LUIZ SACILOTTO E A ARTE CONCRETA NO BRASIL

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Contemporânea Contemporary Journal 2(2): 86-105, 2022 ISSN: 2447-0961

Artigo

LUIZ SACILOTTO E A ARTE CONCRETA NO BRASIL LUIZ SACILOTTO AND THE CONCRETE ART IN BRAZIL

Recebimento do original: 27/02/2022 Aceitação para publicação: 10/03/2022

Felipe de Vicente

Felipe De Vicente é um artista plástico brasileiro. Possui graduação em Artes Visuais pela Universidade de Franca (UNIFRAN), 2019, e possui especialização lato sensu em Arteterapia pela Faculdade Única de Ipatinga (FUNIP), 2021. Tem experiência na área de Artes, com ênfase em Artes Visuais, Arte-Educação, Arteterapia e História da Arte.

RESUMO: Este estudo pretende investigar o movimento da arte concreta no Brasil, apreender seus aspectos históricos e estéticos, seus impactos, ifluências e sua ressonância na História da Arte Brasileira. Almeja também, verificar a atuação do artista plástico, Luiz Sacilotto, neste movimento, e sua criação artística na década de 50. Esta pesquisa será efetuada por meio da coleta de dados de diferentes fontes bibliográficas ou não, e o tratamento destes dados se dará de forma qualitativa. Para isto, teremos uma sustenção teórica de diverso autores, como Fernando Cocchiarale, Aracy Amaral, Marcos Moraes, Enock Sacramento, Katia Canton, Frederico Morais, Walter Zanini entre outros. A investigação demonstra-se profundamente relevante para o meio acadêmico e para a sociedade, visto que existem poucas pesquisas a respeito do artista Luiz Sacilotto, e também a respeito de sua participação no movimento da arte concreta brasileira. PALAVRAS-CHAVE: Luiz Sacilotto. Arte Concreta. Arte Brasileira.

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ABSTRACT: This study intends to investigate the concrete art movement in Brazil, apprehend its historical and aesthetic aspects, its impacts, influences and its resonance in the History of Brazilian Art. It also aims to verify the performance of the plastic artist, Luiz Sacilotto, in this movement, and his artistic creation in the 50's. This research will be carried out through the collection of data from different bibliographic sources or not, and the treatment of these data will be qualitative way. For this, we will have theoretical support from several authors, such as Fernando Cocchiarale, Aracy Amaral, Marcos Moraes, Enock Sacramento, Katia Canton, Frederico Morais, Walter Zanini, among others. The investigation proves to be deeply relevant to the academic environment and to society, since there is little research about the artist Luiz Sacilotto, and also about his participation in the Brazilian concrete art movement. KEYWORDS: Luiz Sacilotto. Arte Concrete Art. Brazilian Art.

INTRODUÇÃO Este artigo tem como objetivo analisar o movimento da arte concreta no Brasil, iniciado em São Paulo, na década de 1950, através do Manifesto Ruptura, publicado em 1952 e pela exposição Ruptura, realizada no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP), no mesmo ano. Através de um estudo mais aprofundado sobre o tema, a pesquisa busca compreender os aspectos históricos e estéticos deste movimento, suas influências, repercurssões e seus desdobramentos na História da Arte Brasileira. E após isto, deseja-se examinar a influência e a participação do artista plástico Luiz Sacilotto, neste movimento e sua produção artística realizada na década de 50.

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Espera-se, também, que com esta pesquisa, outros pesquisadores ou mesmo a sociedade como um todo possa vir a se inspirar em conhecer e compreender

