MITOLOGIAS: Grega e Heráldica

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MITOLOGIAS: Grega e Heráldica

Editora Alcatéia 1ª Impressão 3


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MITOLOGIAS: Grega e Heráldica

Contadas por: CINDY ALISSON SHIMOHARA FELIPE BELINASSI JOSÉ CARLOS BUENO CORREA JR. PATRÍCIA ANDRADE DOS SANTOS

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Copyright© 2014, Editora Alcatéia Capa Felipe Belinassi Textos Felipe Belinassi José Carlos Bueno Correa Jr. Patrícia Andrade dos Santos Projeto Gráfico Felipe Belinassi Agradecimentos Especiais Aline Ferreira João Pedro Pereira Freire Dorotea Gizzi (Ilustrações) Gonzalo Ordoñez Arias (Ilustrações) Mitologias: Grega e Heráldica — São Paulo: Alcatéia, 2014. 1. Civilização Clássica 2. Mito 3. Mitologia Grega CDD- 868.998203

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O Ínicio ............................................................................................................................7

Os Deuses do Olimpo ..................................................................................................... 9

Zeus ....................................................................................................................11 Hera ...................................................................................................................13 Hades .................................................................................................................15

Poseidon .............................................................................................................17

Atena ..................................................................................................................19

Ares ....................................................................................................................21

Deméter.................................................................................................23

Apolo ..................................................................................................................25

Ártemis ..............................................................................................................27

Hefesto ...............................................................................................................29 Afrodite ..............................................................................................................31

Hermes ..............................................................................................................33

Dionísio ..............................................................................................................35

Mitologia Heráldica .......................................................................................................37

A Heráldica ....................................................................................................................39

Aspectos Gráficos ..............................................................................................41

Configurações dos Escudos ...............................................................................43

Cores, Texturas e Peles ......................................................................................46

Figuras Heráldicas ............................................................................................49

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No começo existia apenas o Caos, massa rude, onde as forças teriam o poder de criar

e manter a vida. Dessa fonte geradora de vida surgiram os Deuses e a matéria - o planeta e os homens.Tudo teve início com o casal primordial, o Céu (Urano) e a Terra (Gaia), e a união de ambos foi responsável inicialmente pela origem dos Titãs e Tiânias, forças violentas que povoam o mundo, a qual se destacam Têmis, a justiça, Tétis, a alma do mar, Oceano, Mnemósine, a memória e Cronos, o tempo.

Os outros filhos de Urano e Gaia são os Cíclopes e os Hecatônquios, criaturas indomáveis,

obrigadas pelo pai a viver no interior da terra, sem ver o luz do dia.

A prisão dos filhos assim como a fecundidade contínua imposta por Urano, é rersponsável

pelo sofrimento de Gaia, que conspira contra ele. Cronos foi o único filho que aceitou ajudar a mãe a eliminar seu sofrimento. Armado de uma foice, luta contra o pai, domina-o e corta seus testículos, impedindo dessa maneira que continue a fecundar Gaia. O sêmen expelido fecunda a terra e o mar, de onde nasce Afrodite, a deusa do amor e da beleza. Com Urano destronado, o poder agora pertence a Cronos, senhor do tempo, que devora tudo: seres, momentos, destinos. Devora também os próprios filhos. Unido a sua irmã Réia, gera muitos filhos, porém devora a todos, para que não lhe tomem o reino como ele mesmo fez com o pai. Apenas um de seus filhos escapa, Zeus.

Zeus, segundo a lenda, foi criado em uma caverna na Ilha de Creta, onde cresceu e

se tornou mais forte. Réia então enganou Cronos, entregando-lhe uma pedra enrolada em ataduras, que foi devorada pelo deus. Dessa forma Réia salvou seu filho, mas assim selou a

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profecia: um dia, o último filho de Cronos tomaria em armas e acabaria com o reinado do pai, instalando-se no trono do mundo.

Não demorou muito tempo para que Cronos percebe-se que fora enganado, e saiu

a procura do filho. Na Ilha de Creta Zeus permaneceu escondido e foi criado pelas ninfas, alimentado com o mel e leite de cabra, cresceu e fortaleceu-se, preparando-se para cumprir a profecia de Gaia

Zeus acercou-se do pai e o fez ingerir uma bebida preparada por Métis. Abalado por

convulsões, Urano reestituiu à vida todos os filhos que havia devorado. Assim Zeus libertou seus irmãos e uniu-se a eles na luta contra o pai; libertou os Cíclopes que passaram a forjar as armas: para Plutão um capacete mágico, para Netuno o tridente e para Zeus o raio. A guerra teria durado dez anos, ao final destronou o pai, venceu os Titãs e os Gigantes e consolidou-se como senhor absoluto do mundo, eliminando as forças tenebrosas e desordenadas, que foram confinadas no inferno. Insatisfeita com a prisão dos Titãs, seus filhos, Gaia incitou os Gigantes a uma luta contra Zeus. Iniciou-se a Gigantomaquia, Guerra de Gigantes, da qual Zeus saiuvitoriosos e reforçou seu poder.

