Diálogo arquitetura e preceitos religiosos

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ORIENTADORA: ANA LUCIA MACHADO DE OLIVEIRA FERRAZ ORIENTANDO: FELIPE ELIAS DOS SANTOS JOAQUIM

E OS PRECEITOS RELIGIOSOS

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Objetivos Justificativa

Problemática

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Introdução

02

01

Sumário Arquitetura e espaço religioso Igreja tradicional Igreja pentecostal Igreja neopentecostal


Arquitetura e a cidade

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Os sentidos A experiência multisensorial A visão A audição O oufato O paladar O tato Atmosferas

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04

Arquitetura sensorial

Referência projetal Igreja da Luz - Tdão Ando Capela San Alberto Magno Igreja Don Bosco


Área de estudo O lote Demanda Programa de necessidades

Estudo preliminar

Conceito Partido Proposta Objeto

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Local e entorno

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06

Introdução

Anexos Legislação


Introdução

JUSTIFICATIVA

O trabalho proposto pretende examinar questões relacionadas à ligação entre objeto arquitetônico e preceitos religiosos. Visa apresentar e discutir um descompasso entre arquitetura e religião, um distanciamento ao pensar arquitetura e seu entorno. Sobretudo pensar como arquitetura contribui para a conformação do senso crítico do seu usuário. Dessa forma, pretende-se

delimitar como a arquitetura dos espaços religiosos, na religião protestante, esclarece uma maneira de pensar novas práticas religiosas e como essas práticas alteram o pensamento espacial. No intuito de resgatar o valor espacial da arquitetura religiosa a pesquisa visa aplicar pensamentos da arquitetura sensorial criando conexões que despertem no usuário um momento de reflexão, não somente o usuário

direto, mas também o que está de passagem pelo seu entorno. Pensar um objeto que traga uma simbologia que discorra sobre o espaço público e privado, que pense a qualidade espacial através de soluções arquitetônicas. Este trabalho propõe a discussão sobre o protagonismo da arquitetura na configuração de espaço religioso que resgata a identidade histórica da igreja e o valor simbólico do objeto dentro

Pensar como a arquitetura de espaços religiosos destinados a igreja protestante e a comunicação com os preceitos religiosos

da sociedade e espaço urbano onde está inserido, que interage com o entorno imediato e estabelece uma comunicação e discurso com o usuário interno e externo.

Revelar através da arquitetura alguns preceitos religiosos

Objetivo específico JUSTIFICATIVA

Criticar a expressão espacial vigente dos templos protestantes. Propor um objeto arquitetônico onde atenda às necessidades das reuniões e que estabeleça uma relação com a cidade assim como com o corpo.

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ProblemĂĄtica

Foto da fachada igreja MissĂŁo Atos, fonte: autor

Fachadas 09


Problemática

Foto do patio interno igreja Missão Atos, fonte: autor

Se por um lado nosso recorte é delimitar a igreja protestante, por outro percebemos que dentro deste grupo existem diferentes formas de pensar a religiosidade. Temos nesse grupo igrejas tradicionais, pentecostais e neopentecostais que carregam características específicas, e uma nova expressão através da arquitetura dos edifícios religiosos das igrejas neopentecostais que começaram a surgir de 2000 até 2020. Em específico na religião protestante as imagens, símbolos e esculturas não são presentes nos edifícios, mas a cada dia a importância desta como informação tem ampliado. Trazendo essas imagens e símbolos para o contexto da comunicação, para a incorporação dos jovens ao culto. A igreja física e seus canais de comunicação [Instagram, sites, parcerias internacionais e conferências anuais], visam ampliar a comunidade em seus cultos. No entanto o objeto não estabelece dialogo, discurso e espaço que se relacione com a vivência urbana. Não existe um

espaço intermediário que faça a conexão entre a vida urbana e o culto, um espaço de transição. Em alguns casos onde se reutiliza uma edificação já existente, galpões, barracões e salões não foi reconhecida singularidade que externe a ideia de um espaço para fins religiosos Dentro das características das igrejas protestantes, notamos que se tornaram auditórios onde não vemos aberturas para que entre a luz natural ou até mesmo ventilação natural. A arquitetura nesses espaços fica em segundo plano, destituída de valor simbólico priorizando o espetáculo com jogos de luzes, fumaça e telões criando um ambiente cênico que aproxima o culto ao público jovem. Ao mesmo tempo não se explora as qualidades espaciais que a arquitetura pode oferecer, como discurso dos preceitos religiosos, um espaço de reflexão que desperte sensações no usuário.

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Arquitetura e espaço religioso

REFORMA PROTESTANTE NO BRASIL

ANGLICANOS 1816

CALVINISTAS 1557

LUTERANOS 1824

PRESBITERIANaS 1859

BATISTAS 1871

METODISTAS 1835

CONGREG. CRISTÃ NO BRASIL 1910

ASSEMBLÉIA DE DEUS 1911

QUADRANGULAR 1951

ADVENTISTA DO SETIMO DIA 1893

O BRASIL PARA CRISTO 1955 PENTECOSTAL DA BÍBLIA 1968

CRISTÃ MARANATA 1968

APOSTOLICA RENASCER EM CRISTO 1986

CRISTÃ NOVA VIDA 1960

COMUNID. SARA NOSSA TERRA 1992

EVANGÉLICA CRISTO VIVE 1985

BOLA DE NEVE CHURCH 2000

INTERNACIONAL DA GRAÇA 1980

DEUS É AMOR 1962

UNIVERSAL DO REINO DE DEUS 1977

TRADICIONAIS CONSERVADORAS

PENTECOSTAIS

COMUNIDADE CRISTÃ 1982

MUNDIAL DO PODER DE DEUS 1998 APOSTOLICA PLENITUDE DO TRONO DE DEUS 2006

LEGENDA

IGREJA MISSIONARIA 1960

ONDA DURA 2007

NEOPENTECOSTAIS

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Arquitetura e espaço religioso

Foto interna, culto na igreja bola de neve de Avaré - SP, fonte: Facebook da igreja

