Bento XV, durante a Primeira Guerra Mundial, julgou oportuno estender a toda Igreja esse privilégio de que gozavam a Espanha, Portugal e a América Latina, que essa data se oficializou na Igreja Católica. No mundo ocidental, o conceito tradicional de morte se encontra profundamente enraizado em cada um de nós e baseia-se principalmente em duas fortes influências histórico culturais: a influência da filosofia grega da Antiguidade, que estabelece o coração como órgão Parte 2.indd 14

sede da alma e, portanto, de todas as emoções humanas (como a coragem e o amor) e a influência religiosa judaico-cristã, muito forte durante a Idade Média, que estabelece a respiração como processo vital fundamental, uma vez que “Deus criou o homem do barro da terra e soprou-lhe pelas narinas o Sopro da Vida, e o homem tomou-se um ser vivente” (Gen.: 2-7). O conceito de morte, no entanto, vem sofrendo alterações ao longo do tempo. Outrora, considerava-se que a morte ocorria assim que o coração deixava de bater e que o ser vivo deixava de respirar. Mas a morte, como elemento definidor do fim da pessoa, não pode ser explicada pela parada ou falência de um único órgão, por mais importante que este seja; mas na extinção do complexo pessoal, representado por um conjunto, constituído de estruturas e funções. O que morre é o conjunto que se associava para a integração de uma personalidade. Esse conceito nos ajuda a esclarecer o porquê do temor à morte. Ou porque esse desconforto ao falarmos do tema. A perda da referência humana, o nada, o medo do sofrimento e do desconhecido são assustadores. Sem esperanças e com a dúvida sobre o futuro, o homem materialista, abatido nesta vida pelo desgosto e pelo infortúnio, experimenta intenso

sofrimento. Não vê na morte senão o desconhecido; vê também extinguirem-se os laços familiares e afetivos, a perda de todas as suas referências materiais e a incerteza que o espera. A crença de tudo acabar depois da morte, que toda solidariedade cessa com a extinção da vida corporal, leva-o a considerar como um disparate o sacrifício do seu bem-estar presente, em proveito de outrem; donde a máxima: “Cada um por si durante a vida terrena, porque com ela tudo se acaba. ” A psiquiatra norte-americana Elizabeth Kubler-Ross no seu livro clássico “Sobre a morte e o morrer”, fez algo que hoje parece óbvio ouvir as pessoas que estavam no leito de morte. Simplesmente ouvir, anotar o que ouviu e transmitir

conforto pessoal nessa etapa tão enigmática da vida. Seu trabalho era sempre complementado pela assistência de um sacerdote da predileção do paciente. Após anos de trabalho incansável ela percebeu que os doentes terminais, assim como seus familiares passavam por algumas fases mais ou menos sequenciais e comuns. A primeira fase diante da notícia de uma doença grave ou terminal é a negação: “Não, isso não pode estar acontecendo!” A segunda fase é a raiva e indignação por estar acometida por uma doença grave: “Por que eu? Não é justo.” A terceira fase é a barganha em que a pessoa tenta negociar com sua própria consciência, com os médicos e com Deus condições de melhora e cura: “Deixe-me viver apenas até meus filhos crescerem. ” A quarta fase é a depressão diante do inevitável sentimento de perda de si mesmo, da saúde e despedida desse mundo: “Estou tão triste. Por que me preocupar com qualquer coisa? ” A quinta fase é a aceitação do destino inevitável da humanidade, que tudo acaba de um jeito ou de outro. Essa fase é aquela que traduziu diversos pensamentos dos mais belos e profundos que já vi: “Tudo vai acabar bem. ” No fim de sua produtiva vida, Dra. Elizabeth Kubler-Ross ainda levantou um último estágio após ter sentido na pele experiências espiri25/11/2015 13:45:51


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tuais. A essa fase chamou de transcendência. Sentir a morte de perto pode causar mudanças cognitivas e comportamentais muito profundas, que por vezes alteram o direcionamento de nossas vidas, bem como nossa maneira de enxergar essa passagem para a vida espiritual. A morte afeta profundamente as relações humanas, pelo mistério, superstição e fascinação que provoca entre nós. O assunto é muitas vezes evitado pela dificuldade de abordarmos esse tema, apesar de ser a única certeza da vida. Nessa vida contemporânea, o homem, sempre atarefado, ocupado com seus afazeres materiais, não tem tempo para si mesmo, para refletir sobre sua vida, seus relacionamentos e suas reais necessidades. Pouco investe nas suas relações pessoais, na sua educação moral, na civilidade e relacionamento dentro da sociedade, nas conversas edificantes e esclarecedoras, preferindo antes, os temas superficiais e levianos. Pouco quer saber também, da sua finitude, da sua impotência em vencer os desígnios da morte. A partir do momento que encarnamos, ao nascermos, temos uma finitude, um tempo definido no planeta. Apesar de sabermos que a morte só existe quando falamos em termos biológicos, em corpo físico, a morte nos assombra. Existe uma memória biológica, um mecanismo de defesa da vida instintivo que faz com que todos os seres vivos temam a morte, que é o mecanismo fundamental de preservação da espécie, tratado na Lei da Conservação, em “O Livro dos Espíritos”. Mas existem outros motivos sociais, psicológicos, filosóficos e até mesmo religiosos que nos impõe medo, que dificultam a discussão desse assunto. E quanto à nossa vida? É necessário discuti-la? Hoje, com a presParte 2.indd 13

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são e o estresse que vivenciamos não paramos para pensar o que é a vida, o que estamos fazendo aqui, qual sua finalidade, afinal, por que existimos. É algo meio automático, vamos vivendo sem refletir. Nós, às vezes, nos perguntamos de onde viemos e a maioria das vezes para onde iremos após a vida, mas sobre a vida mesmo, o que ela é, como administrá-la, se posicionar perante os desafios que representa viver não existe uma parada para pensar. Não existe um planejamento de como viver, o que fazer, que tipo de emprego aceitar, que tipo de vida aceitar, a vida se impõe sobre nós e nós nos deixamos levar pela onda e em geral no final da vida é que nós perguntamos – o que eu fiz da minha vida? Deixar-se levar pela vida torna as pessoas mais individualistas, personalistas, egoístas, ambiciosas, pois não desenvolvem, não tem para si uma escala de valores, aceitam valores e escalas impostas pela sociedade, especialmente pela mídia. A maioria concorda que ter e desfrutar é importante a qualquer preço e as pessoas vivem em estresse e

