FICHA TÉCNICA Este guia foi escrito com a colaboração de uma equipa de jornalistas especialistas em medicina, que por sua vez trabalharam em conjunto com profissionais ligados à obstetrícia e à pediatria.
1.ª revisão técnica de 2003: Director de Obstetrícia do HGO Prof. Dr. Manuel Meirinho e Enf.ª Chefe do serviço de Obstetrícia Ganda Cêncio. Revisão de 2017: Enf.ª Chefe do serviço de Obstetrícia Ganda Cêncio e Enf.ª Especialista em Saúde Materna e Obstétrica Helena Marchão. 25ª Edição Anual (2ª Impressão) 2019 Distribuição gratuita Felicitas Publicidade - Portugal, Lda. Estrada de Queluz, n.º 91-A 2794-050 Carnaxide Telefone 214 368 440 Fax: 210 496 122 felicitasbabyclub@felicitas.pt
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Querida mamã,
Queremos desejar-lhe as ma A gravidez é um momento ú prepará-lo para enfrentar a
É com enorme prazer que lhe sobre como desfrutar de uma informação útil que lhe perm bebé.
A Felicitas aproveita a oport Marchão do serviço de obs Professor Dr. Manuel Meirin desde o início.
Desejamos-lhe a si e a toda a e Equipa Felicitas Baby Club
aiores felicidades nesta nova etapa da sua vida que começa agora. único, ao longo dos próximos nove meses irá gerar o seu bebé e a vida fora do seu útero.
e oferecemos “O Guia da Gravidez”, onde reunimos vários conselhos a gravidez saudável e tranquila. Neste Guia irá encontrar também mitirá reconhecer sinais de alerta e preparar a chegada do seu
tunidade para agradecer às Enfermeiras Ganda Cêncio e Helena stetrícia do HGO a revisão técnica d’ “O Guia da Gravidez” e ao nho pelo carinho e disponibilidade com que abraçou este projeto
equipa que trabalhou na revisão deste Guia as maiores felicidades.
A evolução da gravidez
4
Evolução da gravidez por trimestre Principais alterações físicas e hormonais da grávida
Vigilância pré-natal
14
Vigilância por trimestre Sinais de alerta na gravidez Ecografias pré-natal Diagnóstico pré-natal
Gravidez saudável
26
Bem-estar na gravidez Riscos para a saúde da grávida Vida sexual durante a gravidez
Alimentação na gravidez
36
Cuidados especiais durante a gravidez Recomendações alimentares
Problemas típicos da gravidez
42
Principais desconfortos e recomendações da gravidez
Intercorrências da gravidez
48
Hemorragias durante a gravidez Tensão arterial Epilepsia Infeções durante a gravidez
Preparar a chegada do bebé
52 58
Transporte do recém nascido O enxoval do bebé Cuidados com a roupa do bebé A mala da maternidade Curso de preparação para o parto
O parto: Onde, quando e como? Quando deve encaminhar-se para o hospital Sinais do início do trabalho de parto Fases do parto Tipos de parto
Após o nascimento
66
A relação com o parceiro O estado emocional no pós-parto Amamentação
Questões legais
76
O regime jurídico de proteção social na parentalidade
A evolução da gravidez Médicos e enfermeiras de obstetrícia calculam o início de uma gravidez não a partir da data de conceção, mas sim a partir do primeiro dia da última menstruação. Quando se fala de “quarta semana” terão passado na realidade apenas cerca de duas semanas após a conceção. Normalmente uma gravidez dura entre 37 a 42 semanas, contadas a partir do primeiro dia da última menstruação. Contudo a duração média de uma gravidez é de 40 semanas.
O primeiro trimestre Sem que se aperceba ocorreu no seu corpo o milagre mais maravilhoso de todos, a partir de um óvulo e um espermatozoide tem origem uma nova vida. O óvulo fecundado, inicialmente composto por uma única célula, irá percorrer o caminho desde a trompa de Falópio até ao útero, o que poderá demorar uma semana. Durante este percurso pela trompa vão ocorrendo sucessivas divisões da célula inicial, um processo a que se dá o nome de divisão celular. Quando o óvulo chega ao útero forma já uma massa com mais de 100 células, e aí continuará a crescer.
Entre a 4ª e a 5ª semana O óvulo fecundado aloja-se no útero, este processo tem o nome de nidação. As células exteriores estendem-se como raízes, estabelecendo assim uma ligação ao fornecimento de sangue proporcionado pela mãe. As células interiores começam por se diferenciar e organizar em duas e mais tarde em três camadas. A partir de cada camada vão se desenvolver diferentes partes do corpo. Uma das camadas dará origem ao cérebro e ao sistema nervoso, à pele, aos olhos e aos ouvidos. Outra camada desenvolve-se para formar os pulmões, o estômago e os intestinos. Por fim, da terceira camada resultam o coração, o sangue os músculos e os ossos. Na camada superior das células forma-se uma espécie de sulco. As células adotam
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uma disposição anelar e formam um género de tubo oco, que virá a ser o sistema nervoso do seu bebé. A partir deste tubo ganham forma o cérebro e a espinhal medula. Ao mesmo tempo vão-se formando o coração e alguns vasos sanguíneos. Um cordão formado por esses vasos sanguíneos irá ligar o bebé à mãe, transformando-se no cordão umbilical.
uma espécie de volume. Também o nariz, a boca e a língua começam a desenvolver-se por volta da 6ª semana de gestação. Por todo o corpo notam-se inchaços, a partir dos quais se formarão mais tarde os músculos e os ossos. Pequenas saliências indicam o lugar onde braços e pernas irão crescer e desenvolver-se.
Entre a 6ª e a 7ª semana
Entre a 8ª e a 12ª semana
Entretanto formou-se já uma cavidade onde se aloja o coração e nota-se um ligeiro inchaço ao nível da cabeça, pois o cérebro está a começar a desenvolver-se. O coração começa a bater, o que poderá ser visível se realizar uma ecografia nesta fase. Dos dois lados da cabeça uma série de sulcos e covinhas irão resultar nas orelhas e, no local onde mais tarde serão os olhos, é visível
A pouco e pouco toma forma um rosto. Conseguem reconhecer-se os olhos e estes possuem até já um pouco da cor que mais tarde apresentarão. Já existe uma boca e uma língua. As mãos e os pés começam a ser formados e no lugar dos futuros dedos das mãos e dos pés ainda só se reconhecem ligeiras protuberâncias. Com a formação do coração, do cérebro, dos
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A evolução da gravidez
pulmões, dos rins, do fígado e dos intestinos operou-se já o aparecimento dos órgãos internos mais importantes. No final da 9ª semana termina o período embrionário e dá-se início ao período de desenvolvimento fetal. Às 12 semanas de gestação o seu bebé já vai parecer humano, os olhos que se encontravam posicionados lateralmente vão deslocar-se para a sua posição correta, assim como as orelhas. Os seus braços e pernas vão tornar-se progressivamente mais longos, e os pulsos e cotovelos já dobram.
As mulheres com gravidezes gemelares são mais suscetíveis de sofrer de tensão arterial elevada e de pré-eclampsia, razão pela qual os médicos aconselham um ritmo de vida mais calmo a partir da 32ª semana. É frequente os gémeos nascerem antes da data prevista. De acordo com a sua posição no útero materno, poderá ser necessário proceder a uma cesariana.
Alterações hormonais Logo após a conceção o seu corpo começa a produzir mais hormonas, algumas diferentes das que até então produzia. Estas hormonas serão responsáveis pela adaptação do seu corpo às novas funções e pela criação de condições ideais para o desenvolvimento saudável do seu bebé. Não tardará a dar-se conta dos primeiros sinais das alterações hormonais do seu corpo, ligeira tensão mamária, fadiga e também alguma irritabilidade ou tendência para reagir de maneira emotiva a certas situações.
O bebé às 12 semanas pesa aproximadamente 13,89 gramas e mede 5,41 centímetros.
Gravidezes gemelares A probabilidade de uma gravidez gemelar aumenta com a idade, quando na família existe já história de partos gemelares, após tratamentos hormonais ou na sequência de uma fertilização in vitro. Uma gravidez gemelar pode ser detetada bastante cedo por meio de uma ecografia. Nos casos de gravidezes gemelares os pequenos problemas do início, tais como enjoos matinais, as dores nas costas e as varizes são mais frequentes. Uma vez que estará mais sujeita a anemias, o seu médico prescrever-lhe-á um suplemento de ferro.
Sistema imunitário Durante a gravidez a eficácia do seu sistema imunitário, o sistema de defesa do seu corpo contra infeções, encontra-se um pouco reduzida. Pelo que a suscetibilidade de contrair doenças (por exemplo gripe) está aumentada pelo que a mulher grávida deve adotar uma conduta de proteção adotando cuidados redobrados em relação à sua alimentação, higiene e convívio social.
Aumento da circulação sanguínea Desde o início da gravidez o volume total do seu sangue começa a aumentar: aos 5 litros que normalmente circulam no corpo de uma mulher adulta juntam-se mais 1,5 a 2 litros.
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Esta mudança significativa deverá garantir que o seu bebé possa receber sempre uma quantidade suficiente de sangue repleto de oxigénio e de nutrientes, para se desenvolver de forma normal. Estas alterações vão-se processando lentamente e sem que delas se dê conta. Poderá eventualmente reparar em alguns sintomas desencadeados por esse processo: a pulsação torna-se mais acelerada, de vez em quando o sangue aflora-lhe ao rosto e a transpiração passa a ser mais abundante. O seu peso aumenta paulatinamente, passa a respirar mais depressa e a cansar-se mais rapidamente. Deverá comer com regularidade e, tanto quanto possível, gozar de períodos de descanso maiores. Como o aumento do volume sanguíneo nem sempre se processa tão rapidamente como o crescimento do bebé, poderão ocorrer anemias. Dirija-se ao médico se costuma sentir-se fatigada ou empalidece com frequência. Estes podem ser sinais de uma anemia, que será tratada com suplementos de ferro. Durante as consultas de rotina aproveite para falar com o médico sobre todas as alterações que tenham ocorrido desde a última consulta, ainda que estas possam parecer-lhe pouco significativas.
Modificações nos seios Desde o início da gravidez que começam a ser visíveis algumas alterações nas mamas. O seu corpo prepara-se para a amamentação. As glândulas do leite também aumentam em tamanho e quantidade, pelo que a pele é esticada. Os mamilos ficam mais proeminentes e mais escuros assim como a aréola mamária. Por vezes surge um corrimento amarelado, quando os mamilos são apertados ligeira-
mente. Trata-se do colostro, o mesmo leite que é produzido nas mamas após o nascimento e que constitui uma valiosa fonte de alimento para o seu bebé. Sentir-se-á com certeza mais confortável se começar a usar um soutien que proporcione um bom apoio. Se os mamilos estiverem demasiado sensíveis poderá colocar dentro do soutien uma compressa de gaze macia.
O segundo trimestre Com o início do segundo trimestre é normal que os principais incómodos que sentiu nos primeiros meses da gravidez se dissipem. É normal que se sinta com mais energia e mais tranquila nesta fase. Se até agora a sua gravidez passava despercebida, com o avançar das semanas vai ser cada vez mais evidente o crescimento da sua barriga. O seu bebé já se encontra completamente formado, já possui todos os órgãos, músculos, membros e ossos com que irá nascer. A partir deste momento trata-se apenas de continuar a crescer e a desenvolver-se até ao momento do parto.
Entre a 12ª e a 16ª semana O crescimento do seu bebé decorrerá a partir de agora com grande rapidez. O corpo aumenta de volume, de tal modo que a proporção entre a cabeça e o tronco se normaliza e o bebé deixa de parecer tão “cabeçudo”. A sua audição começa a desenvolver-se no início do segundo trimestre, sendo que por volta das 23 semanas o bebé já consegue distinguir a voz da mãe. Entretanto, também as linhas da pele dos dedos se formaram, pelo que desde logo a criança passa a ter a sua impressão digital única.
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a data prevista para o parto, sobretudo se desconhece quando foi o início da sua última menstruação ou se na primeira metade da gravidez não foi realizada qualquer ecografia.
O bebé às 16 semanas pesa aproximadamente 100 gramas e mede 11,60 centímetros.
Entre a 17ª e 22ª semana Embora o sexo do seu bebé já esteja definido desde o momento da conceção através do material genético presente no espermatozoide que fertilizou o óvulo, só agora os órgãos sexuais do seu bebé se encontram completamente desenvolvidos. Assim, na próxima ecografia já deverá conseguir ver o sexo do seu bebé. Nesta fase é possível que comece a sentir os movimentos do seu bebé, de início sentirá apenas uma espécie de efervescência e uma ligeira deslocação, que poderá eventualmente confundir com uma perturbação na digestão. Mais tarde deixará de ter dificuldades em distinguir os movimentos do seu bebé. Se se tratar de uma segunda gravidez, poderá reconhecer os primeiros movimentos do seu bebé e conseguir identificá-los mais cedo, por volta das 16 ou 18 semanas após a conceção. Deverá tomar nota do dia em que pela primeira vez sentiu o seu bebé a mexer e informar o seu médico ou enfermeira de obstetrícia. Essa data poderá ajudar a determinar
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O bebé às 22 semanas pesa aproximadamente 430 gramas e mede 27,8 centímetros.
Entre a 23ª e a 28ª semana Por esta altura já o bebé se mexe com vivacidade e reage a quaisquer contatos na barriga da mãe e aos barulhos. A ocorrência de um estrondo muito forte na sua proximidade pode levar a que o seu bebé reaja com saltos e pontapés. Por vezes o seu bebé poderá engolir pequenas quantidades do líquido amniótico em que nada, poderá mesmo acontecer que o bebé se engasgue num desses goles e então é possível que sinta um género de “soluços”. É também possível que note já um determinado padrão de períodos de sono e de atividade. Frequentemente, estes comportamentos não coincidem com os da mãe: quando se deita à noite, muitas vezes o bebé acorda e inicia um período de atividade. Entretanto o batimento cardíaco do bebé já é audível com um estetoscópio. Quando o seu parceiro encosta o ouvido na sua barriga
A evolução da gravidez
consegue ouvir o pequeno coração a bater, para tal basta encostar no sítio certo. Para além da penugem, o corpo do seu bebé está agora coberto por uma substância branca gordurosa que se chama vernix caseoso. Presume-se que esta substância sirva para proteger a pele do bebé do contacto constante com o líquido amniótico. Por volta da 26ª semana abrem-se pela primeira vez as pálpebras do bebé. Nesta altura os olhos apresentam quase sempre uma coloração azulada ou azul-escura. Só algumas semanas após o nascimento é que os olhos do bebé ganharão a sua cor definitiva.
Alterações na pele A maioria das grávidas nota alterações na pele no decurso da gravidez, é frequente o aspecto da pele melhorar, se bem que também possam surgir manchas de pigmentação mais escura no rosto. Estas alterações são passageiras e resultam do efeito das hormonas da gravidez, o estrogénio e a progesterona. Também as sardas e os sinais se tornam mais escuros e torna-se mais fácil
escurecer o tom de pele com uma exposição ao sol, pelo que a utilização de um bom protetor solar é recomendável. As estrias próprias da gravidez podem aparecer no abdómen, nos seios e nas coxas, e resultam do facto de a pele ser distendida pelo aumento de volume dos tecidos. A aplicação de um creme gordo, loções para a pele ou óleos, quando combinados com uma suave massagem de esfoliação, poderão manter a pele mais suave e elástica. Após o nascimento as marcas das estrias tornam-se mais claras.
Os músculos e os ligamentos Durante a segunda metade da gravidez o seu corpo vai-se adaptando cada vez mais ao crescimento da criança e preparando para o nascimento que se aproxima. Uma hormona chamada relaxina irá tornar os músculos e os ligamentos mais macios, um passo importante para permitir o crescimento do útero. Os músculos do abdómen distendem-se juntamente com o útero. Durante a gravi-
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dez, determinados grupos musculares são obrigados a distender e afastar-se, de modo a criar espaço para alojar o bebé. Depois do nascimento voltarão a aproximar-se e tudo volta ao lugar. O centro de gravidade do seu corpo altera-se e a musculatura, sobretudo a das costas, sofre cargas maiores. Uma vez que passa a ter um controlo menos preciso sobre os seus movimentos do que até então, deverá evitar o mais possível as atividades físicas que possam fatigá-la. Precisamente nestes últimos meses e com todo o peso que aumentou, os músculos das costas sofrem um esforço adicional. Para evitar problemas de costas é de grande importância respeitar os períodos de descanso. Não se deite de costas completamente na horizontal! Nessa posição o útero poderá estar a exercer pressão sobre determinados nervos e vasos sanguíneos, prejudicando assim o fornecimento de sangue ao bebé.
O terceiro trimestre O terceiro e último trimestre de gestação é a altura de começar a finalizar os preparativos para a chegada do bebé, preparar o quarto, o enxoval, lavar a roupa, preparar a mala para a maternidade. Faça as coisas com calma para
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não se cansar excessivamente e evite deixar tudo para as últimas semanas. É normal que com a proximidade da data do parto se sinta mais ansiosa, mas tente aproveitar estas últimas semanas para relaxar. Poderá ser uma boa ideia fazer um curso de preparação para o parto e a parentalidade para se sentir mais preparada para esta nova etapa que se aproxima. O seu bebé está cada vez maior e consequentemente com menos espaço, o que faz com que sinta os seus movimentos cada vez mais intensos.