os

processos

e

mecanismos

histórico-culturais

que

influenciam todos os aspectos da cultura brasileira, neste caso em especial, as artes visuais no Brasil, que devido a políticas educacionais e mecanismos sócio-culturais, são sempre relegadas a um segundo plano. Compreender a Arte Concreta no Brasil da década de 50, a influência e participação do artista plástico Luiz Sacilotto neste movimento é de suma importância para o meio acadêmico e para a sociedade brasileira. Para a sociedade, o ganho se dá pelo motivo de estarmos abordando um aspecto da cultura brasileira e um artista brasileiro. Sendo de extrema relevância uma pesquisa que trata sobre a cultura brasileira, neste caso em particular, as artes visuais. Para o meio acadêmico, a pesquisa se mostra extremamente importante pelo motivo de existirem poucas pesquisas relacionando Luiz Sacilotto ao movimento da arte concreta no Brasil, ou somente sobre o artista plástico Luiz Sacilotto. A pesquisa será realizada através de consultas bibliográficas a livros, periódicos, artigos acadêmicos ou não, catágolos, teses, sites e vídeos relacionados ao tema. Quanto à abordagem dos dados coletados, podemos classificá-la como qualitativa, devido ao caráter subjetivo que ela apresenta. Os principais autores que darão sustenção teórica à pesquisa, serão: Aracy Amaral, Fernando Cocchiarale, Marcos Moraes, Frederico Morais, Enock Sacramento, Katia Canton, Walter Zanini, entre outros.

ASPECTOS CONCEITUAIS

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O termo arte concreta foi utilizado pela primeira vez pelo artista plástico, arquiteto e crítico de arte, Theo van Doesburg (1883-1931), em um texto de introdução à revista Art Concret, fundada em 1930 em Paris, na qual ele elucida o que seria a base do movimento da arte concreta.1 Segundo, Theo van Doesburg, em seu manifesto: 1º A arte é universal; 2º A obra de arte deve ser inteiramente concebida e formada pelo espírito antes de sua execução [...]; 3º O quadro deve ser inteiramente construído com elementos puramente plásticos, isto é, planos e cores. Um elemento pictural só significa a 'si próprio' e, conseqüentemente o quadro não tem outra significação que 'ele mesmo'; 4º A construção do quadro, assim como seus elementos, deve ser simples e controlável visualmente; 5º A técnica deve ser mecânica, isto é, exata, antiimpressionista; 6º Esforço pela clareza absoluta. (DOESBURG, 1930).

Percebemos, então, que a arte concreta deveria estar longe de todo tipo de representação regionalista ou subjetivista, que buscasse qualquer lirismo em sua composição. A arte concreta não deveria buscar o sensualismo, ou a noção de arte como expressão dos sentimentos. (DOESBURG, 1930). Herdeira das pesquisas do grupo De Stijl (1917/1928), de Piet Mondrian (1872-1944) e Van Doesburg, das ideias racionais da Escola Alemã de Artes Bauhaus (1919-1933), e do movimento construtivista russo, a arte concreta nasce também como oposição à arte abstrata, pois esta pode carregar traços simbólicos devido a sua proveniência na abstração da representação do mundo. O ponto, a linha, a cor e o plano não representam nada e são o que há de mais concreto em uma pintura. E serão justamente estes elementos da linguagem visual, que serão utilizados pelos artistas concretos em suas

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ARTE Concreta. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3777/arte-concreta>. Acesso em: 30 mar. 2018. Verbete da Enciclopédia.

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obras, entretanto, nenhum destes elementos possui um significado além deles mesmos. São somente linhas, pontos, cores e planos. (DOESBURG, 1930). Uma arte democrática e acessível, que viabilizasse o acesso de todos as produções e manifestações culturais, o concretismo, mais que um sistema estético de produção artística, tinha em seu cerne uma verdadeira filosofia de vida, que alicercado nos regimes democráticos, e impulsionado pelo desenvolvimento industrial, pudesse oferecer possibilidades de construção de sujeitos livres, capazes de refletir e agir, de forma consciente, dentro de toda uma ordem harmônica do universo, que se reflete na busca pela pureza, pelo rigor formal e pelo racionalidade do concretismo, que deveria estar presente em todos os setores da sociedade (BILL, 1950, p.5 apud GARCÍA, 2008, p.200). A Hochschule für Gestaltung (HfG) [Escola Superior da Forma], na Alemanha, através do artista suiço Max Bill (1908-1994), dedica-se a tornar uma realidade este projeto. Para Bill – um dos mais importantes divulgadores da arte concreta na América Latina – uma obra plástica tem que ser conduzida pela geometria e por formas claras, sendo a matemática o caminho mais habilitado para conhecer a realidade objetiva.2 O pensamento matemático na arte não é a matemática em um sentido estrito; pode-se dizer que o que se entende por matemática exata é de pouca utilidade aqui. […]São forças que manipulamos como forças primitivas, às quais toda ordem humana está sujeita, contidas em toda ordem reconhecível. (BILL, 1950, p.5 apud GARCÍA, 2008, p.200).

