O Guia Cuidar do Bebé

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FICHA TÉCNICA Este guia foi escrito com a colaboração

Querida mamã,

de uma equipa de jornalistas especialistas em medicina, que por sua vez trabalharam em conjunto com profissionais ligados à obstetrícia e à pediatria.

Revisão técnica de 2010: Dr. Orlando Cordeiro e Enf.ª Maria José Araújo 25ª Edição Anual (2ª Impressão) 2019 Distribuição gratuita Felicitas Publicidade - Portugal, Lda. Estrada de Queluz, n.º 91-A 2794-050 Carnaxide Telefone 214 368 440 Fax: 210 496 122 felicitasbabyclub@felicitas.pt

www.felicitas.pt Esta obra e o seu conteúdo estão registadas a favor da sociedade Proprietária e Editora pelo que, qualquer reprodução, total ou parcial, seja por fotocópia ou outro qualquer processo, sem prévia autorização escrita da Editora Proprietária, é ilícita e passível de procedimento judicial contra o infractor. Depósito Legal: 162287/01

Queremos desejar-lhe as maiores felicidades na sua nova vida com o seu bebé. Ao longo do primeiro ano o seu bebé irá desenvolver-se a grande velocidade, adquirindo novas competências de dia para dia. É com enorme prazer que lhe oferecemos “O Guia Cuidar do Bebé”, onde reunimos vários conselhos sobre alguns desafios que encontrará na sua nova vida. Neste Guia irá encontrar também informação útil sobre o desenvolvimento do seu bebé e as várias etapas que irão ultrapassar juntos. A Felicitas não pode deixar passar a oportunidade para agradecer ao Serviço de Pediatria do Hospital Garcia de Orta a revisão técnica d’ “O Guia Cuidar do Bebé”. Desejamos-lhe a si, ao seu bebé e a toda a equipa que trabalhou na revisão deste Guia as maiores felicidades. Equipa Felicitas Baby Club

Os conteúdos deste Guia, podem mudar durante o período de circulação do mesmo.

Em caso de dúvida, consulte sempre o profissional de saúde que a acompanha e ao seu bebé.


Bem-estar após o parto

4

A relação com o parceiro O seu estado emocional Puerpério Ginástica pós-natal

Os primeiros dias

14

Os primeiros exames Cuidar do bebé

O período de amamentação

20

Aconselhamento na amamentação Extração e conservação do leite materno Vantagens do leite materno Pequenos problemas da amamentação

A alimentação do bebé

30

Preparar o leite Pequenos problemas da alimentação Introdução de novos alimentos Diversificação alimentar Comer sozinho

Higiene e cuidados do bebé

44

O banho do bebé As fraldas A pele do bebé O choro do bebé O sono do bebé


A saúde do bebé

54

Doenças comuns da primeira infância As consultas do bebé Doenças infeciosas e vacinas

Primeiros socorros

66

Acidentes mais comuns e recomendações

Segurança em casa

70

Cuidados de segurança dentro de casa

Sair com o bebé

74

O carrinho do bebé No automóvel Dicas para viagens maiores

A evolução do bebé

78

Marcos de desenvolvimento no primeiro ano Desenvolvimento da linguagem Ginástica para o bebé Cuidados com os dentes Evolução no primeiro ano


Bem-estar após o parto

Um bebé altera por completo a vida dos seus pais. Caso este seja o seu primeiro bebé, é natural que ainda sinta alguma estranheza face ao novo papel que irá desempenhar. Encare-o como um grande mas belo desafio na sua vida! Nas primeiras semanas de vida, os bebés ocupam todo o tempo das suas mães e dos seus pais, de tal modo e com tal intensidade que por vezes não fica nem uma hora disponível para tarefas “secundárias” como limpar e arrumar a casa. Terá de aceitar que com esta idade todos os bebés choram de acordo com um estudo científico em média duas horas por dia. Este guia pretende acompanhá-la ao longo de todas as fases do desenvolvimento do seu bebé durante o seu primeiro ano de vida. Descreve com exatidão as necessidades quotidianas do lactente em crescimento. Fornece-lhe pistas sobre como resolver os pequenos problemas diários e como identificar os sintomas que poderão exigir a intervenção de um médico.

A relação com o parceiro As responsabilidades inerentes à maternidade e à paternidade irão com certeza alterar e refletir-se na sua relação com o seu parceiro, bem como em todo o modo de vida do casal. Deixam agora de formar unicamente um par que partilha os seus interesses comuns, passam a ser os pais de um pequeno ser humano cujas necessidades têm de ser atendidas “24 horas por dia”. Uma vez que a satisfação dessas necessidades ocupa a maior parte do seu tempo, é natural que o seu parceiro se sinta negligenciado. A única maneira de evitar isto será incluí-lo e chamá-lo a participar na sua vida com o bebé. Para o recém-nascido não é só importante a ligação a si, a mãe, mas também ao pai. Na relação entre a mãe e a criança o pai não deve de maneira alguma ser excluído. Mudar

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fraldas, dar banho, dar carícias e pôr o bebé a arrotar depois de comer são oportunidades para o pai e a criança aprofundarem a sua relação. A ternura, as carícias, o contacto intenso e de perto, são muito importantes, mais ainda nesta fase inicial, e muito agradáveis para todos os envolvidos. Deixe que também o pai experimente e desfrute estas primeiras semanas.

As necessidades das crianças mais velhas Também o irmão mais velho ou a irmã terão de se habituar ao seu novo papel. Antes de a mãe chegar a casa com o novo bebé, era ele ou ela o centro das atenções. Agora é obrigado a constatar que, de um momento para o outro, tudo passou a girar em redor daquele pequeno bebé, que não sabe fazer outra coi-

sa senão chorar e com quem nem sequer dá para brincar como deve ser. Os irmãos mais velhos poderão mesmo regredir no seu desenvolvimento para atrair mais atenção. Voltam a andar com a almofada dos miminhos de um lado para o outro, precisam de ajuda para comer, voltam a querer beber do biberão e chegam mesmo a voltar a molhar a cama. Em poucas palavras: voltam a comportar-se como bebés, já que são os bebés que recebem toda a atenção! Deixe que os irmãos mais velhos participem e ajudem quando dá de comer ao bebé, ao mudar a fralda, ao dar-lhe banho. Explique-lhes que também eles já foram pequeninos e que nessa altura receberam toda aquela atenção.

O seu estado emocional Certas mães apaixonam-se de imediato pe-

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los seus bebés, ao passo que outras parecem precisar de mais tempo para que tal aconteça. Ambas as reações são perfeitamente normais. Normalmente, os sentimentos maternais desenvolvem-se à medida que vai conhecendo melhor o seu bebé e que todas as canseiras dos últimos tempos vão ficando para trás no tempo. Cerca de 3 a 5 dias após o parto as consideráveis variações hormonais que se processam podem provocar em si vontade de chorar, irritabilidade, fadiga, sentimentos depressivos, tensão, em poucas palavras você pode sentir-se esgotada! Estas quebras no seu humor são normalmente passageiras e não tardam a desaparecer. Se, no entanto, os seus sentimentos em relação ao bebé a preocupam ou se tiver mesmo a sensação de que você ou o seu companheiro seriam capazes de prejudicar o bebé, deverá pedir ajuda a alguém imediatamente. Fale com a enfermeira ou com o seu médico ou tente arranjar uma maneira de receber aconselhamento psicológico.

Deixe que a ajudem Não tente ser uma “supermulher”. Se puder, arranje maneira de ter uma ajuda durante as duas primeiras semanas após o parto. Os seus familiares e amigos terão com certeza todo o prazer em ajudá-la nesta situação. Poderão aliviá-la de algum trabalho que não tenha a ver diretamente com os cuidados essenciais a prestar à criança. Tente relaxar com a maior frequência que puder. Quando o seu bebé estiver a dormir, aproveite essa oportunidade para descansar mesmo que seja apenas ter as pernas em repouso durante alguns minutos. Também o seu parceiro deverá nesta altura

apoiá-la e partilhar a responsabilidade pelas tarefas domésticas, as idas às compras, os cuidados prestados ao bebé ou aos irmãos mais velhos. Durante a gravidez a maioria das mulheres recebe muitas atenções, mas após o nascimento todos estes cuidados passam a ser orientados no sentido do bebé, da sua saúde e do seu bem-estar. Os visitantes, ao entrar em sua casa, perguntam “Como vai o bebé?”, sendo certo que quase sempre este está bem, mas quem na verdade se sente exausta é a mãe. É comum as jovens mães descurarem a sua própria saúde, talvez por não quererem maçar os médicos com os seus próprios problemas, tais como fadiga crónica ou corrimento persistente. No entanto, a sua boa saúde e o seu estado emocional são tão importantes quanto os do seu bebé.

Dor perineal Mesmo após um parto normal é comum sentir-se dores na zona do períneo (entre a vagina e o reto) e a pele apresentar-se sensível e magoada. Se levou pontos na zona perineal, por ter sido necessário proceder a um corte com vista a possibilitar a saída do bebé pela vagina ou por os tecidos terem rasgado, então pode ser que esses pontos se tornem dolorosos e talvez até provoquem inchaços. Consulte o médico sobre possibilidades de aliviar essa dor.

Lóquios Com a expulsão da placenta surge uma ferida no útero, razão pela qual, após o nascimento, é normal que ocorra um corrimento mancha-

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do de sangue. À medida que essa ferida vai sarando o corrimento vai-se tornando mais acastanhado e menos abundante e após 2 a 4 semanas cessa. Deverá ir ao médico se após alguns dias voltar a ter uma hemorragia súbita e forte, se o lóquios cessar abruptamente ou se tiver um cheiro desagradável. Utilize apenas pensos higiénicos durante este período e evite ao máximo ter relações sexuais.

Menstruação Voltará a ter a sua menstruação talvez logo no mês seguinte ao parto, embora também possa demorar até seis meses para que isso aconteça. Se continuar a amamentar, talvez o período só volte depois de começar a desmamar o bebé. Não se esqueça que mesmo que ainda não tenha voltado a ter menstruação, poderá engravidar.

Puerpério Durante a gravidez o seu corpo sofre diversas alterações físicas e hormonais. Após o par-

to o seu corpo precisa de um a dois meses para recuperar fisicamente do parto, a este período dá-se o nome de puerpério. Poderá demorar mais algum tempo até que tenha recuperado inteiramente a nível emocional. As mudanças hormonais do pós-parto, bem como a adaptação à sua nova rotina de cuidados ao bebé e as exigências da maternidade podem afetar o seu humor e deixá-la cansada e sem energia. Estes sintomas são comuns a quase todas as recém-mamãs, mas podem estar associadas a pequenas perturbações psicológicas típicas do puerpério.

A tristeza dos primeiros dias “Baby Blues” Três a cinco dias após o nascimento é possível que se sinta deprimida e com vontade de chorar, emocionalmente instável, ora furiosa ora triste, ou mesmo ansiosa. Entre 40% a 60% de todas as mães passam por isso. Julga-se que esta instabilidade emocional esteja ligada às súbitas mudanças a nível

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hormonal. Na maioria dos casos, esta situação dura pouco tempo, desaparecendo espontaneamente ao fim de 10 a 14 dias após o parto.

Depressão pós-parto Em termos estatísticos, cerca de 10% a 15% das mães sofrem de depressões após o parto. Esta situação desenvolve-se habitualmente após a saída do hospital, mas pode ocorrer ao longo de todo o primeiro ano após o nascimento. Não é habitual reconhecer-se de imediato os sintomas, uma vez que se assemelham aos sintomas do “Baby blues”, contudo ao invés de se dissiparem ao fim de uma ou duas semanas têm tendência a agravar-se e prolongar-se no tempo.

Psicose do puerpério A psicose do puerpério é pouco comum, estima-se que 2 a 4 em cada mil mães possam sofrer deste distúrbio. Os sintomas mais comuns são alucinações, delírios e angústias paranoides. Trata-se de uma patologia que deve ser acompanhada pelo médico da

espacialidade, sendo por vezes necessário recorrer-se a tratamento intensivo ou internamento. Se julga poder estar a sofrer de psicose do puerpério deve recorrer ao seu médico em busca de ajuda. Não se esqueça que se trata de uma doença que carece de tratamento específico e que ao ignorá-la poderá colocar em perigo a sua saúde e a do seu bebé.

DEVE ESTAR ATENTA A: Dificuldades de concentração e perda de memória; Perda da noção de tempo; Sensação de incapacidade; Insónias; Perturbação do apetite; Sensação de irrealidade; Nível de atividade muito elevado; Dores físicas ou sensação de mal-estar; Desinteresse a nível sexual; Medo em relação à própria saúde e à do bebé; Indiferença em relação ao bebé.

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Incontinência de esforço e perdas de urina Algumas mulheres verificam durante a gravidez que, ao tossir ou rir vigorosamente, a bexiga liberta pequenas quantidades de urina. Esta incontinência, que resulta em perdas involuntárias de urina sofridas pela bexiga, poderá começar logo quando o efeito das hormonas da gravidez, que relaxam a musculatura da bexiga, se faz sentir. Quando a incontinência ocorre perto do fim da gravidez, algumas mulheres julgam erradamente tratar-se de líquido amniótico resultante do rebentamento das águas. O mais frequente é a incontinência verificar-se após o nascimento, por os músculos do pavimento pélvico terem sofrido um esforço de estiramento muito forte durante o parto. Uma série de exercícios que visem tonificar estes músculos poderá ajudar a recuperar a firmeza do pavimento pélvico e este problema tende a desaparecer nos meses que se seguem ao parto. Se alguns meses após o parto a incontinência persistir, deverá pedir ao seu médico que lhe prescreva tratamento adequado. Se bem que seja raro, pode acontecer que os músculos da bexiga e da uretra tenham sido de tal modo solicitados por uma anestesia epidural, por um parto com fórceps ou por uma cesariana que as fibras musculares inchem e se contraiam. Isso pode levar à retenção da urina. Esta situação pode ser corrigida pela introdução de um pequeno cateter, que restabelece a tensão normal. Se as paredes da bexiga estiverem irritadas por uma infecção ou por qualquer traumatismo ocorrido durante o nascimento, esta poder-se-á tornar bastante sensível e reagir

contraindo-se. Quando a urina é conduzida dos rins para a bexiga, esta irrita os nervos na parede da bexiga, provoca uma sensação de estar cheia e surge a vontade de micção. Em casos mais graves poderá mesmo causar incontinência. Uma vez que as origens da incontinência são frequentemente infecções na bexiga, o problema fica muitas vezes resolvido com o uso de antibióticos após prescrição médica, caso contrário terá de aguardar até que os efeitos da contusão tenham passado.

Pele e cabelo Agora que o seu bebé já nasceu promova a recuperação das estrias provocadas pela gravidez com a utilização de um creme ou de óleos específicos e de massagens. Passados dois ou três meses do parto, muitas mulheres constatam que o seu cabelo se apresenta seco e com tendência para cair. Tal deve-se às transformações hormonais que visam repô-la no estado em que estava antes da gravidez.

Alimentação Muito embora queira rapidamente readquirir a figura de antes da gravidez, o período logo a seguir ao nascimento não é o apropriado para encetar uma dieta. Deverá nesta altura manter a mesma alimentação equilibrada e rica em vitaminas que vinha fazendo durante a gravidez.

Minerais O corpo humano precisa de cerca de 40 nutrientes diferentes para se manter saudável e resistente. Entre eles contam-se as vitaminas e os minerais. Normalmente ingerimos qualquer deles nos alimentos que comemos,

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porém poderá ser necessária a toma de um suplemento nutricional, aconselhe-se com o seu médico. Poderá mesmo acontecer que passem meses e anos até que as carências destes nutrientes se façam notar. Uma ingestão insuficiente destes nutrientes constitui um fator de risco contínuo que pode ser co-responsável pelo aparecimento de situações como fraqueza, falta de apetite, sentimentos depressivos, irritabilidade, fadiga, insónias, falta de motivação, problemas de pele, falta ou excesso de peso, mas também distúrbios sérios dos metabolismos. Para prevenir eventuais carências, recomenda-se a ingestão de suplementos minerais e vitamínicos.

Cálcio Se o corpo não receber cálcio em quantidade suficiente através da alimentação, irá buscar este mineral às reservas dele que temos nos ossos. O corpo de um adulto compõe-se de cerca de 1 quilograma de cálcio. 99% dessa

quantidade de cálcio está armazenada nos ossos e na dentadura, o restante encontra-se no sangue em circulação e noutros fluidos corporais.

Consulta do puerpério Caso não existam fatores que o justifiquem, tais como puérpera em extremos da idade reprodutiva, avaliação de ferida cirúrgica ou remoção de material de sutura, dificuldades no estabelecimento e manutenção do aleitamento materno, a consulta do puerpério deve ser realizada entre a 4ª e a 6ª semana após o parto. Nesta consulta o seu médico irá fazer a “revisão do parto”, onde analisará a sua recuperação física e psicológica após o parto. Esta fase compreende grandes transformações na vida da nova mãe, a adaptação às novas rotinas e cuidados que o bebé necessita, juntamente com as grandes alterações hormonais deste período podem provocar algumas alterações de humor, irritabilidade,

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pequenos episódios de ansiedade ou crises espontâneas de choro. Muitas vezes as mães sentem alguma culpa nestes sentimentos, mas devem saber que é um estado bastante comum e que deve desaparecer sem necessidade de qualquer tratamento entre 10 a 14 dias após o parto. Se pelo contrário estes sintomas persistirem ou mesmo se se agravarem deve agendar uma consulta com o seu médico para que possa ser acompanhada corretamente. Do ponto de vista físico esta consulta é um marco para retomar a sua vida “normal”, retomar o exercício físico e atividade sexual, focando-se em si e na sua relação e percebendo como é possível retomar a sua vida conjugal e social incluindo agora o seu bebé. É importante que alerte o seu médico para qualquer queixa que possa ter e que considere uma sequela da gravidez. A consulta do puerpério encerra o acompanhamento da sua gravidez, deverá assegurar-se que se sente esclarecida e pronta para retomar a sua vida normal a partir deste momento. Poderá levar consigo uma lista de

todos os pontos que queira abordar com o médico de forma a sair da consulta confiante, se estiver tudo bem não irá vê-lo com a mesma frequência daqui em diante.

Relações sexuais com o parceiro, para quando? Deverá esperar até que a cicatriz de uma episiotomia tenha sarado por completo, o que demorará na maioria dos casos três a quatro semanas. Não se precipite nem apresse nada. Redescubra lentamente com o seu parceiro o fascínio da intimidade e da sexualidade. Muito embora possa até não ter dores, o mais provável é que a vagina esteja ainda pouco lubrificada, pelo que será aconselhável a utilização de um creme lubrificante. Lembre-se de usar um creme hidrossolúvel se utilizar um preservativo, pois os cremes lipossolúveis poderão danificar a borracha do preservativo. Caso continue a sentir dores e tenha dificuldades em ter relações sexuais normalmente, deverá falar acerca disso com o seu médico.

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Ginástica pós-natal Após uma gravidez é costume a musculatura abdominal estar demasiado alongada e por isso mesmo demasiado flácida. Para corrigir isso faça ginástica! Ajuda-la-á a conseguir que os músculos recuperem a sua antiga forma, para além de conseguir assim uma barriga mais firme! É logo na fase do puerpério que se deve começar com a ginástica, pois esta fortalece os músculos do pavimento pélvico e do abdómen. Arranje tempo quando estiver em casa para alguns exercícios de ginástica bastante suaves. Estes não deverão ocupar demasiado tempo nem revelar-se demasiado extenuantes, mas o certo é que a ajudarão a sentir-se melhor e a fazê-la recuperar a sua antiga forma. Mesmo depois da gravidez, a natação continua a ser um excelente desporto. Logo que quaisquer hemorragias tenham terminado poderá regressar à piscina. Poderá também inscrever-se numa aula normal de aeróbica quando o seu bebé já tiver uns três ou quatro meses. Deverá, no entanto, avisar a professora de que teve um bebé há pouco tempo, uma vez que os exercícios mais difíceis talvez ainda não sejam indicados para si. Para todos os exercícios é válida a seguinte regra: ao inspirar deverá contrair os músculos, ao expirar distendê-los.

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Exercício 1 Deitada de costas, com a cabeça apoiada numa almofada, as pernas flectidas, os pés paralelos e afastados mais ao menos à largura da anca, com as mãos pousadas sobre o abdómen. Inspirar contrariando a pressão exercida pelas mãos. O abdómen expande-se. Expirar, pressionar a região lombar da coluna contra o chão. Contrair a musculatura do abdómen, das nádegas e do pavimento pélvico.

Exercício 2 Deitada de costas, com a cabeça apoiada numa almofada, as pernas flectidas, os pés paralelos e afastados mais ao menos à largura da anca, com as mãos e braços estendidos junto ao corpo. Contraia a musculatura do abdómen, da pelve e das nádegas com força e eleve a cintura acima do chão. Deverá regressar à posição inicial assentando a coluna, vértebra a vértebra, como se fosse um rolo a estender massa. Assentar por fim a cintura e relaxar os músculos.

mais ao menos à largura da anca. Assentar a mão direita no joelho esquerdo, levantando a cabeça e os ombros. Voltar a baixar lentamente cabeça e ombro. De seguida assentar mão esquerda no joelho direito, levantando a cabeça e os ombros, e voltar a baixá-los. Repetir alternadamente.