Entre a 29ª e a 40ª semana O bebé ganhou entretanto formas mais arredondadas e a pele, que antes se apresentava bastante engelhada, tem agora um aspeto mais liso. Tanto o vernix caseoso como o lanugo vão diminuindo ou mesmo desaparecendo até ao nascimento. Por volta das 30 semanas é normal que comece a sentir pequenas contrações, são as chamadas contrações de Braxton Hicks. Estas contrações são uma forma do seu corpo se começar a preparar para o trabalho de parto e não devem ser acompanhadas de qualquer dor. Por norma, o bebé está já pronto para o parto,
A evolução da gravidez
voltado de cabeça para baixo, a partir da 32ª semana. Algum tempo antes do nascimento a cabeça poderá mesmo assentar completamente na bacia, aliviando assim sintomas como a azia e a falta de ar. Contudo não será de estranhar que tal só aconteça quando se inicia o processo de nascimento. É aconselhável que a grávida prepare a mala com os artigos que necessita de levar para a maternidade para si e para o bebé por volta das 36 semanas de gestação. Assim, caso o seu bebé nasça mais cedo do que esperado, terá tudo pronto para que a ida para a maternidade corra de forma mais tranquila. No capítulo “Preparar a chegada do bebé” poderá encontrar a nossa sugestão de artigos que deverá levar para a maternidade. A partir das 37 semanas se o seu bebé nascer já é considerado um bebé de termo, no entanto é mais comum que os bebés nasçam mais próximo das 40 semanas de gestação. Nesta fase é também normal que a grávida comece a perder o rolhão mucoso.
O bebé às 37 semanas pesa aproximadamente 2859 gramas e mede 48,59 centímetros.
Aumento de peso Nos primeiros meses o seu peso vai-se alterando muito lentamente, mas a partir do quarto mês passará a aumentar à razão de 250g a 500g por semana. Ao sexto mês de gravidez terá já aumentado 4 a 5 kg. O peso do seu bebé também vai aumentando e a balança não parará até atingir entre 10 e 15 kg a mais do que tinha no início da gravidez. ●
Evolução do corpo da mulher durante a gravidez
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Vigilância pré-natal
O objectivo principal da vigilância da gravidez é que esta culmine no nascimento de uma criança de termo e saudável e que a mãe a vivencie de forma positiva e em plena saúde. A Direção Geral de Saúde, recomenda a realização de pelo menos 10 consultas durante a gravidez, como é demonstrado no quadro seguinte
Tempo de gestação
Periodicidade das consultas
Entre as 12 e Consultas pré-natais a as 30 semanas cada 4 a 6 semanas Entre as 30 e Consultas pré-natais a as 36 semanas cada 2 a 3 semanas A partir das 36 Consultas pré-natais sesemanas e até manais ou quinzenais ao parto
Embora as alterações que ocorrem no corpo da grávida sejam muitas vezes impercetíveis nas primeiras semanas da gravidez, o seu corpo está a trabalhar arduamente. No seu útero o seu bebé está a desenvolver-se a um ritmo incalculável, até ao final do primeiro trimestre estarão formados todos os órgãos essenciais para que o seu bebé nasça, contudo ainda precisarão de algumas semanas para se desenvolverem completamente.
Vigilância no 1º trimestre Por norma, na primeira consulta pré-natal, o seu médico irá solicitar-lhe a realização de algumas análises clínicas, como por exemplo o grupo de sangue, Hemograma completo, Rastreio de Diabetes Gestacional - Glicémia sanguínea com jejum de 8 horas, Serologias da Rubéola e da Toxoplasmose, análises de
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infeciologia (HIV, Ag Hbs- hepatite e VDRLsífilis) e teste coombs indireto caso a mãe seja Rh negativo. Na ausência de fatores que possam apontar algum risco para a sua gravidez, e caso seja considerada uma gravidez de baixo risco, o seu médico deverá agendar uma nova consulta dentro de 4 a 6 semanas e assim sucessivamente até chegar às 30 semanas de gestação (terceiro trimestre). Caso já esteja entre as 11 e as 13 semanas de gestação, o seu médico poderá aproveitar esta consulta para realizar a primeira ecografia obstétrica da gravidez. Esta ecografia destina-se maioritariamente a confirmar a viabilidade da gravidez, datação, determinar o número de fetos e diagnosticar eventuais malformações. Até à realização da primeira ecografia a ida-
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de gestacional do seu bebé é calculada com base na data da sua última menstruação (idade gestacional cronológica), esta data pode vir a ser corrigida com base nos dados fornecidos pela ecografia. A partir daqui fica definida a DPP (data prevista do parto).
Vigilância no 2º trimestre Durante toda a gravidez o seu médico irá solicitar-lhe a realização de alguns exames e análises clínicas de forma a monitorizar a sua gravidez, assegurando que não existe nenhum fator que possa provocar qualquer risco quer para a grávida, quer para o bebé. Entre as 24 e as 28 semanas de gestação, preferencialmente às 26 semanas, deverá realizar o rastreio da diabetes gestacional caso o 1º rastreio seja negativo. Será feita uma Glicémia com colheita de sangue com
Vigilância pré-natal
jejum de 8 horas, posteriormente deverá ingerir um preparado açucarado repetindo-se a colheita de sangue 1hora e 2 horas depois. Por volta das 20 semanas de gestação irá também realizar a segunda ecografia obstétrica (ecografia morfológica). Se o seu bebé colaborar, poderá conhecer o sexo do seu bebé. Esta informação é um marco para os pais uma vez que torna a experiência da gravidez mais real e podem agora começar a pensar nos nomes, nas roupinhas ou mesmo na decoração do quarto do bebé. Por uma questão de exatidão, aconselha-se a realização desta ecografia entre as 20 e as 22 semanas. Após a realização da ecografia morfológica, recomenda-se que seja administrada à grávida a vacina contra a tosse convulsa, entre as 20 e as 36 semanas (idealmente às 32 semanas de gestação). Esta é uma das principais alterações contempladas no novo Programa Nacional de Vacinação que entrou em vigor no início do ano 2017, e tem como objetivo proteger passivamente contra a tosse convulsa o recém-nascido nas primeiras semanas de vida, através da transmissão placentária de anticorpos maternos ao bebé.
Vigilância no 3º trimestre A vigilância da gravidez no terceiro trimestre torna-se mais frequente, entrando numa fase de preparação para o parto. A ecografia obstétrica do terceiro trimestre deve ser realizada entre as 30 e as 32 semanas de gestação e irá avaliar o desenvolvimento e crescimento fetal. No terceiro trimestre da gravidez poderá também agendar uma visita à maternidade onde irá ter o seu bebé. Esta visita permitir-lhe-á ficar mais familiarizada com o espaço
e com os profissionais que a acompanharão, mas poderá servir também para esclarecer algumas dúvidas relacionadas com o parto e com os artigos que deverá incluir na mala que levará para a maternidade.
Fator Rhesus Se o seu sangue é RhD negativo este tema pode-lhe interessar. O fator rhesus (RhD) determina se o seu tipo de sangue é positivo ou negativo mediante a presença de uma determinada proteína na superfície dos glóbulos vermelhos. Embora não apresente qualquer problema no seu dia-a-dia, se o tipo de sangue da mãe for RhD- e o pai do bebé for RhD+, existe a possibilidade que o bebé herde o fator RhD do pai. Nestas situações, e caso o sangue do bebé entre em contacto com o sangue da mãe (em situações como o parto, hemorragias intrauterinas, aborto espontâneo ou induzido, gravidez ectópica ou amniocentese) poderá resultar num processo conhecido como “sensibilização” ou “isoimunização RhD”. O corpo da mãe irá reconhecer o antigénio D presente nos glóbulos vermelhos do sangue do bebé como um corpo estranho começando a produzir anticorpos anti-D como resposta. O processo de isoimunização RhD não apresenta qualquer risco para a mãe e, na maioria dos casos, também não apresenta riscos significativos para o bebé numa primeira gravidez. Contudo, caso a mãe não receba tratamento, numa gravidez seguinte, se o bebé for novamente RhD+, a memória imunitária da mãe gerará um aumento na produção de anticorpos anti-D o que poderá provocar Doença Hemolítica Perinatal, resultando no desenvolvimento de anemia no bebé ainda
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Novo
#EUCUIDODIARIAMENTE
dentro do útero.
Administração de imunoglobina anti-D, para que serve? De acordo com as normas da Direção Geral de Saúde – DGS, todas as grávidas com fator RhD- não sensibilizadas devem ter acesso à administração de imunoglobina anti-D às 28 semanas de gestação. Assim como deve ser administrada uma dose de imunoglobina anti-D até 72 horas após o parto, exceto se tiver ocorrido sensibilização. Para determinar se a grávida foi ou não sensibilizada é realizada uma análise ao sangue, o Teste de Coombs indireto, entre as 24 e as 28 semanas de gestação. Caso a grávida ainda não tenha sido sensibilizada procede-se então à administração de imunoglobina anti-D. A administração de imunoglobina anti-D previne a produção de anticorpos sempre que se antecipa que possa existir contacto entre o sangue da mãe e do bebé. Deste modo, a administração de imunoglobina externa irá impedir a produção de anticorpos pela mãe, não sendo assim criada qualquer memória imunitária.
Diabetes Cerca de 1% de todas as jovens mães são diabéticas. Quer isto dizer que o pâncreas não é capaz de produzir insulina, uma substância que regula o metabolismo do açúcar. Os diabéticos tomam medicamentos por via oral ou poderão ter de injetar-se com insulina durante toda a sua vida. Antes da descoberta da insulina raramente as diabéticas podiam engravidar sem que para a mãe e para o bebé houvessem riscos elevados. Hoje em dia, desde que vigiadas durante a gravidez, pode-
rão perfeitamente dar à luz um filho saudável! Pode bem ser que o seu estilo de vida, a sua alimentação e a toma de medicamentos sofram algumas alterações. A quantidade certa de atividade física poderá ajudar a reduzir a dose de insulina necessária para manter normais os níveis de açúcar no sangue. Se já toma medicação por via oral, talvez tenha de passar a receber injeções de insulina durante a gravidez. A insulina é perfeitamente inofensiva para o feto. A dose de insulina poderá ter de ser corrigida com frequência, de acordo com os valores que as análises revelarem. O seu médico irá com certeza informá-la sobre o funcionamento do mecanismo de controlo do nível de açúcar no sangue e sobre a necessidade de uma vigilância apertada durante a gravidez.
Diabetes gestacional Após o diagnóstico de diabetes gestacional a grávida é aconselhada a ter uma dieta pobre em hidratos de carbono e a comer muitas vezes e pouco de cada vez ao longo do dia. Ao mesmo tempo deverá cumprir avaliações de glicemia capilar de acordo com um esquema pré estabelecido com o seu médico/enfermeira. Na maior parte dos casos o regime alimentar e o exercício físico são suficientes para a grávida se manter com valores normais de glicemia, caso os valores se mantenham alterados poderá ter que fazer insulina. Na maioria dos casos, após o parto o metabolismo do açúcar da mãe volta ao normal.
Toxoplasmose Esta infeção é causada por parasitas. A fonte de infeção mais comum é a ingestão de carne de porco ou de borrego crua ou mal passada.
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Também os gatos são focos infeciosos importantes, pois os toxoplasmas alojam-se no seu intestino, no entanto isto não quer dizer que deva dar o seu gato, ou pedir a algum familiar ou amigo que fique com o seu gato durante a gravidez. Se tiver gatos em casa, deverá confiar a limpeza da caixa da areia dos gatos a outra pessoa, ou use luvas sempre que o tiver de fazer. Os sintomas da toxoplasmose nos adultos são em geral inofensivos, mas uma infeção no início da gravidez pode resultar num aborto, no parto de um nado-morto, ou em deficiências mentais. O seu médico poderá confirmar se você possui anticorpos contra os toxoplasmas. Se não for esse o caso: • Durante a gravidez não consuma carne crua ou mal passada. • Utilize luvas quando andar a trabalhar no jardim. • Lave muito bem as mãos após trabalhar no jardim ou depois de fazer festas a gatos ou outros animais. • Lave muito bem as frutas e os legumes para as saladas antes de os consumir, e evite o seu consumo fora de casa. • Evite o consumo de enchidos, se o fizer, congele-os primeiro e apenas os consuma depois.
Ecografias pré-natal Durante a gravidez o seu médico irá pedir-lhe que realize alguns exames para que possa acompanhar o desenvolvimento da sua gestação. As ecografias obstétricas são exames indolores e não-invasivos que permitem criar uma imagem do seu bebé através de ultrassons. Numa gravidez de baixo risco a DGS recomenda a realização de uma ecografia por
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trimestre, contudo o seu médico pode optar por um número maior de ecografias.
Ecografias recomendadas
Tempo de gestação
Ecografia do 1º trimestre
Entre as 11 e as 13 semanas
Ecografia do 2º trimestre
Entre as 20 e as 22 semanas
Ecografia do 3º trimestre
Entre as 30 e as 32 semanas
A vigilância na gravidez é muito importante para a assegurar o sucesso da mesma e a saúde da mãe e do bebé. Deve seguir as indicações do seu médico, cumprindo o calendário de exames e consultas por ele sugerido.
Quando será o grande dia? Durante os próximos meses a data provável de nascimento do seu bebé será das questões que mais lhe dará que pensar. Uma gravidez demora em média 266 dias ou 38 semanas. Uma vez que na maioria dos casos a data exata da conceção não é conhecida, o cálculo é feito a partir do primeiro dia da última menstruação. Daí resulta então uma gravidez “calculada” de 280 dias (40 semanas). E é assim que a data de nascimento é calculada: ao primeiro dia da última menstruação são acrescentados sete dias e nove meses.
Exemplo: Se a sua última menstruação teve início a 10 Agosto, a data de nascimento calculada para o seu bebé é de 17 Maio. Imagine que calha a
Vigilância pré-natal
uma quarta-feira - todas as quartas feiras faz mais uma semana de gravidez. No entanto poucos são os bebés que cumprem à risca este calendário, já que a maioria deles nasce até uma semana antes ou depois da data prevista. DUM (data da última menstruação) + 7 dias + 9 meses = DPP (data provável do parto)
Diagnóstico pré-natal De acordo com o Despacho Nº 5411/97, de 6 de Agosto, entende-se por Diagnóstico pré-natal o “conjunto de procedimentos que são levados a cabo para determinar se um embrião ou feto é portador ou não de uma anomalia congénita”. O Rastreio pré-natal é um exame incluído no âmbito do Diagnóstico pré-natal. O Rastreio pré-natal consiste em determinar a relação entre os níveis de três substâncias produzidas pelo feto e que se encontram no sangue materno. É utilizado para detetar gestações com um risco elevado de anoma-
lias congénitas, tais como síndrome de Down (mais conhecido por mongolismo), o mais frequente e pouco evidente na ecografia, ou malformações do cérebro (anencefalia) ou da medula espinal (espinha bífida). Se a análise apontar para a existência de problemas, poderão ser realizados exames mais invasivos, mas também mais precisos. É necessário ter em atenção que este teste não dá qualquer garantia! Apenas indica o grau de probabilidade de o feto vir a ter algum tipo de anomalia...
Exame às células da criança Ao contrário dos exames ao sangue materno em que se procura a existência de “marcadores” especiais que possam indicar uma malformação, as células obtidas da própria criança podem ser analisadas diretamente em busca de anomalias. Os nomes desses exames são “biópsia coriónica” e “amniocentese”. Ao serem feitos exames às células da criança, podem ser detetadas anomalias nos cromossomas, tal como as que ocorrem nos
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portadores da síndroma de Down, ou até doenças do metabolismo congénitas. Cada célula do nosso corpo possui 23 pares de cromossomas, nos quais se encontram os genes que nos caracterizam como indivíduos. Para uma identificação mais fácil, os cientistas numeraram os cromossomas. No caso da síndroma de Down (mongolismo), a anomalia a nível dos cromossomas mais frequente, existe um terceiro cromossoma no par 21. Esta situação atípica, a presença de três em vez de um par de cromossomas, recebeu o nome científico de “trissomia 21”. Quando tal se verifica, está-se perante a certeza de que a criança por nascer sofrerá da síndroma de Down. Uma vez que quanto maior for a idade da mãe, maior se torna também o risco de esta ter um bebé com síndroma de Down, é recomendável para mulheres a partir dos 35 anos proceder-se a uma amniocentese. Tal é também válido para mulheres mais jovens em cujas famílias tenham ocorrido estas anomalias.