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Zeus então subiu ao Olimpo, de onde passaria a comandar os homens e os Deuses.


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Ilustração: Gonzalo Ordoñez Arias

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É o

Deus

principal, governante

do

Monte Olimpo, rei dos deuses

e dos homens. Era o senhor do céu e o deus da chuva, aquele que tinha o terrível poder do relâmpago. A tempestade representava a sua fúria. Sua arma era o raio e sua ave a águia, animal em que costumava se transformar. Zeus era um tanto mulherengo e teve diversas esposas e casos com deusas, ninfas e humanas, tendo vários filhos semi-deuses, entre eles, Hércules e Perseu.

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Ilustração: Gonzalo Ordoñez Arias

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Mulher de Zeus e rainha do Olimpo, Hera é a deusa do matrimônio,

do parto e da família. Extremamente ciumenta, é vingativa com as amantes do marido e com os filhos de Zeus que elas geram. Íris, a deusa do arcoíris, era a servente e mensageira de Hera, e o pavão, a sua ave favorita.

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Ilustração: Dorotea Gizzi

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Hades

não

era

incluído

na

lista

do

Olimpo.

Não

tinha

assento

no panteão porque passava a maior parte do seu tempo nos Infernos.

É considerado um deus da “segunda geração” pelos estudiosos, oriundo de

Cronos e de Reia, formava com seus cinco irmãos os Crônidas: as mulheres Héstia, Deméter e Hera, e os homens Poseidon e Zeus. Ele é também conhecido por ter raptado a deusa Perséfone, filha de Deméter, a quem teria sido fiel e com quem nunca teve filhos. A simbologia desta união põe em comunicação duas das principais forças e recursos naturais: a riqueza do subsolo que fornece os minerais, e faz brotar de seu âmago as sementes - vida e morte. Hades costuma apresentar um papel secundário na mitologia, pois o fato de ser o governante do Mundo dos Mortos faz com que seu trabalho seja “dividido” entre outras divindades, tais como Tanatos, deus da morte, ou as Queres - estas últimas retratadas na Ilíada escolhendo avidamente as almas dos guerreiros, enquanto Tanatos surge nos mitos da bondosa Alceste ou do astuto Sísifo.

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Ilustração: Dorotea Gizzi

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O irmão mais velho de Zeus e Hades é Poseidon, o Deus do oceano.

Morava em seu palácio no fundo do mar, junto a sua esposa Anfitrite. Com um movimento de seu tridente, causa terremotos e tsunamis - por isso os navegantes sempre rezavam para esse deus pedindo águas tranquilas e que lhes protegessem dos “monstros marinhos” (que eram as baleias).

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Ilustração: Dorotea Gizzi

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Também conhecida como Palas Atena é, na mitologia grega, a deusa da guerra,

da civilização, da sabedoria, da estratégia, das artes, da justiça e da habilidade. Uma das principais divindades do panteão grego e um dos doze deuses olímpicos, Atena recebeu culto em toda a Grécia Antiga e em toda a sua área de influência, desde as colônias gregas da Ásia Menor até as da Península Ibérica e norte da África. Sua presença é atestada até nas proximidades da Índia. Por isso seu culto assumiu muitas formas, além de sua figura ter sido sincretizada com várias outras divindades das regiões em torno do Mediterrâneo, ampliando a variedade das formas de culto. Para os atenienses ela era mais do que uma das muitas deusas do panteão grego, era “a” deusa. O significado do nome Palas é obscuro, às vezes é traduzido como “donzela”, outras como “aquela que brande armas”, e pode ter também uma origem não-grega.