Nos últimos 20 anos aproximadamente houve uma renovação na expressão das igrejas protestantes neopentecostais através da arquitetura. Podemos classificar hoje três tipologias de igrejas evangélicas: As tradicionais, exemplo: Presbiteriana de 1903, luterana de 1904, metodista de 1885 e Adventista do Sétimo Dia de 1893. Cultos mais silenciosos, regidos por doutrina e códigos de conduta exige dos líderes formação teológica. As pentecostais: assembleia de Deus de 1910 e congregação Cristã de 1910. Já se tem maior liberdade de expressão de adoração nos cultos, regida por doutrina e códigos de conduta. As neopentecostais: Universal do reino de Deus de 1977, Apostólica Renascer em Cristo de 1986, Comunidade evangélica Sara nossa terra de 1992, igreja internacional Ágape de 1996 com sede em Pompano Beach, USA. Observa-se maior liberdade de expressão na adoração, tem códigos de conduta e exige dos líderes formação teológica, traz para os cultos o uso de tecnologias como telões, fumaça, jogos de luzes e instrumentos musicais, arquitetura cênica o que atraiu um público mais jovem. Em 2000 foi fundada a igreja Bola de Neve Church, Pelo Apostolo Rina (Rinaldo Seixas Pereira) Surfista e formado em Marketing, que saiu da igreja Apostólica Renascer em Cristo, sendo observado a partir de então uma nova expressão através da arquitetura, muitas vezes se apropriando de lugares já existentes e dando uma nova função para o edifício. Esse movimento de nova expressão através da arquitetura vem acontecendo desde 2000 e em suas referências arquitetônicas são passíveis de perceber uma aproximação com a arquitetura cênica e comercial. Essa arquitetura de estilo e signos é antiespacial; é uma arquitetura mais de comunicação do que de espaço; a comunicação domina o espaço como um elemento na arquitetura e na paisagem. (VENTURI, 2003, p.33) Para entendermos o recorte que trataremos nesse trabalho é preciso entender como chegamos até aqui, assim o esquema abaixo nos mostra o caminho percorrido pela igreja protestante até os dias de hoje. Percebemos três movimentos no Brasil, também conhecido com as três ondas do avivamento, sendo o primeiro o surgimento das igrejas protestantes tradicionais e ou conservadoras, o segundo das igrejas pentecostais e o terceiro movimento o surgimento das igrejas neopentecostais.

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Arquitetura e espaço religioso

ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA

1893

Nota-se nas igrejas tradicionais uma ligação ainda muito forte com a igreja católica, através da organização espacial, fachada mesmo que simplificada, forma de conduzir os cultos mais silenciosos, organização dos bancos para ouvintes. Exemplificada com as fotos da primeira igreja Adventista do Sétimo Dia no Brasil

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Arquitetura e espaço religioso

TIPOLOGIA

IMPLANTAÇÃO

ORGANIZAÇÃO

FACHADAS LEGENDA

Altar

Nave da igreja

Habitação

Acesso

Ventilação

Iluminação natural

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Arquitetura e espaço religioso

2020

ASSEMBLÉIA DE DEUS

O segundo movimento, igrejas protestantes pentecostais vem com uma característica muito forte que é maior liberdade na expressão de adoração, com abertura maior para os fiéis participarem dos cultos, nota-se um layout reorganizado com assentos distribuídos em departamentos. A expressão através da arquitetura para remeter a ideia de igreja fica por conta da fachada de fronte ao logradouro. Podendo neste movimento ter dois tipos de uso e ocupação do espaço, podendo ser somente reuniões religiosas, como também habitacional. Tipologia exemplificadas nas imagens pela igreja Assembleia De Deus de Ribeirão Preto (IADERP), localizada em Sertãozinho –SP, 15


Arquitetura e espaço religioso

TIPOLOGIA

IMPLANTAÇÃO

ORGANIZAÇÃO

Calçada

Rua

FACHADAS

LEGENDA

Altar

Nave da igreja

Habitação

Acesso

Ventilação

Iluminação natural

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Arquitetura e espaço religioso

IGREJA NEOPENTECOSTAL

1971

1960

Nesse terceiro momento da igreja protestante, retrata as igrejas neopentecostais, conhecida no meio cristão como a terceira onda do avivamento e a que mais cresce no país, sendo também a mais influente. Essa tipologia traz consigo algumas singularidades que influenciaram e continuam influenciando as duas anteriormente citadas. Abriu-se nesse movimento o uso de tecnologias nos cultos, uso de TV, cultos on-line, uso do marketing digital e pela TV, estruturas de shows durante os cultos, usando elementos como fumaças, jogos de luzes e vídeos em grandes telas. Estes não são edifícios que criticam os aspectos visuais da cultura moderna. No design e nos espetáculos multimídia que ocorrem no interior, a megaigreja abraça o mundo multimídia casual, comercial, confortável e divertido. Em 1996, o pastor da Faith Community Church, em West Covina, Califórnia, disse ao Los Angeles Times: "O que almejávamos era a sensação de um shopping. Um lugar que é familiar, um lugar realmente gregário”. (BUGGELIN, 2004) A preocupação em estabelecer uma comunicação e relação com a cidade, os edifícios são, em contexto geral, sem aberturas e seu interior com paredes escuras (grande maioria preta e tons de cinza) e com a necessidade de grande dinamismo do layout.expressão através da arquitetura, no entanto, se ramifica sobretudo em duas tipologias, sendo que a primeira utiliza prédios existentes e os adapta (galpões, salões, barracões), e a segunda o projeto é feito especificamente para o programa religioso. Em ambas as edificações se observa que a preocupação quanto a referência, distinguibilidade e identidade do objeto como igreja fica por conta da fachada voltada para o logradouro, logomarca e ou redes sociais. Os ambientes são fechados e muitas vezes ignorando o entorno, sem nenhuma A autenticidade, ele acredita, é uma meta importante para a arquitetura e o culto. Para que a experiência autêntica ocorra, os cristãos devem reconhecer os aspectos modernos de suas vidas e não se retirar para estilos históricos por nostalgia de um passado mais piedoso. A grande arquitetura sempre foi "moderna", respondendo e desafiando as culturas que a produzem. (BUGGELIN, 2004) Exemplificada pela igreja Missão Atos, localizada em Sertãozinho – SP, fundada em 30 de agosto de 2000, pelo pastor Adilson Costa, é um modelo de igreja neopentecostal que adquire um galpão e o adapta para atender as necessidades do programa e reuniões.