Amniocentese A amniocentese foi o primeiro exame desenvolvido com vista a diagnosticar doenças congénitas no feto, como a síndroma de Down. Este exame é normalmente realizado entre a 14ª e a 18ª semanas, preferencialmente às 16 semanas. Antes dessa altura não há ainda líquido amniótico em quantidade suficiente e células do feto imprescindíveis ao exame. É previamente efetuada uma ecografia para localização do feto, da placenta e do cordão umbilical, com a finalidade da escolha do local da punção. Em seguida é inserida uma agulha através da parede abdominal até ao útero com controlo ecográfico constante e é
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retirada uma pequena quantidade de liquido amniótico. As células da criança contidas no líquido amniótico são multiplicadas e analisadas em laboratório, fornecendo este exame esclarecimentos sobre alterações anormais das substâncias genéticas, bem como sobre o sexo da criança. A grande desvantagem desta técnica consiste no facto de demorar cerca de duas semanas até produzir resultados, o que implica que a gravidez já irá bastante avançada e que já se sentirão os primeiros movimentos do bebé, resultando daí para os pais um espaço de tempo de ansiedade, medo e esperança, demasiado longo.
Aconselhamento genético Uma sessão de aconselhamento genético poderá em muitos casos contribuir para aliviar a preocupação e incerteza de talvez se vir a ter uma criança doente. Este tipo de aconselhamento faz sentido quando: • Já se deu à luz um filho com uma deficiência, • Na família ocorreram doenças hereditárias, • Um dos parceiros sofre de uma doença hereditária, • A mulher tem mais de 35 anos de idade. O seu médico poderá então encaminhá-la para um especialista em aconselhamento genético. ●
Vigilância pré-natal
Sinais de alerta na gravidez A grávida deverá dirigir-se ao hospital ou ao seu médico obstetra se se verificar qualquer alteração significativa no seu padrão de saúde. Alguns sintomas a que deve estar atenta: Hemorragia vaginal;
mestre, se forem muito frequentes deverá contactar o seu médico;
Perda de líquido pela vagina, pode significar que existe uma rotura na bolsa. Deve dirigir-se de imediato ao hospital!;
Dor ou ardor ao urinar, pode significar que está com uma infeção urinária. Estas infeções podem provocar contrações uterinas podendo estimular um parto prematuro, deve contactar o seu médico ou dirigir-se ao hospital para que possa ser corretamente diagnosticada e iniciar a medicação caso seja necessário;
Corrimento vaginal com dor ou prurido; Náuseas ou vómitos persistentes, embora sejam um sintoma comum do primeiro tri-
Febre, devido a vulnerabilidade do sistema imunitário da grávida deverá consultar um médico pois poderá estar com uma infeção;
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Dores de cabeça fortes ou persistentes associada a tensão arterial elevada; Visão embaciada, com pontos brilhantes ou outras perturbações da visão; Inchaço das mãos, do rosto ou dos olhos, se associado a dores de cabeça ou perturbações da visão; Diminuição dos movimentos fetais, tendo em conta o padrão de movimentos do seu bebé. Qualquer alteração súbita e persistente desse padrão é motivo de aconselhamento pelo que deve falar com o seu médi-
co ou enfermeira de obstetrícia; Antes das 37 semanas, se sentir contrações com intervalos de 10 minutos por um período superior a uma hora que não diminuam após um período de repouso dirija-se às urgências; Sempre que necessitar de ir ao hospital leve consigo o boletim de saúde da grávida e os seus exames mais recentes para que o médico tenha acesso ao historial da sua gravidez e consiga ajudá-la da melhor forma possível.
Gravidez saudável Muitas mulheres encaram a gravidez como uma oportunidade para repensar o seu estilo de vida e para tomar decisões quanto a eventuais mudanças. Deixar de fumar, por exemplo, fazer escolhas mais saudáveis em relação à alimentação ou praticar exercício físico moderado. Nem sempre estas alterações são fáceis de pôr em prática. Se necessitar consulte o seu médico e peça o apoio dos seus amigos e família. Nunca se esqueça: a gravidez não é uma doença, porém não deixa de ser importante que tome cuidados consigo e que encontre um equilíbrio entre fases de descanso e fases de atividade. Encare a gravidez como uma oportunidade única para rever os seus hábitos, e os da sua família, aproveitando para pensar nos hábitos e estilo de vida que quer transmitir ao seu bebé.
Saúde oral na gravidez As alterações hormonais que se verificam durante a gravidez podem estar na origem de pequenos problemas de saúde oral. Durante a gravidez é comum o aparecimento de pequenos problemas de saúde oral ou agravamento de problemas pré-existentes. As gengivas tendem a inflar, provocando dor ou sangramento durante a escovagem. Uma higiene oral cuidada e continuada pode ajudar a prevenir problemas futuros, para
isso recomenda-se que escove os dentes pelo menos duas vezes por dia, sendo uma delas antes de dormir, utilize um dentífrico com flúor, utilize fio dentário ou escovilhão pelo menos uma vez ao dia, de preferência antes da escovagem da noite, e evite alimentos açucarados. Se existir a necessidade de se submeter a algum tratamento fique segura que o risco adicional destas intervenções será menor do que as consequências da não prestação de cuidados ou da automedicação. Caso precise de ir ao dentista durante a gravidez, recomenda-se que o faça durante o segundo trimestre de gestação.
Desporto durante a gravidez O movimento e a prática de uma atividade desportiva durante a gravidez ser-lhe-ão
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com certeza benéficas. Promovem a circulação sanguínea, fazendo com que não só se sinta melhor, mas também apresente melhor aspeto. Os seus músculos são fortalecidos e alguns pequenos incómodos da gravidez, tais como a prisão de ventre e a fadiga, poderão ser atenuados. Para além disso, a atividade desportiva ajuda a suprimir as tensões físicas e emocionais. Se estiver fisicamente em forma, terá com toda a probabilidade uma gravidez sem complicações e um parto mais fácil. Se normalmente pratica algum tipo de desporto, poderá continuar a fazê-lo. Determinante para saber até onde deve ir na prática de desporto é o seu próprio bom senso: basta dar ouvidos ao que o seu corpo tiver para lhe dizer. Não se obrigue a fazer algo que não lhe apetece e pare para descansar se sentir
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necessidade disso. Poderá consultar o seu médico quanto à atividade física que melhor se adapta ao seu caso.
O risco de um aborto Se já antes abortou ou deu à luz um bebé prematuro, ou se em virtude de quaisquer outras complicações precisa de cuidados especiais, deverá então praticar exercício físico com muita moderação. A certas mulheres o médico poderá mesmo desaconselhar a prática de qualquer tipo de exercício físico.
Conselhos para prática de desporto Um treino ligeiro é benéfico para a gravidez. Se não estiver em forma, deverá começar suavemente e gradualmente aumentar de intensidade.
Gravidez saudável
Continue a praticar a atividade desportiva que lhe der mais prazer, desde que o seu médico não a desaconselhe. Faça exercícios de aquecimento antes de iniciar a prática da sua atividade desportiva. Não deixe de ingerir muitos líquidos para compensar as perdas em suor. Uma vez mais a regra é: tudo o que representar um esforço grande deverá ser evitado. Use um bom soutien de desporto. Evite os movimentos que impliquem estremecimentos muito fortes, que a obriguem a saltar ou a aplicar muita força. Goze períodos de descanso suficientes e jamais tente alcançar os limites da sua capacidade de esforço. Termine imediatamente a sua sessão de exercício físico assim que notar quaisquer sintomas invulgares, tais como hemorragias, dores ou quebras de tensão.
Aumento de peso Durante a gravidez, é natural que o peso da mulher aumente, devido à formação da placenta, líquido amniótico, crescimento do bebé, volume do útero e do sangue, tecido
mamário e gordura de reserva. Mas quanto é que deve aumentar? O aumento total de peso recomendado depende do peso que tinha antes de engravidar. De acordo com o seu IMC - Índice de Massa Corporal - o seu médico irá aconselhar quantos quilos deve aumentar durante a gravidez. Em todas as suas consultas pré-natais vai ser pesada e será verificado se está a ganhar peso suficiente ou por outro lado se está a ganhar peso a mais.
Quantos quilos pode ganhar? Comece por saber qual o seu IMC - Índice de Massa Corporal. Para o calcular use a seguinte fórmula: Peso/Altura2.
Exemplo: Peso = 62 Kg Altura = 1,65 m IMC = 62 / (1,65x1,65) = 22,77 Segundo a tabela em baixo o ganho de peso deverá de ser de 11,5 a 16 kgs.
Recomendação de aumento de peso
Aumento de peso/semana no 2º e 3º trimestres
Baixo peso IMC ‹18,5
12,5 - 18 kg
0,5 kg
Normoponderal IMC 18,5 - 24,9
11,5 - 16 kg
0,4 kg
Excesso de peso IMC 25,0 - 29,9
7 - 11,5 kg
0,3 kg
5 - 9 kg
0,2 kg
15,9 - 20,4 kg
0,7 kg
IMC
Obesidade IMC ≥30 Gravidez de gémeos
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ACREDITAMOS QUE NÃO EXISTEM MÃES PERFEITAS APENAS #MÃESREAIS Quando for Mãe… Vai conhecer uma forma de amor que não conhecia, crescer como nunca imaginou ser possível e encontrar forças que não fazia ideia existirem. Contudo, este novo papel é apenas uma parte daquilo que é. Na verdade, 94% das mães acreditam que conseguem ser melhores mães se também cuidarem de si próprias fazendo aquilo que mais gostam. Acreditamos que não há uma maneira certa para ser mãe, apenas a sua maneira. Que as escolhas das outras mães não têm de ditar as suas, e que ao cuidar de si está também a cuidar do seu bebé. Haverá, certamente, dias perfeitos, mas também dias em que tudo vai parecer desmoronar-se à sua volta. Mas, o facto de se questionar acerca de ser uma boa mãe, já mostra que o é. Para todas as mães reais, quer siga o que outras mães fazem, quer vá aprendendo por si, o importante é que o faça à sua maneira. E nós estamos aqui consigo, em cada passo desta nova aventura.
A MELHOR FORMA DE CUIDAR, À SUA MANEIRA.
Fonte: Edelman Intelligence. Real Mothers Heard Global Report 2016
Viajar
CONSELHOS PARA VIAJAR
Viajar é, em geral, algo que não representa qualquer perigo durante a gravidez. Deverá, no entanto, planear a sua viagem cuidadosamente. Se tal for compatível com os seus planos, os meses mais adequados à realização de viagens serão os três meses a meio do período de gestação. O seu corpo ter-se-á entretanto habituado à gravidez e é durante este período que se sentirá melhor, pois os incómodos dos primeiros meses não representam já qualquer problema. Se pretender viajar nos últimos meses da sua gravidez deverá perguntar ao médico se corre o perigo de haver um parto prematuro. A maioria das companhias aéreas não transporta grávidas nas últimas quatro semanas antes do termo da gravidez. A propósito, o detetor de metais usado pelas autoridades de segurança aeroportuária não representa qualquer perigo para o seu bebé. Se for viajar para países estrangeiros, informe-se acerca de quais as vacinas necessárias e que sejam inofensivas durante a gravidez.
Se viajar muito de carro, pare de vez em quando, por exemplo de hora a hora, para caminhar um pouco. Durante uma viagem de avião muito longa deverá esticar as pernas com frequência e dar alguns passos. Use sempre roupas confortáveis. Use sapatos fáceis de calçar e descalçar. Lembre-se que os seus pés poderão inchar durante uma viagem de avião, mesmo que não esteja grávida. Não tome quaisquer medicamentos contra o enjoo sem antes consultar o seu médico. Se viajar sozinha, no segundo e terceiro trimestre da gravidez a viagem não deverá demorar mais do que três horas. Leve consigo qualquer coisa leve para comer e beber.
O cinto de segurança no automóvel Se forem usados corretamente, os cintos de segurança são de importância vital, porém se o cinto for colocado por cima da barriga da mãe, em caso de acidente tanto ela como o bebé correm perigo. A maneira mais segura consiste em usar a correia diagonal entre os seios e a correia da cintura bem abaixo do abdómen. Para quem viajar muito de carro, valerá talvez a pena adquirir um cinto especial para grávidas.
Se pensa ausentar-se durante bastante tempo, deverá talvez procurar um médico local que a possa acompanhar. Nunca deixe de levar consigo o boletim individual de saúde da grávida e todos os resultados de exames. Se viajar de carro, tenha sempre em atenção a posição do cinto de segurança.
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Riscos para a saúde da grávida Medicamentos Como alguns medicamentos podem originar distúrbios no desenvolvimento ou mesmo malformações do embrião – sobretudo quanto tomados durante os primeiros meses da gravidez – jamais deverá tomar medicamentos que não lhe tenham sido expressamente prescritos. Se por qualquer razão tiver de tomar regularmente medicamentos, não deixe de fazê-lo sem primeiro consultar o seu médico, pois o perigo decorrente de não tomar um medicamento poderá ser maior do que os riscos que possam advir para o bebé. Evite, sempre que possível, tomar medicamentos desnecessariamente. Se sentir uma ligeira indisposição, poderá haver outras maneiras de lidar com ela sem recorrer a medicamentos. Assim, por exemplo, poderá evitar a prisão de ventre se se mantiver fisicamente mais ativa e se ingerir mais líquidos e fibras. Os enjoos e os vómitos próprios da gravidez poderão ser evitados com pequenas refeições mais ligeiras e mais frequentes.
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Poderá ainda assim ter de tomar alguns medicamentos, por exemplo antibióticos, se sofrer de alguma infeção. Hoje em dia sabe-se que por exemplo as penicilinas são perfeitamente inofensivas para o bebé, ao passo que as tetraciclinas podem originar distúrbios na formação óssea e manchas permanentes nos dentes da criança. O uso de sulfamidas nos primeiros seis meses da gravidez não representa qualquer perigo, mas nos últimos três não deve acontecer, pois pode causar problemas aos recém-nascidos. Antes de comprar medicamentos de venda livre, como por exemplo remédios contra constipações, xaropes, antiácidos, suplementos de ferro ou certos medicamentos para problemas de pele, não deixe de se informar junto do médico ou farmacêutico. Certos remédios “naturais”, como por exemplo preparados à base de plantas, poderão revelar-se prejudiciais durante a gravidez. Não deverá portanto tomá-los sem o consentimento do médico. Em excesso, as vitaminas, sobretudo a A e a D, podem também
Gravidez saudável
ser perigosas, pelo que sem a recomendação expressa do médico não deverá tomar quaisquer vitaminas ou suplementos minerais.
Drogas Quem tomar drogas ilegais como a heroína, a cocaína ou as anfetaminas durante a gravidez, estará a colocar em risco a vida do bebé. Ao fazê-lo, aumenta bastante o risco de sofrer um aborto ou de ocorrer o parto de um nado-morto. Poderá também acontecer um parto prematuro ou o bebé depois de nascer poderá fazer síndroma de privação, “ressaca”. Logo que a gravidez seja um dado adquirido, informe o seu médico acerca do tipo e quantidade de drogas que toma, bem como desde quando tal acontece. Juntamente consigo, este ponderará se deve submeter-se a uma terapia de substituição de drogas ou à abstinência total.
Tabaco Os efeitos negativos do tabaco sobre a saúde são amplamente conhecidos. Os fumadores correm um risco maior de vir a ter cancro de pulmão ou de enfarte cardíaco do que os não fumadores. E quanto aos riscos que o seu bebé corre se continuar a fumar durante a gravidez? Existem provas mais do que concludentes de que o consumo do tabaco antes, durante e depois do nascimento pode ser nocivo para a saúde do seu bebé. Quando fuma, o monóxido de carbono e a nicotina são-lhe transmitidos pela sua circulação sanguínea, o que implica uma redução na quantidade de oxigénio e de nutrientes que o seu bebé poderá absorver. Quanto mais cedo deixar de fumar, tanto melhor para o seu bebé. Tente convencer
também o seu parceiro a deixar de fumar ou, pelo menos, a não fumar na sua presença, para que após o nascimento o seu bebé não se torne também um fumador passivo. As crianças cujos pais fumam sofrem mais frequentemente de doenças das vias respiratórias, dos ouvidos, nariz e garganta do que os filhos de não fumadores. Se não conseguir de todo deixar de fumar, tente então pelo menos reduzir tanto quanto possível.
RISCOS DE FUMAR DURANTE A GRAVIDEZ Baixo peso à nascença: os filhos de mães fumadoras pesam em média menos 200 gramas do que os bebés de não fumadoras, sendo também dois centímetros mais pequenos. Aborto, nascimento prematuro ou parto de nado-morto. Morte súbita do bebé: investigações recentes demonstraram que o consumo do tabaco constitui um fator de risco para a ocorrência de atrasos no crescimento e de anomalias renais, podendo ser responsáveis pela morte súbita do bebé.
Sugestões para deixar de fumar Em vez de pegar num cigarro, faça qualquer coisa que lhe dê prazer e que a distraia. Dê um passeio, coma uma maçã, beba um copo de sumo ou acenda a televisão. Se tiver necessidade de ter as mãos ocupadas, experimente fazer malha. Pense naquilo em que quer gastar o dinheiro que passará
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RISCOS DO CONSUMO DE ÁLCOOL Aborto; Anomalias físicas e dismorfismo; Diminuição do crescimento fetal, em especial do perímetro encefálico e do cérebro; a poupar por não fumar. Ofereça presentes a si mesma! Sempre que possível, use locais para não fumadores em espaços públicos. Pergunte ao seu médico ou no centro de saúde onde poderá ter apoio para deixar de fumar.
