Jornal Espírita ÓRGÃO DA FEDERAÇÃO ESPÍRITA DO ESTADO DE SÃO PAULO
FUNDADA EM 12 DE JULHO DE 1936
R$ 4,50
Outubro de 2015 - Nº 450 - Ano XL - DISTRIBUIÇÃO NACIONAL
www.feesp.org.br e-mail: redacao@feesp.org.br
Manaus, Boa Vista, Santarém, Rio Branco, Ji-Paraná e Macapá / Via Aérea
Festa Beneficente
11ª de Rua Típica Francesa Dia 18 de outubro
das 10h às 20h
Show com Thobias da Vai-Vai, Helvis by Helder, Elizeth Rosa, Camilla Castro, Graça Cunha, Yuri Jaruskevicius, Fernando Gabriel e Os Realistas
Em Homenagem a Allan Kardec
Rua Maria Paula, 140, Bela Vista - São Paulo - SP
Barracas de comidas típicas:
Cassoulet, Quiche Lorraine, Petit Gateau e mais de 10 tipos!!!
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Editorial
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Homenagem a Allan Kardec - 11º ano
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á onze anos todos os voluntários da FEESP, impulsionados pelos diretores, movimentam-se para essa grande homenagem pública, onde diversas de religiões misturam-se fraternalmente evidenciando o próprio trabalho diário da FEESP que não tem preconceitos. Todos podem participar gratuitamente no dia 18 de Outubro, das 10h às 20h, de vários shows com artistas famosos: Thobias e Elizeth Rosa da escola de samba Vai Vai, Helvis by Helder, Graça Cunha (Altas Horas – Rede Globo) e sua banda, Fernando Gabriel, Os Realistas, Camilla Castro (sertanejo) e
o tenor e maestro Yuri Jaruskeviecius que cantará músicas francesas. O evento também é beneficente para que a Federação Espírita consiga cumprir seus nobres objetivos de atendimentos sociais, educacionais e religiosos para toda a população. São mais de 13 milhões de atendimentos anuais gratuitos como: creches, asilo, famílias carentes, cursos profissionalizantes, palestras sócio educativas, cursos de educação espírita, assistência espiritual, etc. Para tanto, o público poderá ajudar as obras sociais comprando os pratos típicos franceses servidos a preços populares. Também teremos o Bazar de
Natal, pintura mediúnica gratuita nos livros adquiridos na livraria do térreo, brinquedos de playground e infláveis e pintura no rosto das crianças. Você poderá participar dos sorteios de vários brindes ao longo do dia e de um Super Faqueiro Meridional Nobre Aço Inox de 130 peças. Venha participar e se divertir trazendo seus famiSilvia Cristina Puglia liares e amigos. Você estará Diretora da Área de Divulgação colaborando com a transformação da vida de milhares Informações 3115-5544 ramal de pessoas. Veja o menu de pratos típicos, os 224 e 204 Silvia Cristina Puglia preços e o layout do evento.
Layout do evento
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Relação de produtos e preços nas barracas
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Sucos, água e café no Saguão da Sede Central EXPEDIENTE FUNDADA EM 12 DE JULHO DE 1936
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Conselho Editorial Silvia Cristina Stars de Carvalho Puglia Antônio Bartolomeu Cruzera Fátima Luisa Giro Paulo Sergio de Oliveira Editor: Altamirando D. de Assis Carneiro (MTb 13.704) e-mail: redacao@feesp.org.br As opiniões manifestadas em artigos assinados, bem como nos livros anunciados são de responsabilidade de seus autores, não refletindo, obrigatoriamente, o pensamento do Jornal Espírita, de seu Conselho Editorial ou da FEESP. Redação O Jornal Espírita é uma publicação bimestral sobre o movimento Espírita. Rua Maria Paula, 140, 3º Andar, Bela Vista, São Paulo – SP, CEP 01319-000 – Tel.: (11) 3115-5544 ramal 224
Fundado em 1º de Julho de 1975 pelo Núcleo Espírita Caminheiro do Bem, registro nº 2.413, livro 33 de Matrículas de Oficinas Impressoras, Jornais, Revistas e outros periódicos, do 1º Cartório de Títulos e Documentos de São Paulo, conforme despacho do Juiz de Direito da 2ª Vara de Registro. Transferido para a Federação Espírita do Estado de São Paulo em 16 de maio de 1990. Certificado de Registro na marca na classe 11.10 processo nº 815.511.973 publicada na “Revista da Propriedade Industrial” nº 1103, de 21/1/92, página 16. Distribuição para assinantes e Centros Espíritas: Livrarias e Editora Espírita Humberto de Campos da FEESP. Diagramação: TUTTO Impressão: TAIGA - 2468-3384
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FEDERAÇÃO ESPÍRITA DO ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ 61.669.966/0014-25 Rua Maria Paula, 140, Bela Vista, CEP 01319-000, São Paulo - SP Tel.: (11) 3106-1619, 3106-5964, 3106-1200, 3106-5579, 3107-5279, 3107-1276, 31055879, 3115-5544 – Fax.: (11) 3107-5544 Portal: www.feesp.org.br Email: feesp@feesp.org.br Diretoria Executiva: Presidente: Zulmira da Conceição Chaves Hassesian Vice-Presidente: João Baptista do Valle Diretor da Área de Assistência e Serviço Social: Eli de Andrade Diretora da Área de Ensino: Irene Barbara Chaves Diretora da Área de Assistência Espiritual: Alice Lopes de Paula Diretora da Área de Divulgação: Silvia Cristina Stars de Carvalho Puglia
Diretora da Área de Infância, Juventude e Mocidade: Vera Lúcia Leite Diretora da Área Financeira: Guiomar Cisotto Bonfanti Diretora da Área Federativa: Nancy César Campos Raymundo Assistência Social da FEESP Casa Transitória Fabiano de Cristo CNPJ: 61.669.966/0002-91 Av. Condessa Elizabeth de Robiano, 454, Belenzinho, São Paulo – SP, Tel.: (11) 2697-2520 Sede Santo Amaro: Rua Santo Amaro, 370, Bela Vista, São Paulo – SP, Tel.: (11) 3107-2023 Casa do Caminho, Av. Moisés Maimonides, 40, Vila Progresso, Itaquera, São Paulo – SP, Tel.: (11) 2052-5711 Centro de Convívio Infanto-Juvenil D. Maria Francisca Marcondes Guimarães – Rua Franca, 145, B. Bosque dos Eucaliptos, São José dos Campos – SP
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Palestras
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Palestras Públicas na FEESP
Diariamente, a Federação Espírita do Estado de São Paulo abre suas portas a toda população de São Paulo, acolhendo aqueles que precisam de sentido ou consolo para suas vidas, bem como os que buscam conhecer o Espiritismo, através dos seus diversos cursos. Aos domingos, sempre às 10:00, é aberto um espaço especialmente destinado à realização de palestras sobre temas atuais, à luz do Espiritismo, que são muito esclarecedoras no sentido de entendermos melhor a problemática social em que vivemos. São abordados temas atuais, de forma a fornecer ferramentas de amor e fé, para enfrentar os desafios cotidianos. Para ajudar-nos
a refletir sobre esses diversos temas, contamos com oradores e palestrantes de alto gabarito, e conhecedores da doutrina espírita, que compartilham sua visão e experiência com o público presente. Nesses encontros alegres, contamos também com musicistas que se revezam, a cada semana, no palco do auditório Bezerra de Menezes, em apresentações que elevam e harmonizam a todos e o ambiente. Participe e divulgue. É sempre um prazer receber a todos! Confira, a seguir, as sinopses das palestras realizadas aqui na Federação Espírita do Estado de São Paulo.
O Céu, o Inferno e a Justiça Divina
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Céu e o Inferno, ou A Justiça Divina Segundo o Espiritismo, uma das obras da Codificação Espírita, foi publicada em 1º de agosto de 1865. Dessa forma, estamos comemorando os seus 150 anos, que pelas queridas mãos de Allan Kardec, o Codificador do Espiritismo, utilizando-se sempre do método científico, nos esclarece, dentre outros assuntos, a visão espírita do céu, do inferno e como funciona a justiça divina. Com base na resposta à primeira questão do Livro dos Espíritos, tomamos conhecimento que Deus é “a Inteligência Suprema, causa primária de todas as coisas”. Aprendemos do mesmo modo que podemos conhecê-Lo através de seus atributos. Percebemos que o Criador não equivale à criatura, não está domado das paixões, mas é amor e nos comanda através de suas Leis. É amoroso, bondoso e misericordioso. Em sendo assim, tendo como ponto de partida um Deus tão misericordioso, como podemos acreditar que, após o nosso desencarne, estaríamos literalmente com a nossa sorte fixada no céu, contemplando
Cristiane Maria Fortunato os entes queridos que aqui ficassem sofrendo, tocando harpas por toda a eternidade? Ou no inferno, queimando em caldeiras, num fogo eterno, sem qualquer chance de mudança, e ainda compreendermos Sua Misericórdia, Sua Justiça, através de tais atos? Seria mesmo impossível, diríamos mais, seria nada consolador, esperançoso ou esclarecedor! Por isso, ao tempo certo, cumprindo a promessa de Jesus, veio o Consolador Prometido, o Espiritismo, ou a Doutrina dos Espíritos, retirando tantas dúvidas e temores, principalmente no que tange a nossa suposta “sorte” após a morte do corpo físico. A Doutrina Espírita nos esclarece que o homem compõe-se de corpo, perispírito e Espírito: o Espírito é o ser principal, racional, inteligente; o períspirito é o intermediário, um corpo fluídico;
o corpo é o invólucro material que reveste o Espírito temporariamente, para preenchimento da sua missão na Terra e execução do trabalho necessário ao seu adiantamento. O corpo, usado, destrói-se e o Espírito sobrevive à sua destruição. Em deixando o corpo material, o Espírito torna ao mundo espiritual como o seu perispírito, onde paira, para depois reencarnar. Existem, portanto, dois mundos:
o corporal, composto de Espíritos encarnados; e o espiritual, formado dos Espíritos desencarnados. No intervalo das existências corporais o Espírito torna a entrar no mundo espiritual, onde é feliz ou infeliz segundo o bem ou o mal que fez. Uma vez que o estado espiritual é o estado definitivo do Espírito e o corpo espiritual não morre, deve ser esse também o seu estado normal. É no estado espiritual, sobretudo, que o Espírito colhe os frutos do progresso realizado pelo trabalho da encarnação; é também nesse estado que se prepara para novas lutas e toma as resoluções que há de pôr em prática na sua volta à Humanidade. A nossa felicidade depende das qualidades morais e não do estado material do meio em que nos encontramos. A felicidade, portanto, pode existir em qualquer parte onde haja Espíritos capazes de gozá-la. Nenhum lugar nos é circunscrito e assinalado no Universo. Assim, a alma ou Espírito sofre na vida espiritual as consequências de
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todas as imperfeições que não conseguiu corrigir na vida corporal. O seu estado, feliz ou infeliz, é inerente ao seu grau de pureza ou impureza. A completa felicidade prende-se à perfeição, isto é, à purificação completa do Espírito. Toda imperfeição é, por sua vez, causa de sofrimento e de privação de gozo, do mesmo modo que toda perfeição adquirida é fonte de gozo e atenuante de sofrimentos. Em virtude da lei do progresso que dá a toda alma a possibilidade de adquirir o bem que lhe falta, como de despojar-se do que tem de mau, conforme o esforço e vontade próprios, o futuro é aberto a todas as criaturas. Deus não nos repudia, antes nos recebe em Seu seio à medida que atingirmos a perfeição, deixando a cada qual o mérito das suas obras. Dependendo o sofrimento da imperfeição, como o gozo da perfeição, a alma traz consigo o próprio castigo ou prêmio, onde quer que se encontre, sem necessidade de lugar circunscrito. O inferno está por toda parte em que haja almas sofredoras, e o céu igualmente onde houver almas felizes. O Espírito sofre, quer no mundo corporal, quer no espiritual, a consequência das suas imperfeições. As misérias, as vicissitudes padecidas na vida corpórea, são oriundas das nossas imperfeições, são expiações de faltas cometidas na presente ou em precedentes existências. A duração do castigo depende da nossa melhoria moral. Nenhuma condenação por tempo determinado nos é prescrita. Só o melhoramento sério, efetivo, sincero, de volta ao bem é capaz de extinguir as nossas infelicidades. Desse modo, somos sempre o árbitro da nossa própria sorte, podendo prolongar os sofrimentos pela pertinácia no mal, ou suavizá
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-los e anulá-los pela prática do bem. E a situação do Espírito, no mundo espiritual, não é outra senão a por si mesmo preparada na vida corpórea. E assim, afirmamos como consta no Livro dos Espíritos, na resposta à questão n. 1011, de que não há um local certo para a pena e o gozo dos Espíritos. Na verdade, está bem explícito: “Cada um possui em si mesmo o princípio de sua felicidade ou infelicidade, e como eles estão por toda parte, nenhum lugar circunscrito, nem fechado está destinado a um antes que a outro. ” Segundo isso, o céu, paraíso ou o inferno, não são senão figuras. Céu e inferno são na verdade estados de consciência dos Espíritos. Enquanto encarnados, também podemos estar no céu, entenda-se como estado de felicidade, bem como estar no inferno, diga-se estado de sofrimento, de infelicidade, de acordo com as nossas condutas diárias, emoções, sentimentos e pensamentos. Não há dúvida de que ao cumprirmos o amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, como nos ensinou o Mestre Jesus, poderemos nos considerar
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num verdadeiro céu, pois estaremos tranquilos e felizes. Ao passo que ao infringirmos as Leis Divinas, viveremos em estado de infelicidade ou sofrimento, num verdadeiro inferno, ainda que em sentido figurado. E mais, como sabemos que do mundo espiritual viemos e aqui só estamos de passagem, ao retornamos para a nossa pátria, voltaremos no mesmo estado que aqui estivermos: num céu, criado por nós mesmos, ou num inferno, também por nós criados. E pela lei da afinidade e sintonia, ao desencarnarmos estaremos no plano espiritual justamente com as companhias que nos são afins, que também estarão vivendo os seus céus ou os seus infernos, de acordo com as atitudes quando encarnados. Portanto, ao contrário do que pensávamos, não temos um Deus vingativo que aponta seu dedo e nos remete para o céu ou para o inferno, mas sim um Deus misericordioso, que nos deu o livre-arbítrio para escolhermos onde queremos estar, qual o grau de felicidade ou infelicidade que desejamos. Não há seres que foram criados privilegiados como anjos, nem tampouco, outros tão ruins que jamais
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sairão de tal condição inferior, pois os anjos, nada mais são do que Espíritos que alcançaram, após galgarem vários degraus da escada evolutiva, uma felicidade relativa. E os Espíritos inferiores são aqueles que não conseguiram ainda, por hora, evoluir, mas que um dia também atingirão a categoria de anjos ou Espíritos evoluídos. Ademais, a Ciência, com a lógica inexorável da observação e dos fatos, nos revelou que a Terra não é mais o eixo do Universo, porém um dos menores astros que rolam na imensidade; o próprio Sol mais não é do que o centro de um turbilhão planetário; as estrelas são outros tantos e inumeráveis sóis, em torno dos quais circulam mundos sem conta, separados por distâncias apenas acessíveis ao pensamento, embora se nos afigure tocarem-se. Neste conjunto grandioso, regido por leis eternas-reveladoras da Sabedoria e Onipotência do Criador -, a Terra não é mais que um ponto imperceptível e um dos planetas menos favorecidos quanto à habitabilidade. Por certo, a misericórdia de Deus é infinita, mas não é cega. O culpado que ela atinge não fica exonerado, e, enquanto não houver satisfeito à justiça, sofre a consequência dos seus erros. Por infinita misericórdia, devemos ter que Deus não é inexorável, deixando sempre viável o caminho da redenção. Podendo todo homem libertarse das imperfeições por efeito da vontade, pode igualmente anular os males consecutivos e assegurar a futura felicidade. A cada um segundo as suas obras, no Céu como na Terra: - tal é a Lei da Justiça Divina.