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Ilustração: Dorotea Gizzi

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Na mitologia grega, Ares era filho do famoso Zeus (o soberano dos deuses)

e Hera. Embora muitas vezes tratado como o deus olímpico da guerra, ele é mais exatamente o deus da guerra selvagem, ou sede de sangue, ou matança personificada. Entre os deuses, Ares era reconhecido pela sua armadura de latão; ele brandia uma lança na batalha. Os seus pássaros agudos e sagrados eram a coruja de celeiro, o picapau, o bubo e, especialmente no sul, o abutre. Os gregos costumavam fazer sacrifícios de animais, na noite anterior aos combates, para conseguir a ajuda do deus Ares. Em um mito arcaico e obscuro relacionado na Ilíada pela deusa Dione a sua filha Afrodite, dois gigantes ctônicos, os Aloídas, chamados Oto e Efialtes, lançaram Ares em cadeias e puseram-no em uma urna de bronze, onde ele permaneceu durante treze meses, um ano lunar. “E teria sido o fim de Ares e o seu apetite da guerra, se a bela Eriboea, a madrasta dos jovens gigantes, não tivesse dito a Hermes o que eles tinham feito,” ela relatou (Ilíada 5.385–391). “Em um destes suspeitos um festival de licença que é feito no décimo terceiro mês.”Ares ficou gritando e uivando na urna até que Hermes o resgatasse e Ártemis enganou os Aloídas fazendo um assassinar o outro.

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Ilustração: Dorotea Gizzi

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Deusa da Agricultura Deméter ou Demetra é uma deusa grega, filha de Cronos

e Réia, deusa da terra cultivada, das colheitas e das estações do ano. É propiciadora do trigo, planta símbolo da civilização. Na qualidade de deusa da agricultura, fez várias e longas viagens com Dionísio ensinando os homens a cuidarem da terra e das plantações. Em Roma, onde se chamava Ceres, seu festival era chamado Cerélia e celebrado na primavera. Com Zeus, ela teve uma filha, Perséfone. Ela é uma das deusas que tiveram filhos com mortais, e teve com o herói cretense Iásio o deus Pluto. Quando Hades raptou Perséfone e a levou para seu reino subterrâneo, Deméter ficou desesperada, saiu como louca Terra afora sem comer e nem descansar. Decidiu não voltar para o Olimpo enquanto sua filha não lhe fosse devolvida, e culpou. a terra por ter aberto a passagem para Hades levar sua amada filha

Durante o tempo em que Deméter ficou fora do Olimpo a terra tornou-se

estéril, o gado morreu, o arado quebrou, os grãos não germinaram. Sem comida a população sofria de fome e doenças. A fonte Aretusa (em outras versões, a ninfa Ciana, metarmofoseada em um rio) então contou que a terra abriu-se de má vontade, obedecendo às ordens de Hades e que Perséfone estava no Érebo, triste, mas com pose de rainha, como esposa do monarca do mundo dos mortos. 25


Ilustração: Dorotea Gizzi

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Filho de Zeus e da titã Leto, e irmão gêmeo da deusa da caça Artêmis e pai de

Asclépio(Esculápio) e de Orfeu, tornou-se o deus do sol, da luz, da música, da poesia, da juventude, dos esportes e da caça e ainda o deus da profecia: o senhor de todos os oráculos, inclusive o de Delfos, o mais célebre de todos os lugares de profecias. Uma das doze divindade gregas do Olimpo, uma das divindades mais ecléticas da mitologia greco-romana, que recebeu grande reverência desde os tempos dos gregos primitivos até os romanos e, conhecido primordialmente como uma divindade solar, também representou o ideal grego da jovem beleza masculina e era o deus dessa juventude, ajudando na transição para a idade adulta. Fundador de cidades, dava boas leis, era um deus puro e justo e que curava os doentes, venerado junto com este em grandes templos-hospitais, onde se curavam várias doenças, sobretudo através do sono. Pã (Fauno), que havia inventado a gaita, desafiou-o para uma competição musical que devia tocar a lira, e apesar da bela música tocada por Pã (Fauno ou Silvano), tocando a lira que ganhou como um presente de Hermes, a canção sua foi tão impressionante que foi imediatamente declarado vencedor. Todos concordaram menos Midas, seguidor de Pã, e então o vencedor transformou suas orelhas de Midas em orelhas de asno. Midas tentou esconder as orelhas debaixo de um grande turbante, mas o seu cabeleireiro conhecia o segredo e não conseguia guardá-lo. 27


Ilustração: Dorotea Gizzi

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Na Grécia, Ártemis ou Artemisa era uma deusa ligada inicialmente à vida

selvagem e à caça. Durante os períodos Arcaico e Clássico, era considerada filha de Zeus e de Leto, irmã gêmea de Apolo mais tarde, associou-se também à luz da lua e à magia. Em Roma, Diana tomava o lugar de Ártemis, frequentemente confundida com Selene ou Hécate, também deusas lunares. Deusa da caça e da serena luz, Ártemis é a mais pura e casta das deusas e, como tal, foi ao longo dos tempos uma fonte inesgotável da inspiração dos artistas. Zeus, seu pai, presenteou-a com arco e flechas de prata, além de uma lira do mesmo material (seu irmão Apolo ganhou os mesmos presentes, só que de ouro). Todos eram obra de Hefesto, o Deus do fogo e das forjas, que era um dos muitos filhos de Zeus, portanto também irmão de Ártemis. Zeus também lhe deu uma corte de Ninfas, e fê-la rainha dos bosques. Como a luz prateada da lua, percorre todos os recantos dos prados, montes e vales, sendo representada como uma infatigável caçadora.