Consumo de álcool na gravidez Tal como a nicotina, também o álcool é transmitido através da placenta à circulação sanguínea do seu bebé e daí ao seu cérebro, o qual, por ainda não estar completamente desenvolvido, é muito mais vulnerável. Estudos revelaram que os bebés de mães que consomem muito álcool nascem com uma série de deficiências físicas e intelectuais, genericamente conhecidas como “síndroma alcoólico fetal”. Uma vez que não é
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Parto prematuro; Recém-nascidos com baixo peso. conhecido quais as quantidades de álcool que não se revelam prejudiciais para o bebé, é aconselhado às mulheres grávidas que se abstenham totalmente do consumo de álcool. O consumo de álcool em qualquer estágio da gravidez representa riscos para o bebé. Quase tudo o que a mãe ingere chega ao bebé, inclusive o álcool. O feto fica exposto à mesma concentração de álcool que a mãe consumiu ou a uma concentração ainda maior, porque o metabolismo e o processo de eliminação do bebé é mais lento. Desde o início da gravidez, o álcool pode interferir no processo de desenvolvimento do feto.
Gravidez saudável
Vida sexual durante a gravidez O médico poderá aconselhar a limitar a frequência ou mesmo a evitar as relações sexuais se uma das seguintes situações se verificarem: Se já antes ocorreu mais de um aborto nos primeiros meses de gravidez; Se durante a gravidez se verificarem hemorragias; Se já tiver tido mais do que um parto prematuro, deverá evitar ter relações sexuais nos últimos meses da gravidez; Se a grávida sofrer de alguma infeção na vagina; Se o colo do útero se abrir antes do tempo ou se ameaçar entrar em trabalho de parto antes do tempo; Se a grávida sofrer de dores na pélvis; Se se tiverem verificado perdas de líquido amniótico.
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Se não existirem razões médicas para a abstinência sexual, então não terá de modificar em nada os seus hábitos neste domínio durante toda a gravidez. As relações sexuais muito próximo do nascimento do bebé podem até acelerar o trabalho de parto, pois o esperma masculino contém uma substância, a prostaglandina, que estimula as contrações do útero. Porém, este efeito apenas se faz sentir no colo do útero já pronto para dar à luz. Se ainda não for a altura certa, a prostaglandina não tem qualquer efeito benéfico para o trabalho de parto. As relações sexuais não prejudicam em nada o seu bebé. Não poderão provocar qualquer aborto, uma vez que o feto está bem protegido pela bolsa amniótica e pelo líquido nela contido. Não deixa no entanto de ser verdade que a vida sexual do casal se altera durante a gravidez. Durante os primeiros três meses muitas mulheres experimentam um decréscimo do apetite sexual. Esta pode ser uma reação perfeitamente normal às mudanças hormonais que se estão a processar no seu corpo. Se sentir muitos enjoos e sofrer de fadiga é bem compreensível que não tenha muita vontade de ter relações sexuais. Passados os primeiros três meses, pode até acontecer que sinta mais vontade de ter relações sexuais do que antes da gravidez. No decurso dos últimos meses de gravidez é normal que esta vontade volte a decrescer. O volume crescente da zona abdominal da mulher poderá tornar a prática do sexo algo desconfortável durante os três últimos meses.
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Também o seu parceiro terá de se adaptar à nova situação, muito embora não seja válida para ele a desculpa das mudanças hormonais! Certos homens consideram até o facto de a sua parceira estar grávida sexualmente excitante. Outros há que, ao invés disso, experimentam uma diminuição da libido ao serem confrontados com as mudanças que se operam a nível físico durante a gravidez. Talvez o seu parceiro interprete a sua falta de vontade passageira como um indício de que perdeu para sempre a vontade de ter relações sexuais, sentindo-se rejeitado. Certos homens albergam também um medo inconsciente e irracional de que as relações sexuais possam magoar o bebé. Se experimentar qualquer tipo de problemas a nível sexual é importante discuti-los com o seu parceiro. O sexo durante a gravidez poderá até reforçar a intimidade e a sensação de união que já antes sentiam. Como é óbvio, não é forçoso que tenha de haver relações sexuais. A estimulação oral ou manual poderá conduzir ambos a atingir o clímax. As carícias, os abraços, os beijos e as massagens mútuas poderão também proporcionar uma satisfação sexual plena. Para que se sinta confortável durante as relações sexuais, talvez tenha de experimentar com o seu companheiro novas posições. Poderão, por exemplo, deitar-se ambos de lado ou ficar a mulher por cima. Adotando uma posição de joelhos, a mulher evitará que se exerça uma pressão desconfortável sobre o abdómen. ●
Gravidez saudável
A alimentação na gravidez
A noção de que uma mulher grávida tem de comer por dois está hoje em dia perfeitamente ultrapassada. Não é a quantidade, mas sim a qualidade da alimentação que é determinante. Se até à gravidez a sua alimentação sempre foi completa, equilibrada e variada, poucas serão as alterações a introduzir. Se não for o caso esta é a altura ideal para mudar alguns hábitos, pois a sua alimentação reveste-se de uma importância fundamental no desenvolvimento saudável do seu bebé. Durante a gravidez, é aconselhável que evite os longos períodos sem comer, nunca mais de três horas, o que também a ajudará a combater os enjoos e a azia. As grávidas deverão fazer entre 5 a 6 refeições diária, que devem ser divididas entre duas a três refeições principais (pequeno-almoço, almoço e jantar) e dois a três lanchinhos.
O que deve comer a grávida? A alimentação de uma mulher grávida assemelha-se bastante à alimentação de qualquer mulher adulta, embora com algumas pequenas adaptações que irão ajudá-la a ingerir todos os nutrientes e vitaminas que o seu bebé necessita. Assim, deve comer pelo menos 5 porções diárias de frutas ou legumes, cerca de 400 gramas. Estes alimentos são ricos em vitaminas e minerais que ajudam ao desenvolvimento do seu bebé. Opte por carnes magras, como o peru ou o frango, e uma oferta variada de peixe, evitando os de águas mais profundas devido aos elevados níveis de mercúrio. Deverá limitar o consumo de alimentos açucarados como os produtos de pastelaria, sobremesas muito açucaradas, refrigerantes
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CUIDADOS ESPECIAIS DURANTE A GRAVIDEZ
ou chocolates. São alimentos de alto valor calórico mas muito pobres nutricionalmente. Evite também alimentos salgados como produtos de charcutaria, alguns queijos, alimentos processados industrialmente, caldos concentrados ou fast-food, e alimentos ricos em gordura, como enchidos, massas folhadas, molhos, etc..
Conselhos para a higiene e preparação dos alimentos Lave as mãos com água morna e sabonete sempre que manusear alimentos; Lave muito bem os legumes e as frutas (mesmo aquelas a que vai retirar a casca) com água corrente; Separe os alimentos crus dos alimentos prontos a consumir; Conserve a carne e o peixe crus sempre bem
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Devido às alterações do sistema imunitário da grávida, esta fica mais sensível a toxinfeções alimentares, como por exemplo a toxoplasmose ou a salmonelose. Por este motivo é essencial que a grávida tome alguns cuidados: Evite a ingestão de carnes ou peixes crus ou mal passados. Consuma apenas frutas e vegetais crus se estiver segura que foram bem lavados. Os ovos devem ser bem cozidos, assegurando-se que a clara e a gema se encontram sólidas. Evite pratos que incluam ovos crus, como por exemplo maioneses, mousses, etc. Consuma apenas produtos lácteos, como leite, queijos ou gelados, pasteurizados. Tenha especial cuidado com a higiene das mãos e utensílios de cozinha depois de manusear carnes cruas. Para além das recomendações acima mencionadas, é aconselhável que a grávida evite também o consumo de canela, refeições muito condimentadas, álcool, peixes ricos em mercúrio (como o atum, o peixe-espada, a sardinha ou o salmão), que não devem ser consumidos mais de duas vezes por semana, e café, limitando o seu consumo a uma chávena por dia.
A alimentação na gravidez
embalados e na zona intermédia do frigorífico e os produtos em fase de descongelação na prateleira inferior, bem acondicionados em recipientes de forma a evitar que derramem líquidos resultantes do processo de descongelação; Os alimentos cozinhados nunca devem ser colocados em recipientes onde estiveram alimentos crus, sem que o recipiente seja bem lavado; Os alimentos já cozinhados deverão ser aquecidos a altas temperaturas durante algum tempo ou aquecidos até à fervura. Cozinhe completamente a carne; e certifique-se que a carne congelada está corretamente descongelada antes de cozinhar; Verifique sempre o prazo de validade na embalagem dos alimentos; Não consuma ovos que não estejam cozinhados ou quaisquer cremes ou molhos que possam ter sido preparados com ovos crus; Não beba leite que não seja pasteurizado.
da criança e se proceda ao armazenamento de gordura para a amamentação, só a partir do segundo trimestre é que precisa de comer mais alimentos ricos em energia. Até lá as necessidades energéticas são compensadas pela redução da sua atividade física e do seu metabolismo basal. As calorias suplementares deverão ser ingeridas de preferência entre as refeições principais, por exemplo sob a forma de iogurtes, fruta, sanduíches.
Recomendações alimentares na gravidez As suas necessidades calóricas, a quantidade diária de calorias de que uma pessoa precisa tem a ver com o metabolismo basal (a energia que o corpo consome em descanso e à temperatura ambiente) e com a quantidade de atividade física desenvolvida. Uma mulher que não esteja grávida precisa em média de ingerir diariamente 2000 kcal (quilocalorias). Durante a gravidez, sobretudo no segundo e terceiro trimestre recomenda-se que a grávida ingira para além das recomendadas mais 340 kcal e 450 kcal, respetivamente. Se bem que durante a gravidez seja necessária mais energia para o desenvolvimento
Proteínas As proteínas desempenham um papel essencial na formação da placenta, no crescimento dos tecidos uterinos e no desenvolvimento e crescimento do bebé. Se praticar uma dieta equilibrada não será necessário aumentar a ingestão de proteínas durante a gravidez. Para se assegurar que o seu corpo recebe a quantidade de proteínas que necessita deverá ingerir diariamente laticínio (leite, iogurte ou queijo) e leguminosas (verdes ou secas). A carne, o peixe e os ovos são também boas fontes de proteína, contudo devem ser consumidos com moderação.
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Hidratos de carbono Este grupo de alimentos constitui a base fundamental das refeições, uma vez que é a principal fonte de energia do organismo. Na sua maioria, os hidratos de carbono saciam a fome, contêm vários nutrientes importantes e são pouco dispendiosos. Cerca de metade de todas as calorias deverão ser ingeridas sob a forma de produtos desta categoria. Entre eles contam-se também o açúcar e a farinha, se bem que estes devam ser apenas consumidos em pequenas quantidades, já que para além da energia quase não fornecem outros nutrientes. De vez em quando, porém, é claro que pode comer uma fatia de bolo ou um chocolate! Tente incluir na sua alimentação diária pão integral, batata, arroz, massa e aveia.
Gorduras As gorduras são uma fonte de energia concentrada, que ajudam a absorver as vitaminas A, D, E, e K. Apresentam-se sob a forma
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de gorduras saturadas (p. ex. na carne e na manteiga) e gorduras insaturadas (em certas margarinas e óleos vegetais). Os alimentos ricos em gorduras saturadas deverão ser evitados, devendo consumir-se de preferência azeite e óleos vegetais.
Fibras Estas encontram-se nos cereais, nas frutas e nos legumes. As fibras são importantes para a digestão e previnem a ocorrência de hemorroidas. Se praticar uma alimentação equilibrada deverá ingeri-las em quantidade suficiente mas não excessiva. Em demasia poderão causar prisão de ventre e impedir a absorção de ferro e cálcio.
Ácido fólico O ácido fólico desempenha um papel fundamental no desenvolvimento do seu bebé por isso recomenda-se, para além da suplementação que deverá iniciar ainda antes da conceção, que a grávida inclua na sua alimentação alimentos ricos neste micronutriente,
A alimentação na gravidez
tais como frutas e hortícolas, cereais integrais (pão integral, massa e arroz integral) e leguminosas (lentilhas, ervilhas, feijão, grão ou favas).
laranja natural, e fontes de ferro de origem vegetal e animal. Deverá também evitar a ingestão de café ou chá às refeições principais, deixando o seu consumo para 1 a 2 horas antes ou depois das refeições.
Ferro O ferro é um componente importante da hemoglobina, a proteína vital das células vermelhas do sangue. É ela que transporta o oxigénio a todas as células do corpo e durante a gravidez também ao feto. A falta de ferro pode conduzir a uma anemia, que causa fadiga, palidez e dificuldades respiratórias. A necessidade média diária de mulheres é de 27 mg. Boas fontes de ferro são a carne, o peixe, as leguminosas e as hortícolas de folha verde escura. Para uma melhor absorção do ferro recomenda-se que inclua na mesma refeição alimentos ricos em vitamina C, por exemplo acompanhando a refeição com um sumo de
Iodo Se praticar uma alimentação equilibrada irá estar a contribuir para aumentar as suas reservas de iodo, fundamental para o desenvolvimento cognitivo do seu bebé. Contudo o seu médico poderá considerar importante recomendar-lhe a suplementação de iodo durante toda a gravidez e enquanto amamentar o seu bebé. Assegure-se que inclui na sua alimentação alimentos como o peixe, as algas, as leguminosas, as hortícolas, o leite e outros produtos lácteos de forma a garantir a ingestão da dose recomendada de iodo durante a gestação.
sabia que... 100 gramas de espinafres contêm 2 miligramas de ferro. 40 | A alimentação na gravidez
Cálcio
Hidratação
O cálcio é muito importante para o desenvolvimento de ossos e dentes saudáveis não só da mãe, como também do bebé. Alimentos como o leite, os produtos lácteos e alguns cereais são excelentes fontes de cálcio. A vitamina D é essencial para ajudar a fixar o cálcio nos ossos, esta vitamina é maioritariamente produzida no nosso corpo através da exposição solar. Contudo não se esqueça que deverá utilizar protetor solar, chapéu e evitar a exposição solar entre as 11h30 e as 16h00.
É essencial que a grávida esteja bem hidratada, quer seja através da ingestão de água, sumos de frutas ou infusões ou através de alimentos ricos em água, como as sopas, saladas e frutas. Durante a gestação, a grávida deverá ingerir cerca de 3L de água por dia, aproximadamente 10 copos de água ou outra bebida.
Zinco O zinco é importante para o desenvolvimento do cérebro, do sistema nervoso e dos ossos do bebé. Se praticar uma alimentação equilibrada fornecerá ao seu corpo a quantidade necessária deste nutriente. O zinco está presente no pão integral, nos ovos, nas nozes, no queijo curado, na carne, no peixe e na levedura.
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Café Embora ainda não exista um estudo claro sobre os efeitos da cafeína no bebé, recomenda-se que a ingestão da mesma não ultrapasse os 200 mg diários, aproximadamente um café expresso ou duas chávenas de chá. Lembre-se que a cafeína pode estar presente não só no café e no chá como também no cacau e em refrigerantes com cafeína. ●
A alimentação na gravidez
Problemas típicos da gravidez
Durante a gravidez, haverá dias em que simplesmente não se sente bem. Em geral, não se trata de qualquer problema grave, embora acabe por não se sentir tão alegre quanto gostaria. Todavia, de vez em quando podem surgir sintomas que deverão ser comunicados de imediato ao médico. A maioria destes pequenos problemas surge na sequência das alterações físicas normais que ocorrem durante a gravidez.
Problemas respiratórios No decorrer da sua gravidez, é possível que ao menor esforço se sinta sem fôlego. Perto de três quartos das grávidas conhecem bem essa sensação. À medida que o útero em crescimento vai subindo, os pulmões deixam de ter o mesmo espaço para se expandirem. A partir da 36ª semana, poderá começar a sentir-se melhor, pois nesta altura a cabeça do bebé (a maior parte das crianças nasce em posição cefálica) encontra-se na zona pélvica inferior. Evite esforços físicos violentos.
Sente-se direita! No caso de ter perturbações do sono devido aos problemas respiratórios, deve deitar-se com o tronco ligeiramente elevado. Faça exercícios respiratórios e também de relaxamento.
Dores de alongamento Por vezes, parecer-lhe-á que tem dores no corpo todo ou nas articulações. A causa provável destas dores é uma ligeira alteração das articulações provocada pelas hormonas da gravidez. Uma “pontada” de lado ou uma dor esporádica, tipo picada, que se estende desde o baixo-ventre até às costelas são conhecidas por “dores dos ligamentos”. Estas dores surgem porque os ligamentos que envolvem o seu útero se alongam. Neste caso, um banho quente ajuda a minorar as
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dores. Também poderá experimentar alguns dos exercícios que aprendeu durante o curso de preparação para o parto. No caso de não sentir alívio aplicando estas medidas, fale com o seu médico.