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Palestras Outubto de 2015
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Como superar a depressão e ser feliz?
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vida, um presente de Deus. Todos nós buscamos no decorrer da nossa existência, encontrar o caminho que nos conduza à felicidade relativa, porque para se alcançar a felicidade plena teremos uma longa jornada na travessia das experiências carnais, constituídas de imensos desafios, provações e expiações, para grande parcela dos viajantes na senda evolutiva da humanidade. São esses escolhos que nos convidam a enfrentar e vencer os obstáculos e a forma como nós os encaramos faz toda a diferença, em razão da atitude que deveremos empreender na superação e entendimento de tudo quanto nos ocorrer, nos bons ou nos momentos provacionais ou expiatórios, nos quais seremos solicitados pela Misericórdia Divina a vivenciar os ensinamentos do Mestre Jesus. A Terra é uma grande escola, um educandário de almas, onde encontramos aqui, no ambiente familiar, os afetos e desafetos de outrora. A Bibliografia Espírita descreve a possibilidade da criatura desencarnar sem depressão e ao se deparar com a realidade que deixou na Terra, lamentar o empenho que fora gasto nos seus falsos valores morais e materiais, o seu apego, as suas horas ociosas, a sua mente voltada aos interesses mundanos em detrimento dos verdadeiros valores espirituais. O Autor espiritual André Luiz, pela psicografia do nosso imortal Chico Xavier, no livro Obreiros da Vida Eterna, relata a passagem de Gotuzo na pátria espiritual, e sua desilusão diante da vida distanciada dos preceitos espirituais. Cada qual desperta no outro lado da vida, conforme adormeceu na sua dimensão corporal.
Denise Zeglio Agresta Na obra No Mundo Maior, o mesmo autor espiritual nos elucida que “o Supremo Senhor não se compraz com o possuir filhos miseráveis e infelizes na Criação. Espalha bençãos e dons, riquezas e felicidades eternas a mancheias, esperando apenas que cada um de nós se disponha a reger com sabedoria o patrimônio próprio”. O princípio doutrinário da Reencarnação, nos permite raciocinar sobre a imensa bagagem da qual o Espírito imortal é portador, bagagem essa com características positivas, negativas e que foram acumuladas ao longo das vidas sucessivas. É preciso observar, como nos envolvemos com facilidade nas coisa materiais e nos desequilibramos, sobretudo, quando nos afastamos de Deus, dos ensinamentos deixados pelo nosso Mestre Jesus. Devemos atentar ao fato da importância excessiva às situações que desajustam a nossa paz interior, o nosso equilíbrio espiritual, e sempre recordar da premissa maior em adubar a nossa semente interior, as potencialidades e as virtudes latentes da nossa alma, muitas vezes adormecidas pela nossa invigilância moral. Reencarnamos para avançarmos na escala evolutiva espiritual, ao lado das qualidades físicas, conquistadas pelo nosso trabalho e esforço no caminho do bem. A vida agitada, os conflitos sociais, o estresse do dia a dia, a competitividade agressiva, a busca desenfreada pelo sucesso, pelo consumismo, dentre outros fatores, constituem fatores determinantes para o desencadeamento dos nossos transtornos e sofrimentos. As criaturas, regra geral, vi-
venciam no decorrer de suas existências, vasta gama de emoções, tristeza, raiva, frustração, alegria, amor, desamor, e outros sentimentos. Mentalmente saudáveis são capazes de enfrentarem os desafios e as mudanças da vida cotidiana e buscarem auxílio sempre que se fizer necessário, caso contrário, mergulham num estado de alma desalentador e de perspectiva sombria. A Doutrina Espírita nos ensina que não somos culpados pelos erros que cometemos, mas somos responsáveis pelo que semeamos. Isaias Claro, no seu livro “Depressão: causas, consequências e tratamento”, define a Depressão como sendo um estado de espírito, de melancolia, de tristeza ou desespero. A intensidade e a duração deste estado dependem da personalidade, dos fatores que desencadeiam o processo e da situação atual da vida da pessoa. Ela é considerada uma doença da alma ou modernamente considerada como transtorno afetivo. “Sendo o Espírito o desencadeador desse transtorno martirizante,
cabe-lhe a responsabilidade de reverter o quadro, mediante grande esforço e vontade, acompanhado pelos recursos preciosos da oração e da ação no bem, com os quais adquire valores que podem contrabalançar o erro e recuperar-se das dívidas morais”(Joanna de Ângelis – Iluminação Interior). A Medicina Terrena ao lado da Medicina da Alma, alicerçando-se em JESUS, o médico de Corpos e de Almas, vêm nos trazer o remédio salutar que extirpará das nossas almas doloridas, as cicatrizes provocadas pelo erro, pelo egoísmo, pelo orgulho; cólera, desespero, crueldade, pela intemperança, extraíndo dessa rota segura do seu Evangelho Misericordioso, a valiosa lição: Vigiai e Orai para não cairdes em tentação. A confiança em Deus, revestida da Fé, mãe da Esperança e Caridade, norteará o nosso caminhar, principalmente no núcleo familiar, no ambiente social, onde quer que nos encontrarmos. A família exerce um preponderante papel na compreensão, no apoio e na assistência, que deve ser ministrada a quem se encontrar no estado depressivo. É preciso estar atento às mudanças comportamentais e outras atitudes que norteiem os familiares ou as criaturas próximas a observarem que algo anormal está se passando com a pessoa. A Fluidoterapia – ”Assim como a transfusão de sangue representa uma renovação das forças físicas, o passe é uma transfusão de energias psíquicas, com a diferença de que os recursos orgânicos são retirados de um reservatório limitado, e os elementos psíquicos o são do reservatório ilimitado das forças espirituais” (O Consolador, Emmanuel). A Prece, ao lado da Assis-
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tência Espiritual são preciosos instrumentos que auxiliam na libertação daquele que se encontrar temporariamente, sob a diagnose nefasta das influências espirituais. A oração é a força que ilumina o ideal e santifica o trabalho na elevação espiritual, por intermédio do conhecimento e da virtude. É o mais forte estímulo de que a alma pode dispor para plenificar-se. “Tudo posso Naquele que me fortalece” (Paulo de Tarso, em carta aos Filipenses). Refletirmos sempre na importância da qualidade das emoções: pensamentos, sentimentos e atitudes. Pela emanação dos nossos pensamentos, formamos correntes psíquicas, ondas mentais, segundo
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nesta vida e resistir ao arrebatamento do mal: “um sábio da antiguidade vos disse Conhece-te a ti mesmo”. O Mestre Jesus nos mostra o caminho a seguir, a verdade dos seus ensinamentos e a vida que devemos usufruir, na reconciliação com os nossos adversários, no perdão, na sublimidade do amor e do auto-amor, para que possamos iluminar o nosso porvir e espalhar as flores perfumadas colhidas no jardim das experiências terrestres. Diante desta oportunidade reencarnatória, façamos das nossas horas, momentos de aprendizado, de reconhecimento por tudo quanto conquistamos como talentos da alma, saibamos ser felizes, compartilhar da alegria, do auxílio ao nosso
as quais alternamos as possibilidades de nos enclausurarmos ou asas para progredirmos. Portanto, “consoante pensares, viverás”. A importância da vivência e estudo do Evangelho no Lar, para conservar a paz no ambiente doméstico, objetivando modificar o padrão vibratório dos nossos pensamentos e sentimentos, desanuviando as nossas mentes congestionadas das criações inferiores, que ocasionam enfermidades e desequilíbrios, bem como auxiliar nas defesas magnéticas, impregna o ambiente espiritual das energias positivas que desestimulam toda e qualquer ação contrária ao bem. Na questão 919 de O Livro dos Espíritos, o direcionamento quanto ao meio prático e eficaz de se melhorar
ita r í p s E l a Viva bem n r Jo O SEMEA informado DOR o n r e f n I o e u é sobre o mundo O C 11ª Festa Beneficen Espírita! te Dia 18 de outubro Assine o Jornal Espírita e a Revista O Semeador FE DE RA ÇÃ ÓR GÃ O DA
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Agende-s e para a maior Festa Es pírita do Brasil de Rua T
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próximo mais próximo, saibamos fazer valer o Mandato Corporal com o qual fomos presenteados pelo Pai Criador, para que o nosso Espírito luminar, instrumento desta massa orgânica da qual somos provisoriamente revestidos, possa cintilar em esferas elevadas. Ser feliz não é tão somente vivenciar apenas momentos de alegria, mas ter a coragem de enfrentar os momentos de tristeza, não nos culpando pelos fracassos, mas valorizando o aprendizado imposto pelas vicissitudes da nossa travessia. E assim meus queridos amigos, “quando a tristeza bater na sua porta, abra um belo sorriso e diga: Desculpas, mas hoje a Felicidade chegou primeiro”.