Exercício 4 Deitada de costas, com a cabeça apoiada numa almofada, as pernas esticadas e pousadas no chão, com as mãos e braços estendidos junto ao corpo. Começar por levantar lentamente a perna direita, mantê-la no ar durante alguns segundos, voltando depois a baixá-la. Repetir o mesmo com a perna esquerda.

Exercício 5

Exercício 3

Deitar-se sobre o seu lado esquerdo, flectir o braço esquerdo e apoiar nele a cabeça. Apoiar a mão direita no chão à frente do abdómen, flectir para trás a perna esquerda assente no chão e depois levantar lentamente a perna direita esticada. Voltar a baixar a perna. Repetir algumas vezes e depois fazer o exercício deitada sobre o seu lado direito. ●

Deitada de costas, com a cabeça apoiada numa almofada, as pernas flectidas, os pés paralelos e afastados

Depois do exercício deverá alongar e relaxar os músculos

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Os primeiros dias

Depois de nove meses protegido no interior do útero materno, o nascimento do seu bebé irá trazer consigo uma série de dúvidas sobre a saúde e os cuidados do bebé. A primeira preocupação da mãe é se o seu bebé será realmente saudável, é normal que a mãe examine cada detalhe do seu bebé que só agora conhece pela primeira vez. Desde o momento em que nasce, a equipa de médicos que a acompanha vai examinar o seu bebé para garantir que não existe nenhum problema. Nos primeiros dias de vida o seu bebé irá ser submetido a uma série de exames e análises que pretendem garantir que não existe nenhuma complicação e que o bebé superou a experiência do parto. A vida com o seu bebé irá exigir diversas alterações na sua rotina, e pode até parecer que é um trabalho demasiado exigente, mas será também o mais gratificante da sua vida.

Os primeiros exames Através de um sistema de medição conhecido como índice de Apgar são avaliadas as capacidades do bebé em termos de respiração, frequência cardíaca, reflexos, cor da pele e tonicidade dos músculos. A cada um destes critérios é atribuída uma avaliação de 0 a 2, num máximo possível de 10. Esta série de exames fornece informações acerca do modo como o bebé superou a fase crítica do nascimento e como está a adaptar-se ao seu novo ambiente. A maioria dos pequenos problemas iniciais são rapidamente ultrapassados. Neste primeiro exame são naturalmente também medidos o peso, o comprimento e o perímetro cefálico do seu bebé. Todos esses resultados são registados no boletim de saúde infantil e poderá consultá-los para

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acompanhar o desenvolvimento do seu filho. Antes de deixar a maternidade, o seu bebé será uma vez mais sujeito a um exame físico completo por parte do seu médico, em que este avalia o estado geral de saúde, para verificar se poderão existir quaisquer anomalias que até então não se tenham revelado. Para além disso, a bacia do bebé é também examinada, para se saber se todas as articulações desta zona estão em condições. Os pulmões, o coração, a coluna vertebral,

tante para a capacidade de coagulação do sangue). Por essa razão será administrado ao bebé vitamina K, com vista a prevenir a ocorrência de hemorragias que poderão ser graves.

os reflexos, os órgãos genitais, o abdómen, os olhos, e os ouvidos são cuidadosamente examinados. Atualmente na maioria dos hospitais, é feito antes da alta do bebé o Rastreio Universal da Audição, por técnicos especializados. Os recém-nascidos praticamente não dispõem de reservas de vitamina K (impor-

Isto acontece normalmente entre o 4º e o 7º dia de vida e é realizado no hospital ou no centro de saúde. O sangue é utilizado no rastreio de doenças metabólicas. Mediante a realização deste teste poder-se-á saber se o bebé está ou não afetado por essas doenças. Uma delas é a fenilcetonúria. Os bebés afeta-

Análises ao sangue Todos os recém-nascidos são submetidos ao chamado “teste do pezinho”, para o qual é retirada uma pequena amostra de sangue do calcanhar.

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dos por esta doença têm de se sujeitar a uma dieta especial para que possam desenvolver-se normalmente. O seu médico poderá prestar-lhe mais esclarecimentos acerca disto. Ao mesmo tempo são feitos mais testes. Um deles serve para detetar um hipotiroidismo, uma deficiência caracterizada por uma atividade fraca da glândula tiroide. Se forem tratadas com as hormonas da glândula tiroide, estas crianças terão um desenvolvimento normal. Uma outra doença que pode ser detectada é a galactosemia, uma doença rara do metabolismo que consiste na incapacidade do organismo de transformar a galactose, um componente do açúcar do leite, em glucose, devido à ausência de um enzima. Tal conduz a lesões no fígado, nos olhos e no cérebro. Se a doença for detectada precocemente, as crianças afetadas terão um desenvolvimento normal.

A pele do seu bebé Em certas áreas do corpo o seu bebé poderá estar coberto por uma substância amarela-clara, de consistência gordurosa, o chamado verniz caseoso. Este não deverá ser removido totalmente nas zonas da pele pregueadas, já que constitui a melhor das proteções para a pele. Passados 1 a 3 dias, esta substância terá sido completamente absorvida. Quando o nascimento do seu bebé se deu uma a duas semanas depois do prazo, a pele do bebé poderá apresentar-se seca e enrugada. Não há, porém, qualquer motivo para preocupações, pois o aspecto da pele não tardará a normalizar-se.

Sinais de nascença Muitos bebés nascem com manchas vermelhas escuras ou rosadas, que se encontram sobretudo na cana do nariz, nas pálpebras e na nuca. Não é necessário qualquer tratamento, pois em geral estas marcas, as chamadas “mordidelas da cegonha”, desaparecem com o tempo. Certos bebés apresentam manchas de um vermelho vivo, as quais começam por ser minúsculos pontos vermelhos e que nos primeiros seis meses podem aumentar em tamanho e espessura. Tratam-se de hemangiomas, que resultam da dilatação de veias mas que regra geral regridem sem haver necessidade de qualquer tratamento e sem deixar habitualmente quaisquer marcas. Pode no entanto demorar anos até que estes desapareçam por completo. Deve no entanto consultar o seu médico assistente. Os bebés asiáticos e negros, bem como os dos países do Sul da Europa, apresentam frequentemente manchas cinzentas azuladas na parte inferior das costas, as quais recebem o nome de “manchas mongólicas”. Estas poderão também aparecer noutras áreas do corpo, mas quase sempre desaparecem no decurso do primeiro ano de vida. Este tipo de marcas é raro nos bebés do Norte da Europa.

A forma da cabeça Não se preocupe se, após o nascimento, a cabeça do seu bebé parecer apresentar uma forma invulgar. A origem deste fenómeno é o facto de o crânio ter sido deformado pela estreiteza do canal por onde o bebé teve de passar para nascer. Passados 2 ou 3 dias a cabeça voltará lenta-

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mente a adotar a forma arredondada ou oval que seria de esperar. Talvez note também um ligeiro inchaço na parte de trás da cabeça: trata-se uma vez mais de uma consequência da pressão exercida no nascimento, que deixará de se notar passados 2 ou 3 dias. Por vezes, também poderão surgir inchaços de aspecto mole, aparentemente cheios de líquido, num ou em ambos os lados da cabeça. Trata-se de um cefalematoma, uma acumulação de sangue entre o osso do crânio e a camada exterior de pele, que também regride lentamente após 2 ou 3 meses sem haver qualquer necessidade de tratamento.

facto de lhe lavar a cabeça, pois existe uma membrana bastante resistente que protege estas partes moles da cabeça. O facto de a fontanela latejar é perfeitamente normal. Se esta se apresentar deprimida, tal poderá querer dizer que o bebé não está a ingerir a quantidade de líquidos que deveria. Se, pelo contrário, a fontanela lhe parecer elevada e volumosa e, por exemplo, depois de o bebé chorar e gritar, não voltar ao normal, deverá procurar um médico de imediato.

O cordão umbilical Imediatamente após o nascimento do seu bebé o cordão umbilical (que o liga à placenta) é preso numa mola e cortado. A extremidade remanescente acaba por secar e cair por si mesma passados 6 a 10 dias. Peça à parteira ou a uma enfermeira no hospital que a ensine a limpar a pele em redor do umbigo, para que esta permaneça sempre seca e não haja nenhuma infecção. Se o cordão umbilical ficar avermelhado, se deitar algum líquido ou exalar um cheiro desagradável, mostre-o imediatamente à parteira ou ao seu médico.

Fontanela do bebé

Os olhos do seu bebé

As fontanelas são as zonas moles na parte

A maioria dos bebés apresentam olhos cinzentos-azulados logo a seguir ao nascimento. Se a cor dos olhos vier a alterar-se, esse processo será lento e dar-se-á ao longo de semanas e meses. Por vezes, poderá mesmo demorar seis meses até o bebé fixar definitivamente a cor dos olhos com que ficará. Muitos recém-nascidos têm os olhos incha-

de cima da cabeça, no sítio onde os ossos do crânio ainda não cresceram e se fundiram completamente. A pequena fontanela posterior fecha-se passadas poucas semanas, mas já a maior, a fontanela anterior, demorará 12 a 18 meses até ficar completamente fechada. Nada de mal acontecerá ao seu bebé pelo simples

dos e ostentam manchas avermelhadas nas pálpebras. Trata-se de uma consequência da pressão exercida sobre a cabeça aquando do nascimento. Após dois dias estes sintomas quase sempre desaparecem. É frequente proceder-se à profilaxia ocular nos recém-nascidos mediante a aplicação

As fontanelas

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do chamado “método de Credè”, que consiste na aplicação de uma solução nos olhos do bebé com vista a eliminar quaisquer bactérias que eventualmente aí possam existir. Já agora, fique a saber que nas primeiras 4 a 5 semanas o seu bebé chora sem deitar lágrimas. A produção de lágrimas só começa um pouco mais tarde.

Peito e órgãos genitais Tanto no caso dos rapazes como no das raparigas, os mamilos podem por vezes apresentar-se avermelhados e inchados, segregando até algumas gotinhas de leite. Este inchaço é provocado pelo excesso de hormonas presentes no sangue da mãe e que ainda se encontram na circulação do bebé. Se tiver tido uma menina e lhe notar um ligeiro corrimento vaginal manchado de sangue durante alguns dias, saiba que também isso se deve às hormonas maternas ainda presentes no sangue da menina, mas que não tardará a desaparecer. Se teve um rapaz certifique-se que os testículos são palpáveis nas bolsas. Caso isso ainda não tenha sucedido, o médico irá controlá-lo regularmente. Verificará se no decurso do primeiro ano a descida dos testículos se efetua por si mesma. Se tal não aconteceu o seu filho terá de ser submetido a uma cirurgia. O seu médico prestar-lhe-á os esclarecimentos necessá-

pecto amarelado da pele). Esta situação é conhecida por icterícia fisiológica e deve-se à presença no sangue de glóbulos vermelhos em excesso que depois são destruídos e eliminados lentamente pelo fígado. É frequente o fígado do recém-nascido não ter ainda capacidade de eliminar a bilirrubina, um pigmento amarelo-avermelhado, com a rapidez desejável. É precisamente a bilirrubina que confere à pele do bebé aquele tom amarelado. Passados poucos dias, a pele deixa de estar tão amarelada, um sinal de que o fígado da criança está a trabalhar. Os bebés com icterícia deverão ingerir mais líquidos e, se necessário, serão acordados para ser alimentados. Passadas 1 a 2 semanas a icterícia desaparece, no entanto, será necessário fazer análises ao sangue se forem detectados sinais de icterícia. Se a quantidade desse pigmento amarelado ultrapassar um determinado valor, o seu filho deverá ser submetido a um tratamento de fototerapia.

Intestinos As primeiras fezes do bebé consistem numa substância verde escura e pegajosa a que se dá o nome de mecónio. A pouco e pouco passará depois a apresentar um aspecto castanho esverdeado e finalmente toma a cor amarelada que é normal. As crianças alimentadas a biberão produzem

rios. Importante: Por favor evite manipular o prepúcio do bebé!

maior volume de fezes, que são mais consistentes e têm uma cor amarelada mais pálida.

Icterícia fisiológica

Durante os primeiros dias de vida é normal que o bebé perca algum peso. A recuperação ponderal é atingida cerca de duas semanas depois. ●

Muitos bebés saudáveis desenvolvem cerca do terceiro dia após o nascimento uma forma ligeira de icterícia (que resulta num as-

Perda de peso

20 | Os primeiros dias


21 | Os primeiros dias


O período de amamentação

O leite materno é a forma mais natural de alimentar um recém-nascido. Esta é a melhor alimentação que lhe pode dar e a mais completa, mesmo que seja só por algumas semanas. À excepção de alguns casos, todas as mães estão em condições de amamentar o seu filho recém-nascido.

Alterações no leite materno O leite materno vai-se alterando com o decorrer do tempo de acordo com as necessidades do bebé. Nos primeiros 3 dias a mãe produz o colostro, em pequena quantidade, mas muito concentrado e rico em proteínas e anticorpos; daí ser um alimento tão precioso: constitui uma espécie de vacinação importante para fortalecer o sistema imunitário do bebé. Passadas cerca de 2 semanas, as mamas passam a produzir um leite maduro, que evidencia um maior teor em nutrientes que fornecem energia. Mesmo no decurso da mamada a consistência do leite vai-se alterando: de início é pro-

duzido um leite de aspeto aguado, capaz de saciar a sede. À medida que o bebé continua a mamar, segue-se um leite mais forte, com maior teor de gordura e mais apropriado para o bebé.

A primeira vez Se tudo correr normalmente, ser-lhe-á dito para pôr a criança ao peito logo a seguir ao parto. Muitos recém-nascidos apresentam-se particularmente bem dispostos logo ao nascimento e mamam como se nunca tivessem tido outra ocupação. É também possível que o seu filho seja daqueles que se limitam a olhar fixamente para a mãe. Pode também ser que ele pareça estar mais interessado em dormir. Não se preocupe, ele não tardará a mostrar-se mais interessado.

22 | O período de amamentação


Aconselhamento na amamentação

Acordar ou não acordar?

Se começar a amamentar o seu bebé no hospital, poderá pedir conselhos à enfermeira, que com certeza a ajudarão e a quem poderá colocar todas as perguntas que, enquanto principiante, tiver. Nas maternidades de alguns hospitais poderão também existir conselheiras de amamentação. Encare a amamentação com auto-confiança, dedique o tempo necessário a esta ativida-

Uma das condições básicas para a amamentação é que a criança esteja acordada e que demonstre interesse em mamar. Posto isto, a maior parte das vezes bastará que o seu mamilo roce na bochecha do bebé para despertar neste o instinto de mamar. Se ele não reagir é porque ainda não tem vontade de comer. Não se recomenda fazer cócegas ou beliscar o bebé para o despertar e conseguir pô-lo a mamar! Espere até ele acordar por si

de e exija a consideração e respeito dos que a rodeiam. A atitude positiva e o equilíbrio emocional da mãe desempenham um papel decisivo no sucesso do período de amamentação. Este é um facto que deverá também ser do conhecimento de toda a sua família e do seu círculo de amigos.

próprio. Só quando um recém-nascido dormir durante mais de cinco horas seguidas é que deverá acordá-lo para ser amamentado.

A posição de amamentação Segure o bebé nos braços de modo a que este não tenha de virar a cabeça para o lado: deverá ficar com a barriga em contacto com

23 | O período de amamentação


a sua. Quando o seu mamilo roçar os lábios da criança, esta reagirá com o reflexo de “agarrá-lo” com a boca. Tome em atenção que a criança não deverá apenas colocar o mamilo na boca mas também uma boa parte da aréola mais escura. Só quando o bebé tem a boca realmente cheia é que pode beber bem e só então é que o leite começará a sair pelo mamilo. Para verificar se a criança “pegou” bem na mama e se está realmente a beber e não apenas a mordiscar, basta atentar se ela não precisa regularmente de engolir. De resto, fique a saber que os bebés conseguem respirar e mamar ao mesmo tempo sem qualquer dificuldade.

Estar confortavelmente sentada Antes de pôr a criança a mamar, sente-se confortavelmente. Se quiser amamentar sentada, deverá ter um apoio para as costas e para o braço. Poderá sentir mais conforto se esticar os pés para cima talvez usando um banquinho próprio. Caso tenha sido sujeita a uma episiotomia, poder-lhe-á ser mais cómodo sentar-se sobre uma almofada ou sobre um anel de borracha. Poderá ainda manter-se confortavelmente deitada em cima da cama. Das primeiras vezes que der de mamar poderá sentir uma ligeira dor, semelhante a uma contração. Não se preocupe com isso, pois trata-se de uma reação normal do seu útero.

Frequência da amamentação Deixe a criança mamar as vezes que ela quiser. Tal poderá ser muito frequente nos primeiros dias de duas em duas horas ou mesmo de hora a hora. A sucção frequen-

te estimula as mamas a produzir mais leite, até que por fim a oferta e a procura tendem a equilibrar-se e harmonizar-se. Se deixar a criança determinar a altura da mamada, acabará por ter nas suas mãos um bebé satisfeito, que não tardará a exigir apenas umas 6 ou 5 (caso se deixe dormir) refeições por dia.

Duração da amamentação Não deverá estar preocupada com isso e a olhar para o relógio. Os lactentes são tal qual os adultos o seu apetite não é sempre igual. Enquanto os seus mamilos não se habituarem à sucção constante, não deverá deixar a criança a mamar muito tempo na mesma mama. Mais tarde o bebé deverá poder mamar em cada um dos seios o tempo que quiser. Depois da primeira, ofereça-lhe a segunda mama. Saberá que ele esvaziou as reservas de leite de uma mama quando começar a brincar com o mamilo ou simplesmente o largar. Caso o bebé tenha adormecido com o mamilo na boca, liberte o vácuo introduzindo o seu dedo mindinho de lado na boca da criança. Deverá ter em atenção que a cada nova refeição deverá começar pela mama em que o bebé tiver mamado por último. Esta será com certeza a mama que sentir mais dura, uma vez que a criança já não mamou com tanta força.

Terei leite suficiente? A razão mais frequente para as mulheres desistirem de amamentar é a sensação, errada, de que não têm leite suficiente para alimentar o bebé. Pensando que assim aumentam a quantidade disponível para a próxima vez, por vezes saltam uma refeição e em vez dela dão um biberão à criança. O efeito, porém, é

24 | O período de amamentação


precisamente o contrário do que pretendem. A verdade é que a natureza determinou que os seus seios produzissem tanto mais leite quanto mais vezes a criança neles mamasse. Se amamentar menos vezes, a oferta deixa de ser tão abundante. Neste caso, a alimentação com o biberão (normalmente desnecessária) apenas dificulta a amamentação, isto se não contribuir mesmo para o desmame. Por isso mesmo, deverá ter paciência: até que tudo corra como deve ser e que você ganhe confiança na sua capacidade de amamentação poderá demorar até 6 semanas. Não se deixe enganar se a criança subitamente der a impressão de que já não fica satisfeita. Em determinadas alturas os lactentes desenvolvem um apetite voraz, responsável por grandes saltos no crescimento. Tal é o caso entre

COMO TER A CERTEZA DE QUE O LEITE MATERNO É SUFICIENTE Se o seu filho vai aumentando de peso gradualmente cerca de 200 gramas por semana nos primeiros três meses. Se a sua expressão é viva e desperta, se os olhos se apresentarem brilhantes e os músculos do corpo tiverem uma consistência firme. Se o bebé parecer satisfeito após as refeições. Se num espaço de tempo de 24 horas o bebé molhar seis ou mais fraldas sem que lhe tenha sido administrado mais nenhum líquido.

as 5 e 6 semanas, bem como aos 3 e aos 6 meses. Nessas alturas, se dedicar um ou dois dias inteiramente a isso e aumentar a frequência com que põe o seu filho a mamar, conseguirá aumentar a produção de leite. Se não estiver muito convencida ou se a criança tiver aumentado menos de 100 gramas por semana, proceda a um “exame da amamentação”. Ao longo de 24 horas pese o seu filho de cada vez que o amamenta, antes e depois de amamentá-lo (mantendo as mesmas fraldas!) e tome nota dos resultados. Deste modo terá a oportunidade de seguir a evolução passo a passo e poderá discutir com o pediatra se deverá ou não reforçar a alimentação. Em condições normais, no primeiro mês basta pesar a sua criança uma vez por semana, e mais tarde com uma frequência ainda menor.

Vitamina D Desde que mantenha uma alimentação equilibrada e em quantidade suficiente, o seu leite possuirá todas as vitaminas de que o seu filho precisa. Uma única exceção consiste na recomendação de tomar regularmente vitamina D, uma vez que o teor de vitamina D no leite materno não é suficiente para prevenir eficazmente o raquitismo. Durante o primeiro ano de vida poderá ser administrada vitamina D à criança.