Em 1948, o artista plástico e filósofo argentino, Tomás Maldonato (1922), professor da Escola Superior da Forma, tem contato com Bill. Um pouco antes disto, O Manifesto Invencionista, publicado na revista Arte Concreto-Invención, em 1946, em Buenos Aires, ratifica o término da arte 2

Idem, ibidem.

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como representação e ilusão, e enuncia ainda que "a estética científica substituirá a milenar estética especulativa e idealista". (BAYELEY, 1947). A América Latina, após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), sofre um grande surto desenvolvimentista e industrial. Este fato, possibilita, aos países, em especial, ao Brasil, a inauguração de importantes instituições culturais, que serão os principais sustentáculos do desenvolvimento da Arte Concreta no país. Dentre estas instituições inauguradas, destacamos, o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP), os Museus de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP) e do Rio de Janeiro (MAM-RJ) e a Bienal Internacional de São Paulo, onde em 1951, Max Bill, ganha o primeiro prêmio com a sua escultura Unidade Tripartida. Este acontecimento marcará profundamento o rumo das artes no país. (BELLUZZO, 1998, p.97). Em 1952, surge o Grupo e o Manifesto Ruptura, influenciado pelas ideias concretistas trazidas por Max Bill, durante a 1ª Bienal Internacional de São Paulo. O grupo, liderado pelo artista plástico e crítico de arte Waldemar Cordeiro (1925-1973), e outros artistas como: Anatol Wladyslaw (19132004), Lothar Charoux (1912-1987), Féjer (1923-1989), Geraldo de Barros (1923-1998), Leopold Haar (1910-1954) e Luiz Sacilotto (1924-2003), propõe uma renovação das artes plásticas no país, fortemente influenciado pelas novas tendências concretistas. O Grupo apresenta, em 1952, no Museu de Arte Moderna de São Paulo, uma coleção de obras, em consonância com a posição teórica, expressa em seu manifesto. O Manifesto Ruptura propõe uma verdadeira “ruptura” com a arte produzida até então no país, principalmente com o expressionismo, “o naturalismo científico da renascença”, e “o não-figurativo hedonista”. (BELLUZO, 1998, p. 96 – 97). É O NOVO as expressões baseadas nos novos princípios artísticos; todas as experiências que tendem à renovação dos valores essenciais da arte visual (espaço-tempo, movimento e matéria);

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a intuição artística dotada de princípios claros e inteligentes e de grandes possibilidades de desenvolvimento prático; conferir à arte um lugar definido no quadro do trabalho espiritual contemporâneo, considerando-a um meio de conhecimento deduzível de conceitos, situando-a acima da opinião, exigindo para o seu juízo conhecimento prévio. (CORDEIRO, 1952 apud AMARAL, 1958, p.267).

CONTEXTO HISTÓRICO Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a América Latina presenciou uma explosão econômica e desenvolvimentista. No Brasil, a década de 50, foi um divisor de águas para o entendimento de nossa história, e

da nossa sociedade. A população que

até

então era

predominantemente rural, passou após o processo de industrialização do país, a ocupar os grande centros urbanos, como São Paulo e outras capitais. (RIBIERO, 2018). Nos anos 50, os governos de Getúlio Vargas (1882-1954) e do então presidente eleito Juscelino Kubitschek (1902-1976), através de suas políticas de caráter desenvolvimentista e industrial, possibilitaram uma modernização do país em todos os seus setores, desde os setores financeiros, com a abertura do capital estrangeiro para investimento, passando pela implantação de toda uma infraestrutura logística, até o fomento da indústria de base e de manufatura de bens de capitais, essenciais para o alicerce na construção de indústrias de caráter nacional. (RIBIERO, 2018). Um dos grandes ícones da modernização e industrialização do país, foi a elaboração do projeto arquitetônico e urbanístico de Brasília, “a cidade nova – síntese das artes”, assim como sua inauguração como a nova capital do país, no ínico dos anos 60. (RIBIERO, 2018).