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consumem o que não precisam. Não escolhem o que consumir e o que fazer, não refletem sobre a temporalidade dos bens materiais e após cada desejo satisfeito, sempre haverá outro e esse ciclo de consumo e ansiedade se perpetua. A morte é um fantasma que nos assombra, pois quebra esse ciclo que nos promete a felicidade nesse mundo. Confundimos a imortalidade da alma com a finitude do corpo físico e tentamos ao máximo fugir desse assunto. Além disso, a morte está cada vez mais distante do nosso cotidiano, afastada, pois nos afasta da felicidade imediata que nos aponta o materialismo e o consumismo. Antigamente, olhávamos a morte de forma mais natural, pois esta acontecia na nossa vida. Quantos se recordam dos galinheiros que existiam em nossos quintais e de onde vinha o nosso almoço de domingo? Matar a galinha, limpar e preparar eram tarefas rotineiras. Nossos doentes eram tratados dentro do nosso lar, em doenças prolongadas, acamados por meses ou anos a fio. Quando faleciam eram velados dentro da

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intimidade do nosso lar, nos dando a oportunidade de acompanhar essa fragilidade e finitude da vida. Hoje a morte é chocante. Num evento gastronômico recente, um famoso chefe de cozinha chocou a plateia, ao matar a galinha que iria preparar, na frente do público. Nossos doentes, hoje, são levados aos hospitais, onde muitas vezes vem a falecer, distantes do nosso carinho e amparo. Não presenciamos esses momentos. Enfim, a morte nos choca! A vemos com um certo ar de mistério, fascínio ou superstição. Mas um dos piores sentimentos humanos é o temor da morte. Esse medo decorre das nossas incertezas, das inúmeras dúvidas que nos acompanham desde a infância. Morrer dói? Para onde irei? Existe vida após a morte? Vou encontrar meus familiares, meus amigos? A maioria das religiões nos traz um lenitivo nesse aspecto, pois afirma a continuidade da vida após a morte do corpo físico. Continuamos a viver no plano espiritual, na forma de espíritos. A grande questão que surge é como será essa vida – melhor ou pior do que vivemos agora? 25/11/2015 14:29:02


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De forma geral, seguimos por um dos dois destinos, o céu ou o inferno, como nos propõe a maioria das religiões. De vez que somos imperfeitos, que vivemos num planeta de provas e expiações, onde predomina o mal, muito mais certo que nosso destino seja o inferno, o que reforça o medo da morte. A Doutrina Espírita melhor nos esclarece sobre a morte, esse momento tão delicado pelo qual iremos passar, oferecendo uma explicação racional e consoladora. Para o Espiritismo, a morte não é o fim, mas apenas uma mudança de estado, quando se extingue a vida corporal para que o Espírito, liberto da matéria, possa continuar sua trajetória evolutiva do progresso. A morte, portanto, é o desprendimento total do Espírito de seu corpo material. Quando o invólucro exterior não mais funciona, o Espírito o abandona, assim como deixamos uma roupa velha que já não nos agasalha mais. Uma boa imagem desse processo é a metamorfose da lagarta que se transforma em borboleta. Esse processo é o que entendemos por morte, é o término da experiência vivencial num determinado corpo físico. Este, fica na Terra e entra em decomposição. Já o Espírito retorna ao plano espiritual onde irá preparar-se para uma próxima reencarnação, revendo seus erros e acertos e preparando-se para novos desafios. O filósofo Huberto Rohden afirma, em seu livro “Porque Sofremos”, que “até agora ninguém morreu”, reforçando a imortalidade da alma e o sentimento de perda. Mas não é por sermos espíritas que somos insensíveis e nos tornamos impassíveis perante a morte. O sofrimento pelo qual todos nós passamos é o mesmo, o sentimento de perda e o vazio que experimentamos após a partida de nossos Parte 2.indd 10

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companheiros ou entes amados. O esclarecimento pela Doutrina é que nos consola. É como se ocorresse apenas um distanciamento, como de alguém que viajou para outro país, mas que certamente iremos reencontrar. E esse entendimento abre as portas para o bem sofrer, caminho de nossa evolução. O grande problema nesse momento está relacionado ao sentimento de culpa, por aquilo que perdemos a oportunidade de realizar, pelo tempo perdido, pelas reconciliações que não fizemos, por aquilo que não mais conseguiremos reparar. A culpa nos consome, mas é importante lembrarmo-nos da Justiça Divina, pois Deus, soberanamente justo e bom, não nos castiga pelas nossas faltas. É o livre-arbítrio e a Lei de Ação e Reação que define o nosso destino. Portanto, todas nossas falhas não serão punidas, mas com a reencarnação teremos oportunidade de repará-las. Vivemos num mundo de provas e expiações, onde predomina o mal e se estamos aqui é porque ainda somos imperfeitos, e nosso aprendizado consiste de erros e acertos. Michel de Montaigne, filósofo francês do século XVI, diz que é no instante da morte que podemos julgar toda uma vida, nos recordando das reflexões que fazemos nos momentos finais de nossa existência e que são causa de angústia e aflição, pois o tempo se torna escasso e precioso. Por isso é importante nos preparamos para a morte, para não enfrentarmos esses conflitos e situações mal resolvidas, que nos causam tanto pesar. Isso é o que definimos como viver bem - administrar bem a nossa vida, compreendendo primeiramente que a morte é um fenômeno natural, pelo qual passaremos e aceitá-la com tranquilidade. Assim como nos preparamos

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para uma longa viagem, cuidando de não deixarmos pendências ou coisas inacabadas. Um grande número de pessoas não se preparam e deixam grandes problemas sem resolver, gerando grandes conflitos como disputas sobre heranças e situações familiares mal resolvidas. Isso pode ser estudado, pensado e preparado. Isso é o bem viver. Já bem morrer é ter uma sensação de dever cumprido, que deixamos um mundo melhor quando saímos do que quando chegamos, que deixamos as pessoas à nossa volta bem resolvidas, não deixamos pendências. Existem mal-entendidos que se arrastam por toda a vida e na hora de morrer queremos resolver, reconciliar – pedimos para chamar alguém para resolvermos essas pendências, pois não queremos morrer com aquela questão em aberto. Então é preciso viver bem com todo mundo e estar pronto a morrer a qualquer hora. Podemos encontrar um exemplo dessa aceitação e preparação no livro de Eugene O’Kelly, que recebe um prognóstico de três meses de vida ao descobrir um câncer no cérebro em estado avançado. Bem realizado profissionalmente, em ótima situação financeira e com uma excelente relação familiar, sente-se bem, pois ao refletir sobre a morte iminente ele passa a refletir sobre a sua vida, tornando seus momentos finais tranquilos, junto daqueles que ama. Morte é assunto tabu. Ninguém quer falar sobre a morte, especialmente a sua. Alguns acham ainda que ao se falar da morte estamos atraindo a mesma. Mas é preciso falar da morte quando estamos saudáveis, temos tempo para essas pequenas nuances como perdão, reconciliação, pois é a única certeza da vida e pode acontecer a qualquer momento. É apenas uma etapa de