ÁGAPE 17


Arquitetura e espaço religioso

MISSÃO ATOS

2007

ONDA DURA

2000

1997

2000

1996

BATISTA SERTAOZINHO

COMUNIDADE CRISTÃ SERTÃOZINHO

BOLA DE NEVE CHURCH AVARÉ 18


Arquitetura e espaรงo religioso

1996

BATISTA SERTAOZINHO

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Arquitetura e espaço religioso

TIPOLOGIA

IMPLANTAÇÃO

ORGANIZAÇÃO

Calçada

Rua

FACHADAS

LEGENDA

Altar

Nave da igreja

Habitação

Hall entrada

Acesso

Ventilação

Iluminação natural

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Arquitetura e espaรงo religioso

COMUNIDADE CRISTร

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Arquitetura e espaço religioso

TIPOLOGIA

IMPLANTAÇÃO

ORGANIZAÇÃO

Calçada Rua

FACHADAS

LEGENDA

Altar

Nave da igreja

Habitação

Hall entrada

Acesso

Ventilação

Iluminação natural

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Arquitetura e espaรงo religioso

MISSร O ATOS

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Arquitetura e espaço religioso

TIPOLOGIA

IMPLANTAÇÃO

ORGANIZAÇÃO

Calçada Rua

FACHADAS

LEGENDA

Altar

Nave da igreja

Habitação

Hall entrada

Acesso

Ventilação

Iluminação natural

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Arquitetura e espaço religioso

FACHADAS

VENTILAÇÃO

ILUMINAÇÃO

ENTORNO | ACESSO

NEOPENTECOSTAL

PENTECOSTAL

TRADICIONAL

TIPOLOGIA

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Arquitetura e espaço religioso

BATISTA, 1380 SEGUIDORES

As igrejas neopentecostais expressão seus pensamentos religiosos por meio das tecnologias, não somente dentro do templo durante os cultos com telões, televisores e músicas, mas também através das mídias sociais, abaixo alguns exemplos dessa comunicação.

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Arquitetura e espaço religioso

MISSÃO ATOS 1796 SEGUIDORES

COMUNIDADE CRISTÃ, 2104 SEGUIDORES

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Arquitetura e espaรงo religioso

ONDA DURA, 261.000 SEGUIDORES

BOLA DE NEVE, 280.000 SEGUIDORES

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Arquitetura sensorial

OS SENTIDOS A igreja protestante tem como um de seus pensamentos mais fortes não se apegar as coisas materiais, isso é refletido em suas igrejas livres de ornamentos e iconografias. O que nos faz pensar sobre um objeto que siga esse pensamento, mas que desperte a reflexão das pessoas que entrarão em contato com o mesmo. Para isso estudaremos como o estimulo sensorial através da arquitetura é capaz de estabelecer uma relação entre o homem e o objeto. Tendo como base para estudo os autores Pallasma e Zunthor, ambos que discorrem sobre os estímulos através da arquitetura dos sentidos, visão, audição, olfato, paladar e tato e como o espaço cria uma atmosfera que conecta o corpo humano ao objeto levando-o a uma experiência singular e de reflexão, mesmo que cada pessoa tenha uma vivencia diferente e pessoal. Para fins, estudaremos também a relação da luz e sombra aplicados através da arquitetura não somente em espaços religiosos, mas como são abordados e aplicados.

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Arquitetura sensorial

A EXPERIENCIA MULTISENSORIAL Segundo (Pallasmaa, 2011) todas as modalidades de sentidos trabalham em constante interação e com isso é reforçado nosso senso de realidade. A arquitetura por sua vez não é um fato isolado e independente mais sim segundo (Pallasma, 2011) uma extensão da natureza no âmbito antropogênico que oferece respaldo para percepção do horizonte e compreensão do mundo, bem como dá uma resposta conceitual e material as instituições societárias Toda experiência comovente com a arquitetura é multissensorial; as características de espaço, matéria e escala são medidas igualmente por nossos olhos, ouvidos, nariz, pele, língua, esqueleto e músculos. A arquitetura reforça a experiência existencial, nossa sensação de pertencer ao mundo e essa é essencialmente uma experiência de reforço da identidade pessoal. Em vez da mera visão, ou dos cinco sentidos clássicos, a arquitetura, envolve diversas esferas da experiência sensorial que interagem e fundem entre si. (Pallasmaa, 2011, p. 39)

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Arquitetura sensorial

A VISÃO Ao olhar para a arquitetura grega o autor (Pallasmaa, 2011) faz uma reflexão onde é evidente e predominante o sentido da visão, onde as obras cheias de requintes de correções óticas pensadas especificamente para o prazer dos olhos, contudo segundo (Pallasmaa, 2011) a inclinação para o sentido da visão não resulta na rejeição dos demais sentidos e sim na absorção da informação e consequentemente estimulando os demais sentidos. Os olhos convidam e estimulam as sensações musculares e táteis. O sentido da visão pode incorporar e até mesmo reforçar outras modalidades sensoriais; o ingrediente tátil inconsciente que existe na visão é particularmente importante e muito presente na arquitetura histórica, mas extremamente negligenciado na arquitetura de nossa época. (Pallasmaa, 2011, p. 25) O autor ainda analisa a arquitetura de Mies Van Der Rohe onde existe a predominância da perspectiva frontal, contudo com uma sensibilidade para ordem, estrutura, peso, detalhe e trabalho artesanal, tornando assim rico o aspecto visual. Uma obra de arquitetura se torna excelente precisamente em função de suas intenções e alusões opostas e contraditórias e seus impulsos inconscientes para que o trabalho se abra a participação emocional do observador. (Pallasmaa, 2011, p. 28) 31