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10 tipos!!! “Vamos div ulgar o Es pir em home nagem a All itismo através do eve nto an Kardec, no próxim dia 18 de o outub Zulmira Ha ssesian - Pre ro.” sidente da FEESP
Agora, o Jornal Espírita está mais informativo; você saberá tudo sobre as palestras doutrinárias ministradas aos domingos na FEESP. São 8 palestras, com seus resumos, recheadas de comentários. A Revista O Semeador é elaborada com artigos de renomados articulistas espíritas, que muito contribuem para o entendimento da Doutrina Espírita.Seja um assinante! Informações:
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Palestras Outubro de 2015
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pecado original é um dogma da igreja católica que afirma que todo ser humano ao nascer traz em si a marca do pecado cometido por Adão e Eva no início da vida na Terra enquanto viviam no paraíso. Este dogma se baseia no capítulo três do livro “Gênesis”, contido no Antigo Testamento. Deus ao criar o homem e a mulher no paraíso presenteia-lhes com o usufruto de tudo que lá existe, exceção à árvore do bem e do mal, desta não poderiam usufruir, pois morreriam. A serpente, que era muito esperta, conversa com a mulher e a convence a comer dos frutos desta árvore, pois que não morreria, ao contrário, se tornaria como Deus e conheceria do bem e do mal. A mulher então resolve provar do fruto, e não é que gostou, e com sua imensa caridade convenceu o homem a comer também. Descobriram então que estavam nus, e coseram aventais com folhas de figueiras. Logo em seguida Deus resolve os chamar para conversar, e se escondem, Deus os chama novamente e eles respondem que estavam nus, por isso demoraram a atendê-Lo. Deus, então, percebe que os dois O haviam desobedecido e comido da árvore proibida e os questiona a respeito. O homem muito esperto afirma que foi a mulher que lhe ofereceu do fruto, a mulher por sua vez, na tentativa de se livrar diz que a serpente lhe enganou. Deus, então, descarrega toda sua raiva, amaldi-
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O pecado original Sérgio Luiz Moreira Valente çoa a serpente a rastejar, colocando inimizade entre ela e a mulher. À mulher, Deus se vinga multiplicando-lhe a dor do parto e a submetendo aos domínios do marido. Ao homem Deus condena ao trabalho, pois do suor do rosto comerás o pão. Outro ponto importante em que se baseia o dogma do pecado original é a epístola de Paulo aos romanos, nela Paulo defende a salvação pela graça divina. Paulo afirma que com o pecado de um único homem, onde a igreja vê Adão, todos os homens pecaram e morreram e com a ressurreição de Jesus todos os homens renasceram novamente e pela Sua graça são salvos. Os irmãos católicos entendem que o pecado de Adão marca toda a humanidade, ao nascer se traz por herança este pecado que deve ser lavado para se ter o direito de usufruir do Paraíso quando este se instalar na Terra novamente. A igreja ensina que o único meio de se limpar das impurezas do pecado original é através do batismo, pelo batismo se aceita a Jesus como salvador e se livra do pecado original. Por isso o batismo de crianças muito antes de ter podido pecar, caso morressem ainda na infância, o que era bem provável àquela época, iriam ao céu. Segundo igreja o dogma do pecado original foi passado pelos primeiros apóstolos desde a fundação do cristianismo. Não tendo uma data precisa, porém se tem notícias que desde o final do século I
se batizam crianças, deduzindo-se que desde então se crê no pecado original. A primeira vez que este dogma teve oposição foi no final do século IV por Pelágio, que fundou o movimento dos pelagianos. Pelágio afirmava que o esforço humano era suficiente para viver em virtude e que a graça divina era apenas a lei ou o exemplo de Jesus cujo papel era “simplesmente” o exemplo e o magistério. Esta tese foi combatida regiamente por Santo Agostinho, que previu o fim da igreja se esta tese sobrevivesse, e lutou para que os pelagianos fossem considerados hereges, e expulsos da comunidade religiosa, fato que conseguiu no ano de 417 com o édito do papa Inocêncio I. Desde então todos os papas têm desenvolvido teses que afirmam o pecado original, o batismo como único meio de libertação e Jesus como libertador. Por muito tempo esta tese da criação da Terra e da humanidade sobreviveu e se fortaleceu, pois a
igreja impunha as palavras das escrituras como verdade que não podia ser contestada, porém as escrituras eram acessíveis somente aos religiosos e em latim, uma língua que somente eles dominavam. Com a Reforma Protestante, as escrituras foram traduzidas para várias línguas e se tornaram públicas. Na Renascença, a humanidade conquistou o direito de pensar, pesquisar e questionar a tudo e a todos, não poupando nem a igreja nem a fé. Hoje sabemos que a humanidade não se origina de Adão e Eva, mas de um movimento evolutivo que culmina com seu surgimento, esta história é simplesmente a mitologia hebreia da criação da Terra e da humanidade. Como os Gregos, Hindus, Chineses, e todas as nações têm as suas para explicar a origem da humanidade. Nesta fábula vemos várias expressões que demonstram justamente o modo de crianças reagirem quando flagradas em desobediência. Deus simplesmente os proíbe de comer do fruto da árvore, e não é assim que fazemos com nossas crianças: não coloque o dedo na tomada, não tome água gelada. E quando flagradas não reagem elas do mesmo modo de Adão e Eva, colocando culpa no outro; não fui eu, foi meu irmão que comeu o chocolate, mesmo estando com a boca e as mãos sujas. Não fazem isso por serem maus ou por quererem nos provar algo, querem simplesmente expandir seus limites, descobrirem novos horizontes, elas desejam crescer!
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Um ponto importante é lembrar que a igreja se denomina representante do Cristo na Terra e baseia um de seus principais dogmas em conceitos apregoados por muitos pensadores, e até apóstolos do Cristo, mas em plena desconformidade com Seus ensinos e até mesmo com as escrituras que apregoam defender. Lemos em Ezequiel 18:20: “A alma que pecar, essa morrerá. O filho não levará a iniquidade do pai, nem o pai levará a maldade do filho. A justiça do justo ficará sobre ele, e a impiedade do ímpio cairá sobre si mesmo”. Assim a própria escritura, que a igreja tem como sagradas, são contrárias ao dogma do pecado original. Em todo Novo Testamento não se vê nenhuma referência de que Jesus tenha ensinado sobre o pecado original, nem que tenha dito uma única palavra a respeito de os filhos herdarem os pecados dos pais. E como o Espiritismo explica a história de Adão e Eva narrada no Antigo Testamento? Em “A Gênese”, escrita por Allan Kardec, no capítulo XI, Gênese Espiritual, item38 intitulado RAÇA ADÂMICA lemos: “De acordo com o ensino dos espíritos, foi uma dessas grandes imigrações, ou, se quiserem, uma dessas colônias de Espíritos, vinda de outra esfera, que deu origem à raça simbolizada na pessoa de Adão e, por essa razão mesma, chamada raça adâmica. Quando ela aqui chegou, a Terra já estava povoada desde tempos imemoriais, como a América, quando ali chegaram os europeus. ” Em “O Livro dos Espíritos”, base da codificação espírita, lemos na questão 1019: “... Neste banimento de Espíritos da Terra transformada, não percebeis a sublime alegoria do Paraíso perdido e, na vinda do homem para a Terra em semelhantes condições, trazen-
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do em si o gérmen de suas paixões e os vestígios da sua inferioridade primitiva, não descobris a não menos sublime alegoria do pecado original? Considerado deste ponto de vista, o pecado original se prende à natureza ainda imperfeita do homem que, assim, só é responsável por si mesmo, pelas suas próprias faltas e não pelas de seus pais...”. Emmanuel na obra “A Caminho da Luz”, psicografada por Francisco Candido Xavier, nos conta que a raça adâmica se origina quando um planeta, que faz parte da constelação de Capela, estava entrando em um ciclo novo de sua trajetória evolutiva, porém havia muitos Espíritos renitentes ao mal que estavam prejudicando esta mudança. A Terra também estava entrando em um novo ciclo de desenvolvimento e necessitava de Espíritos que tivessem um grau mais elevado de conhecimentos para impulsionar esta transição. Assim Jesus recebe esta sociedade, que apesar de estar prejudicando muito a sociedade em que viviam, tinham muitas características que auxiliariam a humanidade terrena. Assim a Doutrina Espírita ensina que Adão e Eva não representam a criação da humanidade, mas o início de uma nova era na trajetória evolutiva da humanidade, marcada por uma legião de Espíritos de outros globos que vieram impulsionar moral e tecnologicamente a humanidade, trazendo todas suas experiências e conhecimentos. Quanto a trazermos marcas ao nascer, a doutrina ensina que as trazemos de mãos cheias, só que
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não são oriundas dos erros de nossos pais. As marcas que trazemos são os vícios e virtudes que aprendemos em nossas vidas passadas. Segundo as palavras do papa Bento XVI, enquanto cardeal, um dos maiores problemas atuais da teologia e das pastorais é a incapacidade de compreender e apresentar “O pecado original”. Vemos nestas palavras a demonstração do processo evolutivo, hoje simplesmente não aceitamos nada que não
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seja compreendido e explicado dentro das nossas conquistas intelectuais, filosóficas e científicas. A teologia ainda baseia seus princípios em leituras literais da Bíblia, principalmente do Antigo Testamento, desprezando, muitas vezes, o Novo Testamento que é a orientação de amor e respeito ao próximo trazida por Jesus. Que dizer então das novas conquistas científicas que demonstram grande parte da história de desenvolvimento da humanidade e da própria Terra. A Doutrina Espírita proclama a atualização de seus postulados toda vez que a ciência demonstrar que estão errados. Portanto, é uma doutrina que contempla a inteligência como meio de se entender a Deus e seus desígnios.
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Medicina Psicossomática
o escrever e falar sobre Medicina Psicossomática, iniciaremos com alguns dados históricos. O assunto já é instigado às reflexões desde o provérbio latino “mens sana in corpore sano” famosa citação, na Sátira X do poeta romano Juvenal, presume-se entre 509 a.C. – 27 a.C.; a intenção do autor foi alertar os cidadãos romanos que faziam pedidos fúteis em suas orações, mostrando-lhes que o melhor era pedir por saúde física e espiritual. Com o tempo, a frase passou a ter uma gama de sentidos. O termo começou a ser utilizado nas primeiras décadas do século XX, 1939, passando por Johann Christian August Heinroth (1773 – 1843), por Freud (1856-1939), e muitos outros behavioristas, tanto na Europa como nas Américas. No Brasil, essa especialidade iniciou-se em 1947 com o Dr. José Fernandes Pontes, gastroenterologista , que, em sua Tese de Livre-Docência, divulgou relatos de muitas alterações gastrointestinais, com surgimento de sintomas e que estes não tinham como origem apenas os fatores microbianos ou parasitários, mas também eram causados por fatores emocionais. Para a época, isso foi de um pioneirismo e coragem ímpar. Era uma primeira afirmação de que o “homem deve ser examinado de forma holística” e de que toda e qualquer doença deveria ser encarada com fatores biopsicossociais. Ainda como fundador do setor de Gastroenterologia do Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo,
Valdete Zorate conseguiu instituir os tratamentos multidisciplinares com médicos, psicanalistas e psicólogos entre outros, e visando a saúde integral dos pacientes. Olhar o paciente e escutar sua história de vida, revela-se como fundamental para se considerar seus valores, seus aspectos emocionais e as manifestações inconscientes; as peculiaridades das formas de ser e de reagir, ante os dissabores da vida e as consequências dessas reações, foram incluídas no raciocínio clínico. Em 1965, no XVIII Congresso Brasileiro de Gastroenterologia no Rio de Janeiro Dr. Abram Eksterman, juntamente com o Dr. Danilo Perestrello e, aproveitando a presença dos paulistas Dr. José Fernandes Pontes, Dr. Helládio Francisco Capisano e Dr. Luiz Miller de Paiva, criaram a Associação Brasileira de Medicina Psicossomática, que trata das relações entre a psique e o corpo, da reciprocidade de ações de um fator emocional dando reações no sistemas orgânico. Para aprofundarmos o conceito de doenças psicossomáticas, devemos observar que o Espírito (energia) está ligado ao corpo (matéria) e, entre ambos, ainda encontramos corpos astrais (semi-materiais) nos quais cada uma de suas camadas forma os centros de forças. Entre eles, há o duplo
etéreo, que é um corpo fluídico não visível pelos olhos materiais, mas formado por matéria do plano físico, em estado de menor densidade ou condensação. Esse duplo etéreo protege o Espírito como um anteparo, para filtrar as impressões originárias da matéria. Nessas ligações entre Espírito e matéria é que reside nosso estudo. Quando nutrimos nosso corpo, absorvendo proteínas, sais minerais, vitaminas, damos condições para a matéria se desenvolver plenamente. Da mesma forma, devemos alimentar nosso Espírito e suas camadas energéticas, com pensamentos e sentimentos. No equilíbrio dessas duas correntes temos a pessoa com saúde mental e, consequentemente, material. A formação dos médicos, enfermeiros e agentes de saúde, passa hoje, não somente por treinamentos em diagnósticos clínicos, mas
também pelo preparo humanístico desses profissionais, ao enxergar seus pacientes de forma integral: corpo, psicologia, antropologia, filosofia correlacionando essas humanidades aos aspectos psicossociais, avaliando como esses pacientes reagem diante dos problemas pessoais. Muitas vezes um quadro de ansiedade está relacionado à procura de um novo significado de vida e pode ser abrandado com uma cuidadosa relação humanística médico-paciente. Assim como cuidamos de nossa alimentação física, procurando evitar a ingestão de alimentos industrializados, repletos de aromatizantes, corantes, antiumectantes, gordura trans, que interferem no bom funcionamento dos sistemas, deveríamos também cuidar dos “alimentos” de nossa alma. Quando cultivamos sentimentos de angústia, ansiedade, mágoas, ressentimentos, sexualidade exacerbada, impaciência, intolerância, etc... essas emoções diminuem os níveis vibracionais das células do duplo etéreo que, por sua vez, refletem em alterações das funções imunológicas, cardíacas e circulatórias de forma negativa, gerando doenças e disfunções. Então, como diferenciar uma sequela cármica de algo provocado por nossos sentimentos? As doenças cármicas se instalam em decorrência das ne-
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cessidades de depuração. Por exemplo, quando há um problema pulmonar e, nesta encarnação, a pessoa não fumou, não se expôs a substâncias de risco. Em contrapartida, quando há uma persistência de pensamentos negativos, sem equilíbrios físicos, mentais e espirituais, as pessoas do entorno desse “paciente” começam a conjecturar e passam a sugerir reflexões e reformulações comportamentais, proporcionadoras do reequilíbrio. Sugerimos, aqui, algumas reflexões: - Não consegue dormir tranquilamente, acorda no meio da noite? - Quais são seus pensamentos antes de dormir? São de mágoas com
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De todas as espécies animais, a saúde da espécie humana é a mais delicada, pois facilmente se deixa influenciar pelos convites das mídias em comer sem ter fome, beber substâncias excessivamente adocicadas em vez de água, incorporar necessidades de bens de consumo como meta para alcançar a felicidade. Já os animais só comem quando estão com fome, só bebem água para acabar com a sede, quando estão com sono, vão dormir. Apenas os animais mais domesticados assimilam alguns comportamentos humanos, por conta da convivência com a espécie humana. os desafetos do dia? Mude. - Seu colesterol está altíssimo, apesar de rigorosa dieta de frituras e carnes? - Como está o seu emocional? Raivoso? Com sentimentos de vin-
gança? Liberando muita adrenalina e cortisol? - Sabia que esse comportamento altera exatamente esse equilíbrio entre o colesterol bom e o ruim? Mude. Observe a natureza.