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nossa vida, e ao desencarnarmos, não deixamos de existir. O conceito de lutar contra a morte, nos traz uma ideia de derrota. Morrer não é um fracasso, assim como viver não é uma vitória. Quem bem compreende a Doutrina Espírita, desenvolve um sentimento religioso que traz o desprezo pela morte. Não dizemos o desejo de morrer; longe disso, porquanto o espírita defenderá sua vida como qualquer outro, mas uma indiferença que o leva a aceitar, sem queixa, nem pesar, uma morte inevitável, como coisa mais de alegrar do que de temer, pela certeza que tem do estado que se lhe segue. Passa a aceitar as vicissitudes da vida com resignação, com mais coragem nas aflições, mais moderação nos desejos. A certeza de um futuro, que temos a faculdade de tornar feliz, a possibilidade de estabelecermos relações com os entes que nos são caros, oferecem ao espírita suprema consolação. Ainda estimula no homem a indulgência para com os defeitos alheios. Por isso temos que aproveitar nosso tempo e não procrastinar, principalmente quando se trata de nossa afetividade. Compreender, perdoar, demonstrar nossos bons sentimentos é essencial. Nada pior do que a sensação de que perdemos a oportunidade, de que deixamos de fazer ou falar alguma coisa. Morrer é renascer para o plano espiritual. A vida continua além desta vida. Como nos diz Sócrates, “filosofar é aprender a morrer”. Falar sobre a morte, é na verdade filosofar sobre a vida, melhorar nossa existência e convivência com o próximo. Que possamos aproveitar nossa presente encarnação para cumprirmos nossas tarefas na seara de Jesus. Viver é maravilhoso e muito melhor se vivermos com Cristo no nosso coração. 25/11/2015 13:44:22


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Homenagem

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Ao querido Alceu Nunes,

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sua ausência abre uma lacuna, mas deixa para nós um legado que fica, nas obras escritas, e nos corações daqueles que o conheceram mais de perto. Seu cuidado com os escritos, organização e aprofundamento no estudo da Doutrina Espírita que abraçou com tanto amor, ficou claro em salas de aula, onde pudemos ver O Evangelho Segundo o Espiritismo, que carregava daqui para lá, já desgastado pelo tempo, porém, uma verdadeira preciosidade para os alunos. Pudemos observar que, em cada lição do Evangelho, havia a sua escrita, a lápis, com a referência das outras obras que se ligavam àquela, nos parecendo assim o mais completo dos estudos, unidos em um só livro, devido ao seu cuidado. Lembro-me de certo dia havermos falado a respeito, e você, com sua gentileza, colocou à disposição para que copiássemos o conteúdo daquele já surrado Evangelho. Nossos olhos se encheram de gratidão e pude ver que maravilhoso era o “seu” Evangelho. Certeiro nos apontamentos aos ainda aprendizes, demonstrou o aprofundamento do estudo das obras e abria nossas mentes para olharmos mais amplamente os ensinamentos doutrinários do Espiritismo. Procurava trazer para os alunos seus próprios apontamentos e detinha algo de especial, falando com paciência e com a profundidade daquele que já poderia ser considerado um sábio. Trazia no sorriso discreto, porém sempre presente, a alegria daquele que encontrou na Doutrina as lições Parte 2.indd 9

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Miriam Ofir que permeavam o seu coração, assim, se tornou um homem modesto, paciente, cortês, amando e respeitando os seus semelhantes e desenvolvendo as duas asas, a sabedoria e o amor, que com certeza o auxiliaram no momento do desencarne, a alçar voos maiores para com certeza, explorar novos horizontes, conquistando um patamar mais elevado quando deixou o corpo físico. Quando certo dia chegou aos nossos ouvidos a notícia do mal físico que lhe havia acometido, os que o conheciam se consternaram e a nossa Grande Casa, à qual você dedicou grande parte de sua vida, trabalhando como voluntário nas diversas áreas, dentre elas a da Infância e Juventude, logo se pronunciou, através de um de seus membros da diretoria, rogando que lhe dessem o abrigo e os cuidados necessários junto ao Lar Bartuíra, dentro da Casa Transitória Fabiano de Cristo, que como sabemos, abriga idosos do sexo feminino, mas, para o querido Mestre Alceu Nunes, como era carinhosamente chamado, abriu-se a exceção, com a graça de Deus! Chegou muito debilitado, mal se punha em pé, tampouco discernia as coisas que falava ou que via, foi com a ajuda e carinho daqueles trabalhadores, naquele lar, que ele foi acolhido, tratado e em breve tempo já se punha em pé, até engordou, voltou a despontar aquele sorriso nos lábios e dizia: - Eu vou ficar bom e ainda vou voltar a escrever um dia!

“Amizade só faz sentido se traz o céu para mais perto da gente, e se inaugura aqui mesmo o seu começo. Mas, se eu morrer antes de você, acho que não vou estranhar o céu. Ser seu amigo, já é um pedaço dele...” Chico Xavier Com a gratidão de todos os amigos da FEESP

Alceu Nunes

A força de suas palavras, seu querer foi tão grande que ele assim o fez, continuando a colaborar com a “Revista Espírita” e o “Jornal O Semeador”, onde ali foram expostos durante este período, os artigos que redigia. Sua última saída da Casa Transitória, foi para participar da Grande Festa de Rua em Homenagem a Allan Kardec, que aconteceu em outubro deste ano, onde alegre caminhava e observava a todos, cumprimentando-os. Despediu-se de todos os que naquele dia pode, como que sabendo que seria a última despedida, ainda em vida. Deixa seu legado, nas Obras das Edições FEESP: Tesouros da Revista Espírita; Revelações da Revista Espírita e; 150 Anos de Espiritismo. Deixa saudades e o exemplo de verdadeiro Espírita. Receba esta singela homenagem de todos nós que, com carinho nos despedimos de ti, em prece, nosso querido amigo. Rogamos ao Pai que continue a protegê-lo e ampará-lo, hoje e sempre.