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Segundo o próprio presidente, Juscelino Kubitschek, alguns meses antes da inauguração da nova capital, no Congresso Internacional de Críticos de Arte, organizado por Mário Pedrosa (1900-1981), em Brasília, Juscelino afirma: Vejo, em nosso encontro, um símbolo. Nele reluz uma significação extraordinária. Sugere, ou antes, afirma, e veementemente, que o futuro tecnológico, econômico e social deste país não mais se construirá à revelia do coração e da inteligência, como tantas vezes ocorreu no passado, e ainda ocorre no presente, mas eguer-se-á sob o signo da arte – signo sob o qual Brasília nasceu. (KUBITSCHEK, 1959 apud MORAIS, 2003, p.48).

Percebe-se, então, o valor simbólico de Brasília para a arte e a cultura brasileira, na década de 50, e a sua importância na significação de uma modernidade, dissonante da modernidade restrita da Semana de Arte Moderna de 1922, mas consonante com a produção artística internacional, e acessível e disposta ao público (KNOLL, 2002, p.9). Segundo ainda MORAIS (2003, p.48): “Se um dos pólos de Brasília é a interiorização, o outro é a abertura para o futuro, para o sentimento do novo, a vanguarda. Esta é a dimensão utópica de Brasília, que é, também, a da arte construtiva.” Além de Brasília, o desenvolvimento econômico da década de 50 proporcionou a instalação e inauguração de importantes institiuições culturais como citado acima. Dentre estas instuições, destacamos a importância da I Bienal Internacional de São Paulo, que atuou como um balizador da produção artística nacional e interncional, ao disponibilizar ao público as tendências da arte moderna produzida no Brasil e no exterior. (BELLUZO, 1998, p. 97). A Semana de 22 reciclou os artistas, a Bienal o público. Em 1951, com a abertura da I Bienal, ganhou as ruas uma verdadeira polêmica em torno do valor da arte abstrata. Os jornais abriram espaço para a querela “figurativo x abstrato”.Graças à Bienal, o público, isto é, a sociedade, passou a tomar conhecimento das novas tendências artísticas criadas ao longo da primeira metade do

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século XX. Assim a Bienal desempenhou, em suas primeiras edições, um extraordinário papel educativo e formador de gosto. (KNOLL, 2002, p.9).

LUIZ

SACILOTTO

O

MAIS

CONCRETO

ENTRE

OS

CONCRETOS Um dos precursores da Arte Concreta no Brasil, junto de Waldemar Cordeiro e Lothar Charoux, Luiz Sacilotto, argumenta o conceito de uma visualidade pura na pintura, com a qual apresenta e concretiza uma experiência sensível. Tinha o hábito de se definir como “o mais concreto entre os artistas concretos”, uma designação que faz juz, sem dúvida, pela lealdade ao pensamento e ao ideário concretista, independentemente que a posteriori a proposição, interpelada por ele mesmo e por outros, abandone o cerne das discussões e experiências artísticas, no final dos anos 1950. 3 Filho de imigrantes italianos, de origem humilde e simples, Luiz Sacilotto, nasceu em 1924 na cidade de Santo André, São Paulo. Sua infância foi marcadamente humilde e simples. Em 1931, ingressa no Externato Padre Luiz Capra, onde inicia seus primeiros desenhos, que exprimem seu universo específico infantil. Enock Sacramento (1937-), reflete sobre a convivência diária com o menino de uniforme xadrez do externato, em seu livro denominado Luiz Sacilotto, única obra sobre o artista publicada até o momento.4 Segundo Sacramento: [...] o uniforme xadrez do externato: o quadriculado azul sobre fundo branco para os meninos e o quadriculado vermelho sobre fundo branco para as meninas, talvez tenha sido a primeira vivência marcante de Sacilotto com as formas geométricas e as cores puras, chapadas. (SACRAMENTO, 2001, p.14). 3

MORAES, M. Luiz Sacilotto. São Paulo: Folha de S.Paulo: Instituto Itaú Cultural, 2013, p.12. 4 Idem, ibidem, p.19.