Trate bem de si mesma! Quando amamenta o seu filho, nunca deverá atender exclusivamente às necessidades deste em detrimento das suas próprias necessidades. Faça uma pausa e descanse sempre que possível. Terá de abdicar de tanto rigor nas tarefas

25 | O período de amamentação


domésticas. Aceite toda a ajuda que lhe for oferecida e, acima de tudo, não se castigue com uma dieta de emagrecimento! Caso durante a gravidez tenha aumentado mais de peso do que seria normal para as necessidades do bebé, a pouco e pouco estes quilos a mais desaparecerão durante o período em que estiver a amamentar. O melhor será continuar a praticar o mesmo regime saudável que manteve durante a gravidez. Coma cereais, fruta e legumes todos os dias, bem como carne ou vegetais com elevado teor de proteína e laticínios (iogurte e queijo). Não terá de ser necessariamente leite. Beba o suficiente para nunca sentir sede. Se achar que a criança fica com gases devido a determinados alimentos que você ingere, ponha-os de parte durante esse período. Quando o bebé estiver “assado” ou correr o risco de alguma alergia, deverá eventualmente ter cuidado com a ingestão de citrinos e abdicar dos ovos, do peixe e dos frutos secos. Se o aumento de peso do seu bebé nos primeiros doze meses de vida se situar dentro dos limites aqui indicados, tem todas as razões para ficar satisfeita.

Medicamentos, álcool, tabaco A maioria dos medicamentos passa para o leite materno, pelo que deverá sempre lembrar ao seu médico ou a quem lhe receitar seja o que for que está a amamentar. Caso lhe tenha sido prescrita uma pílula anticoncecional, não se deverá tratar de uma pílula combinada (estrogénio e progesterona), pois essas tendem a inibir a produção de leite. Ao invés disso, deverá tomar uma pílula só de progesterona. Também os laxantes que tomar poderão surtir efeito no seu bebé.

No que diz respeito a álcool e tabaco, mantém-se válido tudo aquilo que lhe foi dito em relação à gravidez: a criança fuma e bebe tal como a mãe, pelo que continua a ser recomendável que se abstenha destes hábitos. No que diz respeito ao café e ao chá, a quantidade é o fator decisivo. Certas crianças reagem à cafeína ingerida pela mãe com alguma agitação e dificuldade em dormir.

Extrair o leite Ao extrair o leite por si mesma poderá conseguir algum alívio caso ocorra alguma situação de tensão mamária ou ficar com uma mama inflamada. Para além disso poderá ter de se ausentar de casa sem o seu filho por algumas horas e ter de deixar a refeição preparada. O leite extraído aguenta-se no frigorífico durante 24 horas. Também pode congelar o leite materno para uso posterior. E é assim que se faz: segure a sua mama com uma das mãos e massaje com a outra, começando em cima e descendo até à auréola. Deverá depois pressionar e apertar a parte inferior do seio com o polegar e o indicador, continuando a massajar profundamente, até que o leite comece a sair em pequenas gotinhas. Recolha o leite num biberão esterilizado. Os dedos deverão continuar a descrever movimentos circulares em redor do mamilo. A maioria das mulheres terá mais facilidade em executar esta tarefa se utilizar uma bomba manual. Se tiver de extrair o leite com muita frequência, tornar-se-á mais confortável fazê-lo com uma bomba elétrica que poderá encontrar à venda ou para alugar nas farmácias.

26 | O período de amamentação


CONSELHOS PARA A EXTRAÇÃO DO LEITE MATERNO Ao massajar evite que os seus dedos deslizem e saiam do lugar; Se sentir que o leite começa a gotejar em menor quantidade experimente rodar a posição da mão massajando outra área da mama; Para facilitar a saída do leite pode alternar entre as duas mamas; Experimente extrair o leite durante a noite pois poderá ajudar a aumentar a sua produção; Não desamine, com a prática a extração tornar-se-á mais fácil e eficaz.

Armazenamento e conservação do leite materno Logo após o nascimento do seu bebé pode começar a extrair o seu leite e reservar no congelador para lhe oferecer mais tarde. O leite materno poderá ser conservado no congelador separado (tipo Combi) até 6 meses ou se tiver uma arca frigorífica, cuja temperatura seja inferior a -19ºC, por períodos superiores. Certifique-se que utiliza recipientes próprios para conservação do seu leite. Os sacos de congelação são ideais para períodos mais curtos, até 72 horas, se pretende conservar o leite por períodos alargados deverá utilizar recipientes de plástico rígido ou vidro com tampa. Se ao extrair o leite não obteve a quantidade desejada poderá conservá-lo no frio em pequenas porções, quando todas as porções se encontrarem à mesma temperatura pode

Conservação segura do leite materno

Leite recém extraído

Tempo máximo

À temperatura ambiente (< 25ºC)

6 a 8 horas

Leite refrigerado

Tempo máximo

No frigorífico (até 4ºC)

8 dias

No frigorífico (entre 4º e 10ºC)

3 a 5 dias*

Leite congelado

Tempo máximo

No congelador (dentro do frigorífico)

2 semanas

No congelador (separado tipo COMBI)

3 a 6 meses

Na arca frigorífica (< -19ºC)

+ de 6 meses

Descongelação do leite

Tempo máximo

Descongelado dentro do frigorífico

12 a 24 horas

Descongelado fora do frigorífico

Imediato

*Se a temperatura for superior a 5ºC deve ser consumido até ao 3º dia.

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juntá-las e congelar a quantidade desejada. Nunca junte leite acabado de extrair (morno) a leite previamente arrefecido. Pode conservar o leite no frigorífico até 48 horas antes de o congelar. Recomendamos que identifique os recipientes com a data de congelação, esta informação vai ajudá-la quando necessitar de utilizar o leite previamente extraído. Quando quiser utilizar o leite que congelou deverá começar por utilizar aquele que se encontra congelado há mais tempo. O leite deverá ser descongelado lentamente, de preferência dentro do frigorífico para que o leite se vá adaptando à temperatura ambiente gradualmente. Uma vez descongelado o leite materno deverá ser consumido nas 24 horas seguinte e não pode ser congelado novamente. Não deve utilizar o microondas para descongelar o leite materno, se necessitar de descongelar o leite rapidamente coloque-o sob água corrente, primeiro fria e depois morna para que não ocorra nenhum choque térmico. O leite descongelado desta forma apenas poderá ser utilizado para consumo imediato. Não ofereça ao seu bebé leite que apresente um odor “estranho” ou que tenha sido amornado e não consumido de imediato.

A “descida do leite” Por volta do 2º ou 3º dia após o nascimento do seu bebé dá-se a chamada “descida do leite”. É normal que este processo provoque alguma tensão mamária, deixando as mamas quentes e tornando a amamentação um pouco dolorosa. De forma de aliviar este incómodo deve-se iniciar a amamentação logo após o parto, assegure-se que o bebé pega bem na mama e ofereça mama ao seu bebé sempre que sente que o mesmo tem fome. Se ainda assim sentir algum desconforto pode aplicar compressas quentes sobre o peito ou água morna enquanto massaja o peito em movimentos circulares em direção ao mamilo. Se sentir uma das mamas mais cheias ofereça-a primeiro ao bebé, se a mama continuar “muito cheia” experimente esvaziá-la manualmente ou utilizando uma bomba. Após a mamada aplique compressas frias ou pequenas bolsas de gelo protegido no peito por 5 minutos.

Mamilos gretados

Pequenos problemas da amamentação

Logo na primeira semana poderão aparecer pequenas fissuras nos mamilos, o que pode tornar a amamentação dolorosa. A melhor forma de prevenir as fissuras ou gretas nos mamilos é garantir uma boa pega do bebé.

Embora a amamentação seja o ato mais natural de alimentar o seu bebé podem surgir pequenos problemas que a desanimam e dificultam este momento. É muito importante manter uma atitude positiva e confiante. O seu estado emocional pode ser determinante para a forma como decorre a amamentação do seu bebé.

O bebé deverá apanhar toda aréola e não apenas o mamilo da mãe. Após a mamada aplique algumas gotas de leite materno no mamilo e aréola para ajudar a cicatrização. Evite interromper a mamada, deixe que seja o bebé a largar a mama. Se tiver mesmo de interromper, coloque o seu dedo mindinho

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Vantagens do leite materno O leite materno contém tudo aquilo que um bebé precisa nos primeiros 4 a 6 meses. Enquanto estiver a amamentar, o seu filho não precisará de quaisquer suplementos para além da vitamina D contra o raquitismo, que frequentemente e em virtude da reduzida exposição ao sol não é formada em quantidade suficiente no corpo. Desde que a mãe se alimente equilibradamente, o seu leite possuirá todas as vitaminas de que o seu filho precisa. Contém anticorpos, que ajudam a proteger o bebé contra infecções durante bastante tempo.

A mãe volta a atingir mais cedo o peso que tinha antes da gravidez. O útero retrai-se e volta ao tamanho normal mais depressa do que no caso de uma mãe que não amamente. A amamentação poderá ter um papel importante na prevenção da diabetes do tipo 1 em crianças com antecedentes desta doença na família. Alguns estudos apontam no sentido de que a amamentação poderá ajudar a prevenir o cancro da mama.

É de digestão fácil: raramente causa problemas de digestão a nível do estômago e dos intestinos.

Uma vez que na amamentação os músculos envolvidos são possivelmente solicitados de maneira diferente, é possível que o desenvolvimento dos dentes resulte melhor em crianças amamentadas.

Pode proteger de doenças alérgicas como a asma e o eczema (desde que nos pri-

A amamentação promove uma relação de grande intimidade entre a mãe e o bebé

meiros 6 meses a criança não ingira qualquer outro tipo de alimentação).

mediante o suave contacto da pele de ambos. A criança sente-se protegida no peito da mãe. A mãe, por sua vez, experimenta o calor, a entrega e a satisfação de contribuir tão diretamente para o desenvolvimento do seu filho. Esta experiência poderá constituir uma base importante para a vida futura em conjunto. 

Amamentar poupa tempo, dinheiro e a paciência das mães, pois está sempre disponível quando a criança tem fome e não custa nada. Não precisa de ser aquecido, arrefecido nem esterilizado!

29 | O período de amamentação


suavemente no canto da boca do bebé de modo a interromper a sucção. Sempre que amamentar o seu bebé ofereça-lhe primeiro a mama que não apresenta fissuras, assim quando lhe oferecer a mama dorida o bebé já não sugará com tanta força.

Mastite A mastite é uma infeção da mama que pode, ou não ser de origem infecciosa. a mastite infecciosa resulta da entrada de microrganismos através dos mamilos gretados ou com fissuras. Quando não tem origem numa infeção poderá ocorrer devido ao bloqueio dos canais de passagem do leite, os ductos. Em qualquer um dos cenários é comum apresentar vermelhidão em partes da mama, sentir a mama quente, inchada ou dorida. Ao fim de 24 horas, se a mastite for de origem não infecciosa os sintomas devem dissipar-se por si só, ao contrário, na mastite infecciosa os sintomas tendem a agravar-se. Não deve interromper a amamentação. Ofereça ao bebé a mama que não esta afetada para evitar que exerça demasiada pressão na mama inflamada. Após a mamada tente esvaziar completamente a mama anualmente ou utilizando a bomba. Se os sintomas se agravarem consulte o seu médico ou enfermeira.

Conselhos para a amamentação Sobretudo no início do período de amamentação, os mamilos poderão ficar doridos. Tal deve-se sobretudo à posição de amamentação adotada. Certifique-se que o seu mamilo fica realmente bem no meio da boca do bebé. Talvez seja melhor se deitar a criança sobre uma almofada. Dê-lhe de mamar mais cedo

do que o habitual, para que não esteja tão faminto e sugue com tanta força. Se provocar demasiada dor, extraia o leite manualmente durante uns dias e dê-lho com o biberão. As gretas no mamilo sararão mais depressa se, após a amamentação, deixar secar a baba e o leite sobre a pele do mamilo. Não lave com sabão. Deixe o mais possível o mamilo ao ar e ao sol! Seios inchados e duros: No 3º a 4º dia após o nascimento, sentirá os seus seios a encher-se de leite. Por vezes este ficam excessivamente cheios e tornam-se sensíveis, pelo que a criança passa a ter alguma dificuldade em agarrar o mamilo. Antes de amamentar retire algum leite com a mão para tornar os seios mais macios e a criança conseguir apanhar melhor o mamilo. Um duche ou uma compressa quente antes de amamentar poderá ajudar o leite a fluir melhor. Os seios doridos poderão ser aliviados através da aplicação de compressa frias no intervalo das mamadas. Existem para este efeito discos feitos de um material muito suave e absorvente que podem ser colocados por dentro do soutien. Atenção: Se a mastite infecciosa não for tratada pode produzir uma infecção e formar um abcesso. Aparece associada a dor, tumefacção, avermelhamento e aumento da temperatura da mama. Caso reconheça os sintomas acima mencionados consulte o seu médico. ●

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Um comunicado conjunto da OMS/UNICEF (Iniciativa Hospitais Amigos dos Bebés) contempla 10 medidas importantes para o sucesso do aleitamento materno: 1. Ter uma política de promoção do aleitamento materno, afixada,a transmitir regularmente a toda a equipa de cuidados de saúde.

6. Não dar ao recém-nascido nenhum outro alimento ou líquido além do leite materno, a não ser que seja segundo indicação médica.

2. Dar formação à equipa de cuidados de saúde para que implemente esta política.

7. Praticar o alojamento conjunto: permitir que as mães e os bebés permaneçam juntos 24 horas por dia.

3. Informar todas as grávidas sobre as vantagens e a prática do aleitamento materno. 4. Ajudar as mães a iniciarem o aleitamento materno na primeira meia hora após o nascimento. 5. Mostrar às mães como amamentar e manter a lactação, mesmo que tenham de ser separadas dos seus filhos temporariamente.

8. Dar de mamar sempre que o bebé queira. 9. Não dar tetinas ou chupetas às crianças amamentadas ao peito. 10. Encorajar a criação de grupos de apoio ao aleitamento materno, encaminhando as mães para estes, após a alta do hospital ou da maternidade.

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A alimentação do bebé

A OMS recomenda a alimentação exclusiva com leite materno até aos 6 meses de vida. No entanto, se por qualquer razão tiver que interromper a amamentação, terá à sua disposição uma grande quantidade de substitutos do leite materno de produção industrial. Todos eles correspondem na sua composição às diretrizes comunitárias de alimentos para lactentes e são concebidos tendo em conta as diferentes necessidades de alimentação das diversas idades. Se não estiver a amamentar, nos primeiros 4 a 6 meses dê ao seu filho um leite para lactentes. A partir do meio ano poderá começar a introduzir um leite de transição. O leite de vaca vulgar, dado o seu elevado teor em termos de proteínas e de sal, não deverá ser dado ao bebé antes dos 12 meses e mesmo então apenas em pequenas quantidades, por exemplo, para preparar papas, mas jamais como substituto de um leite artificial.

Leite para lactentes Os leites para lactentes de preparação industrial são na maior parte dos casos feitos a partir do leite de vaca. Estes leites são muito semelhantes na sua composição ao leite materno. Tal como o leite materno, o único hidrato de carbono que possuem é a lactose. O teor de proteínas, em algumas fórmulas de leite para lactentes e também o teor de gordura são muito semelhantes aos do modelo que copiam. Estes leites, tal como o materno, são bastante fluídos. Poderá dá-los ao seu bebé na quantidade e com a frequência que este desejar. A este tipo de alimentação, totalmente orientada para as necessidades do bebé, dá-se o nome de alimentação ad libitum (à vontade). Para bebés que já não fiquem satisfeitos com o leite para lactentes normal existem

32 | A alimentação do bebé


fórmulas especiais. Se no decurso dos primeiros 4 a 6 meses de vida do bebé tiver de deixar de amamentar, deverá mudar para um leite em pó próprio para lactentes. Essa mudança nunca deverá acontecer de modo abrupto. De início deixe sempre o seu filho mamar um pouco antes de lhe dar o biberão.

alimento! O leite deve ser preparado como é indicado na embalagem e dado em refeições em que não sejam introduzidos outros alimentos.

Preparar o leite

A partir do 6º mês deverá introduzir um lei-

A partir do 5º mês poderá preparar você mesma o leite para o biberão. Por razões de segurança os pediatras desaconselham a preparação de refeições com leite de vaca para lactentes muito jovens.

te de transição. Este tipo de alimento é mais adequado às necessidades alimentares da criança numa altura em que irão começar a ser introduzidos outros alimentos para além do leite. Importante: Seja qual for o leite de transição que utilizar, não se esqueça que de modo algum deverá adicionar-lhe qualquer tipo de

Os lactentes que forem alimentados com leite de vaca preparado pela mãe recebem menos vitaminas e outros nutrientes essenciais do que aqueles que são amamentados ou alimentados com leites artificiais. Para suprir as necessidades do bebé deverá administrar-lhe diariamente suplementos vitamínicos e minerais.

Leite de transição

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Quando os bebés não toleram leite de vaca Podem surgir problemas se o seu bebé não tolerar o leite de vaca ou leites artificiais preparados com base neste. É possível que vomite esse leite, que lhe provoque diarreias, que não ganhe peso ou que fique com erupções cutâneas. Para essas crianças existe como alternativa alimentar um leite à base de soja (com elevado teor proteico) ou outras dietas especialmente concebidas para lactentes. Se suspeita que o seu filho não tolera o leite de vaca, fale com o pediatra. Este indicar-lhe-á o tipo de alimentação mais indicado para o bebé.

Como preparar o leite adaptado

siado concentrado e isso poderá prejudicar o bebé, do mesmo modo que se o resultado ficar menos concentrado do que o previsto, o seu bebé não estará a receber todos os nutrientes que devia.

Temperatura O leite no biberão deverá estar no máximo a 37º C. Antes de o dar ao bebé, experimente sempre para ver se não está demasiado quente. Deite algumas gotas para a superfície interior do seu pulso. O leite deverá estar morno e não quente. De resto, muitos bebés também gostam do leite à temperatura ambiente, o que não lhes fará mal nenhum. Nunca aqueça um biberão no micro-ondas!

4 REGRAS A RESPEITAR

Ao preparar o leite artificial é importante que leia atentamente e siga as instruções de preparação da embalagem. Seja muito rigorosa no que diz respeito à observância das seguintes regras de higiene. A verdade é que os bebés ainda não estão habituados aos germes! Quando utilizar um leite em pó, não se esqueça que as suas mãos e a colher medidora deverão estar absolutamente limpas. Para além disso, também não deverá voltar a guardar a colher medidora na embalagem, sob pena de poderem ser transportados germes existentes na sua mão para o interior da

De que quantidade de leite precisa o bebé?

embalagem. No que diz respeito às quantidade de leite em pó a utilizar, por favor siga escrupulosamente as indicações da embalagem. É muito importante que utilize sempre e apenas a colher específica de determinado tipo de leite em pó. Se puser maior quantidade de leite em pó do que a indicada, o leite ficará dema-

É frequente ouvir-se as jovens mães dizer “Desde que alimento o bebé com o biberão, ao menos sei sempre quanto leite ele bebe.” Não há dúvida que isso é verdade, mas verdade é também que ninguém sabe ao certo qual a quantidade exata que cada criança deverá beber a não ser ela própria! Em princípio a criança irá beber a quantidade que achar

Nunca encher a colher medidora acima da medida. Não pressionar o leite em pó na colher para caber mais. Passe as costas de uma faca limpa sobre a colher medidora para tirar um eventual excesso de pó. A quantidade de colheres utilizada na preparação deverá corresponder exatamente à indicada na embalagem.

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amar

é dar sempre o

1

Apenas açúcares naturalmente presentes.

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melhor


necessária, independentemente do que a embalagem possa indicar. Sobretudo nos primeiros 6 meses há grandes diferenças de bebé para bebé. Só quando sobra um restinho no biberão é que poderá ter a certeza de que a criança ficou saciada. Se o biberão ficou vazio, pode sempre pensar-se que a criança teria bebido mais um pouco se houvesse. Quaisquer restos deverão ser eliminados, nunca deverão ser reaquecidos e reutilizados. Nunca deverá tentar forçar a criança a beber mais do que aquilo que ela tiver vontade naquele momento.

A água Para preparar o biberão utilize exclusivamente água fervida recentemente, que deverá deixar arrefecer pelo menos até aos 50º C. Teor de nitratos: Com uma tira própria que poderá comprar na farmácia, deverá medir o teor de nitratos da água. Poderá também informar-se acerca disso junto dos serviços da câmara municipal que lhe fornecem a água. Os nitratos não devem exceder 50 mg nitratos/litro. A água deve ser fervida, mas nunca deve ferver mais de uma vez a mesma água. O teor de nitratos que eventualmente existisse na água ver-se-ia assim aumentado. Caso utilize água engarrafada para fazer o biberão por a sua água da torneira conter demasiados nitratos, deverá ter em atenção que estas não possuam níveis de sais minerais demasiado elevados. Caso disponha de um sistema para filtrar a água em sua casa, não deverá usar dessa água para o biberão, pois contém sódio em quantidades que podem ser prejudiciais para a criança. Caso o seu filho precise de beber mais algu-

ma coisa para além do leite, dê-lhe água fervida e arrefecida para saciar a sede.