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Ilustração: Dorotea Gizzi

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Na mitologia grega, Ares era filho do famoso Zeus (o soberano dos deuses)

e Hera. Embora muitas vezes tratado como o deus olímpico da guerra, ele é mais exatamente o deus da guerra selvagem, ou sede de sangue, ou matança personificada. Entre os deuses, Ares era reconhecido pela sua armadura de latão; ele brandia uma lança na batalha. Os seus pássaros agudos e sagrados eram a coruja de celeiro, o picapau, o bubo e, especialmente no sul, o abutre. Os gregos costumavam fazer sacrifícios de animais, na noite anterior aos combates, para conseguir a ajuda do deus Ares. Em um mito arcaico e obscuro relacionado na Ilíada pela deusa Dione a sua filha Afrodite, dois gigantes ctônicos, os Aloídas, chamados Oto e Efialtes, lançaram Ares em cadeias e puseram-no em uma urna de bronze, onde ele permaneceu durante treze meses, um ano lunar. “E teria sido o fim de Ares e o seu apetite da guerra, se a bela Eriboea, a madrasta dos jovens gigantes, não tivesse dito a Hermes o que eles tinham feito,” ela relatou (Ilíada 5.385–391). “Em um destes suspeitos um festival de licença que é feito no décimo terceiro mês.”Ares ficou gritando e uivando na urna até que Hermes o resgatasse e Ártemis enganou os Aloídas fazendo um assassinar o outro.

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Ilustração: Dorotea Gizzi

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Deusa do amor, da beleza e do sexo, Afrodite é a mais bela das deusas. Ela

nasceu quando Cronos cortou os testículos de Urano e arremessou-os no mar; Da espuma que surgiu na água, ergueu-se a virgem Afrodite. Sua presença causou tumulto no Olimpo, pois os deuses começaram a brigar para conquistá-la, inclusive Zeus. Temendo que o ciúme pusesse fim à paz que reinava entre eles, Zeus a casou com Hefesto,o mais decidido e tranquilo dos deuses, e também como forma de agradecêlo por ter forjado os raios. E então, contraditoriamente, a mais bela das deusas acaba por se casar com o mais feio dos deuses, Hefesto, que era deformado e encardido. Hefesto lhe construiu um cinto mágico de ouro, o Cestus, que tinha o poder de inspirar o amor. Mas Afrodite não gostou muito da idéia de casar com o feio Hefesto e o traia com o bruto e musculoso Ares, com o qual teve alguns filhos, Cupido era um deles. Suas aves favoritas eram os pombos e os cisnes, e a rosa era a flor a ela dedicada.

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Ilustração: Dorotea Gizzi

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Na mitologia grega, Ares era filho do famoso Zeus (o soberano dos deuses)

e Hera. Embora muitas vezes tratado como o deus olímpico da guerra, ele é mais exatamente o deus da guerra selvagem, ou sede de sangue, ou matança personificada. Entre os deuses, Ares era reconhecido pela sua armadura de latão; ele brandia uma lança na batalha. Os seus pássaros agudos e sagrados eram a coruja de celeiro, o picapau, o bubo e, especialmente no sul, o abutre. Os gregos costumavam fazer sacrifícios de animais, na noite anterior aos combates, para conseguir a ajuda do deus Ares. Em um mito arcaico e obscuro relacionado na Ilíada pela deusa Dione a sua filha Afrodite, dois gigantes ctônicos, os Aloídas, chamados Oto e Efialtes, lançaram Ares em cadeias e puseram-no em uma urna de bronze, onde ele permaneceu durante treze meses, um ano lunar. “E teria sido o fim de Ares e o seu apetite da guerra, se a bela Eriboea, a madrasta dos jovens gigantes, não tivesse dito a Hermes o que eles tinham feito,” ela relatou (Ilíada 5.385–391). “Em um destes suspeitos um festival de licença que é feito no décimo terceiro mês.”Ares ficou gritando e uivando na urna até que Hermes o resgatasse e Ártemis enganou os Aloídas fazendo um assassinar o outro.