Arquitetura sensorial

A AUDIÇÃO O autor (Pallasmaa, 2011) defende que a audição capta as informações do espaço, que na proporção que a visão é direcional e solitária, o som é unidirecional e solidário, onde a visão remete a uma experiência de exterioridade a audição traz uma experiência de interioridade. O autor ainda aborda como a audição estrutura e articula o entendimento do espaço, dando a pessoa a compreensão da dimensão do espaço, em diferentes ambientes, seja em uma catedral, em um porto ou nas ruas. Essas compreensões que podemos trata-las como sensações estimuladas pelo som, a sensação de estar perto ou longe, em um lugar aberto ou fechado. De querer desbravar o ambiente, estimulando assim outros sentidos como tato e visão. O som mede o espaço e torna sua escala compreensível. Acariciamos os limites do espaço com nossos ouvidos. Os gritos das gaivotas de um ponto nos fazem cientes da imensidão do oceano e da infinitude do horizonte. (Pallasmaa, 2011, p. 48) Segundo (Pallasmaa, 2011) a arquitetura é a arte do silencio petrificado, em que a maior experiência auditiva que pode nos proporcionar é a tranquilidade, que através dela o homem pode se emancipar do abraço do tempo, onde as edificações e cidades se tornam museus do tempo dando ao homem a compreensão dos ciclos do tempo mesmo que esses ciclos sejam além das nossas vidas individuais. Dito isso o autor ainda complementa dizendo que a arquitetura nos conecta com os mortos através das edificações, onde o tempo permanece imóvel nas construções, como no exemplo dado pelo autor no salão hipostilo do templo de Carnac. Tempo e espaço estão eternamente Intertravados nos espaços silenciosos entre duas colunas gigantescas; matéria, espaço e tempo se fundem em uma experiência elementar e singular: a sensação de existir. (Pallasmaa, 2011, p. 49) O som do espaço, uma reflexão sobre a forma, as superfícies dos materiais configuram a qualidade espacial do objeto. “Cada espaço funciona como um instrumento grande, coleciona, amplia e transmite sons”. (ZUMTHOR, 2009, p. 28) 32


Arquitetura sensorial

O OLFATO Segundo (Pallasmaa, 2011) a memória mais persistente de um espaço é o seu cheiro, defende que o cheiro especifico de um lugar é um gatilho para uma memória já esquecida, (Pallasmaa, 2011) descreve em seu livro Olhos da pele, relatos de lugares como loja de balas e como seus aromas despertam lembranças da infância sua inocência e curiosidade. Dito isso o cheiro é capaz de estimular a imaginação fazendo com que o observador traga à tona uma memória e sensações. O odor pungente de uma sapataria nos faz imaginar cavalos, selas e arreios e a emoção de se cavalgar; a fragancia de uma padaria projeta imagens de saúde, subsistência e força física, enquanto o perfume de uma confeitaria nos remete a felicidade da burguesia. (Pallasmaa, 2011, p. 52)

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Arquitetura sensorial

O PALADAR Sobre o paladar (Pallasmaa, 2011) sugere que a organização de alguns elementos na arquitetura como cores e detalhes delicados despertam sensações orais. O mesmo ainda cita o trecho de uma carta de John Ruskin. “ Eu gostaria de comer toda essa Verona, toque a toque” (Pallasmaa, 2011, p. 56) A capacidade dos materiais despertarem sensações orais no corpo humano está na sutileza de como são e organizadas, a aplicação das cores, texturas lisas ou ásperas. Assim como o som desperta sensações que estimulam o tato e a visão, superfícies e cores despertam sensações orais. Os materiais sensuais e tão bem trabalhados pela arquitetura de Carlo Scarpa, assim como as cores sensuais das casas de Luis Barragan, frequentemente evocam experiências orais. As superficies deliciosamente coloridas de Stucco lustro, revestimento extremamente polido de superfícies de madeira, também se oferecem a apreciação da língua.(Pallasmaa, 2011, p. 56)

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Arquitetura sensorial

O TATO Arquitetura é em grande parte construída para agradar prioritariamente os olhos e os prazeres da visão, (Pallasmaa, 2011) reconhece isso e ainda trás para a reflexão as construções nativas e das culturas tradicionais autóctones em argila ou barro onde são prioritariamente provenientes dos sentidos musculares e táteis e depois da visão. Fazendo com que o autor (Pallasmaa, 2011) identifique e classifique a transição da arquitetura autóctones para o controle dos olhos como perca da plasticidade, da intimidade e da junção dos elementos culturais e nativos. Podemos inclusive identificar a transição da construção autóctone da esfera tátil para o controle da visão como uma perda de plasticidade da intimidade e da sensação de fusão total características dos contextos de culturas nativas. (Pallasmaa, 2011, p. 25) (Pallasmaa, 2011) enfatiza através das mãos, segundo o autor as mãos são órgãos do pensamento onde seus movimentos e tarefas permanecem dentro desse elemento. Dito isso (Pallasmaa, 2011) também discorre sobre a pele o maior órgão do corpo humano, que é capaz de ler a textura, o peso, a densidade e a temperatura da matéria. É um prazer apertar a maçaneta da porta que brilha com os milhares de mãos que passaram por ela antes de nós; o brilho tremeluzente do desgaste atemporal se tornou uma imagem de boas-vindas e hospitalidade. A maçaneta da porta e o aperto de mão do prédio. (Pallasmaa, 2011,p. 53) Contudo segundo (Pallasmaa, 2011) o tato nos conecta com o tempo e tradição, pelas impressões do toque, através da pele podemos sentir o lugar e gerar sensações de pertencimento, expresso ao citar que a pele acompanha a temperatura do ambiente seja da sombra de uma arvore ou o calor de um lugar ao sol. Assim como a gravidade é medida pelos nossos pés, sentindo a textura, a temperatura. O autor ainda revela que a troca que nossa pele faz com o ambiente é capaz de despertar a sensação de aconchego, que pertencente a fenomenologia do verbo habitar, estabelece então a sensação de pertencimento, de habitar, pois, quando o corpo recebe esses estímulos sensoriais ele revela a sensação de conforto de intimidade. Há uma forte identidade entre a pele nua e a sensação de um lar. A experiência do lar é essencial a experiência do calor íntimo. (Pallasmaa, 2011,p. 55)