Preparar o leite adaptado Regra geral, deverá sempre preparar o biberão imediatamente antes da refeição. Em climas quentes e húmidos, os germes multiplicam-se rapidamente em comida já preparada há algum tempo. Se fizer um passeio mais demorado com o bebé, nunca deverá levar consigo um biberão já pronto e mantido quente numa mala térmica. Em vez disso, leve consigo uma garrafa térmica com água fervida e a porção de leite em pó necessária, com as quais poderá preparar o biberão a qualquer altura.

Como dar o leite Deverá estar sentada de modo tão confortável como se fosse para amamentar. Pegue na criança, apoiando a cabeça dela na parte interior do seu cotovelo. O seu antebraço deverá servir de apoio às costas do bebé. É importante que o bebé se sinta seguro consigo e que lhe dê a sentir a sua proximidade. Tome em atenção que o biberão deverá ser segurado de tal modo que a tetina esteja sempre repleta de leite e que a criança não engula ar. O leite deverá pingar da tetina, não deverá escorrer, para que a criança não se engasgue. Por essa mesma razão, a criança nunca deve ser deixada sozinha com o biberão! Olhe para o seu filho enquanto este se alimenta. O contacto visual reforça a ligação entre a mãe (ou o pai) e a criança.

Esterilização dos biberões Após cada utilização deve esterilizar o biberão e a tetina.

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Os restos de leite nos utensílios de alimentação do bebé constituem um terreno fértil para a propagação de germes nocivos. Por essa razão deverá esterilizar regularmente os biberões, as tampas, as tetinas e a colher medidora. Antes da esterilização deverá tudo ser cuidadosamente lavado. Após a utilização, as garrafas e as tetinas devem ser imediatamente passadas por água corrente. Deverão depois ser lavadas com água quente e detergente. O biberão deverá ser passado com um escovilhão para serem retirados quaisquer depósitos de leite, a tetina deverá ser virada do avesso e esfregada com sal grosso. Por fim passe tudo bem por água, fazendo-a passar pelo orifício da tetina para ter a certeza que fica desentupido. Importante:Usar o escovilhão apenas para os utensílios do bebé!

água a uma temperatura de 95 a 97º C. Não são utilizados quaisquer produtos químicos, pelo que este método é absolutamente amigo do ambiente. Também o consumo de energia deste aparelho inteiramente automático é de apenas alguns cêntimos por cada desinfecção.

Esterilização a vapor no micro-ondas Numa caixa própria para levar ao micro-ondas os biberões e as tetinas são igualmente esterilizados com vapor em poucos minutos.

Esterilização química Os utensílios cuidadosamente lavados deverão ser colocados na solução esterilizante acabada de preparar. Todos eles deverão ficar cobertos de líquido e dever-se-á evitar a formação de bolhas de ar. Antes da utilização, os biberões e as tetinas deverão ser novamente passados por água fervida.

Esterilização na panela de pressão

Métodos de esterilização Fervura Os biberões e as tetinas são fervidos entre 10 e 15 minutos em água. Tal é o suficiente para eliminar todos os germes potencialmente prejudiciais. Os utensílios a esterilizar deverão estar cobertos de água. Depois de serem fervidos deverão ser retirados com um alica-

Este processo só é recomendável para os biberões de vidro. Com 4 a 6 biberões terá a vida bastante facilitada. Os biberões de plástico são mais leves e arrefecem mais depressa. Os biberões de vidro são mais pesados. As tetinas poderão ser de látex ou de silicone. As tetinas de silicone deverão ser imediatamente mudadas se notar nelas quaisquer

te próprio para o efeito e, com a abertura para baixo, ser colocados de pé sobre um pano de cozinha fervido e tapados com um segundo pano.

sinais de estarem gastas ou quaisquer fissuras.

Esterilização a vapor

Tanto na amamentação como na alimentação a biberão, todos os bebés engolem sempre um pouco de ar, porém nem todos rea-

No aparelho de esterilização a vapor os utensílios a desinfectar são envoltos em vapor da

Pequenos problemas da alimentação

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gem da mesma maneira. O ar que chega ao estômago terá de sair, mas a altura em que sai e a rapidez com que é expelido difere de criança para criança. Certos bebés alimentados a biberão precisam de fazer várias pausas enquanto estão a beber. Outros há que querem esvaziar o biberão tão cedo quanto possível e gritam indignados quando uma mãe cuidadosa os interrompe para os pôr a arrotar. Não tardará a perceber qual dos comportamentos o seu bebé adota. A criança arrotará mais facilmente se após a refeição a puser de pé, direita, apoiada no seu ombro, e lhe for dando pancadinhas suaves nas costas. Não se esqueça de ter uma fralda preparada para o caso de o bebé bolçar.

Arrotar Se passados três minutos depois de comer o seu bebé não tiver arrotado, não se preocupe mais com o assunto. Talvez não tenha engolido assim tanto ar ou poderá ser que dessa vez passem horas até que de repente ele solte um grande arroto. Poderá deitá-lo na cama e ficar descansada, mesmo que por uma questão de segurança comece por colocá-lo sobre a barriga. Nesta posição o bebé poderá bolçar sem haver o perigo de asfixia.

jeite de todo a ingestão de alimentos, deverá procurar imediatamente um médico.

Digestão É importante prestar atenção ao aspecto das fezes, bem como à frequência com que as fraldas têm de ser mudadas. Estar-se-á perante uma situação de prisão de ventre quando as fezes forem duras (semelhantes a pequenos berlindes). Nesse caso verifique se o biberão está a ser preparado da maneira mais correta. O facto de a água conter demasiado calcário também poderá ser problemático. Talvez a casa esteja demasiado aquecida e o bebé tenha demasiada roupa vestida, o que o obrigará a transpirar e, sendo assim, a consumir líquidos que irão depois fazer falta nos intestinos. O resultado dessa situação são fezes mais duras ou mesmo a prisão de ventre. Se a temperatura ambiente for alta, dê mais líquidos a beber ao seu filho.

A síndroma do biberão

É normal que, ao arrotar, o bebé deite fora um

A chamada “síndroma do biberão” é o termo científico que designa uma série de problemas que ocorrem em estados muito precoces da infância e cuja manifestação mais frequente é a existência de cáries na dentição de leite. Os investigadores chegaram à conclusão que a principal causa desta situação é uma utilização abusiva do biberão: este é

pouco de leite. Com alguns bebés isso acontece quase regularmente após cada refeição, até ter cerca de seis meses e começar a juntar sólidos à sua alimentação. Desde que o bebé continue a aumentar de peso, não há razão para preocupações. Caso ocorram vómitos explosivos, em que o bebé vomita “em jacto”, ou caso o bebé re-

muitas vezes utilizado para administrar, durante demasiado tempo e com demasiada frequência, bebidas que contêm açúcar e/ ou substâncias aciduladas. Até mesmo as bebidas com açúcares naturais (a frutose e a lactose), bem como a água mineral com anidrido carbónico, poderão contribuir para a formação de cáries.

Vómitos e regurgitação

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E o que pode você fazer? Enquanto a criança não conseguir beber de uma chávena é quase impossível prescindir da utilização do biberão. Enquanto o seu filho tiver de ser alimentado à boca, deverá ser você a única pessoa a fazê-lo, tanto a nível de líquidos como das refeições propriamente ditas! Habitue o seu filho desde muito cedo (entre o 9º e o 12º mês de vida) a beber de uma chávena, com vista a prevenir eventuais problemas nos dentes. Existem chávenas próprias para bebés, que foram estudadas de modo a ser inquebráveis e a não verter líquidos com grande facilidade, que podem ser seguradas por mãos pequeninas e que facilitam consideravelmente a transição.

“Sapinhos” Se tiver a impressão que, ao sugar, o seu filho sente dores ou tem qualquer outro tipo de problema, não deixe de olhar para a boca deste: se aí encontrar pintas brancas na língua, no céu da boca, e nas mucosas das bochechas, trata-se de “sapinhos”, uma infecção provocadas por fungos. À primeira vista

parecerá tratar-se de restos de leite, porém não conseguirá removê-los com uma cotonete. Se experimentar fazê-lo, proceda com muito cuidado. Deverá dirigir-se ao pediatra, que lhe receitará a medicação que impedirão a multiplicação do fungo. As tetinas e as chupetas deverão ser substituídas. Caso esteja a amamentar, é aconselhável tratar também os mamilos para prevenir que a criança volte a ser infectada.

Introdução de novos alimentos Ouvirá com certeza um sem número de conselhos contraditórios em relação a quando deve introduzir o quê na alimentação do bebé. As recomendações aqui incluídas foram elaboradas por pediatras. De acordo com essas recomendações não deverá começar com a introdução de outros alimentos que não o leite antes dos 4 a 6 meses do bebé. Antes disso os lactentes não desenvolveram ainda a capacidade de mastigar e morder. Crianças que corram o risco de desenvolver alergias não deverão receber outros alimentos para além do leite antes dos 6 meses.

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O bebé já não fica satisfeito Se tiver a impressão que antes ainda do 4º mês de vida o seu filho deverá começar a consumir alimentos sólidos, fale com o pediatra, médico ou enfermeira de família, que são os profissionais competentes para a orientar nesta matéria. Certas crianças sofrem um grande salto no crescimento no terceiro mês de vida, pelo que desenvolvem grande apetite. Se a criança ficar irrequieta ou estiver invulgarmente esfomeada, experimente amamentá-la mais vezes ou aumentar a quantidade de líquido no biberão antes de começar com a introdução de sólidos. Nunca introduza os novos alimentos no biberão. Talvez o seu filho apenas tenha sede. Dê-lhe mais água fervida e arrefecida a beber, chá sem açúcar ou sumo de fruta bem diluído. Se apesar da maior quantidade de líquidos a criança mostrar sinais de fome, por exemplo chuchando nos dedos ou acordando mais frequentemente de noite, estará na altura de introduzir novos alimentos. O mais tardar após o sexto mês deverá iniciar

a transição para os alimentos sólidos. Por volta desta altura as reservas de ferro que ele tinha desde o nascimento já se esgotaram e a carência terá de passar a ser suprida através da ingestão de outros alimentos. O leite por si só já não é suficiente para cobrir as necessidades crescentes do bebé em termos de energia e de nutrientes. Para além disso, quanto mais velho for, com mais dificuldade o bebé se habituará a novos sabores.

Desmamar As mães que não experimentam quaisquer problemas com a amamentação ver-se-ão a partir dos 6 meses de vida do bebé a braços com a dúvida sobre se será esta a altura certa para desmamar. Certos pediatras recomendam que a partir desta altura se verifique o desmame gradual, pois os benefícios da amamentação deixam de pesar tanto quanto os da introdução de novos alimentos.

Como é que se desmama corretamente? De preferência faça-o gradualmente. Não

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substitua todas as mamadas logo de uma vez, mas antes a pouco e pouco, com cerca de duas semanas de intervalo. Esta solução será melhor para o bebé, mas também para a sua própria figura. De início comece por substituir por uma papa apenas uma das refeições diárias, mais tarde duas e assim por diante.

Diversificação alimentar do bebé A alimentação complementar será de extrema importância para o bebé poder desenvolver a capacidade de mastigar e morder. Aprender a mastigar desempenha um papel muito importante no desenvolvimento da fala do seu bebé. Também é importante que tenha contacto com novos sabores, cheiros e texturas pois quanto mais tarde tal acontecer mais dificuldade vai ter o bebé de se habituar a estes.

Como iniciar a diversificação alimentar? A introdução de novos alimentos na alimentação do seu bebé deve ser feita sempre de acordo com a orientação/recomendação do médico que acompanha o bebé. A cada três dias deve introduzir um alimento novo, para que a adaptação do bebé seja gradual e também para conseguir detetar com mais facilidade possíveis alergias ou intolerância alimentares. Comecemos pelo mais importante: tenha muita paciência e tempo disponível quando estiver a dar de comer. Caso o bebé demonstre que não tem mais vontade de comer, não insista. Se o seu filho fizer caretas e cuspir a papa toda, não se preocupe. Volte a oferecer-lhe uma colherada e, se ele voltar a recusá-la, espere alguns dias para voltar a tentar.

O melhor será usar uma colher de plástico mais ou menos rasa e sem quaisquer pontas aguçadas. De início encha pouco a colher e deixe a criança sorver a papa da ponta da colher. Também os pratos e a chávena deverão ser de plástico apropriado para crianças, pois mais cedo ou mais tarde irão parar ao meio do chão. Escolha cores fortes e o bebé não tardará a identificar o seu prato e a saudá-lo com alegria. Comece por substituir uma das mamadas ou refeições de biberão por uma sopa de legumes.

A primeira sopa do bebé A primeira sopa deve ter a consistência de puré, deve ser muito simples, pode conter cenoura e/ou abóbora, um pouco de cebola e/ ou um dente de alho pequeno. Pode também incluir batata. Não deve adicionar sal à sopa do bebé e deve cozer bem os alimentos que nela constam. Após a cozedura e antes de triturar os ingredientes deve adicionar uma colher e meia de azeite à sopa. O azeite não deve ser cozinhado. O puré deve apresentar uma consistência suave e sem pedaços.

Introdução de novos ingredientes às sopas Depois de introduzir a cenoura, a abóbora, a cebola, o alho e a batata, poderá começar por introduzir outros legumes e hortaliças. Opte por utilizar sempre a mesma base (cebola, alho, cenoura e/ou abóbora e batata) adicionando um novo ingrediente de cada vez para que a transição de sabores seja mais suave. Esta introdução deve ser gradual e conter alimentos como alface, couve branca ou alho francês. Dê preferência aos legumes e hortaliças mais tenros, de fácil digestão e menos

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alergénicos, que normalmente apresentam cor mais clara.

A primeira papa do bebé A primeira papa não pode conter glúten e poderá ser láctea ou não láctea. A primeira deve ser preparada apenas com água pois já contém leite, a segunda com o leite habitual do bebé. A papa deve ser preparada de acordo com as indicações da embalagem e sem adição de açúcares, incluindo o mel. Inicialmente deve ser de consistência fina. Com a habituação do bebé à papa poderá aumentar a consistência de acordo com o gosto do seu bebé. Se sentir que o seu bebé não fica satisfeito no final da refeição, experimente na próxima prepará-la com mais água/leite, pode acontecer que o seu bebé esteja apenas com sede.

As primeiras frutas do bebé A partir dos 4 meses pode iniciar a introdu-

ção de algumas frutas na alimentação do seu bebé. É importante referir que a fruta deve ser dada como sobremesa e não como substituto de uma refeição. Aconselha-se a introdução de frutas como a maçã, a pera e a banana nesta etapa devido ao seu fraco potencial alergénico. As frutas devem ser bem lavadas e descascadas no momento em que vão ser consumidas. Preferencialmente ofereça a fruta crua e madura, opte por ralar ou esmagar até obter a consistência de um puré sem grumos. Não é necessário adicionar açúcares, incluindo o mel, pois a fruta já contém açúcares naturais.

Introdução de outros alimentos Por volta do sexto mês poderá começar a introduzir a proteína animal na alimentação do seu bebé. Comece pela carne, potencialmente menos alergénica que o peixe, dê preferência a cortes magros e sem gorduras. Este é um alimento com elevado conteúdo

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de proteínas e grande valor nutricional, muito importante para esta fase de desenvolvimento do bebé. Para que o bebé se habitue a este novo sabor, sugerimos que no primeiro puré coza a carne juntamente com os legumes mas que a retire antes de triturar, oferecendo assim um puré com sabor a carne mas sem a sua textura. O próximo puré já deverá conter a carne cozida e os legumes triturados em conjunto, devendo a consistência ser gradualmente menos homogénea para que o seu bebé desenvolva a capacidade de mastigar e morder. A carne de porco só deverá de ser introduzida na alimentação do bebé a partir dos 12 meses devido ao seu carácter alergénico. A introdução do peixe na alimentação do bebé deverá ser feita apenas por volta do 8º mês Nesta etapa deverá introduzir os peixes brancos. Peixes como o salmão, sardinha ou carapau só deverão ser introduzidos após os 12 meses. O peixe deve ser cozido separadamente, devem ser removidas todas as espinhas e a pele e só depois adicionado ao puré. Deverá alternar entre purés de legumes com carne e purés de legumes com peixe na alimentação do seu bebé.

Por volta do 9º mês poderá introduzir o ovo. A introdução do ovo deve ser gradual, começando por esfarelar 1/4 da gema sobre a sopa de legumes. Pode ir aumentando 1/4 de gema por semana, devendo ao final de um mês o seu bebé já comer uma gema inteira. Nunca excedendo duas gemas por semana. A clara do ovo só deve ser integrada na alimentação do bebé após o primeiro aniversário. Sendo o ovo uma proteína animal não deve incluir a gema em sopas que contenham carne ou peixe.

Higiene na cozinha Se quiser ser você mesma a cozinhar para o seu filho deverá esterilizar os utensílios da alimentação e tudo aquilo que entrar em contacto com o leite pelo menos até a criança ter seis meses de idade. Depois dessa altura bastará que mantenha a higiene normal própria da cozinha, sendo que aparelhos como o passe-vite, o ralador, a varinha mágica, a picadora, entre outros, que entrem em contacto com a comida, deverão ser minuciosamente lavados e limpos.

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Quando introduzir alimentos sólidos Com cerca de oito ou nove meses poderá começar a introduzir alimentos que não estejam inteiramente reduzidos a puré. Caso a criança comece agora a tomar as primeiras refeições em conjunto com a família, é certo que de início estas terão de ser passadas, mas daí a pouco tempo com certeza já bastará que desfaça os alimentos com um garfo. Não desperdice as oportunidades em que a criança prova com curiosidade alimentos inteiros. Certas crianças tornam-se tão mandrionas e pouco interessadas em mastigar, que não querem outra coisa senão comida em papas. Logo que a criança consiga sentar-se com segurança, deverá estar presente e sentada na sua cadeirinha alta durante as refeições. Quando esta der a entender que quer provar algo, não lhe coloque logo à frente um prato cheio, dê-lhe antes apenas um bocado. Perto do fim do primeiro ano, o seu bebé tolera já comer praticamente tudo, desde que você use parcimoniosa-

mente o sal e a gordura. Cebolas, couves e leguminosas não deverão ser dadas senão a partir do segundo ano de vida.

Comer sozinho Desde cedo deverá começar a fomentar a independência do seu filho, mesmo que de início este espalhe tudo por todo o lado e fique tudo sujo. Dê-lhe para a mão uma colher, com a qual ele tentará levar a comida à boca por si mesmo. Ou então prepare-lhe uma refeição que ele possa comer com as mãos: pequenos pedacinhos de pão, cubinhos de queijo, pedaços de banana e de pera etc. Se a criança quiser começar a “afiar os dentes”, um pedaço de maçã descascada é o ideal. Poderá mordê-lo à vontade, sem correr grande perigo de se engasgar. De modo algum deverá, porém, deixar a criança a mordiscar alimentos mais sólidos sem qualquer vigilância. ●

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Higiene e cuidados do bebé A maioria das mães sente-se um pouco apreensiva ao ter de dar banho pela primeira vez ao seu bebé. Apesar dos seus receios, experimente fazê-lo! Não tardará a saber qual a maneira mais segura de pegar no bebé. Desde os primeiros dias que qualquer recém-nascido pode tomar banho todos os dias, independentemente do facto de o resto de cordão umbilical ter ou não caído. Lembre-se, porém, de que não é forçoso que a criança tome banho todos os dias; se a lavar diariamente, bastará que lhe dê banho uma vez por semana. O rosto, as mãos, o pescoço, as axilas e, naturalmente, a zona coberta pelas fraldas devem ser lavadas e secas todos os dias com muito cuidado. As mãos e o rosto terão de ser limpas com mais frequência, para o bebé andar sempre fresco e lavado. De cada vez que a fralda for mudada deverá também o rabinho e os órgãos genitais ser cuidadosamente lavados ou limpos com óleo para bebé, ou com toalhitas húmidas.