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Em 1938, Sacilotto, inicia os estudos de pintura no Instituto Profissional Masculino do Brás (São Paulo-SP), e desenho na Associação Brasileira de Belas Artes. Entrento, Sacilotto percebe que o ensino profissionalizante não seria o ideal para sua formação como artista, devido à formação estritamente técnica oferecida pelo Instituto, distinta de uma formação em uma escola de belas-artes. Mesmo assim, Sacilotto, continua seus estudos, e isto lhe possibilita um acercamento do mundo das artes e ofícios. (MORAES, 2013, p.20). No Instituto, Sacilotto conhece Marcelo Grassmann (1925-2013) e Octávio Araújo (1926-), de quem se torna amigo e com os quais inteirará a exposição 4 Novíssimos de São Paulo, em 1946 no Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), no Rio de Janeiro, e no ano seguinte em São Paulo, com mais artistas, na Galeria Prestes Maia, na exposição 19 Pintores, quando conhece Waldemar Cordeiro, Lothar Charoux e Geraldo de Barros companheiros no futuro grupo concretista. Entre 1944 e 1946, Sacilotto, trabalha como desenhista de letras de alta precisão na Hollerith, em São Paulo, e posteriormente ingressa no escritório de arquitetura de Jacob Ruchit e, logo após, como desenhista no escritório de arquitetura de Vilanova Artigas. Esta experiência será de grande valia para o posterior desenvolvimento da linguagem concreta em suas obras, que até então assumia um caráter expressionista.5 Entre 1949 e 1951, participa da criação do grupo Ruptura, que tem como integrantes: Waldemar Cordeiro, Lothar Charoux, Geraldo de Barros, Kazmer Féjer, Leopoldo Haar, Anatol Wladyslaw e Luiz Sacilotto. A composição do manifesto constitutivo do Grupo Ruptura foi seguida pela exposição Ruptura, no MAM-SP, em dezembro de 1952, ano que pode se 5

MORAES, M. Luiz Sacilotto. São Paulo: Folha de S.Paulo: Instituto Itaú Cultural, 2013, p.21.

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estimado o marco fundador oficial do Concretismo no Brasil. Incia-se na sociedade brasileira na década de 50, um intenso debate em torno dos valores da arte abstrata. Também é muito intensa a discussão em torno dos rumos da arte produzida no país, até então de cunho estritamente figurativo, e a arte internacional, que buscava na racionalidade um sentido construtivo, a fim de se distanciar dos sentimentos pessimistas decorrente da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).6 No final dos anos 1940, Sacilotto já apresentava marcantes influências

do

abstrato-construtivo,

conduta

que

irá

se

incorporar

definitivamente em sua obra a partir de 19507, como relata no livro Olhares Plásticos, de Almeida e Giannini: Eu não acredito em inspiração. Eu era figurativo por minha formação acadêmica, mas depois da década de 1940 – na qual não havia uma possibilidade de livre formação –, eu comecei a sentir que alguma coisa não estava certa. Por que copiar a natureza? Por mais que eu meu esforce nunca será igual. (ALMEIDA; GIANNINI, 2005, p.31).

Na produção artística abstrata de Luiz Sacilotto desenvolvida durante a década de 1950, podemos observar fortes influências das vanguardas europeias, especialmente as de viés cubista, e mais especificamente as de caráter suprematista de Kazimir Malevich (1878-1935), na qual a arte deveria se centrar na sensibilidade e abandonar a aparência exterior, com a finalidade da formação de uma terminologia estritamente relacionada às formas geométricas e puras. Com maior tenacidade, estão ainda presentes nas obras de Sacilotto, as práticas das tendências construtivas russas resultantes do pensamento e trabalhos de Vladimir Tatlin (1885-1953), Aleksandr Rodchenko (1891-1956) e Varvara Stepanova (1894-1958), entre outros, que privilegiavam o trabalho do artista junto aos meios de

6

Idem, ibidem, p.22. Idem, ibidem, p.14.