E , por último, devemos viver em Paz. Encontremos a Paz em cada ação que executamos em nossas atividades diárias: - Tem filhos? Corrija-os com serenidade, evite gritos, palavrões e castigos corporais. Ensina-os mais com exemplos do que com agressividade. -Trabalha com público, atendendo pessoas? Não condicione sua educação à educação de quem virá solicitar os seus serviços. Nas discussões do dia a dia, não exija a educação do outro. Demonstre a sua. Se aprendermos que, no trânsito, a agressividade e a violência devem ser respondidas com atitudes de paz, manteremos nosso equilíbrio mental e, consequentemente, nossa saúde física ficará preservada, apesar do caos em nossa sociedade. Equilíbrio emocional depende apenas de nossas atitudes, de nossos pensamentos. O passado já passou. Viva o presente sem as mágoas do passado. Viva em paz e perdoe a todos, que o amor trará a cura para todos os males, físicos, emocionais e espirituais.
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Dogma da Santíssima Trindade Amilton Aparecido Rodrigues
Para que possamos falar e entender o que significa este DOGMA DA SANTÍSSIMA TRINDADE, passaremos a verificar exatamente todos os componentes desta tríade, como surgiu e quais as razões. Primeiramente, vamos esclarecer que dogma é um termo de origem grega que significa “o que se pensa é verdade”. Na antiguidade, o termo estava ligado ao que parecia ser uma crença ou convicção, um pensamento firme ou doutrina. Posteriormente, passou a ter um fundamento religioso em que caracteriza cada um dos pontos fundamentais e indiscutíveis de uma crença religiosa. Pontos inquestionáveis, uma verdade absoluta que deve ser ensinada com autoridade. Quem os rejeitar poderá incorrer em crime. Na Igreja Católica, o crime de heresia foi e continua sendo punido, sendo que as pessoas acusadas desse crime eram excomungadas e passavam por processos dolorosos conduzidos pela “Santa Inquisição”, especialmente no período de nossa História denominado de Idade Média. Os dogmas proclamados pela Igreja Católica devem ser aceitos como verdades reveladas por Deus através da Bíblia. São irrevogáveis e nenhum membro da Igreja, nem mesmo o Papa, tem autoridade para os alterar. São exemplos de dogmas a Existência de Deus e da Santíssima Trindade, Jesus Cristo é Filho Natural de Deus, a Virgindade e Assunção de Maria, entre outros. Trindade é um termo usado em relação a Deus para exprimir a crença de que, em um único Deus, há três Pessoas divinas: Pai, Filho
e Espírito Santo. Essa crença foi definida pela primeira vez no primeiro Concílio de Nicéia, em 325 d.C., quando também foi declarado que o Filho é da mesma substância que o Pai. Deixemos bem claro que a nossa intenção não é, e nunca será, a de contestar dogmas de outras religiões, mas sim para analisá-los à luz da Doutrina dos Espíritos cujas respostas a perguntas antigas, retira o véu de assuntos tidos como intocáveis ou imutáveis. Allan Kardec, cientista estudioso que foi, deixou-nos através do livro “Obras Póstumas”, todas as explicações com suas fundamentações embasadas em estudos profundos, e esclarece-nos de forma insofismável, como sempre acontece com seus estudos, as definições pertinentes ao assunto: “A prova da existência de Deus está no axioma: Não há efeito sem causa. Vemos incessantemente uma multidão inumerável de efeitos, cuja causa não está na Humanidade, uma vez que a Humanidade está impossibilitada de reproduzi-los, e mesmo de explicá-los. A causa está, pois, acima da Humanidade.
É a essa causa que se chama Deus, Jeová, Alá, Brama, Fo-hi, Grande Espírito, etc., segundo as línguas, os tempos e os lugares.” “Deus é eterno, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom.” A sabedoria providencial das Leis Divinas se revela nas menores coisas, como nas maiores, e essa sabedoria não permite duvidar nem da sua justiça, nem da sua bondade. Supondo-se imperfeito um só dos atributos de Deus, se se diminui a menor parcela da eternidade, da imutabilidade, da imaterialidade, da unidade, da onipotência da justiça e da bondade de Deus, pode-se supor um outro ser possuindo o que lhe faltaria, e esse ser, mais perfeito do que ele, seria Deus.”
A respeito de Jesus, em outro capítulo da obra citada, o codificador da Doutrina Espírita, com todo o cuidado que lhe é peculiar, nos traz esclarecimentos insofismáveis: A questão da natureza de Jesus sempre foi debatida desde os primeiros séculos do Cristianismo, por todos chefes de diversas igrejas e seitas, não terminada esta discussão ainda. Jesus, como se sabe, nada escreveu e as notícias que temos são através de seus apóstolos, nos Evangelhos e por Paulo em suas Cartas, e todos bem posteriores à sua partida. Ressalte-se que foram escritos em grego antigo, em pergaminhos, e copiados pelos escribas, e com o passar do tempo, de uma cópia para outra, podem ter ocorrido distorções ou equívocos de determinadas palavras, e a Igreja, através de seus estudiosos, de posse desses manuscritos, quando das traduções e cópias deveriam seguir exatamente o quanto determinado pelas orientações das autoridades superiores da Igreja de acordo com o entendimento à ocasião, sob pena de imposição de castigos, punições e excomunhões sobre a discordância do quanto decretado. Para verificarmos a questão da divindade de Jesus, nada melhor tomarmos os Evangelhos. A divindade do Cristo não está fundada em milagres, no fantasioso, nos fenômenos, no inexplicável, etc. conforme demonstrado por Allan Kardec, em Obras Póstumas: “O caráter essencial do milagre, no sentido teológico, é ser uma exceção nas leis da Natureza, e, por conseguinte, inexplicável por
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essas mesmas leis. Desde o instante que um fato pode se explicar, e que se ligue a uma causa conhecida, cessa de ser milagre. Assim é que as descobertas da ciência fizeram entrar no domínio do natural, certos efeitos qualificados de prodígios enquanto a causa ficou ignorada. Mais tarde, o conhecimento do princípio espiritual, da ação dos fluidos sobre a economia, do mundo invisível no meio do qual vivemos, das faculdades da alma, da existência e das propriedades do períspirito, deu a chave dos fenômenos de ordem psíquica, e provou que não são, não mais do que os outros, derrogações às leis da Natureza, mas que, ao contrário, delas são aplicações frequentes. A possibilidade da maioria dos fatos que o Evangelho cita como tendo sido realizados por Jesus, está hoje completamente demonstrada pelo Magnetismo e pelo Espiritismo, enquanto fenômenos naturais. Uma vez que se produzem sob os nossos olhos, seja espontaneamente, seja por provocação, não há nada de anormal em que Jesus possuísse faculdades idênticas às de nossos magnetizadores, curadores, sonâmbulos, videntes, médiuns, etc. Se Jesus qualificava, ele mesmo, os seus atos de milagres, é que nisso, como em muitas outras coisas, devia apropriar a sua linguagem aos conhecimentos de seus contemporâneos; como estes poderiam aprender uma nuança de palavra que não é ainda compreendida por todo o mundo?” O dogma da divindade de Jesus está fundado sobre a igualdade absoluta entre a sua pessoa e Deus, uma vez que é o próprio Deus: é um artigo de fé; ora, estas palavras, tão frequentemente repetidas por Jesus: Aquele que me enviou, tes-
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temunham não somente quanto a dualidade das pessoas, mas, ainda, como dissemos, excluem a igualdade absoluta entre elas; porque aquele que é enviado, necessariamente, está subordinado àquele que envia; obedecendo, faz ato de submissão. A dualidade de pessoas, assim como o estado secundário e subordinado de Jesus, com relação a Deus, ressalta, sem equívoco, nas passagens seguintes: “Por mim eu digo o que vi na casa de meu Pai, fazeis vós o que vistes na casa de vosso pai.” (João, cap. VIII, v. 38.) “Ao mesmo tempo apareceu uma nuvem que os cobriu, e saiu dessa nuvem uma voz que fez ouvir estas palavras: Este é meu filho bem-amado; escutai-o.” (Transfiguração. Marcos, cap. IX, v. 6.) Jesus confirma essa interpretação e reconhece sua inferioridade em relação a Deus, em termos que não deixam equívoco possível: “Ouvistes o que vos disse:” Eu me vou, e volto a vós. Se me amais, vos alegrareis de que vou para meu Pai, porque meu Pai É MAIOR DO QUE EU.” (João, cap. XIV, v. 28). “Então um jovem se aproxima e lhe diz: Bom mestre, que bem é necessário que eu faça para adquirir a vida eterna? – Jesus lhe respondeu: “Por que me chamais bom? Não há senão Deus que seja bom. Se quereis entrar na vida, guardai os mandamentos.» (Mateus, cap. XIX, v. 16, 17. – Marcos, cap.
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X, v. 17, 18, – Lucas, cap. XVIII, v. 18, 19.) “Não somente Jesus não se deu, em nenhuma circunstância, por ser o igual de Deus, mas aqui ele afirma positivamente o contrário, considera-se como inferior em bondade; ora, declarar que Deus está acima dele pelo poder e suas qualidades morais, é dizer que ele mesmo não é Deus.” “Desde então, que ele não disse nada de si mesmo; que a doutrina que ensinou não é a sua, mas que a tem de Deus, que lhe ordenou
vir fazê-la conhecer; que não faz senão o que Deus lhe deu o poder de fazer; que a verdade que ensina, ele aprendeu de Deus, à vontade de quem está submetido; é que não é o próprio Deus, mas seu enviado, seu messias e seu subordinado.” Num outro capítulo, dirigindo-se aos seus discípulos, lhes disse: “Naquele dia, conhecereis que estou em meu Pai e vós em mim, e eu em vós.” (João, cap. XIV, v. 20.) Dessas palavras, não é preciso concluir que Deus e Jesus não fazem senão um, de outro modo
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seria preciso concluir também, das mesmas palavras, que os apóstolos não fazem, igualmente, senão um com Deus. Mesmo depois de sua morte, Jesus continua afirmando ser independente e subordinado a Deus: “Jesus lhes respondeu: Não me toqueis, porque ainda não subi para o meu Pai; mas ide procurar os meus irmãos e lhes dizei, de minha parte: Eu subi para o meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus.” (Aparição a Maria Madalena. João, cap. XX, v. 17.) “ Tu d o a c u sa, pois, nas palavras de Jesus, seja quando vivo, seja depois de sua morte, uma dualidade de pessoas perfeitamente distintas, assim como o profundo sentimento de sua inferioridade e de sua subordinação com relação ao Ser supremo. Por sua insistência ao afirmar espontaneamente, sem ser a isso constrangido, nem provocado, por quem quer que seja, parece querer protestar de antemão contra o papel que ele previa que se lhe seria atribuído um dia. Se tivesse guardado silêncio sobre o caráter de sua personalidade, o campo estaria aberto para todas as superstições como a todos os sistemas; mas a precisão de sua linguagem afasta toda incerteza” “Que autoridade maior se pode encontrar do que as próprias palavras de Jesus? Quando diz, categoricamente: sou ou não sou tal coisa, quem ousaria se arrogar o direito de dar-lhe um desmentido,
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fosse isso para colocá-lo mais alto do que ele mesmo não se coloca? Quem é que, razoavelmente, pode pretender estar mais esclarecido do que ele sobre a sua própria natureza” Incontestável e com clareza cristalina, verificamos que Jesus é o nosso irmão maior, enviado por Deus, nosso Pai. Com relação ao Espírito Santo, a Doutrina Espírita apresenta uma conotação bastante diferente da apresentada por outras religiões. Para compreender a interpretação Espírita, é necessária uma análise dos textos evangélicos originais (Novo Testamento), os quais foram escritos em um tipo de grego denominado Koiné, ou seja, popular, diferentemente do grego clássico. Esta língua não possuía artigos
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indefinidos (UM, UMA, UNS, UMAS). Logo, quando a palavra era determinada, sempre se usava artigos definidos (O, A, OS, AS), e sendo indeterminada, pressupunha-se sempre o uso dos artigos indefinidos. Segundo o espírita Carlos Torres Pastorino, estudioso do Novo Testamento que traduziu o texto evangélico do original grego, não há a expressão “O Espírito Santo”, mas em todas as ocasiões lê-se “UM Espírito Santo”. Nas ocasiões em que homens ou outras pessoas “recebessem” ou “ficassem cheios” de um Espírito Santo, o Espiritismo interpreta como a “incorporação” mediúnica de um Espírito mensageiro cuja elevação moral e boas intenções emprestariam a ele o título de Santo. (A Sabedoria do Evangelho, vol. 1
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– 1964, de Carlos Torres Pastorino). O Espírito Emmanuel, na obra “O Consolador”, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, se refere à questão da Trindade na pergunta 264, da seguinte forma: “Textos primitivos da organização cristã não falam da concepção da Igreja Romana, quanto à chamada ‘Santíssima Trindade’. Devemos esclarecer, ainda, que o ponto de vista católico provém de sutilezas teológicas sem base séria nos ensinamentos de Jesus. Por largos anos, antes da Boa Nova, o bramanismo guardava a concepção de Deus dividido em três princípios essenciais, que os seus sacerdotes denominavam Brama, Vishnu e Shiva. (...) as forças que vinham disputar o domínio do Estado, em face da invasão dos povos considerados bárbaros, se apressaram, no poder, em transformar os ensinos de Jesus em instrumento da política administrativa, adulterando os princípios evangélicos nos seus textos primitivos e assimilando velhas doutrinas como as da Índia legendaria e organizando novidades teológicas, com as quais o Catolicismo se reduziu a uma força respeitável, mas puramente humana, distante do Reino de Jesus, que, na afirmação do Mestre, simples e profunda, não tem ainda fundamentos divinas na face da Terra.” Atualmente, algumas igrejas admitem o transe mediúnico (embora não o denominem dessa forma) caracterizado por apenas dois tipos de manifestações: se forem de natureza grosseira e agressiva, são atribuídas ao demônio; se forem voltadas para o bem, são atribuídas ao Espírito Santo. Não seria muito mais simples trocar de lugar a palavra ‘santo’? Ao invés de “Espírito Santo”, teríamos um Santo Espírito, isto é, um Espírito santificado no bem, na verdade e
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no amor! E que, pela misericórdia divina, todos nós podemos receber a assistência desses Espíritos santificados, que nos assistem com frequência ao longo de nossa existência! Novamente no livro “O Consolador”, na questão 312, Emmanuel nos esclarece sobre a correta interpretação que se deve dar à expressão “Espírito Santo”: “Legião dos Espíritos redimidos e santificados que cooperam com o Divino Mestre, desde os primeiros dias da organização terrestre, sob a misericórdia de Deus.” Esses Espíritos não alcançaram esse estado por privilégios ou por terem sido assim criados. Eles chegaram a tal elevação espiritual por esforço próprio, ao longo dos milênios, tenha sido aqui na Terra ou além dela. São nossos irmãos mais velhos, criados muito antes de nós, já tendo passado pela fieira das provas e expiações, testemunhos e experiências nobres, cuja felicidade consiste em amparar os que ainda caminham na retaguarda da evolução espiritual. Trabalham pela Humanidade por amor a Jesus nada almejando que não seja servi-lo. Raramente reencarnam na Terra a não ser para desempenharem valiosa missão em auxílio ao progresso moral e espiritual do ser humano. Desta forma, através de todos os esclarecimentos do nobre Codificador, Allan Kardec, devidamente fundamentados, não restam dúvidas: - O dogma da “Santíssima Trindade” foi criado pelo homem, em um momento histórico, e podemos concluir que Deus é o Pai Nosso, Jesus nosso irmão maior e que o Espírito Santo, representa a comunidade de Espíritos elevados, que pode incluir qualquer Espírito com uma posição evolutiva superior.