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Arquitetura sensorial

OS PONTOS DE ZUMTHOR No âmbito de intensificar a relação entre arquitetura e preceitos religiosos, pensar a arquitetura e as sensações das pessoas no espaço se faz importante. O escritor (ZUMTHOR,2009) ressalta a importância de criar uma atmosfera nos espaços projetados e como o objeto estabelece a partir de então uma comunicação com os observadores, visitantes e com a vizinhança. E é este o espaço envolvente que se torna parte da vida, da minha ou na maioria dos casos, da vida de outras pessoas. É um lugar onde as crianças podem crescer. Talvez estas, inconscientemente, se lembrem daqui 25 anos de algum edifício, de uma esquina de uma rua, uma praça, sem nada saber do arquiteto, o que também não importa. (ZUMTHOR, 2009, p. 64) No livro atmosferas (ZUMTHOR,2009) faz uma reflexão sobre a qualidade arquitetônica, e descreve que uma boa obra é quando ela tem a capacidade de tocar alguém com uma presença bela e natural, denominando isso atmosfera.

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Arquitetura sensorial

ATMOESFERAS

Atmosferas, onde o autor (ZUMTHOR,2009) discorre sobre o que é de fato a qualidade arquitetônica, o mesmo ainda afirma que qualidade arquitetônica é a capacidade que a obra tem de tocar uma pessoa. Para (ZUMTHOR,2009) a atmosfera comunica com o a percepção emocional do ser humano, sendo assim a percepção que funciona de forma instintiva, o corpo se comunica com o as informações externas tendo uma aceitação imediata ou recusa imediata. A atmosfera comunica com a nossa percepção emocional isto é a percepção que funciona de forma instintiva e que o ser humano possui para sobreviver. (ZUMTHOR,2009, p. 12) Também relaciona a solidez da arquitetura e a simplicidade musical, onde ambos precisam de procedimentos, interesses, instrumentos e ferramentas. Ainda exemplifica a percepção emocional que temos através da música.

john russell pope station broad street richmond

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Arquitetura sensorial

O CORPO DA ARQUITETURA

Para (ZUMTHOR,2009) o corpo da arquitetura, é juntar as coisas do mundo, organizar os materiais do mundo e criar um espaço, compara a anatomia humana, onde o corpo da arquitetura possui sistemas, pele, massa e nesse pensamento o autor ainda fala sobre a consonância dos materiais, destacando que os materiais são infinitos, e como se relacionam, combinam e irradiam em conjunto. As probabilidades de uso desses materiais, exemplifica o uso de uma pedra, onde pode ser furada, serrada, cortada, usada em tamanhos pequenos ou grandes quantidades e serão sempre diferentes assim como se aplicar onde fica exposta a luza será mais uma vez diferente, o autor (ZUMTHOR,2009) reflete sobre a importância de testar esses materiais em conjunto, em explorar as possibilidades de uso. “Apenas um material e já temos mil possibilidades.” (ZUMTHOR,2009, p. 24)

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Arquitetura sensorial

A TEMPERATURA DO ESPAÇO

Segundo (ZUMTHOR, 2009) cada edifício tem uma temperatura e exemplifica mais uma vez o uso dos materiais para criar essa atmosfera, na obra citada no livro, Pavilhão da Suiça em Hânover, foi utilizado muita madeira, assim como vigas de madeira que criaram um espaço onde o objeto tinha sua própria temperatura, quando estava frio no ambiente externo, o espaço interno se mantinha mais quente, e quando o ambiente externo estava mais quente, o interno mantinha-se menos quente. O fato de que os materiais retiram mais ou menos do nosso calor corporal é conhecido. Histórias de como o aço é frio e por isso retira o calor. Mas ao falar disso ocorre-me a palavra temperar. É semelhante a temperar pianos, ou seja, encontrar o ambiente certo. No sentido literal e figurativo. Quer dizer que esta temperatura é física e provavelmente psíquica. O que vejo, o que sinto e o que toco, mesmo com os pés. Cada espaço funciona como um instrumento grande, coleciona, amplia e transmite sons. (ZUMTHOR, 2009, p. 34)

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Arquitetura sensorial

ENTRE A SERENIDADE E A SEDUÇÃO

Entre a serenidade e a sedução, o autor discorre sobre a capacidade dos arquitetos em criar espaços que permite o usuário simplesmente existir, que tenha liberdade de ir que se conecte com o edifício. Exemplifica ainda o projeto termas de Vals onde o percurso é pensado para seduzir e não conduzir Conduzir, seduzir, largar, dar liberdade. Para certo tipo de utilização é melhor e faz mais sentido criar a calma, serenidade, um lugar onde não terão de correr e procurar a porta, onde nada nos prende e podemos simplesmente existir. Os auditórios, por exemplo, deveriam ser assim. (ZUMTHOR, 2009, p. 44)

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Arquitetura sensorial

A LUZ SOBRE AS COISAS

A luz sobre as coisas, discutir como a luz deve ser parte do pensar o projeto, a maneira como permitir a luz ou sombra no objeto de maneira que seja natural, não um recurso que vem no final proposto por recursos de iluminação artificial, não pensar a iluminação como algo posterior mais sim no início do projeto, pensar como a luz revela os espaços e objetos, a harmonia com as superfícies criando uma atmosfera, despertando sensações nos usuários. Pensar o edifício primeiro como uma massa de som bras e a seguir, como num processo de escavação colocar luzes e deixar a luminosidade infiltrar-se. (ZUMTHOR, 2009, p. 61) A segunda ideia preferida é colocar os materiais e superfícies, propositadamente a luz e observar como refletem. (ZUMTHOR, 2009, p. 61)