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produção, com a finalidade de uma mudança social, que se daria juntamente com as formas abstratas e geométricas.8 A acurada sensibilidade de Sacilotto é condizente com a concentração de funções em figuras regulares e com a adoção de príncipios tão básicos como a divisão ao meio. Sacilotto trabalha com um número reduzido de figuras, organizadas sob ‘simples’ geometria. Relações permanentes e sintéticas conferem qualidade e força à sua obra. A equivalência entre figura e fundo, um dos postulados básicos das diferenciaçõe perceptivas, encontra nela farto repertório. Sacilotto pesquisa o tema albersiano das linhas equivalentes de diferenciação extrema: entre preto e branco. (BELLUZZO, 1998, p.123, p.124).

A formação de um partido concretista no final da década de 1940 trouxe à Sacilotto um desejo de aprofundamento nas questões relacionadas ao universo das Artes Visuais. Desta forma, participa de conversas e reuniões, juntamente com seus colegos de Grupo, acerca da realização da I Bienal

de São Paulo, que ocorreu em 1951 e teve uma importância

fundamental junto as discussões acerca da arte abstrata geométrica no Brasil. A teoria da Gestalt9 juntamentamente com a teoria da forma, e a influência do artista Max Bill, assim como a atuação do crítico Mário Pedrosa (1990-1981) em defesa da arte abstrata, passam a ser referências e assuntos imprescindíveis no processo que o Grupo considera fundamental a fim de colocar a produção nacional em consonância com a produção internacional.10 Sacilotto participa de todo este transcurso, produzindo obras com base nos ideais concretistas, e participando de exposições nacionais e internacionais. No ano de 1951, Sacilotto, participa do I Salão Paulista de 8

MORAES, M. Luiz Sacilotto. São Paulo: Folha de S.Paulo: Instituto Itaú Cultural, 2013, p.22-3. 9 Gestalt é uma linha investigativa da psicologia da percepção à qual foram bastante afeitos alguns membros do Grupo Ruptura, como Cordeiro e Sacilotto. 10 MORAES, M. Luiz Sacilotto. São Paulo: Folha de S.Paulo: Instituto Itaú Cultural, 2013, p.24.

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Arte Moderna, assim como da I Bienal Internacional de São Paulo e das três seguintes. Em 1952, integra a XXVI Bienal de Veneza e a Exposição do Grupo Ruptura, no MAM-SP. O artista passa a especificar as obras como Concreção e a numerá-las serialmente.11 Determinado pelo caminho do experimentalismo e da instigação, Sacilotto, desde o começo de sua aprendizagem trabalhou com materias e suportes tradicionais, como grafite, nanquim, carvão, guache, aquarela e óleo. Todavia, também experimentou a monotipia, a xilogravura e, acima de tudo, os materiais industriais, característicos do período concreto, onde esmaltes

e

tintas

industriais

são

empregados

em

suportes

não

convencionais como compensados e aglomerados, além de alumínio, latão e ferro, com uma forte conotação ideológica para o atual momento político do país, visto que promove a reflexão acerca da condição do artista como trabalhador da pintura. Ademais, é de suma importância mencioanar a utilização de outros diversos suportes, como papel, papelão, tela, madeira, cimento, metal e até mesmo recortes de vinil. Já na segunda metade da década de 1950, Sacilotto pesquisa de forma mais radical, os limites – das superfícies, das formas e dos próprios materiais – através de relevos, cortes e dobras, com os quais folga com as noções tradicionais de pintura e escultura, aprimorando-as em sua concretude como experiência sensível.12 O salto qualitativo ocorre no recorte do quadro: pela afirmação do suporte material, como plano concreto, e através do desenho vazando a extensão plana do suporte. Por esse recurso, a relação positivo/negativo irá se transformar qualitativamente na dualidade entre o suporte cheio interceptado pelo espaço vazio. O plano bidimensional ganha o espaço e se dobra sobre ele, no tão decantado capítulo nobre de reflexão sobre o plano e sobre os limites de representação. (BELLUZZO, 1998, p.124). 11

MORAES, M. Luiz Sacilotto. São Paulo: Folha de S.Paulo: Instituto Itaú Cultural, 2013, p.24. 12 Idem, ibidem, p.13, p.24.