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Casamento e divórcio
O
CASAMENTO é um avanço na marcha da humanidade. A união conjugal faz com que o casal adquira compromissos afetivos, morais, espirituais e materiais recíprocos e intransferíveis. Por ter a inteligência e, com ela o livre arbítrio de suas decisões, o homem, diferente dos animais que agem por instinto, tem com seu cônjuge relações românticas e por isso, procura ter prazeres e sensações diversas na relação afetiva que tenha durante sua existência, além, obviamente, da necessidade de perpetuação da espécie. Busca a constante felicidade e nessa procura depara ou cria situações que o levam a ter o que almeja, porém, também, esse prazer temporário pode trazer sérias cobranças futuras e compromissos dos mais diversos matizes que podem lhe causar muita dor e sofrimento. No Livro dos Espíritos, nas questões 695, 696 e 701, Kardec nos esclarece que “A abolição do casamento seria retroceder à época da infância dos homens, colocando-o abaixo de certos animais que lhe dão o exemplo de uniões constantes.” O casamento ou a união permanente de dois seres, como é óbvio, implica o regime de vivência pelo qual duas criaturas se confiam uma à outra, no campo da assistência mútua. Segundo EMMANUEL, habitualmente somos nós mesmos quem planificamos a formação da família, antes do renascer neste mundo. Mas não fazemos isso sozinhos, nós sempre contamos com a assistência, amparo e supervisão de amigos desencarnados, ou seja,
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Carlos Cesar dos Anjos de nossos instrutores espirituais. Sem dúvida nenhuma, os que chamamos para viver e compartilhar a existência conosco são antigos companheiros de aventuras infelizes, que nos possam ter prejudicado ou com quem nos tenhamos dívidas, programando-lhes a volta ao nosso convívio, e prometendo-lhes socorro e oportunidade, auxiliando para que reedifiquem a esperança de elevação e resgate, burilamento e melhoria, que serve também para que nós possamos nos reerguer e quitar eventuais débitos. “De todos os institutos sociais existentes na Terra, a família é o mais importante, do ponto de vista dos alicerces morais que regem a vida “(Emmanuel, Vida e Sexo, cap. 17). Há, pois, duas espécies de famílias: as famílias pelos laços espirituais e as famílias pelos laços corporais. “As primeiras se fortalecem pela purificação, aproveitando sua vivência neste planeta e se mantendo no mundo dos Espíritos porque nelas vigora o amor, e através das várias migrações da alma, esses laços vão se perpetuando e se fortalecendo. As segundas, são frágeis como a matéria pois nascem da própria fragilidade da vida terrena, se extinguem com o tempo e, muitas vezes, se dissolvem moralmente, já na existência atual” (item 08, Cap. XIV, O ESE). Com base nas vidas passadas de todas aquelas individualidades que a compõem, a família terrestre é formada, em sua maioria, por Espíritos diversos que nela se reencontram e que normalmente são afetos ou desafetos, amigos ou inimigos, e que ali se reúnem
para os devidos ajustes e reajustes indispensáveis em decorrência das leis relacionadas às necessidades de evolução de cada um. Na família, ou seja, no instituto doméstico formado pelo lar, há uma organização de origem divina onde nós encontramos as ferramentas e os instrumentos necessários ao nosso próprio aprimoramento e para a edificação de um mundo melhor. “É na família onde encontramos reunidos todos aqueles que se comprometeram, quando ainda nos encontrávamos na espiritualidade, a desenvolver neste planeta, quando
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encarnados, uma tarefa construtiva de fraternidade real e definitiva” (Emmanuel, O Consolador, pergunta 175). Frequentemente, e isso na maioria das vezes, o Espírito renasce no mesmo meio em que já viveu, estabelecendo novamente relações com as mesmas pessoas, a fim de reparar o mal que lhes haja feito. Se reconhecesse nelas as mesmas pessoas que odiou, esse sentimento lhe despertaria outra vez os acontecimentos negativos anteriores. De todo modo, ele se sentiria humilhado em presença daqueles a quem houvesse ofendido. (item 11, cap. V, O ESE). Na comunhão de dois seres para a organização da família, prevalece o compromisso de assistência não só de um para com o outro, mas também para com os filhos que procedem do laço afetivo. “O lar é escola viva da alma, e o Espírito quando retorna ao plano físico, vê nos pais as primeiras imagens de Deus e da vida”. (Emmanuel, O Consolador, pergunta 179). A união afetiva reflete as Leis Divinas que permitem que seja dado um coração para outro coração ou vice-versa, na criação e desenvolvimento de valores para a vida. Sabemos, ainda, através dos Espíritos, que a poligamia é uma lei humana cuja a extinção marca um progresso social, pois na poligamia não há afeição real, há apenas sensualidade. O casamento deve se fundar na afeição dos seres que se unem, visando a necessidade de progredir e os laços de família fazem com que haja mais afeto e proximidade entre os entes que convivem no mesmo lar. Os laços de família constituem uma lei da Natureza, pois assim os homens aprendem a amar-se como irmãos. “Não havendo laços de família, há o fortalecimento do egoísmo” (LE, questões 774 e 775).
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“Na união dos sexos, de par com a lei material e divina, comum a todos os seres viventes, há outra lei divina, imutável como todas as leis de Deus, exclusivamente moral, que é a Lei do amor. “Deus quer que os seres se unam, não só pelos laços carnais, como pelos da alma, a fim de que a afeição mútua dos esposos se transmitisse aos filhos, e que fossem dois, em vez de um, a amá-los, cuidar deles e auxiliá-los no progresso” (O ESE, cap. 22:3). Quando encarnamos é no seio de nossa família que temos os primeiros ensinamentos que vão nos ajudar a adquirir a base necessária para enfrentarmos as tribulações da vida. Enquanto estamos convivendo sobre o mesmo teto com os demais componentes dela, que são seres muitas das vezes bastante diversos de nós, vamos dando continuidade a conclusão das necessidades temporais de nossa encarnação e caminhamos para a formação de nossa personalidade e de nossa própria família. Em nosso mundo, na fase evolutiva atual em que se encontra, existem, na esfera carnal, raríssimas uniões ou matrimônios de almas irmãs ou afins, pois a grande e esmagadora porcentagem de ligações são de resgate. “O maior número de casais humanos é constituído de verdadeiros forçados, sob algemas” (“Nosso Lar”, cap. 20, pág. 113). Diz-nos ANDRÉ LUIZ que quatro são os tipos de casamento na Terra: há uniões marcadas pelo amor; há casamentos em que a fraternidade é o sentimento dominante; existem uniões de provação; e, por fim, os
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casamentos criados pelo dever. “O matrimônio espiritual realiza-se alma com alma.” Os demais representam simples conciliações para a solução de processos retificadores (Nosso Lar, psicografado por Francisco Cândido Xavier, cap. 38, pág. 212). O casamento em nosso planeta é meio de fortalecer laços de pura afinidade espiritual e, ainda, o reencontro que necessitamos para nos reajustarmos com as leis divinas. Nossa casa, nosso lar, é o lugar que escolhemos para vivenciarmos o amor sublime, com compreensão e união, mas é, também, meio
de experimentarmos provações e sofrimentos, caminhando assim para a nossa necessária evolução. Concluímos, então, que em nosso planeta, que é um mundo de expiações e provas, a maioria das uniões são resultado de compromissos diversos em decorrência da lei de causa e efeito. Muitos de nossos compromissos são delineados e definidos no plano espiritual, mas nós temos o livre arbítrio e ,tendo em vista nossas escolhas, podemos avançar e evoluir mais rápido, desistir de alguma provação ou estacionarmos indefinidamente. Assim, por meio da reencarnação nos aproximamos de amigos e adversários,
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no mesmo lar, para fortalecermos a amizade e extinguirmos o ódio. Quando o casamento é resultado de uma união espiritual, tudo é realmente relevado e o amor floresce e se sobrepõe sobre os problemas e dificuldades iniciais. As uniões movidas por interesses materiais dificilmente vingam, e acabam mais rápido do que começam. Os demais dependem de nossa insistência, devotamento e amor em cumprir com os compromissos assumidos. Precisamos compreender que o casamento é força divina, da maravilhosa força do amor, capaz de levar as almas à correção de todos os seus deslizes e faltas e que o lar é uma escola que educa e que tudo depende dos que dela fazem parte. Quando as duas almas que se uniram pelo casamento têm o mesmo ideal do amor, elas formam e constituem uma bênção dos céus, que eleva os dois mais alto. Para que possamos bem cumprir nossos deveres, é necessário que tenhamos a mais profunda fé em Deus, pois é “na prece e na vigilância que encontramos as mais fortes e melhores defesas” (Emmanuel, O Consolador, pergunta 188). As recomendações do Evangelho de Jesus são imorredouras e expressam a vontade de Deus em consonância com suas leis, eternas e imutáveis, por isso o casal que é bem sucedido é aquele que vive o espírito da tolerância, renuncia, compreensão, em favor dos compromissos assumidos diante das leis de Deus. É importante o culto do Evangelho no lar, pois ele nos assegura sucesso em nossa empreitada, que é a busca da paz, resultado do dever cumprido. Devemos fazer com que
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Jesus esteja presente em nossa vida em qualquer lugar e especialmente dentro de nossa casa. Em qualquer lar, onde haja ao menos uma pessoa que creia sinceramente em Jesus e se lhe adapte aos ensinamentos redentores, pavimentando o caminho pelos padrões do mestre, “ai permanecerá a suprema claridade para a elevação” ( Emmanuel). Devemos aprender a exercer a piedade em nossa família. Procurar converter o santuário familiar em dispensário de socorro aos menos felizes, pela aplicação daquilo que seja menos necessário à mantença doméstica, e com a prática do amor e da caridade e perdão. A seara do Cristo não tem fronteira. “ (Emmanuel). “Enquanto temos oportunidade, vamos fazer o bem a todos, principalmente aos da família da fé.” (Paulo, Gálatas, 6:10). Não importa se aqueles que nos rodeiam sejam descrentes, irônicos ásperos ou ingratos, devemos persistir em servir a Jesus, aperfeiçoando-nos e iluminando a nós mesmos. O apóstolo Paulo nos recomenda que tenhamos infinitamente um carinho especial para com a família. Ele quis dizer que devemos manter em vista a obrigação inarredável e persistente de assistência imediata aos que convivem conosco sob o mesmo teto. Se não cultivamos as virtudes que Jesus nos ensina, sendo úteis e compreensivos, afáveis e devotados, como poderemos testemunhar a vivência e prática das lições de Jesus, diante da humanidade? Façamos o bem a todos, mas principalmente provemos a nós mesmos, se estamos aprendendo e se já somos bons , fazendo o bem diante daqueles que diariamente nos acompanham a vida, policiando o nosso comportamento entre o bem e o mal, mantendo em fim
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o orar e vigiar ensinado por Jesus. As leis do universo esperar-nos-ão pelos milênios afora e elas, que são eternas e imutáveis, determinam que amemos os outros qual nos amamos, não devemos fazer aos outros aquilo que não queremos que nos seja feito. Quando um dos parceiros foge ao compromisso assumido, sem razão justa, lesa o outro em seu equilíbrio emotivo, seja qual for o campo de circunstâncias em que esse compromisso venha a ser efetuado. Atitude! Vamos à luta, vamos vivenciar o amor para que ele se reflita em nossa família e se traduza em paz, felicidade, alegria e bênçãos para nossos lares, para aqueles que amamos e para nós mesmos, pois a felicidade do outro é a nossa felicidade. O DIVÓRCIO põe termo aos deveres conjugais, bem como ao regime de bens. ALLAN KARDEC indagou aos Espíritos sobre o divórcio, ou seja, se está na lei da Natureza a indissolubilidade absoluta do casamento. A resposta: “É uma lei humana muito contrária à da Natureza. Mas os homens podem modificar suas leis; só as da Natureza são imutáveis” (O Livro dos Espíritos, 697).