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Introdução

A ARQUITETURA COMO ESPAÇO ENVOLVENTE

A arquitetura como espaço envolvente, Capítulo onde o autor mostra a particularidade dos edifícios que conseguem estabelecer um envolvimento do observador, usuário e ou vizinhança. A capacidade de fazer parte da vida das pessoas, de ser referência de alguma memoria, de despertar nas pessoas um vínculo até mesmo afetivo. E na arte há uma bela expressão antiga: as coisas encontram-se, estão em si, porque são, o que querem ser e a arquitetura é feita para nós a utilizarmos, não é nenhuma das Belas Artes, acho que esta também é a tarefa mais nobre da arquitetura o fato de ela ser uma arte para ser utilizada, mas o mais belo é quando as coisas se encontram, quando se harmonizam, formam um todo, o lugar, a utilização e a forma. A forma remete para o lugar, o lugar é este e a utilização é esta. (ZUMTHOR, 2009, p. 69)

peter zumthor, kunstmuseum kolumba

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Arquitetura e a cidade

A TENSÃO ENTRE INTERIOR E EXTERIOR

No livro Atmosferas (ZUMTHOR, 2009) define espaço interno e externo de maneira única, nos mostrando a tensão entre ambos e a maneira como o nosso corpo recebe essas informações. Na arquitetura retiramos um pedaço do globo terrestre e colocamo-lo em uma pequena caixa e de repente existe um interior e exterior, estar dentro e estar fora, fantástico e isto implica outras coisas igualmente fantásticas; soleiras, passagens, pequenos refúgios, passagens imperceptíveis entre interior e exterior, uma sensibilidade incrível para o lugar. (ZUMTHOR, 2009, p. 46) Segundo (ZUMTHOR, 2009) é necessária sensibilidade para estabelecer uma comunicação entre a pessoa o objeto e seu entorno, haverá momento que o edifício revela o que tem em seu interior e outros onde esconde, a sensibilidade para criar momentos onde dentro e fora se tornem sutis e interajam entre si desenhando assim um jogo entre indivíduo e público, entre privado e publico

Kunsthaus Bregenz

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Arquitetura e a cidade

A TENSÃO ENTRE INTERIOR E EXTERIOR

Uma vertente dessa pesquisa é entender os caminhos percorrido pela igreja protestante quanto a suas edificações, como esses objetos estabelecem diálogo com a cidade. De que maneira propõe os espaços entre áreas privadas e públicas. Para (HERTZBERGER,2006) é importante primeiro estabelecer uma tradução de público e privado para os termos espaciais, que o mesmo define como áreas de uso coletivo para público e áreas de uso individual para privado. Porém o autor ressalta que para entender esses espaços devemos olhar com mais atenção a sutilezas que existem entre ambos, assim como o tempo pode ser um delimitador de público e privado, onde em um espaço de tempo é de uso público e em outro uso privado. Sobre tudo existe alguns elementos de conexão e transição desses espaços e a forma como são aplicados no projeto mexem com o sentido das pessoas, chamados de intervalo por (HERTZBERGER,2006) A criança sentada no degrau em frente à sua casa está suficientemente longe da mãe para se sentir independente, para sentir a excitação e a aventura do grande desconhecido. Mas ao mesmo tempo sentada ali no degrau, que é parte da rua assim como da casa, ela se sente segura pois sabe que a sua mãe está por perto. Acriança se sente em casa e ao mesmo tempo no mundo exterior. Esta dualidade existe graças a qualidade espacial da soleira como uma plataforma, um lugar em que dois mundos se superpõem em vez de estarem rigidamente demarcados. (HERTZBERGER,2006, p. 32) O autor (HERTZBERGER,2006) nos mostra em suas reflexões a importância dos elementos que compõem esses espaços de conexão e transição entre privado e público, que podem em determinadas aplicações exercer funções sociais, onde promovem encontros entre pessoas de interesse comum, assim como reflete sobre a importância da soleira em ser “um espaço para as boas vindas e despedidas e, portanto, é a tradução e, termos arquitetônicos da hospitalidade”. (HERTZBERGER,2006) 44


Referencia projetual

IGREJA DA LUZ - TADÃO ANDO função: Igreja Localização: Ibaraki-Shi, Japão Arquitetos: Tadao Ando Architect & Associates Ano: 1999

MATERIALIDADE

ILUMINAÇÃO Concreto Madeira Vidro

A igreja da Luz de Tadão Ando tras consigo o pensamento das igrejas protestantes do Brasil, onde os templos sao libvres de ornamentação, formas geometricas simples espaço semmuitas aberturas. Tadao Ando foi sensivel em conseber o projeto levando em consideração o pensamento cristã. Contudo trouxe para o objeto sua forma de pensar, onde valoriza a natureza, é sutil nos espaços intermediarios entre o objeto arquitetonico e a cidade, mesmo assim criando espaços de percurso que atraem a pessoa para dentro do objeto. Em seu interior a luz entra por uma Cruz estruturada no edificio em sua fachada leste, que ilumina todo interior criando uma atmosfera unica Para Tadão Ando a luz é um fator primordial em seus projetos e na igreja da Luz ele cria uma dualidade com a materialidade o uso do concreto formando uma caixa escura, e rasgando a parede da face leste, permitindo a entrada da luz que ilumina toda a caixa e transforma o lugar em um espaço religioso

ENTORNO IMEDIATO 45


Referencia projetual

ILUMINAÇÃO / CIRCULAÇÃO / ACESSO

ORGANIZAÇÃO

CORTES

0

N 0

2

5

2

5

Implantação

0

ENTORNO IMEDIATO

PERCURSO INDIVIDUAL LEGENDA

Altar

2

5

ESPAÇO COLETIVO Nave da igreja

Coletivo

Circulação

Iluminação natural

46


Referencia projetual

CAPELA SAN ALBERTO MAGNO Função: Igreja Localização: Valparaiso, Chile Arquitetos: José Requesens Aldea, Juan Pavez Aguilar Área: 320 m² Ano: 2014

MATERIALIDADE

Concreto Madeira

ILUMINAÇÃO

Iluminiação zenital

A capela San Alberto Magno esta implantada em um espaço publico e tem acesso de varias direções. Sua capacidade é de 250 pessoas sentadas mais isso pode ser ampliado para mais 500 pessoas, pois suas fachadas oeste e sul se abrem completamente O objeto em si parece um cubo de concreto apoiado sobre uma base de madeira e seu interior recebe luz natural através de iluminação zenital, que fica sobre o altar