A lavagem matinal diária De início os bebés têm sempre de ser mantidos quentinhos, uma vez que ainda não são capazes de regular a temperatura corporal como os adultos. Certifique-se que sempre que trocar a roupa do bebé ao seu redor está uma temperatura agradável, nunca abaixo dos 22º C. Antes de começar, verifique se tem à mão todos os utensílios de que irá precisar. São eles por exemplo o algodão, as toalhitas, o óleo para bebé, o sabonete para bebé, o creme, a loção para o corpo, os lenços de papel, a fralda, bem como as roupinhas limpas. Poderá também ter um recipiente próprio para meter a roupa suja e outro para meter as fraldas e os pedaços de algodão sujos. Inspecione bem os olhos, as cavidades nasais e as orelhas. A própria natureza do corpo humano permite que estas zonas

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se mantenham limpas; apenas precisará de retirar e limpar pequenos restos, não sendo necessária uma rotina de limpeza muito rígida. Utilize cotonetes com muito cuidado, procurando não as introduzir demasiado nos ouvidos e nariz. Vá despindo o bebé aos poucos. Lave-lhe primeiro a cara e seque-a cuidadosamente. Depois dispa a camisola interior ao bebé e lave em volta do pescoço e debaixo dos braços. Quando o secar, tome atenção às pregas

ças, com as pontas arredondadas. Com certas crianças, a melhor altura para cortar as unhas é quando estão a dormir. De seguida lave a zona genital do bebé, dedicando particular atenção às pregas da pele. Nunca tente puxar para trás o prepúcio do seu filho. No fim do primeiro ano de vida tal já começará a ser possível. Se tiver uma filha, lave apenas a zona exterior da vagina e limpe sempre para trás, na direção do rabinho, e nunca ao contrário, para evitar o risco de

e rugas da pele. Uma pele húmida constitui a condição ideal para o desenvolvimento de fungos e bactérias. Vista-lhe então uma camisola interior lavada e embrulhe o bebé numa toalha seca. Se, ao lavar as mãos da criança, descobrir que as unhas precisam de ser cortadas, utilize uma tesoura de unhas própria para crian-

infecção. Por fim vire a criança de costas para si e lave-lhe o rabinho. Depois de secar bem o bebé, poderá esfregar a sua pele com um óleo próprio.

O banho De início o banho demora apenas alguns mi-

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nutos. A casa de banho deverá estar a uma temperatura ambiente de 22º C. A temperatura no quarto de dormir nunca deverá estar acima dos 18° C. A segurança deverá estar sempre em primeiro lugar. Certifique-se de que a criança não conseguirá alcançar os canos ou as torneiras de água quente, a caldeira, nem tão-pouco um aquecedor ou irradiador de calor. Por uma questão de segurança, deverá sempre deixar correr a água fria para a banheira. Experimente a temperatura da água com a parte interior do pulso, com o cotovelo, ou então com um termómetro: deverá estar entre os 36,5° e os 37° C. Uma altura de água de 10 cm é mais do que suficiente. Nunca deixe a criança sozinha na banheira. Bastam poucos centímetros de água para um bebé se afogar. Se a campainha da porta ou o telefone tocarem, leve consigo o bebé enrolado numa toalha. Para colocar o bebé na banheira, pegue-lhe da maneira que a seguir explicamos.

Como segurar o bebé no banho 1. A sua mão esquerda coloca-se abaixo da cabeça do bebé e segura o ombro direito dele, com o polegar para cima. Deste modo conseguirá ter a cabeça da criança apoiada no seu antebraço e poderá com a outra mão pegar nos pés ou rabinho para o segurar, levantar e colocar suavemente na banheira. 2. Continue a segurar a criança com a mão esquerda e lave-o com a direita. 3. Vire-o agora de costas para si o peito dele estará agora apoiado no seu braço esquerdo, e lave as costas e o rabinho. 4. Para levantar a criança da banheira, segure-a como fez no início e deite-o logo sobre uma toalha seca.

5. Por fim deverá lavar-lhe o cabelo. Utilize um champô especial para bebés. Tenha atenção para, ao tirar a espuma, não molhar o rosto do bebé. O banho é uma excelente oportunidade para verificar cuidadosamente o corpinho do bebé da cabeça aos pés. As pregas de pele em redor do pescoço, nas axilas e na zona genital deverão ficar sempre bem secas para não haver assaduras.

SUGESTÕES PARA O BANHO Comece sempre por deitar a água fria e só depois a quente para a banheira. Misture bem antes de verificar a temperatura. Nunca juntar água quente ao banho quando o bebé já se encontrar dentro da banheira. Nunca deixe o bebé, ou qualquer criança pequena, sozinho na banheira. Certifique-se de que tem à mão tudo aquilo de que precisa para o banho. Tenha o cuidado de não deixar a criança chegar perto da torneira de água quente, nem de quaisquer aquecedores ou irradiadores de calor. Se der banho à criança na banheira dos adultos, coloque sempre no fundo um tapete de borracha anti-derrapante.

As fraldas Hoje em dia as crianças usam fraldas durante dois a três anos, pela simples razão de

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que não as habituamos a usar o bacio mais cedo, optando por um método mais prático. Com as fraldas descartáveis, mudar a fralda ao bebé deixou de ser uma maçada, em vez disso trata-se de uma tarefa rápida e simples. Hoje em dia, a mudança das fraldas tornou-se até uma boa ocasião para brincar e mimar o bebé, bem como até para fazer um pouco de ginástica com ele. Existem basicamente dois métodos para resolver a questão das fraldas do bebé: poderá optar pela fralda de pano ou pela fralda descartável. Do ponto de vista do bebé, os aspectos importantes são os seguintes: as fraldas não deverão arranhar a pele, terão de absorver e reter bem a humidade, para além de, sem comprometer a eficácia, proporcio-

evidente que seria quase impossível mudar-lhe a fralda a esse ritmo. Não se deixe levar pela vontade exagerada de tê-lo sempre seco. A pele do bebé aguenta bem um pouco de humidade, pelo que é perfeitamente suficiente que mude a fralda após cada refeição ou no intervalo, quando “lhe cheirar”.

nar espaço suficiente entre as pernas para que o bebé tenha liberdade de movimentos e não ocorram quaisquer prejuízos para as articulações da bacia.

mais frequência, chegando o nariz mais perto ou abrindo mesmo a fralda. Sempre que mudar de fralda, limpe bem o rabinho com água, mas sem sabão (todos os excrementos do corpo são solúveis em água), ou então passe-lhe uma toalhita de bebé embebida em óleo para bebé. Os restos de pomada são mais fáceis de reti-

Frequência da mudança de fraldas Nos primeiros meses, o seu filho irá molhar a fralda sensivelmente de 20 em 20 minutos! É

Cuidados de higiene na mudança de fraldas Mude as fraldas sempre que se der conta de que têm “presente”. Quando a urina e as fezes se misturam, forma-se o amoníaco, que ataca a pele suave do bebé. Caso o bebé use calças protetoras de plástico sobre as fraldas de pano, poderá não dar logo pela presença das fezes, mas bastará que verifique com

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rar se utilizar um algodão com óleo ou então toalhitas.

Deixe a pele apanhar ar! Depois da limpeza, sempre que possível deixe o seu bebé espernear um pouco sem fralda. É claro que o quarto tem de estar a uma temperatura agradável (entre 22 a 25 graus). Para que ele não se molhe, deite-o de barriga para cima, sobre uma fralda aberta. Desde que o bebé não seja ainda muito irrequieto e não se desvie da fralda, não haverá qualquer problema.

E quando o rabinho fica assado? Caso a pele tenha ficado inflamada, tem de ser limpa com muito cuidado. É preferível usar óleo para bebé do que água. Perante esta situação o rabinho da criança deverá apanhar ar com mais frequência ainda e as fraldas não deverão ser muito apertadas, para deixar entrar mais ar. Para crianças com a pele particularmente sensível é recomendável o uso de uma fina camada de pomada para assaduras. Se a vermelhidão não passar ao fim de alguns dias, e caso se tenham desenvolvido borbulhinhas e gretas, leve o seu filho ao pediatra. Poderá estar perante uma infecção por fungos (“sapinhos”), que tem de ser combatida com medicamentos.

No entanto há erupções cutâneas que são mais persistentes e torna-se importante descobrir a sua causa. A pele de um bebé é delicada e sensível. Muitos bebés reagem alergicamente a substâncias muito perfumadas, pelo que deverá utilizar apenas produtos de higiene e cremes de corpo que sejam também indicados para bebés. Caso os problemas de pele do seu filho persistam, deverá consultar o médico. O facto de vestir ao seu filho roupinha de algodão em contacto com a pele também ajuda. A roupa deve ser muito bem enxaguada após a lavagem.

Dermatites (Milia) Nos primeiros 14 dias, o recém-nascido pode apresentar manchas brancas, por norma em volta do nariz, às vezes por toda a cara. Estas manchas desaparecem por si com o tempo e não devem ser tratadas.

Borbulhinhas Trata-se da erupção de manchas vermelhas no rosto, bastante vulgar nos primeiros meses. É sempre mais visível na metade da cara sobre a qual o seu filho esteve deitado. Também esta erupção desaparece sem tratamento ao fim de algumas semanas.

Cieiro e baba Quanto o vento está forte ou quando o ­­seu

A pele do bebé A maioria dos bebés desenvolve erupções cutâneas ou outros problemas de pele durante o primeiro ano de vida. Embora algumas vezes sejam motivo de preocupação, pois podem ter um aspecto desagradável,estas alterações da pele costumam desaparecer sem qualquer tratamento.

filho se baba muito devido ao rompimento dos dentes, pode surgir uma erupção cutânea no rosto. Aplique sobre as zonas do rosto afetadas um creme paliativo que proteja e sare a pele. A pele seca é um problema bastante comum, sobretudo no Inverno. A pele fica áspera e pode causar um pouco de comichão.

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Para algumas crianças, sobretudo se na família existem doenças alérgicas, este é o primeiro passo para o “eczema do lactente” (neurodermite). É muito importante iniciar o tratamento a tempo.

Urticária É uma erupção cutânea de origem alérgica, na qual surgem manchas vermelhas de um até vários centímetros de diâmetro, as quais podem confluir e provocar comichão. Esta erupção pode dever-se, por exemplo, à alimentação, a medicamentos, ao contacto com plantas ou ao pelo de animais. Aplique uma compressa fria sobre as zonas afetadas, de modo a diminuir o inchaço. Na maioria das vezes, a erupção desaparece rapidamente. Em casos extremos, ou quando estão afetadas as zonas da pele à volta dos olhos ou da boca, deve dirigir-se imediatamente ao médico.

Crosta láctea Esta erupção de caspa gordurosa branca ou amarela, que forma um “barrete” de crostas sobre a cabeça do bebé, é muito comum. Lave diariamente o cabelo do seu filho com um champô especial para bebés. Também pode embeber as zonas encrostadas com óleo de bebé durante a noite.

Sapinhos Os sapinhos é uma infeção por fungos relativamente frequente. Começa sempre na cavidade bucal. Os fungos chegam à zona do reto, e às fezes, através do tubo digestivo. Neste ambiente quente e húmido conseguem multiplicar-se rapidamente e atacar a pele. Enquanto na cavidade bucal se observam manchas brancas impossíveis de remover sobre a língua e nas mucosas das bochechas, no rabinho surgem manchas não dolorosas, mas que se disseminam rapidamente. Se não for tratada a tempo, esta

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erupção pode espalhar-se pelo corpo todo.

Dermatite Atópica É uma das formas mais frequentes de eczema. Inicia-se na infância e desaparece na maioria dos casos na adolescência, sendo que pequena percentagem se mantém na idade adulta. As causas da dermatite atópica são multifatoriais. Nas crianças as lesões de eczema distribuem-se preferencialmente pela face, pescoço, pregas dos braços, pernas e tronco. O primeiro pilar no tratamento desta patologia cutânea é cuidar da pele e mantê-la hidratada.

O choro do bebé O choro é o único meio de comunicação que um recém-nascido tem à sua disposição. Nas primeiras semanas nunca se sabe ao certo por que razão o bebé chora e grita. A pouco e pouco, com o tempo, vai começando

a reconhecer certas diferenças e vai agindo de acordo com elas. É importante o modo como a mãe reage ao choro do bebé. Estudos demonstraram que os filhos de mães que reagem depressa ao choro são crianças mais satisfeitas e que se sentem mais seguras, ao passo que crianças cujo choro é ignorado durante bastante tempo, tendem a recorrer aos gritos para chamar as atenções.

Amor e contacto físico Quando o seu filho estiver a chorar, deverá sempre deixar-se conduzir pelos seus sentimentos. A criança precisa de muito amor e de contacto físico e a este respeito nunca será demasiadamente “mimado”. Na nossa cultura tendemos a considerar a necessária prestação de cuidados ao bebé com desvelo como sendo prejudicial ou sinónimo de “estragar com mimos”. Se tiver a impressão de que o seu filho grita demasiado, deverá perguntar ao médico.

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Considera-se “choro excessivo” o facto de as fases de choro serem tão demoradas e tão frequentes que você fica com a impressão que a criança passa o tempo todo a chorar e que nunca se acalma. Neste caso, será necessário um exame médico, uma vez que as causas de um choro constante poderão ser várias. Pode tratar-se de doenças que provoquem dores, otites, uma alergia ao leite de vaca, problemas de dentição ou intestinais. Choros intensos com intervalos livres podem indicar problemas obstrutivos intestinais. Consulte o seu médico ou recorra ao serviço de emergência.

SUGESTÕES Comece por perceber se a criança não tem fome ou sede! Verifique se não está demasiado quente ou demasiado fria! Pegue no seu filho ao colo. Faça movimentos lentos, como que a embalá-lo. Fale com a criança ou cante-lhe uma canção. Ande um pouco com ele de um lado para o outro. Tente fazer-lhe uma pequena massagem. Vá passear com o seu filho, a pé ou de carro. Isso ajudará a distrai-lo!

Cólicas nos primeiros três meses Até aos três meses de idade as cólicas são a causa mais frequente do choro e dos gritos dos bebés. Cerca de 10 a 20 minutos após a ingestão de

alimentos o lactente pode começar a gritar. Numa cólica típica o bebé emite gritos estridentes e penetrantes, por vezes ao longo de várias horas. Os problemas surgem habitualmente nas primeiras horas da noite e parecem passar durante o dia. O bebé apresenta um aspecto tenso, e o abdómen distendido e duro. É possível que, com as dores, apresente os joelhos dobrados. É frequente ter o rosto bastante avermelhado. A origem destas dores reside sobretudo na formação de espuma e de bolhas de ar no estômago do bebé. Por essa razão deverá, ao preparar as refeições do bebé, ter em atenção que o biberão não deve ser abanado a ponto de ficar com espuma e bolhas de ar. Movimentos rítmicos, calmantes e lentos poderão ajudar. Faça massagens na barriga do bebé (sempre no sentido dos ponteiros do relógio). Poderá também pegar no seu filho ao colo e ir dar um passeio com ele. Certos produtos contra as cólicas, tais como produtos naturais ou fármacos sob a forma de gotas, demonstraram ser eficazes. Pomadas com elevado teor de ervas como a alcaravia podem também ter efeitos benéficos.

O sono do bebé Durante as primeiras semanas de vida o seu bebé não obedece a qualquer horário. Certos bebés chegam a dormir 16 horas por dia, outros dormem menos. A necessidade de sono varia de criança para criança. Durante as primeiras semanas, e por vezes durante mais tempo, são inevitáveis as interrupções do sono a meio da noite, uma vez que o seu bebé tem de ser alimentado. A maioria das mães aceita estas noites perdidas como parte integrante dos cuidados necessários a prestar ao recém-nascido, porém

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a falta de sono consegue levar à exaustão até os mais dedicados dos pais. Por essa razão deverá ao longo do dia, quando também o seu bebé dorme, aproveitar para dormitar ou descansar. Muitos bebés precisam de alguma ajuda para encontrar a sua rotina de sono. No princípio, faz sentido manter as refeições noturnas segundo as necessidades do bebé. Fale baixinho e mantenha o quarto pouco iluminado de modo a que o bebé vá percebendo que existem diferenças entre o dia e a noite. Se desde o início fixar uma hora para dormir, outra para dar banho, para lhe mudar de roupa, para lhe dar de comer e para brincar um pouco com ele e dar-lhe mimos, seguida de outra para finalmente o voltar a pôr na cama, poupará uma série de problemas no futuro. Embalar a criança suavemente poderá ser uma grande ajuda quando tiver de adormecê-la. Estabeleça a rotina que antecede a hora de deitar: banho, jantar, brincadeira e um período de calma. Se o bebé chorar, espere alguns minutos antes de entrar no quarto. Se o bebé usa um objecto preferido, não se esqueça de o deixar em local onde o bebé o veja e consiga agarrar. Se lhe parecer que o bebé tem sede, dê-lhe água fervida fria. Se o seu filho não gostar do escuro, deixe acesa uma luz fraca durante a noite.

Também a voz da mãe a cantar baixinho ou o som de um brinquedo musical poderão ter o mesmo efeito. Se, por exemplo, o seu bebé acordar de noite e gritar e for imediatamente alimentado, este comportamento depressa se pode tornar um hábito. Se o seu filho está sempre a acordar durante a noite, deverá então tentar encontrar o motivo. Se realmente acha que ele tem fome, talvez resulte dar-lhe uma papa simples ao deitar. Se tiver a sensação de que ele tem é sede durante a noite, dê-lhe então um pouco de água fervida fria em vez do leite.

Os sapatinhos Para andar há que ter pezinhos saudáveis Apenas 1 % de todos os bebés nascem com defeitos nos pés, no entanto à medida que aumenta a idade a percentagem de crianças com problemas nos pés pode aumentar. Os pés dos bebés podem andar descalços, pois desse modo a criança conseguirá mexer os pés mais livremente do que se tivesse meias ou sapatos calçados. O próprio movimento gera calor, para além de que a camada de gordura que os bebés têm na sola dos pés protege de modo suficiente contra quaisquer perdas de temperatura. Quando a criança começa a andar, para andar em casa bastará calçar umas meias. Muitos pais desconhecem as consequências em termos de saúde resultantes do facto de obrigarem os seus filhos a usar sapatos que já não são adequados, para além de controlarem com muito pouca frequência o crescimento dos pés das crianças. O comprimento e a largura corretos só podem ser detectados se o pé for medido por vendedores especializados nas lojas de calçado.

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Exigências a nível dos sapatos O sapato deverá sempre ser mais comprido que o pé cerca de 1/2 número, pois a cada passo que a criança dá o pé pressiona a biqueira do sapato. O sapato deverá ter a largura adequada. Se forem demasiado largos, ficar-se-á com a impressão de que são demasiado grandes. O sapato deverá ter uma forma que se adapte ao pé. Os dedos não deverão estar sujeitos à mínima pressão, seja da frente, seja de cima. O sapato deverá ser flexível, acompanhar os movimentos e flexões do pé. Deverá ser igualmente confortável e protetor. Sempre que possível em casa, deixe a criança andar descalça ou calçada com uma meia antiderrapante.

Frequência com que deve mudar os sapatos Quando a criança já anda, os pés crescem muito depressa. Todos os 3 ou 4 meses, sempre que os pés sejam medidos, deverá comprar dois pares de sapatos, uma vez que, mesmo tratando-se de um couro de boa qualidade, durante uma única noite não seca toda a humidade transmitida ao sapato pelo pé durante o dia.●

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A saúde do bebé Este capítulo constitui um “manual” das doenças mais vulgares das crianças e respectivos tratamentos. No entanto, se estiver seriamente preocupada com a saúde do seu bebé, não hesite em contactar o pediatra de imediato. Regra geral, pode afirmar-se o seguinte: Uma criança doente nunca deve dormir sozinha. Das duas uma: ou um dos pais vai dormir para o quarto da criança ou então a criança vai dormir para o quarto dos pais. Nas doenças mais vulgares das crianças, como constipações acompanhadas de febre, tosse e doenças infecciosas, deve sempre dar à criança muitos líquidos e baixar-lhe a temperatura.

Febre Quando a febre é alta, perdem-se muitos líquidos através da transpiração e até mesmo através do ar que se expira. A consequência é as crianças ficarem com muita sede. A febre é uma reação natural do corpo: a temperatura normal varia entre os 36,5° e os 37,5°. A partir dos 38,5°C, fala-se já de tem-

peraturas elevadas. Com 39° ou 40°C, a testa está quente ao tacto. A consequência é por vezes bochechas muito vermelhas e o corpo a escaldar. Se a criança atingir temperaturas superiores a 39°C durante os primeiros três meses de vida, deve informar imediatamente o médico.

Medir a temperatura Durante os primeiros dois anos, será preferível medir a temperatura no ânus (aplique primeiro um pouco de creme, para que o termómetro escorregue melhor). Mais tarde, poderá medir a temperatura na boca, colocando o termómetro debaixo da língua. Quando se mede a temperatura debaixo do braço (na axila) o resultado pode não ser tão exato. Existem também aparelhos de leitura digital que se aplicam no ouvido externo.

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Baixar a febre O antigo costume de pôr compressas frias à volta das pernas é bastante útil: molhe uma toalha em água fria e enrole-a à volta das pernas da criança. Após dez minutos, renove a compressa – repita, ao todo, três vezes. Depois faça uma pausa durante algum tempo. O objectivo destas compressas frias nas pernas é retirar calor ao corpo. As compressas não devem nunca ser aplicadas caso as pernas estejam frias, não obstante o corpo apresentar uma temperatura elevada! Poderá obter o mesmo efeito de um modo mais duradouro e mais simples se vestir o seu filho com roupa leve ou se o deixar nu, bem como se o cobrir apenas com um lençol. A temperatura baixará mais rapidamente se recorrer a supositórios especiais para bebés. Na primeira infância, é muito importante que

mantenha os braços e as pernas da criança quentes, mas que em contrapartida descubra as costas ou a barriga (consoante a posição), puxando as camisinhas e os casaquinhos para cima. Nunca agasalhe demais a criança, pois pode ser perigoso.