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Ilustração: Dorotea Gizzi

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Zeus se apaixonou pela mortal Sêmele, e ainda que Zeus ficasse sempre

metamorfoseado de homem comum, ela sabia que ele era um deus porque ele lhe sussurrara isso mais de uma vez. Mas a ciumenta Hera, com raiva de ter sido traída mais uma vez por seu esposo divino, armou uma cilada para a rival. Sob a aparência de uma velhinha foi se encontrar com Sêmele e lhe persuadiu a perguntar para Zeus se este era mesmo um Deus, e não um impostor, e que lhe provasse isso. Sêmele ficou com sérias dúvidas, até que resolveu perguntar. Zeus tentou convencê-la a desistir, mas só fazia Sêmele insistir mais ainda. Então ele se revelou em toda a sua glória, resplandecendo em relâmpagos. O corpo de uma mortal não era capaz de suportar aquela luz tão intensa e a infeliz foi fulminada.

Acontece que Sémele estava no sexto mês de gravidez, e Zeus se apressou a

salvar o filho que ela trazia no ventre. Para dar continuidade à gestação, o deus negociou com seu irmão Hades, o deus dos mortos, que concordou em lhe dá apenas o bebê. Zeus abriu a própria coxa e nela colocou a criança, depois fechou-a com grampos de ouro. Quando o tempo fixado pelo destino chegou a seu termo, Zeus deu à luz Dionisio, que se tornou o Deus do vinho, das farras, da loucura e do teatro.

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A Heráldica é uma linguagem visual codificada que nasceu para os campos de batalha

ou no treino e simulacro da guerra, o torneio, e se, numa segunda fase com o desenvolvimento da heráldica familiar, passou a servir para identificar a pertença a uma determinada linhagem, continuou a ser usada pelos corpos dos exércitos, sob a forma de pendões heráldicos que podiam ser do senhor, do município, da ordem de cavalaria ou do rei.

A Heráldica tem sido introduzida no nosso

ambiente de formas novas que são passíveis de um julgamento estético, ou seja, são Arte, pelo que se justifica o seu estudo no âmbito da História da Arte, até porque, embora seja uma linguagem codificada, as regras a que se submete jamais determinam o resultado, mas antes o condicionam, havendo efetivamente lugar à criação artística. Mas enquanto arte, torna-se, antes de mais necessário diferenciar dois momentos artísticos, no que à Heráldica diz respeito, qualquer dos dois relevantes é fundamentais: o ato de criar e o ato de interpretar. Assim, para esclarecimento do que se entende por

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Heráldica enquanto arte, desde já que não se considera que a definição se reduza à significação habitual, isto é, à forma como se interpretam as armas na sua transposição para as artes plásticas.

Mas arte é, neste campo, sobretudo a ordenação das armas. A este respeito considera-

se que as pesquisas que foram produzidas no âmbito das artes plásticas a partir da década de sessenta do século XX e que foram designadas por Arte Conceptual, permitem de alguma forma focalizar melhor o que se quer dizer quando se fala do aspecto da criação artística no campo em estudo.

É importante constatar que o brasonamento não pressupõe qualquer suporte plástico,

embora da mesma forma também não exclua nenhum. Assim, a iluminura das armas, ou o próprio desenho com as cores codificadas sobre papel ou qualquer outro suporte, são acessórios e não são sequer necessários. De acordo com estes pressupostos pode-se afirmar que a concepção de novas armas, mesmo sem a sua passagem à visibilidade, isto é, a sua transcrição para uma forma plástica, pode ser considerado Arte.

Pastoureau considera que o armista dispõe de três elementos para trabalhar na sua

linguagem codificada: um campo, duas ou mais figuras e duas ou mais cores, em compensação elenca vários elementos que não têm qualquer papel na organização nem no funcionamento, o que corresponde grosso modo à representação plástica. Infelizmente, Pastoureau enredado no problema da correcção formal das armas, esqueceu um elemento fulcral que permite estabelecer a ligação à heráldica contemporânea, nomeadamente a militar, e a sua ligação a modernas linguagens plásticas como o Design Visual: a preocupação de funcionalidade que jamais pode ser descurada. Entendemos a Heráldica como tendo um carácter distintivo, algo que não se pode perder.

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Desde a Idade Média, a heráldica vem se desenvolvendo numa forma de organização

sistêmica, iniciando-se na Europa e tomando parte de uma cultura geral que vai além de cada país. Era uma atividade globalizada que integrava toda a aristocracia europeia. Nesse contexto, os brasões dos cavaleiros ou dos nobres tornaramse suas marcas pessoais, como um método de identificação não só no território onde viviam, mas também em qualquer lugar que fossem.