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JESUS, tratando do assunto, asseverou: “Eu vos declaro que todo aquele que repudiar sua mulher, se não é por causa de adultério, e casar com outra, comete adultério, e o que se casar com a que outro repudiou, comete adultério.” (Evangelho de Mateus, cap. 19:3). Kardec, então, escreveu: “Dia virá em que se perguntará se é mais humano, mais caridoso, mais moralizador reter entre si os seres que não podem viver juntos, do que lhes conceder a liberdade, e se a perspectiva de uma cadeia indissolúvel não aumentará os número das uniões irregulares” (O Evangelho segundo o Espiritismo, Cap. 22:4). “Jesus, quando interpretamos o que está transcrito no Evangelho, não sancionou a indissolubilidade absoluta do casamento.” (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. 22:5). A grosso modo o Divórcio não deve ser facilitado, pois o casamento é um instituto que acolhe vidas, que muitas vezes precisam de perdão e piedade, em decorrência de situações das mais diversas, causada por débitos de vidas anteriores, por isso a necessidade de haver, em primeiro lugar, o amor , a caridade e o perdão. Ocorre, porém, que o cônjuge venha praticar a crueldade, o menosprezo, o desrespeito,
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a violência ou a deslealdade, e o cônjuge que sofre sobre esse peso não consegue encontrar forças para enfrentar essas situações, sofrendo indebitamente, o que pode causar-lhe medidas extremas e complicações físicas e mentais irreparáveis, nesse caso deve se valer do divórcio como medida saneadora extrema. Nesses lances da experiência, surge a separação à maneira de benção necessária e o cônjuge prejudicado encontra no tribunal da própria consciência o apoio moral da auto aprovação para renovar o caminho que lhe diga respeito, acolhendo ou não nova companhia para a jornada humana. O divórcio só deve ser realizado em último caso, quando não existe nenhum clima de convivência entre os cônjuges. Separar-se por causa de filhos, ou de problemas familiares, eis um erro lamentável, que muito sofrimento imporá aos desertores. Em todo caso, os filhos devem ter um carinho especial de ambos os cônjuges, pois separa-se do marido ou da mulher, mas não se separa dos filhos, os quais devem ter nossa preocupação, apoio, respeito e , principalmente, amor, independente de qualquer ou coisa, inclusive da situação que aflige os pais. Segundo André Luiz, o divórcio “é compromisso adiado, saldo a pagar na contabilidade de nossas vidas.” Aquele que der causa, seguramente sofrerá as consequências de sua falta ou decisão. “A Doutrina Espírita vê como um “mal necessário” a solução pelo divórcio. Chegará o dia em que o homem melhor escolherá o seu companheiro, com maturidade e amor e, como consequência, suportará mais as vicissitudes que advenham dessa escolha, liberando-se daquilo que lhe constitui uma carga aflitiva, porque ele tem os olhos postos na vida espiritual, que é a verdadeira.”
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Valorizando o Educador Espírita Vivências e experiências
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correu no último sábado de julho (25), nas instalações da Casa Transitória Fabiano de Cristo, no Belenzinho, mais um Encontro de Educadores realizado pela Área de Infância, Juventude e Mocidade, com o objetivo de reunir todos os interessados e aqueles que já se dedicam à Educação Espírita para crianças e jovens na faixa dos 3 aos 15 anos de idade, em torno de uma reflexão sobre as práticas pedagógicas mais adequadas e motivadoras para o aprendizado e a compreensão dos postulados codificados por Allan Kardec.
Grupo participante. Ao centro a diretora da AIJM Vera Lúcia Leite O evento, que foi coordenado pela equipe do CEPE (Curso Espírita de Preparação de Educadores), conjuntamente com Diretora da AIJM, Vera Lúcia Leite, contou também com a Equipe de Educadores da Infância e Juventude da FEESP e da Sub Sede Casa Transitória, obteve resultados bastante positivos e a participação de mais de 100 inscritos, incluindo educadores espíritas tanto da FEESP, quanto das Casas Espíritas interessadas e coligadas. Com o tema “Valorizando o Educador Espírita – Vivências e Experiências”, o encontro proporcionou reciclagem e inovações pedagógicas para a sala de aula,
através de palestras, oficinas práticas e trocas de experiências. O tema foi escolhido, devido à necessidade de valorizarmos sempre, o esforço de todos aqueles que se dedicam com responsabilidade a trabalhar pela Educação Espírita, que requer colaboradores motivados e comprometidos com o fato de que nesta tarefa estamos educando “Espíritos” com trajetórias diferentes e programações reencarnatórias a serem cumpridas, fatos que requerem dos educadores, além de sólido conhecimento da Doutrina Espírita, práticas pedagógicas atualizadas que despertem o interesse e a atenção da geração de educandos que temos atualmente, em nossas salas
de aula. A equipe do CEPE ficou surpresa com a participação efetiva dos colaboradores e com a interatividade, interesse e simpatia com que a plateia correspondeu aos temas, o que trouxe a certeza de que a equipe conseguiu atingir o êxito esperado. A preparação de um Encontro como esse, requer uma longa reflexão e pesquisa constante, que apontem caminhos para atender as necessidades dos educadores que se encontram à frente de crianças e jovens da nova e desafiadora geração, já que são Espíritos que chegam à Terra no momento de Transição Planetária,
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Participantes trazendo questionamentos e interesses muito diferentes do que as salas de aula apresentavam a uma década atrás, por exemplo. Razão pela qual, ressaltamos a importância de os educadores compreenderem e se apropriarem dos temas que foram apresentados durante as oito horas de duração do Encontro: Pedagogia Espírita – Preciso disso?; Comprometimento - Jogo nesse time?; Jogos Cooperativos; Pureza Doutrinária; Limites & Combinados; Ideias práticas para sala de aula. Todos os temas foram apresentados, lembrando aos educadores, a necessidade de lidarem bem com a tecnologia, como um dos interesses mais comuns dos educandos e, com a preparação de aulas dinâmicas e lúdicas, que priorizem o raciocínio e o fazer na prática, já que o dinamismo dos educandos não permite aulas expositivas monótonas e repetitivas. Para finalizar o Encontro, tivemos a Oficina das Sensações, apresentada primorosamente pela diretora da AIJM, Vera Lúcia Leite, que conduziu a reflexão, proporcionando um momento único que
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Trabalhadoras da Área
fortaleceu em todos os participantes a certeza da presença da equipe espiritual responsável pela educação dos Espíritos reencarnados, apoiando e intuindo todos aqueles que abraçam verdadeiramente esse ideal, na Terra. Enfim, diante de mais esta oportunidade, de ressaltarmos a grande importância de oferecermos à infância e juventude, uma educação espírita de qualidade, sentimo-nos
felizes, pois paradigmas são quebrados, métodos novos surgem e nos sentimos prontos para nos adaptar e atuar - através do amor de Jesus, nosso Mestre e Pedagogo por excelência - perante esses novos desafios. Christine Almeida CEPE Curso Espírita de Preparação de Educadores da FEESP
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Minha família, o Mundo e Eu Ligia Feitosa
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ste foi o tema do 11º Encontro de Jovens da FEESP, organizado pela Área de Infância, Juventude e Mocidade, que aconteceu no dia 30 de agosto de 2015 na sede Maria Paula. Todos nós sabemos a importância da família na nossa jornada evolutiva. É no ambiente do lar que encontramos os primeiros desafios na vida corpórea e temos as primeiras oportunidades de progredir espiritualmente.
Diretora da AIJM Vera Lúcia Leite, colaboradores e jovens Como nos ensina Joanna de Ângelis: A família é a base fundamental sobre a qual se ergue o imenso edifício da sociedade. No pequeno grupo doméstico inicia-se a experiência da fraternidade universal, ensaiando-se os passos para os nobres cometimentos em favor da construção da sociedade equilibrada. Em razão disso, toda vez que a família se entibia ou se enfraquece a sociedade experimenta conflitos, abalada nas suas estruturas. (in:
FRANCO, Divaldo. Constelações Familiares. 2008:9) Diante de tão sábias palavras, impossível não lembrar o episódio em que Jesus, ao conduzir o primeiro Evangelho do Lar na casa de Pedro, nos convida a refletir: O berço doméstico é a primeira escola e o primeiro templo da alma. A casa do homem é a legítima exportadora de caracteres para a vida comum. Se o negociante seleciona a mercadoria, se
o marceneiro não consegue fazer um barco sem afeiçoar a madeira aos seus propósitos, como esperar uma comunidade segura e tranquila sem que o lar se aperfeiçoe? A paz do mundo começa sob as telhas a que nos acolhemos. Se não aprendemos a viver em paz, entre quatro paredes, como aguardar a harmonia das nações? Se nos não habituamos a amar o irmão mais próximo, associado à nossa luta de cada dia, como respeitar o Eterno Pai que nos parece distante? (in:
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Somos todos Irmãos”; a Oficina de Assertividade com o tema “Acerto ou Acerto? Praticando a Assertividade”; e a Oficina de Música com o tema “Quando o Amor Fala mais Alto”. Se você esteve conosco naquele dia, vai concordar que foram momentos de muita alegria, em que sentimos a todo instante o amparo
XAVIER, Francisco Cândido. Jesus no Lar. 2004: 16-17) Assim, em um momento tão turbulento pelo qual passa o Planeta Terra, em especial nosso Brasil, a Mocidade Espírita Cairbar Schutel escolheu a Família como tema central do Encontro de Jovens, de modo a conscientizar a Juventude do seu papel fundamental na construção do Mundo de Regeneração. O mais curioso é que os jovens não só compareceram, mas também trouxeram seus pais e avós. E esta reunião de três gerações nos mostrou que, na verdade, a tarefa de transformar o planeta é de todos nós, independente da idade. O evento contou com a presença de 103 pessoas da FEESP e também de outros Centros Espíritas, vindas de diferentes partes do Estado de São Paulo. Dentre as várias atividades, destacamos a Palestra do Expositor André Martinez, que nos falou sobre a Família de Bezerra Menezes. Na semana em que lembramos o aniversário de nascimento do Mentor da FEESP, nada melhor do que trazer o grande exemplo de Dr. Bezerra para pensarmos a relação que temos com nossa Família e o Mundo. Além disso, no teatro musical “Amar é Conviver”, a Mocidade Cairbar Schutel abordou o tema
família por diferentes ângulos: a família consanguínea, a diversidade de famílias, os animais na família, a família espiritual e muito mais. Por fim, os participantes tiveram a oportunidade de colocar a mão na massa e colaborar em uma das quatro oficinas conduzidas simultaneamente pela Equipe da Mocidade: a Oficina de Teatro com o tema “Vícios e Virtudes”; a Oficina de Vegetarianismo com o tema “Fraternidade Universal:
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e o carinho dos Benfeitores Espirituais. Agora, se você não pôde estar presente, prepare-se, porque ano que vem tem mais! E para finalizar, deixamos um Convite: Venha conhecer o trabalho da Mocidade Espírita Cairbar Schutel. Nossos encontros acontecem todos os sábados, das 15:30 às 17:30, no 4º andar.
André Martinez
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Codificação Espírita ALLAN KARDEC OBRAS DO AUTOR PARA ESTUDOS FILO CIENTÍFICOS E REL SÓFICOS, IGIOSO DA DOUTRI NA ESPÍRITA I - O LIVRO DOS ESPÍR
ALLAN KARDEC , ESTUDOS FILOSÓFICOS OBRAS DO AUTOR PARA O DA DOUTRINA ESPÍRITA CIENTÍFICOS E RELIGIOS
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Com capas novas e totalmente revisados.