Convulsões febris Cerca de 5% das crianças passam pela experiência de um ataque convulsivo. A maior parte das vezes, este surge como uma convulsão febril. De repente, ainda antes de a mãe se dar conta da febre, a criança tem uma convulsão. Dá-se como uma elevação rápida da temperatura, mas a própria febre também pode ser a causa das convulsões. Sintomas: o bebé tem espasmos nos braços e nas pernas e revira os olhos. Um ataque destes dura em regra entre 1 a 3 minutos.

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Terá de deitar a criança de lado, de modo a que não possa entrar nada nas vias respiratórias, caso esta tenha vómitos. Recorra imediatamente aos serviços de emergência ou ao seu médico. Não deverá interromper nunca uma convulsão: não pode pegar na criança nem aplicar-lhe compressas frias ou molhadas sobre a cara ou o peito. Limite-se a deitar a criança de lado, para que o muco possa escorrer da sua boca. Fique atenta ao relógio e observe os espasmos. O seu médico irá perguntar-lhe mais tarde se o ataque se deu só de um lado ou se afetou só um braço ou um lado da boca. A visão da criança inconsciente não é uma imagem fácil de suportar pelos pais.

Constipações e tosse Regra geral, os primogénitos têm menos possibilidades de contágio, pois contactam menos com outras crianças. A “cadeia das constipações” começa apenas no infantário – 7, 8, 10 ou 12 constipações por ano, nas quais cada fase pode durar entre 3 a 4 semanas. Algumas crianças passam a infância até aos seis anos sempre constipadas e com tosse; depois disso, o seu sistema imunitário fica mais desenvolvido e são poucas as infeções que vingam. A princípio, a tosse acompanhada de febre é seca; depois passa a apresentar expetoração. O muco do nariz é inicialmente claro como a água; depois torna-se branco amarelado, acompanhado portanto de pus. Os lactentes podem passar por algumas dificuldades quando constipados, pois a respiração nasal fica dificultada. Precisará da ajuda do seu médico, o qual lhe receitará gotas

para o nariz e para a tosse. A tosse costuma acentuar-se entre a meia-noite e as 3 horas da manhã portanto, numa altura em que o sono já não é tão pesado. Só então é que aquilo que provoca a irritação dos brônquios poderá soltar-se. De um modo geral, a tosse é uma reação que faz sentido: é a única maneira que o organismo tem de libertar a “porcaria”.

Bronquite A bronquite é uma doença que deve ser levada a sério, pois pode tornar-se crónica e conduzir à asma quando não é bem curada. As ramificações finas dos brônquios são atingidas. Os sintomas são: fortes ataques de tosse, respiração pesada e febre. A tosse com expetoração pode provocar vómitos. Na maioria dos casos, são receitados xaropes contra a tosse, chás especiais ou, em casos graves, antibióticos.

Asma Só uma pequena parte dos lactentes com bronquite obstrutiva desenvolvem mais tarde a asma brônquica, mas os indícios da doença são os mesmos: tosse, expiração dificultada e um leve chiar, a chamada pieira, que por vezes se ouve “ao longe”. Outras vezes o som é tão baixo que só o consegue ouvir se encostar um ouvido às costas da criança. Muitas crianças têm falta de ar e não conseguem respirar – nestes casos, precisará rapidamente de ajuda do seu médico. Poderá existir agravamento durante a madrugada.

Alergias As alergias aqui consideradas manifestam-se sob a forma de asma brônquica, da febre

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dos fenos, do eczema e, na primeira infância, de perturbações digestivas como, por exemplo, a intolerância ao leite de vaca. A propensão para as reações alérgicas é considerável, atingindo cerca de 10% das crianças. Se ambos os pais sofrerem de uma doença alérgica e caso tenha sido detetada uma subida da imunoglobulina E acima de 0,9 UI por litro no sangue do cordão umbilical, é bastante provável que ao longo da sua vida a criança venha a ter alguma reação alérgica. Os agentes que desencadeiam estas alergias podem ser pólens, ácaros do pó, fumo de tabaco, pelo de animais e certos alimentos (por exemplo, leite, ovos, peixe, frutos secos, citrinos). A estes agentes dá-se o nome de alergénios. Os pais das crianças afetadas devem remover todos os alergénios do meio ambiente da criança. Fale com o seu pediatra sobre as medidas a ser tomadas para a prevenção de alergias. Os recém-nascidos filhos de pais que sofram de alergias devem ser exclusivamente amamentados durante os primeiros 6 meses. A amamentação como único meio de fornecimento de alimento e a administração tardia de alimentos sólidos (só depois dos 6 meses) é atualmente considerada uma medida eficaz para prevenir alergias. Ficou demonstrado que o facto de a mãe que amamenta seguir uma dieta especial (abdicando do leite, ovos, frutos secos e peixe) não produz efeito. Caso a criança não possa ser exclusivamente amamentada, recomenda-se o leite em pó hipoantigénico e/ou hipoalergénico.

Neurodermite Na idade lactente, esta doença de pele é também chamada de eczema do lactente

ou eczema atópico. Provoca muita comichão e surge por surtos. Isto quer dizer que a criança passa constante e alternadamente por fases em que melhora e em que piora. Aconselha-se que mantenha contacto regular com o médico. A pele destas crianças é extremamente seca, pelo que só deverão tomar banho duas vezes por semana, eventualmente com um óleo de banho, mas nunca com outras substâncias. A pele deve ser hidratada três vezes ao dia com um creme gordo especial. O desconforto produzido pela comichão deve ser reduzido a todo o custo.

Vómitos Qualquer mãe sabe o que é “bolçar”, pois todos os lactentes regurgitam com alguma frequência. Nem sempre o vómito tem de ser indicativo de doença, mas algumas vezes pode ser. Registe a frequência e o conteúdo. Veja se fica com fome. As infeções das vias respiratórias ou as doenças gastrointestinais começam quase sempre por vómitos. Quando o seu filho vomita, quando não quer comer ou beber, segue-se provavelmente a diarreia. Encoste o seu ouvido à barriga da criança e ouvirá alguma agitação no seu interior. Tente dar-lhe chá, 1 a 2 colheres de chá a cada 10 minutos.

Diarreia É importante saber ver a diferença entre fezes diluídas, que podem resultar de uma perturbação digestiva, e a verdadeira diarreia. Quando estamos perante uma ligeira perturbação digestiva, haverá mais fraldas para trocar, mas as fezes mantêm a sua cor normal. Na diarreia, as fezes são mais frequen-

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tes e mais líquidas e podem conter muco ou manchas de sangue. Também o cheiro é diferente. A coloração pode tornar-se esverdeada. De qualquer modo, dirija-se ao médico. A diarreia em conjunto com vómitos (gastrenterite) é perigosa, sobretudo para os lactentes e as crianças na primeira infância. Devido à grande perda de líquidos, existe o perigo de desidratação. Uma criança que tenha perdido demasiados líquidos não reage a estímulos. A pele torna-se enrugada, os olhos ficam encovados, a boca está seca e já não molha as fraldas. É necessário tratamento hospitalar urgente.

Otites Na maioria das vezes, as otites surgem associadas a uma constipação. Numa inflamação, a mucosa incha de tal maneira dentro do ouvido médio que o líquido infecioso não consegue escorrer para fora do mesmo. A consequência: pressão sobre o tímpano, associada a dores fortes. A criança aponta para o ouvido, a mãe acalma-a e dá-lhe spray nasal, que faz desinchar a mucosa no ouvido. Este purga as segregações e as dores pas-

sam. Porém, se as bactérias tiverem subido, a inflamação provoca pus. Passados, por exemplo, 4 ou 5 dias da constipação, a criança fica novamente com febre e, devido à rápida propagação do pus, sofre de dores muito mais fortes. A criança não se queixa apenas grita de dores. Por vezes, nesta altura, o tímpano rompe-se, fazendo com que o pus saia, e o pior já terá passado.

Falso crupe Esta doença é causada por uma infeção de origem viral na laringe, a qual incha e inflama. A respiração é dificultada pelo aperto na laringe, é acompanhada de uma tosse ruidosa e, durante a inspiração, de um assobio. O falso crupe surge por motivos desconhecidos, geralmente durante a noite, no Inverno mais do que no Verão. Caso o seu filho tenha dificuldade em inspirar durante a noite, basta por vezes abrir a janela, pegar-lhe ao colo e acalmá-lo. Também pode ir com ele à casa de banho e abrir a torneira da água quente para aumentar a humidade do ar. Se nada disto ajudar, terá de chamar o médico ou dirigir-se ao hospital pediátrico mais próximo.

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As consultas do bebé A primeira consulta deverá ser ainda durante a primeira semana de vida do seu bebé, entre o 4º e o 7º dia. Nesta consulta será ainda realizado o “teste do pezinho” onde será extraída uma pequena amostra de sangue do calcanhar do bebé para efetuar o rastreio de eventuais problemas metabólicos ou da tiroide. O intervalo de tempo entre consultas irá aumentando gradualmente, sendo a consulta seguinte quando o bebé completar um mês de vida, e as seguintes aos dois meses, quatro meses, seis meses, nove meses e quando o bebé completar o primeiro ano de vida. O que devo esperar das consultas do bebé? O principal objetivo das consultas com o pediatra ou médico de família do bebé é avaliar o seu crescimento e desenvolvimento. O médico ficará atento a possíveis situações que comprometam ou afetem a qualidade de vida do seu bebé, tais como malformações congénitas, perturbações da visão, audição ou linguagem (a partir do primeiro ano de vida), ou perturbações do desenvolvimento ponderal ou psicomotor. Para além da avaliação do desenvolvimento do seu bebé, nestas consulta o médico aproveitará para transmitir aos novos pais conhecimentos importantes sobre hábitos promotores de saúde, informando os pais sobre a nutrição adequada a cada etapa do bebé, promovendo sempre o aleitamento materno em exclusividade até aos seis meses, brincadeiras e atividades para cada etapa do bebé e medidas de segurança a adotar em casa e no transporte do bebé. Será ainda abordado o Programa Nacional de Vacinação e a importância da vacinação, bem como dos cuidados de saúde oral. O

médico irá ajudar os pais a identificarem as doenças comuns dos bebés, ajudando-os a reconhecer quais as situações em que se devem dirigir aos serviços de saúde. A periodicidade das consultas do bebé foi determinada de modo a que as mesmas coincidam com as principais etapas de desenvolvimento do seu bebé para que os marcos de desenvolvimento possam ser avaliados pelo médico de família ou pediatra que acompanha o seu bebé, é por isso muito importante que cumpra sempre o calendário de consultas, ainda que o seu bebé não apresente nenhum problema.

Doenças infeciosas e vacinas Em janeiro de 2017 entrou em vigor o Novo Programa Nacional de Vacinação, cuja mensagem-chave é que a vacinação é para a vida, pretendendo oferecer a melhor proteção possível na idade adequada e o mais precocemente possível. Durante a nossa vida é normal que tenhamos contacto com diversos vírus, alguns mais inócuos como o vírus da gripe outros que podem apresentar consequências mais graves. Por este motivo recomenda-se a vacinação contra as doenças infeciosas graves o mais cedo possível. A vacinação consiste na administração de uma dose enfraquecida do vírus que o nosso corpo irá reconhecer e desenvolver os anticorpos necessários para o combater, sem que se manifestem os sintomas da doença. Assim, e de acordo com o novo Programa Nacional de Vacinação, os bebés começaram a ser imunizados ainda no ventre da mãe através da vacina contra a tosse convulsa que as grávidas devem tomar durante a gravidez, protegendo o bebé até que estes

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possam ser vacinados. Algumas vacinas conferem uma proteção prolongada, outras há que necessitam de ser reforçadas em intervalos regulares para que não percam o seu efeito preventivo. No primeiro ano de vida a o Programa Nacional de Vacinação deve ser meticulosamente seguido, sendo administradas as doses recomendadas nas idades corretas. Uma vez que o bebé não se encontra ainda imunizado existe um maior risco de contrair algumas doenças que podem ser graves e por esse motivo deve-se atuar de forma preventiva.

Recomendações sobre vacinas Existem regras e recomendações para a administração de vacinas. Embora os micróbios contidos nas “vacinas vivas” atualmente disponíveis sejam inofensivos para as pessoas saudáveis, poderão provocar situações perigosas de doença em pessoas cujo sistema imunitário apresenta problemas graves. Posto isto, existem regras diferentes para estas pessoas.

Hepatite B Os bebés têm de levar esta vacina imediatamente após o nascimento, para ficarem protegidos contra a perigosa infeção do fígado que pode ser desencadeada por este vírus.

Difteria A difteria é uma doença que pode ser fatal, pois forma depósitos na zona da laringe que podem levar à asfixia. As toxinas libertadas pelo metabolismo das bactérias da difteria podem causar graves danos na musculatura do coração. A vacina é por norma dada a bebés numa combinação tripla, a par das vacinas contra a tosse convulsa e o tétano (DTP).

Tosse convulsa A tosse convulsa, sobretudo durante o primeiro ano de vida, pode ser fatal. É ainda perigosa porque, frequentemente, os bebés não desenvolvem a tosse típica. Para além da temida paragem respiratória, são de considerar as não raras complicações ao nível das lesões cerebrais e graves infecções pulmonares. Esta doença manifesta-se por surtos. Após um período de incubação de 7 a 14 dias, caracterizado pelos banais sintomas de constipação e tosse, esta transforma-se no típico ataque de tosse forte/catarro. É, por assim dizer, uma “tosse cavernosa” e, ao tossir, as crianças põem a língua fora da boca, ficam azuis, e quase não têm tempo de inspirar. Quando conseguem inspirar, produzem um assobio sonoro. Muitas vezes, chegam ao ponto de ter vómitos. Uma das suas características são os ataques noturnos. Após 1 a 2 semanas, os sintomas começam a desaparecer. A duração normal desta doença situa-se em seis semanas. Devido ao seu início atípico, o tratamento medicamentoso é muitas vezes introduzido demasiado tarde. Mesmo quando se inicia o tratamento atempadamente, os resultados são insatisfatórios. As novas vacinas são melhor toleradas. Esta vacina é dada aos bebés numa combinação tripla, a par das vacinas contra a difteria e o tétano (DTP).

Tétano O tétano é uma doença infecciosa aguda grave, provocada pelas bactérias do tétano. Mesmo as feridas mais pequenas (por exemplo, feridas feitas por atrito em qualquer

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superfície, com lascas de madeira ou com pregos ferrugentos) podem ser a porta de entrada para estas bactérias. Provoca espasmos musculares fortes, os quais podem também atingir a musculatura respiratória, com o consequente risco de asfixia.

Vacina Hib - Haemophilus influenzae b Este agente patogénico causa muitas das infecções das vias respiratórias superiores e é bastante comum. Tem a particularidade de constituir uma espécie de cápsula que o protege contra a medicação. São sobretudo as crianças com menos de 5 anos de idade que correm perigo, pois o seu sistema imunitário ainda não atingiu o grau de maturidade que lhe permite criar suficientes anticorpos próprios para combater o bacilo. Para além das infecções pulmonares, são também muito temidas as laringites e as meningites, que se desenvolvem muito rapidamente. A vacina é bem tolerada, inofensiva e altamente eficaz. Regra geral, esta vacina é dada aos bebés na mesma altura da vacina tríplice DTP.

Poliomielite (paralisia infantil) Antigamente, a paralisia infantil era uma doença muito vulgar. Hoje em dia foi praticamente erradicada graças à introdução da vacina. Devido ao facto de muitas vezes na idade adulta não se fazer o reforço desta vacina, de vez em quando surge um ou outro caso de poliomielite. Esta doença causa paralisia muscular, que também pode afetar os músculos respiratórios, e não é raro ficarem sequelas para toda

a vida. Consoante os casos, a vacina é administrada aos bebés por via oral, por altura da primeira dose da vacina tríplice.

Sarampo O sarampo é uma infecção viral perigosa, contra a qual os recém-nascidos têm proteção, no caso de a mãe ter tido sarampo ou estar vacinada, mas apenas durante um curto período de tempo. Os primeiros indícios da doença surgem entre 10 a 14 dias após o contágio: corrimento nasal ininterrupto, vermelhidão dos olhos, tosse ocasional e uma ligeira subida da temperatura. Por vezes são visíveis uns pequenos pontos brancos (Koplik) nas mucosas da boca. O sarampo é uma doença perigosa, de origem viral. Ao terceiro dia da doença, a temperatura normaliza, para no quarto dia tornar a subir para valores acima dos 40°C. Ao mesmo tempo, atrás das orelhas, surge uma erupção cutânea, que nos dias seguintes se estende ao corpo inteiro. Quando alcança as pernas, começa a diminuir na zona da cabeça. As crianças ficam sensíveis à luz, têm uma tosse angustiante e sentem-se bastante mal. A vacina é administrada numa combinação tripla, a par da vacina contra a rubéola e a papeira (parotidite).

Rubéola 14 a 21 dias após o contágio, as crianças adoecem com uma erupção cutânea no corpo todo. A temperatura aumenta pouco; esporadicamente, surgem dores nos membros; o pescoço apresenta os típicos inchaços dos gânglios linfáticos.

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Tanto as raparigas como os rapazes recebem esta vacina tríplice, também contra o sarampo e a papeira.

quada e deve durar dez dias. Não existe uma vacina preventiva.

Varicela Papeira (parotidite) Sensivelmente 14 dias após o contágio, as crianças adoecem com febre e inchaços dolorosos nas parótidas (glândulas salivares). Não raramente, a seguir é afetado o pâncreas. A doença pode ainda complicar-se, com infecções do ouvido médio e o perigo de surdez permanente, bem como com o desenvolvimento de meningite viral. As crianças recebem a vacina numa combinação tripla, a par da vacina contra o sarampo e a rubéola.

Meningo-encefalite primaveril A meningo-encefalite primaveril é uma doença de origem viral, transmitida pela picada de carraças infetadas. Pode atacar a meninge, o cérebro e a espinal medula. Em cerca de 14% dos pacientes, esta doença tem consequências graves, em parte com lesões corporais e psíquicas. As crianças podem ser protegidas por intermédio de uma vacina especial.

É uma doença de origem viral, muito contagiosa. Após um período de incubação de 9 a 19 dias, surge uma febre ligeira e formam-se pequenas bolhas vermelhas rodeadas de uma auréola também vermelha. Estas espalham-se por todo o corpo, secam e formam crostas que caem passados alguns dias, enquanto noutras partes do corpo podem continuar a formar-se bolhas. Só as crostas que são arrancadas antes do tempo é que deixam marcas. Tente impedir que a criança se coce, o que pode infectar as bolhas e deixar cicatrizes. O tratamento pode ser complementado com pó ou loção contra o prurido. A vacina contra a varicela só é recomendada a crianças de maior risco, por exemplo, que sofrem de leucemia.

Meningite

A escarlatina é transmitida por bactérias. Dois a cinco dias após o contágio, sente-se dores de garganta, de cabeça, febre e, por vezes, vómitos. A língua fica cor de framboesa,

A meningite é provocada por uma infecção bacteriana ou viral. Muitas vezes, os lactentes não evidenciam os sintomas típicos. Febre alta ou persistente, recusa em beber, sensibilidade extrema ao toque, fontanela saliente e choro estridente são alguns dos sintomas. As crianças mais velhas mantêm uma pos-

a faringe muito vermelha e podem ver-se as amígdalas cheias de pus. Na cara, nas axilas e nas virilhas surge uma erupção cutânea discreta, com manchas pequenas, que por vezes é visível apenas por algumas horas. Uma das características da doença é a zona da boca ficar pálida. O tratamento é feito com uma penicilina ade-

tura muito direita e rígida e não conseguem curvar a cabeça para a frente, pois provoca-lhes dores. Um dos sintomas normalmente presente em todas as idades são os vómitos. As crianças que apresentem estes sintomas devem ser imediatamente levadas ao médico e, à mais pequena suspeita, devem ser encaminhadas para o hospital. ●

Escarlatina

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O que é o Programa Nacional de Vacinação (PNV)?