Além disso, houve a categorização dos

elementos gráficos que se estabeleceram como regras de composição e interpretação dos brasões. Essas regras se consolidaram como leis, regulando a construção, a proporcionalidade e a composição de brasões e bandeiras, como: brasões familiares, reais ou de armas, entre outros. Também, foram universalmente aceitas, determinando toda a sistematização heráldica.

As leis da Heráldica são:

1ª lei: não é permitido desenhar, por exemplo, um leão de ouro sobre um suporte de

prata, e vice-versa. Quando ocorre algo desse gênero, o brasão é chamado de brasão de armas falsas.

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2ª lei: As peças honrosas que formam o brasão devem ser colocadas nos seus devidos

lugares. Uma pala, que é uma listra vertical, por exemplo, deve ocupar a linha vertical e central do escudo. Se houver várias palas, elas devem ser colocadas em posições equidistantes umas das outras.

3ª lei: Figuras naturais inseridas nos brasões, como leões ou cavalos, quando estiverem

sozinhas, devem ocupar a parte central do campo, sem encostar-se às bordas.

4ª lei: Quando muitas figuras iguais se repetem sobre o mesmo campo ou mesmo

fundo, essas devem ter sempre o mesmo esmalte.

5ª lei: Não há tonalidades diferentes da mesma cor, como por exemplo, verde escuro e

verde claro. As cinco possibilidades de esmaltes — vermelho, azul, verde, preto e púrpura, e os dois metais — ouro e prata — não variam de tons. A 6ª lei funciona mais como um conselho: um brasão deve ser simples, regular e completo. A expressão “menos é mais” se aplica aqui e, quanto mais simples for um brasão, mais nobre ele se torna.

As regras e suas exceções definem a sintaxe visual dos brasões, que é composto

basicamente pelo escudo e pelos ornamentos exteriores. Todos os elementos dizem respeito ao grau nobiliárquico, à hierarquia eclesiástica ou às armas de uma cidade ou família.

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Com relação aos formatos, é dividido em dois grandes grupos: os escudos simples, que

compreendem aqueles com uma só divisão, e os compostos, que apresentam diversos campos. A forma do escudo nos desenhos heráldicos é variável em cada país. Do mesmo modo, o objeto de defesa com esse nome também era variado.

A) Escudo com a extremidade inferior alongada, também, chamado de escudo antigo,

que é um dos mais representativos de sua forma, sendo comumente usado nas marcas atuais (Fig. 1A).

B) Escudo espanhol ou português, que é representado por um retângulo, cuja parte

inferior é formada como um semicírculo, com uma curva menos aguda que o anterior (Fig. 1B).

C) Escudo oval, que foi bastante usado por rainhas e constituintes do clero. Esse é um

escudo comum na cultura inglesa, devido à tradição de sucessivos governos femininos (Fig. 1C).

D) Escudo quadrado, cuja proporção é determinada por sete partes de largura por oito

partes de altura. Esse é o mesmo formato do escudo físico, comumente usado por cavaleiros nos torneios e batalhas medievais (Fig. 1D).

FIG. 2. (A) Escudo Sanítico; (B) Espanhol ou Português; (C) Oval e (D) Quadrado

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Há outros formatos além dos básicos, cujos desenhos são variações mais rebuscadas

com relação às formas anteriores. O escudo suíço (Fig. 2A) é uma variação do modelo sanítico. A lisonja (Fig. 2B) é o nome dado ao escudo em forma de losango, a qual também é usada na decoração dos brasões. O escudo inglês (Fig. 2C) é uma variante do quadrado. O escudo italiano (Fig. 2D) e mais rebuscado, sendo também denominado de barroco. O escudo alemão (Fig. 2E) é uma variação do espanhol ou português, sendo que, na prática, os recortes da parte superior também cumprem a função prática de apoiar a lança.

Fig. 2 (A) Escudo Suiço, (B) Lisonja, (C), Inglês, (D), Italiano ou Barroco, (E) Alemão.

Além das diferentes configurações ou formatos, os escudos se diferenciam também por

suas divisões internas. Matos e Bandeira (1969) indicam quatro categorias que são recompostas em repartições. (1) “Partido” é a primeira categoria com divisão central e vertical; (2) “cortado” é a segunda categoria com divisão central horizontal; (3) “fendido” é a terceira categoria com divisão diagonal que parte do canto superior esquerdo do observador para o canto inferior direito; (4) “talhado” é a quarta categoria com divisão diagonal que parte do canto superior direito do observador para o canto inferior esquerdo.