ITOS .............................. II - REVISTA ESPÍR ........................................ ITA .............................. .................. 1857 ........................................ III - REVISTA ESPÍR ............................ 1858 ITA .............................. ........................................ IV - REVISTA ESPÍR ........................... 1859 ITA .............................. ........................................ V - O LIVRO DOS MÉDIUNS .................... ........................... 1860 ........................................ VI - REVISTA ESPÍR ............................. 1861 ITA .............................. ........................................ VII - REVISTA ESPÍR ........................... 1861 ITA VIII - REVISTA ESPÍR ...................................................................... .......................... 1862 ITA .............................. ........................................ IX - O EVANGELH O SEGUNDO O ESPIR ........................ 1863 ITISMO.................... X - REVISTA ESPÍR ................................ 1864 ITA.............................. .......... XI - O CÉU E O INFE ........................................ RNO .............................. ................... 1864 ........................................ XII - REVISTA ESPÍR ITA.............................. ........................ 1865 ........................................ XIII - REVISTA ESPÍR .......................... 1865 ITA .............................. ........................................ XIV - REVISTA ESPÍR ........................ 1866 ITA .............................. ........................................ XV - REVISTA ESPÍR ITA ........................ 1867 XVI - A GÊNESE .......... ...................................................................... .......................... 1868 ........................................ XVII - REVISTA ESPÍR ........................................ ITA.............................. ..................... 1868 XVIII - INICIAÇÃO ........................................ ESPÍRITA .................... ....................... 1869 ........................................ XIX - OBRAS PÓST UMAS .............................. .......................... 1869 ........................................ ........................ 1890
.................................... 1857 .................................................... I - O LIVRO DOS ESPÍRITOS ................................. 1858 .................................................... ................................ 1859 II - REVISTA ESPÍRITA ............. .................................................... ............. TA ESPÍRI A ................................ 1860 III - REVIST .................................................... ............. TA ESPÍRI A ........... 1861 IV - REVIST .................................................... ............. ............. NS MÉDIU ...... 1861 V - O LIVRO DOS .................................................... ............. ............. ............. TA VI - REVISTA ESPÍRI ............................................ 1862 ............. ............. ............. ............. VII - REVISTA ESPÍRITA .......................................... 1863 ............. ............. ............. ............. VIII - REVISTA ESPÍRITA ....................................... 1864 DO O ESPIRITISMO............. IX - O EVANGELHO SEGUN .................................. 1864 .................................................... X - REVISTA ESPÍRITA............. .......................................... 1865 .................................................... ............................... 1865 XI - O CÉU E O INFERNO ............. .................................................... XII - REVISTA ESPÍRITA .......................................... 1866 .................................................... XIII - REVISTA ESPÍRITA .......................................... 1867 .................................................... TA ESPÍRI A REVIST XIV ............................................ 1868 .................................................... XV - REVISTA ESPÍRITA ................................. 1868 .................................................... .. 1869 XVI - A GÊNESE .......................... .................................................... ............. ............. ............. TA 1869 XVII - REVISTA ESPÍRI ............................................... ............. ............. ............. TA XVIII - INICIAÇÃO ESPÍRI .......................................... 1890 ............. ............. ............. ............. XIX - OBRAS PÓSTUMAS
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Desencarne coletivo e reenarnação
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m nossa palestra do último dia 20 de setembro, iniciamos nossa fala com conceitos bem simples. Para aqueles que chegam pela primeira vez às fontes do Espiritismo, esclarecemos que a expressão desencarne significa a morte, falecimento, enquanto o desencarne coletivo é expressão relativa ao falecimento de diversas criaturas numa mesma ocasião, num mesmo evento. E, por outro lado, ainda com referência ao tema de nossa exposição, a expressão reencarnação significa retorno do Espírito a um novo corpo físico, ou seja, o nascimento de um novo ser. Pela Doutrina Espírita aprendemos que a destruição propicia a renovação, tem um fim útil, qual seja, o de fazer a sociedade progredir e a de impulsionar a realização - em poucos anos - do que levaria muitos séculos, esclarecimentos estes de nossos benfeitores espirituais, conforme Kardec. Exemplo deste desenvolvimento rápido pode ser percebido na área da saúde, por exemplo, com o desenvolvimento dos novos medicamentos, vacinas, tratamentos, quando grandes coletividades estão em risco de serem dizimadas. A triste chaga da fome, ainda atual no planeta, estimula o progresso da tecnologia e da agricultura, para aumento da produção mundial de alimentos. Até mesmo as guerras, fruto de insanidades provocadas pelo orgulho e pelo egoísmo, têm fim útil, podendo-se referir que impulsionam mecanismos de reconstrução, com desenvolvimento técnico e
Flávia Ribeiro Manzano científico, bem como o desabrochar do amor em muitas criaturas, na medida em que as tragédias humanas noticiadas convidam cada um de nós à reavaliação de seu próprio proceder quanto aos seus semelhantes. Desencarne Coletivo e Reencarnação Perguntamos: o desencarne coletivo é um fenômeno novo? Convidamos o público a rememorar os últimos dias de Pompéia, quando no ano 79 d.C., o vulcão Vesúvio cobriu de cinzas toda aquele balneário romano, levando à morte todos aqueles que lá habitavam. Referimos que não ocorreu derramamento de lava, de forma que os corpos foram apenas cobertos de cinzas e as construções foram praticamente mantidas em suas configurações originais, quase intactas, permitindo trazer às gerações atuais os detalhes sobre a vida no Século I d.C., inclusive no tocante à arte, construção civil, arquitetura, dentre outros aspectos. Portanto, forçosa a conclusão de que o desencarne coletivo não é fenômeno novo. Como desastres provocados pela natureza, além de vulcões, como o exemplo citado de Pompéia, lembramos os tsunamis, o maior deles nos últimos quarenta anos tendo ocorrido em 2004, na Indonésia, que atingiu 14 países
e vitimou cerca de 230.000 pessoas. Também os terremotos são exemplos de desencarne coletivo provocado pelas forças da natureza, como o ocorrido no Haiti, em 2010, que vitimou cerca de 100.000 a 200.000 pessoas. A pergunta que fica é: por que? Várias podem ser as hipóteses consideradas, mas todas não conclusivas, eis que nossa inteligência e conhecimentos, no estado atual de nosso desenvolvimento espiritual, são bastante limitados. Podemos afirmar, no entanto, com tranquilidade de consciência e com base nos esclarecimentos da Doutrina Espírita, irrefutável que a
motivação está voltada sempre à transformação e ao aperfeiçoamento moral. Quando abordamos os desencarnes coletivos que envolvem a ação do homem, mister referir que a lei de ação e reação estará sempre presente, muitas vezes manifestando-se nos tristes episódios que envolvem os acidentes, aéreos, terrestres e marítimos, os incêndios, os desabamentos, por exemplo. Recordamos o triste episódio do incêndio do Gran Circo Americano, em 1961, em Niterói, quando milhares de crianças ficaram feridas e cerca de quinhentas perderam suas vidas, em decorrência da queda da lona em chamas sobre a plateia. Recordamos neste triste episódio os esclarecimentos trazidos pelo Irmão X – Humberto de Campos, por nosso Chico Xavier, à época, de que o reencontro daquelas criaturas, embora dolorosas as circunstâncias, decorreu de ocorrência grave ao tempo do cristianismo primitivo. Outro exemplo triste de desencarne coletivo, mais recente, ocorreu na Boate Kiss, na cidade gaúcha de Santa Maria, causando a morte de 242 jovens, em janeiro de 2013, intoxicados por gás cianeto, recordando as tragédias das câmaras de gás das Guerras Mundiais.
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Outros desencarnes coletivos ocorreram, acidentes aéreos, marítimos e terrestres, decorrentes de radiação. Apenas para referir alguns, na aviação, recordamos os acidentes da TAM de 1977, com quase 200 passageiros e tripulantes, na região urbana de São Paulo, em que não houve sobreviventes. Outro desencarne coletivo, que chocou pela aparente coincidência de inúmeros fatores que provocaram o acidente, ocorreu em 1977 em Tenerife, Ilhas Canárias. Este ocorreu pela colisão de duas aeronaves, ainda em solo, choque de aeronaves da holandesa KLM e da PAN AM. Por necessidade de alternar um aeroporto próximo que havia sido fechado, estes aviões e mais alguns foram desviados para o pequeno aeroporto de Tenerife, onde havia apenas uma pista para decolagem. Depois de as aeronaves aguardarem várias horas a ordem para a decolagem e quando finalmente estavam autorizados a levantar voo, o piloto chefe da aeronave da KLM resolver reabastecer o avião, causando um novo atraso de mais 35 minutos. As condições de visibilidade, que inicialmente eram boas naquele dia, passaram a ser mínimas na hora do acidente. Tudo falhou: a visibilidade, os instrumentos, as comunicações pelo rádio, a torre de controle quando autorizou a de-
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colagem, o avião recém abastecido da KLM, a fatídica colisão enquanto o avião da PAN AM permanecia em solo, na mesma pista. A colisão arrancou toda a fuselagem superior do avião da PAN AM, causando a morte de todos os ocupantes do avião da KLM e de mais de duzen-
tos passageiros da PAN AM. Este desencarne coletivo atingiu quase 600 pessoas, numa sucessão de fatores - erros humanos, falhas técnicas e de instrumentos - tidos como bastante improváveis de ocorrerem simultaneamente, como na realidade destes fatos. O que desejamos apontar é que o desencarne coletivo ocorre por
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fatores naturais ou por ação do homem, por circunstâncias que não podemos controlar, porém, atendendo à Lei de Ação e Reação, é oportunidade de exercitarmos a paciência, a resignação, o equilíbrio, eis que sempre com um fim útil de auxiliar o progresso mais rápido dos homens, por mais dolorosas sejam as circunstâncias. Como esclarece o Livro dos Espíritos, a partir da questão 737 e seguintes, a destruição, a bem da verdade, constitui transformação. E esta renovação acelera o progresso, de forma a abreviar para poucos anos o desenvolvimento que demandaria muitos séculos. O homem é compelido, pelas circunstâncias, a utilizar sua inteligência e sua capacidade de superação para ultrapassar todos os desafios, tanto os causados pelos desastres naturais, quanto aqueles que ocorreram pela ação do homem. Não há motivo para temor quando ocorre o desencarne, seja ele individual ou coletivo, pois há sempre o amparo do plano superior
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nessa passagem, sendo designado, para todos os desencarnados, o auxílio fraterno. Em apertada síntese, podemos afirmar que quando ocorre o desencarne coletivo, os benfeitores espirituais vêm auxiliar os desencarnados conforme suas condições individuais e necessidades, sempre sob a misericórdia do Pai Celestial. A perturbação inicial é natural, até que possam ser os recém desencarnados amparados. Porém, lembrando os ensinamentos de Jesus, a vida é oportunidade bendita de aprendermos – todos nós – a amar de forma incondicional e sem esperarmos recompensa, de contribuirmos para a construção de uma nova realidade melhor, onde sairemos do estágio de planeta de provas e expiação para alcançarmos o estágio de planeta de regeneração. Melhor ainda, quando realmente formos bons, usufruirmos dos mundos felizes. O medo e a culpa são fatores limitantes, que em nada auxiliam o nosso desenvolvimento espiritual. Por isso, melhor colocar o amor em ação, através da caridade, aproveitar todas as oportunidades para servir, manter o equilíbrio, sem olvidar, como nos ensinou Jesus, que o amor cobre uma multidão de pecados. O mais importante, podemos concluir, é a necessidade de elevação moral, através da conscientização de que cada nova reencarnação é oportunidade bendita de recomeçar, amar, trabalhar, servir e acertar. Sempre.
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A mediunidade de Yvonne Pereira
A
o falar sobre a sua mediunidade ao pesquisador Danilo Vilela, numa entrevista radiofônica de março de 1978, Yvonne Pereira disse que devia à sua faculdade os únicos dias felizes que havia desfrutado na Terra e que sua mediunidade nunca a fez sofrer, protegendo-a, muitas vezes, dos dissabores que sofreu em sua última encarnação. A declaração, um hino de amor ao mandato mediúnico muito bem cumprido, dá o tom de como nossa querida Yvonne conduziu sua mediunidade durante quase 60 anos. Apesar de todas as dificuldades, Yvonne não desanimou, aproveitando a encarnação e a mediunidade para alavancar seu progresso espiritual. Médium de excepcionais recursos, soube renunciar a si mesma em prol da divulgação da Doutrina Espírita, em um tempo em que o Espiritismo começava ainda a florescer no Brasil. Contemporânea de Francisco Cândido Xavier e Zilda Gama, pela mediunidade de Yvonne Pereira, Léon Tolstoi, Bezerra de Menezes, Charles e Camilo Castelo Branco nos deixaram primorosas lições que ela soube tão bem aplicar primeiramente para ela mesma. O início Dª Yvonne, como ficou conhecida, nasceu com o registro de Yvonne do Amaral Pereira, no dia 24 de dezembro de 1900, em Villa de Santa Thereza de Valença, atual município de Rio das Flores, no estado do Rio de Janeiro.