Paulistano, nasceu no bairro do Brás em 1936, mesmo ano de Fundação da Federação Espírita do Estado de São Paulo (FEESP), da qual colaborou incansavelmente. Formou-se em Arte Dramática em 1953, e tornou-se membro do elenco fixo da Cia. de Nydia Lícia e Sérgio Cardoso de teatro. Também foi diretor e autor de peças para o teatro e roteiros para a televisão. Lecionou cursos de teatro em diversas escolas. Conheceu o espiritismo ainda jovem, por intermédio de amigos de seu pai que frequentavam sua residência. Incentivado pelo avô materno, Alceu encontrou em sua biblioteca os primeiros livros espíritas dos quais se recorda. A primeira casa espírita que frequentou foi um Centro Espírita na Vila Guarani, em São Paulo. Durante cerca de vinte anos residiu com a família em imóvel localizado na rua Clélia, bairro da Lapa, São Paulo.

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randes vultos da humanidade em todas as épocas passaram por tempos de provas, conflitos próprios da existência humana. Santo Agostinho, um dos mais importantes teólogos e filósofos dos primeiros anos do cristianismo, teve um caminho tortuoso e sofrido. No ano 386 d.C. Agostinho encontrava-se em Milão, contava com 32 anos, chorava no jardim de sua casa. Procurava respostas que lhe dessem sentido a sua vida. Nesse momento ouve uma voz de criança que cantava: ‘toma e lê, toma e lê’. Assim que

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Conflitos existenciais Bernadeth de Brito se levantou para ver de onde vinha o canto, deparou-se com um livro sobre a mesa. Abriu e leu um trecho da Bíblia. Neste momento encontrou o seu caminho, para o equilíbrio existencial. Há dois tipos de conflitos que o ser humano pode manter: o conflito necessário e o desnecessário. Existe uma diferença entre ter conflitos e viver de forma conflituosa. Em nosso atual estágio de evolução é impossível viver sem conflitos, eles nos convidam a sair da zona de conforto, a darmos um passo adiante, alcançar um nível mais alto de consciência na escola da evolução.

SÁBADOS, ÀS 16 H. RÁDIO BOA NOVA 1450 AM COM ALEXANDRA STRAMA Parte 2.indd 6

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O conflito necessário é como um parto que faz reviver o que estava morto e encontrar o que estava perdido, gerando de fato uma dor, mas que promove a autotransformação. Já o conflito desnecessário também causa dor, mas não leva à reabilitação e superação do conflito, pois a pessoa fica num estado de culpa e desculpa presa na

autopunição, fruto de sentimentos negativos como o orgulho, a vaidade, a presunção, a inveja, a cobiça, o ressentimento, etc.. Neste autoengano, a pessoa não assume a sua responsabilidade diante dos problemas e prefere projetar em outras pessoas a culpa de suas dificuldades e frustrações, por não saber lidar com elas. Dentro do princípio de Causa e Efeito, no contexto da continuidade da vida e baseando-se nos ensinos do Cristo, entendendo o homem como um ser transcendental, multiexistencial com uma bagagem de sentimentos a serem trabalhados e vivenciados; podemos enxergar o ser humano, entre outras coisas, como um feixe de emoções a serem desenvolvidas, e que somente pela passagem pela vida física se lhe permite experienciar essas emoções, bem como todas essas realidades transitórias, todas necessárias à nossa evolução. Jesus foi enfático ao abordar 25/11/2015 13:37:33


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Atendimento diário na FEESP sede Maria Paula

psicologicamente o significado existencial, propondo: “Buscai primeiro o reino dos Céus e sua justiça, e tudo mais vos será acrescentado”, deixando claro, quais os valores essenciais e a necessidade do autoconhecimento para a construção de pensamentos e sentimentos saudáveis, para gerir ações positivas que vão se refletir em todos os níveis das nossas vidas. O líder espiritual budista Dalai Lama, escreveu o livro: “Emoções que curam”, organizado por Daniel Goleman, psicólogo americano, autor do best-seller Inteligência Emocional”. Segundo estes autores, se tivermos emoções perturbadoras ou sentimentos ruins, adoecemos; mas se mantivermos estados mentais saudáveis, estimulamos a saúde. Os estados negativos como raiva, depressão e estresse, entre outros, são altamente prejudiciais, enquanto que a calma, o otimismo e a bondade amorosa, são altamente benéficos. Parte 2.indd 5

Enfrentando nossas emoções perturbadoras, encontramos a luz para transformar as emoções perturbadoras em emoções saudáveis, que promovem bem-estar. Como vencer os nossos conflitos interiores? De que modo eliminar as tendências menos construtivas que ainda nos caracterizam a individualidade? _ Ter uma visão correta da vida; colocar cada coisa no seu devido lugar; valorizar, na medida certa, as situações-desafio, sem desmerecê-las, tampouco, exagerá-las; ter clareza mental para perceber que nada acontece por acaso. A existência humana se decide no histórico. Se algo acontece, é porque houve um histórico. A busca interior, a descoberta de si mesmo, o conhecimento de tudo que está à sua volta trazem para o ser a única forma de obter o equilíbrio, pois somos o resultado de inúmeras reencarnações. Somente com a busca do equilíbrio profundo, com a descoberta de nós

A FEESP está aberta de 2ª a sábado, das 8h às 21h30. Procure o DEPOE (Departamento de Orientação Espiritual) e você será atendido gratuitamente. Aos domingos a FEESP está aberta das 8h às 17h, com palestras públicas ou eventos e assistência espiritual 25/11/2015 13:32:27


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mesmos é que poderemos entender todo o significado real da vida. Numa cultura utilitarista e imediatista, que favorece a fuga da autoconsciência do indivíduo para o consumismo, o culto da personalidade tem primazia. Nesses dias de utopia, se vale pelo que se apresenta e não pelo que se é. O procedimento convencional, os ideais que dignificam e trabalham as forças normais, cedem lugar aos prazeres ligeiros e frustrantes, que logo abrem espaço a novas e falsas necessidades. A busca do destaque poderá nos levar a importantes e irrecuperáveis desvios de rota, gerando infelicidades e desequilíbrios. Os registros negativos em nossa mente formam janelas traumáticas, ‘janelas killer’ “assassinas”. Assassina o prazer de viver! O encanto pela vida! Todos os dias assim como nós fazemos a higiene bucal, nós precisamos fazer a higiene psíquica. Pesquisas revelam que de 10 a 20 milhões de pessoas tentam o suicídio, por ano. De fato elas não querem matar a vida, elas querem matar sua dor, mas quando entra em janelas killer, que tem sentimento de culpa exacerbado, autopunição, sentimento de incapacidade, angústia, depressão, sentimento de exclusão, elas entram para o mundo das drogas, tentam o suicídio. O volume de tensão de uma janela killer bloqueia milhares de janelas. Cada janela tem milhões de informações importantes que não conseguimos acessar. Por isso a necessidade da higiene psíquica, transformando as janelas killer em janelas light. Como: elogiando o seu filho, o seu cônjuge Parte 2.indd 2