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Fig 3. (1) Escudo partido, (2) cortado, (3) fendido e (4) talhado.

As divisões principais correspondem aos quatro grandes golpes das armas. A partir

destas divisões principais, foram propostas combinações diversas como mostra o conjunto de imagens a seguir (Fig. 4).

Fig. 4. Variações da divisão interna dos escudos por combinações das categorias básicas.

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As cores dos escudos de guerra foram expressas por esmaltes, portanto, a variação

desses determina, também, a variação nas sensações das cores.

Além das configurações e participações formais, as cores também são aspectos

fundamentais no processo de distinção e identificação de escudos, brasões e bandeiras. Tostes (1983) observou que, no séc. XIII, os escudos traziam dois esmaltes, nem mais, nem menos. Pois, os escudos de uma só cor foram raros e, inclusive, eram mal conceituados.

O termo esmalte também qualifica as texturas gráficas aplicadas nos escudos, sendo

divididos em três grupos: as cores; os metais, e as peles. Além do amarelo do metal ouro e do cinza do metal prata, as cores observadas são básicas e planas, com cinco variações de matiz: vermelha; azul; Verde; Preta, e Púrpura.

Além das cores, observam-se a utilização de desenhos e texturas gráficas como

hachuras; pontilhados e traços horizontais ou verticais. Cada tipo de hachura representa uma cor ou metal nas imagens monocromáticas. Por exemplo, o ouro é representado por pontilhado e o vermelho por listras verticais. As imagens a seguir (Fig. 5) ilustram essas variações.

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Fig. 5. Variações de metais, cores e hachuras nos escudos.


Além de promover sensações diferentes, os esmaltes também representam simbolismos

diversificados. O vermelho representa a coragem, o sangue derramado e a crueldade, sugerindo valentia, nobreza e furor de vencer os inimigos. A referência do vermelho ao sangue implica na obrigação do cavaleiro defender os injustiçados ou oprimidos, estabelecendo uma relação com os serviços médicos na atualidade.

O azul faz referência ao céu, à felicidade eterna, sugerindo perseverança, justiça e

lealdade. O verde é associado à força, também, sugerindo civilidade, alegria, cortesia e amizade A associação com a esperança é relacionada à agricultura que verdeja antes da colheita. O preto simboliza fortaleza, constância, tristeza, luto e dor, representando também a ideia de desafio e rebeldia. A cor púrpura representa tranquilidade, riqueza, triunfo e devoção. Historicamente, essa cor foi reservada aos membros das classes superiores, sendo de uso exclusivo ou restrito. O ouro indica nobreza, riqueza, poder e solidez. A prata é associada com limpeza, integridade, franqueza, podendo vencer batalhas sem derramar sangue.

Os diferentes padrões de desenhos dispostos sobre os escudos foram denominados

como “peles”. Tradicionalmente, há duas peles sendo uma dessas denominada de “veiro” e a outra de “arminho”.

O “veiro” foi baseado na pele de um tipo de esquilo de barriga branca e costas azul-

acinzentadas, que é encontrado na África. Isso justifica a cor azul e o metal prata, nos escudos que são estampados com campânulas ou formas de sino. Porém, o mesmo padrão aparece em outras cores, quando isso acontece o escudo recebe a qualificação de “veirado”. Este tipo de pele indica proeminência de honras, dignidade notável ou grande nobreza.

O “arminho” é baseado na pele do animal de mesmo nome, que é originário da Armênia,

cuja pelagem branca escurece na ponta da cauda em formato de flecha. Isso justifica a base prata do escudo recoberta com pontas de flecha ou “mosquetas” pretas. Porém, há também o

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padrão inverso que é denominado de “contra-arminho”. Quando o padrão gráfico é repetido com outras cores o escudo é chamado de “arminhado”. Este tipo de pela indica alta dignidade, sendo usado nas vestes das autoridades mais eminentes. O conjunto de imagens a seguir (Fig.6) mostra a variedade de peles nos escudos.

Fig. 6. Variações de peles “veiro” e “veirado”, “arrminho”, “contra-arminho” e “arminhado”.

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As figuras heráldicas estão presentes desde o início da arte de elaborar os brasões.

Elas aparecem principalmente em decorrência do esgotamento das combinações geométricas que se faziam nos escudos. Assim, os reis-de-armas, responsáveis por criar os escudos e brasões tiveram a necessidade de incorporar figuras que passaram a assumir um simbolismo com espiritualidade e virtudes.