Contrações do útero - Braxton Hicks A partir da 20ª semana de gravidez, sensivelmente, verificará que algumas vezes por dia a sua barriga fica dura; com o decorrer da gravidez, isto pode acontecer com mais frequência. Este repuxar da musculatura uterina é inofensivo. Diz-se que é deste modo que o útero se prepara para o parto. Se estas contrações começarem a surgir em intervalos regulares, podendo ou não provocar dores, deverá consultar o seu médico.
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Neste caso, poderá tratar-se de dores de parto extemporâneas, com ameaça de um parto prematuro.
Hemorroidas As hemorroidas são veias distendidas no reto e surgem com frequência durante a gravidez. São causadas por uma pressão suplementar sobre os vasos sanguíneos e agravadas pela prisão de ventre. Elas podem provocar dores ou comichão e por vezes também hemorragias, sobretudo durante a evacuação de fezes. O seu médico poder-lhe-á receitar supositórios ou cremes. Após o parto, as hemorroidas tendem a desaparecer, mesmo sem tratamento suplementar. Se tomar precauções no sentido de facilitar a digestão dos alimentos, verá que as hemorroidas são mais fáceis de suportar.
Problemas típicos da gravidez
Para evitar o aparecimento de hemorroidas beba muitos líquidos, especialmente água, e ingira alimentos ricos em fibras para evitar a prisão de ventre. Faça exercício físico regularmente. Poderá aliviar o desconforto, passando suavemente com uma pedra de gelo pela zona afetada. Muitas vezes um saco de gelo também ajuda.
Micção frequente É perfeitamente natural que nos primeiros meses sinta necessidade de urinar com mais frequência. Isto deve-se ao facto de o útero em crescimento estar a exercer pressão sobre a bexiga, para além do papel desempenhado pelas alterações hormonais. Durante as últimas semanas de gravidez, este sintoma aparece novamente quando a cabeça do bebé está posicionada mais abaixo e torna a exercer pressão sobre a bexiga. É provável que no último trimestre de gravidez tenha a sensação de ter perdido o controlo sobre a sua bexiga, pois o facto de tossir, de rir ou de espirrar poder levar a pequenas perdas de urina. Será mais fácil manter o controlo da sua bexiga se fizer “exercícios pélvicos” simples que fortalecem os músculos da bexiga e da vagina. Após o parto, estes exercícios podem prevenir um prolapso do útero ou da vagina.
Exercícios para fortalecimento do pavimento pélvico Ponha-se de pé, com as pernas ligeiramente afastadas. Feche o ânus, comprimindo-o, como se quisesse evitar soltar gases. Ao mesmo tempo, repuxe a vagina para dentro e para cima, como se quisesse segurar um tampão ou evitar uma perda de urina. Relaxe
e volte a contrair. Repita este exercício 12 a 15 vezes, no mínimo seis vezes por dia. Pode exercitar-se sobretudo ao urinar, interrompendo várias vezes o fluxo urinário. Beba bastantes líquidos durante a gravidez. Contudo, não beba demasiado chá ou café, pois tanto um como outro podem aumentar a produção de urina. Procure esvaziar a bexiga sempre que sente necessidade. Se sentir dores ao urinar, consulte o seu médico, pois poderá ter contraído uma infeção urinária. Sempre que vai a uma consulta de rotina da gravidez, a sua urina é analisada para despiste deste tipo de problemas.
Comichão Algumas mulheres sentem comichão no corpo durante a gravidez. Se juntar um pouco de farelo ou uma qualquer substância desengordurante à água do banho conseguirá aliviar este sintoma. Caso tenha uma pele especialmente seca, utilize um bom creme ou loção corporal, ou ainda óleos para o corpo.
Dores de cabeça As mulheres que sofrem de enxaquecas irão ficar satisfeitas por as suas “habituais” dores de cabeça desaparecerem. Não obstante, outras mulheres terão dores de cabeça com mais frequência devido às alterações hormonais e à pressão arterial. Caso tenha dores de cabeça muito fortes, do tipo enxaqueca, deverá sempre consultar o médico.
Varizes As varizes nas pernas ou até nos lábios da vulva surgem na sequência da redução do refluxo sanguíneo nas veias. Este sintoma deve-se ao aumento de peso e ao efeito que
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a hormona da gravidez exerce sobre as paredes das veias. Para evitar o aparecimento das varizes, tente não permanecer demasiado tempo parada em pé. Mexa os pés de vez em quando. Quando descansa, coloque as pernas numa posição mais elevada. Evite cruzar as pernas quando se senta. Movimente-se com frequência, de modo a melhorar a circulação sanguínea. Calce sapatos confortáveis, com saltos não muito altos, e não vista roupa apertada. Experimente usar meias de descanso. Caso seja necessário, o seu médico poderá receitar-lhe meias de descanso medicinais. Importante: Vista as meias de manhã, antes de se levantar! Caso sofra de varizes na zona púbica, eleve um pouco a parte inferior da cama.
Problemas de circulação As tonturas, durante as quais se vê tudo negro à frente dos olhos, são um sintoma frequente, sobretudo no início da gravidez. Devem-se ao facto de a pressão arterial de uma grávida ser mais baixa que o habitual, pelo que uma súbita mudança de posição ou a permanência em pé durante muito tempo podem influenciar a circulação sanguínea. Uma taxa de glicemia (açúcar no sangue) baixa pode também ser a causa da fraqueza que sente. Para evitar estes sintomas, tome refeições intermédias com maior frequência, por exemplo, um copo de leite, uma peça de fruta ou um iogurte, de modo a não ficar demasiado tempo sem comer. As refeições com alto teor de açúcar não são aconselháveis, pois embora a taxa de glicemia suba rapidamente, a ingestão de açúcar estimula uma maior
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libertação de insulina, o que irá provocar de novo a queda abrupta da taxa de glicemia, podendo conduzir a um estado de fraqueza.
Se sentir tonturas: Deite-se na horizontal, de preferência perto de uma janela aberta. Desaperte a roupa em volta do pescoço e da cintura. Incline a cabeça ligeiramente para baixo, de modo a que o cérebro fique mais irrigado. Faça uma refeição intermédia com elevado teor de proteínas e hidratos de carbono.
Enjoos matinais Durante os três ou quatro primeiros meses de gravidez, muitas mulheres sofrem de enjoos e vómitos causados por alterações hormonais. Existe uma outra explicação que sustenta que os enjoos matinais são um mecanismo que o corpo desenvolve para remover substâncias nocivas da mãe, as quais poderão influenciar o desenvolvimento da criança.
O que pode fazer contra os enjoos: Antes de se levantar da cama, coma uma tosta ou uma bolacha, cereais ou uma maçã. Levante-se lentamente e permaneça uns instantes sentada na borda da cama. Faça regularmente pequenas refeições ricas em hidratos de carbono (muesli, tostas, bolachas, batatas cozidas) e coma muita fruta. Deixe de beber sumo de limão, café ou leite, se sente que lhe provocam enjoos. Em vez disso, beba bebidas com gás, como por exemplo, água mineral gaseificada. Se possível, não cozinhe refeições muito aromáticas. Evite os odores e refeições desagradáveis
Problemas típicos da gravidez
que lhe provocam repulsa. O gengibre pode por vezes ajudar a combater o enjoo. Caso estes sintomas persistam ou se agravem, consulte o seu médico antes de tomar qualquer medicamento. Se os vómitos forem demasiado frequentes, poderá ter de ser tratada no hospital.
Sangramento nasal Durante a gravidez, algumas mulheres sangram com frequência do nariz. A causa: uma maior irrigação sanguínea das mucosas. Só muito raramente a tensão arterial demasiado elevada está na origem deste sintoma. Quando o seu nariz sangrar, aperte-o durante alguns minutos e respire pela boca. Não incline a cabeça para trás, pois o sangue escorre pela faringe até ao estômago, podendo provocar vómitos. Caso tenha as mucosas nasais secas, use vaselina.
Dores nas costas As dores nas costas são frequentes nas grávidas, sobretudo durante as últimas semanas de gravidez. A causa: o útero cresce e os chamados “li-
gamentos maternos” que unem o útero aos ossos da bacia são alongados. A hormona da gravidez relaxa as articulações e a postura do corpo vai-se alterando à medida que o bebé cresce. Ambos podem conduzir a distensões musculares e dores. Visto que as dores nas costas podem também ser originadas por infeções renais, deverá sempre consultar o médico, caso as dores comecem a ser muito fortes ou persistentes.
O que fazer contra as dores nas costas: Não sobrecarregue demasiado as suas costas. Se quiser levantar um peso, dobre os joelhos e mantenha as costas direitas. Calce sapatos de salto baixo, mas não completamente raso. Se possível, faça as suas tarefas domésticas sentada ou de joelhos. Tenha o cuidado de andar sempre com as costas direitas. Os ombros deverão estar descontraídos e o tórax ligeiramente distendido para a frente. Caso permaneça muito tempo sentada numa cadeira, deverá apoiar as costas com uma almofada. O seu colchão não deverá ser muito mole e, para dormir, deverá posicionar-se de lado, com as pernas encolhidas. Faça alguns exercícios físicos para minorar as dores nas costas. Um banho quente relaxante pode ajudar a aliviar as dores.
Insónias Na última fase da gravidez, as insónias poderão tornar-se um problema. A barriga cada vez maior impede que adote uma posição confortável para dormir e o bebé decide “jo-
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gar futebol” sempre que você está quase a adormecer. Talvez a ajude se antes de se deitar, beber um copo de leite quente ou um chá calmante de ervas (erva-cidreira ou verbena). Experimente deitar-se de lado, encolhendo uma das pernas e esticando a outra. Coloque os braços por cima da cabeça. Pode também deitar-se de lado e apoiar a barriga numa almofada. Coloque outra almofada entre as pernas.
Cãibras Muitas mulheres grávidas sofrem de cãibras – sobretudo à noite e durante o último trimestre de gravidez. A causa destas dores é a falta de magnésio. O seu médico receitar-lhe-á o que for mais adequado. É igualmente importante reforçar a ingestão de líquidos.
Problemas digestivos Os problemas digestivos são muito comuns durante a gravidez e ocorrem provavelmente pela ação relaxante da hormona progesterona sobre os músculos do intestino. Para além disso, o útero em crescimento poderá exercer pressão sobre o intestino, agravando os sintomas. Para evitar problemas digestivos, deverá ter uma alimentação equilibrada. Alimentos ricos em fibra, tais como derivados da aveia, pão integral, fruta crua e legumes ajudam muito nestes casos. Beba muita água, sumos de frutas (especialmente de ameixa) e movimente-se regularmente. Para estimular o intestino, beba algo quente, por exemplo um copo de água, de preferência meia hora antes do pequeno-almoço.
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PARA COMBATER A AZIA Prefira comer cinco ou seis pequenas refeições diárias, em vez de duas ou três maiores. Evite refeições muito condimentadas, muito frias ou muito gordurosas. Quando estiver a comer, sente-se com as costas direitas. A cabeceira da cama deverá estar ligeiramente elevada. Não tome quaisquer medicamentos contra a azia sem consultar primeiro o seu médico. Alguns inibidores da acidez (incluindo a vulgar soda) contêm sódio, o qual pode ser nocivo durante a gravidez.
Retenção de líquidos Durante os últimos meses de gravidez, é frequente as pernas e os nós dos dedos incharem, sobretudo à noite e com tempo quente. Esta retenção de líquidos não constitui um problema sério, mas pode vir a ser incomodativa devido à sensação de tensão nos pés ou nas mãos, ou ainda pela sensação de dormência nos dedos intermédios. Atualmente, sabe-se que, mesmo quando surgem edemas, é importante fazer uma alimentação equilibrada, rica em proteínas, e ingerir líquidos em quantidade suficiente. Só muito raramente a retenção de líquidos durante uma gravidez tem consequências graves. Nesse caso, é acompanhada de tensão arterial elevada e de proteinúria (presença de proteínas na urina). ●
Problemas típicos da gravidez
Intercorrências da gravidez Para além de alguns incómodos ligeiros, a maioria das mulheres não enfrenta durante a gravidez quaisquer problemas sérios de saúde. Ainda assim, uma gravidez exige bastante do seu corpo, pelo que poderão ocorrer aqui e ali algumas complicações. Se não se sentir bem e se surgir um sintoma que não lhe pareça normal, deverá, mesmo fora das consultas normais, procurar o apoio do seu médico. De seguida serão explicadas algumas complicações que poderão ocorrer no decurso da gravidez.
Hemorragias As hemorragias durante a gravidez podem ter várias origens. Devem ser sempre levadas a sério, mesmo quando não implicam qualquer dor. As causas podem ser as seguintes:
Ameaça de aborto Hemorragias no início da gravidez podem conduzir a um aborto. Tal ocorre numa em cada cinco gravidezes, sobretudo durante os três primeiros meses. Neste caso, as hemorragias são mais fortes
do que aquando da menstruação, dando origem também a dores semelhantes a cãibras. Poderão também ocorrer hemorragias que não resultem em aborto. A este estado dá-se o nome de “ameaça de aborto”. Neste caso, o médico recomendará repouso absoluto até a hemorragia parar. Mediante a realização de uma ecografia determinar-se-á se o feto continua vivo. Quando a gravidez ainda vai muito no início é também feita uma análise às hormonas da gravidez. Se ocorrer um aborto, o mais frequente é tratar-se de um erro genético presente no óvulo ou no espermatozoide, o que impede o normal prosseguimento da gravidez.
Gravidez ectópica Dores fortes no abdómen, acompanhadas ou não de hemorragias, durante os primeiros
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três meses de gravidez poderão ser os sintomas de uma gravidez ectópica. Quer isto dizer que o óvulo fecundado se alojou numa das trompas de Falópio, ao invés do útero. Uma gravidez ectópica é bastante perigosa e exige normalmente uma intervenção cirúrgica.
Hemorragias da placenta Embora seja raro, nos últimos três meses da gravidez pode dar-se um descolamento prematuro da placenta das paredes do útero, o que se reveste de algum perigo tanto para a mãe como para o bebé. Se tiver quaisquer hemorragias, procure imediatamente o médico! Hemorragias perto do fim da gravidez poderão também ser desencadeadas por uma situação chamada “placenta prévia”, quer isto
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dizer que a placenta se colocou na parte baixa do útero, bloqueando o colo do útero total ou parcialmente. Quando o colo do útero se abre no início do trabalho de parto, tal poderá provocar hemorragias. Se o colo do útero estiver totalmente bloqueado, a criança terá de nascer por meio de uma cesariana.
Hemorragias no colo do útero É frequente o colo do útero tornar-se durante a gravidez mais suscetível ao contacto, em virtude da maior irrigação que se verifica nesta altura. Tal poderá causar hemorragias, por exemplo depois de ter relações sexuais. Não se preocupe, pois isto não representa qualquer perigo! Ainda assim deverá ser examinada pelo médico para se poderem pôr de parte quaisquer outras causas. Talvez se tra-
Intercorrências da gravidez
te de uma infeção. O muco libertado, “rolhão mucoso”, pouco antes do nascimento pode apresentar-se avermelhado, com algum sangue, mas tal é normal e não constitui motivo para preocupação.
SE OCORREREM HEMORRAGIAS DURANTE A GRAVIDEZ Contacte imediatamente o seu médico ou o hospital. Deite-se na cama e mantenha-se quente, se estiver em casa. Mantenha vestidas as roupas sujas de sangue e não limpe as manchas até que o médico ou a enfermeira de obstetrícia as tenham examinado. Não coma nem beba seja o que for sem autorização do médico. Se estiver fora de casa, tente encontrar um local calmo para descansar até chegar ajuda.
Tensão arterial elevada Em cada uma das consultas pré-natais a sua tensão arterial será medida. Em algumas mulheres a tensão arterial sobe durante a gravidez. Importante neste caso é detetar e averiguar esta situação o mais cedo possível, pois poder-se-á tratar de uma complicação causada pela gravidez, a pré-eclampsia. O perigo desta situação, cujas causas ainda não são totalmente conhecidas, reside num fornecimento insuficiente de oxigénio ao
bebé. Em alguns casos raros também a vida da futura mãe poderá ser posta em risco. Os sintomas da pré-eclampsia são uma tensão arterial bastante elevada, a existência de proteína na urina e por vezes também a acumulação de líquidos nos tecidos, o que provoca o inchaço dos mesmos (edemas). Se esta doença não for detetada atempadamente, poderá pôr em risco a vida tanto da mãe como da criança. Em cada consulta ter-se-á pois o cuidado de investigar quaisquer sinais avisadores, será medida a tensão arterial, serão feitas análises à urina e será feita uma pesagem, para além de se procurar sintomas de edemas. No pior dos casos, e se não for tratada, a pré-eclampsia poderá conduzir à eclampsia, que se caracteriza por convulsões que podem causar a morte tanto da mãe como do bebé. Se for intensamente vigiada pelo médico, é muito raro ocorrer um desenvolvimento mais sério desta situação.
Informe o seu médico se surgirem os seguintes sintomas: Tonturas; Dores de cabeça fortes; Edemas no rosto, nas mãos e nos pés; Visão desfocada, manchas luminosas e pontos escuros; Vómitos na fase final da gravidez; Dores no estômago.