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o seu amigo, o seu colega de trabalho, quando fizerem qualquer coisa adequada, mesmo que pequenina. Nunca devemos ter vergonha do nosso passado, das nossas cicatrizes, não é possível cuidar da emoção se nós nos escondemos, atrás dos nossos títulos, atrás das nossas cobranças, da nossa arrogância, da nossa conta bancária. Outra ferramenta importante é entender que por trás de uma pessoa que fere há sempre uma pes-

são especialistas em agradecer, elogiam, reconhecem suas falhas. Já as pessoas frágeis emocionalmente são peritas em reclamar, apontar defeitos. Sentem a necessidade de estar sempre certa, de impor suas ideias. É fundamental se mapear. A intencionalidade não muda a personalidade, é preciso construir uma plataforma de janelas, uma mudança de agenda. Não gravitar em torno dos problemas do passado nem

soa ferida. É fundamental que aprendamos a usar o poder transformador do amor que temos em nosso coração, para usufruirmos de equilíbrio existencial. Ao exercitarmos esse poder amoroso, reabilitamo-nos pelo trabalho no bem. Poderemos distribuir em torno de nós o amor, o bom, o belo, multiplicando as bênçãos de alegria e felicidade com o nosso próximo. Não se pode mudar o passado, mas podemos investir forte e intensamente em nosso presente e mudar o futuro. Pessoas maduras, equilibradas,

do futuro. Ter uma mente relaxada, tranquila, lúcida e ponderada. - Doar-se sem esperar a contrapartida do retorno. Nunca exigir o que os outros não podem dar.•. - A capacidade de se colocar no lugar dos outros e perceber suas dores e necessidades sociais. Ser transparente. Não simular os sentimentos e as intenções.•. - Colocar-se no lugar dos outros para desvendar as causas da agressividade. Não ter vergonha das suas falhas nem medo da timidez, da angústia, dos comportamentos, de seus fracassos.

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- Respeitar os limites e os conflitos dos outros. Ter sensibilidade para respeitar as lágrimas da solidão. - Dialogar com nossos fantasmas, medos e dependências. Uma intervenção direta em nossos traumas, conflitos e dificuldades. Uma revisão de metas, uma reavaliação de postura de vida. - Viajando para nosso próprio ser: humanizando-nos. Uma pessoa que pratica o auto diálogo não apenas tem mais condições de superar suas misérias psíquicas, mas também de se humanizar, de se tornar tolerante, serena e humilde, pois reconhece suas limitações, suas fragilidades. Quando você entende sua pequenez é fácil entender a pequenez dos outros. Quando nos colocamos num pedestal é fácil julgar e condenar. A grandeza de um ser humano está na sua capacidade de se fazer pequeno para poder se colocar no lugar dos outros e entender o que está por trás das suas reações. - Aprender a ter garra, determinação, elaborar metas, projetos de vida que controlam a emoção. Estratégias para superar a instabilidade. - Desde os primórdios da vida o ser humano procura as origens da existência e uma missão existencial. Quem somos? O que somos? Por que vale a pena existir? Lutar? Respirar? Precisamos desenvolver flexibilidade diante das adversidades. Não culpar os outros pelas perdas e frustrações, mas usá-las para expandir e ter consciência da nossa essência como seres humanos, Espíritos eternos que somos. 25/11/2015 13:31:00


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“SAPERE AUDE” (ATREVA-SE A SABER) Carlos dos Anjos “É sempre tangendo o plangente instrumento que nos acalenta, necessário é tocar sempre, observando com rigor as pausas do contexto, para logo acima reentrar com certeza e decisão. Mas tocar sempre, enquanto somos!...”. Manoel Pelica São Marcos, Filósofo e Espírita

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palavra Fé significa confiança, crença, credibilidade. Ela é um sentimento de crença em algo ou alguém, mesmo que não se tenha nenhum tipo de evidência que comprove a verdade. A fé é contrária à dúvida e está ligada à confiança, e ter fé significa possuir esperança de que as coisas vão mudar de forma positiva e para melhor. Ela tem sua origem do Grego “pistia” que indica a noção de acreditar e no Latim “fides”, que remete para uma atitude de fidelidade. Religiosamente, fé é a virtude dos que aceitam como verdade absoluta os princípios estabelecidos por sua religião. Acreditar em Deus é ter fé e acreditar na sua existência e onisciência. A fé pode ser usada como sinônimo de religião ou culto (fé cristã, fé islâmica etc). A fé pode ser cega e, neste caso, a pessoa não vê mais nada além de suas opiniões, ela fica realmente cega pelo que pensa e crê. A fé cega, não examinando nada, aceita tanto o falso quanto o verdadeiro. Como a maioria das religiões pretende estar de posse da verdade, convém verificar se os seus dogmas tendem para a verdade ou para o erro. Paulo de Tarso resumiu as características fundamentais da fé religiosa nos seguintes termos: “Fé é a garantia Parte 1.indd 17

das coisas esperadas e a prova das que não se veem” (Hebr., II, 1). A fé humana, de acordo com a Teologia, é um assentimento da inteligência, motivado na autoridade alheia: se essa autoridade é humana, a fé chama-se humana. Ela tem como característica a aplicação de nossas faculdades às nossas necessidades materiais. Fé é divina quando aplicamos as nossas faculdades às aspirações celestes e futuras e se refere à crença e adoração de um ente superior. No O Evangelho Segundo o Espiritismo, vemos que embora queiramos separar didaticamente a fé humana da fé divina, ela é ao mesmo tempo humana e divina, pois a nossa confiança em algo não está separada da confiança em Deus. Isto simplesmente porque a fé, em primeiro lugar, é inata. Somente depois é que se torna humana, cega, raciocinada, religiosa. ( cap. XIX, item 12).O termo Razão provém do latim “ratĭo” e significa, dentre outros significados, refletir ou reflexionar, o argumento que se alega para sustentar algo, o motivo ou a causa e o quociente de dois números. Filosoficamente, ela é a faculdade em que o ser humano é capaz de identificar conceitos e de os questionar. A razão é a capacidade que o ser humano possui de organizar a realidade na qual ele vive,