Alexandra Strama Desde muito cedo sua mediunidade deu sinais incontestáveis, mostrando-lhe que sua vida seria pautada por ela. Diz Yvonne, no capítulo 2 de sua obra “Recordações da Mediunidade” que “(...) creio que nasci médium já desenvolvido, pois jamais me dei ao trabalho de procurar desenvolver faculdades medianímicas. Algumas faculdades se apresentaram ainda em minha primeira infância: a vidência, a audição e o próprio desdobramento em corpo astral, com o curioso fenômeno da morte aparente (...)”. Yvonne qualificou a morte aparente, ou letargia, como o “primeiro grande fenômeno mediúnico” que viveu quando tinha apenas 29 dias de nascida. A letargia durou longas 6 horas, tempo em que Yvonne apresentou já a rigidez cadavérica, pele gelada, sem respiração e sem pulso. Apesar de os familiares prepararem seu velório, sua mãe não acreditava que estivesse morta. Fazendo uma rogativa a Maria de Nazaré, com toda humildade pediu que, se Yvonne estivesse mesmo morta, que a levasse para junto de Deus, mas que se ela estivesse acometida por um distúrbio de causa desconhecida, que a filha revivesse, a fim de não ser sepultada viva. Disse à Maria ainda que renunciava, naquele momento, aos seus direitos de mãe, para que Yvonne pertencesse,
dali em diante, à essa iluminada Entidade. Seja pela fé da mãe, ou porque teria mesmo que cumprir uma encarnação de expiação e de duras provas, Yvonne retornou à vida, para experimentar uma existência marcada pelo peso de uma consciência culpada. Além disso, havia a saudade de sua reencarnação passada e de antigos afetos, os Espíritos Charles e Roberto de Canalejas, que estavam na Espiritualidade, o que causava-lhe intenso sofrimento, sobretudo na infância. A causa de tantas dores morais encontrava-se no fato de Yvonne ser suicida reencarnada, por ter cometido muitos desacertos no seu passado espiritual. Porém, contou sempre com o amparo de Charles, seu instrutor Espiritual, com quem comparti-
lhou várias encarnações, como amante, irmã e filha. A recordação das encarnações passadas era dura prova, por lembrar-se sempre de suas falências morais. Conta Yvonne que Charles certa vez disse-lhe: “Não deixarei que esqueças certos episódios por ti vividos na anterior existência, porque será o único meio de te fazer refletir para a emenda definitiva. Não te pouparei os sofrimentos daí advindos. O que poderei fazer é ajudar-te a suportá-los com firmeza de ânimo, e isso eu o farei.” Quando tinha apenas 4 anos de idade, a vidência e a audiência apresentaram-se como forma de comunicação com os Espíritos desencarnados, que Yvonne acreditava encarnados, tal a realidade das manifestações. Um deles, justamente Charles, ela reconhecia como pai e assim se referia a ele perante à família. Tal era sua ligação com tal Entidade, que Yvonne não aceitava seu pai encarnado, estranhando mesmo toda a família, por acreditar-se alheia àquele meio. Reclamava suas roupas e adereços antigos, procurava os quadros da última encarnação, vivida em castelo suntuoso em Portugal. Certamente que não os achava na casa de parcos recursos, já que a família era pobre e viva modestamente, tornando-a uma criança triste e confusa. Por não adaptar-se ao lar paterno, além da mãe não ter como dedicar-se ao seu problema, por já ter outros 6 filhos, viveu até os 10 anos com a avó paterna.
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Apesar de seu pai já ser espírita antes de casar-se, a família só submeteu Yvonne à terapêutica dos passes, em um centro espírita, quando ela tinha 9 anos. Foi somente aí que ela experimentou uma trégua em suas amarguras, que se amenizaram, fazendo-a atingir a serenidade necessária para seguir sua trajetória. Contudo, os transes catalépticos e letárgicos continuaram, porém, eram mais entendidos pela família e por Yvonne, e mais tarde facilitaram sua vida mediúnica. Com 12 anos de idade já psicografava “literatura profana”, nos próprios dizeres de Yvonne. Eram mensagens de Roberto de Canalejas, seu marido da última e de mais afastada encarnação, mensagens essas de um estilo vigoroso, revelando que ele havia sido literato e poeta. Ele mesmo lhe disse que a preparava para a produção literária mediúnica, que viria anos depois. A presença do Espírito Roberto junto à Yvonne prolongou-se até sua juventude e era constante. Ela mesma diz que se houvesse obsessão vinda de um Espírito “em boas condições”, Roberto a obsidiou. Diz ela: ‘Era como um noivo, um esposo amante que morrera e não se conformava com a separação”. Por tê-lo traído em sua última encarnação e sentindo-se culpada pelo mal que causara a Roberto, Yvonne confessa que a presença dele causava-lhe extrema melancolia. Essa proximidade durou até o início dos anos 1930, quando Roberto se despede dela, dizendo que iria se reencarnar. De fato, isso aconteceu em 1931, na cidade de Varsóvia, na Polônia e os dois viriam a se reencontrar, via correio, tendo o Esperanto como interesse comum. O forte sentimento que os unia, mais uma vez, não pode ser ignorado. Mas um oceano imenso e muitos anos
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naturalidade toda uma corte de Espíritos sofredores, fossem eles suicidas diretos ou não.
os separavam, e certamente não deveriam unir-se novamente nessa encarnação de Yvonne. O reencontro com Roberto reencarnado, ou o sr.Z.P, iniciais de seu novo nome, encontra-se no livro “Um Caso de Reencarnação “ Eu e Roberto de Canalejas”. Dos 14 aos 15 anos, quando residia com a família em Barra Mansa (RJ) adquiriu o hábito de ir ao cemitério local para passear, já que era impossibilitada de passear em outros locais pelo pai, nos moldes da educação tradicional do início do século 20. Lá, enquanto apreciava as belezas da tarde e entretinha-se com as leituras de “Werter” de Goethe e de “Memórias do Padre
Germano” de Amália Domingo Soler, descortinavam-se aos seus olhos as figuras dos Espíritos desencarnados ainda ligados aos seus despojos no cemitério. Nunca os temeu, porque afiguravam-se a ela mesmo como sofredores, dignos de amor e compaixão. Yvonne ainda contava com o esclarecimento da doutrina espírita, pois já estudava “O Evangelho Segundo o Espiritismo” e “O Livro dos Espíritos”. Nessas ocasiões, orava por esses sofredores e os convidava a orar com ela para que fossem socorridos pelo Auxílio Divino. Por ela mesma já ter experimentado os horrores do suicídio pós-desencarne, via e atendia com
As duras lutas Durante toda sua vida sofreu com o reajuste imposto pelo suicídio e pelas suas falências morais, que pagou à custa de desilusões, decepções, dificuldades de toda espécie e tentações mundanas. Precisava de disciplina severa, primeiro encontrada na família e depois junto aos Espíritos amigos, que sempre a alertavam quando fraquejava. Gostaria de ter se casado, mas foi impossibilitada por não ter respeitado suas uniões no pretérito. Gostaria de tocar piano e de se tornar professora, mas viu-se impossibilitada pelas dificuldades financeiras. Tão logo os pais desencarnam, viu-se obrigada a trabalhar para se sustentar, primeiro como empregada em uma casa de modas no Rio de Janeiro e depois como costureira por conta própria. Em suas importantes memórias, encontra-se ainda relatado em “Recordações da Mediunidade”, um importante transe que sofreu em 1942. Após ter lutado e sofrido durante toda sua vida, não resistiu a novos desafios que a surpreenderam, adoecendo com um “choque nervoso”, que a manteve inconsciente durante 2 meses. Durante esse período de “coma” (que não era transe letárgico, nem catalepsia, nem transe sonambúlico), reviveu acontecimentos do passado ligados à sua reparação do então presente. Yvonne diz mesmo que possivelmente Charles é quem tenha provocado tal transe, a fim de estimulá-la para suas lutas ou mesmo a amparasse durante a doença, se fosse inevitável para o reajuste de seu períspirito.
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O fato é que a memória de Yvonne retornou aos seus últimos momentos da encarnação passada quando, não suportando o desencarne do esposo Roberto e da filha de ambos, Lelita, que tinha apenas 5 anos, suicidou-se no rio Tejo, em Portugal, apesar dos apelos do seu pai, Charles. Sentiu novamente a decomposição e o seu cadáver ser devorado pelos peixes, além do pungente remorso pelo ato cometido. Depois disso, compreendeu que seu trabalho mediúnico não transcorreria de forma suave e tranquila, mas sim em plena batalha, na qual lutaria contra “as marés do infortúnio”, segundo ela. Yvonne doutrinária Dona de grande lucidez de raciocínio, discernimento e extremamente doutrinária, colocou-se humildemente à serviço da Espiritualidade, pois, apesar dos graves deslizes do passado, contou com o auxílio de importantes amigos espirituais que muito a ampararam. Extenso é o número de faculdades mediúnicas que exerceu. Cedo começou a colaborar em centros espíritas, iniciando suas atividades como médium em 1926, como
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receitista, passista e na incorporação. Contava com a vidência, a audiência, psicografia, desdobramento, psicofonia e oratória, receituário e cura, efeitos físicos, psicometria e premonição. Contudo, os tipos de mediunidade mais ostensivos, segundo ela, foram a psicografia, a psicofonia e o desdobramento. O atendimento a Espíritos de suicidas foi também um marco em sua caminhada como médium, pois auxiliou a muitos, por ter vivido situação semelhante. Também dedicou-se à cura de obsidiados, para cujos trabalhos chegava mesmo a sofrer cirurgias perispituais de preparação, realizadas pelas Entidades que a auxiliavam. Amava os Espíritos obsessores que atendia, que se apresentavam prisioneiros de si mesmos, e era amada por eles. Quanto à psicografia, importante destacar os romances que psicografou: “Nas Telas do Infinito”, “Memórias de Um Suicida”, “Nas Voragens do Pecado”, “O Cavaleiro de Numiers”, “O Drama da Bretanha”, “A Tragédia de Santa Maria”, “Amor e Ódio”, “Dramas da Obsessão”, “Ressurreição e Vida”, “Recordações da Mediunidade”, “Devassando o Invisível”, “Sublimação” e mais duas obras póstumas, “Cânticos do Coração”e “À Luz do Consolador”. Exemplo de renúncia e dedicação à mediunidade, Francisco Cândido Xavier, a chamava de “heroína silenciosa”, pela modéstia, afabilidade, determinação e amor que lhe marcavam o proceder. Dias antes de seu desencarne, avisou os familiares do mesmo, pois à época os médicos sugeriram-lhe a colocação de um marca-passo, o que ela afirmou que seria inútil, vis-
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to que seu retorno à Pátria Espiritual se daria de um jeito ou de outro. No dia 9 de março de 1984, às 22 horas, Yvonne Pereira do Amaral desencarna no Hospital da Lagoa, no Rio de Janeiro. Alguns médiuns, que eram íntimos dela, a viram em seu próprio velório, em atitude de agradecimento ao seu corpo que estava sendo velado. Em mensagem obtida na Federação Espírita Brasileira, em 22/03/1984, Yvonne dá-nos conselho muito útil quanto à nossa conduta como espíritas: “(....)
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Precisamos uns dos outros, e todos (...) precisamos de Evangelho como guia de nossas práticas e atividades dentro da Seara. Nele encontramos todas as forças, esperanças, todas as respostas. É amigo fiel e seguro, no qual aprendemos, chorando e sofrendo (...) a superar o mundo de erros”1. Tal como ela fez e tal como nos deixou o exemplo. 1- FREITAS, Augusto Marques de. Yvonne do Amaral Pereira. Rio de Janeiro: Léon Denis, 4ª ed., 2007, p. 139.
Atendimento diário na FEESP sede Maria Paula A FEESP está aberta de 2ª a sábado, das 8h às 21h30. Procure o DEPOE (Departamento de Orientação Espiritual) e você será atendido gratuitamente. Aos domingos a FEESP está aberta das 8h às 17h, com palestras públicas ou eventos e assistência espiritual
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PALESTRAS PÚBLICAS AOS DOMINGOS E EVENTOS DA FEESP Sede Central – Rua Maria Paula, 140 – Bela Vista – São Paulo
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04/10 TEMA: A CARIDADE, O AMOR E O VERDADEIRO ESPÍRITA Márcia Ribeiro Prasinos 10h PALESTRANTE: ATRAÇÃO MUSICAL: Sylvio Tancredi - Piano e Marlene Araujo Mello - Violino domingo
11/10 TEMA: MEDIUNIDADE E AS CRIANÇAS Sonia Cabral 10h PALESTRANTE: ATRAÇÃO MUSICAL: Vilma Dias de Araujo e Nelson Ferreira domingo
Domingo, 18 de Outubro - das 10h às 20h
FESTA BENEFICENTE DE RUA TÍPICA FRANCESA EM HOMENAGEM A ALLAN KARDEC Shows, comidas típicas francesas, sorteios, brinquedos, bazar de natal, pintura mediúnica
24/10 FILME: ADIVINHA QUEM VEM PARA O JANTAR APÓS O FILME: Celisa Maria Germano 18h COMENTÁRIOD Entrada: 1kg de alimento não perecível - Auditório Bezerra de Menezes sábado
25/10 FILME: A FINALIDADE ÚNICA DA VIDA Richard Simonetti 10h PALESTRANTE: ATRAÇÃO MUSICAL: Coral e Orquestra Carlos Gomes da FEESP domingo
No site WWW.tvaberta.TV.br ao vivo às 12h! Os programas já apresentados encontram-se no Portal da FEESP. www.feesp.org.br ou no YouTube www.youtube.com/umsentidoparasuavida Novidade: Toda sexta-feira, às 20:00, o programa estará disponível também no portal da FEESP.