ENTORNO IMEDIATO 47


Referencia projetual

CORTES

ILUMINAÇÃO / CIRCULAÇÃO / ACESSO

5

LEGENDA

4 1 2 3 4 5

1

2

3

Banheiro Sacristia Apoio Nave Presbiterio Iluminação Circulação

LEGENDA

O COLETIVO

O PRIVADO

Altar

Nave da igreja

Hall de entrada

Iluminação natural

APROPRIAÇÃO DO EXTERNO 48


Referencia projetual

IGREJA DON BOSCO- DANS ARHITEKTI função: Igreja Localização: Maribor, Eslovenia Arquitetos: Dans arhitekti Ano: 2015

MATERIALIDADE

Concreto Madeira Aço

ILUMINAÇÃO

A igreja Don Bosco, faz parte de um complexo religioso implantado em um parque que o protege das duas ruas que o cercam. O edificio tem tres materiais principais, concreto, madeira e aço e com poucos ornamentos, criando um espaço dereflexão. A igreja suporta 300 pessoas sentadas e seu interior recebe luz natural por uma claraboia alocada sobre o altar que representa uma coroa, a iluminação artificial fica por conta de 100 lampadas de acrilico em pendentes espalhadas pela nave da igreja. O espaço interno cria um percurso onde o olhar é direcionado ao céu trazendo os signos cristãos e criando uma atmosfera de reflexão de preceitos religiosos. O complexo se desenvolve em forma retangular, com um patio interno que insere o espaço externo ao complexo, sendo convidativo e com espaços de transição com sutis mudanças que mudam a persepção da pessoa de ambientes, sem ser agressivo.

ENTORNO IMEDIATO 49


Referencia projetual

ILUMINAÇÃO / CIRCULAÇÃO / ACESSO

CORTES

7 5 2

4 3 1

6

LEGENDA

1 2 3

Banheiro Clarabóia Apoio

4 5 6

Nave Presbiterio Auditório

O COLETIVO

7

Capela Iluminação natural Circulação

LEGENDA

Altar

O ESPAÇO INTERMEDIÁRIO

Nave da igreja

Coletivo

Circulação

Iluminação natural

O ESPAÇO DE REFLEXÃO 50


Referencia projetual

PERCURSO LUZ | VENTO

SÍNTESE

IGREJA DA LUZ

VOLUMETRIA

ESPAÇO INTERMEDIARIO

CAPELA SAN ALBERTO MAGNO

+ +

IGREJA DON BOSCO

+

-

Iluminação natural

Ventilação Natura

+

Adição espaço externo

-

Subtração do espaço interno

51


Referencia projetual

BAIRRO: NOVA SERTAOZINHO

CIDADE: SERTÃOZINHO

RU AR

IC EN TE D RU AV

OM EU

SA RT I

EP

AU LA

CA S

TR O

ESTADO: SÃO PAULO

A V. TO AN NIO PAS L

OA CH

O terreno esta localizado no bairro Jardim Nova Sertãozinho, fica na zona ZER Zona retritamente residencial taxa de ocupação: 70 % taxa de permeabilidade: 5 % testada mínima: 12 m Gabarito maximo: 2 (consitera-se todos os pavimentos, incluindo o tétrreo)

CA RL O

O LOTE

SA RT I PL AC ID O RU A

RU AV

IC EN TE DE PA UL

AC

AS

TR O

RU A

RU A

GE RE MI AS

SG

OM

ES

LU NA RD EL I

52


Levantamento local e entorno

0

50

100

200

N

53


Levantamento local e entorno

TÉRREO

0

50

100

200

FLUXO LEVE

ATÉ 4 PAVIMENTOS

FLUXO INTENSO

ACIMA DE 4 PAVIMENTOS

N

54


Levantamento local e entorno

ZER

SISTEMA DE LAZER

RESIDENCIAL

COMERCIO

SERVIÇO APP

0

50

100

200

N

INSTITUCIONAL 55


Levantamento local e entorno

0

50

100

200

N

56


Levantamento local e entorno

57


Levantamento local e entorno

58


Levantamento local e entorno

59


Levantamento local e entorno

60


Levantamento local e entorno

61


Levantamento local e entorno

62


Levantamento local e entorno

63


PROGRAMAÇÃO SEMANAL

Demanda

Denominação Bola de neve Comunidade Cristã de Ágape Missão Atos Onda Dura Hangar 7 Missionaria

Domingo 19:00 ás 22:00 8:30 ás 11:00 18:00 ás 20:00 9:00 ás 11:00 18:00 ás 20:00 19:30 ás 21:00 10:00 ás 12:00 19:00 ás 22:00 10:00 ás 12:00 17:00 ás 19:00 19:00 ás 21:30

Segunda

Terça

Quarta 20:00 ás 22:00 5:30 ás 6:30

Quinta

Sexta

Sábado

n° fiéis 300

20:00 ás 21:30

1000

15:00 ás 16:00

20:00 ás 22:00 19:30 ás 21:30

20:00 ás 21:30

20:00 ás 21:30 22:30 ás 00:30 15:00 ás 17:00 20:00 ás 22:00

1000 250 1000 1000

20:00 ás 21:30 1800

64


Demanda

656,00 m²

Espaço permanencia Espaço Administração Espaço apoio Espaço Convivio e atividades

20,00 m² 104,00 m² 120,00 m2

Espaço culto Espaço evento permanencia cole•vo Cafeteria Loja Financeiro espaço pastores espaço reuniao Depósio Controle de som, iluminação Cozinha Banheiros Estudos Dança Música

252,00 m² 336,00 m² 70,00 m² 10,00 m² 12,00 m2 4,00 m ² 4,00 m² 12,00 m² 4,00 m² 4,00 m² 6,00 m² 90,00 m² 40 M² 41 M² 42 M²

65


Estudo preliminar

CONCEITO | PARTIDO O SENTIDO DO VENTO O SENTIDO DO SOL O SENTIDO DO RIO

O conceito adotado é “percurso” da luz, da sombra, do cheio e do vazio, do material e imaterial e como esses percursos estabelecem relação entre si, e tirar partido dessas diretrizes para traduzir no objeto arquitetônico qualidades espaciais que despertem os sentidos humanos para um espaço de reflexão, atividades pertinentes ao programa e estabelecendo um discurso e integração com a cidade. Sendo assim ao analisar o terreno escolhido, adotamos como partido o percurso do sol, do curso d´água e do vento. Dando assim diretrizes e alinhamentos para implantação do objeto, criando aberturas através dos objetos que leve o olhar da pessoa para o espaço configurando assim um convite a percorrer pela praça interna e aos espaços de reflexão e contemplação.