fazendo com que estas se transformem em uma coisa compreensível e capaz de ser organizada ou, também, como aquela capacidade de organização e ordenamento das coisas de acordo com as suas próprias capacidades de serem organizadas e ordenadas. A Razão (ou logos), vem dos filósofos gregos e seu estudo e aplicação tinha como principal finalidade substituir a narrativa mitológica, onde as explicações para tudo o que existia era baseada em conceitos relacionados aos deuses e à causas sem fundamento racional. O Mito era a explicação para tudo, mesmo sem ter um raciocínio ou uma coerência lógica. Para Platão, a razão é a ideia que fundamenta o mundo, já Aristóteles mantém a universalidade da ideia platônica, mas para ele são conceitos que estão no mundo e não fora dele. Para ambos a razão só é possível a partir da alma humana. Deste modo, as ideias (em Platão) e conceitos (em Aristóteles) só têm existência através da capacidade intelectiva da alma ou da mente. Se por um lado fenômenos são dados às sensações do corpo, as coisas fenomênicas são dadas à mente. Assim a conclusão em que se chega é a de que a razão é importante porque por ela é que se chega à verdade. Os primeiros filósofos

estavam preocupados em encontrar o fundamento de todas as coisas (o arké), Sócrates perquire sobre a nossa relação com os outros e com o mundo. Sócrates e Platão foram os precursores das ideias cristãs e espíritas. Por Sócrates nos chega o aforismo “Conhece-te a ti mesmo” que é uma máxima encontrada no Templo de Apolo, em Delfos. Essas palavras, até os dias de hoje, levam os homens à reflexão e faz com que alguns despertem em si a necessidade de se perceberem, de procurarem entender a si mesmos para que de dentro para fora possam arguir sobre o conhecimento e se esforçar para obtê-lo, pois entendem que somente através dele é que nós nos libertamos da ignorância. No período medieval, mais precisamente no período da patrística, temos o momento de decadência do Império Romano, quando o Cristianismo passa a se expandir, e surge a partir do século II a filosofia dos Padres da Igreja (patrística) com a finalidade de converter os pagãos, combater as heresias e justificar a fé. Os hereges eram interrogados, torturados e queimados nas fogueiras. A “Santa Inquisição” visava efetivar o poder político católico. Também tinha como objetivo salvar os hereges, por se acreditar na libertação das almas, pois o corpo perece, mas 27/11/2015 08:42:48


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a alma que é eterna estaria salva, os hereges eram mortos pois, assim, seriam salvos. Nesse período começa uma longa aliança entre fé e razão que se estende por toda Idade Média, onde a razão é considerada auxiliar da fé e a ela subordinada. Daí a expressão agostiniana “Credo ut intelligam”, que significa “Creio para que possa entender”. Os Padres recorrem inicialmente à filosofia platônica e realizam uma grande síntese com a Doutrina Cristã, mediante adaptações consideradas necessárias e que visavam dar sustentação às ideias que seriam criadas e que surgiriam em decorrência das discussões visando fundamentar os dogmas católicos. O principal nome desse período denominado de patrística é Santo Agostinho (354430), o bispo de Hipona, que é uma cidade do norte da África. Ele retoma a dicotomia platônica referente ao mundo sensível e ao mundo

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das ideias e substitui esse último pelas ideias divinas. Segundo a Teoria da Iluminação, o homem recebe de Deus o conhecimento das verdades eternas, tal como Sol, Deus ilumina a razão e torna possível o pensar correto. Ele dizia que “O homem é uma alma racional habitando um corpo mortal”. No século XVI, alguns monges que pertenciam à Igreja Católica, Martinho Lutero e João Calvino, iniciaram tentativas de reforma doutrinaria, eles não queriam dar início a esse movimento que ficou conhecido na história como Reforma Protestante, e sim, apenas, solicitar mudanças nos rituais católicos, quanto a cobrança de indulgências, quanto a usura, dentre outras questões. Essa reforma foi decisiva, não no sentido de rompimento da fé Cristã, e sim por contestar as doutrinas e os ritos católicos, fundando posteriormente o que da início à

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Igreja Protestante. Na transição que culminaria com o término da “idade das trevas”, que foi o período da Idade Média, inicia-se o “Sapere aude” que é uma frase que em latim significa “ouse saber” ou “atreva-se a saber”, por vezes traduzido como “tenha a coragem de usar teu próprio entendimento”. Esse tema surgiu com o Iluminismo, que foi um movimento originado na França, no século XVII, que defendia o domínio da razão sobre a visão teocêntrica predominante, imposta pela imposição da fé que submetia a razão aos dogmas instituídos e não permitiam que o homem pensasse por si, mas de acordo com as normas estabelecidas pela própria Igreja. Os filósofos iluministas pretendiam com o racionalismo iluminar as trevas em que se encontrava a sociedade e ele foi uma atitude geral de pensamento e de ação. Os iluministas admitiam que os seres humanos estão em condição de tornar este mundo um mundo melhor, mediante introspecção, livre exercício das capacidades humanas e do engajamento políticosocial. Immanuel Kant, um dos mais conhecidos expoentes do pensamento iluminista, relata o seguinte: “O Iluminismo representa a saída dos seres humanos de uma tutelagem que estes mesmos se impuseram a si.” Tutelados são aqueles que se encontram incapazes de fazer uso da própria razão independentemente da direção de outrem. É-se culpado da própria tutelagem quando esta resulta não de uma deficiência do entendimento mas da falta de resolução e coragem para se fazer uso do entendimento independentemente da direção de outrem. Sapere aude! Tem coragem para fazer uso da tua própria razão! esse é o lema do Iluminismo. O Iluminismo foi um movimento intelectual que surgiu durante o sécu-

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lo XVIII na Europa, que defendia o uso da razão (luz) contra o Antigo Regime (trevas) e pregava maior liberdade econômica e política. Este movimento promoveu mudanças políticas, econômicas e sociais, baseadas nos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade. O Iluminismo tinha o apoio da burguesia, pois os pensadores e os burgueses tinham interesses comuns. A razão suspeitava de tudo. Para a comprovação dos fatos, é necessário provas através de fórmulas matemáticas. Em decorrência disso surgem as ciências, em que o conhecimento, que se tornava específico, e ia se desligando do tronco comum da filosofia e o método teórico-experimental, em todos os campos do saber, prepara a Revolução Industrial. A revolução científica, que nasce com o Renascimento, foi uma revolução do saber e a que nasce com a Revolução Industrial, é uma revolução da energia. O Iluminismo é a filosofia das luzes e carrega em si a liberdade de pensamento, desafio ao tradicionalismo e a autoridade e plena confiança na razão e no progresso do homem. Ele faz parte de toda uma tradição filosófica que luta em favor da busca de conhecimento e critica todo tipo de crença. A finalidade maior do Iluminismo, com certeza, foi de emancipar o homem e toda a humanidade por meio do pensamento racional, ou seja, procurando incentivar o homem a fazer a sua própria busca racional de conhecimento a fim de se esclarecer através das luzes da razão. Através dessa busca, o homem adquire conhecimentos novos que utiliza em sua vida pratica. Os homens, em decorrência dessas novas ideias, fizeram grandes mudanças na humanidade, inclusive no período que vai da Revolução Inglesa de 1688 até à Revolução Francesa de 1789. O Ilumi27/11/2015 08:43:04