O PNV é da responsabilidade da Direcção Geral de Saúde e integra as vacinas consideradas mais importantes para defender a saúde da população. As vacinas e a calendarização mencionada em baixo pode ser alterada durante a circulação deste Guias. Informe-se sempre junto do médico que a acompanha. IDADE

VACINAS

Nascimento

VHB 1 (Hepatite B)

2 meses

VHB 2 (Hepatite B) Hib 1 ( Haemophilus influenzae b) DTPa 1 (Difteria, tétano, tosse convulsa) VIP 1 (Poliomielite) PN13 1 (Streptococcus pneumoniae)

4 meses

Hib 2 ( Haemophilus influenzae b) DTPa 2 (Difteria, tétano, tosse convulsa) VIP 2 (Poliomielite) PN13 2 (Streptococcus pneumoniae)

6 meses

VHB 3 (Hepatite B) Hib 3 ( Haemophilus influenzae b) DTPa 3 (Difteria, tétano, tosse convulsa) VIP 3 (Poliomielite)

12 meses

PN13 3 (Streptococcus pneumoniae) MenC 1 (Neisseria meningitidis C) VASPR 1 (Sarampo, Parotidite epidémica, Rubéola)

18 meses

Hib 4 ( Haemophilus influenzae b) DTPa 4 (Difteria, tétano, tosse convulsa) VIP 4 (Poliomielite)

5 anos

DTPa 5 (Difteria, tétano, tosse convulsa) VIP 5 (Poliomielite) VASPR 2 (Sarampo, Parotidite epidémica, Rubéola)

10 anos

HPV 1,2 (Vírus do Papiloma humano1) Td (Tétano e difteria3)

Grávidas

Tdpa (Tétano, difteria e tosse convulsa2)

25, 45, 65 anos

Td (Tétano e difteria3)

10/10 anos

(a partir dos 65 anos)

Td (Tétano e difteria3)

Aplicável apenas a raparigas, com o esquema 0, 6 meses. Aplicável apenas a mulheres grávidas. Uma dose em cada gravidez. De acordo com a idade da pessoa, devem ser aplicados os intervalos recomendados entre doses, tendo como referência a data de administração da dose anterior. A partir dos 65 anos, recomenda-se a vacinação de todas as pessoas que tenham feito a última dose de Td há ≥ 10 anos; as doses seguintes são administradas de 10 em 10 anos.

1 2 3

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Primeiros socorros É importante ter sempre à mão para qualquer emergência as seguintes informações: Número nacional de emergência: 112 Centro de Informação Antivenenos: 808 250 143 (intoxicações ou envenenamentos); Número de telefone do médico assistente da criança; Número de telefone do hospital mais próximo; Saúde 24: 808 24 24 24 Número de telefone de uma central de táxis ou da praça de táxis mais próxima.

Se uma criança sangrar do nariz, deverá

braço esticado. Se se tratar de uma hemorragia forte, deverá começar por tentar controlá-la. Não perca, pois, minutos preciosos em busca de panos limpos. Tente manter a calma e acalme também a criança. De seguida: Deite a criança no chão e eleve um pouco a parte do corpo que estiver a sangrar, de modo a que a circulação arterial seja dificultada. Coloque a sua mão acima da ferida, apoiando ao mesmo tempo o braço ou perna feridos.

mantê-la sossegada e inclinar a cabeça ligeiramente para a frente. Colocar uma toalha humedecida com água fria na nuca e ir mudando com frequência. (O calor tende a piorar a hemorragia). Regra geral, passados quatro a cinco minutos a hemorragia para. Se um dedo estiver a sangrar, deverá ser mantido acima da cabeça da criança, com o

Tente, se possível, fechar e comprimir os bordos da ferida um contra o outro. Se tiver uma toalha limpa à mão, utilize-a para comprimir a zona da ferimento até que a hemorragia cesse. Se se encontrarem pedaços de vidro ou quaisquer outros corpos estranhos no interior do ferimento, pressione acima ou abaixo

Uma boa formação básica em termos de primeiros socorros poderá numa emergência salvar uma vida.

Hemorragias

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da ferida, mas não diretamente sobre esta. Se a hemorragia cessar, tenha o cuidado de não remover o sangue que entretanto formou um coágulo. Trata-se da reação natural do corpo no sentido de controlar a hemorragia. Faça uma ligadura firme em redor da ferida com gaze ou com um pano limpo. De seguida chame o médico ou leve a criança ao hospital.

Queimaduras e escaldadelas Se se tratar apenas de uma ligeira escaldadela, em resultado da qual apenas uma pequena área de pele haja sido afetada, os primeiros socorros poderão ser o suficiente. Para aliviar a dor, arrefeça a zona afetada, mantendo-a debaixo de água fria corrente, durante uns 15 minutos. No caso de queimaduras mais extensas e/

ou mais profundas chame o seu médico ou uma ambulância. Deite a criança numa posição confortável e as áreas queimadas ligeiramente elevadas em relação ao corpo. Importante: Não aplique óleos ou quaisquer cremes gordurosos sobre a queimadura e não use algodão ou qualquer outro material que possa ficar colado à ferida. Cubra a queimadura com uma ligadura ou um lenço limpo. Enquanto espera por ajuda médica especializada, deverá ir dando pequenos goles de água a beber à criança.

Choque eléctrico Se alguém tocar com a mão num aparelho eléctrico defeituoso e apanhar um choque eléctrico, os músculos da mão contrair-se-ão e poderá acontecer que deixe de conseguir largar o objecto que causa o choque.

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Todos aqueles que tocarem nessa pessoa sem antes terem desligado a corrente serão também vítimas desse choque eléctrico. Se o seu filho estiver a receber um choque desta natureza, então interrompa imediatamente o fornecimento de corrente eléctrica, retirando a ficha da tomada ou desligando o quadro eléctrico. Se assim não for, para poder tocar no seu filho, precisará de utilizar material isolador, isto é, um material que impeça a passagem de corrente eléctrica do seu filho para si, por exemplo, luvas de borracha secas, o cabo de uma vassoura, ou então qualquer outro material não condutor em cima do qual possa estar, tal como um tapete de borracha seco, uma pilha de jornais ou um cobertor de lã. Deverá depois verificar se a criança está a respirar. Se for necessário, faça respiração boca-a-boca ou colocando a sua boca no nariz da criança. Quando a respiração lhe parecer ter normalizado, deite a criança de lado numa posição estável e chame o médico ou uma ambulância. Coloque uma peça de roupa leve, seca e que não largue pêlos.

Asfixia Se a criança se tiver engasgado com um pedaço de comida ou tiver engolido qualquer outra coisa, deite-a nos seus joelhos com o rosto virado para baixo, devendo a cabeça ficar mais baixa que a cintura. Aplique algumas pancadas fortes na região entre as omoplatas. Desse modo será criada uma pressão de ar nos pulmões que deverá contribuir para soltar e expulsar o objecto estranho das vias respiratórias da criança. No caso de se tratar de um bebé é empregada uma outra técnica que visa também criar uma pressão de ar, menor e mais adequada

à criança, em quantidade suficiente para expulsar o corpo estranho. Deite o bebé de cara virada para cima numa superfície direita e coloque-se ao seus pés. De seguida coloque os indicadores e dedos médios de ambas as mãos lado a lado e abaixo da extremidade inferior do esterno da criança, pressionando depois rapidamente para cima.

Envenenamento Se o seu filho engoliu algo venenoso ou tóxico, deverá chamar imediatamente uma ambulância e ligar para o Centro de Informação Antivenenos (808 250 143). Poderá também dirigir-se diretamente ao hospital. Leve consigo a embalagem que continha o produto e, se possível, algum do líquido que a criança ingeriu ou entretanto vomitou. Se a criança estiver inconsciente mas respirar normalmente, ligue para o 112 e solicite a presença de uma equipa de emergência médica. Até à chegada desta deverá deitá-la de barriga para baixo. Caso seja você mesma a transportá-la para o hospital, deverá manter um dos lados da criança um pouco mais elevado para que esta não corra o risco de asfixiar no próprio vomitado que eventualmente possa ter de expulsar. Caso haja uma paragem respiratória, deverá fazer respiração boca-a-boca.

Respiração boca-a-boca Deite a criança de costas, com a cabeça ligeiramente inclinada para trás, para manter as vias respiratórias desobstruídas. Retire quaisquer restos de comida ou de vomitado da garganta. Inspire profundamente. Com uma das mãos segure o queixo, com a outra a cabeça, assentando a palma da mão na testa e apertando o nariz com o polegar e o

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indicador. Envolva com os seus lábios a boca da criança e respire devagar, com a velocidade normal de respiração. Aguarde alguns instantes. Repita o procedimento até que a criança volte a respirar normalmente. Importante: Caso se trate de um bebé, os seus lábios deverão abranger a boca e o nariz do bebé.

Afogamento Basta uma poça com poucos centímetros de altura ou mesmo um lago de jardim pouco profundo para uma criança se afogar. Caso o seu filho tenha caído a um lago ou a uma piscina, deverá imediatamente colocar a criança de cabeça para baixo, para que a água possa escorrer das vias respiratórias. Só depois deverá, se necessário, proceder a respiração boca-a-boca. Hoje em dia sabe-se que, mesmo depois de passado bastante tempo após ter ocorrido uma paragem respiratória, continua a ser possível reanimar uma criança. Quando a respiração estiver normalizada, coloque a criança numa posição estável de lado. Chame o médico ou uma ambulância. Não se esqueça: todos os tanques, piscinas, lagos ou fontes em redor da casa deverão estar devidamente protegidos com redes para maior segurança das crianças.

do lado da flexão e não de um lado ao outro, ficando separado. Se o seu filho sentir dores em redor de um ferimento, se não conseguir mover a parte do corpo afetada ou se um braço ou perna parecerem de algum modo deformados, há razões para suspeitar que se possa tratar de uma fractura ou de uma luxação. Não movimente a criança, a menos que por razões de segurança tal seja imprescindível. Chame a ambulância. Não dê à criança nada a beber nem a comer para o caso de vir a ser necessária uma anestesia geral. Se a criança cair sobre a cabeça, deverá dirigir-se imediatamente com ela ao médico ou ao hospital. Mesmo que após a queda o seu bebé não apresente quaisquer queixas, tome atenção a sinais tardios: tonturas, vómitos, dores de cabeça, paralisação de braços ou pernas, emissão de secreções aquosas ou sanguinolentas dos ouvidos ou do nariz. Caso se depare com qualquer um deste sintomas, chame imediatamente um médico ou uma ambulância. ●

Quedas e fracturas de ossos As crianças pequenas caem frequentemente sem que daí advenham quaisquer ferimentos, porém, caso estes sejam mais sérios e envolvam a fractura de um osso, na maioria dos casos a gravidade desta lesão não é muito grande, tratando-se da chamada fractura em ramo verde, em que o osso só parte

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Segurança em casa É comum pensar que a nossa casa é o espaço mais seguro para o bebé, mas este pensamento pode ser um erro. De acordo com estudos realizados, uma grande parte dos acidentes ocorridos com bebés têm origem em quedas em casa ou ferimentos provocados por animais domésticos, por exemplo mordeduras de cães, arranhadelas de gato, etc. Assim, recomendamos que verifique todos os aspetos da sua casa no sentido de torná-la mais segura para o bebé. Experimente colocar-se de joelhos e gatinhar pela casa fora. Deste modo conseguirá ter uma perspetiva mais próxima daquilo que poderá constituir um perigo para o seu filho. Esteja particularmente atenta às esquinas dos móveis, tomadas ou degraus, numa primeira fase serão o principal perigo para o seu bebé.

Cuidados de segurança dentro de casa Os bebés tem tendência a encontrar que perigos que muitas vezes os pais nem suspeitavam. Por isso recomendamos que tome as seguintes precauções antes do seu bebé começar a movimentar-se: Todas as tomadas deverão estar cobertas

com uma proteção própria para crianças. Todas as janelas precisarão de fechos de segurança. As superfícies de vidro nas portas das divisões deverão ser substituídas por vidros de grande resistência, por contraplacado, ou ainda cobertas por uma tela plástica de segurança. Preste atenção a todos os cabos eléctricos em que o bebé poderá tropeçar e onde poderá enrolar-se, correndo o perigo de estrangulamento. Se tiver uma lareira em casa, proteja-a devidamente para evitar que quaisquer fagulhas sejam projetadas para fora. Quando o seu filho começar a gatinhar e a rastejar, deverá no extremo superior e inferior da escada montar uma cancela. As crianças gostam de se apoiar e puxar os

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cortinados. Será que estes estão bem fixados? Arrume os medicamentos, as tintas, os vernizes, as colas e outros produtos químicos sempre de modo a que as crianças lá não cheguem. Nunca deixe a criança sozinha num quarto, nem mesmo por alguns instantes. É preferível ignorar a campainha da porta ou o toque do telefone, ou então leve este último para junto de si.

embora lhe ofereça um ambiente seguro poderá também conter perigos desconhecidos. É importante que tenha os seguintes pontos em consideração quando preparar o quarto do seu bebé: A distância entre as grades da cama do bebé não deverá ultrapassar os 6,5 cm, pois caso contrário a criança poderia tentar meter a cabeça no intervalo dessas grades. A superfície onde o bebé dorme deverá estar suficientemente baixa em relação à altura

Certifique-se que todos os móveis estão devidamente fixados à parede e que se o bebé tentar trepá-los não existe risco de que os mesmos possam tombar.

das proteções do berço de tal modo que a criança nunca possa trepar para fora. O colchão deverá ser do tamanho apropriado ao da cama, não devendo existir qualquer espaço entre este e as proteções do berço. Nunca coloque a criança numa cama em que esteja colocado um saco térmico ou sobre a qual esteja estendido um cobertor eléctrico.

O quarto de dormir No momento de dormir também devem existir algumas precauções. O quarto do bebé,

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O vestuário do bebé deverá ser o mais possível constituído por peças que não sejam inflamáveis. Não deverá haver quaisquer cordões ou fitas à altura do pescoço do bebé, nos quais este possa estrangular-se. Os botões deverão ser firmemente cosidos. Considere a colocação de grelhas de proteção diante de aquecimentos.

A casa de banho A principal preocupação neste espaço é garantir que todos os produtos de higiene se encontram fora do alcance da criança. Na hora do banho, certifique-se que: A banheira não tem mais de um palmo de água, são necessários poucos centímetros de água e apenas alguns segundos para que uma criança se afogue. A banheira deverá ter um tapete de plástico que não deslize de modo a evitar escorregadelas. Tal como quando lhe muda a fralda, basta deixar a criança sozinha na banheira por alguns momentos para que possa dar uma queda.

Utensílios como tesouras, pinças ou lâminas de barbear devem ser guardados num local ao qual a criança não tenha acesso.

A cozinha e a sala de estar Também na cozinha deverá redobrar a sua atenção para tentar reconhecer os principais perigos para o seu bebé e antecipá-los. Para que a criança não se queime, deverá cobrir a porta do forno com um material resistente ao calor. Na cozinha, onde muitas vezes se lida com coisas quentes, certifique-se que a criança nunca anda atrás de si a gatinhar sem que a possa ver. O armário onde guarda os detergentes e produtos de limpeza não tardará a tornar-se uma fonte de situações potencialmente perigosas. Guarde os produtos de limpeza num local onde que a criança não os alcance. Só deverá usar uma cadeira alta para sentar a criança quando esta conseguir estar sentada autonomamente, logo, nunca antes dos seis meses.

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Algumas dicas... Opte sempre por produtos que exibam certificados e que ofereçam garantias de segurança.

Os sacos de plástico não são brinquedos! A criança poderá sufocar se colocar a cabeça dentro de um desses sacos.

Retire as chaves das fechaduras das portas.

Quando tiver uma criança ao colo, não deverá transportar recipientes com líquidos ou comida quente.

Após utilizá-los, voltar a arrumar objetos pontiagudos ou cortantes, de modo a que a criança não tenha acesso a eles. Fixe sempre a toalha à mesa com molas apropriadas. Depois de utilizá-los, desligue sempre todos os aparelhos eléctricos e retire as respectivas fichas da tomada.

Nunca coloque cadeiras de baloiço de bebé com a criança lá sentada sobre uma superfície elevada. Nunca pendure a chupeta em redor do pescoço do bebé com um cordão, para não haver o risco de estrangulamento. ●

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Sair com o bebé Duas semanas após o parto já poderá sair com o seu bebé para pequenos passeios. Nesta fase opte por locais calmos, com pouca gente e preferencialmente ao ar livre. Ajuste a roupa do bebé à estação do ano, se estiver um dia muito quente procure evitar as horas de maior calor e certifique-se que o bebé não tem calor em excesso e que o ar circula no interior do carrinho. Se for inverno ou o dia estiver frio coloque uma mantinha sobre o bebé para que não tenha frio. Pequenos passeios ou caminhadas com o bebé são muito bons também para a mãe, contudo se ainda não se sente inteiramente recuperada do esforço do parto espere mais um pouco antes de sair com o seu bebé. Estes momentos devem ser encarados como uma coisa boa e não como mais uma obrigação na lista de cuidados do seu bebé. Se tiver de ir a um local fechado, com muito ruído e confusão talvez seja melhor pedir a alguém que fique com o bebé por algumas horas. Uma vez que nos primeiros tempos o seu bebé ainda não se encontra completamente protegido contra algumas doenças infeciosas graves é preferível que evite locais muito frequentados.

A pé Normalmente, quando se faz um percurso a pé com o bebé, e sobretudo nos primeiros tempos, leva-se o bebé num carrinho de passeio tipo berço ou no “ovinho”. Quando escolher o carrinho poderá optar por um “trio” que inclua a cadeirinha, que pode ser utilizada no automóvel ou no carrinho de passeio, e a alcofa. Caso não tenha essa opção e prefira adquirir apenas a cadeirinha (“ovinho”) assegure-se que este é própria para recém-nascidos e que oferece um bom suporte para a cabecinha do seu bebé. É importante que a suspensão do carrinho não seja demasiado mole. Se optar por utilizar a alcofa certifique-se que o colchão é suficientemente firme e alto. A superfície horizontal em que deita o bebé deverá estar a uma altura do chão de no mínimo 60 cm.

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Porta-bebés, sling ou faixa de tecido Se sair de casa com o bebé terá muito mais mobilidade se o transportar envolto numa faixa de tecido, num sling ou num porta-bebés. Qualquer um destes sistemas permite à mãe transportar o bebé consigo, junto ao seu corpo, libertando as suas mãos para outros movimentos. A escolha entre um ou outro depende unicamente do gosto pessoal. Deixará de ter dificuldades em deslocar-se e de depender da ajuda de estranhos para colocar o carrinho nos transportes públicos e terá a segurança de ter a criança sempre junto de si, mesmo quando anda no supermercado. Também para o bebé esta posição é bastante saudável. A posição de pernas afastadas

que a criança tem de adotar para se adaptar ao corpo do adulto faz sentido do ponto de vista fisiológico no que diz respeito ao desenvolvimento das articulações da bacia.

O carrinho de bebé O carrinho de bebé deverá ser regulável. O encosto vertical deverá ser rebatível para a posição horizontal e as guardas laterais suficientemente altas para fornecer um bom apoio à cabeça. Também os apoios para os pés deverão ser reguláveis. É indispensável a presença de um cinto de segurança para prender o bebé. Tome atenção ao facto de as rodas serem suficientemente largas e de o travão ser de fácil acesso. Para além disso, todas as partes móveis ou ajustáveis deverão estar concebidas de modo a que a criança não corra o risco de se entalar.

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Deverá também pensar na possibilidade de o carrinho estar equipado com proteção para o sol e para a chuva, bem como na existência de um resguardo para aquecer os pés do bebé em dias muito frios. Existem modelos de carrinhos mais adaptados às necessidades de pais e mães que tenham de utilizar frequentemente transportes públicos. Os modelos mais leves pesam menos de cinco quilos e alguns até só têm três rodas. Apesar do peso reduzido e de poderem ter menos uma roda, estes carrinhos deverão ser igualmente estáveis. O encosto deverá ser sempre suficientemente largo, a proteção lateral e o cinto também não deverão faltar, bem como a possibilidade de ajuste do apoio dos pés.

No automóvel Como é óbvio, nada a impede de sair de casa com o bebé, se bem que deva sempre ter a preocupação de garantir a segurança e bem-estar deste ao deslocar-se de carro.

Este é um assunto que não parece ser assim tão evidente e óbvio para muitos adultos. As crianças com menos de um ano de idade não devem viajar no banco da frente, a menos que disponha de um assento aprovado e adequado ao peso e à idade do bebé. Jamais um bebé deverá ser transportado ao colo durante uma viagem, por pequena que seja! Quanto a isso, não faz qualquer diferença se se trata do banco do passageiro da frente ou dos bancos de trás. A opção mais segura para o seu bebé são as cadeirinhas do grupo 0 ou 0+, que permitem o transporte de bebés e crianças pequenas até aos 13 quilos. A cadeirinha, ou “ovinho”, deverá ser sempre instalada voltada para trás e preferencialmente no banco de trás do automóvel. Não é aconselhável a utilização da alcofa no automóvel. Se o seu carro não tiver banco traseiro ou se o mesmo não tiver cintos de segurança pode optar por instalar o “ovinho” no banco do passageiro, contudo certifique-se que o

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airbag do passageiro foi desativado. Por norma os automóveis mais recentes já oferecem a opção do sistema Isofix, que aumenta a segurança das crianças, uma vez que facilita a instalação e diminui os erros de colocação. O encaixe da cadeira é feito em dois pontos inferiores na base das costas do automóvel e num terceiro ponto superior ou apoiado no chão. Caso o seu carro ainda não disponha deste sistema deverá prender a cadeirinha utilizando o cinto de segurança normal de três apoios. Uma vez que a criança ultrapasse o peso máximo da cadeirinha, ou que a sua cabeça ultrapasse o limite do apoio das costas precisa de uma cadeira capaz de transportar crianças até ao peso máximo de 18 quilos, ou seja, até cerca dos quatro anos de idade. Ao comprar uma destas cadeiras deverá ter em atenção se estas exibem um certificado de segurança. Independentemente da duração da viagem, nunca se esqueça de garantir a segurança da criança, uma vez que 40 % de todos os acidentes se dão em percursos com menos de 5 km de extensão. Todos os passageiros ou objetos (carrinho de passeio, alcofa ou outra bagagem) que necessitar de transportar no interior do automóvel deverão estar devidamente seguros utilizando o cinto de segurança de modo a evitar a sua projeção contra o bebé em caso de acidente. Não existe qualquer restrição a que realize viagem maiores com o bebé, contudo se o vai fazer recomendamos-lhe que tenha em atenção alguns aspetos importantes para que a criança viaje com todo o conforto.