Tensão arterial baixa Em algumas mulheres que de resto têm uma tensão normal pode registar-se uma tensão arterial baixa durante a gravidez. Isto pode fazer com que se sinta tonta ao pôr-se de pé ou sentar-se repentinamente. Talvez o seu médico lhe prescreva um me-
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dicamento específico. Nas últimas semanas da gravidez certas mulheres sofrem desmaios; ficam muito pálidas e começam a transpirar quando deitadas de barriga para cima. Tal deve-se à pressão que o útero aumentado exerce sobre os vasos sanguíneos, atrasando desse modo o regresso do sangue ao coração. Um bom conselho: Uma vez que esta situação também poderá afetar a circulação sanguínea do bebé, o melhor e o mais confortável será nas últimas semanas da gravidez deitar-se e dormir de lado.
Epilepsia As mulheres que sofram de ataques epiléticos ou convulsões poderão ter uma gravidez perfeitamente segura e sem riscos, desde que sejam cuidadosamente acompanhadas. Deverá tão cedo quanto possível discutir com o seu médico qual a medicação a adotar. Certos medicamentos contra a epilepsia são associados a um risco aumentado de deficiências congénitas, como por exemplo a fenda palatina. Poderá então ser aconselhável mudar a medicação. No entanto, deverá cumprir escrupulosamente a toma dos medicamentos prescritos, pois um ataque ou ataques repetidos poderão igualmente ser prejudiciais para a sua criança.
Cistite - infeção urinária A cistite (inflamação da bexiga) é uma infeção causada por uma bactéria. Os sintomas são dores, micção frequente, uma sensação de ardor ou um desconforto durante a micção, arrepios ou febre e, por vezes, a presença de sangue na urina. Dirija-se ao médico sem demora, pois é importante tratar imedia-
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tamente esta situação.
Conselhos para a prevenção da cistite (infeção urinária) Beba muitos líquidos, por exemplo água ou chá de ervas. Evite o consumo de álcool e de café em excesso. Esvazie a bexiga logo que sentir necessidade. Use roupa interior de algodão confortável e larga. Para evitar infeções na zona genital, após evacuar limpe-se sempre de frente para trás. Se possível, urine após a prática de relações sexuais.
Inflamação dos rins A pielonefrite, uma inflamação aguda dos rins, é normalmente causada por bactérias. Os sintomas são semelhantes aos da cistite (inflamação da bexiga), mas poderão acrescer dores de costas, arrepios, febre alta acompanhada de taquicardia, náuseas e vómitos. Confrontada com estes sintomas, consulte imediatamente o médico.
Infeções durante a gravidez Infelizmente muitos agentes infeciosos podem ultrapassar a barreira da placenta e ser assim transmitidos pela mãe ao bebé. Dependendo do estádio da gravidez em que se encontrar, algumas dessas infeções poderão revelar-se muito perigosas. Tente evitar tanto quanto possível qualquer contágio durante a gravidez. Se julga existir a possibilidade de ter sido contagiada, fale imediatamente com o seu médico. ●
Intercorrências da gravidez
Preparar a chegada do bebé
Transporte do recém-nascido A primeira viagem do seu bebé deverá ocorrer ainda com poucos dias de vida, da maternidade para casa. Embora o trajeto possa ser curto é muito importante que o faça em segurança. A opção mais segura para o seu bebé são as cadeirinhas do grupo 0 ou 0+, que permitem o transporte de bebés e crianças pequenas até aos 13Kg. A cadeirinha, ou “ovinho”, deverá ser sempre instalada voltada para trás e preferencialmente no banco de trás do automóvel. Não é aconselhável a utilização da alcofa no automóvel. Se o seu carro não tiver banco traseiro ou se o mesmo não tiver cintos de segurança pode optar por instalar o “ovinho” no banco do passageiro, contudo certifique-se que o airbag do passageiro foi desativado.
Por norma os automóveis mais recentes já oferecem a opção do sistema Isofix, que aumenta a segurança das crianças, uma vez que facilita a instalação e diminui os erros de colocação. O encaixe da cadeira é feito em dois pontos inferiores na base das costas do automóvel e num terceiro ponto superior ou apoiado no chão. Caso o seu carro ainda não disponha deste sistema deverá prender a cadeirinha utilizando o cinto de segurança. Em circunstância alguma deverá circular com o bebé ao seu colo, ainda que por breves instantes. Se necessitar de amamentar o bebé pare o carro e retome a condução apenas quando o bebé se encontrar devidamente seguro na sua cadeirinha. Todos os passageiros ou objetos (carrinho de passeio, alcofa ou outra bagagem) que necessitar de transportar no interior do au-
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tomóvel deverão estar devidamente seguros utilizando o cinto de segurança de modo a evitar a sua projeção contra o bebé em caso de acidente.
O enxoval do bebé Por norma as mamãs preferem aguardar pela ecografia do primeiro trimestre e pela certeza de que tudo está bem com o bebé para começarem a preparar a chegada do bebé. É muito difícil entrar numa loja para bebés e não querer trazer a loja inteira para casa, sobretudo se for o primeiro filho, o que muitas vezes significa comprar mais do que o necessário. Faça uma lista dos artigos que irá necessitar para o seu bebé e tente não comprar mais do que planeou. A pele do seu bebé imediatamente após o nascimento é muito sensível, por isso reco-
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menda-se que opte por fibras naturais e macias. Ao escolher as roupinhas do seu bebé tenha atenção para que sejam confortáveis e sempre que possível opte por peças com molas em vez de fechos de correr ou botões. Lembre-se que nos primeiros meses o seu bebé irá passar a maior parte do tempo deitado, por isso a roupa deve ser simples e confortável. Se preferir consulte a nossa lista disponível em: www.felicitas.pt
Preparar a chegada do bebé
Cuidados com a roupa do bebé Deve sempre ter em consideração o conforto e a segurança do seu bebé quando for comprar a sua roupinha. Opte por fibras naturais sempre que possível, macias, fáceis de vestir e manter. Esteja atenta às recomendações de lavagem na etiqueta das peças que está a pensar comprar. Hoje em dia já existem muitas peças que podem ser lavadas na máquina, desde que em programas específicos e com detergentes próprios. As peças que ficam em contacto com a pele do bebé, como bodies, calças interiores ou collants e meias, devem ser preferencialmente de algodão, pois este é um material que deixa a pele transpirar e é consideravelmente menos alérgico do que outros. Ao lavar as roupinhas do bebé deverá escolher produtos neutros, sem cheiros e perfumes fortes, dermatologicamente testados e deverá evitar o uso de amaciadores ou outros aditivos na lavagem. É aconselhável que lave toda a roupa do seu bebé antes de a utilizar de modo a minimizar o risco de alergias para
o seu bebé. Nos primeiros meses o seu bebé passará a maior parte do tempo deitado. Por esse motivo a sua roupa deverá ser confortável e sempre que possível prefira fechos de molas aos de correr ou botões, que podem incomodar o seu bebé. Deverá evitar ainda peças com fitas, laços ou atilhos por uma questão de segurança, pois o seu bebé poderá prender-se neles.
A mala para a maternidade A partir da 30ª semana de gestação, ou seja do terceiro trimestre, é aconselhável que a futura mãe prepare a mala para levar para a maternidade. Pode parecer cedo, mas ter a mala preparada e acessível a partir do terceiro trimestre deixá-la-á mais tranquila em caso de parto prematuro por saber que tem tudo o que irá precisar para si e para o seu bebé. Deverá confirmar com o hospital/maternidade onde irá realizar o parto quais os artigos disponibilizados e quais os que deverá levar consigo. As mudas de roupa que deverá levar para si e para o seu bebé devem ser calculadas de acordo com o tempo médio de internamento para casa tipo de parto, em média 2 dias para partos normais e 3 dias para cesarianas. Contudo, o parto é um processo dinâmico e embora pudesse estar a contar com um parto normal pode ser necessário efetuar uma cesariana, por isso aconselhamos que leve sempre uma muda de roupa adicional. No caso das roupinhas do seu bebé as mesmas devem ser embaladas por dias e identificadas cuidadosamente. Se existir essa opção, e caso assim o deseje, o pai ou acompanhante que irá ficar consi-
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Mala da maternidade • Para a mãe • □ 3 ou 4 camisas de noite □ 1 roupão □ Chinelos de quarto □ Chinelos para o duche □ 2 ou 3 soutiens de amamentação □ Discos e creme protetor de mamilos □ Cuecas descartáveis ou de algodão □ Meias de algodão
□ 1 muda de roupa para a saída □ 1 conjunto de toalhas de banho e rosto □ Bolsa de higiene pessoal □ Pensos higiénicos grandes □ Baton de cieiro □ Telemóvel + carregador □ Relógio □ Caneta e bloco
• Para o bebé • □ 3 a 4 babygrows □ 3 a 4 conjuntos de roupa interior □ Botinhas □ 1 gorro de lã (inverno) ou algodão (verão) □ 1 mantinha de lã (inverno) ou algodão (ve-
□ 2 casaquinhos □ 2 a 4 babetes □ Fraldas de pano □ Artigos de higiene para o bebé □ Fraldas descartáveis e toalhitas para re-
□ 1 toalha de banho com capuz
□ 1 cadeirinha de viagem
rão)
cém-nascido
• Para o pai • □ Água e snacks □ Máquina fotográfica e/ou de filmar carre□ Dinheiro trocado para máquinas de venda gada + carregador automática, parque de estacionamento, etc... □ Telemóvel + carregador • Documentos • □ Cartão de Cidadão/Bilhete de Identidade □ Guia de assistência do médico □ Boletim de Saúde da Grávida □ Cartão de Utente ou Cartão de Seguro de □ Exames, análises e ecografias recentes Saúde Lista disponível em www.felicitas.pt
go na maternidade deverá também preparar a sua mala com alguma antecedência para que a ida para a maternidade seja simples e rápida.
Curso de preparação para o parto Os cursos de preparação para o parto e para a parentalidade ajudam os pais a sentirem-se mais seguros e preparados para o parto e para cuidar do recém-nascido. O seu principal objetivo é desenvolver a confiança da grávida ou do casal para uma experiência positiva de gravidez, parto e de transição para a parentalidade. Por norma os hospitais oferecem este serviço às grávidas como forma de as ajudar na preparação para o momento do parto e também para os cuidados imediatos com o recém-nascido. Se optar por realizar o curso no hospital, este costuma incluir uma visita à maternidade onde prevê vir a ter o seu bebé. Estas visitas ajudam os futuros pais a conhecerem o ambiente e os profissionais que os acompanharão neste processo, ajudando a desmistificar alguns medos e ansiedades. Para além dos hospitais existem também diversas clínicas que oferecem cursos de preparação para o parto e a para a parentalidade. Certifique-se que escolhe aquele que melhor responda às suas dúvidas e cujos temas abordados vão de encontro às suas principais preocupações. Dependendo da clínica ou hospital onde realizar o curso, o mesmo poderá ter maior ou menor duração e iniciar-se um pouco mais cedo ou mais tarde, no entanto o normal é que comece entre a 28ª e a 30ª semana de gestação. São abordados diversos temas que são relevantes para as grávidas e para os futu-
ros pais, como as transformações físicas e psicológicas da gravidez, o bem-estar na gravidez, reconhecer os sinais de alerta na gravidez e no parto, o trabalho de parto e os tipos de parto, o papel do acompanhante, a analgesia no parto, os cuidados no puerpério e ao recém-nascido, a prevenção de acidentes, o aleitamento materno, as competências parentais e ainda os direitos e deveres parentais.
Os cursos recorrem a equipas multidisciplinares, oferecendo às grávidas uma experiência diversificada. Para além da componente teórica, existe também uma componente prática que envolve exercícios para a gravidez e pós-parto imediato, como técnicas de respiração e relaxamento durante o parto, o banho do recém-nascido, muda da fralda, massagem do bebé, etc. As competências transmitidas às grávidas e futuros pais no curso de preparação para o parto e para a parentalidade irão revelar-se muito úteis quer durante o parto e a estadia na maternidade, como nos primeiros dias em casa com o bebé.●
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O parto: Onde, quando e como? É muito natural que a maioria das mulheres encare o nascimento do seu primeiro filho com alguma preocupação e um pouco de receio. Mas não há dúvida que há uma preocupação que surge em primeiro plano: Quem irá cuidar de mim na maternidade? Como será o ambiente? Será íntimo, como um parto em casa, ou antes impessoal e frio? No caso do parto normal e se estiver tudo bem com o bebé a média de internamento hospitalar é de 48 horas.
Local do parto A maioria das mulheres prefere ter o seu bebé na maternidade de um hospital, onde possa estar constantemente sob vigilância médica. Em qualquer maternidade existe a possibilidade de ter o seu parceiro presente. Muitas maternidades solicitam que proceda à marcação do parto e que se apresente antecipadamente no serviço ambulatório. Visto que nem todos os hospitais têm os mesmos procedimentos, o melhor será informar-se localmente.
Internamento No internamento hospitalar o bebé permanece junto da mãe durante 24 horas/dia. A vantagem desta solução consiste no facto de a mãe e o bebé passarem muito tempo juntos, desenvolvendo desde logo uma relação intensa. Algumas maternidades só oferecem esta possibilidade durante o dia, ficando o bebé durante a noite no berçário. Desta forma, terá algum descanso noturno após o esforço empreendido.
Preparativos para o hospital Caso pretenda dar à luz num hospital, é aconselhável ter uma mala preparada desde as quatro semanas que antecedem o prazo previsto para o parto. Muitos bebés nascem antes das datas calculadas.
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Quando deve encaminhar-se para o hospital A ida para o hospital depende dos seus sintomas ou do aconselhamento feito pelo pessoal do hospital ou pelo seu médico. Caso se sinta angustiada e prefira estar no hospital a ficar em casa, deverá dirigir-se para o mesmo atempadamente.
Dirija-se ao hospital se: • •
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Rebentar o saco de líquido amniótico (as águas). Tiver hemorragias mais fortes do que o corrimento chamado “sinal”, – perda de rolhão mucoso. Começar a sentir contrações de dez em dez minutos e estas surgirem mais fortes ou de modo regular. Não sentir o bebé mexer pelo menos 10
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vezes por dia.
A chegada ao hospital No hospital será observada pela enfermeira de obstetrícia, para determinar a dilatação do colo do útero. Também lhe medirão a pulsação, a tensão arterial e a temperatura. Auscultação dos BCF e ou CTG traçado cardiotográfica. É feito um relatório com os dados pessoais mais importantes e com a forma como decorreu a gravidez.
Sinais do início do trabalho de parto •
Perda do líquido amniótico (o “rebentar das águas”). • Contrações. A ordem pela qual estes sintomas aparecem
O parto: Onde, quando e como?
é aleatória e varia de parto para parto. Quando se rompe a bolsa do líquido amniótico, que protege a criança no útero durante a gravidez, dá-se a perda de líquido amniótico – que pode ocorrer em jorro ou em pequenas quantidades. Caso note este sintoma, deverá dirigir-se de imediato para a maternidade, mesmo que ainda não sinta contrações.
Contrações O trabalho de parto inicia-se com ligeiras contrações. De início, são semelhantes às cólicas menstruais, tornando-se progressivamente mais intensas e frequentes. Poderá distinguir a contração pela variação do tónus abdominal – a barriga fica dura, voltando à consistência normal. As contrações apresentam uma regularidade que lhe permite identificar o intervalo de tempo entre elas.
Monitorização durante o parto No apoio moderno que é dado durante o parto, tornou-se corrente o controlo do bem-estar do seu bebé. O tipo e a duração deste controlo dependem sobretudo do estado da criança durante o parto.
Auscultação Hoje em dia, a auscultação do ritmo cardíaco do bebé por meio do estetoscópio ou de ultrasons Doppler faz-se sobretudo na vigilância da gravidez ou durante a primeira fase do parto. A cardiotocografia (CTG) permite uma monitorização mais exata e segura, registando o ritmo cardíaco da criança e as contrações maternas.
Monitorização externa Neste procedimento, são fixadas uma sonda para reconhecimento do ritmo cardíaco da
criança e uma placa sintética para registo das contrações na sua barriga. Um aparelho transcreve para o papel a frequência cardíaca do bebé e a duração e regularidade das suas contrações.
Monitorização interna Neste processo, é fixado um pequeno elétrodo na cabeça do bebé por nascer, sendo possível ouvir diretamente o seu ritmo cardíaco. Este método só pode ser aplicado se a bolsa de líquido amniótico já tiver rebentado, ou se tiver sido furada para esse efeito. Terá de permanecer deitada durante todo este processo de vigilância eletrónica do bebé. Alguns hospitais já utilizam um método de registo sem fios, a telemetria, o que lhe permite movimentar-se livremente.
Apoio durante o parto Caso esta seja a sua primeira gravidez, é possível que tenha medo das dores ou de um parto complicado. Fale com a enfermeira de obstetrícia e o médico que a acompanham sobre isso. Lembre-se sempre que este parto é seu e que será um acontecimento único! Se estiver calma e descontraída, sabendo o que a espera, com certeza viverá melhor a experiência do nascimento do seu bebé.