66


Estudo preliminar

tro

E

eP au la

Ca s

Ru

aC ar

F

nt ed

Go

m

G

Ru aV ice

los

es

7

3 6

2

5

4 1

D C B A

N 0

5

10

50

67


Estudo preliminar

7

0

2

4

5

4

10

Vista rua: Vicente de Paula Castro

G

Vista rua: Carlos Gomes

RU A

AC AS TR O

CA RL O

SG

SA RT I

OM

RU AP LA CI DO

10

ED EP AU L

4

IC EN T

2

E

RU AV

0

F

RU A

GE RE MI AS

ES

LU NA RD EL I

68


Estudo preliminar A

Espaço Culto Espaço culto 252,00 m² Depósio 4m² Controle de som, iluminação 4 m²

3 Espaço apoio

Espaço culto

2 A

A

Espaço apoio

1 C

B

D

A

A

0

2

4

10

N 69


Estudo preliminar A

PLANTA PAVIMENTO LAYOUT 1

3

2 A

A

1 C

B

A

A

0

2

4

D

10

N 70


Estudo preliminar A 02

PLANTA PAVIMENTO LAYOUT 2

3

2 A

A

1 B

A 02

A

0

2

C

D 4

10

N 71


Estudo preliminar

1

2

3

Nível 3 6.00

Nível 2 3.00

Nível 1 0.00

Fechamento em vidro Espelho d´água

Curso D´água

0

2

4

Espelho d´água

10

Corte transversal A/02 72


Estudo preliminar

A

B

C

D

Nível 3 6.00

Nível 2 3.00

Nível 1 0.00

Apoio

Espelho d´água

Espaço Culto

Espaço intermediario

0

2

4

10

73


A

Estudo preliminar

PLANTA PAVIMENTO TÉRREO E

Espaço culto Espaço evento permanencia cole•vo Cafeteria Loja Financeiro espaço pastores espaço reuniao Depósio Controle de som, iluminação Cozinha Banheiros Estudos Dança Música

252,00 m² 336,00 m² 70,00 m² 10,00 m² 12,00 m2 4,00 m ² 4,00 m² 12,00 m² 4,00 m² 4,00 m² 6,00 m² 90,00 m²

Espaço Administração Espaço apoio

Espaço Convivio e atividades Espaço permanencia

40 M² 41 M² 42 M²

F

A A

Espaço apoio

A

G

N 0

2

4

10

4

5

6

7 74


Estudo preliminar

A

PLANTA PAVIMENTO SUPERIOR 4 Espaço culto Espaço evento permanencia cole•vo Cafeteria Loja Financeiro espaço pastores espaço reuniao Depósio Controle de som, iluminação Cozinha Banheiros Estudos Dança Música

5

6

7

252,00 m² 336,00 m² 70,00 m² 10,00 m² 12,00 m2 4,00 m ² 4,00 m² 12,00 m² 4,00 m² 4,00 m² 6,00 m² 90,00 m²

E

40 M² 41 M² 42 M²

Espaço Eventos F

A

A

Espaço apoio

G

N 2

4

10 A

0

75


Estudo preliminar

4

5

6

7

Nível 4 9.00

Nível 3 6.00

Nível 2 3.00

Nível 1 0.00

Cafeteria / loja / estudos / dança / musica / higienização Curso D´água

R: Carlos Gomes

Espaço intermediario Praça interna

0

2

4

10

Corte transversal A/04

76


Estudo preliminar

G

F

E

Nível 4 9.00

Nível 3 6.00

Nível 2 3.00

Nível 1 0.00

Espaço intermediario Cafeteria / loja / estudos / dança / musica / higienização

Curso D´água

R: Vicente de Paula Castro Praça interna

0

2

4

10

Corte longitudinal A/03

77


Estudo materialidade

Placa de concreto prĂŠ-moldada Fechamento em vidro

Cobertura metalica Piso e forro de madeira

78


Anexo Legislação Lei complementar n° 2158 de 12 de janeiro de 2007. Dispõe sobre o código de obras de município de Ribeirão Preto Artigo 473. Escada e rampas mínimo 3,00 m do logradouro Área mínima 80 m² Passagem longitudinal 1,20m² (público a cima de 150 pessoas, aumentar 0,8 cm por pessoa) Passagem lateral 1,00 m² (público a cima de 150 pessoas, aumentar 0,8 cm por pessoa) Declividade de até 12% Degraus: altura máxima de 0,16 m / comprimento mínimo 0,35 m Artigo 474. Escada: largura mínima 1,50 m (público a cima de 150 pessoas, aumentar 0,8 cm por pessoa) Artigo 155. Sessão 4° Pé direito mínimo: 6,00 m (a cima de 150 pessoas) Permitido Pé direito até 4,00 m, até 250 pessoas Artigo 480. Sanitário: área mínima 1,50 m² Artigo 482. Sala de espera, para auditórios. Ter 12 % da área do auditório (não é obrigatório para espaço religioso) Artigo 106. Locais de reunião Público em pé: 0,30 m por pessoa Público sentado: 0,80 m, sem assento fixo Público sentado: 1,50 m, assento fixo Pratica de exercícios físicos Em pé: 0,30 m por pessoa Outras atividades 4,00 m, por pessoa Artigo 108. Somar no cálculo de lotação circulação horizontal que passe de 1,5 m de largura Artigo 502. Escola média Secretaria: mínimo 4,00 m² Diretoria: mínimo 4,00 m² Recepção: mínimo 4,00 m² Copa: dimensão mínima 1,5m, área mínima 2,5 m² Lanchonete: igual ou maior que 10,00 m² Sanitário Privado Público Lavatório 3 8 1 p/ 75 m² Sala dos professores: mínimo 12,00 m² Bacia 3 8 1 p / 1000 m² Sala de trabalho manual: 2,00 m² por pessoa Mictório 2 8 1 p/ 300 m² Sala de atividade: 1,20 m² por pessoa 79


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