Há grupos de figuras naturais, artificiais ou fantásticas. Porém a cruz e os elementos

celestes não compõem um grupo especifico, mas estão constantemente presentes nos brasões, indicando inclusive a relação original entre a arte heráldica e as Cruzadas. A “cruz heráldica” tradicional apresenta braços e haste de mesma espessura, acompanhado as proporções do escudo. A “cruz de Jerusalém” apresenta extremidades barradas e mais quatro cruzetas. A “cruz florenciada” apresenta as extremidades com formas semelhantes à flor-de-lis. A “cruz de Malta” apresenta braços que se estreitam em direção ao centro e suas extremidades são chanfradas.

Esses tipos de cruz (Fig. 7) aparecem com mais constância, todavia, são observados

diversos outros tipos.

Fig. 7. “Cruz tradicional”, “Cruz de Jerusalém”, “Cruz Florenciada” e “Cruz de Malta”.

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O conjunto das figuras naturais reúne animais, vegetais e figuras humanas, agrupando

um grande número de representações. Entre as figuras de animais, destacam- se a águia e o leão. Porém, existem brasões com inúmeros tipos de animais, desde leopardos, raposas, lobos, cavalos, cachorros, javalis, cabras, falcões, até galos, pavões, cisnes, golfinhos ou peixes. Enfim, é permitido qualquer animal ou figura natural que se queira representar, de acordo com o significado e as características coerentes com o representado pelo brasão. Além da águia e do leão, o grupo de imagens a seguir (Fig. 8) apresenta também outros animais.

Fig. 8. Figuras Naturais: Animais

Outras figuras naturais são os vegetais, como árvores, folhas e flores. Inicialmente

foram usados de maneira limitada, com poucas variações dos tipos representados. Muitas vezes são difíceis de serem especificamente identificados, mostrando-se como vegetais genéricos. As árvores são reconhecidas pelas folhas e frutos, mas são apresentadas de maneira

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indefinida. As flores indicam peças naturais mais ornamentais.

Porém, a rosa é considerada tão importante quanto o leão na terra ou a águia no céu,

aparecendo em brasões com cinco pétalas entremeadas por cinco pequenas folhas verdes. A flor-de-lis, de origem francesa, também é desenhada e parece ser mais recorrente que a rosa, especialmente nos brasões brasileiros. Além dessas, são encontradas representações de flores como camélia, cravo, girassol, lírio, tulipa e violeta (Fig. 9).

Fig. 9. Figuras naturais: Flores

As figuras humanas ou partes dessas figuras também fazem parte da categoria de figuras

naturais, sendo que essas são representadas, com as cores próprias. Nos exemplos medievais, quando a figura humana aparece completa, geralmente, está vestida com armadura e armado para combate.

Os reis são representados com a cabeça coroada. As imagens que representam a cabeça

dos reis nos escudos influenciaram na tradição de apresentar rostos de reis, primeiramente em moedas, mas também em notas de dinheiro. Construções arquitetônicas e outros objetos culturais também são comumente representados. Por exemplo, Matos e Bandeira (1969) indicam que os castelos são representados com três torres e muralha aparente na frente. A imagem do castelo é recorrente nos brasões de cidades Símbolo da nobreza antiga indica o poder e a dignidade feudal e eram bastante frequentes nos selos dos senhores feudais e das

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cidades. Há também representações de navios ou barcos, além de armas, elmos, coroas e diversos outros objetos relacionados ao mundo feudal e sua hierarquia social (Fig. 10).

Fig. 10. Figuras artificiais: castelo, barco, espada, timão.

Há ainda as representações de seres míticos, como sereias, unicórnios e dragões

(Fig. 11), sendo que, entre essas, o dragão é a figura mais recorrente na tradição heráldica. Representações dos astros celestes, especialmente o sol, a lua, os cometas e as estrelas em geral, também participam dessa tradição, compondo o grupo de elementos celestes. O sol desenhado com feições humanas ocupa o lugar de figura celeste mais importante e tem sido observado seu uso em todas as épocas.

Fig. 11. Seres míticos e astrais: dragão, unicórnio, sereia, cavalo alado, sol, lua, estrela.

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Este livro foi impresso na Gráfica Max Print Av. Benedito C. de Andrade, 605 | Jundiaí - Sp em Março de 2014 para a Editora Alcatéia.

CINDY A. SHIMOHARA – RA: B79EEA-0 FELIPE BELINASSI – RA: B64106-1 JOSÉ CARLOS BUENO CORREA JR. – RA: B80GEC-5 PATRÍCIA ANDRADE DOS SANTOS – RA: B66095-3 57


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