Acompanhantes durante o parto Pode ser muito útil ter alguém por perto durante o parto. Poderá ser o pai do bebé. Caso ele não possa ou não queira estar presente, peça a uma amiga ou a uma familiar. Alguns pais querem participar de um modo mais ativo no parto do que outros. É portanto importante que fale previamente sobre isso com o seu parceiro. Pode até acontecer que já frequentem juntos o curso de preparação
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para o parto.
e o do seu bebé.
O que pode fazer sozinha
Analgesia epidural
Se não tem indicação médica para ficar deitada, procure movimentar-se tanto quanto possível. Andar de um lado para o outro estimula o processo de nascimento; o peso da gravidade facilita à criança a passagem pelo canal cervical e ela recebe mais oxigénio. Experimente várias posições até descobrir as mais confortáveis. Poderá sentir-se melhor se estiver sentada em posição direita, se estiver em pé apoiada no seu parceiro ou numa cadeira, ou ainda de joelhos, enquanto os braços descansam sobre uma almofada. Faça os exercícios de respiração e de relaxamento que aprendeu no curso de preparação para o parto (parto psicoprofiláctico). A enfermeira de obstetrícia ajudá-la-á a ajustar a respiração às contrações. Pode ser que haja a possibilidade de tomar um banho de relaxamento na maternidade onde vai nascer o bebé. No decorrer do trabalho de parto é possível que se sinta demasiado fraca para beber alguma coisa. Se a sua boca estiver seca, chupe um cubo de gelo ou uma rodela de limão. Em muitas maternidades é administrada uma injeção de glucose ou de soro salino, que compensam a perda de líquidos e de energia.
Sempre que a mulher o deseje e estejam reunidas as condições indispensáveis poderá ser submetida a analgesia epidural. Este tipo de analgesia permite à parturiente participar no parto, sem dor ou sofrimento, tornando o nascimento do seu filho uma experiência mais gratificante. A analgesia epidural é uma técnica efetuada por um anestesista em que é colocado um cateter no espaço epidural, através do qual é administrado analgésicos. No caso de haver necessidade de se realizar uma cesariana os medicamentos administrados por esse mesmo cateter passam a ser anestésicos. Estes procedimentos são feitos na fase ativa do trabalho de parto.
Profilaxia das dores Não lhe serão administrados medicamentos sem o seu consentimento. Caso deseje que lhe administrem substâncias analgésicas, existem várias possibilidades de reduzir a dor durante o parto. O tipo de medicamentos empregues baseia-se em diversos fatores, sendo os mais importantes o seu bem-estar
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Métodos alternativos A tendência para se procurarem meios alternativos de profilaxia das dores durante o parto é cada vez maior. Entre elas contam-se a acupunctura, a acupressão ou a hipnose.
O parto: Onde, quando e como?
Pergunte no seu hospital se dispõem destas alternativas.
As fases do parto Para o primeiro filho, o trabalho de parto dura, em média, entre 10 a 14 horas e divide-se em três partes.
Fase de dilatação Esta é a fase mais longa, a qual dura em regra seis a oito horas. Inicia-se quando o colo do útero, habitualmente fechado durante o período de gravidez, começa a abrir-se. No início, as contrações surgem em intervalos de 15 a 20 minutos e são ainda muito curtas. O colo do útero adelgaça-se e dilata até atingir uma abertura de 10 centímetros. No decorrer desta fase, as contrações vão-se tornando mais fortes e com intervalos mais curtos.
Fase de transição Esta fase faz a ligação entre a fase de dilatação e a fase de expulsão. Para a maioria das parturientes, os últimos centímetros de dilatação do colo do útero requerem bastante
esforço. Quanto mais se aproxima o final do parto, mais intensiva será a vigilância sobre si e a sua criança. Poderá sentir-se mal, transpirar ou ter tremuras. Sentirá uma vontade enorme de fazer força, ou poderá ter vontade de defecar, visto que a cabeça do bebé se encontra a pressionar o seu intestino. Contudo, só poderá fazer pressão quando a enfermeira de obstetrícia ou o médico tiverem verificado que o colo do útero se encontra completamente dilatado. Siga as instruções do técnico que lhe está a fazer o parto.
Início do nascimento Por vezes, torna-se pertinente induzir o parto, em vez de esperar pelo seu início normal. Um método muito utilizado atualmente na indução do trabalho de parto, é a introdução de gel ou de supositórios vaginais que contêm prostaglandina, através dos quais o colo do útero se torna mais mole e permeável, estabelecendo-se uma dinâmica uterina. Na condução deste processo é muito frequente romper a bolsa do líquido amniótico e, ou, a administração intravenosa de ocitocina, que
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estimula o desencadeamento de contrações. As contrações produzidas artificialmente são por vezes mais dolorosas, visto que a parturiente não tem tempo para se ir adaptando a elas.
Fase de expulsão A fase de expulsão começa quando o colo do útero está completamente dilatado e termina com o nascimento do seu filho. Durante esta fase, que pode demorar entre meia hora e três horas, participará ativamente no ato de dar à luz o seu filho, respirando durante o processo em que se faz força. O seu impulso natural será o de conter a respiração quando faz força, mas com isso só desperdiçará energias e diminuirá a eficácia dos esforços de expulsão. Procure descontrair-se nos intervalos das contrações. A bolsa de líquido amniótico rebentará agora, caso ainda não o tenha feito. O médico terá eventualmente de proceder a uma episiotomia (corte dos tecidos do períneo) para evitar a dilaceração dos tecidos. Não precisa de
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ter medo: a dor é diminuída através da tensão provocada pela cabeça sobre o períneo. O corte será suturado com anestesia local após o parto. Pouco antes do nascimento do seu filho, surge a cabecinha à entrada da vagina. O médico pedir-lhe-á provavelmente que não faça força nesta altura, para evitar a pressão sobre a cabeça da criança. Quando a cabeça emerge, o corpo do bebé gira. Surge primeiro um ombro, depois o outro. Por fim, o resto do corpo desliza suavemente para fora. Caso o seu bebé respire normalmente (não é obrigatório que chore!), ser-lhe-á depositado sobre o ventre e pouco tempo depois é cortado o cordão umbilical.
Fase pós-nascimento Esta fase inicia-se quando o seu bebé nasce. No espaço de tempo de meia hora após o nascimento do seu filho, o seu corpo expulsará a placenta e as membranas. É provável que durante esta fase a enfermeira de obstetrícia lhe massaje a barriga, de modo a
O parto: Onde, quando e como?
que a placenta se desprenda mais facilmente da parede do útero. Poderá ainda administrar-lhe uma injeção que estimule a retração do útero. Posto isto, ficará ainda cerca de duas horas sob vigilância na sala de partos, tempo para os primeiros contatos com o seu filho.
Tipos de parto Num parto normal (eutócico), o bebé nasce de cabeça para baixo e não é necessária ajuda, salvo talvez um corte nos tecidos do períneo (episiotomia). Há diversos motivos pelos quais nem sempre é possível um “parto normal”. Poderá acontecer, por exemplo, que o ritmo cardíaco do bebé apresente sinal de perigo dentro do ventre da mãe, o que quer dizer que está a receber oxigénio de modo insuficiente, por variados motivos. Ou então a fase de expulsão está a prolongar-se para além do tempo normal. Nestes casos, o parto terá eventualmente de ser concluído através de um meio complementar de ajuda.
Cesariana Caso o médico considere necessário o recurso a uma cesariana, por motivos específicos, irá explicar-lhe as diversas hipóteses. Provavelmente poderá então escolher entre receber uma anestesia geral, durante a qual não estará consciente, ou uma anestesia epidural, durante a qual permanecerá acordada enquanto o seu bebé nasce. Para além disso, a epidural tem a vantagem de não penetrarem substâncias anestésicas no sistema sanguíneo do bebé por nascer.
Parto pélvico A posição pélvica significa que o bebé não está de cabeça para baixo, e sim com o rabinho ou os pezinhos encostados ao colo do útero. Caso o seu bebé se mantenha na posição pélvica, é provável que o médico – consoante o tamanho da criança – recomende uma cesariana. Caso as medidas da bacia, as quais são determinadas por intermédio de um exame especial de ultrassons, sejam suficientes, poderá ser tentado um parto normal.
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Em qualquer dos casos, o médico irá tomar a decisão em concordância consigo.
Parto com fórceps O fórceps é um instrumento em forma de tesoura, cujos terminais têm a forma de duas grandes colheres. O fórceps é introduzido na vagina e posicionado em volta da cabeça do bebé. Depois é exercida uma ligeira pressão sobre a cabeça da criança, para que esta possa sair. É possível que o fórceps deixe algumas marcas da pressão exercida, mas estas desaparecem ao fim de alguns dias.
Parto com ventosa Neste método, é colocada uma campânula de sucção na cabeça do bebé, e este é puxado para fora durante as contrações. A episiotomia é inevitável, de modo a salvaguardar ferimentos nos canais de nascimento. A ventosa deixa um ligeiro inchaço na cabeça da criança, mas que desaparece ao fim de pouco dias. Hoje em dia é um método muito pouco utilizado.
Parto prematuro A maioria das mulheres entra em trabalho de parto entre a 38ª e a 42ª semanas de gestação. Caso o trabalho de parto se inicie antes
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da 37ª semana, é considerado parto prematuro. Se lhe acontecer iniciar o trabalho de parto antes do tempo e se não surgirem indícios de poder haver complicações que a ponham em perigo, ou ao seu filho, o médico poderá tentar evitar o parto prematuro. Para tal o médico irá recomendar-lhe repouso na cama e que lhe seja administrada uma solução intravenosa para inibir as contrações – exige internamento hospitalar. Caso o parto prematuro não possa ser evitado, o seu bebé será levado para a unidade de prematuros do hospital, onde receberá apoio qualificado por médicos e enfermeiros especializados.
Indução de trabalho de parto O risco da gravidez que ultrapassa o prazo normal consiste no facto de as funções da placenta regredirem. Deste modo, o fornecimento de oxigénio e nutrientes ao bebé está em perigo. Caso a sua gravidez se prolongue para além das 42 semanas, a sua evolução será cuidadosamente vigiada. Serão feitos vários exames para determinar se o seu bebé está saudável. Se for necessário, o parto será induzido ou então o seu bebé será trazido ao mundo através de uma cesariana. ●
O parto: Onde, quando e como?
Após o nascimento Chegou o grande momento: o seu bebé viu a luz do dia e inicia-se uma fase completamente nova nas vossas vidas! Para que seja uma experiência harmoniosa e sem problemas, é importante que se prepare atempadamente para a vida após o parto. Passadas as grandes transformações nos meses de gravidez, também a fase pós-parto, que pode durar até um ano, está repleta de alterações. Não seja impaciente consigo mesma caso demore mais tempo a adaptar-se ou lhe seja exigido mais esforço do que tinha imaginado. Muito importante: não tente ser uma supermulher! Sempre que possa, ceda nas alturas de cansaço extremo. Deixe-se ajudar e peça ajuda! Irá demorar algum tempo até conseguir interiorizar/integrar as variadíssimas alterações psicológicas e físicas e até se adaptar à sua “nova” vida. Mas não tenha medo: não estará sozinha! O seu médico, a sua enfermeira de obstetrícia e os locais de aconselhamento irão preocupar-se com o seu bem-estar e o do seu bebé. Não tenha vergonha de pedir conselhos!
Recomendamos a leitura do nosso guia de aconselhamento gratuito, O Guia Cuidar do Bebé, o qual lhe será fornecido pela sua enfermeira de obstetrícia ou no hospital onde ocorreu o parto. Este guia dá-lhe sugestões e conselhos para uma vida em comum com o seu bebé plena de satisfação e poderá ainda responder a muitas das suas dúvidas. Um bebé altera por completo a vida dos seus pais. Caso este seja o seu primeiro bebé, é natural que ainda sinta alguma estranheza face ao novo papel que irá desempenhar. Encare-o como um grande mas belo desafio na sua vida!
A relação com o parceiro As responsabilidades inerentes à maternidade e à paternidade irão com certeza alterar e refletir-se na sua relação com o seu parceiro,
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bem como em todo o modo de vida do casal. Deixam agora de formar unicamente um par que partilha os seus interesses comuns, passam a ser os pais de um pequeno ser humano cujas necessidades têm de ser atendidas “24 horas por dia”. Uma vez que a satisfação dessas necessidades ocupa a maior parte do seu tempo, é natural que o seu parceiro se sinta negligenciado. A única maneira de evitar isto será incluí-lo e chamá-lo a participar na sua vida com o bebé. Para o recém-nascido não é só importante a ligação a si, a mãe, mas também ao pai.
Estado emocional no pós-parto Durante a gravidez o seu corpo sofreu diversas alterações físicas e hormonais. Após o parto o seu corpo precisa de tempo para recuperar física e psicologicamente. As mu-
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danças hormonais do pós-parto, bem como a adaptação à sua nova rotina de cuidados ao bebé e as exigências da maternidade podem afetar o seu humor e deixá-la cansada e sem energia. Estes sintomas são comuns a quase todas as recém-mamãs, mas podem estar associadas a pequenas perturbações psicológicas típicas do puerpério. Três a cinco dias após o nascimento é possível que se sinta deprimida, com vontade de chorar ou emocionalmente instável. Julga-se que esta instabilidade emocional está ligada às súbitas mudanças a nível hormonal. Na maioria dos casos, esta situação dura pouco tempo, desaparecendo espontaneamente ao fim de 10 a 14 dias após o parto. Contudo se ao invés de se dissiparem ao fim de uma ou duas semanas têm tendência a agravar-se e prolongar-se no tempo e
Após o nascimento
se reconhecer outros sintomas como medo em relação à sua saúde ou à saúde do bebé, sensação de incapacidade, insónias, perturbação do apetite, ente outros, fale com o seu companheiro ou com um familiar próximo e procure ajuda junto do seu médico. Algumas mães apaixonam-se pelos seus bebés ao primeiro olhar, com outras, isso pode demorar mais tempo. Ambas as reações são perfeitamente normais. Também é normal que de início se questione como vai ser capaz de arcar com esta nova responsabilidade. Lembre-se sempre que não há nenhuma mãe que possa afirmar ser a mãe “perfeita”. Assim como teve de aprender outras coisas na vida através da experiência, também as capacidades de que irá necessitar para cuidar do seu bebé terão de ser assimiladas com a experiência. Vai ver que isso acontece muito mais depressa do que imagina. As necessidades básicas de um bebé são o amor, o calor, o alimento e a segurança. Não hesite em reagir às necessidades do seu filho com mimos e contacto corporal. Ficou demons-
trado em investigações que os bebés cujas mães reagem mais depressa às suas necessidades são crianças mais satisfeitas do que aquelas cujo choro é ignorado.
Amamentação Os especialistas são unânimes na opinião de que a amamentação é a melhor forma de fornece alimento a um recém-nascido. O leite materno é único e adapta-se às necessidades de cada bebé. Contém todos os nutrientes nas medidas certas e não é necessário outro alimento durante os primeiros seis meses de vida. O leite materno contém os chamados anticorpos, que protegem a criança de infeções, como por exemplo, tosse, constipações, sarampo, papeira e varicela. Existem estudos que demonstram que os bebés amamentados são mais saudáveis e sofrem menos de problemas do aparelho gastrointestinal e do aparelho respiratório, assim como de infeções de ouvidos. É sem dúvida o melhor alimento que poderá
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Vantagens do leite materno • O leite materno contém tudo aquilo que um bebé precisa nos primeiros 6 meses. Enquanto estiver a amamentar, o seu filho não precisará de quaisquer suplementos exceto a vitamina D, devido à reduzida exposição solar. Desde que a mãe se alimente equilibradamente, o seu leite possuirá todas as vitaminas que o seu filho necessita. • Contém anticorpos, que ajudam a proteger o bebé contra infecções durante bastante tempo. • É de digestão fácil, o seu bebé sofrerá menos de problemas digestivos, ao nível do estômago ou intestinos, como obstipação. • Pode proteger de doenças alérgicas como a asma e o eczema (desde que nos primeiros 6 meses a criança não ingira qualquer outro tipo de alimentação). • Amamentar poupa tempo, dinheiro e a paciência das mães, pois está sempre disponível quando a criança tem fome e não custa nada. Não precisa de ser aquecido, arrefecido nem esterilizado!
trai-se e volta ao tamanho normal mais depressa do que no caso de uma mãe que não amamente. • A amamentação poderá ter um papel importante na prevenção da diabetes do tipo 1 em crianças com antecedentes desta doença na família. • Alguns estudos apontam no sentido de que a amamentação poderá ajudar a prevenir o cancro da mama. • Uma vez que na amamentação os músculos envolvidos são possivelmente solicitados de maneira diferente, é possível que o desenvolvimento dos dentes resulte melhor em crianças amamentadas. • A amamentação promove uma relação de grande intimidade entre a mãe e o bebé mediante o suave contacto da pele de ambos. A criança sente-se protegida no peito da mãe. A mãe, por sua vez, experimenta o calor, a entrega e a satisfação de contribuir tão diretamente para o desenvolvimento do seu filho. Esta experiência poderá constituir uma base importante para a vida futura em conjunto.