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nismo visa à emancipação do ser humano e de toda a humanidade por meio das luzes da razão. A chamada idade da razão objetiva a sua própria autonomia, tendo em vista que vence as trevas da superstição, intolerância, ignorância e fanatismo, nas questões morais e religiosas. O Espiritismo teve seu surgimento nesse período. As ciências estavam em pleno desenvolvimento e o método teórico-experimental estava sendo aplicado em toda a área do saber, inclusive em tudo aquilo que se queria saber. Podendo assim ser utilizado como método cientifico com a necessidade de estabelecer a aliança entre fé e razão, possibilitando o surgimento da fé raciocinada. Kardec além de esmerado educador era homem da ciência, um cientista e desta forma focava a razão como base de suas ideias. Em seu trabalho recebeu influência do Iluminismo, inclusive porque era francês e estava a par do que ocorria na França naquele período histórico. O Espiritismo é ligado e alicerçado a todos os ramos da Filosofia, da Metafísica e da Ciência e sintetiza o conhecimento humano adquirido até hoje, inclusive no que se refere à filosofia de Sócrates e Platão, considerados precursores do Espiritismo. No Espiritismo, a Razão e a Fé são elementos essenciais do Espírito, conjugados em torno de um eixo que é a vontade. A Fé representada pelo livre-arbítrio, que é o princípio da liberdade, sem o qual a Razão de nada serviria e a Fé não teria sentido. Sintetizando essa ideia concluímos que todas as antinomias, todas as contradições se resolvem numa visão mais ampla do problema universal. O racionaParte 1.indd 13

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lismo e o empirismo, o positivismo e o idealismo, o materialismo e o espiritualismo, o ontologismo e o existencialismo, e assim por diante, encontram o seu delta comum numa visão global do Universo. “Não há motivo para as intermináveis disputas a respeito da Razão e Fé, pois ambas pertencem à própria substância do ser, que desprovido de uma delas já não poderia ser”. (Introd. A Filosofia Espirita, JHP, 1983, p. 47).

grande que nos fez realizar algo que parecia impossível apenas por ouvirmos passagens evangélicas ou palavras de benfeitores. Quando estudamos e aprendemos a respeito do Espiritismo, tomamos ciência que estamos fazendo nossa caminhada evolutiva e que nosso Espírito vai lentamente, através disso, conhecendo as Leis de Deus e percebeLhe a perfeição. Quanto mais estudamos, mais conhecemos e mais

Quando falamos de fé nos vem à mente uma infinidade de afirmações que negam-lhe a racionalidade. Segundo alguns, nós podemos raciocinar sobre crença, mas não sobre fé, pois a fé seria uma virtude ou um dom que iria além da própria razão. Quando a fé é colocada de forma transcendental relacionada somente com o sentir humano, confundimos a fé com emoção, assim é comum dizermos ter sentido uma fé tão

aprendemos e isso nos ajuda a nos identificarmos com Ele e a adquirirmos mais confiança na justiça e amor de Deus. Percebemos que com todo o Seu amor e bondade Ele nos permitiu que aqui viessemos para este mundo a fim de sermos felizes. E esse entendimento, essa conscientização é fortalecida pela fé, que sendo racional nos dá entendimento que a torna inabalável, imperecível, indestrutível. A fé raciocinada não

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foi criada com o Espiritismo, nem nasceu com o Iluminismo, ela vem de Jesus, o qual ao nos transmitir seu evangelho, nos apresenta essa fé livre de dogmas, de superstições e ritualismos sem sentido, enquanto até Jesus, a fé era carregada de emoção, após Ele, ela recebeu o ingrediente chamado razão, que nos dá um entendimento lógico do sentido de seus ensinamentos, pois apela ao raciocínio. Através do raciocínio, nós entendemos o objetivo de Seus ensinamentos, não só pela palavra, mas pelo conteúdo daquilo que ele nos ensina. Kardec ao codificar a Doutrina Espírita e entendendo esse sentido racional do Evangelho de Jesus, pois o conhecia, também, como um educador de almas que sabia tocar o coração, ou seja, o sentimento, de todos os que ouviam suas palavras e que conseguia fazê-los entenderem e compreenderem suas lições. Para o Espiritismo, Razão e Fé possuem a mesma essência, são potências que vão caminhando e se atualizando com homem no decorrer de suas existências. Caminha desde quando é, ainda, uma parte do geral indiferenciado (reino mineral), vai se diferenciando através do progresso obtido nos reinos naturais (reino vegetal, animal e hominal), sempre caminhando obstinadamente em busca da perfeição. Segundo Herculano Pires, a Razão e a Fé pertencem à essência da natureza humana. O homem em sua caminhada evolutiva capta e amplia o critério de conceito e discernimento, em um primeiro momento isso envolve o sentimento de fé, que ele transmite, em manifestações de religiosidade 27/11/2015 08:43:24


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espontânea, sempre carregando em seu intimo a tendência ao deísmo (Deismo expressa uma posição filosófica e também religiosa que aceita a ação divina na criação do mundo, convicção esta conquistada não por revelações de Deus, mas sim pela compreensão racional da Divindade, uma percepção que parte do conhecimento das leis que regem a vida e a Natureza). Por outro lado, a razão, utilizando o

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mesmo processo, caminha para o seu desenvolvimento impulsionada pela sempre presente necessidade de solucionar questões emergentes e conflitantes da existência, tendo em vista a necessidade de manter preservada a própria vida e a perpetuação da espécie. A razão e a fé caminham juntas, e são comparadas aos membros de um indivíduo, como dois instrumentos: “uma bússola e um candeeiro, e que, como

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tal, se confundem no alvorecer existencial, em face da fragilidade e da incipiência, incapazes ainda de discernir e determinar a primazia entre impulsos do Instinto e a tendência à racionalidade espiritual que busca o infinito.” (Filosofia Espirita e outros temas, Razão e Fé, pg.77). Alan Kardec elaborou no “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Capitulo XIX, a crítica da fé, que possui um conteúdo que carrega em si uma