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Os artistas concretos não se julgam como artistas abstratos, porque não abstraem. Longe disto, são articuladoresou mesmo construturores de concreções, de concretudes de realidade, e para tanto, Sacilotto se vale de um léxico simples e fundamental que se manifesta em estruturações, fragmentações, articulações, relevos, superposição de formas e tramas, deslocamento e contraste,

descontinuidade rítmicas, ademais de relações de

harmonia, unidade,

segregação,

unificação,

continuidade,

proximidade e semelhança.13 É imprescindível destacar a importâncias dos poetas Haroldo (19292003) e Augusto de Campos (1931-) e Décio Pignatari (1927-2012), no decorrer do processo de concepção da linguagem concreta, assim como a do crítico de arte Mário Pedrosa, na intercessão e propagação, no Brasil, do ideário da arte concreta, com o qual Sacilotto irá se apoderar a partirdo início dos anos 1950 e por toda extensão de sua produção artística.14 Aos construtivistas de “Ruptura” logo se aliam os poetas do grupo Noigandres (revista-livro fundada em 1952, em São Paulo, por Augusto e Haroldo de Campos e Décio Pignatari). Das atividades e experimentos do grupo Noigandres emergiria, entre 1953 e 1956, o movimento de “poesia concreta”, cujo lançamento público iria ocorrer na Exposição Nacional de Arte Concreta (São Paulo, dezembro de 1956; Rio deJaneiro, fevereiro de 1957), na qual tomaram parte poetas e artistas plásticos de São Pauloe do Rio de Janeiro. (CAMPOS, 1996, p.261).

Em 1959, o consistente Grupo Ruptura, que tinha obtido adesões ao longo da década, começa a se espargir. Sacilotto expõe na mostra Konkrete Kunst (1960), em Zurique, com importantes artistas das vanguardas, como o suíco Max Bill e outros renomados artistas brasileiros. A exposição tinha

13

MORAES, M. Luiz Sacilotto. São Paulo: Folha de S.Paulo: Instituto Itaú Cultural, 2013, p.12. 14 Idem, ibidem, p.13.

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como objetivo discutir as cinco décadas anteriores de desenvolvimento da arte concreta.15 Em 1963, Salicotto compromete-se com a criação da Associação de Artes Visuais Novas Tendências e da Galeria Novas Tendências, que ambicionava difundir os ideais das novas tendências da arte no país e internacionalmente, e também aspirava reagrupar artistas envolvidos em novas pesquisas. Com menos de um ano de vida, a galeria finaliza suas atividades, entretanto, para o artista, se inicia um momento de produção relacionado ao momento político do país. Em 1965, após participar da VIII Bienal Internacional de São Paulo, Sacilotto, destrói seu trabalhos feitos com “resíduos de produtos industriais de consumo de massa”, e abandona a produção artística por uma década, um reflexo do posicionamento político do artista frente ao regime político militar ditatorial.16 A retomada da pintura, se dá a partir de 1974, com as séries das expansões, retrações, rotações, intermutações e dobras virtuais, que o acompanharão até o final de sua carreira. Em 1988, recebe o Grande Prêmio da Crítica da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA). Realiza seus primeiros trabalhos em escala urbana, situados em sua cidade natal, Santo André.17 O final da década de 80 é um momento de mudanças na arte brasileira, de afirmação dos princípios originados na onda de retomada da pintura e que aqui será maracado pela Geração 80. Diante deste contexto, o prêmio de artes visuais da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) conquistada em 1988 e recebido em 1989, constitui uma afirmação da tenacidade do artista em levar adiante seus experimentos com a forma, a cor, os planos, a geometria e as relações sensíveis, que podem ser subvertidas de sua previsível percepção, por operações ópticas que nos enganam, ao propor ritmos e movimentos onde se espera apenas a rigidez e a frieza das relações matemáticas. (MORAES, 2013, p.25, p.26).