• A mãe volta a atingir mais cedo o peso que tinha antes da gravidez. O útero re-
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Após o nascimento
oferecer ao seu filho no início da sua vida e apresenta inúmeras vantagens para a mãe também.
A produção do leite Cada mama tem cerca de vinte lóbulos que contêm glândulas secretoras de leite. Estas glândulas são estimuladas por uma hormona – a prolactina – e produzem leite. O leite é transportado até à auréola através de minúsculos canais galactóforos. Durante o período de amamentação, os canais mamários por detrás do mamilo aumentam e armazenam o leite. Quando coloca o seu bebé ao peito, ele abocanha o mamilo e o leite escorre para a sua boquinha. O “primeiro leite” é o colostro. É um leite precioso, pois é rico em anticorpos que protegem o seu filho de infeções. O colostro tem ainda um efeito laxante, ajudando a expelir o mecónio (as excreções verdes-escuras dos recém-nascidos). Entre o segundo e o sexto dia aflui o leite de transição, o qual é substituído pelo leite materno maduro a partir da terceira semana.
A primeira mamada Se tudo tiver corrido bem, poderá colocar o seu filho ao peito pouco depois do parto. Muitos bebés estão nessa altura muito despertos e começam logo a mamar. Mas não se apoquente caso o seu filho não comece imediatamente a mamar.
Posição confortável Antes de começar a dar de mamar, encontre a posição mais cómoda possível. Sente-se de preferência numa cadeira confortável, com os pés apoiados num banquinho, uma almofada por detrás das costas e outra debaixo
do braço. Caso tenha sido sujeita a uma episiotomia, no início torna-se mais confortável estar sentada sobre uma almofada. Se tiver feito uma cesariana, poderá ser-lhe mais agradável dar de mamar deitada. Para isso, deite-se de lado e apoie a cabeça do seu bebé com a mão.
MUITO IMPORTANTE O sucesso da amamentação depende do desejo de amamentar o seu filho. No entanto, uma boa técnica, com um correto posicionamento e uma pega eficaz são fatores também determinantes. Não dê tetinas ou chupetas antes do bebé mamar eficazmente, pois pode “atrapalhar” a adaptação do bebé à mama.
A posição da amamentação É importante que o seu bebé seja colocado na posição correta para mamar. A enfermeira mostrar-lhe-á como se faz, pois até mesmo a amamentação tem de ser ensinada. Um bebé que não esteja na posição correta, irá morder o mamilo para conseguir chegar ao leite. Isto pode levar a inflamações nos mamilos e a uma produção insuficiente de leite. Um bebé que esteja na posição correta, tem a boca “cheia” com a auréola e o mamilo. Muitos bebés têm de aprender a “pegar” bem na mama, mas com alguma paciência e apoio rapidamente lá chegarão. Não é necessário pressionar a mama com os dedos durante a amamentação para facilitar a respiração ao seu bebé. Os bebés têm o nariz e as narinas achatados e, para além disso, são capazes de mamar e de respirar ao mesmo tempo.
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Frequência das mamadas Hoje em dia as mães são aconselhadas a dar de mamar sempre que o bebé o exija. Isto significa que irá alimentar o seu filho sempre que este tenha fome ou que as suas mamas estejam cheias. Pode acontecer que nas primeiras semanas o seu bebé tenha fome de duas em duas horas. Após algum tempo, quando tudo “entrar nos eixos”, os intervalos tornam-se mais prolongados. Por vezes, os recém-nascidos parecem mais satisfeitos quando são alimentados com várias horas de intervalo, podendo dormir muito. Certifique-se que o seu bebé recém-nascido não dorme mais de cinco horas seguidas sem ser alimentado. Se for preciso, acorde-o para a refeição.
Quanto tempo dura uma mamada? Não amamente a horas marcadas! Tal como os adultos, também os recém-nascidos umas vezes têm mais fome do que outras.
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No princípio da refeição, o seu filho recebe o primeiro leite que lhe sacia a sede. Como este leite tem um aspeto muito diluído, muitas mães julgam que o seu leite é aguado e deixam de amamentar. Porém, ao fim de poucos minutos, este leite transforma-se num leite forte, rico em fontes de energia, e que sacia a fome do seu bebé. É portanto importante que deixe o seu filho mamar na mesma mama pelo menos durante dez minutos, para que ele também beba esse leite mais gordo. Veja se consegue que o seu filho esvazie uma das mamas. Perceberá que a mama já está vazia, porque ele começa a brincar com o peito ou porque larga o mamilo espontaneamente. Ofereça-lhe então a outra mama. Depois de o seu filho estar satisfeito, na mamada seguinte comece por esta última mama. Caso o seu bebé adormeça durante a refeição, ou se quiser pô-lo a arrotar, introduza o seu dedo mindinho na boca da criança, de forma a soltar o vácuo, e o bebé largará a mama.
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Tenho leite suficiente? Muitas mães acham que não têm leite suficiente e deixam por isso de amamentar. Por vezes, tentam aumentar a produção de leite, saltando uma refeição, e dão o biberão. É um erro. Quanto mais amamentar, mais leite será produzido pelas suas mamas. Portanto, se diminuir a frequência das mamadas, irá também diminuir a produção de leite. De vez em quando os bebés dão pulos no crescimento, o que costuma acontecer às três semanas, entre a quinta e a sexta semana, aos três e aos seis meses. Nessas alturas irá precisar de mais leite. Um dia ou dois de mamadas mais frequentes aumentarão a sua produção de leite, além de satisfazerem melhor a fome do seu bebé. Uma criança que recebe leite suficiente, ganha peso de forma equilibrada, fica satisfeita após as refeições, tem um aspeto saudável, os olhos brilhantes e os músculos fortes. Pense também em si Continue a fazer refeições equilibradas como durante a gravidez. Beba quando tiver sede, mas não se esforce por beber mais para aumentar a produção de leite. Se um alimento que consome habitualmente parecer perturbar o bebé, exclua-o da sua dieta. De resto, não há nenhum alimento específico que não deva comer.
Extração do leite Deve saber como extrair o seu leite para uma situação de emergência. Pode ficar com a mama inflamada ou ter de se ausentar de casa sem o seu filho por um longo período de tempo. Nesses casos, poderá então extrair o seu leite manualmente ou com uma bomba.
Se extrair o leite manualmente, segure a mama com uma das mãos e com a outra pressione suavemente desde o cimo da mama até à auréola. Depois esprema a ponta da mama entre o polegar e o indicador para tirar o leite. De seguida, pressione noutras zonas da mama. O processo de extração torna-se mais simples se utilizar uma bomba manual ou elétrica. O leite extraído pode ser conservado no frigorífico durante 24 horas ou no congelador durante três meses.
Algumas sugestões para problemas da amamentação Mamilos gretados ou inflamados: a principal causa das gretas nos mamilos é a posição de amamentação incorreta. Quando está a amamentar, ofereça em primeiro lugar a mama menos sensível e procure antecipar a hora habitual da refeição, de modo a que ele não mame com tanta força. Se a amamentação for demasiado dolorosa, extraia o leite durante um ou dois dias para um biberão e alimente com ele o seu bebé. Sempre que possível, deixe os mamilos apanhar ar. Passe com um pouco de leite materno pelos mamilos, pois também ajuda a sarar. É também útil falar com outras mães ou frequentar um curso de amamentação.
Inflamação das mamas A mama incha, está quente e dói ao toque. Não deixe de amamentar; o peito necessita de ser esvaziado com frequência. Antes de colocar o bebé ao peito, esprema um pouco de leite com a mão. Deste modo, a mama fica mais mole e sentir-se-á melhor. Compressas quentes ou um duche ou banho
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Apรณs o nascimento
quente antes da mamada estimulam o fluxo de leite. As compressas frias entre mamadas também proporcionam algum alívio. Deve aplicar-se um creme com vitamina A, no mamilo e na auréola, para fazer com que aumente a melanina e se reforce a proteção da zona. Assim, o mamilo torna-se mais impermeável e diminui o risco do aparecimento de gretas.
Alimentação com leite adaptado O leite materno é o melhor alimento para o seu bebé. Contudo, se teve que interromper ou optou por não amamentar o seu filho, existem diversos tipos de leite para recém-nascidos. O leite artificial é produzido a partir de leite de vaca, mas alterado de forma a que seja o mais semelhante possível ao leite materno. Os leites para recém-nascidos devem ser uti-
lizados, no mínimo, durante os primeiros seis meses de vida e, de preferência, durante o primeiro ano. O leite de vaca normal contém demasiadas proteínas e sais minerais, não sendo por isso adequado para os pequenos rins da criança.
Biberões Quatro a seis biberões deverão ser suficientes. Os biberões de material sintético são mais leves e alcançam mais facilmente a temperatura ideal. Os biberões de vidro são mais pesados, mas é possível esterilizá-los na panela de pressão. Quando comprar os biberões, certifique-se de que são de limpeza fácil, que a marcação da escala é bem visível, que têm tampa exterior para proteger a tetina e que têm tampa interior para facilitar a preparação do leite.
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Tetinas
Higiene e limpeza
Por cada biberão vai precisar de uma tetina, mais uma ou duas de reserva. As tetinas feitas de cauchu natural (látex) são mais resistentes do que as de silicone, mas envelhecem mais depressa. As tetinas de silicone quase não alteram a forma ou a cor, mas têm de ser imediatamente trocadas quando apresentam fissuras. Para a fase inicial, compre tetinas com orifício pequeno, adequadas ao primeiro leite. O leite deve pingar, e não escorrer pela tetina, para que o seu filho não se engasgue. Nas tetinas de látex, poderá aumentar o orifício com uma agulha em brasa, mas nas de silicone não.
É extremamente importante para a saúde do seu bebé que os biberões e as tetinas estejam muito bem limpos. Os restos de leite nos biberões e nas tetinas são um foco de infeções intestinais. Assim, terá de esterilizar os biberões, as roscas, as tetinas e as colheres doseadoras com frequência. Após cada utilização, passe imediatamente o biberão e a tetina por água fria. Depois lave-os com água quente e detergente. Limpe o biberão com a escova especial para o efeito, dobre a tetina ao contrário e esfregue-a com sal. Em seguida, passe ambos por água limpa abundante, pressionando diversas vezes a água pelo orifício da tetina. ●
Escova para biberões Para limpar os biberões, utilize de preferência uma escova especial para biberões.
Recipiente para biberões Guarde os biberões e as tetinas num recipiente à parte, tapando-o com um pano de cozinha limpo.
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Questões legais
O regime jurídico de proteção social na parentalidade O atual regime jurídico de proteção social na parentalidade - maternidade, paternidade e adoção - no âmbito do sistema previdencial e no subsistema de solidariedade No DR SÉRIE I de 2009-04-09 foram publicados dois diplomas que incidem sobre o regime jurídico de proteção social na parentalidade: • Decreto-Lei n.º 89/2009, do Ministério das Finanças e da Administração Pública - regulamenta a proteção na parentalidade, no âmbito da eventual maternidade, paternidade e adoção, dos trabalhadores que exercem funções públicas integrados no regime de proteção social convergente;
• Decreto-Lei n.º 91/2009, do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social - estabelece o regime jurídico de proteção social na parentalidade no âmbito do sistema previdencial e no subsistema de solidariedade e revoga o Decreto-Lei n.º 154/88, de 29 de Abril, e o Decreto-Lei n.º 105/2008, de 25 de Junho. • A Lei nº 7/2009, de 12 de Fevereiro, que aprovou o novo Código de Trabalho, estabelece o regime jurídico da Parentalidade nos artigos 33º a 65º do aludido Código. O Decreto-Lei acima referido vem reforçar o esquema de proteção social na maternidade, paternidade e adoção, em cumprimento do estabelecido no «Acordo Tripartido para um Novo Sistema de Regulação das Rela-
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ções Laborais, das Políticas de Emprego e da Proteção Social em Portugal» e no III Plano Nacional para a Igualdade – Cidadania e Género (2007-2010), bem como por força da harmonização com as recentes alterações ao Código do Trabalho [cfr. Lei n.º 7/2009, de 12 de Fevereiro]
ção de partilha da licença entre a mãe e o pai, em que este goze um período de 30 dias ou dois períodos de 15 dias em exclusividade. Anteriormente o subsídio por maternidade, paternidade e adoção apenas previa o pagamento de 120 dias a 100% ou 150 dias a 80%.
O atual regime de proteção social elege como prioridades incentivar a natalidade e a igualdade de género, através do reforço dos direitos do pai e da partilha da licença, e facilitar a conciliação entre a vida profissional e familiar e melhorar os cuidados às crianças na primeira infância.
Do mesmo modo, são reforçados os direitos do pai por nascimento de filho, que passa a ter o direito ao gozo de um período de 25 dias úteis, 15 dias obrigatórios, dos quais 5 dias seguidos imediatamente após o nascimento do filho e 10 dias seguidos ou interpolados nos 30 dias seguintes ao nascimento, e 10 facultativos, integralmente subsidiados pela Segurança Social.
Assim, procede-se ao aumento do período de licença parental para 6 meses subsidiados a 83% ou cinco meses a 100% na situa-
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É, também, criada a possibilidade de os pais
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poderem prolongar a licença parental inicial por mais seis meses adicionais subsidiados pela segurança social. Este subsídio, no valor de 25% da remuneração de referência é concedido a ambos os cônjuges alternadamente e corresponde ao período imediatamente subsequente à licença parental inicial. Já o trabalho a tempo parcial para acompanhamento de filho durante os 12 primeiros anos de vida é contado em dobro para efeitos de atribuições de prestações de segurança social, com o limite da remuneração correspondente ao tempo completo. Por outro lado, reforçam-se os direitos dos avós, subsidiando as faltas dos avós que, em substituição dos pais, prestam assistência aos menores doentes. Reforça-se a discriminação positiva nas situações de assistência a filhos com deficiência ou doentes crónicos duplicando o limite máximo deste subsídio. Procede-se ao alargamento do esquema de proteção social na parentalidade dos trabalhadores independentes, que passam a beneficiar do subsídio parental exclusivo do pai e do subsídio para assistência a filho com deficiência ou doença crónica. Equipara-se a proteção social nas situações de adoção às situações de licença parental inicial, corrigindo uma injustiça que se vinha verificando desde há alguns anos a esta parte. São, ainda, simplificados os meios de prova no sentido de permitir uma maior facilidade
do cidadão em requerer as respetivas prestações, prevendo-se a possibilidade de dispensa de requerimento quando as situações são certificadas através do Certificado de Incapacidade Temporária para o Trabalho, sem prejuízo de se manter a possibilidade de requerimento em papel e on-line através da segurança social direta. Deixa de ser exigível a comprovação do período de impedimento pelas respetivas entidades empregadoras. Não querendo ser exaustivo neste artigo, nem pretendendo esclarecer todas as questões relativas a esta matéria, temos apenas o propósito de alertar as nossas leitoras para as significativas reformas que foram implementadas no início do ano de 2009. Na verdade, o novo regime jurídico de proteção social na parentalidade estabelece um novo contrato social com os pais (pais e mães) disponibilizando direitos alargados e reclamando algumas contrapartidas, cujas situações acima mencionadas são as mais significativas. Em situações de Carência Socioeconómica, o Estado atribui Subsídios Sociais na Parentalidade. Proteção social na Parentalidade - Maternidade, paternidade e adoção. A proteção social na parentalidade garantida às pessoas em situação de carência consiste na atribuição de subsídios sociais nas situações de risco clínico durante a gravidez, de interrupção da gravidez, de nascimento de filhos, de adoção e de riscos específicos.
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Quais são os subsídios? Subsídio social por risco clínico durante a gravidez; Subsídio social por interrupção da gravidez; Subsídio social por riscos específicos; Subsídio social parental (com as seguintes modalidades: Inicial; Inicial exclusivo da mãe; Inicial exclusivo do pai; Inicial de um progenitor em caso de impossibilidade do outro); Subsídio social por adoção . ATENÇÃO: Os subsídios sociais por risco clínico, por interrupção da gravidez e por risco específico, só são atribuídos se a mulher for trabalhadora. Legislação: Decreto-Lei nº 133/2012, de 27 de junho; Decreto-Lei n.º 70/2010, de 16 de junho estabelece regras para a determinação dos rendimentos, composição do agregado familiar e capitação dos rendimentos do agregado familiar para a verificação das condições de recursos.
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Decreto-Lei n.º 91/2009, de 9 de abril, na redação dada pelo Decreto-Lei n.º 70/2010, de 16 de junho - Regime jurídico de proteção social na parentalidade. A Lei n.º 120/2015, de 1 de Setembro, procedeu à nona alteração ao Código do Trabalho, reforçando os direitos de maternidade e paternidade.
Toda a informação prestada é meramente informativa, pelo que deverá contactar as entidades oficiais ou consultar um advogado familiarizado em direito laboral, para qualquer dúvida ou esclarecimento. Publicação em colaboração com o advogado Paulo Sá Vaz, da: SÁ VAZ & ASSOCIADOS Sociedade de Advogados Rua Rodrigo da Fonseca, 151, R/C dto. 1070-242 Lisboa ●
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