DICAS PARA VIAGENS MAIORES... Se tiver experiência de conduzir à noite, opte por fazê-lo. O bebé dormirá melhor se o carro estiver mais fresco. Nunca viaje por volta do meio-dia, na hora de maior calor. O bebé deverá estar sempre protegido de correntes de ar diretas. Durante a viagem, a criança não deverá ser amamentada nem alimentada com biberão, nem tão pouco deverão ser mudadas as fraldas em andamento. Se necessitar de amamentar o bebé ou de trocar a sua fralda pare o carro e retome a condução apenas quando o bebé se encontrar devidamente seguro na sua cadeirinha. Nem os bebés nem as crianças mais velhas devem ser deixadas sozinhas no interior de um automóvel estacionado. ●

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A evolução do bebé

O primeiro ano de vida do seu bebé é um período de crescimento muito rápido e de grande evolução em vários aspectos. Durante este período o seu bebé aprenderá a sorrir, a reagir a estímulos, a sentar-se direito, a manter-se de pé e a gatinhar. No fim do primeiro ano talvez até já consiga andar e dizer algumas palavras. A este processo dá-se o nome de desenvolvimento normal. Às aptidões que o bebé adquirir dá-se, por seu lado, o nome de marcos do desenvolvimento. É importante saber que a evolução normal não deixa de ser um processo individual, portanto diferente de bebé para bebé. Poderá pois acontecer que o seu filho com onze meses ainda só gatinhe, enquanto que o filha da vizinha com dez meses já anda a correr de um lado para o outro, o que não quer dizer que não estejam ambos a desenvolver-se normalmente.

Marcos do desenvolvimento no primeiro ano A evolução do seu bebé também será influenciada pela quantidade de estímulos que você e o seu parceiro fornecerem à criança. Desde o início deverá falar com o bebé e talvez cantar-lhe uma canção enquanto está a alimentá-lo ou a realizar qualquer tarefa doméstica. Pegue nele ao colo frequentemente e dê-lhe carícias. Não precisa de ter medo de “mimar” demasiado a criança! O seu filho precisa destas carícias, que são muito importantes para o seu desenvolvimento emocional. Se receberem muito carinho, os bebés medrarão e serão crianças mais felizes e satisfeitas. Deixe-se orientar pelos seus sentimentos e faça aquilo que considerar mais adequado. Ninguém conhece melhor o seu filho que você mesma.

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Partos prematuros Se o seu filho nasceu prematuramente, os progressos no desenvolvimento deverão ser avaliados a partir da data em que seria esperado o nascimento e não a partir do dia em que efetivamente nasceu, o que equivale a dizer que retira à sua idade real o número de semanas que ele nasceu antes do prazo.

Peso e comprimento O peso da criança, o seu comprimento, bem como o perímetro cefálico, são medidos em cada consulta e anotados num gráfico de crescimento, no qual se encontram também registadas as curvas de desenvolvimento médias, com as quais o desenvolvimento efetivo do seu bebé pode ser comparado. Passados cinco a seis meses de vida a maioria dos bebés já duplicou o seu peso e com

um ano de vida este já triplicou. Aos seis meses o seu bebé medirá mais 10 a 16 cm do que quando nasceu. O crescimento da criança em comprimento depende de factores hereditários: pais grandes têm filhos grandes e pais pequenos têm filhos pequenos. É claro que também há excepções: se estiver preocupada com o facto de o seu filho não parecer estar dentro da média de crescimento, consulte o pediatra.

Pés e pernas Os pés dos bebés são proporcionalmente mais curtos e mais largos do que os dos adultos, mas mais estreitos no calcanhar. As almofadas de gordura nos pés dos bebés podem levar a pensar que estes têm o pé chato, mas essa tendência desaparece quando a criança começar a pôr-se em pé e a andar.

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Alguns bebés nascem com malformações do pé. Uma que pode aparecer é conhecida como “pé boto” o diagnóstico é imediato e o tratamento também o deve ser. No segundo ano de vida a maioria dos bebés apresenta as pernas arqueadas. Isso torna-se particularmente evidente quando a criança começa a andar e a fralda volumosa em redor da cintura ainda acentua mais essa impressão. Em geral a situação das pernas arqueadas (tíbia vara) corrige-se por si mesma até aos 4 anos.

Desenvolvimento da linguagem O choro é a primeira linguagem utilizada pelo bebé. O estádio seguinte é a produção de gargarejos e pequenos ruídos e guinchos. Mais tarde, com três a quatro meses, a criança começa a ser capaz de produzir sons monossilábicos como “b”, “p”, “m”, etc. Com seis meses formam-se, a partir dos primeiros sons monossilábicos, sons de duas sílabas, por exemplo “mumu”. Com doze meses a criança começa a pronunciar palavras isoladas, como “pão” ou “mamã”. Os bebés aprendem a falar ouvindo falar, daí a importância de começar desde muito cedo, quase desde o primeiro dia de vida, a falar com o seu filho. Se lhe ler um livro ilustrado e apontar para os desenhos, estará a ajudar o seu filho a entender o significado das palavras, do discurso falado.

A audição A perda de audição pode ter várias causas. A surdez congénita pode dever-se a casos de surdez na família ou a lesões sofridas durante a gravidez ou mesmo durante o nas-

cimento. As razões para uma surdez adquirida num estádio mais tardio do desenvolvimento da criança podem ter a ver com complicações durante uma infecção com sarampo, com papeira, com meningite, com a ocorrência de repetidas otites ou com ferimentos sofridos na cabeça. Se não for detectada e tratada a tempo, poderá sobrevir a perda total da audição, com as nefastas consequências que tal traz para o desenvolvimento social, emocional e intelectual da criança. Só por esta razão, tem mais do que motivos para não deixar de estar presente nas consultas de pediatria.

SINTOMAS DE PERDA DE AUDIÇÃO Se, até aos 6 meses, a criança: Não se assustar com ruídos fortes, por exemplo uma porta que bate; Não reagir com um olhar interessado quando o aspirador é ligado ou quando o telefone toca; Não sossegar quando ouve a voz da mãe, mesmo que esta não esteja presente. Se, entre os 6 e os 12 meses, a criança: Não reagir quando a chamam pelo nome; Não se voltar quando ouvir a mãe ou esta a chamar do fundo da sala; Não palrar quando alguém conversa com ela.

Brincar e aprender Tudo aquilo que o seu filho poderá vir a ser está desde logo inscrito nos seus genes, mas quais das suas qualidades ele irá desenvolver é uma tarefa em que você pode ter uma influência decisiva! Observe-o enquanto

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brinca e conseguirá aperceber-se melhor de quais as inclinações, os talentos e as paixões que deverão ser promovidos. Esta é uma situação em que a criança está completamente alheada, em que está imersa em si mesma e no jogo, o que resulta numa boa altura para ficar a saber o que lhe dá alegria e aquilo que rejeita.

embalar, poderá arranjar maneira de projetar figuras divertidas no tecto do quarto. Todas estas atividades têm um efeito de descontração e poderão ter um lugar próprio e cativo na cerimónia do adormecer. Também uma música harmoniosa tocada por um leitor de CDs ou pelo próprio rádio poderá ser benéfica.

As brincadeiras e o desenvolvimento

Estímulos visuais

Todos os bebés arranjam sempre qualquer coisa para brincar, mesmo que não possuam ainda quaisquer brinquedos! Nesse caso servir-se-á das suas mãozinhas, dos seus pequenos dedos, da sua língua e dos seus ouvidos, ou mesmo da sua voz.

O órgão sensorial mais importante em qualquer tipo de percepção são os olhos. Cerca de 90% de todos os estímulos que a sua criança recebe é através do sentido da visão. Mais uma vez, também os olhos precisam de ser mantidos ocupados: O bebé aprecia muito o jogo constante da luz e da sombra. No Verão, sente-o de vez em quando no carrinho e leve-o até um jardim. Sente-se com ele debaixo de uma árvore frondosa. Este seguirá com um olhar satisfeito o movimento das folhas que são empurradas pela brisa ligeira, que projetam sombras e voltam a deixar livre o caminho para os raios solares. Um brinquedo móvel colocado de um dos lados da cama, por cima desta, irá com certeza fascinar a criança.

A visão Estímulos acústicos O primeiro sentido que é despertado é a au-

Muito embora os bebés consigam ver logo à nascença, a sua capacidade de visão ainda

dição, uma vez que já no ventre materno a criança consegue ouvir. Por isso mesmo, os seus ouvidos precisam logo desde o princípio de se manter ocupados: Antes de este adormecer, cante alguma coisa para o seu filho, ou então deixe que seja o relógio de parede a bater as horas e a tocar a sua melodia. Enquanto canta uma canção de

não está plenamente desenvolvida. A coordenação de ambos os olhos terá ainda de ser aprendida, pelo que muitas vezes parece que a criança sofre de estrabismo. Se realmente a criança tiver estrabismo, não conseguirá focar simultaneamente os dois olhos num determinado objecto. Se a criança continuar a parecer ter os olhos

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tortos mesmo após os três meses de idade, deverá consultar um oftalmologista.

Ginástica para o bebé Alguns exercícios e movimentos, de jogos e de massagens, bem como a prática da natação poderão influenciar de modo muito positivo o desenvolvimento do bebé. Uma pequena sessão de ginástica, que poderá demorar apenas cinco minutos mas que, a pouco e pouco, será aumentada para 15 minutos, por exemplo, é algo que os bebés apreciam. Esta proporciona uma boa oportunidade de os pais e o bebé contactarem de perto. Mantenha sempre o contacto visual com o seu bebé; fale com ele ou cante-lhe uma canção enquanto estiver a realizar os exercícios e movimentos.

prontamente. Suavemente segure na mão do bebé pelo pulso e articulação da mão. De seguida estique-lhe os braços para fora e volta a trazê-los para junto do tórax. Comece por movimentar os dois braços ao mesmo tempo e depois alternadamente. Realize o exercício com cuidado e nunca contra a vontade do bebé. Este achará com certeza mais piada se você imitar o ruído de uma locomotiva enquanto lhe fizer este exercício.

Exercício 2 Variação ao exercício 1. Os braços esticados não deverão agora ser levados para fora, mas sim para cima, para junto da cabeça, e depois para baixo, de regresso ao tronco do bebé. Realize o movimento paralelamente com os dois braços, simultânea ou alternadamente.

Exercício 1

Exercício 3

Este exercício poderá ser feito a partir do terceiro mês de idade e fortalece a musculatura dos braços e dos ombros. O bebé deverá estar deitado sobre a cama. Apresente à criança o seu polegar, que esta agarrará

Este exercício poderá ser feito a partir do quarto mês e ajuda a fortalecer a musculatura das costas. O bebé está deitado sobre a barriga, com a cabecinha virada para o lado. Você agarra na

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parte inferior das pernas do bebé e, com as pernas deste esticadas, levanta todo o corpo alguns centímetros da superfície da cama.

Exercício 4 Evolução do exercício 3, que poderá ser praticada a partir do quinto mês de vida do bebé. Levante agora o corpo do bebé de modo a que apenas a cabeça e os braços fiquem em contacto com a superfície da cama.

Exercício 5 Este exercício serve para fortalecer a musculatura do abdómen e das costas do bebé e pode ser praticado a partir do quarto mês. O bebé encontra-se virado para si, mas deitado de costas. Apresente-lhe o polegar, que este segurará prontamente. Nessa altura agarrará a mão do bebé e puxará lentamente os seus braços para trás, até que a criança fique sentada.

Exercício 6 Este exercício serve para o fortalecimento da musculatura das coxas e pode ser praticado a partir do terceiro mês de vida. Apenas deverá realizar exercícios com as pernas se as articulações da anca do bebé forem saudáveis. O bebé está deitado de costas. Você agarra a parte inferior das pernas dele acima do pé. Faça as pernas do bebé fletir empurrando-as na direção da barriguinha e volte a esticá-las.

Os primeiros dentes Os primeiros dentes começam a desenvolver-se logo durante os primeiros tempos da gravidez no interior das gengivas do bebé, ao mesmo tempo que se vão desenvolvendo outras partes do corpo. Através de uma alimentação equilibrada na gravidez estará a

zelar também pela saúde dos dentes do seu bebé muito antes de se poder sequer vê-los. Muito embora demore ainda alguns meses até os dentes romperem, já os primeiros vinte, os chamados “dentes de leite”, estão a crescer, reconhecíveis pelos pequenos altos nas gengivas do maxilar superior e inferior. Os primeiros dentes começam a aparecer entre os 6 e os 10 meses. A tabela neste capítulo, à frente, dá uma ideia aproximada da sequência e da altura em que se dá o rompimento dos dentes.

Alimentação correta Condição essencial para ter dentes saudáveis e resistentes é uma alimentação correta. Para ter dentes e ossos fortes apenas 2 componentes da nossa alimentação são decisivos: trata-se do cálcio e da vitamina D, que o corpo humano precisa para poder processar o cálcio. O flúor, um elemento presente em pequenas quantidades, torna o esmalte dentário mais duro e mais resistente aos ácidos produzidos pela placa bacteriana, responsáveis pelas cáries. Boas fontes de cálcio são o leite e os seus derivados, os ovos, o pão, os legumes de folha, os feijões, as ervilhas, a fruta e o peixe em conserva. A vitamina D é também chamada a “vitamina do sol”, pois a incidência da luz do Sol na pele possibilita a formação de vitamina D no corpo. Encontra-se no leite gordo, na manteiga, nas margarinas enriquecidas e nos peixes gordos. Para os lactentes é recomendado um suplemento de vitamina D combinada com flúor como medida profiláctica durante o primeiro ano de vida.

Vale mais prevenir Uma vez que certos açúcares são parte in-

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tegrante de alguns alimentos, nem sempre é fácil ter a noção da quantidade de açúcar presente em determinado alimento. Exemplo de um açúcar natural é a lactose (existente no leite e derivados) e a fructose (presente na fruta). Os alimentos preparados industrialmente para lactentes e bebés não devem conter quaisquer adoçantes.

O nascimento dos dentes O rompimento dos dentes é um processo perfeitamente normal e muitos bebés não experimentam qualquer tipo de problema. O primeiro indício de um novo dente é o facto de o bebé se tornar agitado, se babar mais do que o habitual e de mordiscar os objetos que tem à mão ou as rocas e anéis de dentição.

Maxilar superior

Maxilar inferior

Crianças há, porém, que ficam verdadeiramente doentes. A chegada de cada dente é acompanhada de dores e diarreia, febres e constipações. Se as gengivas do bebé se apresentarem muito vermelhas e inflamadas, deverá comprar na farmácia um produto próprio para aliviar os efeitos da dentição. Poderá também optar por dar à criança algo duro para esta poder roer, por exemplo um anel de dentição gelado (mas não congelado), uma côdea de pão ou uma cenoura. Não deixe de vigiar a criança para evitar o risco de esta se engasgar e sufocar. O bebé também deverá ingerir bastantes líquidos, de preferência frescos. Espalhe creme nos lábios e nas faces do bebé se a pele ficar irritada pelo facto de ele salivar muito.

Dentes de leite

Quando rompem

Quando caem

Incisivos centrais

7 - 12 meses

6 - 8 anos

Incisivos laterais

9 - 13 meses

7 - 8 anos

Primeiros molares

13 - 19 meses

9 - 11 anos

Caninos

16 - 22 meses

10 - 12 anos

Segundos molares

25 - 33 meses

10 - 12 anos

Incisivos centrais

6 - 10 meses

6 - 8 anos

Incisivos laterais

7 - 16 meses

7 - 8 anos

Primeiros molares

12 - 18 meses

9 - 11 anos

Caninos

16 - 23 meses

9 - 12 anos

Segundos molares

20 - 31 meses

10 - 12 anos

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Cuidados com os dentes ... Os cuidados com os dentes deverão começar desde que nasça o primeiro de todos. A primeira dentição é tão importante como a definitiva. Se os dentes de leite caírem demasiado depressa, os últimos de leite a caírem poderão aproximar-se demasiado, deixando pouco espaço disponível para os dentes definitivos se desenvolverem e crescerem direitos. Antes de aparecerem os primeiros dentes, massaje a gengiva do bebé com o indicador ou com uma escova de dentes macia. Deste modo, a criança habituar-se-á desde logo a usar a escova de dentes. No momento em que os dentes romperem limpe-os com uma cotonete para não magoar a gengiva. Os dentes do bebé têm de começar a ser lavados desde o primeiro instante. Logo que

estes apareçam comece a usar uma escova para bebé e uma pasta de dentes própria para crianças. Deixe a criança espreitar quando você estiver a lavar os dentes. Nos primeiros tempos a criança irá precisar de ajuda. Lavar os dentes duas vezes por dia, de manhã, após o pequeno almoço, e à noite, após o jantar. A passagem da escova pelos dentes deverá demorar cerca de dois minutos. Antes do terceiro ano de vida a criança não deverá usar uma pasta com flúor. Para detectar a tempo problemas de dentes são indispensáveis visitas regulares ao dentista, mesmo para as crianças de pouca idade. Comece desde cedo a levar o bebé consigo ao dentista para combater eventuais medos que este possa ter em relação ao médico em si ou aos aparelhos.

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A evolução no primeiro ano Durante o primeiro ano o seu bebé vai evoluir a um ritmo alucinante, com cerca de 6 semanas o seu bebé já vira a cabeça e os olhos na direção da luz, olha para o rosto da mãe e tenta responder às suas palavras. Por pequenos períodos, o seu bebé também já consegue segurar a cabeça e por vezes sorri intencionalmente.

Com 3 meses consegue: • • • • •

Agarrar os objetos que lhe colocarem na mão; Sorrir espontaneamente; Palrar; Dar pontapés vigorosos se não estiver tapado com roupa; Segurar bem a cabeça.

Consulte o médico se: • •

Ainda não sorrir; Não emitir sons altos;

• • •

Parecer indiferente ao que o rodeia; Não reagir a sons altos ou a qualquer estrondo; Não conseguir levantar a cabeça sozinho e controlar os movimentos desta com dificuldade.

Com 6 meses consegue: • • • •

• • • • •

Agarrar e segurar uma roca numa mão e passá-la para a outra; Levar a roca até à boca; Virar-se para o lado e para trás; Suportar o seu próprio peso e manter o equilíbrio se o puserem de pé e o segurarem; Beber por um copo que lhe for levado à boca; Segurar o biberão por si mesmo; Imitar o tossir; Imitar quem lhe deitar a língua de fora; Rir ou guinchar para mostrar desagrado.

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Consulte o médico se: • •

Controlar os movimentos da cabeça com dificuldade; Não for capaz de agarrar pequenos objetos e passá-los de uma mão para a outra; Não se voltar na direção de onde vêm os ruídos.

Com 9 meses consegue: • • • • • • •

Gatinhar ou faz tentativas para gatinhar; Estar 10 a 15 minutos sentado sozinho no chão; Dizer “papá” ou “mamã”; Perceber o significado de “não“; Bater as palmas das mãos; Procurar brinquedos que tenham caído ao chão; Pôr-se de pé agarrado às grades da cama ou a uma cadeira.

Com 12 meses consegue: •

• • • • • •

Consulte o médico se: • • •

Ficar sentado o tempo que for preciso sem quaisquer apoios;

Gatinhar com as mãos e os joelhos no chão ou andar “de rabo”; Andar em pé, desde que se agarre aos móveis; Segurar na mão pequenos objetos com o polegar e o indicador em pinça; Entender o significado de diversas palavras; Reagir a ordens simples, como por exemplo “dá ao papá”; Acenar com a mão; Apontar para objetos e puxá-los para junto de si.

Não conseguir sentar-se direito ou gatinhar; Não apontar para coisas que deseja obter; Não for capaz de apanhar objetos pequenos com o polegar e o indicador em pinça; Emitir sons de duas sílabas como “papá” ou “mamã”. ●

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Olá, o meu nome é .................................................. Eu nasci no dia ........ de .................................. de 20 1...... às ........ horas e ........ minutos, no hospital ....................... ...............................................em ...................................... Pesava ........ kg e media de ........ cm, e demorei ........ horas para nascer!

A minha mãe é a ................................................................ O meu pai é o .................................................................... A história do meu nome é esta: ..................................... .............................................................................................. .............................................................................................. ..............................................................................................


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