15

Idem, ibidem, p.15, p.25. SACRAMENTO, Enock. Sacilotto. São Paulo: E. Sacramento, 2001, p.71. 17 MORAES, M. Luiz Sacilotto. São Paulo: Folha de S.Paulo: Instituto Itaú Cultural, 2013, p.15. 16

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Devido a problemas de saúde após um derrame, Luiz Sacilotto, passa a produzir trabalhos em colagens. Após o seu falecimento, em 2003, sua produção e investigação visual, especificamente no Concretismo, ganham maior visibilidade e entendimento. Ainda em 2003, sua obra faz parte da exposição Cuasi Corpus: Arte Concreto y Neoconcreto de Brasil: Una Selección del Acerco del Mueso de Arte Moderna de São Paulo y la Colección Adolpho Leirner, no Museo Rufino Tamayo (Cidade do México). Logo após, em 2004, é realizada, em São Caetano do Sul, uma apresentação de toda sua

produção gráfica, na Fundação Pró-Memória, denominada Obra

Gravada. (MORAES, 2013, p.27). A participação póstuma, de suas obras, em dezenas de mostras nacionais e internacionais, como a Documenta 12 em Kassel (Alemanha), em 2007, corrobora seu “status” de artista capital, tanto para as reflexões e discussões acerca do projeto construtivo na arte brasileira, quanto para a sua imensa contribuição na cultura brasileira e na introdução e difusão da Arte Concreta no Brasil.18

CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao longo deste trabalho, pudemos constatar, através das referências consultadas, a grande importância do artista plástico Luiz Sacilotto e de toda a sua produção artística no movimento da Arte Concreta no Brasil e na cultura brasileira, através de todo seu legado artístico. Examinamos também o movimento da Arte Concreta, desde a sua origem até a sua chegada e difusão pelo Brasil, compreendendo seus aspectos conceituais,

18

Idem, ibidem.

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históricos e estéticos, examinando inclusive, sua repercurssão, influência e seu desenvolvimento dentro da História da Arte Brasileira. Pudemos acompanhar juntamente, durante toda a pesquisa, todo o trajeto artístico do artista Luiz Sacilotto, desde observações sobre a sua infância, em Santo André, até seus estudos de desenho e pintura realizados em sua juventude. Seu posterior envolvimento com os artistas Marcelo Grassmann e Octávio Araújo e suas primeiras exposições: 4 Novíssimos de São Paulo, em 1946, no Rio de Janeiro, e no ano seguinte em São Paulo, e na Galeria Prestes Maia, na exposição 19 Pintores, ocasião em que conhece seus posteriores parceiros no Grupo Ruptura: Waldemar Cordeiro, Lothar Charoux e Geraldo de Barros. Vimos também a sua inciação profissional como desenhista na empresa Hollerith e nos escritórios de arquitetura de Jacob Ruchit, e posteriormente, de Vilanova Artigas. Sem esquecer a sua importância capital no grupo, manifesto e exposição Ruptura. Examinamos ainda as influênicas estéticas na produção artística de Luiz Sacilotto, as transformações que suas obras tiveram durante a década de 1950, como mudanças de materiais, técnicas e suportes. Os desdobramentos do Grupo Ruptura e da Arte Concreta no Brasil, e finalmente, os reconhecimentos e prêmios recebidos em vida e posteriores a ela, assim como as discussões em torno da sua importantíssima contribuição para o projeto construtivo na arte brasileira. Acreditamos ser de fundamental importância esta pesquisa, tanto na sua contribuição para a cultura brasileira e sua população, quanto para possíveis aprofundamentos e desenvolvimentos que a mesma possa vir a ter no meio acadêmico, através de novas pesquisas sobre Luiz Sacilotto ou sobre

a

Arte

Concreta

no

Brasil,

suas

interconexões,

relações,

incrementações e novas contextualizações e atualizações, que sempre ocorrem em pesquisas de caráter histórico.

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