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metodologia clara e objetiva, com um fundo profundamente racional. O terceiro Milênio que se aproxima necessita que estejamos preparados, e a expressão que sintetiza o pensamento espírita em toda sua profundeza e íntegra revelação é a expressão: “Só é inabalável fé que pode enfrentar face a face, a razão em todas as épocas da humanidade.” Essa frase afasta completamente a ideia da fé dogmática e incorpora para o plano da razão a certeza de que a Fé precisa de uma base, e essa base é a perfeita compreensão do que devemos crer. E, nesse contexto, seguimos Kardec quanto a recomendação de que é “preferível refutar noventa e nove verdades de que aceitar uma só mentira.” Em sua crítica da Fé, Kardec recomenda que “crê-se porque se tem a certeza, e só se está certo quando se compreende”, daí nós termos a certeza de que não basta ver, para crer é necessário , sobretudo, compreender, e a fé raciocinada se apoia nos fatos e na lógica e não deixa nada escondido, obscuro. “A Razão e a Fé estão centradas no eixo, que é a Vontade. Esta, por sua vez, assentase no Livre-Arbítrio, princípio de liberdade, sem o qual a Razão de nada serviria e a Fé não teria sentido”. (Pires, 1983, p. 47). Sapere aude! Ousemos saber, atrevamonos a saber, tenhamos coragem de usar nosso próprio entendimento, busquemos o conhecimento a fim de nos libertarmos das amarras da ignorância espiritual e intelectual que nos impede de seguir adiante em nosso crescimento moral e espiritual. .ESPÍRITAS AMAI-VOS E INSTRUÍ-VOS. “Aquele que começou já está na metade da obra: ouse saber! Comece!”. ( Was ist Aufklärung? (O que é Iluminismo?) de Immanuel Kant, 1784)


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PALESTRAS PÚBLICAS AOS DOMINGOS E EVENTOS DA FEESP Sede Central – Rua Maria Paula, 140 – Bela Vista – São Paulo

DEZEMBRO / 2015

06/12 PENA DE MORTE E A JUSTIÇA DIVINA Victor Roberto Reiss 10h PALESTRANTE: ATRAÇÃO MUSICAL: Marco Antonio | barítono e Thiago Sivila | piano TEMA:

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13/12 ÁREA DE ENSINO 10h ATRAÇÃO MUSICAL: Orquestra e Coral Carlos Gomes TEMA:

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20/12 CRIANÇA AMPARADA PELA SOCIEDADE Maria Nazaré Marques da Silva 10h PALESTRANTE: ATRAÇÃO MUSICAL: Denise Perez Manzo | Piano e Leandro Gomes | Violino TEMA:

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27/12 AS DORES DA ALMA E O REMÉDIO SALUTAR Maria José Cândido Barroso 10h PALESTRANTE: ATRAÇÃO MUSICAL: Marco Antonio Silva | barítono e Silvia Regina Órfão TEMA:

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Especial Dezembro de 2015

Jornal Espírita 40 anos

Divulgando o Espiritismo

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“Meimei aparece em São José dos Campos” Festa da Primavera 2015 Creche MEIMEI – São José dos Campos

Festa da primavera

E

m 26 de setembro a Creche Meimei da FEESP São José dos Campos, realizou a “Festa da Primavera 2015 - a renovação da vida”. O evento teve como propósito integrar alunos, familiares, funcionários e voluntários, fato também importante na formação educacional e social das crianças. No programa: entretenimentos, apresentações dos alunos, brincadeiras, “comidinhas gostosas” e em especial, um musical surpresa, envolvendo toda a creche: alunos, professoras, pessoal de apoio e colaboradores, que formaram um coral apresentando a música: “Eu sou Meimei...”, criação de voluntários da FEESP que faz parte de um projeto de divulgação e valorização da Unidade São José dos Campos.

Apresentação das crianças Como “cartão de visitas”, foi apresentada logo na entrada, a “KombiMei”. A velha/nova Kombi da creche, de ano 1995 agora repaginada e “adesivada de roupa nova”, causou impacto junto aos presentes. Outra novidade! Por iniciativa de pais colaboradores, foi elaborada e implantada no dia, a hashtag: #eusoumeimei, instituída para divulgar imagens, fatos e comunicações da creche. Foi sem dúvida um dia de muita alegria e confraternização.

Apresentação das crianças


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Kombimei

Rainha da primavera Eu sou Meimei

Rei da primavera

Breve histórico: Com início de atividades em 1991, como um Centro de Convivência Infanto Juvenil e, posteriormente, focando-se como Creche Meimei, mantida pela FEESP-Federação Espírita do Estado de São Paulo em convênio/parceria com a Secretaria de Educação da Prefeitura do Município de São José dos Campos. Ano após ano, a Meimei é reconhecida e conceituada como creche modelar/padrão da região, entre as primeiras de São José dos Campos, particulares ou conveniadas. São 165 alunos, de 3 meses aos 6 anos de idade, atendidos diariamente das 7h às 17h. A fila de espera por vagas, específica para a Creche MEIMEI, oscila entre 500 inscritos (três vezes a sua capacidade). São comuns os testemunhos de carinho e gratidão de ex-alunos, familiares e responsáveis, sobre a importância do tempo em que aqui conviveram e o quanto foi marcante em suas vidas. Entrar na Creche pode ter sido difícil, sair então...

Durante todo este período, as crianças recebem atendimento educacional e pessoal, programas didáticos preparatórios para o ingresso das crianças no 1º grau em acordo com as normas determinadas pela Secretaria de Educação. A parte: especial carinho e dedicação dos profissionais envolvidos, filosofia e prática implantada pela mantenedora, a FEESP-Federação Espírita do Estado de São Paulo. No Vale do Paraíba estamos chegando aos vinte e cinco anos de atividade com satisfação pelo que foi realizado e reconhecimento de que (todos) somos responsáveis na formação de um mundo melhor hoje, amanhã e sempre. Nossa gratidão e reverência à querida Mentora e incansável trabalhadora do plano espiritual que com certeza tem nos amparado e inspirado no trabalho do bem maior ao longo de todos estes anos: Meimei = Amor Puro, significado chinês que identifica o grande propósito da FEESP. Elza Basile


No site WWW.tvaberta.TV.br ao vivo às 12h! Os programas já apresentados encontram-se no Portal da FEESP. www.feesp.org.br ou no YouTube www.youtube.com/umsentidoparasuavida Novidade: Toda sexta-feira, às 20:00, o programa estará disponível também no portal da FEESP. Parte 1.indd 2

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